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ESTILO DE VIDA, SAÚDE E MEIO

AMBIENTE

UNIDADE 2 - DETERMINAÇÃO SOCIAL DA


SAÚDE
Autoria: Lucianna Schmitt - Revisão técnica: Renata Bazante Rodrigues

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Introdução
Na sociedade, existem diferenças entre grupos, indivíduos e nações. Essas diferenças podem ser aceitáveis, por
exemplo, culturas, hábitos alimentares e religiões. Nosso país concentra uma grande diversidade de pessoas
seguidoras de diferentes religiões, não há problema se uma pessoa é católica e o seu vizinho é adepto ao
candomblé. Essas diferenças não impedem que esses indivíduos tenham acesso a serviços de saúde ou educação.
Embora tenhamos essas diferenças aceitáveis entre as pessoas e grupos, existem diferenças que são
inadmissíveis, como é o caso da pobreza. Não é aceitável que em razão da renda insuficiente uma pessoa não
consiga ter acesso a serviços de cuidados primários em saúde, de saneamento básico, entre outros. Quando
olhamos sob a ótica da saúde, poucas diferenças deveriam influenciar a condição de saúde de um indivíduo, por
exemplo, a idade, predisposição genética ou sexo. No entanto, o que observamos é que existem disparidades,
entre as pessoas, que vão além dessas diferenças. Nosso país possui índices altos de desigualdade social e isso
acaba refletindo, também de forma desigual, nas condições de saúde da população. Existem condições de vida e
trabalho que acabam por determinar a condição de saúde e bem-estar dos indivíduos, elas são chamadas de
Determinantes Sociais da Saúde (DSS). Nessa unidade, vamos estudar os DSS e entender como a saúde é um
processo amplo, que envolve múltiplos setores da sociedade.
Bons estudos!

2.1 Histórico dos determinantes da saúde


A compreensão de que a saúde envolve mais do que medicamentos e tratamentos curativos demorou para ser
desenvolvida. O mundo, em sua história, descobriu diferentes formas de compreender a saúde conforme a época
e os conhecimentos disponíveis. Antigamente, doenças eram atribuídas a forças mágicas. Durante o período
clássico da história, filósofos gregos foram os primeiros a especular e escrever sobre influências ambientais
como causas de doenças.
Os antigos romanos reconheceram a importância de esgotos sanitários e de beber água potável, mas, após a
queda do Império Romano, o conhecimento médico recuou para as antigas teorias místicas de doença e
tratamento.
Durante a Idade Média, a Europa foi devastada por recorrentes surgimentos de doenças, como a Peste Negra no
século XIV. Os períodos seguintes, Renascença e Barroco, testemunharam avanços no entendimento das causas
de doenças. Em meados de 1600, John Graunt desenvolveu, em Londres, métodos para compilar as primeiras
estatísticas de mortalidade conhecidas. Suas inovações ajudaram a formar os alicerces das estatísticas vitais
modernas, identificando tendências matemáticas no nascimento e morte.
A seguir, vamos ver alguns modelos de determinação da saúde anteriores ao que utilizamos hoje.

2.1.1 Modelo biomédico

Durante muitas décadas o modelo biomédico dominou o entendimento do conceito de saúde, ele surgiu a partir
de várias descobertas e acontecimentos na ciência (adaptado de BARROS, 2002):
• 1543 – Estudos anatômicos de Vesalius;
• 1628 – Descoberta da circulação sanguínea por Willian Harvey;
• 1790 a 1823 – Descoberta da primeira vacina por Edward Jenner.

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Figura 1 - Acessórios médicos para atender pacientes com a Peste Negra
Fonte: Sergio Foto, Shutterstock, 2020.

#PraCegoVer: a imagem mostra uma máscara que lembra um bico de tucano, utilizada por médicos para visitar
os pacientes com a Peste Negra na Idade Média.
Posteriormente, a partir de 1860, há uma sequência de descobertas e estudos bacteriológicos sobre o papel das
bactérias na fermentação, nas doenças, na criação da vacina antirrábica e identificação do agente causador da
tuberculose. Todas essas descobertas foram realizadas por cientistas como Louis Pasteur e Robert Koch, que se
tornaram famosos na área da saúde. Esses notáveis acontecimentos evidenciaram que existia uma forma de ver a
doença como uma correlação de causa e efeito entre a presença do organismo e a falta de defesa do seu
hospedeiro (BARROS, 2002).

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Figura 2 - Louis Pasteur (1822-1895), químico e microbiologista francês
Fonte: Everett Historical, Mediapool, 2020.

#PraCegoVer: foto de Louis Pasteur em 1870.


Aprimoramentos adicionais no conhecimento da etiologia de doenças foram desenvolvidos durante a Revolução
Industrial, quando o campo da saúde pública se tornou mais sofisticado. Isso marcou a era da saúde pública
como "movimento de reforma sanitária", conduzindo diversas melhorias, o que inclui a investigação de John
Snow sobre o surto de cólera em Londres (PERDIGUERO, 2001).

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VOCÊ QUER LER?
No século XIX, Londres era uma cidade altamente populosa para a época. Por ter muitos
habitantes, 2,5 milhões em uma área de 50 km², gerava muito lixo e mau cheiro. A produção de
louça, uma das inovações industriais no período, permitiu a criação dos vasos sanitários que
conhecemos hoje, porém o plano de saneamento e a rede de esgoto da capital inglesa não
acompanharam a rapidez com que os vasos sanitários foram incluídos nas casas. Por essa
razão, essa cidade foi cenário de um surto histórico de cólera, que matou 500 pessoas em dez
dias. A cólera é uma doença altamente transmissível que mata rapidamente por meio de
diarreias e vômitos violentos, além de hemorragia interna. Esse episódio marcou a história da
saúde pública por avanços nos conhecimentos de epidemiologia, que foram liderados pelo
médico John Snow. Na época, não se conhecia o agente causador da cólera, mas John Snow
conseguiu estabelecer um novo método de pesquisa dos casos, que revolucionou o campo da
epidemiologia, pois possibilitou identificar que a doença era transmitida pela água.
No site do Conselho regional de Medicina de São Paulo, há uma homenagem a John Snow. O “
Tributo a John Snow” trata da sua história e do método que mudou a epidemiologia, sendo
usado até os dias de hoje.

A população começou a aumentar sua expectativa de vida, em razão das novas descobertas científicas
relacionadas aos agentes biológicos causadores de doenças. E os séculos XX e XXI trouxeram avanços contínuos
no conhecimento médico, nas soluções dos problemas de saúde pública e nos esforços para diminuir condições
crônicas e degenerativas (BARROS, 2002). A seguir, é possível identificar os marcos na saúde pública conforme
cada época (BARROS, 2002).

Período Clássico (500 a.C.)


Era de Hipócrates; romanos instalam sistemas de esgoto público e aquedutos.
Idade das Trevas (500 d.C. – 1100 d.C.)
Recorrência de crenças supersticiosas e mágicas em relação a doenças.
Idade Média (1100 – 1453)
A Peste Negra mata praticamente um terço da população Europeia.
Renascença (1300 – 1500)
Descobertas em anatomia humana; hipóteses em relação a doenças e micro-organismos.
Período Barroco (1600 – 1700)
John Graunt compila estatísticas vitais.
Revolução Industrial (final de 1700)
Edward Jenner inventa uma vacina bem-sucedida para a varíola. Nesse período também ocorreu a investigação
de John Snow sobre o surto de cólera em Londres, 1856, além do desenvolvimento de trabalhos públicos no Reino
Unido. Época marcada pelo surgimento da Bacteriologia.
Século XX (1900 – 1999)
Pandemia de influenza de 1918; invenção do antibiótico; foco no controle da doença crônica.
Século XXI (2000 até hoje)
Políticas para prevenção, desenvolvimento de vacina para HPV (Vírus do papiloma humano), vacinas contra as
constantes mutações do vírus influenza, vacina contra o ebola (HISTORY OF VACCINES). Época marcada pelo
rápido crescimento da população.

Todos esses acontecimentos do aspecto biológico influenciaram profundamente a visão do ensino da medicina e

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Todos esses acontecimentos do aspecto biológico influenciaram profundamente a visão do ensino da medicina e
das demais profissões da saúde. Essa forma de visão sobre o processo saúde-doença chamamos de modelo
biomédico. A seguir você pode visualizar características desse modelo.

Quadro 1 - Características e descrição do modelo biomédico


Fonte: Elaborado pela autora, baseado em PAGLIOSA; DA ROS 2008; FERTONANI, 2015.

#PraCegoVer: o quadro descreve as características do modelo biomédico.


Pode-se observar que nessa perspectiva biomédica, não há o reconhecimento da saúde mental, influência
comunitária e social sobre a saúde do indivíduo. O médico é visto como protagonista do cuidado e das práticas
de saúde. O modelo biomédico olha o processo saúde-doença de forma unicausal, causa única, e linear como
forma de explicar o surgimento de doenças e tratamentos (PUTTINI; JUNIOR; OLIVEIRA, 2010). Esse modelo
passa a ser visto como insuficiente a partir de 1970, pois ele não compreende o indivíduo como um todo, nem
considera seu contexto social (FERTONANI, 2015).
Em 1974, o Canadá publicou o relatório Lalonde, uma abordagem mais baseada na educação, que identificou os
dois principais objetivos relacionados à saúde: o sistema de assistência médica em geral e a promoção da saúde.
O relatório é considerado o primeiro documento de um governo moderno do Ocidente a reconhecer que a ênfase
em um sistema de saúde biomédico está errada, e que é preciso enxergar além do sistema de cuidados de saúde
tradicional (cuidados com doentes) para melhorar a saúde do público (HANCOCK, 1985).

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Figura 3 - Fatores de determinação da saúde conforme o relatório Lalonde de 1974.
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em LALONDE, 1974.

#PraCegoVer: a figura é composta por um círculo central, no qual está escrito “saúde”, e por círculos periféricos,
nos quais temos as seguintes descrições: meio ambiente, biologia, estilo de vida e instituições de saúde.
O relatório reconheceu que os determinantes da saúde vão além da saúde pública tradicional e dos cuidados
médicos, e apontou que os fatores socioeconômicos, a biologia, o ambiente e as escolhas de estilo de vida são
determinantes de saúde fundamentais. Ele também propôs a educação sobre saúde e o marketing social como
ferramentas para persuadir as pessoas a adotar estilos de vida mais saudáveis (CARVALHO, 2004).
Especificamente, o relatório Lalonde elencou diferentes fatores socioeconômicos que impactam a saúde:
• Biologia e genética: a saúde humana é influenciada diretamente pelas realidades biológicas e genéticas
de uma população. Embora a formação genética seja em grande parte inata, essas características podem
ser definidas pelo ambiente em que vive uma população, pelas suas escolhas predominantes de estilo de
vida e pela eficácia de suas organizações de saúde.

• Ambiental: o ambiente natural e social de uma população contribui expressamente para a saúde

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• Ambiental: o ambiente natural e social de uma população contribui expressamente para a saúde
pública. Questões que variam desde a poluição até o acesso à água, do clima até a produção agrícola,
definem o âmbito em que os humanos podem gozar de boa saúde.
• Estilo de vida: cada pessoa faz escolhas individuais sobre questões relacionadas à sua saúde. O conjunto
dessas escolhas exercerá influência nos níveis de saúde da população.
• Organização de saúde: a disponibilidade e qualidade do aparato de gerenciamento e cuidados com a
saúde tem uma influência forte na saúde pública. Esse aparato pode incluir médicos, enfermagem,
hospitais, sistemas de gerenciamento de saúde e todos os aspectos de cuidados com a saúde.
Podemos verificar que esse relatório representou um marco na mudança do olhar sobre a saúde, pois tira a visão
focada na doença para a compreensão de que saúde é algo muito mais amplo.

2.2 Determinantes Sociais da Saúde (DSS)


Os Determinantes Sociais de Saúde (DSS) constituem um modelo de explicação dos vários fatores que
influenciam a saúde e o bem-estar, o que envolve desde as redes sociais e a situação econômica até as
características mentais e físicas, além do ambiente de trabalho e de lazer. Eles são definidos como: “fatores
sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de
problemas de saúde e seus fatores de risco na população.” (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007, p. 78)
Os determinantes de saúde nos ajudam a compreender por que uma pessoa pode ficar doente, enquanto outra,
com marcadores biológicos semelhantes, permanece saudável. Os determinantes de saúde ilustram a
complexidade do mundo e a importância dos fatores externos para a saúde e bem-estar. Eles também podem
mostrar áreas para melhoria, que trariam mais equidade em saúde.

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Figura 4 - Modelo de Determinantes Sociais da Saúde
Fonte: Elaborada pela autora, baseada em WHITEHEAD; DAHLGREN, 1991.

#PraCegoVer: a figura em formato de arco-íris apresenta os determinantes sociais de acordo com o modelo
proposto por Whitehead e Dahlgren.
O modelo mais adotado para estudar essa perspectiva do processo saúde-doença é o de Whitehead e Dahlgren. A
partir dele é possível compreender que as desigualdades em saúde resultam da interação entre condições de
vida individuais com a rede comunitária, serviços públicos e até políticas públicas.

2.2.1 Camadas do Modelo DSS

A primeira camada é a base do modelo, centrada no indivíduo com suas características inerentes, como idade,
sexo e herança genética. A segunda camada representa o estilo de vida e os comportamentos individuais. Na
camada seguinte, terceira, estão representadas as influências das redes comunitárias, que envolvem a família, o
círculo social e grupos sociais próximos, que, por sua vez, são influenciados pela quarta camada, isto é, condições
de vida, como educação, emprego, renda, acesso a serviços básicos. Por fim, na última camada estão as condições

socioeconômicas, culturais e ambientais, que têm relação com as políticas públicas e globais (WHITEHEAD;

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socioeconômicas, culturais e ambientais, que têm relação com as políticas públicas e globais (WHITEHEAD;
DAHLGREN, 1991).

VOCÊ QUER LER?


O artigo “A Saúde e seus Determinantes Sociais”, de Paulo Marchiori Buss e Alberto Pellegrini
Filho, traz informações sobre o que se entende sobre DSS e uma revisão histórica desse
modelo até a criação da Comissão Nacional de Determinantes de Saúde.

De acordo com a Lei 8.080 de 1990, que regulamenta o Sistema Único de Saúde (SUS), o Brasil compreende que a
saúde envolve além dos procedimentos curativos, de reabilitação, prevenção e promoção, pois abarca o
enfrentamento dos condicionantes de saúde, sinônimo dos determinantes, descritos na lei: alimentação,
moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação, lazer, esporte e acesso aos serviços e
bens essenciais (BRASIL, 1990).

2.2.2 Equidade e Iniquidade

Dois conceitos fundamentais são necessários para compreender a abordagem de ações em saúde pela ótica dos
DSS. Equidade em saúde é tratar as pessoas e comunidades de forma proporcional às suas necessidades. É tratar
desigualmente os desiguais, proporcionando mais recursos aos que mais precisam, para que possam alcançar
níveis de saúde iguais às pessoas e comunidades menos necessitadas. A iniquidade, por sua vez, é a diferença
ocasionada por injustiças evitáveis, isto é, uma desigualdade desnecessária que poderia ter sido evitada (VIEIRA-
DA-SILVA; FILHO, 2009).

VOCÊ QUER VER?


Existem situações de desigualdade capazes de fazer com que doenças transmissíveis e
evitáveis, como a tuberculose, sejam passadas de uma geração para outra. A FIOCRUZ fez o
documentário “Herança social”, que mostra os determinantes sociais da saúde na situação de
tuberculose, uma doença que já poderia ter sido erradicada, não fossem as iniquidades em
saúde.

Existem diferenças em saúde que são aceitáveis, por exemplo, a diferença da carga de doença entre adultos,
jovens e idosos, faz parte da determinação individual da idade. Por outro lado, ter maiores níveis de tuberculose
em um bairro pobre, que não tem acesso ao serviço de saúde, é inaceitável e injusto. Da mesma forma, é
inaceitável ter maiores incidências de diarreia em crianças por falta de saneamento básico em suas casas.

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Figura 5 - Diferença entre igualdade e equidade
Fonte: SOU+SUS, 2020.

#PraCegoVer: a figura mostra duas cenas que exemplificam a diferença entre igualdade e equidade. Na primeira
cena há três crianças de tamanhos diferentes atrás de uma cerca de um campo de beisebol, cada criança está em
cima de uma caixa, o que faz com que a criança mais pequena continue sem acesso ao campo, pois a cerca é
maior que sua altura em cima da caixa. Abaixo dessa primeira cena está escrito “igualdade”. Na segunda cena, há
uma distribuição diferente das caixas, a criança mais alta está sem caixa e, ainda assim, consegue olhar por cima
da cerca, já a criança de tamanho intermediário tem acesso ao campo por meio de uma caixa, e a mais baixa está
com duas caixas. Abaixo dessa cena está escrito “equidade”.

CASO
No ano de 2011, no Rio de Janeiro, aconteceu a Conferência Mundial sobre Determinantes
Sociais da Saúde, em que o Brasil apresentou o seu caso de sucesso: o Programa Bolsa Família
(PBF). O programa surgiu a partir de um cenário social de desigualdade e programas de
transferência de renda não eficazes. Existiam vários programas com diferentes critérios de
inclusão e nenhuma possibilidade de unir os dados desses programas, isto é, não era possível
verificar em quantos programas uma mesma pessoa estava cadastrada, pois eram sistemas de
informação diferentes e que não se comunicavam. Em 2004, o PBF uniu todos esses programas
em um único, com o objetivo de combater a fome e reduzir as iniquidades nas famílias
vulneráveis. O PBF é um programa de transferência condicional de renda, isso significa que,

para ser beneficiário dessa política, a família precisa cumprir condicionalidades, tais como:

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para ser beneficiário dessa política, a família precisa cumprir condicionalidades, tais como:
realizar aferição de peso e estatura dos beneficiários duas vezes ao ano, manter a vacinação
das crianças em dia, manter uma frequência escolar de 85%, beneficiárias gestantes devem
realizar consultas de pré-natal. Estudos mostram que o poder de compra de alimentos das
famílias aumentou 79%, a segurança alimentar aumentou 52%, a evasão escolar e o trabalho
infantil reduziram. Dessa forma, podemos observar que as famílias passaram a ter mais acesso
aos determinantes: saúde, educação e renda, o que evidencia que o PBF é uma política voltada
para redução de iniquidades (CAMPELLO; NERI, 2013).

Podemos observar que na cena da igualdade existem três pessoas que recebem uma caixa de madeira para subir
e poder assistir ao jogo por cima do muro, porém, como algumas são mais baixas, apenas uma caixa não é
suficiente para elas. Na cena que representa a equidade, a pessoa mais baixa recebeu mais caixas, e a maior
nenhuma, pois tem altura suficiente para assistir ao jogo por cima do muro.

2.3 Desenvolvimento humano e os determinantes de saúde


nos ciclos da vida
Para cada etapa da vida alguns determinantes sociais pesam mais ou menos para os desfechos de saúde. Esse
entendimento pautará a elaboração de políticas públicas que olhem o indivíduo e o seu contexto.

2.3.1 Desenvolvimento humano

As divisões dos ciclos da vida humana são convenções sociais que mudam conforme a necessidade de cada
tempo. A terceira idade, por exemplo, não existia na época medieval, quando a expectativa de vida não passava
dos 50 anos de idade. A infância foi compreendida por muitos anos como um ensaio de “mini adultos”, em que
lhes eram ensinadas tarefas de adultos, como tricotar, tecer roupas e cuidar dos animais. Da mesma forma, a
adolescência é considerada como um estágio da vida moderna, criada após a década de 1920 (ESCORSIN, 2012;
PAPALIA; FELDMAN, 2013). Atualmente, são convencionados, para a maior parte das sociedades, oito períodos
de desenvolvimento humano.

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Quadro 2 - Etapas do ciclo da vida e suas características de desenvolvimento
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em PAPALIA; FELDMAN, 2013; BARROS, 2016.

#PraCegoVer: o quadro elenca as etapas do ciclo da vida e apresenta uma descrição para cada etapa.
Podemos ver que cada etapa da vida possui características únicas do nosso desenvolvimento, que são, também,
janelas de oportunidade para que os indivíduos se desenvolvam para alcançar os seus melhores potenciais
cognitivos, de saúde e físicos.

Figura 6 - Ciclo da vida

Fonte: Leremy, Shutterstock, 2020.

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Fonte: Leremy, Shutterstock, 2020.

#PraCegoVer: a imagem mostra em ordem a evolução do ser humano desde a sua fase como feto até a morte.
Cada característica, em cada etapa da vida, nos deixa mais ou menos suscetíveis aos determinantes sociais da
saúde. A seguir, veremos os principais determinantes que impactam as fases da vida.

3.3.2 Determinantes da saúde nos ciclos da vida

A cada fase da nossa vida, estamos mais suscetíveis às condições de vida e trabalho que perpassam o nosso dia a
dia. Além disso, existem as diferenças que nos tornam únicos, mesmo em condições semelhantes de vida. As
pessoas diferem em gênero, peso, altura, personalidade, temperamento. A seguir, veremos alguns fatores que
influenciam o desenvolvimento humano (PAPALIA; FELDMAN 2013).
a) Hereditariedade e ambiente: hereditariedade diz respeito aos genes que uma pessoa tem, que são as
características herdadas, um ponto de partida na vida. Contudo, pesquisas mostram que o ambiente fetal e de
infância podem influenciar a saúde até a vida adulta. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF),
agência da Organização das Nações Unidas (ONU), declara que os primeiros mil dias de vida, a contar da
concepção, são fundamentais para questões decisivas em saúde, como obesidade, doenças crônicas não
transmissíveis e expectativa de vida. Em razão do desenvolvimento cerebral nessa idade, as deficiências
nutricionais podem ser decisivas sobre a capacidade cognitiva motora e nutricional da criança. Uma menor
capacidade cognitiva impactará nos rendimentos de aprendizado, que pode futuramente impactar na qualidade
de emprego que esse adulto terá (1000 DAYS, 2020).
b) Família: a família nuclear, composta por pai mãe e filhos, já foi o padrão predominante na sociedade.
Antigamente, era comum encontrar famílias numerosas, com muitos filhos, normalmente dedicadas ao trabalho
agrícola. Atualmente, existem diferentes tipos de famílias, por exemplo, as formadas por dois adultos com filhos
de relacionamentos anteriores; família multigeracional, quando várias gerações moram juntas. Esse último
formato tem sido cada vez mais comum, pois as pessoas estão vivendo por mais tempo e os filhos acabam
cuidando dos pais.

Figura 7 - Diferentes arranjos familiares


Fonte: Ihnatovich Maryia, Shutterstock, 2020.

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Fonte: Ihnatovich Maryia, Shutterstock, 2020.

#PraCegoVer: a figura representa várias famílias brincando embaixo de uma árvore colorida.
c) Influências normativas: são influências causadas por um evento que afeta muitas pessoas, por exemplo, uma
forte crise econômica, uma guerra ou pandemia. Essas influências podem perdurar por gerações, seja no
comportamento das pessoas, seja nos impactos causados ao planeta, como escassez de alimentos.

VOCÊ O CONHECE?
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) faz parte da Organização das Nações
Unidas (ONU). Voltado para proteger crianças e adolescentes no mundo com a garantia dos
seus direitos. O UNICEF iniciou os trabalhos no Brasil na década de 50 por meio do apoio ao
aleitamento materno, criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), combate ao
trabalho infantil, dentre outras ações.

d) Influências não normativas: acontecem para um indivíduo ou um pequeno grupo de indivíduos e perturbam
uma sequência do ciclo de vida. São exemplos desses eventos a morte precoce dos pais de uma criança, a
sobrevivência a uma tragédia como acidente aéreo. Algumas vezes esses eventos abrem oportunidades de
desenvolvimento psíquico, pois podem ser um desafio para o indivíduo.

VOCÊ SABIA?
O Brasil criou a Comissão Nacional de Determinantes Sociais da Saúde, que faz o
monitoramento dos indicadores de equidade e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O Portal DSS foi criado para mostrar esses dados e, também, servir como base de
conhecimento sobre o enfrentamento das iniquidades em saúde.

e) Imprinting: é uma forma de aprendizagem baseada no instinto, em que um filhote estabelece vínculo com a
pessoa que mais enxerga, usualmente a mãe. Isso é a predisposição ao aprender, regulado pelo sistema nervoso
que está sempre pronto para aprender comportamentos nesse período crítico da vida. Esse período crítico é o
intervalo de tempo em que é esperado que um evento ocorra para que o desenvolvimento da criança seja
adequado. Caso isso não aconteça, o desenvolvimento normal pode não acontecer.

2.4 O impacto dos DSS na saúde global


Após a caminhada para enxergar a saúde como resultado de esforços intersetoriais, os países aderiram à
proposta da Organização Mundial de Saúde (OMS) de enfrentamento às iniquidades em saúde presentes no
documento “Closing the Gap in a generation”, que remete à ideia de terminar com as diferenças no tempo de uma
geração, isto é, vinte anos. Esse relatório traz à luz um questionamento importantíssimo: como pode uma pessoa
viver menos que outra só por causa do seu local de nascimento? A expectativa de vida no Japão e Suécia é mais

que 80 anos, enquanto no Brasil é 72 anos, e nos países africanos chega a ser abaixo de 50 anos. São

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que 80 anos, enquanto no Brasil é 72 anos, e nos países africanos chega a ser abaixo de 50 anos. São
características comuns que acompanham os países na medida em que a esperança de vida reduz, a pobreza e a
vulnerabilidade social são piores que os indicadores de saúde (WHO, 2008).
Nesse documento é apontado como a saúde tem sido vista como um setor único e que deve enfrentar sozinha os
seus problemas. No entanto, hoje se sabe que a saúde é resultado de condições dignas de vida e trabalho. Por
isso, o documento lança três eixos principais de ação. Veja quais são eles, clicando nos botões a seguir.

• Melhorar as condições de vida diárias

• Melhorar as condições de pré-natal e parto;


• melhorar o desenvolvimento infantil e educação de meninos e meninas;
• criar políticas de proteção social para todos;
• criar condições para que as pessoas envelheçam bem.

• Equiparar a disparidade de poder, renda e recursos

• Fortalecer políticas de igualdade entre homens e mulheres;


• governança capaz de apoiar a sociedade civil nas mudanças democráticas.

• Medir e entender o problema e avaliar o impacto da ação

• Reconhecer que existem problemas e encontrar formas de medir as iniquidades em saúde;


• cada país deve avaliar os determinantes sociais da saúde e verificar o impacto das suas políticas
para mudanças positivas.

De acordo com a OMS, o investimento nos anos iniciais fornece um dos maiores potenciais para reduzir as
desigualdades de saúde. Para garantir a igualdade desde o início, a comissão sugere: o desenvolvimento e o uso
de um mecanismo para garantir a coerência de políticas para o desenvolvimento inicial da criança; um pacote
abrangente de programas de qualidade para todas as crianças, mães e cuidadores; a provisão de educação
obrigatória primária e secundária de qualidade para todas as crianças.
As condições diárias em que as pessoas vivem têm forte influência na igualdade de saúde e, por isso, a comissão
recomenda: maior disponibilidade de moradia acessível e investimento em melhorias de urbanização das
favelas; promoção equitativa de comportamentos seguros e de saúde; investimento sustentável no
desenvolvimento rural; respostas políticas, sociais e econômicas à degradação ambiental que afeta a igualdade
de saúde.
Condições de emprego justo e trabalho decente podem fornecer segurança financeira e proteção contra doenças
físicas e psicossociais. A comissão defende: políticas econômicas e sociais para garantir o trabalho seguro com
salário suficiente; proteção por meio de padrões e políticas internacionais de trabalho; melhores condições de
trabalho.
A OMS acredita que todos precisam de proteção social durante a vida toda. Isso envolve o estabelecimento
/fortalecimento de políticas de proteção social abrangentes e a garantia de que os sistemas de proteção social
amparem aqueles que estão em condições precárias de trabalho. Aproximadamente 100 milhões de pessoas são
forçadas a entrar na pobreza devido a custos de saúde catastróficos. A comissão fez um apelo por sistemas de
saúde baseados em princípios de igualdade, prevenção de doenças e promoção da saúde com cobertura
universal, foco no sistema de saúde primário, independentemente da capacidade de o indivíduo poder pagar
(WHO, 2008).
O problema da igualdade e do poder na saúde é sistêmico. A vida diária das pessoas pode ser bastante afetada
por estruturas sociais muito aprofundadas — as normas e práticas que ditam como a riqueza, a tomada de
decisão política e os recursos importantes são alocados entre a população de uma comunidade. Quando os
governos inserem a igualdade em saúde como uma forma de medir o desempenho, geram um indicador que
pode ser avaliado para a eficácia dessas medidas. Assim, se alcançará a igualdade nas políticas, sistemas e

programas. Para isso, os governos precisam: garantir que a igualdade de saúde e os problemas relacionados à

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programas. Para isso, os governos precisam: garantir que a igualdade de saúde e os problemas relacionados à
saúde sejam responsabilidade dos níveis mais altos do governo e das corporações privada; pesquisar os
impactos das políticas de saúde e os programas que foram implementados no passado para determinar o
sucesso; lidar com os determinantes sociais de saúde nos programas, políticas e no sistema de saúde.

VOCÊ SABIA?
Um grupo étnico consiste em pessoas unidas por uma determinada cultura, ancestralidade,
religião, língua ou origem, que contribuem para a construção de identidade, atitudes, crenças e
valores comuns. Há uma perspectiva de tendência para que os grupos minoritários, tais como
população quilombola e indígena, cresçam, em razão do maior número de nascimentos que
eles apresentam (PAPALIA; FELDMAN, 2013).

As práticas de financiamento justo devem recompensar as promessas atuais para lidar com os determinantes
sociais de saúde e dividir de forma justa quaisquer recursos devotados a esse assunto. Além disso, deve criar um
sistema de verificações e balanços para garantir que os fundos alocados estejam alcançando as áreas urbanas e
rurais. Para fazer isso, os países precisam ter uma capacidade nacional de tributação progressiva, isto é, um
planejamento de alocação de impostos; um plano para honrar os compromissos existentes, aumentando a ajuda
global para 0,7% do PIB, indicador econômico para o total de riquezas acumuladas.
A igualdade dos sexos é um tópico muito importante dos assuntos de qualidade de saúde. A OMS recomenda que
a igualdade entre os sexos seja promovida por meio de legislação rigorosa de combate aos preconceitos sexistas
no sistema judicial, na cultura empresarial e na economia, por meio do reconhecimento dos problemas,
promovendo mais inclusão de ambos os sexos e reconhecendo como trabalho as funções baseadas no lar, por
exemplo, dona de casa.
É importante o desenvolvimento de suporte legislativo para um tratamento justo e ético de homens e mulheres e
a criação de regras e leis para quando ocorrerem discriminações. Criar mais oportunidades ocupacionais,
educacionais e financeiras para as mulheres. Incentivar o investimento em serviços de saúde reprodutiva e
sexual ações de educação nesse tema.
O empoderamento político é outro fator relevante. As pessoas que se sentem incluídas no processo terão mais
probabilidade de adotar os resultados porque participaram na determinação desses resultados. Para garantir
que todos os grupos tenham voz igual na sociedade, especialmente ao tomar decisões relacionadas à saúde,
todos os grupos devem receber esse poder, por meio de uma representação justa na tomada de decisões, e a
sociedade civil deve estar apta a organizar-se e a agir de maneira a promover e a realizar os direitos políticos e
sociais que afetam a igualdade de saúde. Isso inclui a promoção dos direitos humanos e a proteção dos grupos
mais vulneráveis, como as populações indígenas.
Para lidar com as desigualdades de saúde, primeiro é preciso admitir que as desigualdades existem. A coleta de
dados sistemática pode ajudar as organizações e os governos a entender a natureza e o escopo dos problemas
para que possam tomar as medidas para resolvê-los. O monitoramento próximo de programas e políticas podem,
então, determinar se uma alteração real e positiva ocorreu, e informar as melhorias necessárias. Qualquer ação
nos determinantes sociais de saúde será mais eficiente se sistemas de informação de dados forem implantados
para que mais políticas, sistemas de saúde e programas eficientes possam ser desenvolvidos.
A educação e o treinamento de profissionais são vitais, e a igualdade de saúde deve ser monitorada em cada
nível, da comunidade ao estágio internacional. De acordo com a OMS (2008), a comissão da DSS fez um apelo
para que os especialistas de várias áreas e os órgãos de financiamento: usem uma estrutura global comum de
indicadores de saúde para monitorar o progresso do desenvolvimento; garantam que qualquer ajuda ou perdão

de dívida apoiem determinantes sociais eficientes de criação de políticas em saúde e ação entre governos

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de dívida apoiem determinantes sociais eficientes de criação de políticas em saúde e ação entre governos
beneficiados; forneçam participação equitativa aos Estados membros e outros responsáveis pela criação da
política global.

2.4.1 Cultura e sua influência na saúde

A cultura compreende costumes, tradições, leis, crenças, valores, linguagem, trabalhos artísticos de uma
sociedade. Ela envolve todo o comportamento, atitudes aprendidas, transmitidas e compartilhadas por um
membro de um grupo social.
Atualmente, com a conectividade as culturas são rapidamente influenciadas. Os novos padrões culturais e
étnicos influenciam a composição da família, hábitos alimentares, escolha profissional, escolaridade (PAPALIA;
FELDMAN, 2013).

2.4.2 Ambientes físicos e sociais

Os ambientes têm grande influência sobre as nossas condições de vida. Atualmente, as áreas urbanas
representam mais de 50% da população e é esperado que sejam 66% até 2050. Isso requer uma mudança no
abastecimento de energia, água, rede de esgoto pavimentação. O planejamento das cidades é um grande desafio
para que o crescimento se dê de forma equitativa e não agrave as desigualdades já existentes (RITCHIE; ROSER,
2018).
Outro aspecto fundamental do ambiente em equilíbrio é a qualidade e a segurança de nossa água potável, que é
resultado do controle e proteção da fonte hídrica, e do modo como essa água é tratada, do manancial superficial
ou subterrâneo até chegar à torneira. Há muitas oportunidades de contaminação no ato de beber água que,
levam a níveis insalubres de bactérias, parasitas, vírus e até mesmo produtos químicos e metais. Quando a água
está poluída, seja por contaminação de ocorrência natural, patógenos ou interferência humana, há risco de
doença, deficiências e até mesmo morte de animais e seres humanos que utilizarem essa fonte de água. As
doenças diarreicas são uma das maiores causas de morte, elas podem ser frequentemente vinculadas a doenças
transmitidas por meio da água ou alimentos, resultado da falta acesso à água potável segura. O derramamento de
agrotóxicos e insumos proveniente do setor agrícola na forma de resíduos animais, fertilizantes e pesticidas é
um grave problema em ecossistemas rurais. Inundações e condições climáticas extremas também podem
contaminar fontes de água potável ao introduzir doenças (MEYER; YOON; KAUFMANN, 2013).

Conclusão
Nesta unidade você aprendeu sobre a mudança no conceito de saúde ao longo do tempo e como os diferentes
determinantes de saúde podem influenciar a saúde de uma população. Outro aspecto importante é a
compreensão de que o desenvolvimento humano possui suscetibilidades específicas conforme cada etapa de
vida.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• analisar os diferentes determinantes e condicionantes de saúde, correlacionando-os aos ciclos de vida e
aos fatores que impactam a saúde global;
• compreender a relação entre os ambientes físicos e sociais, estilo de vida, comportamento e cultura na
saúde e bem-estar;
• compreender as principais características de desenvolvimento nos ciclos da vida.

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