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Capítulo 3 – Teoria de Demanda Clássica

3.A Introdução

Neste capítulo estudaremos a abordagem clássica, baseada em preferência, a demanda do


consumidor.

Começamos na Secção 3.B introduzindo a relação preferencial do consumidor e algumas de


suas propriedades básicas. Assumimos que através disso, essa relação preferencial é racional,
oferecendo uma classificação completa e transitiva das escolhas possíveis de consumo do
consumidor. Também discutimos duas propriedades, monotonicidade (ou sua versão mais
fraca, não saciação local) e convexidade, que são usadas extensivamente na análise a seguir.

A Secção 3.C considera uma questão técnica: as propriedades de existência e continuidade


de funções utilidade que representam as preferências do consumidor. Mostramos que nem
todas as relações preferenciais são representadas por uma função utilidade e então
formulamos uma suposição em preferências, conhecida como continuidade, isso é suficiente
para garantir a existência de uma função utilidade (continua).

Na Secção 3.D, começamos nosso estudo do problema de decisão do consumidor


assumindo que existem commodities L dos quais os preços ele toma como fixados e
independentes de suas ações (a suposição preço-tomado1). O problema do consumidor é
enquadrado como um assunto de maximização utilitária aos entraves incorporados no
conjunto orçamentário Walrasiano. Focamos nosso estudo em dois objetos de interesse
central: a escolha ideal do consumidor, incorporada na correspondência de demanda
Walrasiana (ou mercado ou ordinário) e o valor utilitário ideal do consumidor, capturado pela
função utilitária indireta.

A Secção 3.E introduz o problema de minimização de gastos, o qual tem uma relação
próxima ao objetivo do consumidor de maximização utilitária. Em paralelo ao nosso estudo de
correspondência de demanda e função valor do problema de maximização utilitária,
estudamos os objetos equivalentes para minimização de gastos. Eles são conhecidos,
respectivamente, como correspondência de demanda Hicksian (ou compensado) e função
gastos. Também provemos um exame inicial formal da relação entre a minimização de gastos
e problema de maximização utilitária.

Na Secção 3.F, pausamos para uma introdução aos fundamentos matemáticos da teoria de
dualidade. Esse material oferece insights importantes na estrutura teórica de demanda
baseada em preferência. A Secção 3.F pode ser pulada sem perda de continuidade em uma
primeira leitura do material.

Secção 3.G continua nossa análise dos problemas de maximização utilitária e minimização
de gastos estabelecendo alguns dos resultados mais importantes da teoria de demanda. Esses
resultados desenvolvem conexões fundamentais entre as funções demanda e valor dos dois
problemas.

1
Price-taking assumption no original.
Na Secção 3.H, completamos o estudo das implicações da teoria baseada em preferência da
demanda do consumidor nos perguntando como e quando podemos recuperar as preferências
sobrepostas de comportamento de demanda do consumidor, uma questão tradicionalmente
conhecida como problema da integrabilidade. Além dos seus outros usos, os resultados
apresentados nessa sessão nos mostram que as propriedades da demanda do consumidor,
identificadas das Sessões 3.D até 3.G como implicações necessárias do comportamento de
maximização preferencial, também são suficientes no sentido que qualquer comportamento
do demanda, satisfazendo essas propriedades, pode ser racionalizado como comportamento
de maximização preferencial.

Os resultados partindo da Sessão 3.D até 3.H também nos permitem comparar as
implicações da abordagem baseada em preferência a demanda do consumidor com a teoria
baseada em escolha estudada na Sessão 2.F. Apesar das diferenças serem poucas, as duas
abordagens não são equivalentes; a teoria de demanda baseada em escolha fundada no
axioma fraco de preferência revelada impõe menos restrições na demanda do que a imposta
pela teoria baseada em preferência, estudada nesse capítulo. As condições extras adicionadas
pela suposição de preferências racionais acabam sendo simetrias da matriz Slutsky. Como
resultado, concluímos que a satisfação do axioma fraco não confirma a existência de uma
relação preferencial racionalizada para demanda do consumidor.

Apesar da nossa análise da Sessão 3.B até a 3.H focar completamente nas implicações
positivas (como por exemplo, descritivamente) da abordagem baseada em preferência, um
dos benefícios mais importantes disso é que promove um enquadramento para uma análise
normativa, ou bem-estar. Na Sessão 3.I, damos uma primeira olhada nesse assunto estudando
os efeitos de uma mudança de preço no bem-estar do consumidor. Nessa conexão, discutimos
o uso do conceito tradicionalista de excedente Marshallian como um medido de bem-estar do
consumidor.

Concluímos na Sessão 3.J retornando a abordagem baseada em escolha de demanda do


consumidor. Questionamos se há algum fortalecimento do axioma fraco que leva a uma teoria
baseada em escolha da demanda do consumidor, equivalente a abordagem baseada em
preferência. Como resposta, apresentamos o axioma forte de preferência revelada e
mostramos que ele leva ao comportamento de demanda que é consistente com a existência
de preferências sobrepostas.

O Apêndice A discute algumas questões técnicas relacionadas a continuidade e


diferenciabilidade da demanda Walrasiana.

Para mais leitura, veja o tratamento de toda a teoria de demanda clássica oferecida por
Deaton e Mullbauer (1980)

3.B Relações de Preferência: Propriedades Básicas

Na abordagem clássica à demanda do consumidor, a análise de seu comportamento


começa especificando as preferências do consumidor sob os pacotes de commodities no
pacote de consumo .
As preferências do consumidor são captados por uma relação preferencial (uma relação
“tão-boa-quanto”) definida em X que tomamos como sendo racional no sentido introduzido na
Sessão 1.B; isso é, é completa e transitiva. Por conveniência, repetimos uma declaração
formal dessa suposição dada na Definição 1.B.1.2

Definição 3.B.1: A relação preferencial em X é racional se possuir as duas propriedades


seguintes:

(i) Completude: Para todo , temos x y ou y z (para ambos).


(ii) Transitividade: Para todo , se x yey z, então x z.

Na discussão seguinte, também usamos dois outros tipos de suposição sobre preferências:
suposições de atratividade e de convexidade.

(i) Suposição de Atratividade: É comumente esperado que se assuma que quantidades


grandes de commodities são preferíveis a quantidades pequenas. Essa
característica de preferências é demonstrada na suposição de monotonicidade.
Para a definição 3.B.2, assumimos que o consumo de quantidades grandes de bens
é sempre viável a princípio; isso quer dizer que se e , então .

Definição 3.B.2: A relação preferencial em X é monótona se e implicarem em


.

A suposição de que preferências são monótonas é satisfeita contanto que as commodities


sejam “bens” ao invés de “ruins”. No entanto, mesmo que uma commodity seja ruim, ainda
poderemos ser capazes de ver preferências como monótonas, pois é comumente possível
redefinir uma atividade de consumo de uma forma que satisfaça a suposição. Por exemplo, se
uma commodity é lixo, podemos no lugar, definir o consumo individual pela “falta de lixo”.3

Note que se é monótono, talvez tenhamos indiferença com relação a um aumento na


quantidade de alguma, mas não todas as commodities. Em contraste, forte monotonicidade
significa que se y é maior que x para alguma commodity e não é menor para nenhuma outra,
então y é estritamente preferível a x.

No entanto, para muito da teoria uma suposição de atratividade mais fraca que de
monotonicidade, conhecida como não satisfação localizada, é o bastante.

Definição 3.B.3: A relação preferencial em X é não satisfeita localmente se para cada


e cada , houver tal que e .4

2
Veja a Sessão 1.B para uma discussão completa dessas propriedades.
3
Às vezes também é conveniente ver preferências como definidas pelo nível de bens disponíveis para
consumo (os títulos de bens em mãos), ao invés de pelos níveis de consumo em si. Nesse caso, se o
consumidor pode descartar qualquer commodities não desejável livremente, suas preferências pelo
nível de commodities em mãos são monótonas enquanto algum bem sempre for desejável
4
é a distância Euclideana entre os pontos x e y; isso é .
O teste para preferências de não saciação localizada é demonstrado na Figura 3.B.1 para o
caso em que . Ele diz que para qualquer pacote de consumo e qualquer
pequena distância arbitrária de x, denotada por , há outro pacote nessa mesma
distância de x que é preferível a x. Note que o pacote y pode até ter menos de cada
commodity em relação a x, como mostrado na figura. No entanto, quando , não
saciação local exclui a situação extrema em que todas as commodities são ruins, já que nesse
caso nenhuma forma de consumo (o ponto x = 0) seria um ponto de saciação.

Figura 3.B.1 – O teste para não saciação local.


Figura 3.B.2 – (a) Um conjunto indiferença grosso viola a não saciação local
(b) Preferências compatíveis com a não saciação local.

Exercício 3.B.1: Demonstre as situações seguintes:

(a) Se é fortemente monótono, então é monótono.


(b) Se é monótono, então é não saciado localmente.

Dada a relação preferencial e o pacote de consumo x, podemos definir três conjuntos


relacionados de pacotes de consumo. O conjunto indiferença contendo o ponto x é o conjunto
de todos os pacotes que são indiferentes a x; formalmente, ele é . O conjunto
contorno superior do pacote x é o conjunto de todos os pacotes que são pelo menos tão bons
quanto . O conjunto contorno inferior de x é o conjunto de todos os pacotes
de que x é pelo menos tão bom quanto: .
Uma implicação da não saciação local (e, por isso, de monotonicidade) é a de que ela exclui
conjuntos de indiferença “grossos”. O conjunto indiferença na Figura 3.B.2(a) não pode
satisfazer não saciação local pois, se satisfizesse, haveria uma ponto melhor que x dentro do
círculo desenhado. Em contraste, o conjunto indiferença na Figura 3.B.2(b) é compatível com a
não saciação local. A Figura 3.B.2(b) também demonstra o conjunto contorno superior e
inferior de x.

(ii) Suposição de convexidade. Uma segunda suposição significante, a da convexidade


de , tem relação com trade-offs que o consumidor está disposto a fazer entre
diferentes bens.

Figura 3.B.3 – (a) Preferências convexas.


(c) Preferências não convexas.

Definição 3.B.4: A relação preferencial em x é convexa se para cada , o conjunto


contorno superior for convexo; isso é, se e , então
para qualquer .

A Figura 3.B.3(a) demonstra um conjunto contorno superior convexo; A Figura 3.B.3(b)


mostra um conjunto contorno superior que é não convexo.

Convexidade é uma hipótese forte, mas central na economia. Pode ser interpretada em
termos de taxas marginais decrescentes de substituição: Isso é, com preferências convexas, de
qualquer situação de consumo inicial x, e para duas commodities quaisquer, leva-se cada vez
mais quantidades maiores de uma commodity para compensar perdas sucessivas de unidades
da outra.5

Convexidade também pode ser vistas como uma expressão formal de uma inclinação básica
de agentes econômicos para diversificação. De fato, sob convexidade, se x é indiferente a y,
então , a mistura metade-metade de x e y, não pode ser pior nem que x nem y. No
Capítulo 6, devemos dar uma interpretação diversificada em termos de comportamento sob
incerteza. Um gosto pela diversificação é um traço realista da vida econômica. A teoria
econômica estaria em grande dificuldade se essa propensão postulada para diversificação não

5
Geralmente, convexidade é equivalente a uma taxa marginal decrescente de substituição entre dois
bens quaisquer, que permitimos para “commodities compostas” formadas de combinações lineares de
commodities básicas L.
tivesse conteúdo descritivo significante. Mas não há duvidas que uma pessoa possa facilmente
pensar em situações de escolha onde isso é violado. Por exemplo, você pode gostar tanto de
leite quanto de suco de laranja, mas sente menos prazer em uma mistura dos dois.

A definição 3.B.4 foi exposta para um conjunto de consumo geral X. Mas de fato, a
suposição convexidade pode se manter apenas se X for convexo. Logo, a hipótese exclui
commodities sendo consumidas apenas em quantidades inteiras ou situações como a
apresentada na Figura 2.C.3.

Apesar de que a suposição convexidade sobre preferências possa parecer ser forte, essa
aparência deveria ser qualificada em dois respeitos: Primeiro, um bom número (apesar de não
todos) de resultados desse capítulo se ampliam sem modificação no caso não convexo.
Segundo, como mostraremos no Apêndice A do Capítulo 4 e na Sessão 17.I, não convexidades
podem com frequência ser incorporadas na teoria ao se explorar efeitos de agregações
regularizadas entre consumidores.

Também fazemos uso, às vezes, de um fortalecimento da suposição convexidade.

Definição 3.B.5: A relação preferencial em X é estritamente convexa se para cada x, nós


tivermos , e implicando para todo .

Figura 3.B.4 (esquerda) – Uma convexa, mas não estritamente convexa, relação preferencial.
Figura 3.B.5 (direita) – Preferências homotéticas.
Figura 3.B.6 – Preferências quase lineares.
A Figura 3.B.3(a) mostrou preferências estritamente convexas. Na Figura 3.B.4, por outro
lado, as preferências, apesar de convexas, não são estritamente convexas.
Em aplicações (particularmente aquelas de natureza econométrica), é comum focar em
preferências nas quais é possível deduzir a relação preferenciais do consumidor inteiras de um
único conjunto indiferença. Dois exemplos são as classes de preferências homotéticas e quase
lineares.

Definição 3.B.6: Uma relação preferencial monótona em é homotética se todos os


conjuntos indiferença forem relacionados por expansão proporcional ao longo dos raios; isso
quer dizer que, se , então para qualquer .

A Figura 3.B.5 demonstra uma relação preferencial homotética.

Definição 3.B.7: A relação preferencial em é quase linear com


relação a commodity 1 (chamada, nesse caso, commodity numerária6) se7

(i) Todos os conjuntos indiferença são deslocamentos paralelos de cada um ao longo


dos arcos da commodity 1. Isso é, se , então para
e qualquer .
(ii) Bem 1 é atrativo; isso é, para todo x e .

Note que, na Definição 3.B.7, assumimos que não há limite mais baixo no possível consumo
da primeira commodity [o conjunto consumo é ]. Essa suposição é
conveniente no caso de preferências quase lineares (o Exercício 3.D.4 vai ilustrar porquê). A
Figura 3.B.6 mostra uma relação preferencial quase linear.

3.C Preferência e Utilidade

Para propósitos analíticos, é muito útil se pudemos resumir as preferências do consumidor


através de meios de uma função utilidade, pois técnicas de programação matemática podem
então ser usadas para resolver o problema do consumidor. Nessa sessão, estudamos quando
isso pode ser feito. Infelizmente, com as suposições feitas até agora, uma relação preferencial
racional não precisa ser representável pela função utilidade. Começamos com um exemplo
ilustrando esse fato e então introduziremos uma suposição fraca, economicamente natural
(chamada continuidade) que garante a existências de uma representação utilidade.

Exemplo 3.C.1: A Relação Preferencial Lexicográfica. Para simplificar, assumimos que .


Defina se tanto “ ” ou “ e ”. Isso é conhecido como relação
preferencial lexicográfica. O nome deriva da forma como o dicionário é organizado; isso é,
commodity 1 tem a maior prioridade em determinar a ordem de preferência. Quando o nível
da primeira commodity em dois pacotes de commodity é o mesmo, a quantidade da segunda
commodity nos dois pacotes determina as preferências do consumidor. No Exercício 3.C.1, lhe
é pedido para verificar que a ordem lexicográfica é completa, transitiva, fortemente monótona
e estritamente convexa. Mesmo assim, pode ser mostrado que nenhuma função utilidade
existe para representar essa ordem preferencial. Isso é intuitivo. Com essa ordem preferencial,
nenhum dos dois pacotes distintos são indiferentes; conjuntos indiferentes são singletons.
Portanto, nós temos duas dimensões de conjuntos indiferença distintos. Ainda assim, cada um

6
Numeraire.
7
Geralmente, preferências podem ser quase lineares em relação a qualquer commodity ℓ.
desses conjuntos indiferença deve ser atribuído, de uma forma que mantenha a ordem, em
diferentes número utilidade da linha real de uma dimensão. De fato, um argumento um pouco
sutil é, na verdade, referido para estabelecer essa reivindicação rigorosamente. Ele é dado,
para o leitor mais avançado, no próximo parágrafo.

Suponha que há uma função utilidade u(‘). Para cada , podemos escolher um número
racional tal que . Note que graças ao caráter lexicográfico de
preferências, implica [já que ]. Então, r(‘)
fornece uma função um-a-um do conjunto de números reais (que é incontável) para o
conjunto de números racionais (que é contável). Essa é uma impossibilidade matemática.
Portanto, concluímos que não pode haver nenhuma função utilidade representando essas
preferências.

A suposição que é necessária para garantir a existência de uma função utilidade é a de que
a relação preferencial seja contínua.

Definição 3.C.1: A relação preferencial em X é contínua se for preservada sob limites. Isso
é, para qualquer sequência de pares com para todo n. e
, temos .

A continuidade diz que as preferências do consumidor não podem exibir “pulos” como, por
exemplo, o consumidor preferindo cada elemento em sequência {x’’} ao elemento
correspondente em sequência {y’’}, mas reservando de repente sua preferência nos pontos
limite dessas sequências x e y.

Uma forma equivalente de declarar essa noção de continuidade é dizendo que para todo x,
o conjunto contorno superior e o conjunto contorno são
ambos fechados; isso quer dizer que eles incluem seus limites. A Definição 3.C.1 insinua que
para qualquer sequência de pontos com para todo n e , temos
(só deixe para todo n). Portanto, continuidade, como definida na Definição
3.C.1, implica em o conjunto contorno inferior ser fechado; o mesmo é insinuado para o
conjunto contorno superior. O argumento reverso, que o fechamento do conjunto contorno
inferior e superior insinuam que a Definição 3.C.1 mantém, é mais avançado e é deixado como
exercício (Exercício 3.C.3).

Exemplo 3.C.1 continuado: Preferências lexicográficas não são contínuas. Para ver isso,
considere a sequência de pacotes e . Para todo n, temos . Mas
. Em palavras, enquanto o primeiro componente de x
for maior que o de y, x é preferível a y mesmo se for muito maior que . Mas assim que
os primeiros componentes se tornarem iguais, só os segundos componentes são relevantes e
então a classificação preferencial é revertida nos pontos limites da sequência.
Acaba que a continuidade de é suficiente para a representação da existência da função
utilidade. De fato, ela garante a existência da função utilidade.

Preposição 3.C.1: Suponha que a relação preferencial racional em X é contínua. Então há


uma função utilidade contínua u(x) que representa .

Prova: Para o caso de e uma relação preferencial monótona, há uma prova


relativamente simples e intuitiva que apresentamos aqui com a ajuda da Figura 3.C.1.

Denote o raio diagonal em (o lócus de vetores com todos os componentes L iguais) por
Z. Será conveniente deixar designar o vetor L dos quais os elementos são todos iguais a 1.
Então para toda escala não negativa .

Note que para cada , monotonicidade implica em . Note também que para
qualquer tal que (como desenhado na figura), nós temos . Monotonicidade e
continuidade podem, então, ser mostrados para implicar que há um valor único
tal que .

Figura 3.C.1 – Construção de uma função utilidade.

Formalmente, isso pode ser demonstrado a seguir: Por continuidade, os conjuntos


contorno superior e inferior de x estão fechados. Portanto, os conjuntos
e são não vazios e fechados. Note que pela completude de ,
. O não vazio e fechamento de e , junto com o fato de que é
conectado, implica em . Assim, existe uma escala tal que . Além disso,
pela monotonicidade, sempre que . Logo, pode haver no máximo uma escala
satisfazendo . Essa escala é .

Tomamos agora como nossa função utilidade; atribuímos um valor utilitário u(x) =
para cada x. Esse nível utilitário também é demonstrado na Figura 3.C.1. Precisamos
checar duas propriedades dessa função: que ela representa a preferência [por exemplo,
que ] e essa é uma função contínua. O último argumento é mais
avançado e, portanto, nós o apresentamos em um tipo menor.

Que representa preferência segue de sua construção. Formalmente, suponha primeiro


que . Pela monotonicidade, isso implica em . Já que e
, temos . Suponha, por outro lado, que . Então ;
e então pela monotonicidade, nós devemos ter . Logo .

Agora argumentamos que é uma função contínua em cada x; para qualquer sequência
, com , temos . Logo, considere a sequência tal
que .

Notamos que a sequência deve ter uma subsequência convergente. Por


monotonicidade, para qualquer , fica em um subconjunto compacto de ,
para todo x’ tal que (veja Figura 3.C.2). Já que converge em x, existe um N
tal que está em um conjunto compacto para todo n > N. Mas qualquer sequência infinita
que está em um conjunto compacto deve ter uma subsequência convergente (veja Sessão M.F
do Apêndice Matemático).

O que resta é estabelecer que todas as subsequências convergentes de ,


convergem para . Para ver isso, suponha de outra forma: que há alguma função
estritamente engrandecedora m(‘) que atribui a cada integral positiva n uma integral positiva
m(n) e para qual a subsequência converge para . Primeiro mostramos
que leva a uma contradição. Para começar, note que a monotonicidade iria, então,
implicar em . Agora, deixe . O ponto é o ponto médio em Z entre
e (veja a Figura 3.C.2). Por monotonicidade, . Agora, já que
, existe um tal que para todo , .

Figura 3.C.2 – Prova que a função utilitária construída é contínua.


Logo, para todo n, (onde a última relação derivam da monotonicidade).
Por preferências serem contínuas, isso iria implicar em . Mas já que , temos
, o que é uma contradição. O argumento excluindo é similar. Então, já que
todas as subsequências convergentes de devem convergir para , temos
e finalizamos.

De agora em diante, assumimos que a relação preferencial do consumidor é contínua e,


portanto, pode ser representada por uma função utilitária contínua. Como notamos na Sessão
1.B, a função utilitária u(‘) que representa uma relação preferencial não é única; qualquer
transformação estritamente engrandecedora de u(‘), diz , onde é uma
função estritamente engrandecedora, também representada por . Preposição 3.C.1 nos diz
que se é contínuo, existe alguma função utilitária contínua representando . Mas nem
todas as funções utilitárias representando são contínuas; qualquer transformação
estritamente engrandecedora, mas descontínua de uma função utilitária contínua também
representa .

Para propósitos analíticos, também é conveniente se u(‘) puder ser assumido como
diferençável. É possível, no entanto, que preferências contínuas não sejam representadas por
uma função utilitária diferençável. O exemplo mais simples, mostrado na Figura 3.C.3, é o caso
de preferências Leontief, onde se e somente se . A não
diferenciabilidade aparece graças a uma imperfeição em curvas indiferença quando .

Sempre que for conveniente na discussão a seguir, nós, contudo, assumiremos funções
utilitárias como sendo duas vezes continuamente diferençáveis. É possível dar uma condição
puramente em termos de preferência que impliquem nessa propriedade, mas não devemos
fazer isso aqui. Intuitivamente, o que é requerida é que conjuntos indiferença sejam
superfícies suaves que se encaixem bem juntas para que as taxas em que commodities
substituem uma a outra dependam diferentemente dos níveis de consumo.

Restrições de preferências traduzem em restrições na forma das funções utilitárias. A


propriedade de monotonicidade, por exemplo, implica no aumento da função utilitária:
.

A propriedade de convexidade de preferências, por outro lado, implica em u(‘) ser quase
côncavo [e, similarmente, convexidade estrita de preferências implica em quase convexidade
estrita de u(‘)]. A função utilitária u(‘) é quase côncava se o conjunto for
convexo para todo x ou, equivalentemente, se para
qualquer x, y e todo A. [Se a desigualdade for estrita para todo B e C, então u(‘) é estritamente
quase côncavo; para saber mais sobre quase concavidade e quase concavidade estrita, veja a
Sessão M.C do Apêndice Matemático]. Note, porém, que a convexidade de A não implica na
propriedade mais forte de que u(‘) é côncavo [que B para qualquer x, y e todo C]. De fato,
apesar deste ser de certa forma um bom ponto, pode não haver nenhuma função utilitária
côncava representando uma relação preferencial convexa particular .
Figura 3.C.3 – Preferências Leontief não podem ser representada por uma função utilitária
diferençável.
No exercício 3.C.5, lhe é pedido para provar dois outros resultados relacionando
representações utilitárias e relações preferenciais sobrepostas:

(i) Uma contínua em A é homotética se e apenas se ela admitir a função utilitária


u(x) que é homogênea de grau um [por exemplo, tal que B para toco C]
(ii) Uma contínua em D é quase linear com relação a primeira commodity se e
apenas se ela admitir uma função utilitária u(x) na forma E.

É importante notar que apesar da monotonicidade e convexidade de implicar em toda


função utilitária representando estar crescendo e ser quase côncava, (i) e (ii)
meramente dizem que há pelo menos uma função utilitária que tem a forma especificada.
Crescimento e quase concavidade são propriedades ordinais de u(‘); elas são preservadas
para qualquer transformação de crescimento arbitrário do índice utilitário. Em contraste, as
formas especiais das representações utilitárias em (i) e (ii) não são preservadas; elas são
propriedades cardinais que são simplesmente escolhas convenientes para uma
representação utilitária.8

3.D O Problema da Utilidade Maximizada

Agora nos voltamos para o estudo do problema de decisão do consumidor. Assumimos ao


longo do capítulo que o consumidor tem uma relação preferencial racional, contínua e
localmente não saciada e tomamos u(x) como uma função utilitária contínua representando
essas preferências. Por causa da concretude, também assumimos pelo resto do capítulo que o
conjunto consumo é .

A problemática de escolha do pacote de consumo preferível do consumidor, dado os preços


e nível de riqueza w > 0 podem agora ser declarados como a problemática de
maximização utilitária (PMU) a seguir:

8
Então, nesse sentido, continuidade é também uma propriedade cardinal das funções utilitárias. Veja
também a discussão das propriedades ordinais e cardinhas das representações utilitárias na Sessão 1.B.
Na PMU, o consumidor escolhe o pacote de consumo no conjunto de pacotes Walrasiano
para maximizar seu nível utilitário. Começamos com os resultados
declarados na Preposição 3.D.1.

Preposição 3.D.1: Se e u(‘) é contínuo, então o problema de maximização utilitária tem


uma solução.

Figura 3.D.1 – O problema de maximização utilitário (PMU).


(a) Única solução.
(b) Múltiplas soluções

Prova: Se , então o conjunto pacote é um conjunto


compacto, pois ele é tanto limitado [para qualquer , temos para todo
] quanto fechado. O resultado vem do fato de que uma função contínua sempre tem
um valor máximo em qualquer conjunto compacto (veja a Sessão M.F. do Apêndice
Matemático).

Com o resultado, agora focamos nossa atenção nas propriedades de dois objetos que
emergem de uma PMU: o conjunto do consumidor de pacotes de consumo-ideias (o conjunto
solução PMU) e o valor utilitário máximo do consumidor (a função valor de PMU).

A Função/Correspondência de Demanda Walrasiana

A regra que atribui o conjunto de vetores de consumo ideal no PMU para cada situação
preço-riqueza é denotado por e é conhecido como correspondência
de demanda Walrasiana (ou ordinária ou mercado). Um exemplo para L = 2 é demonstrado na
Figura 3.D.1(a), onde o ponto x(p, w) se encontra no conjunto indiferença com o maior nível
utilitário de qualquer ponto em . Note que, como um tema geral, para um
dado, o conjunto ideal x(p, w) pode ter mais de um elemento, como mostrado na Figura
3.D.1(b). Quando x(p, w) tem valor único para todo (p, w), nos referimos a isso como a função
de demanda Walrasiana (ou ordinária ou mercado).9

As propriedades de x(p, w) declaradas na Preposição 3.D.2 surgem de um exame direto da


PMU.

Preposição 3.D.2: Suponha que u(‘) é uma função utilitária contínua representando uma
relação de preferência não saciada localmente definida no conjunto de consumo .
Então a correspondência de demanda Walrasiana x(p, w) possui as seguintes propriedades:

(i) Homogeneidade de grau zero em (p, w): para qualquer p, w e


escala .
(ii) Lei Walras: para todo .
(iii) Convexidade/singularidade: Se é convexo, para que u(‘) seja quase convexo,
então x(p, w) é um conjunto convexo. Além disso, se é estritamente convexo,
para que u(‘) seja estritamente quase convexo, então x(p, w) consiste em um único
elemento.

Prova: Estabelecemos cada uma dessas propriedades por vez.

(i) Para homogeneidade, note que para qualquer escala ,

isso é, o conjunto de pacotes de consumo viáveis na PMU não muda quando todos os preços e
riqueza são multiplicados por uma constante . O conjunto de pacotes de consumo
maximizadores utilitários devem, então, ser os mesmos nessas duas circunstâncias e então C.
Note que essa propriedade não requer nenhuma suposição de u(‘).

(ii) A lei de Walras surge de uma não saciação local. Se para algum
, então deve existir outro pacote de consumo y suficientemente perto
de x com ambos e (veja a Figura 3.D.2). Mas isso contradiz x sendo
ideal na PMU.

9
Essa função demanda também já foi chamada de função de demanda Marshallian. No entanto, essa
terminologia pode criar confusão e então não a usamos aqui. Na análise de equilíbrio parcial
Marshalliano (onde efeitos riqueza estão ausentes), todos os tipos diferentes de funções demanda
estudadas nesse capítulo coincidem e então, não é claro qual dessas funções demanda iriam merecer o
nome Marshall em um panorama mais generalizado.
Figura 3.D.2 – Não saciação local implica na lei de Walras.

(iii) Suponha que u(‘) é quase côncavo e que existem dois pacotes x e x’, com ,
ambos são elementos de x(p, w). Para estabelecer o resultado, mostramos que
é um elemento de x(p, w) para qualquer . Para
começar, sabemos que u(x) = u(x’). Denote esse nível utilitário por u*. Pela quase
concavidade, [veja a Figura 3.D.3(a)]. Além disso, já que e
, também temos
.

Logo, x’’ é uma escolha viável na PMU (colocado de forma simples, x’’ é viável, porque é
um conjunto convexo). Então, já que e x’’ é viável, temos . Isso
estabelece que x(p, w) é um conjunto convexo se u(‘) for quase côncavo.

Suponha agora que u(‘) é estritamente quase côncavo. Seguindo o mesmo argumento, mas
usando a quase concavidade estrita, podemos estabelecer que x’’ é uma escolha viável e que
para todo . Porque isso contradiz a suposição de que x e x’ são elementos
de x(p, w), concluímos que pode haver no máximo um elemento em x(p, w). A Figura 3.D.3(b)
ilustra esse argumento. Note a diferença da Figura 3.D.3(a) surgindo da quase concavidade
estrita de u(x).
Figura 3.D.3 – (a) Convexidade de preferências implica na convexidade de x(p, w).
(b)Convexidade estrita de preferências implica em x(p, w) sendo de valor único.

Figura 3.D.4 – (a) Solução interior.


(b)Solução de barreira.

Se u(‘) é continuamente diferençável, um pacote de consumo ideal pode ser


caracterizado de uma forma muito útil atrás de meios de condições de primeira ordem. As
condições (necessárias) Kuhn-Tucker (veja a Sessão M.K do Apêndice Matemático) dizem que
se é uma solução para a PMU, então existe um multiplicador Lagrange tal
10
que para todo :

De forma equivalente, se deixarmos denotar o vetor


gradiente de (u’) em x, podemos escrever (3.D.1) em uma notação matriz como

10
Para os completamente rigorosos, essas condições necessárias Kuhn-Tucker são válidas apenas se a
condição de qualificação constrita se mantiver (veja a Sessão M.K do Apêndice Matemático). Na PMU,
isso é sempre assim. Sempre que usamos as condições necessárias Kuhn-Tucker sem mencionar a
condição de qualificação constrita, esse requisito é cumprido.
Logo, se estamos em um interior ideal (por exemplo, se ), devemos ter

A Figura 3.D.4(a) demonstra as condições de primeira ordem para o caso de um interior


ideal quando L = 2. Condição (3.D.4) nos diz que em um interior ideal, o vetor gradiente da
função utilitária do consumidor deve ser proporcional ao preço do vetor p como é
mostrado na Figura 3.D.4(a). Se , isso é equivalente ao requisito de que para
quaisquer dois bens ℓ e k, temos

A expressão do lado esquerdo de (3.D.5) é a taxa marginal de substituição do bem ℓ pelo


bem k em x*, ; isso nos diz a quantidade do bem k que deve ser dada ao
consumidor para compensá-lo pela redução marginal de uma unidade em seu consumo do
bem ℓ.11 No caso em que L = 2, o declive do conjunto indiferença do consumidor em x* é
precisamente . A condição (3.D.5) nos diz que em um interior ideal, a taxa
marginal de substituição do consumidor entre quaisquer dois bens deve ser igual a suas
proporções preço, a taxa marginal entre eles, como mostrado na Figura 3.D.4(a). Se esse não
fosse o caso, o consumidor poderia fazer melhor ao mudar marginalmente seu consumo. Por
exemplo, se , então um crescimento no consumo do bem
ℓ de , combinado com uma queda no consumo do bem k igual a , seria viável e
produziria uma mudança utilitária de .

Figura 3.D.4(b) demonstra as condições de primeira ordem para o caso L = 2 quando o


pacote ideal do consumidor x* fica na fronteira do conjunto de consumo (temos lá).
Nesse caso, o vetor gradiente não precisa ser proporcional ao vetor preço. Em particular, as
condições de primeira ordem nos dizem que para aqueles ℓ com e
para aqueles ℓ com . Logo, na figura, vemos que
. Em contraste com o caso de um interior ideal, uma desigualdade entre a
taxa marginal de substituição e a proporção preço pode surgir em uma barreira ideal, pois o
consumidor é incapaz de reduzir mais seu consumo do bem 2 (e correspondentemente
aumenta seu consumo do bem 1).

O multiplicador Lagrange em condições de primeira ordem (3.D.2) e (3.D.3) dá o valor


marginal, ou sombra, de relaxamento do entrave na PMU (essa é uma propriedade geral dos
multiplicadores Lagrange; veja a Sessão M.K e M.L do Apêndice Matemático). Portanto, ele
torna o valor utilitário marginal do consumidor igual no ideal. Para ver isso diretamente,

11
Note que se a utilidade não é modificada com as mudanças diferençáveis em e , e
então . Logo, quando cai pela quantidade , o aumento
requerido em para manter a utilidade sem mudanças é precisamente .
considere por simples o caso onde x(p, w) é uma função diferençável e . Pela regra
da cadeia, a mudança na utilidade de um aumento marginal em w é dada por
, onde . Substituindo por
da condição (3.D.4), temos

onde a última igualdade surge porque se mantém para todo w (lei de Walras) e,
portanto . Logo, a mudança marginal na utilidade surgindo de um aumento
marginal em riqueza – a utilidade marginal de riqueza do consumidor – é, precisamente, .12

Vimos que as condições (3.D.2) e (3.D.3) devem necessariamente ser satisfeitas por
qualquer . Quando, por outro lado, a satisfação dessas condições de primeira
ordem por algum pacote x implicam que x é a solução para a PMU? Isso é, quando as
condições de primeira ordem são suficientes para estabelecer que x é a solução? Se u(‘) é um
quase côncavo e monótono e tem para todo , então as condições de primeira
ordem Kuhn-Tucker são, de fato, suficientes (veja Sessão M.K de Apêndice Matemático). E se
u(‘) não for quase côncavo? Nesse caso, se u(‘) é localmente quase côncavo em x*, e se x*
satisfizer as condições de primeira ordem, então x* é um máximo local. Quase concavidade
local pode ser verificada por meios de um teste determinante na fronteira da matriz Hessiana
de u(‘) em x*. (Para mais sobre isso, veja a Sessão M.C e M.D do Apêndice Matemático).

O exemplo 3.D.1 ilustra o uso das condições de primeira ordem derivando o pacote de
consumo ideal do consumidor.

Exemplo 3.D.1: A Função Demanda Derivada da Função Utilitária Cobb-Douglas. Uma função
utilitária Cobb-Douglas para L = 2 é dada por para alguns ek>
0. Está crescendo em todo e é homogênea de grau um. Para nossa análise, se
torna mais fácil usar a transformação engrandecedora , uma função
estritamente côncava, como nossa função utilitária. Com essa escolha, a PMU pode ser
declarada como

[Note que já que u(‘) está aumentando, o orçamento limite vai se manter com uma igualdade
estrita a qualquer solução].

12
Note que se a monotonicidade de u(‘) é fortalecida levemente pelo requerimento de que e
para todo x, então condição (3.D.4) e também implicam em ser estritamente
positivo em qualquer solução da PMU.
Já que , a escolha ideal é estritamente positiva e deve
satisfazer as condições de primeira ordem (escrevemos em níveis de consumo simples como
e para conveniencia notável).

para algum e o entrave orçamentário . Condições (3.D.7) e (3.D.8)


implicam que

ou, usando o orçamento limite,

Por isso (incluindo os argumentos de e novamente)

e (usando o orçamento limite)

Note que com a função utilitária Cobb-Douglas, o consumo em cada commodity é uma
fração constante de riqueza para qualquer vetor preço p [uma parte de vai para a primeira
commodity e a parte de vai para a segunda].

Exercício 3.D.1: Verifique as três propriedades da Preposição 3.D.2 para a função de demanda
Walrasiana gerada pela função utilitária Cobb-Douglas.

Para a análise de respostas de demanda a mudanças em preços e riqueza, também é


bastante útil se a demanda Walrasiana do consumidor for convenientemente contínua e
diferençável. Pelas questões serem, de certa forma, mais técnicas, discutiremos as condições
nas quais cada demanda satisfaz essas propriedades no Apêndice A para esse capítulo. Lá
concluímos que ambas propriedades se mantém sob condições bem gerais. De fato, se
preferências são contínuas, estritamente convexas e não saciadas localmente no conjunto
consumo então x(p, w) (que nesse caso é uma função) é sempre contínuo em todo
.
A Função Utilitária Indireta

Para cada , o valor utilitário da PMU é denotado . É igual a u(x*) para


qualquer . A função v(p, w) é chamada de função utilitária indireta e com
frequência prova ser uma ferramenta analítica útil. Preposição 3.D.3 identifica suas
propriedades básicas.

Preposição 3.D.3: Suponha que u(‘) é uma função utilitária contínua representando uma
relação preferencial não saciada localmente definida no conjunto consumo .A
função utilitária indireta v(p, w) é

(i) Homogênea de grau zero.


(ii) Estritamente crescente em w e não crescente em para todo ℓ.
(iii) Quase convexa; no caso, o conjunto é convexo para
qualquer ,13
(iv) Contínua em p e w.

Prova: Exceto por quase convexidade e continuidade, todas as propriedades seguem


prontamente nossas prévias discussões. Renunciamos a prova de continuidade aqui, mas
note que, quando preferências são estritamente convexas, elas partem do fato que x(p, w)
e u(x) são funções contínuas pois v(p, w) = u(x(p, w)) [relembre que a continuidade de x(p,
w) é estabelecida no Apêndice A desse capítulo].

Para ver que v(p, w) é quase convexo, suponha que e . Para


qualquer , considere então que o par preço-riqueza
.

Figura 3.D.5 – A função utilitária indireta v(p, w) é quase convexa.

Para estabelecer a quase convexidade, queremos mostrar que . Logo,


mostramos que para qualquer x com , devemos ter . Note, primeiro, que
se , então,

13
Note que a propriedade (iii) diz que v(p, w) é quase convexa, não quase côncava. Observe também
que a propriedade (iii) não requere para sua validação que u(‘) seja quase côncavo.
.

Consequentemente, tanto quanto (ou ambos). Se a primeira


desigualdade se mantiver, então e teremos estabelecido o resultado. Se a
segunda desigualdade se mantiver, então e a mesma conclusão ocorre.

A quase convexidade de v(p, w) pode ser verificada graficamente na Figura 3.D.5 para o
caso onde L = 2. Lá, os conjuntos orçamentários para os pares preço-riqueza (p, w) e (p’, w’)
geram o mesmo valor utilitário maximizado . A linha orçamentária correspondente a
é demonstrada como uma linha tracejada na
Figura 3.D.5. Por (p’’, w’’) ser uma combinação convexa de (p, w) e (p’, w’), sua linha
orçamentária se encontra entre as linhas orçamentárias para ambos os pares preço-riqueza.
Como pode ser visto na figura, a utilidade atingível sob (p’’, w’’) não é necessariamente melhor
que .

Note que a função utilitária indireta depende na representação utilitária escolhida. Em


particular, se v(p, w) é a função utilitária indireta quando a função utilitária do consumidor for
u(‘), então a função utilitária indireta correspondente a representação utilitária
é .

Exemplo 3.D.2: Suponha que temos a função utilitária .


Então, substituindo e do Exemplo 3.D.1, para u(x), temos

Exercício 3.D.2: Verifique as quatro propriedades da Preposição 3.D.3 para a função utilitária
indireta derivada no Exemplo 3.D.2.

3.E O Problema de Minimização de Gastos

Nessa sessão, estudamos o seguinte problema de minimização de gastos (PMG) para


e .14

14
Utilidade u(0) é a utilidade do consumo de pacotes de consumo x = (0, 0, ..., 0). A restrição a u > u(0)
exclui apenas situação desinteressantes.
Figura 3.E.1 – O problema de minimização de gastos (PMG)

Enquanto o PMU computa o nível máximo de utilidade que pode ser obtido, dada a riqueza
w, o PMG computa o nível mínimo de riqueza requerido para alcançar o nível utilitário u. O
PMG é o problema “dual” para PMU. Ele captura o mesmo objetivo de uso eficiente do poder
de consumo do consumidor enquanto reverte os papeis de função objetiva e impedimento.15

Nessa sessão, assumimos que u(‘) é uma função utilitária contínua representando uma
relação preferencial não saciada local definida no conjunto de consumo .

A PMG é ilustrada na Figura 3.E.1. O pacote de consumo ideal x* é o pacote menos custoso
que ainda permite o consumidor atingir o nível utilitário u. Geometricamente, é o ponto no
conjunto que se encontra na linha do menor pacote possível associado com
o vetor preço p.

Preposição 3.E.1 descreve a relação formal entre PMG e PMU.

Preposição 3.E.1: Suponha que u(‘) é uma função utilitária contínua representando uma
relação preferencial não saciada localmente definida no conjunto consumo e que
o vetor preço é . Temos

(i) Se x* é ideal no PMU quando a riqueza é w > 0 então x* é ideal no PMG quando o
nível utilitário requerido é u(x*). Além disso, o nível de entrave minimizado é
exatamente w.
(ii) Se x* é ideal no PMG quando o nível utilitário requerido é u > u(0), então x* é ideal
no PMU quando a riqueza é . Além disso, o nível utilitário maximizado nesse
PMU é exatamente u.

15
O termo “dual” é sugestivo propositalmente. Geralmente é aplicado a pares de problemas e conceitos
que são formalmente similares, exceto que o papel de quantidades e preços, e/ou maximizados e
minimizados, e/ou função objetiva ou impedimento, foram revertidos.
Prova: (i) Suponha que x* não é ideal no PMG com o nível utilitário requerido u(x*). Então
existe um x’ tal que e . Através da não saciação local, podemos
achar um x’’ muito próximo a x’ tal que u(x’’) > u(x’) e . Mas isso implica em
e u(x’’) > u(x*), contradizendo a idealidade de x* na PMU. Logo, x* deve ser ideal na
PMG quando o nível utilitário requerido é u(x*), e o nível de despesa minimizado é, portanto,
. Por fim, já que x* resolve a PMU quando riqueza é w, pela lei de Walras temos
.

(ii) Já que u > u(0), devemos ter . Por isso, . Suponha que x* não é ideal na
PMU quando riqueza é . Então, existe um x’ tal que e .
Considere o pacote onde (x’’ é uma versão “baixa-escala” de x’). Através da
continuidade de u(‘), se está perto o bastante de 1, então teremos e
. Mas isso contradiz a idealidade de x* na PMG. Logo, x* deve ser ideal na PMU
quando a riqueza é e o nível utilitário maximizado é, portanto, u(x*). Na Preposição
3.E.3(ii), mostraremos que se x* resolver a PMG quando o nível utilitário requerido é u, então
u(x*) = u.

Enquanto na PMU, quando a solução para a PMG existe sob condições muito gerais.
O conjunto estrito quase não precisa ser não vazio; isso é, u(‘) deve atingir valores pelo menos
tão grandes quanto u para alguns x (veja Exercício 3.E.3). De agora em diante, assumiremos
que isso é assim; por exemplo, essa condição será satisfeita para qualquer u > u(0) se u(‘) é
ilimitado acima.

Agora prosseguiremos ao estudo do vetor consumo ideal e a função valor da PMG.


Consideramos a função valor primeiro.

A Função Despesa

Dado valores e nível utilitário requerido u > u(0), o valor da PMG é denotado e(p, u).
A função e(p, u) é chamada de função despesa. Seu valor para qualquer (p, u) é simplesmente
, onde x* é qualquer solução para a PMG. O resultado na Preposição 3.E.2 descreve as
propriedades básicas da função despesa. É paralela a caracterização da Preposição 3.D.3 as
propriedades da função utilitária indireta para a PMU.

Preposição 3.E.2: Suponha que u(‘) é uma função utilitária contínua representando uma
relação preferencial não saciada localmente definida no conjunto consumo .A
função despesa e(p, u) é

(i) Homogênea de grau um em p.


(ii) Estritamente crescente em u e não decrescente em para qualquer ℓ.
(iii) Côncava em p.
(iv) Contínua em p e u.

Prova: Provamos somente as propriedades (i), (ii) e (iii).


(i) O conjunto restrito da PMG não é modificado quando os preços mudam. Logo, para
qualquer escala , minimizando nesse conjunto leva aos mesmos
pacotes de consumo ideal se for minimizado . Deixando x* ser otimizado em
ambas as circunstâncias, temos .
(ii) Suponha que e(p, u) não fossem estritamente crescentes em u, e deixe x’ e x’’
denotarem pacotes de consumo otimizados para níveis utilitários requeridos u’ e
u’’, respectivamente, onde u’’ > u’ e . Considere o pacote
, onde . Através da continuidade de u(‘), existem uma perto o bastante
de 1 tal que e . Mas isso contradiz x’ sendo ideal na PMG,
com o nível utilitário requerido u’.

Para mostrar que e(p, u) é não decrescente em , suponha que os vetores preço p’’ e
p’ tenham e para todo . Deixe x’’ ser um vetor ideal na PMG para
os preços p’’. Então , onde a última desigualdade segue
da definição de e(p’, u).

Figura 3.E.2 – A concavidade em p da função gasto

(iii) Para concavidade, fixe um nível utilitário requerido , e deixe


para . Suponha que x’’ é um pacote ideal na PMG quando os preços são
p’’. Se for assim,

onde a última desigualdade segue pois e a definição da função despesa implica


em e .

A concavidade de em p para dado , que é uma propriedade muito importante, é,


na verdade, bastante intuitiva. Suponha que temos inicialmente preços e que é um vetor
de consumo ideal nesses preços na PMG. Se preços mudam, mas não deixamos o consumidor
mudar seus níveis de consumo de , então a despesa resultante será , que é uma
expressão linear em p. Mas quando o consumidor pode ajustar seu consumo, como na PMG,
seu nível minimizado de gastos pode não ser maior que essa quantidade. Consequentemente,
como ilustrado na Figura 3.E.2(a), onde deixamos fixado e variamos , o gráfico de
ficou abaixo do gráfico de função linear para todo e o toca em . Isso se
resume a concavidade, pois uma relação similar a da função linear deve permanecer a cada
ponto do gráfico de ; veja a Figura 3.E.2(b).

Preposição 3.E.1 nos permite fazer uma conexão importante entre a função gasto e a
função utilitária indireta desenvolvida na Sessão 3.D. Em particular, para qualquer ,w>
0 e u > u(0) temos

e .

Essas condições implicam que um vetor preço fixo e são inversos um ao


outro (veja Exercício 3.E.8). De fato, no Exercício 3.E.9, é pedido que você demonstre que
usando as relações em (3.E.1), a Preposição 3.E.2 pode ser derivada diretamente da
Preposição 3.D.3 e vice versa. Isso é, há uma correspondência direta entre as propriedades da
função fatos e da função utilitária indireta. Ambas capturam as mesmas características
sobrepostas do problema de escolha do consumidor.

A Função Demanda Hicksiana (ou Compensada)

O conjunto de vetores commodity ideal na PMG é denotado e é conhecida


como Hickisiana, ou compensada, demanda correspondente, ou função se tiver valor único. (A
razão para o termo “demanda compensada” será explicada abaixo). Figura 3.E.3 ilustra o
conjunto solução h(p, u) para dois vetores preço diferentes p e p’.

Figura 3.E.3 – A função demanda Hicksiana (ou compensada).

Três propriedades básicas da demanda Hickisiana são dadas na Preposição 3.E.3, a qual é
paralela a Preposição 3.D.2 para demanda Walrasiana.

Preposição 3.E.3: Suponha que u(‘) é uma função utilitária contínua representando uma
relação preferencial não saciada localmente definida no conjunto consumo .
Então para qualquer , a demanda correspondente Hicksiana h(p, u) possui as
seguintes propriedades:

(i) Homogeneidade de grau zero em p: para qualquer p, u e .


(ii) Utilidade não excessiva: Para qualquer , u(x) = u.
(iii) Convexidade/Singularidade: Se é convexo, então h(p, u) é um conjunto
convexo; e se é estritamente convexo, para que u(‘) seja estritamente quase
côncavo, então há um elemento singular em h(p, u).

Prova: (i) Homogeneidade de grau zero em p segue, pois o vetor ideal quando
minimizado o tópico por é o mesmo que minimizar o tópico por
esse mesmo entrave, para qualquer escala .

(ii) Essa propriedade segue da continuidade de u(‘). Suponha que há tal que
u(x) > u. Considere o pacote , onde . Através da continuidade, para
perto o bastante de 1, e , contradizendo x sendo ideal na PMG com
o nível utilitário requerido u.

(iii) A prova da propriedade (iii) é paralela a da propriedade (iii) da Preposição 3.D.2 e é


deixada com um exercício (Exercício 3.E.4).

Como na PMU, quando u(‘) é diferençável, o pacote de consumo ideal na PMG pode ser
caracterizado usando condições de primeira ordem. Como seria de se esperar dada a
Preposição 3.E.1, essas condições de primeira ordem se parecem bastante com as da PMU.
Exercício 3.E.1 lhe pede que explore essa relação.

Exercício 3.E.1: Assuma que u(‘) é diferençável. Mostre que condições de primeira ordem para
a PMG são

para algum . Compare isso com as condições de primeira ordem da PMG.


Figura 3.E.4 – Compensação riqueza Hicksiana.

Não discutiremos as propriedades de continuidade e diferenciabilidade da demanda


correspondente Hicksiana. Com mínimas qualificações, elas são as mesmas para a demanda
correspondente Walrasiana, as quais discutimos em detalhes no Apêndice A.

Usando a Preposição 3.E.1, podemos relacionar as demandas correspondentes Hicksiana e


Walrasiana a seguir:

A primeira dessas relações explica o uso do termo demanda correspondente compensada


para descrever h(p, u): Enquanto os preços variam, h(p, u) dá precisamente o nível de
demanda que iria surgir se a riqueza do consumidor fosse simultaneamente ajustada para
manter seu nível utilitário em u. Esse tipo de compensação riqueza, que é ilustrada na Figura
3.E.4, é conhecida como compensação riqueza Hicksiana. Na Figura 3.E.4, a situação inicial do
consumidor é o par preço-riqueza (p, w), e os preços então mudam para p’, onde e
. A compensação riqueza Hicksiana é a quantidade . Logo, a
função demanda h(p, u) mantém o nível utilitário de consumidor fixado enquanto os preços
mudam, em contraste com a função demanda Walrasiana, que mantém o dinheiro riqueza
fixado, mas permite a variação da utilidade.

Com as funções valor da PMG e PMU, as relações em (3.E.4) nos permitem desenvolver
uma ligação próxima entre as propriedades da demanda correspondência Hicksiana h(p, u) e
da demanda correspondência Walrasiana x(p, w). Em particular, no Exercício 3.E.10, lhe é
pedido para usar as relações em (3.E.4) para derivar as propriedades de cada correspondência
como uma consequência indireta das propriedades da outra.

Demanda Hicksiana e a Lei Compensada de Demanda

Uma propriedade importante da demanda Hicksiana é a de que ela satisfaz a lei


compensada de demanda: Demanda e preço se movem em direções opostas para mudanças
de preço que são acompanhadas pela riqueza compensada Hickisiana. Na Preposição 3.E.4,
provamos esse fato com o caso da demanda Hickisiana de valor único.

Preposição 3.E.4: Suponha que u(‘) é uma função utilitária contínua representando uma
relação preferencial não saciada localmente e que h(p, u) consiste de um único elemento
para todo . Então, a função demanda Hicksiana h(p, u) satisfaz a lei compensada de
demanda: Para todo p’ e p’’
Prova: Para qualquer , pacote consumo h(p, u) é ideal na PMG e então, ele atinge
despesa menor em preços p do que qualquer outro pacote que oferece um nível utilitário de
pelo menos u. Consequentemente, temos

Subtraindo essas duas desigualdades se produzem os resultados.

Uma implicação imediata da Preposição 3.E.4 é que para demanda compensada, efeitos de
próprio-preço16 são não positivos. Em particular, se apenas mudar, Preposição 3.E.4 implica
em . A afirmação comparável é não verdadeira para
demanda Walrasiana. Demanda Walrasiana não precisa satisfazer a lei de demanda. Por
exemplo, a demanda pelo bem pode decair quando seu preço cai. Veja Sessão 2.E para uma
discussão de bens Giffen e Figura 2.F.5 (junto com a discussão dessa figura na Sessão 2.F) para
um exemplo diagramático.

Exemplo 3.E.1: Demanda Hicksiana e Funções Despesa para as Funções Utilitárias Cobb-
Douglas. Suponha que o consumidor tem uma função utilitária Cobb-Douglas sobre os dois
bens dados no Exemplo 3.D.1. Isso é, . Ao derivar as condições de primeira
ordem da PMG (veja Exercício 3.E.1) e substituindo do entrave ,
obtemos as funções demanda Hicksianas

Calculando produzimos

Exercício 3.E.2: Verifique as propriedades listadas nas Preposições 3.E.2 e 3.E.3 para a
demanda Hicksiana e as funções gastos da função utilitária Cobb-Douglas.

16
Own-price effects no original
Aqui e na sessão anterior, derivamos várias propriedades básicas das funções demanda
Hicksiana e Walrasiana, a função utilitária indireta, e a função despesa. Investigamos mais
profundamente esses conceitos na Sessão 3.G. Primeiro, no entanto, na Sessão 3.F, que é
opcional, oferecemos uma discussão introdutória as matemáticas sobrepondo a teoria de
dualidade. O material coberto na Sessão 3.F dá uma melhor entendimento das conexões
essenciais entre PMU e a PMG. Enfatizamos, porém, que essa sessão não é um pré requisito
para o estudo das sessões restantes desse capítulo.

3.F Dualidade: Uma Introdução Matemática

Essa sessão constitui em um desvio matemático. Ela foca em alguns aspectos da teoria de
conjuntos convexos e funções.

Relembre que o conjunto é convexo se sempre que e


. Note que a intersessão dos dois conjuntos convexos é um conjunto convexo.

Figura 3.F.1 – Um meio espaço e um hiper plano


Figura 3.F.2 – Um conjunto fechado é convexo se e somente se ele se iguala a intersecção do
meio espaço que o contém.
(a) Convexo K
(b) Não convexo K

Um meio-espaço é um conjunto da forma para alguns ,


chamados de vetor normal para o meio-espaço e alguns . Seu limite é
chamado de hiperplano. O termo normal vem do fato de que sempre que ,
temos e então p é ortogonal (no caso, perpendicular, ou normal). Ao
hiperplano (veja Figura 3.F.1). Note que ambos os meio-espaço e hiperplanos são conjuntos
convexos.

Suponha agora que é um conjunto convexo que também está fechado (no caso,
ele inclui seus pontos limites) e considera qualquer ponto fora desse conjunto. Um
teorema fundamental da teoria de convexidade, o teorema separando hiperplano, nos diz que
há um meio-espaço contendo K e excluindo (veja a Sessão M.G do Apêndice Matemático).
Isso é, há um e um tal que para todo . A ideia básica por
trás da teoria de dualidade é o fato que um conjunto convexo fechado pode ser
equivalentemente (“dualmente”) descrito como uma intersessão do meio-espaço que o
contém; isso é ilustrado na Figura 3.F.2(a). Por qualquer ser excluído por algum meio-
espaço que contem K, enquanto desenhamos tais meio-espaços para mais e mais pontos
, as intersessões deles (a área sombreada na figura) se tornam iguais a K.

Falando de forma mais geral, se o conjunto K não é convexo, a intersessão dos meio-
espaços que contém K é o conjunto convexo fechado menor, conhecido como casco convexo,
fechado17 de K. Figura 3.F.2(b) ilustra o caso onde o conjunto K é não convexo; na figura, o
casco convexo fechado de K é .

Dado qualquer conjunto fechado (mas não necessariamente convexo) e o vetor


, podemos definir a função suporte de K.

Definição 3.F.1: Para qualquer conjunto fechado não vazio , a função suporte de K é
definida por qualquer para ser

O ínfimo de um conjunto de números, como usado na Definição 3.F.1, é uma versão


generalizada do mínimo valor do conjunto. Em particular, ele permite uma situação na qual
nenhum mínimo existe, pois, apesar de pontos no conjunto poderem ser encontrados indo
arbitrariamente próximos a algum valor limite menor, nenhum ponto no conjunto realmente
atinge esse valor. Por exemplo, considere uma função positiva estrita que aborda zero
assintoticamente enquanto x engrandece. O mínimo dessa função não existe, mas seu infinito
é zero. A formulação também permite tomar o valor quando pontos em K podem
ser encontrados que façam o valor de sem limites negativos.

Quando K é convexo, a função fornece uma descrição alternativa (“dual”) de K, pois


podemos reconstruir K do conhecimento de . Em particular, pois cada p,
é um meio-espaço que contém K. Além disso, como discutimos acima,
se , então para algum p. Logo, a intersessão dos meio-espaços gerado por
todos os valores possíveis de p é precisamente K; no caso,

17
Closed, convex hull no original
Pela mesma lógica, se K não é convexo, então para cada é o
menor conjunto convexo fechado contendo K.

A função A é homogênea de grau um. Mais interessante, é côncava. Para ver isso, considere
A para A. Para tornar as coisas mais simples, suponha que o ínfimo é um fato obtido, para que
haja A. Então, porque

IMAGEM

concluímos que A é côncavo.

A concavidade de pode também ser vista geometricamente. Figura 3.F.3 ilustra o


valor da função para várias escolhas de , como uma função de
(com fixado em ). Para cada x, a função é uma função linear de . Também
mostrado na figura está . Para cada nível de é igual ao valor mínimo
(tecnicamente, o ínfimo) das várias funções lineares em ; no caso,
. Por exemplo, quando ,
para todo . Como pode ser visto na figura,
é, portanto, o “envelope menor” das funções . Como o ínfimo da família de funções
lineares, é côncavo.

Figura 3.F.3 – A função suporte é côncava.

Preposição 3.F.1, o teorema dualidade, dá o resultado central da teoria matemárica. Seu


uso é universal em economia.

Preposição 3.F.1: (O Teorema Dualidade). Deixe K ser um conjunto fechado não vazio e deixe
ser sua função suporte. Então há uma única tal que se e somente
se é diferençável em . Além disso, nesse caso,

.
Não daremos uma prova completa do teorema. Sua conclusão mais importante é que se o
vetor minimizante para o vetor é único, então o gradiente da função suporte em é
igual a . Para entender esse resultado, considere a função linear . Por definição
de , sabemos que . Além disso, os derivados de em satisfazem
. Portanto, o teorema dualidade nos diz que no que concernem os primeiros
derivados de , é como se fosse linear em p; no caso, os primeiros derivados de
em são exatamente os mesmos dos da função .

A lógica por trás desse fato é relativamente direta. Suponha que é diferençável em
e considere a função , onde e . Por definição de
para todo p. Também sabemos que .
Então a função alcança o mínimo em . Como resultado, suas parciais derivadas em
devem todas ser zero. Isso implica no resultado: . 18

Relembrando nossa discussão do PMG na Sessão 3.E, vemos que a função gasto é
precisamente a função suporte do conjunto . Da nossa discussão da função
suporte, muitas das propriedades dessa função gasto previamente derivadas na Preposição
3.E.2, como a homogeneidade de grau zero e a concavidade, imediatamente seguem. Na
Sessão 3.G, estudamos as implicações do teorema dualidade para a teoria de demanda.

Para maior discussão da teoria dualidade e suas aplicações, veja Green e Heller (1981) e,
para um tratamento avançado, Diewert (1982). Para uma aplicação inicial de dualidade a
teoria do consumidor, veja McKenzie (1956-57).

A primeira parte do teorema dualidade diz que é diferençável em se e somente se


o vetor minimizador em for único. Se K não é estritamente convexo, então em algum ,o
vetor minimizador não será único e, portanto, vai exibir uma dobra em . Mesmo assim,
de uma forma que possa ser precisa por meios de conceito das derivadas direcionais, o
gradiente que nesse ainda é igual ao conjunto minimizador, que nesse caso é multi
valorado.

Isso é ilustrado na Figura 3.F.4 para L = 2. No painel (a) da Figura 3.F.4, um conjunto
convexo estrito K é ilustrado. Para todo p, seu vetor minimizador é único. Em ,é
. Painel (b) da Figura 3.F.4 gera um gráfico como uma função de . Como
pode ser visto, a função é côncava e diferençável em , com um declive 1 (o valor de ) em
.

18
Porque ser para qualquer minimizador em , ou é único ou se ele não é único,
então pode não ser diferençável em . Logo, é diferençável em apenas se há um único
minimizador em .
No painel (a) da Figura 3.F.5, um conjunto convexo, mas não estritamente convexo, K é
ilustrado. Em , o segmento inteiro [x’, x’’] é o conjunto minimizador. Se então
x’ é o vetor minimizador e a função valor do suporte é , enquanto se , então
x’’ é ideal e a função valor do suporte é . Painel (b) da Figura 3.F.5 gera um gráfico
como uma função de . Para , seu declive é igual a 2/4, o valor de . Para
, seu declive é 1/4, o valor de . Há uma dobre na função em , o vetor preço
que tem múltiplos vetores minimizadores, com sua derivativa esquerda relacionada a , igual
a 7/4 e sua derivativa direita igual a ¼. Logo, o alcance dessas derivativas direcionais em
é igual ao alcance de nos vetores minimizadores, nesse ponto.

Figura 3.F.4 – O teorema dualidade com um vetor minimizador único em .


(a) O vetor mínimo.
(b) A função suporte.
Figura 3.F.5 – O teorema dualidade com um conjunto minimizador multi valorado em .
(a) O conjunto mínimo.
(b) A função suporte.

3.G Relação entre Demanda, Utilidade Indireta e Funções de Gastos

Agora continuamos nossa exploração dos resultados tirados da PMU e da PMG. A


investigação nessa sessão se preocupa com três relações: a entre a função demanda Hicksiana
e a função gastos, a entre as funções demanda Hicksiana e Walrasiana e a entre a função
demanda Walrasiana e a função utilitária indireta.
Como antes, assumimos que u(‘) é uma função utilitária contínua representando
preferências não saciadas localmente (definida no conjunto consumo ), e
limitamos a atenção aos casos onde . Além disso, para manter as coisas simples,
assumimos pela sessão que é estritamente convexo, para que as demandas Walrasiana e
Hicksiana, x(p, w) e h(p, u) sejam valoradas singulares.19

Demanda Hicksiana e a Função Gastos

Do conhecimento sobre a função demanda Hicksiana, a função gastos pode ser calculada
prontamente como . O resultado importante mostrado na Preposição 3.G.1
estabelece uma ligação mais significante entre os dois conceitos que se movem em direções
opostas.

Preposição 3.G.1: Suponha que u(‘) é uma função utilitária contínua representando uma
relação preferencial convexa estrita e não saciada localmente definida no conjunto
consumo . Para todo p e u, a demanda Hicksiana h(p, u) é o vator derivativo da função
gastos com relação aos preços:

Isso é, para todo .

Logo, dado a função gasto, podemos calcular a função demanda Hicksiana do consumidor
simplesmente ao diferenciá-la.

Fornecemos três provas desse resultado importante.

Prova 1: (Argumento Teorema Dualidade). O resultado é uma consequência imediata do


teorema dualidade (Preposição 3.F.1). Já que a função gasto é precisamente a função suporte
para o conjunto , e já que o vetor idealizador, associado com essa
função suporte é h(p, u), Preposição 3.F.1 implica em . Note que (3.G.1) nos
ajuda a entender o uso do termo “dual” nesse contexto. Em particular, igual a função utilitária
das derivativas u(‘) com relação as quantidades, que tem uma interpretação de preço (já vimos
na Sessão 3.D que em um ideal, eles são iguais a preços multiplicados por um fator constante
de proporcionalidade), (3.G.1) nos diz que as derivativas da função gastos , com relação
aos preços, tem uma interpretação quantitativa (eles são iguais as demandas Hicksianas).

Prova 2: (Argumento Condições de Primeira Ordem). Para esse argumento, focamos por
simplicidade no caso onde , e assumimos que h(p, u) é diferençável em (p, u).

Usando a regra da cadeia, a mudança em gasto pode ser escrita como

19
De fato, todos os resultados dessa sessão são resultados locais que se mantém em quaisquer vetores
preço com a propriedade de que para todo p perto de , o vetor consumo ideal na PMU ou PMG
com vetor preço p é único.
.

Substituindo de condições de primeira ordem para uma solução interior para PMG,
, produz

Mas desde que o entrave se mantenha para todo p na PMG, sabemos que
e então temos o resultado.

Prova 3: (Argumento Teorema Envelope). Sob as mesmas suposições simplificadoras usadas


na Prova 2, podemos recorrer diretamente ao teorema envelope. Considere a função valor
do problema minimizador restringido

Se é a solução (diferençável) para esse problema como a função de parâmetros


, então o teorema envelope nos diz que em qualquer
temos

para m = 1, ..., M, ou em uma notação matriz

Veja a Sessão M.L do Apêndice Matemático para uma maior discussão desse resultado.20

Por os preços serem parâmetros na PMG, que entram apenas a função objetivo ,a
mudança na função valor da PMG com relação a mudança de preços em , é só o
vetor das derivativas parciais com relação a p da função objetivo avaliada no vetor ideal,
. Logo .

A ideia por trás das três provas é a mesma: Se estivermos em um ideal na PMG, as
mudanças em demanda causadas pelas mudanças de preço não tem nenhum efeito de
primeira ordem nos gastos do consumidor. Isso pode ser visto mais claramente na Prova 2;
condição (3.G.2) usa a regra da cadeia para quebrar o efeito total da mudança de preço em
dois efeitos: um efeito direto no gasto da mudança em preços mantendo uma demanda fixa (o
primeiro termo) e um efeito indireto no gasto causado por uma mudança induzida na

20
Prova 2 é essencialmente a prova do teorema envelope para o caso especial em que os parâmetros
sendo mudados (nesse caso, preços) afetam a função objetivo do problema.
demanda mantendo os preços fixos (o segundo termo). No entanto, por estarmos em um
pacote minimizador de gastos, as condições de primeira ordem para a PMG implicam nesse
último efeito em zero.

A Preposição 3.G.2 resume várias propriedades das derivativas preços da função demanda
Hicksiana que são implicadas pela Preposição 3.G.1 [propriedades (i) e (iii)]. Ela
também registra um fato adicional sobre essas derivativas [propriedade (iv)].

Preposição 3.G.2: Suponha que u(‘) é uma função utilitária contínua representando uma
relação preferencial estritamente convexa não saciada localmente definida no conjunto
consumo . Suponha também que é uma diferençável contínua em (p, u) e
denote sua matriz derivativa L x L por . Então

(i) .
(ii) é uma matriz semi definida negativa
(iii) é uma matriz simétrica
(iv)

Prova: Propriedade (i) parte imediatamente da Preposição 3.G.1 por definição.


Propriedades (ii) e (iii) partem da propriedade (i) e do fato que já que e(p, u) é uma função
côncava diferençável duas vezes contínua, ela tem uma matriz simétrica e semi definida
negativa Hessian (isso é, segunda derivativa) (veja Sessão M.C do Apêndice Matemático).
Finalmente, para propriedade (iv), note que por h(p, u) ser homogêneo de grau zero em p,
para todo ; diferenciando essa expressão com relação a produz
. [Note que por h(p, u) ser homogêneo de grau zero, também
parte diretamente da formula de Euler; veja Sessão M.B do Apêndice Matemático].

A semidefinição negativa de é uma diferençável análoga a lei compensada de


demanda, condição (3.E.5). Em particular, a versão diferencial de (3.E.5) é . Já
que , substituindo da para todo dp; portanto,
é uma semidefinida negativa. Note que semidefinição negativa implica em
para todo ℓ; isso é, efeitos preço único compensados são não positivos, uma
conclusão que também derivamos diretamente da condição (3.E.5).

A simetria de é uma propriedade inesperada. Isso implica em preços


compensadores derivados cruzados entre quaisquer dois bens ℓ e k deve satisfazer
. Simetria não é fácil de interpretar em termos econômicos
simples. Como enfatizado por Samuelson (1947), é uma propriedade apenas além do que
alguém iria derivar sem a ajuda de matemática. Uma vez que sabemos que
, a propriedade simétrica reflete o fato de que os derivados cruzados de
uma função (diferençável duas vezes contínua) são iguais. Em termos intuitivos, isso diz que
quando você escala uma montanha, você vai cobrir a mesma altura virtual independente da
rota.21 Como discutimos nas Sessões 13.H e 13.J, essa característica de caminho independente
é bastante ligadas a transitividade, ou “não ciclo”, aspecto de preferências racionais.

Definimos dois bens ℓ e k para serem substitutos em (p, u) se e


complementos se essa derivativa for não positiva [quando demandas Walrasianas tem essas
relações em (p, w), os bens são referidos como substitutos grossos e complementos grossos
em (p, w), respectivamente]. Porque , propriedade (iv) da Preposição 3.G.2
implica que deve haver um bem k para que . Por isso, A Preposição 3.G.2
implica que cada bem tem pelo menos um substituto.

As Funções Demanda Hicksiana e Walrasiana

Apesar da função demanda Hicksiana não ser diretamente observável (tem o nível utilitário
do consumidor como um argumento), agora mostramos que pode mesmo assim ser
computado da função demanda Walrasiana observável x(p, w) (seus argumentos são todos
observáveis a princípio). Esse resultado importante, conhecido como equação Slutsky, significa
que as propriedades listadas na Preposição 3.G.2 traduzem em restrições na função demanda
Walrasiana observável x(p, w).

Preposição 3.G.3: (A Equação Slutsky) Suponha que u(‘) é uma função utilitária contínua
representando uma relação preferencial estritamente convexa e não saciada localmente
definida no conjunto consumo . Então para todo (p, w), e u = v(p, w) nós temos

para todo ℓ, k (3.G.3)

ou equivalentemente, na noção matriz,

21
Para ver porque isso é assim, considere uma função diferençável duas vezes contínua .
Podemos expressar a mudança nesse valor função de (x’, y’) para (x’’, y’’) enquanto o somatório
(tecnicamente, a integral) de dois caminhos diferentes da mudança gradual:
e
.
Para esses dois serem iguais (como devem ser), devemos ter

Ou

.
Então igualdade de derivativas cruzadas implica que para esses dois caminhos diferentes de “escalar a
função” produz o mesmo resultado. Igualmente, se as parciais cruzadas não fossem iguais a (x’’, y’’),
então para (x’, y’) perto o bastante de (x’’, y’’), a última igualdade seria violada.
Prova: Considere um consumidor encarando um par preço-riqueza e atingindo nível
utilitário . Note que seu nível riqueza deve satisfazer . Da condição (3.E.4),
sabemos que para todo . Diferenciando essa expressão com
relação a e a avaliando em , temos

Usando Preposição 3.G.1, isso produz

Finalmente, já que e , temos

A Figura 3.G.1(a) demonstra as curvas da demanda Walrasiana e Hicksiana para o bem ℓ


como uma função de , mantendo outros preços fixos em [usamos para denotar
um vetor incluindo todos os preços além de e abusamos notação ao escrevermos o preço
vetor como ]. A figura mostra a função demanda Walrasiana e a função
demanda Hicksiana com o nível utilitário requerido . Note que as
duas funções demanda são iguais quando . A equação Slutsky descreve a relação entre
os declives dessas duas funções no preço . Na Figura 3.G.1(a),o declive da curva da
demanda Walrasiana em é menos negativo que o declive da curva da demanda Hicksiana
naquele preço. Da inspeção da equação Slutsky, isso corresponde a uma situação onde bem ℓ
é um bem normal em . Quando aumenta sobre , devemos aumentar a riqueza do
consumidor se formos mantê-la no mesmo nível utilitário. Portanto, se bem ℓ é normal, sua
demanda cai por mais na falta dessa compensação. Figura 3.G.1(b) ilustra o caso em que bem
ℓ é um bem inferior. Nesse caso, a curva da demanda Walrasiana tem um declive mais
negativo que a curva Hicksiana.
Figura 3.G.1 – As funções demanda Walrasiana e Hicksiana para o bem ℓ.
(a) Bem normal.
(b) Bem inferior.

Preposição 3.G.3 implica que a matriz das derivadas preço da função demanda
Hicksiana é igual a matriz

com . Essa matriz é conhecida como


matriz substituição Slutsky. Note, em particular, que S(p, w) é computado diretamente do
conhecimento da função demanda Walrasiana (observável) x(p, w). Porque
, Preposição 3.G.2 implica em que quando a demanda é gerada da
maximização de preferência, S(p, w) deve possuir as três propriedades seguintes: deve ser
semi definida negativa, simétrica e satisfazer S(p, w)p = 0.

Na Sessão 2.F, a matriz substituição Slutsky S(p, w) foi mostrada como sendo uma matriz de
demanda compensada derivada surgindo da forma diferente da compensação riqueza, a tão
conhecida compensação riqueza Slutsky. Ao invés de variar riqueza para manter utilidade
fixada, como fazemos aqui, a compensação Slutsky ajusta riqueza para que o pacote consumo
inicial seja apenas acessível a novos preços. Desse modo, temos a conclusão marcante de
que a derivada da função demanda Hicksiana é igual a derivada dessa demanda compensada
Slutsky alternativa.

Podemos entender esse resultado a seguir: Suponha que temos uma função utilitária u(‘) e
estamos na posição inicial com e . Ao mudarmos preços para p’,
queremos mudar riqueza para compensar o efeito riqueza surgindo dessa mudança de preço.
A princípio, a compensação pode ser feita de duas formas. Ao mudar riqueza pela quantidade
, deixamos o consumidor capaz apenas de gastar com seu pacote
inicial . Outra alternativa, podemos mudar a riqueza pela quantidade
para manter seu nível utilitário sem mudanças. Temos e a desigualdade
será, em geral, estrita para qualquer mudança discreta (veja Figura 3.G.2). Mas porque
, essas duas compensações são idênticas para uma mudança
diferencial de preços, o efeito total nos gastos requeridos para atingir um nível utilitário (o
nível compensatório Hicksiano) é simplesmente o efeito direto da mudança de preço,
assumindo que o pacote consumo não muda. Mas isso é precisamente o cálculo feito para a
compensação Slutsky. Por isso, as derivadas das funções demanda compensadas que surgem
desses dois mecanismos compensatórios são as mesmas.

Figura 3.G.2 – Compensação riqueza Hicksiana versus Slutsky.

O fato de que nos permite comparar as implicações da abordagem


baseada em preferência a demanda do consumidor com aquelas derivadas na Sessão 2.F
usando uma abordagem baseada em escolha construídas no axioma fraco. Nossa discussão na
Sessão 2.F concluiu que se x(p, w) satisfaz o axioma fraco (além de homogeneidade de grau
zero e lei de Walras), então S(p, w) é semi definida negativa com S(p, w)p = 0. Além disso,
discutimos que, exceto quando L = 2, a demanda satisfazendo o axioma fraco não precisa ter
uma matriz substituição Slustsky simétrica. Portanto, os resultados aqui nos dizer que as
restrições impostas na demanda na abordagem baseada em preferência são mais fortes que
aquelas surgindo na teoria baseada em escolha, construída no axioma fraco. De fato, é
impossível encontrar preferências que racionalizam demanda quando a matriz substituição
não é simétrica. Na Sessão 3.I, exploramos mais o papel que essa propriedade simétrica realiza
na relação entre as abordagens baseadas em preferência e escolha na demanda.

Demanda Walrasiana e a Função Utilitária Indireta

Nós vimos que o vetor minimizador da PMG, h(p, u), é o derivado com relação a p da
função valor PMG e(p, u). A afirmação análoga exata para a PMU não se mantém. A demanda
Walrasiana, um conceito ordinal, não pode se igualar a derivada preço da função utilitária
indireta, que não é invariável para aumentar transformações de utilidade. Mas com uma
correção pequena na qual normalizamos as derivadas de x(p, w) com relação a p, usando
utilidade marginal da riqueza, se mantém verdadeira. Essa preposição, chamada identidade de
Roy (por Renpe Roy), é o resultado paralelo a Preposição 3.G.1 para as funções demanda e
valor da PMU. Na Preposição 3.G.1 fornecemos várias provas.

Preposição 3.G.4: (Identidade de Roy). Suponha que u(‘) é uma função utilitária contínua
representando uma relação preferencial estritamente convexa e não saciada localmente
definida no conjunto consumo . Suponha também que a função utilitária contínua é
diferençável em . Então

Isso é, para cada :

Prova 1: Tendo . Porque a identidade se mantém para todo p,


diferençável com relação a p e avaliando em produz

Mas pela Preposição 3.G.1 e então podemos substituir e ter

Rearranjando, isso produz o resultado.

Prova 1 da identidade de Roy deriva o resultado usando a Preposição 3.G.1. Provas 2 e 3


realçam o fato de que ambos os resultados, na verdade, seguem a mesma ideia: Porque
estamos em um ideal, a resposta da demanda a uma mudança de preço pode ser ignorada ao
calcular o efeito de uma mudança de preço diferençável na função valor. Dessa forma, a
identidade de Roy e a Preposição 3.G.1 deve ser vista como um resultado paralelo para a PMU
e a PMG. (De fato, Exercício 3.G.1 lhe pede para derivar a Preposição 3.G.1 como uma
consequência da identidade de Roy, desse modo mostrando que a direção do argumento na
Prova 1 pode ser revertida).

Prova 2: (Argumento de Condições de Primeira Ordem). Assuma que x(p, w) é diferençável e


. Pela regra cadeia, podemos escrever
Substituindo por usando as condições de primeira ordem para a PMU,
temos

já que (Preposição 2.E.2). Por fim, já discutimos que


(veja Sessão 3.D); o uso desse fato produz o resultado.

A Prova 2 é, novamente, essencialmente uma prova do teorema envelope, dessa vez para o
caso em que o parâmetro que varia entre somente no impedimento. O próximo resultado usa
o teorema envelope diretamente.

Prova 3: (Argumento Teorema Envelope). Aplicado a PMU, o teorema envelope nos diz
diretamente que o efeito utilitário de uma mudança marginal em A é igual ao seu efeito no
pacote impedimento do consumidor pesado pelo multiplicador Lagrange A do impedimento
riqueza do consumidor. No caso, . De forma similar, o efeito
utilitário de uma mudança diferençável em riqueza é apenas . Combinando
esses dois fatos, produz-se o resultado.

A preposição 3.G.4 fornece um lucro substancial. A demanda Walrasiana é muito mais fácil
de computar de uma utilidade direta do que de uma indireta. Pare derivar x(p, w) da função
utilitária indireta, não mais do que o cálculo de derivadas está envolvido: nenhum sistema de
equação de condições de primeira ordem precisa ser resolvido. Assim, pode ser com
frequência mais conveniente expressar gostos na forma de utilidade indireta. No Capítulo 4,
por exemplo, estaremos interessados em preferências com a propriedade que caminhos de
expansão de riqueza são lineares sobre algumas variações de riqueza. É simples verificar
usando a identidade de Roy que utilidades indiretas da forma Gorman
tem essa propriedade (veja Exercício 3.G.11).

Figura 3.G.3 – Relação entre a PMU e a PMG.

A PMU <- PROBLEMAS “DUAIS” -> A PMG


A Figura 3.G.3 resume a conexão entre as funções demanda e valor surgindo da PMU e da
PMG; uma figura similar aparece em Deaton e Muellbauer (1980). As setas sólidas indicam as
derivações discutidas nas Sessões 3.D e 3.E. Começando por uma função utilitária dada na
PMU ou na PMG, podemos derivar os pacotes de consumo ideais x(p, w) e h(p, u) e as funções
valores v(p, w) e e(p, u). Além disso, podemos ir e voltar entre as funções valor e demanda dos
dois problemas usando relações (3.E.1) e (3.E.4).

A relação desenvolvida nessa sessão é representada na Figura 3.G.3 por setas tracejadas.
Vimos aqui que o vetor demanda para cada problema pode ser calculado a partir da sua
função valor e que as derivadas da função demanda Hicksiana podem ser calculadas a partir da
demanda Walrasiana observável usando equação de Slutsky.

3.H Integrabilidade

Se uma função demanda diferençável contínua x(p, w) é gerada por preferências racionais,
então temos uma matriz substituição s(p, w) que é simétrica e semi definida negativa (s.m.n)
em todo (p, w). Agora colocamos a pergunta reversa: Se observamos uma função demanda
x(p, w) que tem essas propriedades, podemos achar preferências que racionalizam x(‘)? Como
mostramos nessa sessão (embora, de certa forma, sem rigor) a resposta é sim: essas condições
são suficientes para essa existência de racionais gerando preferências. Esse problema,
conhecido como o problema de integrabilidade, tem uma longa tradição na teoria econômica,
começando com Antonelli (1886); seguimos a abordagem de Hurwicz e Uzawa (1971).

Existem diversas reações teóricas e práticas de porquê essa questão e resultado são
interessantes.

Em um nível teórico, o resultado nos diz duas coisas. Primeiro, nos diz que, não só as
propriedades de homogeneidade de grau zero, satisfação da lei de Walras e uma matriz
substituição semi definida negativa e simétrica, consequências necessárias da teoria demanda
baseada em preferências, mas essas são também todas as suas consequências. Contanto que a
demanda do consumidor satisfaça essas propriedades, há algumas relações preferenciais
racionais que poderiam ter gerado essa demanda.

Segundo, o resultado completa nosso estudo da relação entre a teoria de demanda


baseada em preferência e a baseada em escolha construída no axioma fraco. Já vimos, na
Sessão 2.F, que apesar de uma relação preferencial racional sempre gerar demanda possuindo
uma matriz substituição simétrica, o axioma fraco não precisa fazer isso. Por isso, já sabemos
que quando S(p, w) não é simétrico, a demanda satisfazendo o axioma fraco não pode ser
racionalizado por preferências. O resultado estudado aqui comprime essa relação ao mostrar
que a demanda satisfazendo o axioma fraco (mais a homogeneidade de grau zero e a lei de
Walras) podem ser racionalizadas por preferências se e somente se tiver uma matriz
substituição simétrica S(p, w). Por isso, a única coisa adicionada as propriedades de demanda
pela hipótese de preferência racional, além do que é implicado pelo axioma fraco,
homogeneidade de grau zero e lei de Walras, é a simetria da matriz substituição.
Em um nível prático, o resultado é de interesse por pelo menos duas razões. Primeiro,
como devemos discutir na Sessão 3.J, para tirar conclusões sobre efeitos bem-estar,
precisamos saber as preferências do consumidor (ou, pelo menos, sua função gasto). O
resultado diz como e quando podemos recuperar essa informação da observação do
comportamento de demanda do consumidor.

Segundo, quando conduzimos análises empíricas de demanda, geralmente desejamos


estimar funções demanda de uma forma relativamente simples. Se quisermos permitir só
funções que possam ser restringidas a uma relação preferencial sobreposta, existem duas
formas de se fazer isso. Uma é especificando várias funções utilitárias e derivando as funções
demanda as quais elas levam, até que encontremos uma que pareça estatisticamente tratável.
No entanto, o resultado estudado aqui dos dá um caminho mais fácil; ao contrário, ele nos
permite começar especificando uma função demanda tratável que identificamos nessa sessão.
Não precisamos realmente derivar a função utilitária; o resultado nos permite checar se é, a
princípio, possível fazer isso.

O problema de recuperar preferências de x(p, w) pode ser subdividido em duas partes:


(i) recuperando uma função gasto e(p, u) de x(p, w), e (ii) recuperar preferências da função
gasto e(p, u). Por ser a mais direta das duas tarefas, discutiremos a (ii) primeiro.

Recuperando Preferências da Função Gasto

Suponha que e(p, u) é a função gasto do consumidor. Pela Preposição 3.E.2, é estritamente
crescente em u e é contínua, não decrescente, homogênea de grau um e côncava em p. Além
disso, porque estamos assumindo que a demanda é de valor único, sabemos que e(p, u) deve
ser diferençável (pela Preposição 3.F.1 e 3.G.1).

Dada essa função e(p, u), como podemos recuperar uma relação preferencial que gera isso?
Fazer isso requere encontrar, para cada nível utilitário u, um conjunto pelo-menos-tão-bom-
quanto tal que e(p, u) é o gasto mínimo requerido para o consumidor adquirir um
pacote em a preços . Isso é, queremos identificar um conjunto tal que, para
todo , temos

No enquadramento da Sessão 3.F é um conjunto do qual a função suporte é


precisamente e(p, u).

O resultado na Preposição 3.H.1 mostra que o conjunto para


todo cumpre esse objetivo.

Preposição 3.H.1: Suponha que e(p, u) é estritamente crescente em u e é contínua, crescente,


homogênea de grau um, côncava e diferençável em p. Então, para cada nível utilitário u, e(p,
u) é a função gasto associada com o conjunto pelo-menos-tão-bom-quanto
.

Isso é, e(p, u) = para todo .

Prova: As propriedades de e(p, u) e a definição de implicam que é não vazio, fechado


e delimitado abaixo. Dado ,pode ser mostrado que essas condições garantem que
existe. É imediato pela definição de que . O que
sobra para estabelecer o resultado é para mostrar igualdade. Fazemos isso ao mostrar que
.

Para qualquer p e p’, a concavidade de e(p, u) em p implica que (veja Sessão M.C do
Apêndice Matemático)

Porque e(p, u) é homogêneo de grau um em p, a fórmula Euler nos diz que e(p, u) =
. Portanto, para todo p’. Mas já que , isso significa
que . Em seguida, temos , como queríamos
(a última igualdade usa a fórmula Euler mais uma vez). Isso estabelece o resultado.

Dada a Preposição 3.H.1, podemos construir um conjunto para cada nível de u. Porque
e(p, u) é estritamente crescente em u, em seguida temos que se u’ > u então estritamente
contém . Além disso, como notado na prova da Preposição 3.H.1, cada é fechado,
convexo e delimitado abaixo. Esses vários conjuntos pelo-menos-tão-bons-quanto, então,
definem a relação preferencial que tem e(p, u) como sua função gastos (veja Figura 3.H.1).
Figura 3.H.1 – Recuperando preferências da função gasto.
Figura 3.H.2 – Recuperando preferências da função gasto quando as preferências dos
consumidores são não convexas.

IMAGEM

A Preposição 3.H.1 permanece válida, com substancialmente a mesma prova, quando e(p,
u) não é diferençável em p. A relação preferencial construída como uma prova da preposição,
fornece uma relação preferencial convexa que gera e(p, u). No entanto, pode acontecer de
terem também preferências não convexas que geram e(p, u). Figura 3.H.2 ilustra um caso onde
o verdadeiro conjunto pelo-menos-tão-bom-quanto do consumidor é não convexo. O limite
desse conjunto é demonstrado com uma curva tracejada. A curva sólida mostra que o limite
desse conjunto para todo . Formalmente, esse conjunto é o
casco convexo do verdadeiro conjunto pelo-menos-tão-bom-quanto do consumidor e também
gera a função gasto e(p, u).

Se e(p, u) é diferençável, então qualquer relação preferencial que gera e(p, u) deve ser
convexa, pois se não fosse assim, então haveria algum nível utilitário u e vetor preço
com vários gastos minimizadores (veja Figura 3.H.2). Nesse par preço-utilitário, a função gasto
não seria diferençável em p.

Recuperando a Função Gasto da Demanda

Se mantém a recuperação e(p, u) de comportamento observado do consumidor, resumido


na demanda Walrasiana x(p, w). Agora discutimos como essa tarefa (que é, mais
propriamente, o verdadeiro “problema integrabilidade”) pode ser feita. Assumiremos que x(p,
w) satisfaz a lei de Walras e homogeneidade do grau zero e ela é de valor único.

Nos deixe primeiro considerar o caso de duas commodities (l= 2). Normalizamos p2 = 1.
Escolha um ponto preço-riqueza arbitrário e atribua um valor utilitário de para
o pacote . Agora recuperaremos o valor da função gasto em todos os
preços . Porque a demanda compensada é a derivada da função gasto com relação a
preços (Preposição 3.G.1), recuperando e(‘) é equivalente a ser capaz de resolver (de
“integrar”) uma equação diferencial com a variável independente p1 e a variável dependente
e. Escrevendo e para simplificar, precisamos
resolver a equação diferencial,

com a condição inicial22 .

Se e(p1) resolve (3.H.1) para , então e(p1) é a função gasto associada com o
nível da utilidade . Note, em particular, que se a matriz substituição é uma semi definitiva
negativa então e(p1) terá todas as propriedades de uma função gasto (com o preço do bem 2
normalizado para ser igual ao 1). Primeiro, porque é a solução para uma equação diferençável,
é através da construção contínua em p1. Segundo, já que , a equação (3.H.1)
implica que e(p1) é não decrescente em p1. Terceiro, diferenciar a equação (3.H.1) nos diz que

para que a solução e(p1) seja côncava em p1.

Figura 3.H.3 – Recuperando as funções gasto de x(p, w).

Resolver a equação (3.H1) é um problema direto em equações diferençáveis ordinárias, no


entanto, não entraremos nisso. Algumas fracas suposições regulares garantem que a solução
para (3.H.1) existe para qualquer condição inicial . Figura 3.H.3 descreve a essência do
que está envolvido: Em qualquer nível preço e nível gasto e, somos dados uma direção de
movimento com declive . Para a condição inicial , o gráfico de éa
curva que começa em A e segue as direções prescritas de movimento.

22
Tecnicamente, (3.H.1) é um sistema não autônomo no plano (p1, e). Note que p1 faz o papel da
variável “t”.
Para o caso geral das commodities L, a situação se torna mais complicada. A equação
diferençável (ordinária) (3.H.1) deve ser substituída pelo sistema de equações diferençáveis
parciais:

para condições iniciais e . A existência de uma solução para (3.H.2) não é


automaticamente garantida quando L > 2. De fato, se há uma solução e(p), então sua matriz
Hessiana deve ser simétrica porque a matriz Hessiana de qualquer função diferençável
duas vezes contínua é simétrica. Diferenciando equações (3.H.2), que podem ser escritas como
, nos diz que

Por isso, uma condição necessária para a existência de uma solução é a simetria da matriz
Slutsky de x(p, w). Esse é um fato reconfortante, porque sabemos graças a sessões anterior
que se a demanda mercado é gerada das preferências, então a matriz Slutsky é, de fato,
simétrica. Acontece que simetria de S(p, w) é também suficiente para recuperação da função
gasto do consumidor. Um resultado básico da teoria de equações diferençáveis parciais
(chamada de teorema de Frobenius) nos diz que a simetria da matriz derivada LxL de (3.H.2)
em todos os pontos de seu domínio é a condição necessária e suficiente para a existência de
uma solução de (3.H.2). Além disso, se a solução existe mesmo, então, enquanto S(p,
w) é semi definida negativa, vai possuir as propriedades de uma função gasto.

Nós, portanto, concluímos que a condição necessária e suficiente para a recuperação de


uma função gasto sobreposta é a simetria e semi definição negativa da matriz Slutsky.23
Relembre da Sessão 2.F que uma função demanda diferençável satisfazendo o axioma fraco,
homogeneidade de grau zero e lei de Walras necessariamente tem uma matriz Slutsky semi
definida negativa. Ademais, quando L = 2, a matriz Slutsky é necessariamente simétrica
(relembre Exercício 2.F.12). Deste modo, para o caso onde L = 2, podemos sempre achar
preferências que racionalizem qualquer função demanda diferençável satisfazendo essas três
propriedades. Porém, quando L > 2 a matriz Slutsky de uma função demanda satisfazendo o
axioma fraco (junto com a homogeneidade de grau zero e a lei de Walras) não precisa ser
simétrica; preferências que racionalizem a função demanda satisfazendo o axioma fraco só
existem quando são.

23
Esse é um assunto para requisitos técnicos mínimos.
Observe que uma vez que sabemos que S(p, w) é simétrico em todo (p, w), podemos, de
fato, usar (3.H.1) para resolver (3.H.2). Suponha que com condições iniciais e ,
queremos recuperar . Ao mudarmos os preços um por vez, podemos decompor esse
problema em subproblemas L onde só um preço muda em cada passo. Digamos que é o preço
ℓ. Então, com fixo para , a equação ℓth de (3.H.2) é uma equação da forma (3.H.1),
com a cota 1 substituída por ℓ. Ele pode ser resolvido por métodos apropriados para (3.H.1).
Iterando para diferentes bens, eventualmente chegamos a . Vale a pena pontuar que esse
método faz sentido mecânico mesmo se S(p, w) não é simétrica. Porém, se S(p, w) não é
simétrica (e, portanto, não pode ser associada com uma relação preferencial sobreposta e uma
função gasto), então o valor de irá depender no caminho particular seguido de A (no caso,
em qual preço for levantado primeiro). Por esse absurdo, os matemáticos tratam de nos
manter honestos!

3.I Avaliação do Bem-Estar de Mudanças Econômicas

Até esse ponto, estudamos a teoria baseada em preferência da demanda do consumidor de


uma perspectiva (comportamental) positiva. Nessa sessão, investigaremos o lado normativo da
teoria do consumidor, chamado de análise de bem-estar. Análise de bem-estar se preocupa
com a avaliação dos efeitos de mudanças no ambiente do consumidor em seu bem-estar.

Apesar de muitos resultados positivos poderem também ser deduzidos usando a


abordagem baseada no axioma fraco (como fizemos na Sessão 2.F), a abordagem baseada em
preferência a demanda do consumidor é de importância crítica para a análise do bem-estar.
Sem ela, não teríamos meios de avaliar o nível de bem-estar do consumidor.

Nessa sessão, consideramos um consumidor com relação preferencial racional, contínua e


não saciada localmente . Assumimos, sempre que for conveniente, que os gastos do
consumidor e as funções utilitárias indiretas são diferençáveis.

Focamos aqui no efeito bem-estar de uma mudança de preço. Esse é apenas um exemplo,
apesar de ser um historicamente importante, em ampla gama de questões de bem-estar
possíveis, que uma pessoa pode querer se dirigir para. Assumimos que o consumidor tem um
nível riqueza fixo w > 0 e que o vetor preço é inicialmente . Desejamos avaliar o impacto no
bem-estar do consumidor de uma mudança de para um novo vetor preço p¹. Por exemplo,
algumas políticas de governo que estão para consideração, como impostos, podem resultar
nessa mudança em preços de mercado. 24

Suponha, para começar, que sabemos as preferências do consumidor . Por exemplo,


podemos ter derivado por conhecimento de sua função demanda Walrasiana (observável)
(x(p, w), como discutido na Sessão 3.H. Se for o caso, é uma questão simples determinar se a
mudança de preço faz com que o consumidor esteja melhor ou pior: se v(p, w) for qualquer

24
Pela possibilidade de expor com simplicidade, não consideramos mudanças que afetam riqueza aqui.
Porém, a análise logo se estende a esse caso (veja Exercício 3.1.12).
função utilitária indireta derivada de , o consumidor está pior se e somente se
.

Apenas de qualquer função utilitária indireta derivada de satisfazer por fazer essa
comparação, uma classe de funções utilitárias indiretas merecem menção especial, pois levam
ao cálculo da mudança bem-estar expressada em unidades dólar. Essas são chamadas de
funções utilitárias indiretas métrica dinheiro e são construídas através de função gasto. Em
particular, começando de qualquer função utilitária indireta , escolha um vetor preço
arbitrário e considere a função . Essa função dá a riqueza requerida para
alcançar o nível utilitário x(p, w) quando preços são . Note que esse gasto é estritamente
crescente como uma função do nível v(p, w), como mostrado na Figura 3.1.1. Assim, visto
como uma função de (p,w), é em si uma função utilitária indireta para ,e

fornece uma medida da mudança de bem-estar expressada em dólar.25

Figura 3.I.1 – Uma função utilitária indireta métrica dinheiro

Uma função utilitária indireta métrica dinheiro pode ser construída dessa forma para
qualquer vetor preço . Duas escolhas particularmente naturais para o vetor preço são
o vetor preço inicial e o novo vetor preço p¹. Essas escolhas levam a duas medidas bem
conhecidas de mudança de bem-estar originadas em Hicks (1939), a variação equivalente (VE)
e a variação compensatória (VC). Formalmente, deixando e e
notando que , definimos

25
Note que essa medida não é afetada pela escolha da função utilitária indireta inicial v(p, w); ela
depende apenas nas preferências do consumidos (veja a Figura 3.1.1).
A variação equivalente pode ser pensada como a quantidade dólar a que o consumidor
seria indiferente, aceitando em lugar da mudança de preço; isso é, é a mudança na sua riqueza
que iria ser equivalente a mudança de preço em termos de impacto de bem-estar (então é
negativo se a mudança de preço fizesse o consumidor estar pior). Em particular, note que
é o nível de riqueza no qual o consumidor atinge exatamente o nível utilitário u¹, o
nível gerado pela mudança de preço, a preços . Consequentemente, é a
mudança virtual na riqueza que causa o consumidor conseguir o nível utilitário u¹ a preços .
Podemos expressar também a variação equivalente usando a função utilitária indireta
da seguinte forma: .26

A variação compensatória, por outro lado, mede a renda virtual de um planejador que deve
compensar o consumidor pela mudança de preço após ela ocorrer, trazendo-a de volta para
seu nível utilitário original . (Logo, a variação compensatória é negativa se o planejador
tivesse de pagar o consumidor um nível positivo de compensação porque a mudança de preço
o faz ficar pior). Ele pode ser imaginado como a negativa da quantidade que o consumidor
estaria disposto a aceitar do planejador para permitir a mudança de preço a acontecer. A
variação compensatória pode também ser expressa da seguinte forma: .

Figura 3.I.2 demonstra as medidas das variações equivalente e compensatória da mudança


de bem-estar. Porque ambas a VE e a VC correspondem a medidas de mudanças em função
utilitária indireta métrica dinheiro, ambas fornecem uma classificação de bem-estar correta
das alternativas e p¹; isso é, o consumidor está melhor sob p¹ se e apenas se essas medidas
forem positivas. Em geral, no entanto, as quantidades de dólar específicas calculadas usando
medidas VE e VC vão ser diferentes por causa dos diferentes vetores preços nos quais
compensações são assumidas para ocorrer nessas duas medidas de mudança de bem-estar.

26
Note que se , então . Isso leva a (3.1.1).
Figura 3.I.2 – As medidas de variação equivalente (a) e compensatória (b) da mudança de
bem-estar.
Figura 3.I.3 – (a) a variação equivalente.
(b) a variação compensatória.

As variações equivalente e compensatória tem representações interessantes em termos da


curva demanda Hicksiana. Suponha, para simplificar, que só o preço do bem 1 muda, para que
e para todo . Porque e
, podemos escrever

onde . Portanto, a mudança no bem-estar do consumidor como medido


pela variação equivalente pode ser representada pela área existente entre e , e a
esquerda da curva demanda Hicksiana para o bem 1 associada com o nível utilitário u¹ (é igual
a essa área se e é igual a seu negativo se ). A área é demonstrada como a
região sombreada na Figura 3.I.3(A).

Similarmente, a variação compensatória pode ser escrita como

Note que agora usamos o nível utilitário inicial . Veja Figura 3.I.3(b) para sua
representação gráfica.

Figura 3.I.3 demonstra o caso onde bem 1 é um bem normal. Como pode ser visto na figura,
quando é assim, temos (você deve checar que o mesmo é
verdadeiro quando ). Essa relação entre a VE e a VC reverte quando o bem 1 é inferior
(veja Exercício 3.I.3). Porém, se não há nenhum efeito riqueza para o bem 1 (exemplo, se as
preferências sobrepostas são quase lineares com relação a algum bem ), as medidas VC
e VE são as mesmas porque nós então temos:

Nesse caso de nenhum efeito riqueza, chamamos o valor comum de VC e VE, que também
é o valor da área existente entre e e para a esquerda da curva demanda de mercado
(no caso, Walrasiana) para bem 1, a mudança em consumidor Marshallian excedente.27

Exercício 3.I.1: Suponha que a mudança do vetor preço para vetor preço p¹ envolve uma
mudança nos preços de ambos bem 1 (de para ) e bem 2 (de para ). Expresse a
variação equivalente em termos da soma das integras sob curvas demanda Hicksiana
apropriadas para bens 1 e 2. Faça o mesmo pela medida de variação compensatória.
Demonstre também que se não há efeitos riqueza para os dois bens, as variações
compensatória e equivalente são iguais.

Exemplo 3.I.1: A Perda de Peso Morto da Tributação de Commodities. Considere a situação


onde o novo vetor preço p¹ surge porque o governo coloca uma taxa em alguma commodity.
Para ser específico, suponha que as taxas do governo na commodity 1, ajustando uma taxa nas
aquisições do bem 1 de ℓ por unidade pelo consumidor. Essa taxa muda o preço efetivo do
bem 1 para ℓ, enquanto preços para todas as outras commodities se
mantém fixadas em (então temos para todo ). O rendimento total
arrecadado pela taxa é, portanto, .

Uma alternativa para essa taxa de commodity que aumenta a mesma quantidade de
rendimento para o governo sem mudar os preços é imposição de uma taxa “montante fixo” de
T diretamente na riqueza do consumidor. O consumidor está melhor ou pior encarando essa
taxa riqueza montante fixo do que a taxa da commodity? Ele está pior sob a taxa commodity
se a variação equivalente da taxa commodity VE ( , p¹, w), a qual é negativa, é menor que –
T, a quantidade de riqueza que ele vai perder sob a taxa montante fixo. Bote em termos da
função gasto, isso diz que ele está pior sob taxas commodity se , para que
sua riqueza após a taxa montante fixo seja maior que o nível riqueza que é requerido a preços
para gerar o nível utilitário que ele consegue sob a taxa commodity u¹. A diferença
é conhecida como perda de peso morto da
tributação de commodities. Ela mede a quantidade extra pela qual o consumidor fica pior pela
tributação de commodities acima do que é necessário para levantar o mesmo rendimento
através da taxa montante fixo.

A medida de perda de peso morto pode ser representada em termos da curva demanda
Hicksiana no nível utilitário u¹. Já que , podemos escrever a perda

27
O termo se origina de Marshall (1920), que usou a área a esquerda da curva demanda de mercado
como uma medida de bem-estar no caso especial onde efeitos riqueza não se encontram.
de peso morto como a seguir [nós novamente deixamos , onde
para todo ]:

Porque é não crescente em p1, essa expressão (e, portanto, a perda de peso
morto da tributação) é não negativa e é estritamente positiva se é estritamente
decrescente em p1. Na Figura 3.1.4(a), a perda de peso morto é demonstrada como a área da
região triangular cruzada. Essa região é, às vezes, chamada de triângulo perda de peso morto.

Essa medida de perda de peso morto também pode ser representada no espaço
commodity. Por exemplo, suponha que L = 2 e normalize . Considere Figura 3.I.5. Já que
, o pacote x(p¹, e) se encontra não somente na linha
orçamentária associada com o conjunto orçamentário , mas também na linha
orçamentária associada com o conjunto orçamentário . Em contraste, o conjunto
orçamentário que gera a utilidade de u¹ para o consumidor a preços é (ou,
equivalentemente, ). A perda de peso morto é a distância vertical entre as linhas
orçamentárias associadas com os conjuntos orçamentários e (relembre que
).
Figura 3.I.4 – A perda de peso morto da commodity taxativa.
(a) Medida baseada em u¹.
(b) Medida baseada em .
Figura 3.J.5 – Uma representação alternativa da perda de peso morto da commodity taxativa.

Um triângulo perda de peso morto pode ser calculado usando a curva demanda Hicksiana
. Ele também mede a perda da tributação commodity, mas de uma forma diferente.
Em particular, suponha que examinamos o excedente ou déficit que surgiria se o governo fosse
compensar o consumidor para manter seu bem-estar sob uma taxa igual a de seu bem-estar
antes da taxa . O governo iria operar um déficit se a taxa coletada é menor que
ou, equivalentemente, se . Logo, o déficit pode ser
escrito como

,
o qual é novamente estritamente positivo enquanto for estritamente decrescente
em p1. Essa medida de perda de peso morto é igual a área da região triangular cruzada na
Figura 3.I.4(b).

Exercício 3.I.2: Calcule a derivada das medidas de perda de peso morto (3.I.5) e (3.I.6) com
relação a ℓ. Mostre que, avaliado em , essas derivadas são iguais a zero, mas que se
é estritamente decrescente em p1, eles são estritamente positivos em todo .
Interprete.

Até agora, só consideramos a questão de se o consumidor estava melhor em p¹ do que no


vetor preço inicial . Vimos que ambas VE e VC fornecem uma classificação de bem-estar
correta de p¹ e p². Nesse caso, p¹ é melhor que p² se e somente se VE ( , p¹, w) > VE( , p²,
w), já que

Portanto, a VE mede VE( , p¹, w) e VE( , p², w) podem ser usadas não somente para
comparar esses dois vetores preços com A, mas também para determinar qual deles é melhor
para o consumidor. Uma comparação das variações compensatórias VC( , p¹, w) e VC( , p²,
w), porém, não vai, necessariamente, classificar p¹ e p² corretamente. O problema é que a
medida VC usa os novos preços como os preços base na função utilitária indireta métrica
dinheiro, usando p¹ para calcular VC( , p¹, w) e p² para calcular VC( , p², w). Então

que não precisa classificar p¹ e p² corretamente [veja Exercício 3.I.4 e Chipman e Moore
(1980)]. Em outras palavras, fixando , VE é uma função utilitária indireta válida (de
28
fato, uma métrica dinheiro), mas VC não é.

Um exemplo interessante da comparação de vários vetores novos preços possíveis surge


quando um governo está considerando quais bens para taxar. Suponha, por exemplo, que
duas taxas diferentes estão sendo consideradas que poderíamos aumentar a taxa
rendimento de T: uma taxa no bem 1 de (criando vetor novo preço vetor p¹) e uma taxa
no bem 2 de (criando novo preço vetor p²). Note que, já que eles aumentam a mesma
taxa rendimento, temos (veja Figura 3.I.6). Porque taxa t1 é
melhor que a taxa t2 se e somente se , t1 é melhor que t2 se e
somente se , isso é, se e somente se a perda
de peso morto surgindo sob a taxa A é menor que a que está aumentando sob taxa t2.

28
Claro, podemos classificar p¹ e p² corretamente vendo se VC(p¹, p², w) é positiva ou negativa.
Figura 3.I.6 – Comparando duas taxas que aumentam a renda T.
(a) Taxa no bem 1.
(b) Taxa no bem 2.

Em resumo, se sabemos a função gasto do consumidor, podemos medir precisamente o


impacto do bem-estar de uma mudança de preço; além disso, podemos fazer isso de uma
forma conveniente (em dólares). A princípio, isso pode bem ser o fim da história porque,
como vimos na Sessão 3.H, podemos recuperar as preferências do consumidor e função
gasto da função demanda Walrasiana observável x(p, w).29 Antes de concluir, porém,
consideramos mais duas questões. Primeiro perguntamos se podemos ser capazes de dizer
qualquer coisa sobre o efeito bem-estar de uma mudança de preço quando não temos
informação o bastante para recuperar a função gasto do consumidor. Descrevemos um
teste que fornece uma condição suficiente para o bem-estar do consumidor para aumentar
da mudança de preço e que usa informações somente sobre os dois vetores preço , p¹ e
o pacote consumo inicial x( , w). Daí concluímos ao discutir em detalhe até onde a
mudança de bem-estar pode ser aproximada por meios de área a esquerda da curva
demanda mercado (Walrasiana), um tópico de importância história significante.

Análise de Bem-estar com Informação Parcial

Em algumas circunstâncias, podemos não ser capazes de derivar a função gasto do


consumidor porque podemos ter apenas informação limitada sobre sua função demanda
Walrasiana. Aqui consideramos o que pode ser dito quando a única informação que
possuímos é conhecimento dos dois vetores preços , p¹ e o pacote consumo inicial do
consumidor . Começamos, na Preposição 3.I.1, desenvolvendo um teste
simples de suficiência para se o bem-estar do consumidor melhorar como resultado da
mudança de preço.

29
De forma prática, em aplicações você deve usar qualquer que seja as técnicas de estado-de-arte para
executar essa recuperação.
Preposição 3.I.1: Suponha que o consumidor tem uma relação preferencial racional não
saciada localmente . Se , então o consumidor está estritamente melhor
sob uma situação preço- riqueza (p¹, w) do que sob .

Prova: O resultado surge simplesmente graças a preferência revelada. Já que pela


lei de Walras, se , então . Mas se for assim, ainda é acessível a
preços p¹ e está, além disso, no conjunto orçamentário de interior . Através de não
saciação local, deve haver, portanto, um pacote consumo que o consumidor prefira
estritamente a .

O teste na Preposição 3.I.1 pode ser visto como uma aproximação de primeira ordem a
verdadeira mudança de bem-estar. Para ver isso, pegue uma expansão Taylor de primeira
ordem de e(p, u) por volta dos preços iniciais :

Se e o termo de segunda ordem restante puderem ser


ignorados, teríamos e então, poderíamos concluir que o bem-estar
do consumidor é melhor após a mudança de preço. Mas a concavidade de em p
implica no termo restante sendo não positivo. Portanto, ignorar o termo restante leva a
nenhum erro aqui; mas nós temos . Usando
Preposição 3.G.1 então nos diz que
e então temos exatamente o teste na Preposição 3.I.1.

Figura 3.I.7 – O teste de bem-estar das Preposições 3.I.1 e 3.I.1.

E se ? Podemos então dizer algo sobre a direção da mudança de bem-


estar? Como uma questão geral, não. Porém, exames da expansão Taylor de primeira ordem
(3.I.7) nos diz que tiramos uma conclusão definida se a mudança de preço é, em um sentido
apropriado, pequena o bastante porque o termo restante então se torna insignificante em
relação ao termo de primeira ordem e pode ser negligenciado. Isso dá o resultado mostrado na
Preposição 3.I.2.

Preposição 3.I.2: Suponha que o consumidor tem uma função gasto diferençável. Então se
, existe um suficientemente pequeno tal que para todo
temos , e então o consumidor está estritamente melhor sob
situação preço-riqueza do que sob .

A Figura 3.I.7 ilustra esses resultados para os casos onde p¹ é tal que
[painel (a)] e [painel (b)]. Na figura o conjunto de preços
é desenhado em um espaço preço. A concavidade de dá
a ele a forma demonstrada. O vetor preço inicial se encontra nesse conjunto. Através da
Preposição 3.G.1, o gradiente da função gasto nesse ponto, , é igual a , o pacote
consumo inicial. O vetor é o vetor conectando ponto ao ponto novo preço p¹.
Figura 3.I.7(a) mostra um caso em que . Como pode ser visto aqui, p¹ se
encontra fora do conjunto e então devemos ter
. Na Figura 3.I.7(b), por outro lado, mostramos um caso onde
. Preposição 3.I.2 pode ser interpretado como afirmando que nesse caso, se
é pequeno o bastante, então . Isso pode ser visto na Figura
3.I.7(b), porque se e p¹ estão perto o bastante de [no raio com direção
], então o vetor preço p¹ fica no conjunto .

Usando a Área a Esquerda da Curva Demanda Walrasiana (de Mercado) como uma Medida
de Bem-Estar Aproximada

Melhoras nas habilidades computacionais fizeram a recuperação da função


gasto/preferencial do consumidor do comportamento demanda observado, junto com as
linhas discutida na Sessão 3.I, mais fáceis do que era anteriormente o caso.30
Tradicionalmente, porém, tem sido uma prática comum em análise aplicada depender em
aproximações da verdadeira mudança de bem-estar.

Já vimos em (3.I3) e (3.I.4) que a mudança de bem-estar induzida por uma mudança no
preço do bem 1 pode ser exatamente computado usando a área a esquerda de uma curva
demanda Hicksiana apropriada. Porém, essas medidas apresentam um problema de não serem
diretamente observáveis. Um procedimento mais simples que tem visto uso extensivo, recorre
a curva demanda Walrasiana (de mercado) no lugar. Chamamos essa estimativa de mudança
de bem-estar de medida de variacional de área (ou VA):

30
Elas também tornaram muito mais fácil estimar sistemas demanda complicado que são
explicitamente derivados da utilidade maximizada e da qual os parâmetros da função gasto podem ser
derivados diretamente.
Se não existem nenhum efeito riqueza para o bem 1, como discutimos,
para todo p e a medida de variação de área é exatamente igual as
medidas variação equivalente e compensatória. Isso corresponde ao caso estudado por
Marshall (1920) no qual a utilidade marginal de numeraire é constante. Nessas circunstâncias,
onde a medida VA nos dá uma medida exata da mudança de bem-estar, a medida é conhecida
como a mudança em excedente de consumidor Marshallian.

Mais generalizado, as Figuras 3.I.3(a) e 3.I.3(b) tornam claro, quando bem 1 é um bem
normal, a medida variacional de área exagera a variação compensatória e subestima a variação
equivalente (se convença de que isso é verdade tanto quando p1 cair e quando p1 subir).
Quando bem 1 é inferior, as relação reversas se mantém. Então, quando avaliando a mudança
de bem-estar da mudança em preços de diversos bens, ou quando comparando duas
mudanças de preço possíveis, a medida variacional de área não precisa dar uma avaliação
correta da mudança de bem-estar (exemplo, veja Exercício 3.I.10).

Muito natural, porém, se os efeitos riqueza para os bens em consideração são pequenos, os
erros aproximados são também pequenos e a medida variacional de área é quase correta.
Marshall discute que se um bem é só uma commodity dentre várias, então porque uma
unidade extra de riqueza vai se espalhar por aí, o efeito riqueza para a commodity está
destinado a ser pequeno; portanto, nenhum erro significativo será feito ao avaliar os efeitos
bem-estar de mudanças de preço para esse bem usando a medida de área. Essa ideia pode ser
tornar precisa; para qualquer tratamento avançado, veja Vives (1987). É importante, porém,
não cair na falácia da composição; se lidarmos com um grande número de commodities, então
enquanto o erro aproximado pode ser pequeno para cada um individualmente, pode mesmo
assim não ser pequeno no agregado.

Se é pequeno, então o erro envolvido usando a medida variacional de área se


torna pequena como uma fração da verdadeira mudança de bem-estar. Considere, por
exemplo, a variação compensatória.31 Na Figura 3.I.8, vemos que a área B + D, que mede a
diferença entre a variação de área e a verdadeira variação compensatória, se torna pequena
como uma fração da verdadeira variação compensatória quando é pequeno. Isso
pode parecer sugerir que a medida variacional de área é uma aproximação da medida
variacional compensatória para pequenas mudanças de preço. Note, porém, que a mesma
propriedade iria se manter se, ao invés disso, a função demanda Walrasiana que estávamos
para usar qualquer função que toma o valor em .32 De fato, o erro de
aproximação pode ser bastante largo como uma fração da perda de peso morto [esse ponto é
enfatizado por Hausman (1981)]. Na Figura 3.I.8, por exemplo, a perda de peso morto
calculada usando a curva demanda Walrasiana é área A + C, enquanto a verdadeira é a área A

31
Todos os pontos que seguem se aplicam a variação equivalente também.
32
Em efeito, a propriedade identificada aqui conta como dizer que a função demanda Walrasiana
fornece uma aproximação de bem primeira ordem para a variação compensatória. De fato, note que a
derivada de VC , VE e VA , com relação a avaliada em são todas
precisamente .
+ B. A diferença porcentual entre essas duas áreas não precisa crescer pequena junto com o
crescimento pequeno da mudança de preço.33

Quando é pequeno, há um procedimento de aproximação superior disponível.


Em particular, suponha que tomamos a aproximação Taylor de primeira ordem de em

e calculamos

como nossa aproximação da mudança de bem-estar. A função é ilustrada na

Figura 3.I.9. Como pode ser visto na figura, porque tem o mesmo declive que a
função demanda Hicksiana verdadeira em , para mudanças de preço pequenas
essa aproximação se aproxima mais do que a expressão (3.I.8) a verdadeira mudança de bem-
estar (e em contraste com a mudança variacional de área, ela fornece uma aproximação
adequada a perda de peso morto). Porque a curva demanda Hicksiana é a primeira derivada da
função gasto, essa expansão de primeira ordem da função gasto perto de . Logo, essa
aproximação pode ser vista como uma extensão natural do teste de primeira ordem discutido
acima; veja expressão (3.I.7).

Figura 3.I.8 (esquerda) – O erro em usar a medida variacional de área da mudança de bem-
estar.
Figura 3.I.9 (direita) – Uma aproximação de primeira ordem em

A aproximação em (3.I.9) é diretamente computável do conhecimento da função demanda


Walrasiana observável . Para ver isso, note que porque e

33
Logo, por exemplo, no problema discutido acima onde comparamos as perdas de peso morto
induzidas por taxas em duas commodities diferentes que ambas aumentam o rendimento T, a medida
variacional de área não precisa dar a classificação correta mesmo para taxas pequenas.
, pode ser expressada apenas em termos que envolvem a
função demanda Walrasiana e suas derivadas no ponto :

Em particular, já que apenas o preço do bem 1 está mudando, temos

onde

Quando é pequeno, esse procedimento fornece uma aproximação melhor a


verdadeira variação compensatória do que a fornecida pela medida variacional de área.
Porém, se é grande, não podemos dizer qual é a melhor aproximação. É
inteiramente possível para a medida variacional de área ser superior. Afinal, seu uso garante
alguma sensibilidade da aproximação ao comportament0 de demanda longe de A, enquanto
o uso de não garante.

3.J O Axioma Forte de Preferência Revelada

Vimos que no contexto da teoria de demanda do consumidor, a escolha do consumidor


pode satisfazer o axioma fraco, mas não ser capaz de ser gerado por uma relação preferencial
racional (veja Sessão 2.F e 3.G). Poderíamos, então, perguntar: Podemos achar uma condição
consistente necessária e suficiente no comportamento de demanda do consumidor que está
no mesmo estilo que a WA, mas que implique que o comportavelmente demanda pode der
racionalizado através de preferências? A resposta é “sim” e foi fornecida por Houthakker
(1950) na forma de preferência revelada do axioma forte (AF), um tipo de fechamento
recursivo do axioma fraco.34

Definição 3.J.1: A função demanda mercado x(p, w) satisfaz o axioma forte de preferência
revelada (o AF) se para qualquer lista

com para todo , temos sempre


que para todo .

Em palavras, se x(p¹, w¹) é diretamente ou indiretamente revelada preferida a ,


então não pode ser (diretamente) revelado preferido a [então
não pode ser acessível em ]. Por exemplo, ao AF foi violado no Exemplo 2.F.1. É
claro que o AF é satisfeito se a demanda se origina em preferências racionais. A conversão é

34
Para uma descrição informal da teoria preferencial revelada após Samuelson, veja Mas-Colell (1982).
um resultado mais profundo. É afirmado na Preposição 3.J.1; a prova, a qual é avançada, é
apresentada em modelo pequeno.

Preposição 3.J.1: Se a função demanda Walrasiana x(p, w) satisfaz o axioma forte de


preferência revelada então há uma relação preferencial racional que racionaliza x(p, w),

isso é, tal que para todo (p, w), x(p, w) para todo com .

Prova: Seguimos Richter (1966). Sua prova é baseada em teoria conjunto e difere
marcadamente das técnicas de equações diferençáveis usadas originalmente pó Houthakker.35

Defina uma relação em vetores commodity ao deixar sempre que e


temos x = x(p, w) e para algum (p, w). Essa relação pode ser lida como
“diretamente revelada preferida a”. De defina uma nova relação , a ser lida como
“diretamente ou indiretamente relavada preferida a”, ao deixar sempre que há uma
corrente com e . Observe que, por construção, é
transitivo. Baseado no AF, também é irreflexiva (no caso, x x é impossível). Um certo
axioma de teoria conjunto (conhecido como lema de Zorn) nos diz o seguinte: Cada relação
que é transitiva e irreflexiva (chamada de ordem parcial) tem uma extensão total , uma
relação irreflexiva e transitiva tal que, primeiro, implica em e, segundo, sempre
temos ou ou . Finalmente, podemos definir ao deixar sempre
que x = y ou . Não é difícil agora verificar que é completa e transitiva e que
sempre que e .

A prova da Preposição 3.J.1 usa somente a valoração única de x(p, w). Escolha fornecida é
valorada única, o mesmo resultado vale para a teoria abstrata de escolha do Capítulo 1. O fato
de que os orçamentos são competitivos é imaterial.

No Exercício 3.J.1 lhe é pedido para mostrar que a WA é equivalente a AF quando L = 2.


Consequentemente, pela Preposição 3.J.1, quando L = 2 e demanda satisfazem a WA,
podemos sempre encontrar a relação preferencial racionalizada, um resultado que já vimos na
Sessão 3.H. Quando L > 2, porém, o AF é mais forte que a WA. De fato, Preposição 3.J.1 nos diz
que a teoria de demanda baseada em escolha fundada no axioma forte é essencialmente
equivalente a teoria de demanda baseada em preferência apresentada nesse capítulo.

35
Ainda uma terceira abordagem, baseada em técnicas de programação linear, foi fornecida por Afriat
(1967).
O axioma forte é, portanto, essencialmente equivalente tanto para a hipótese preferencial
racional quanto para a simetria e semidefinição negativa da matriz Slutsky. Vimos que o
axioma fraco é essencialmente equivalente a semidefinição negativa da matriz Slutsky. É, por
isso, natural perguntar se há uma suposição em preferências que é mais fraca que a
racionalização e que leva a uma teoria de demanda do consumidor equivalente a baseada na
WA. Violações do AF significa escolha cíclica e violações da simetria da matriz Slutsky geram
trajetos dependentes, em tentativas de “integrar novamente” as preferências. Isso significa
preferências que podem violar o axioma transitivo. Veja o apêndice com W. Shafer em
Kihlstrom, Mas-Colell e Sonnesnschein (1976) para mais discussões desse ponto.

Apêndice A: Propriedades de Continuidade e Diferenciabilidade da Demanda Walrasiana

Nesse Apêndice, investigamos as propriedades de continuidade e diferenciabilidade da


correspondência demanda Walrasiana x(p, w). Assumimos que para todo e
.

Figura 3.AA.1 – Uma correspondência demanda Walrasiana semi contínua superior.

Continuidade

Porque x(p, w) é, em geral, uma correspondência, começamos apresentando uma


generalização da propriedade continuidade mais familiar para funções, chamada
semicontinuidade superior.

Definição 3.AA.1: A correspondência demanda Walrasiana x(p, w) é semicontínua superior


em se sempre que para todo n e ,
36
tivermos .

Em palavras, a demanda correspondência é semicontínua superior em se para


qualquer sequência de pares preço-riqueza o limite de qualquer sequência de pacotes

36
Usamos a notação como sinônimo com . Essa definição de semicontinuidade
superior se aplica apenas a correspondências que são “limitadas localmente” (veja Sessão M.H do
Apêndice Matemático). Sob nossas suposições, a correspondência de demanda Walrasiana satisfaz essa
propriedade em todo .
demanda ideal forem ideais (apesar de não necessariamente serem singularmente assim) no
par de preço-riqueza limite. Se x(p, w) é valorado unicamente em todo , essa noção
é equivalente a propriedade continuada usual para funções.

Figura 3.AA.1 ilustra uma correspondência demanda semicontinuidade superior: Quando


exibe um pulo no comportamento demanda a vetor preço p, sendo x’’ para
todo , mas subitamente se tornando o intervalo de pacotes consumo em p. Ela é
semicontínua superior porque (o limite ideal para pela sequência) é um elemento do
segmento (o conjunto de ideais a vetor preço p). Veja Sessão M.H do Apêndice
Matemático para mais detalhes sobre a semicontinuidade superior.

Preposição 3.AA.1: Suponha que u(‘) é uma função utilitária contínua representando
preferências não saciadas localmente no conjunto consumo . Então a
correspondência de demanda derivada x(p, w) é semicontínua superior em todo .
Além disso, se x(p, w) é uma função [no caso, se x(p, w) tem um único elemento para todo (p,
w)], então ela é contínua em todo .

Prova: Para verificar semicontinuidade superior, suponha que tivéssemos uma sequência
e a sequência , com para todo n, tal que
e . Porque para todo n, tomando limites como , concluímos que
. Portanto, é um pacote de consumo possível quando o conjunto orçamentário é
, Porém, já que não é ideal nesse conjunto, deve ser que para algum .

Figura 3.AA.2 (esquerda) – Encontrando um pacote y tal que p . y < w e u(y) > .
Figura 3.AA.3 (direita) – O teste mais barato localmente falha no par preço-riqueza
Pela continuidade de u(‘), existe um y arbitrariamente perto de tal que e
. Esse pacote y é ilustrado na Figura 3.AA.2.

Nota que se n é grande o bastante, teremos [já que ]. Portanto, y


é um elemento do conjunto orçamentário e devemos ter porque
. Tomando limites , a continuidade de u(‘), então, implica em ,o
que nos dá uma contradição. Devemos, portanto, ter , estabelecendo uma
semicontinuidade superior de x(p, w).

O mesmo argumento também estabelece continuidade se x(p, w) é, de fato, uma função.

Suponha que o conjunto consumo é um conjunto fechado arbitrário . Então a


propriedade continuidade (ou semicontinuidade superior) ainda vale para qualquer que
passe o seguinte teste (de consumo localmente mais barato): “Suponha que seja
acessível (no caso, ). Então, existe um arbitrariamente perto de x e que custe
menos que (no caso, )”. Por exemplo, na Figura 3.AA.3, commodity 2 está
disponível apenas em quantidades unitárias indivisíveis. O teste localmente mais barato,
então, falha no ponto preço-riqueza , onde a unidade do bem 2 se torna
apenas acessível. Você pode facilmente verificar através do exame da figura [no qual a linha
tracejada indica indiferença entre os pontos (0, 1) e z] que a demanda vai falhar ao tentar ser
semicontínua superior quando . Em particular, para pontos preço-riqueza , tal
que e , envolve apenas o consumo do bem 1; enquanto em
, nós temos . Note que a prova da Preposição 3.AA.1 falha
quando a condição de consumo mais barata localmente não se mantém porque não podemos
achar um pacote consumo y com as propriedades descritas aqui.

Diferenciabilidade

A Preposição 3.AA.1 estabeleceu que se x(p, w) é uma função, então ela é contínua. Com
frequência é conveniente que ela seja diferençável também. Agora discutiremos quando esse
é o caso. Assumimos para os parágrafos restantes que u(‘) é estritamente quase côncavo e
duas vezes contínuo diferençável e que para todo x.

Como mostramos na Sessão 3.D, as condições de primeira ordem para a PMU implicam em
ser, para algum , a única solução do sistema de equações L + 1 em L + 1
desconhecidas:

Portanto, o teorema função implícita (veja Sessão M.E do Apêndice Matemático) nos diz
que a diferenciabilidade da solução x(p, w) como uma função dos parâmetros (p, w) do
sistema depende da matriz Jacobiana desse sistema tendo uma determinante não zero. A
matriz Jacobiana [no caso, a matriz derivada de funções constituintes L + 1 com relação as
variáveis L + 1 ]é

Já que e , a determinante dessa matriz é não zero se e somente se a


determinando do limite Hessiano de u(x) em x for não zero:

Essa condição tem uma interpretação diretamente geométrica. Isso significa que o conjunto
indiferença através de x tem uma curvatura não zero em x; não é (nem infinitesimalmente)
chato. Essa condição é um ligeiramente técnico fortalecimento da quase concavidade estrita
[assim como a função estritamente côncava tem , uma função
estritamente quase côncava poderia ter um limite Hessiano determinante que é zero em um
ponto].

Concluímos, portanto, que x(p, w) é diferençável se e somente se a determinante do limite


Hessiano de u(‘) é não zero em x(p, w). É importante notar o fato interessante a seguir (que
não devemos provar aqui): Se x(p, w) é diferençável em (p, w), então a matriz Slutsky S(p, w)
tem uma classificação máxima possível; no caso, a classificação de S(p, w) é igual a L – 1.37

Referências

37
Essa afirmação se aplica apenas a demanda gerada de uma função utilitária diferençável duas vezes
contínua. Não precisa ser verdadeira quando não é cumprida. Por exemplo, a função demanda
é diferençável, e é gerada pela função utilitária ,
que não é duas vezes contínua diferençável em todo x. A matriz substituição para essa função demanda
tem todas as suas entradas iguais a zero e, portanto, tem classificação igual a zero.
Exercícios

3.B.1 No texto

3.B.2 A relação preferência definida no conjunto consumo é dito ser fracamente


monótono se e somente se implicam em . Mostre que se é transitivo, não
saciado localmente e fracamente monótono, então ele é monótono.

3.B.3 Desenhe uma relação preferencial convexa que é não saciada localmente, mas não é
monótona.

3.C.1 Verifique que a ordem lexicográfica é completa, transitiva, fortemente monótona e


estritamente convexa.

3.C.3 Mostre que para todo x os conjuntos contorno alto e baixo e


são fechados, então é contínuo de acordo com a Definição 3.C.1.

3.C.4 Exiba um exemplo de uma relação preferencial que é não contínua, mas é
representável por uma função utilitária.

3.C.5 Estabeleça os dois resultados seguintes:

(a) Um contínuo é homotético se e somente se ele admite uma função utilitária u(x) que
é homogênea de grau zero; no caso .

(b) Um contínuo em é quase linear com relação a primeira commodity


se e somente se ela admitir a função utilitária u(x) na forma . [Dica: A
existência de alguma representação utilitária contínua é garantida pela Preposição 3.G.1].

Após responder (a) e (b), argumente que essas propriedades de u(‘) são cardinais.
3.C.6 Suponha que em um mundo de duas commodities, a função utilitária do consumidor
toma a forma . Essa função utilitária é conhecida como a constante
elasticidade de substituição (ou CES).

(a) Mostre que quando p = 1, curvas indiferença se tornam lineares.

(b) Mostre que como , essa função utilitária vem para representar as mesmas
preferências da (generalizada) função utilitária Cobb-Douglas .

(c) Mostre que como , curvas indiferença se tornam “ângulos certos”; no caso,
essa função utilitária tem no limite o mapa indiferença da função utilitária Leontief
.

3.D.1 No texto.

3.D.2 No texto.

3.D.3 Suponha que u(x) é diferençável e estritamente quase côncavo e que a função
demanda Walrasiana x(p, w) é diferençável. Demonstre a seguir:

(a) Se u(x) é homogênea de grau zero, então a função demanda Walrasiana x(p, w) e a
função utilitária indireta v(p, w) são homogêneas de grau um [e por isso pode ser escrita na
forma x(p, w) = e v(p, w) = ] e o caminho expansão de riqueza (veja Sessão 2.E) é
uma linha reta passando pela origem. O que isso implica sobre as elasticidades riqueza da
demanda?

(b) Se u(x) é estritamente quase côncavo e v(p, w) é homogênea de grau um em w, então


u(x) deve ser homogênea de grau um.

3.D.4 Deixe denotar o conjunto consumo e assumir que preferências são


estritamente convexas e quase lineares. Normalize .

(a) Mostre que as funções demanda Walrasiana para bens 2, ..., L são independentes de
riqueza. O que isso implica sobre o efeito riqueza (veja Sessão 2.E) da demanda para o bem 1?

(b) Argumente que a função utilitária indireta pode ser escrita na forma
para alguma função .

(c) Suponha, por simplicidade, que L = 2 e escreva a função utilitária do consumidor como
. Agora, no entanto, deixe o conjunto consumo ser para que haja um
entrave não negativo no consumo do numeraire . Fixe valores p e examine como a demanda
Walrasiana do consumidor mude enquanto a riqueza w varia. Quando é irrelevante o entrave
não negativo no numeraire?

3.D.5 Considere novamente a função utilitária CES do Exercício 3.C.6 e assuma que
.

(a) Compute a demanda Walrasiana e as funções utilitárias indiretas para essa função
utilitária.
(b) Verifique que essas duas funções satisfazem todas as propriedades da Preposição 3.D.2
e 3.D.3.

(c) Derive a correspondência de demanda Walrasiana e a função utilitária indireta para o


caso de utilidade linear e o caso da utilidade Leontief (veja Exercício 3.C.6). Mostre que a
demanda Walrasiana CES e as funções utilitárias indiretas abordam as abordam como p aborda
1e respectivamente.

(d) A elasticidade de substituição entre bens 1 e 2 é definida como

Mostre que para a função utilitária CES, , consequentemente


justificando seu nome. O que é para as funções utilitárias Leontief e Cobb-Douglas?

3.D.6 Considere o panorama três-bem no qual o consumidor tem a função utilitária


.

(a) Por que você pode assumir que sem perda de generalização? Faça o
mesmo para o resto do problema.

(b) Escreva as condições de primeira ordem para a PMU e derive a demanda Walrasiana do
consumidor e as funções utilitárias indiretas. Esse sistema de demandas é conhecido como o
sistema de gastos linear e é graças a Stone (1954)

(c) Verifique que essas funções demanda satisfazem as propriedades listadas na


Preposições 3.D.2 e 3.D.3.

3.D.7 Existem duas commodities. Somos dados dois conjuntos orçamentários e


descritos, respectivamente, por , e , . A escolha
observada em é . Em (p¹, w¹), temos uma escolha x¹ tal que .

(a) Determine a região de escolhas permissíveis x¹ se as escolhas e x¹ são consistentes


com a maximização de preferências.

(b) Determine a região de escolhas permissíveis x¹ se as escolhas e x¹ são consistentes


com a maximização de preferências que são quase lineares com relação ao primeiro bem.

(c) Determine a região de escolhas permissíveis x¹ se as escolhas e x¹ são consistentes


com a maximização de preferências com relação ao segundo bem.

(d) Determine a região de escolhas permissíveis x¹ se as escolhas e x¹ são consistentes


com a maximização de preferências para os quais ambos os bens são normais.

(e) Determine a região de escolhas permissíveis x¹ se as escolhas e x¹ são consistentes


com a maximização de preferências homotéticas.
[Dica: A forma ideal de responder esse exercício depende de imagens (de bens) o máximo
possível.]

3.D.8 Mostre que para todo (p, w), .

3.E.1 No texto.

3.E.2 No texto.

3.E.3 Prove que a solução para a PMG existe se e há algum satisfazendo


.

3.E.4 Mostre que se as preferências do consumidor são convexas, então h(p, u) é um


conjunto convexo. Também mostre que se u(x) é estritamente convexo, então h(p, u) é
valorado singularmente.

3.E.5 Mostre que se u(‘) é homogêneo de grau um, então h(p, u) e e(p, u) são homogêneos
de grau um em u [exemplo, eles podem ser escritos como e ].

3.E.6 Considere a constante elasticidade da função utilitária substituição estudada no


Exercício 3.C.6 E 3.C.5 com . Derive sua função demanda Hicksiana e função gasto.
Verifique as propriedades da Preposição 3.E.2 e 3.E.3.

3.E.7 Mostre que se é quase linear com relação ao bem 1, as funções demanda
Hicksiana para bens 2, ..., L não dependem em u. Qual é a forma da função gasto nesse caso?

3.E.8 Para a função utilitária Cobb-Douglas, verifique que a relação em (3.E.1) e (3.E.4) se
mantém. Note que a função gasto pode ser derivada por uma inversão simples da função
utilitária indireta e vice versa.

3.E.9 Use as relações em (3.E.1) para mostrar que as propriedades de uma função utilitária
indireta identificada na Preposição 3.D.3 implicam na Preposição 3.E.2. Da mesma forma, use
as relações em (3.E.1) para provar que a Preposição 3.E.2 implica na Preposição 3.D.3.

3.E.10 Use as relações em (3.E.1) e (3.E.4) e as propriedades da utilidade indireta e funções


gasto para mostrar que a Preposição 3.D.2 implica na Preposição 3.E.4. Então use esses fatos
para provas que a Preposição 3.E.3 implica na Preposição 3.D.2.

3.F.1 Prove formalmente que um conjunto convexo fechado se iguala a interseção


do meio espaço que o contém (use o teorema hiperplano separador).

3.F.2 Mostre através de exemplos gráficos que o teorema hiperplano separados não se
mantém para cojuntos não convexos. Em seguida argumente que se K é fechado e não
convexo, existe sempre algum que não pode ser separado de K.

3.G.1 Prove que a Preposição 3.G.1 é implicada pela identidade de Roy (Preposição 3.G.4).

3.G.2 Verifique para o caso de uma função utilitária Cobb-Douglas que todas as preposições
na Sessão 3.G se mantém.
3.G.3 Considere a função utilitária (sistema gasto linear) dada no Exercício 3.D.6

(a) Derive a demanda Hicksiana e as funções gasto. Cheque as propriedades listadas nas
Preposições 3.E.2 e 3.E.3.

(b) Mostre que as derivadas da função gasto são a função demanda Hicksiana que você
derivou em (a).

(c) Verifique que a equação Slutsky se mantém.

(d) Verifique os termos de substituição própria são negativos e que os efeitos preço cruzado
compensados são simétricos.

(e) Mostre que S(p, w) é semi definido negativo e tem classificação 2.

3.G.4 Uma função utilitária u(x) é separável aditivamente se ela tiver a forma
.

(a) Mostre que separação aditiva é uma propriedade cardinal que é preservada apenas sob
transformações lineares da função utilitária.

(b) Mostre que a ordem induzida em qualquer grupo de commodities é independente de


quaisquer valores fixados que nos colocamos aos remanescentes. Acontece que essa
propriedade ordinal é não só necessária, mas também suficiente para a existência de uma
representação separável aditiva. [Você não deveria tentar prová-la. Isso é muito difícil. Veja
Debreu (1960)].

(c) Mostre que as funções demanda Walrasiana e Hicksiana geradas por uma função
utilitária separada aditivamente não admite bens inferior se as funções são estritamente
côncavas. (Você pode assumir diferenciabilidade e interioridade para responder essa
pergunta).

(d) (Mais difícil) Suponha que todo é idêntico e duas vezes diferençável. Deixe
. Mostre que se para todo então a demanda Walrasiana x(p,
w) tem a chamada propriedade substituta grossa, no caso, para todo ℓ e
.

3.G.5 (commodities compostas Hicksiana) Suponha que existam dois grupos de


commodities desejáveis, x e y, com preços correspondentes p e q. A função utilitária do
consumidor é u(x, y) e sua riqueza é w > 0. Suponha que preços para bens y sempre variem em
proporção um a outro, para que possamos escrever . Para qualquer número ,
defina a função

(a) Mostre que se imaginarmos que os bens na economia são x e uma commodity
composta simples z, que é a função utilitária do consumidor, e que éo
preço da commodity composta, então a solução de vai
dar os níveis atuais do consumidor de x e z = .
(b) Mostre que as propriedades das funções demanda Walrasiana identificada nas
Preposições 3.D.2 e 3.G.4 se mantém para e .
(c) Mostre que as propriedades nas Preposições 3.E.3 e 3.G.1 até 3.G.3 se mantém para
as funções demanda Hicksiana derivadas usando .

3.G.6 (F. M. Fisher) Um consumidor em uma economia três-bens (bens denotados x1, x2 e
x3 e preços denotados p1, p2, p3) com o nível riqueza w > 0 tem funções demanda para
commodities 1 e 2 dadas por

onde letras Gregas são constantes não zero.

(a) Indique como calcular a demanda para o bem 3 (mas não realmente o faça).
(b) As funções demandas para x1 e x2 são apropriadamente homogêneas?
(c) Calcule as restrições nos valores numéricos de e implicados por maximização
utilitária.
(d) Dados os seus resultados na parte (c), para o nível fixo de x3, desenhe a curva
indiferença do consumidor nos planos x1, x2.
(e) O que a sua resposta na (d) implica sobre a forma da função utilitária do consumidor
?

3.G.7 Uma dualidade impressionante é obtida usando o conceito de função demanda


indireta. Fixe w em algum nível, com w = 1; de agora em diante, escreveremos x(p, 1) = x(p),
v(p, 1) = v(p). A função demanda indireta g(x) é o inverso de x(p); no caso, ela é a regra que
atribui a cada pacote commodity o vetor preço g(x) tal que x = x(g(x), 1). Mostre que

Deduza da Preposição 3.G.4 que

Note que essa é uma expressão completamente simétrica. Consequentemente, a demanda


direta (Walrasiana) é a derivada normalizada da utilidade indireta e a demanda indireta é a
derivada normalizada da utilidade direta.

3.G.8 A função utilitária indireta v(p, w) é logaritmicamente homogênea se


para [em outras palavras, , onde é
homogênea de grau um]. Mostre que se é logaritmicamente homogênea, então
.

3.G.9 Compute a matriz Slutsky da função utilitária indireta.

3.G.10 Para uma função da forma Gorman v(p, w) = a(p) + b(p)w, quais propriedades as
funções a(‘) e b(‘) vão ter que satisfazer para v(p, w) se qualificar como uma função utilitária
indireta?

3.G.11 Verifique que uma função utilitária indireta na forma Gorman exibe curvas lineares
de expansão riqueza.

3.G.12 Que restrições na forma Gorman correspondem aos casos de preferências quase
lineares e homotéticas?

3.G.13 Suponha que a função utilitária indireta v(p, w) é uma polinomial de grau n em w
(com coeficientes que podem depender de p). Mostre que qualquer cominho expansão
riqueza individual é contido em um subespaço linear de maior dimensão n +1. Interprete.

3.G.14 A matriz abaixo registra os efeitos substituição da demanda (Walrasiana) para um


consumidor dotado de preferências racionais e consumindo três bens a preços p1 = 1, p2 = 2 e
p3 = 6:

Forneça os números que faltam. A matriz resultante possui todas as propriedades de uma
matriz substituição?

3.G.15 Considere a função utilitária

(a) Encontre as funções demanda para os bens 1 e 2 já que eles dependem de preços e
riqueza.
(b) Encontre a função demanda compensada h(‘).
(c) Encontre a função gasto e verifique que .
(d) Encontre a função utilitária indireta e verifique a identidade de Roy.

3.G.16 Considere a função gasto

(a) Que restrições em são necessárias para ele ser derivável pela
maximização utilitária?
(b) Encontre a utilidade indireta que corresponde a função.
(c) Verifique a identidade de Roy e a equação Slutsky.

3.G.17 [De Hausman (1981)] Suponha que L = 2. Considere uma função utilitária indireta
“local” definida em alguma vizinhança de par preço-riqueza por

(a) Verifique que a função demanda local para esse primeiro bem é

.
(b) Verifique que a função gasto local é

.
(c) Verifique que a função demanda Hicksiana local para a primeira commodity é

3.G.18 Mostre que cada bem é relacionada a cada outro bem por uma cadeia de
substitutos (fracos); no caso, para qualquer bem ℓ e k, tanto , ou tem um bem
r tal que e , ou existe ... e daí em diante. [Dica: Argumente
primeiro o caso das duas commodities. Use em seguida os insights sobre commodities
compostas adquiridos no Exercício 3.G.5 para lidar com o caso de três, e então L,
commodities].

3.H.1 Mostre que se e(p, u) é contínua, aumentando em u, homogênea de grau um, não
decrescente e côncava em p, então a função utilitária , onde
para todo definida por , satisfaz
para qualquer .

3.H.2 Use a Preposição 3.F.1 para argumentar que se e(p, u) é diferençável em p, então não
existem preferências não convexas (fortemente monótonas) gerando e(‘).

3.H.3 Como você recuperaria v(p, w) de e(p, u)?

3.H.4 Suponha que são dados como primitivas, não a demanda Walrasiana, mas a função
demanda indireta g(x) introduzida no Exercício 3.G.7. Como você recuperaria ? Se restrinja
ao caso L = 2.

3.H.5 Suponha que você sabe a função utilitária indireta. Como você recuperaria a função
gasto e a função utilitária indireta dela?

3.H.6 Suponha que você observa as funções demanda Walrasiana para


todo com . Derive a função gasto desse sistema demanda. Qual é a
função utilitária do consumidor?
3.H.7 Responda as seguintes perguntas com referência a função demanda no Exercício
2.F.17.

(a) Deixe a utilidade associada com o pacote consumo x = (1, 1, ..., 1) ser 1. Qual é a função
gasto e(p, 1) associada com o nível utilitário u = 1? [Dica: Use a resposta para a (d) no Exercício
2.F.17].

(b) Qual é o conjunto contorno superior do pacote consumo x = (1, 1, ..., 1)?

3.I.1 No texto.

3.I.2 No texto.

3.I.3 Considere a mudança de preço do vetor preço inicial para o novo vetor preço
no qual apenas o preço do bem ℓ muda. Mostre que VC VE se o
bem ℓ é inferior.

3.I.4 Construa um exemplo no qual a comparação de VC e VC não dá a


classificação de bem-estar correta de p¹ e p².

3.I.5 Mostre que se u(x) é quase linear com relação ao primeiro bem (e fixamos p1 = 1),
então VC = VE para qualquer .

3.I.6 Suponha que existem consumidores com as funções utilidade e .


Consideramos a mudança de para p¹. Mostre que se VCi , então podemos
encontrar tal que e para todo i. No caso, esse é um
princípio possível de compensar todos pela mudança em preços.

3.I.7 Existem três commodities (no caso, L = 3) da qual a terceira é um numeraire (deixe p3
= 1). A função demanda mercado x(p, w) tem

(a) Dê as restrições de parâmetro implicadas pela maximização utilitária.


(b) Estime a variação equivalente para a mudança de preços de para
. Verifique que sem simetria apropriada, não há caminho independência.
Assuma simetria para o resto do exercício.
(c) Deixe VE1, VE2 e VE serem as variações equivalentes para a mudança de preços de
para, respectivamente, (2, 1), (1, 2) e (2, 2). Compare VE com VE1 + VE2
como uma função dos parâmetros do problema. Interprete.
(d) Suponha que o aumento de preço em (c) seja devido a taxas. Denote as perdas de peso
morto para cada um dos três experimentos DW1, DW2 e DW. Compare DW com DW1 +
DW2 como uma função dos parâmetros do problema.
(e) Suponha que a situação da taxa inicial tenha preços . O governo quer
aumentar uma quantidade (pequena) fixada de renda R pelas taxas commodity. Chame
de t1 e t2 as taxas imposto para as duas commodities. Determine as taxas imposto
ideais como uma função dos parâmetros de demanda se o critério ideal é a perda de
peso morto.

3.I.8 Suponha que estamos em um mercado de três commodities (no caso, L = 3). Deixando
p3 = 1, as funções demanda para os bens 1 e 2 são

(a) Note que a demanda para os bens 1 e 2 não dependem de riqueza. Escreva a classe
mais geral de funções utilitárias das quais a demanda tem essa propriedade.
(b) Argumente que se as funções demanda em (a) são geradas de maximização utilitária,
então os valos dos parâmetros não podem ser arbitrários. Escreva uma lista tão
exaustiva quanto você conseguir de restrições implicadas pela maximização utilitária.
Justifique sua resposta.
(c) Suponha que as condições em (b) se mantenham. A situação do preço inicial é p = (p1,
p2) e consideramos a mudança para . Derive a medida de mudança de bem-
estar gerada na passagem de p para p’.
(d) Deixe os valores dos parâmetros serem a1 = a2 = 3/2, b1 = c2 = 1, c1 = b2 = ½ e d1 = d2
= 0. Suponha a situação de preço inicial sendo p = (1, 1). Compute a variação
equivalente para uma mudança de p’ para cada um dos três casos seguintes: (i) p’ = (2,
1), (ii) p’ = (1, 2) e (iii) p’ = (2, 2). Denote as respectivas respostas por VE1, VE2, VE3. Sob
quais condições você terá EV3 = EV1 +EV2? Discuta.

3.I.9 Em uma economia de um consumidor, o governo está considerando colocar uma taxa
t por unidade do bem ℓ e diminuir os proventos para o consumidor (que, de qualquer
forma, não considera o efeito de suas comprar no tamanho da diminuição). Suponha que
para todo (p, w). Mostre que a taxa ideal (no sentido de maximizar a utilidade
do consumidor) é zero.

3.I.10 Construa um exemplo no qual a medida da variação de área aborde classificações


incorretas e p¹. [Dica: Deixe a mudança de e p¹ envolver uma mudança no preço de
mais de um bem].

3.I.11 Suponha que sabemos não só , p¹ e , mas também x¹ = x(p¹, w). Mostre que se
, então o consumidor deve estar pior na situação preço-riqueza (p, w) do
que em . Interprete esse teste como uma aproximação de primeira ordem a função
gasto em p¹.

Também mostre que um caminho alternativo para escrever esse teste é e


demonstre o teste para o caso onde L = 2 no espaço (x1, x2). [Dica: Localize o ponto no
conjunto ].

3.I.12 Estenda as medidas de variação compensatória e equivalente da mudança de bem-


estar para o caso de mudanças em ambos preço e riqueza, para que mudemos de para
. Também estenda o teste de “informação parcial” desenvolvido na Sessão 3.I para
esse caso.

3.J.1 Mostre que quando L = 2, x(p, w) satisfaz o axioma forte se e somente se ele satisfaz o
axioma fraco.

3.AA.1 Suponha que o conjunto consumo é e a função utilitária é


u(x) = x2. Represente graficamente e mostre (a) que o teste de consumo mais barato
localmente falha em (p, w) = (1, 1, 1) e (b) que a demanda mercado não é contínua nesse
ponto. Interprete economicamente.

3.AA.2 Sob as condições da Preposição 3.AA.1, mostre que h(p, u) é semi contínuos
superior e que e(p, u) é contínuo (mesmo se substituirmos o mínimo pelo ínfimo e
permitirmos ). Além disso, assumindo que h(p, u) é uma função, dê condições para suas
diferençáveis.

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