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Faculdade de Ciência e Tecnologia

PPG

1º Ano

A ESCOLA E SEUS COMPONENTES ORGÂNICOS

Beira, 2021
Departmento: Faculdade de Ciências e Tecnologia

Curso:

Cadeira de Prática Pedagógica Geral

Tema: A escola e seus componentes orgânicos

-As funções do professor

-O professor e a escola

-O bom professor

1º ano

Estudante: Docente:

Beira, Março 2021


Índice
Introdução..........................................................................................................................3
1. A escola.........................................................................................................................4
1.1. Órgãos da escola.........................................................................................................4
 Conselho geral............................................................................................................4
 Diretor........................................................................................................................4
 Conselho pedagógico.................................................................................................5
 Conselho administrativo.............................................................................................5
2. As funções do professor................................................................................................5
3. O professor e a escola....................................................................................................6
4. O bom professor............................................................................................................7
Conclusão..........................................................................................................................9
Referências Bibliográficas...............................................................................................10
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Introdução

A necessidade de encontrar um modelo de “bom” professor foi e continua a ser uma


preocupação constante pelas repercussões que poderá ter na formação de professores, na
qualidade de ensino e ainda na imagem social e profissional da função docente. Em
termos objetivos, a representação do “bom” professor é difícil de concretizar, dada a
existência de inúmeros fatores (humanos, pedagógicos, científicos, culturais,
profissionais) que condicionam o “perfil” desses profissionais. Paralelamente, podemos
encontrar diferentes concepções – a missionária, a militante, a laboral, a profissional, a
burocrática, a romântica (FORMOSINHO, 1997), com isso o foco deste trabalho é a
escola e seus componentes orgânicos, não deixando de incluir o essencial ‘‘O
professor’’.
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1. A escola
De acordo com (SILVA, p.196. 2002)A escola é o lócus de construção de saberes e de
conhecimentos. O seu papel é formar sujeitos críticos, criativos, que domine um
instrumental básico de conteúdos e habilidades de forma a possibilitar a sua inserção no
mundo do trabalho e no pleno exercício da cidadania ativa.
No entanto uma escola é uma instituição educacional projetada para fornecer espaços de
aprendizagem e ambientes de aprendizagem para o ensino de alunos, sob a direção de
professores.

1.1. Órgãos da escola


Cada Escola tem órgãos de gestão e administração próprios: o conselho geral,
o diretor, o conselho pedagógico e o conselho administrativo.

 Conselho geral

Promove a abertura da escola ao exterior, integrando elementos que têm origem em


diferentes setores da comunidade - docentes, não docentes, alunos, pais, autarquia e
outros.

“Ao Conselho Geral compete definir as linhas orientadoras da atividade da escola. Ao


reunirem-se representantes de grupos distintos pretende-se que partilhem os seus
saberes, também diferentes, contribuindo, deste modo, para definir uma política para a
sua escola, a qual deverá estar de acordo com a especificidade dos seus alunos e com a
realidade social e cultural em que a escola se insere.” (Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de
Abril-Brazil)

Compete a este órgão:


- definir as linhas orientadoras da atividade da escola;
- aprovar as regras fundamentais do funcionamento da Escola (Regulamento Interno);
- aprovar as decisões estratégicas (Projeto Educativo);
- aprovar as decisões de planeamento ( Plano Anual de Atividades);

 Diretor

É o órgão de administração e gestão da escola eleito pelo conselho geral após


procedimento concursal, e é o primeiro responsável perante a comunidade pelo
desempenho da sua gestão.
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Cabe ao diretor liderar a escola e geri-la nas áreas pedagógicas, cultural, administrativa,
financeira e patrimonial. Na sua função, o diretor é coadjuvado por um subdiretor e três
adjuntos.

 Conselho pedagógico

É um “órgão de coordenação e supervisão pedagógica e orientação educativa  nos


domínios pedagógico-didáctico, da orientação e acompanhamento dos alunos e
formação inicial e contínua de pessoal docente e não docente docente, numa perspetiva
de lhe conferir eficácia e assegurar a necessária articulação curricular.” (Decreto-Lei n.º
75/2008, de 22 de Abril-Brazil)

Cabe a este órgão elaborar o projeto educativo, apresentar propostas para elaboração do


regulamento interno e do plano anual de atividades, entre outras competências.

 Conselho administrativo

É o órgão deliberativo em matéria administrativa e financeira da escola. É composto


pelo diretor, que preside, pelo subdiretor e pelo chefe dos serviços de administração
escolar.

2. As funções do professor
Este é o elemento central na formação de professores ou magistério, trata-se da pessoa
que ensina e educa, portanto para além de transmitir conhecimentos científicos, cuida da
formação da personalidade do aluno, saber despertar interesse nos alunos pela matéria,
saber dosear a matéria em função no nível etário e cognitivo, ter um método de trabalho
claro, de tal maneira que todos, ou pelo menos, a maioria entenda.

Também contituem às caraterísticas de um bom professor:

1. Conceber, aplicar, corrigir e classificar os instrumentos de avaliação das


aprendizagens e participar no serviço de exames e reuniões de avaliação;
2. Elaborar recursos e materiais didáctico-pedagógicos e participar na respectiva
avaliação;
3. Promover, organizar e participar em todas as actividades complementares,
curriculares e extracurriculares, incluídas no plano de actividades ou projecto
educativo da escola, dentro e fora do recinto escolar;
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4. Organizar, assegurar e acompanhar as actividades de enriquecimento curricular


dos alunos;
5. Assegurar as actividades de apoio educativo, executar os planos de
acompanhamento de alunos
6. determinados pela administração educativa e cooperar na detecção e
acompanhamento de dificuldades de aprendizagem;
7. Acompanhar e orientar as aprendizagens dos alunos, em colaboração com os
respectivos
8. pais e encarregados de educação;
9. Facultar orientação e aconselhamento em matéria educativa, social e profissional
dos alunos, em colaboração com os serviços especializados de orientação
educativa;
10. Participar nas actividades de avaliação da escola;
11. Orientar a prática pedagógica supervisionada a nível da escola;
12. Participar em actividades de investigação, inovação e experimentação científica
e pedagógica;
13. Organizar e participar, como formando ou formador, em acções de formação
contínua e especializada;
14. Desempenhar as actividades de coordenação administrativa e pedagógica.

3. O professor e a escola
Do professor espera-se, através de suas ações pedagógicas, que o seu trabalho
intelectual seja transformador da estrutura organizacional da escola, integrada à
transformação estrutural mais ampla da sociedade da qual ele participa. A escola,
entendida como a vitrine para os projetos sociais, serviria de instrumento viabilizador
das ações pedagógicas propostas pelo professor. O professor ao decidir o objetivo,
conteúdo, e a metodologia aplicada, revela o seu posicionamento político, fazendo da
educação um ato político, que orienta a práxis do educador. A escola, dessa forma, se
organiza centrada no professor transmissor do acervo cultural.

Contudo, o professor, a partir da organização material do processo de trabalho escolar,


bem como suas relações sociais de produção, organiza-se sob a forma de trabalhador
coletivo, tornando-se assim um "professor proletário", a partir da perda do controle do
processo de trabalho. Referente à dimensão intelectual do trabalho do professor, a
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exigência de habilitação e formação tem sido reduzida a partir da organização da prática


pedagógica sob a forma de divisão de trabalho.

4. O bom professor
Assim, dizer que os alunos não aprendem [são burros] ou que não querem ou não
cooperam com o professor, não é próprio de professores conscientes, pois para saber se
ele ensina bem ou não também recorre-se aos resultados do seu trabalho que são os
conhecimentos que seus alunos adquiriram.

Assim, para realizar com zelo e simultâneas as duas tarefas, há um conjunto de


requisitos que o professor deve reunir:

 Vocação: inclinação especial a alguma coisa, jeito ou mestria de fazer


bem, resulta de uma motivação intrínseca e extrínseca, mas sobretudo
cultiva-se. Ela associa-se a aquele egocentrismo profissional dos
indivíduos que os leva a considerar a sua profissão como a mais bela e
difícil e a dos outros de fácil e irrelevante [veja-se o deontologia do
professorado].
 Segundo a associação norte americana do professor, este não deve ter
grandes ambições materiais, pois a sua profissão é a menos remunerada,
excepto no Japão e na Alemanha.

 Ser didacta: Não basta conhecer as matérias, mas saber articular a


linguagem e as actividades para ser compreendido. Para a didáctica
tradicional (teórica) se houve ensino houve também aprendizagem, mas na
prática não é assim, constitui uma falácia sem cabimento o argumento de
que eles não sabem mas eu ensinei. O processo educativo é um processo de
comunicação, e só há comunicação quando há feedback e para que a
comunicação seja eficaz o professor deve:

 Saber escutar o aluno e transmitir saberes que vão ao encontro


das suas necessidades, não se trata de decidir por ele, mas leva-lo a
reflectir e posicionar-se em função das suas vivências, como dizia
Dom Bosco “se não atingirmos o coração da criança não
conseguiremos educá-la”. Portanto os gritos, o tratamento rude,
abusos verbais, ameaças e castigos físicos, devem ser evitados e,
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por outro lado deve-se moderar nos gracejos e ignorar erros


triviais;

 Ser justo: elogiar os bons feitos, evitar apenas reprimir o erro.


O professor ensina, o educador educa, o mestre é o modelo de
vida, o que ensina é mensagem.

 Ter amor ao próximo: o professor deve gostar da humanidade, isto é, ter


inclinação e simpatia pelo ser humano.

 O professor deve ser alegre (conservar o sorriso): A seriedade não é oposta


da alegria, esta facilita a comunicação com os alunos pois se sentem atraídos
e ficam contaminados pela alegria do professor. Ora, a alegria é uma
característica de quem se sente em paz consigo próprio e, é resultado do dever
cumprido pelo professor que não sente remorso de ter despachado ou
enganado os alunos. Não se fazem amigos de cara fechada e o professor
precisa de ser amigo e confidente dos seus alunos, principalmente quando
adolescentes.
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Conclusão

Contudo, a escola atual é fruto da criação burguesa do século XVI onde tinha por
objetivo além de instruir, educar. No século XVII trabalha para disciplinar, educa para a
moral, trabalha vigilância constante e submete a criança aos castigos corporais. Entende
que a humanidade traz consigo uma natureza má, portanto a criança deve aprender a
obediência e regras de conduta para que assim possam ser controlados os seus impulsos
naturais (ARANHA, p.73, 1996).
No entanto, diante da realidade apresentada pelos professores sobre o cotidiano da sala
de aula, podemos concluir que a prática pedagógica deve ser organizada coletivamente e
que cada profissional deve adquirir a consciência da importância que exerce nas
atividades que envolvem direta ou indiretamente o processo ensino e aprendizagem.
E o professor, enquanto responsável por uma ação sistematizada e crítica na apropriação
dos conteúdos científicos e formação dos sujeitos conscientes, precisa adquirir maior
compreensão, aprofundamento da função mediadora no processo de ensino,
aprendizagem e desenvolvimento dos alunos, buscando superar a fragmentação e o
esvaziamento do conteúdo, assim como também enfatizar o compromisso com a
socialização dos conhecimentos. Dessa maneira, o professor deverá ter maior bagagem
filosófica, histórica, social e política bem como, maior aprofundamento da sua área de
conhecimento e das questões teórico-metodológicas.
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Referências Bibliográficas

 Aranha, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna,


2002.
 Arredondo, S.C. e Diago, J.C. Avaliação Educacional e Promoção Escolar.
São Paulo: Unesp, 2009.
 Bordenave, J. D.; Pereira, A. M. Estratégia de ensino-aprendizagem.
Petrópolis: Vozes, 1991.
 CUNHA, M. I. da. O Bom Professor e sua Prática. Campinas: Papirus, 1899
 Nivagara, Daniel Daniel. Didáctica Geral – Aprender a Ensinar. Módulo de
Ensino à distância, Universidade Pedagógica.
 Piletti, Claudino. Didáctica Geral, Ática, 1997
 SILVA, Aida M. Monteiro. Da Didática em Questão às Questões da Didática.
CANDAU, Vera Maria (org) Didática, Currículo e Saberes Escolares X
ENDIPE. 2ª Ed. Rio de Janeiro: DP&A,2002.p.187-197.
 VASCONCELLOS, C. dos S. Planejamento: Projeto de Ensino –
Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico. São Paulo: libertad, 1999.
 Veiga, Ilma Passos Alencastro (Coord.). Didáctica: uma retrospectiva
histórica. IN:. Repensando a Didáctica; 5 ed; Campinas, SP: Papirus, p. 33-
51.
 VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes,
1984.

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