Você está na página 1de 154

MARIA NEt,E DOS SANTOS

·:·

A Vila de Santo Antônio e Almas de Itabaiana no


século XIX (1850 - 1388)

' ~

Dissertaçao de J{estrado apresent::i.da .. ao


Instituto de Filosofia e Ciências Huma-
na~ da Universidade Estadual de Uarnpinas

CaJTlpinrrs

l9ô4
UNICAMP
IIBL\OTECA CEtHRA•
À memória de minha mãa Maria de Lourdes Santos

Para
·Ana c1é1 i::i 'T'hiel P.n
Maria Augusta Lobão Moreira
Maria Thétis Nunes
SUMÃRIO
PÃG:
. ,
INTRODUÇ O••••••••••• • ••• •~-··~'.~ •••••• • •••• ••• ••• •• ••• ~ •••••••••
à 04
CAPÍTULO I - Conquista
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA VIIA DE ITABAIANA.
l - o gado para
e ocupação de Sergipe •••••••••• •.• •••••• 09
09
a a Bahia••••••••••••••••~•••••••••••
b -
o açucarem Sergipe•••••••••••••••••••••••••••• 16
e Colonização e Fundação da Vila de.Itabaiana •••• 20

CAPÍTULO II - DISTRIBUIÇÃO E FORMAS DE PROPRIEDADE DA TERRA.


A - A Lei de Terras de 1850 (características gerais). 37
B - Os registros de Terras ••••••••••••••••• •• ••• ••••• 37_
b.l - Distribuição dos registros ••••••••••• •••••••• 3·9
b,2 Significado dos vocábulos descritivos •• •••••• 50
b.2.1 ·- "Posse" •• •••••••••••••••••••••••••••••••••• 51
"Fazendas" e "Engenhos" .................... . 54
H

Outras designaçoea ••••••••••••••••••••••••• 58


c Situação JurÍdica•••••••••••••••••••••••••••••••• 63
CAPÍTULO III - VIDA ECONÔMICA.
1 A la\'oura do algodão em Sergipe (esboço) ••••••••• 71
2 O algodão na vila de Itabaiana ••••••••••••••••••• 82
a Francisco Borsone e a introdução do descaroça-'
dor à vapor ••.•••••••••• ·•.••••• ••.............. 87
b - Transporte e comercialização.................... 91
CAPÍTULO IV - ORGANIZAÇÃO SOCIAL.
l Os censos eleitorais •••••••••••••.••••••.••• ., •••.• 105
a O quadro sócio-profissional •••••••••••••••••••• 106
b - As classes de rendas •••••••••••••••••••.•....... 110
2 Os lavradores.,.,, •••• •• •••••••• ••.•• •• - • • • • • • • • • • 116
a - Fazendeiros•••••••••••••••••••••••••••••••••••• 121
b
t'I • . .
~1~1an~es .
••••••••••••••.•••••••••.••.•.•••.••.• 122
~o que viviam•••••••••••••••••••••••••••·-·-· 123
Como viviam •• ~••••••••••••••••••••••••••••••• 127
3 A década de oitenta na vila de Itabaiana ••••••••• 130

CONCLUSÃO •• ••••••••~•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 142


BIBLIOGRAFIA •• ~•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
145

ANEXOS ••••••••••••• e •••••• •••••••••••••••••••.·•••••••••••••••• 150


,,

INTRODUÇÃO
5

Fundamentalmente este trabalno é uma dissertação sobre.


.
a Vila de Santo Antônio e Alm·as de Itabaiana situada na região do
gr~ste, e hoje um dos mais.Iniportantes municípios do estado de Sergi,
pe,

A an·álise se insere erltre a extinção do tráfico negre,!


ro (1850) e a abolição da escravatura (1888), Aa balizas justiffcam'
por si só o período histórico demarcado. Lembro,,porém, que o declÍ
nio da escravidão não é o enfoque central.

Presumindo abrir espaços, no estudo de outras árêas do


território sergipano fora da região da mata, optei por uma ·região de
transição entre esta e o sertão: o agreste. A.área escolhida: o mm1,!
cÍpio de Itabaiana. Seu setor de produção variado foi o motivo pri~
cipal. Passou suéessivamente da pecuária (séculos XVII e XVIII) para
a agricultura ( século XIX). Neste, as lavouras de cana e de algodão
de um lado, e as lavouras de sub,sistência do outro retir2.ram a prim~
zia das atividades criatÓrias~ marcando acentuafüurrente a eRtrutur:1_ e
conÔmica. Entretanto, foram as lavouras de subsistência cultivadas•
principalmente ·em sítios, que caracterizaram a qualidade de vida do
povo itabaianense.

Partindo de&te contexto procurei apreender o sitiante


dentro da estrutura sócio-econômica de Itabaiana através de dois a~
pectos: a). A posição ocupada na organização social; b} O modus-viven
di.

O trabalho se distribui em quat_ro capítulos.

No primeiro, realizo uma síntese do processo ae ocup~


çâo do tc~-ri tório, d.estacando a subordinação (J~ Serg.ipt: como fornec::,
dor de Gndo pnrn n.Bnhis. Pnralola.mcntc, registre a~ ~c:;::arias, .
V

,
surgimento dos primeiros engenhos e o desenvolvim~nto destes no secB
lo XVIII. Estes aspectos serviram para introduzir e.compreender a e
volução histórica do município de Itabaiana.

No segundo ·cap!tulo, examino a estrutura agrária, na


medida que a docttt1entação me permitiu.- Usando, basicamente, os Li,
vrôs dü Registros àe Terras· também chmna.õos "Registros Paroquiais" ;
extra! os llados brü.tosª Manipulei-os estatisticamente, obtendo a2,
gun.s resuJ. tados que foraiü .analisados, avaliados e interpretados
6

' .
tanto quanto poasivel.

No terceiro,.: t·:rato do uso da terra. Estruturalmente• 1


.
havia dois setores '
agr1colas; um produtor de mercadorias destinadas
aos mercados europeus; o outro pI'odutor de alimentos dirigidos ao •
, ~ . .
mercado local. O açucar nao foi o produto de destaque da Vila de I-
tabaiana. Por esse motivo concentre.i atenções exclusivas para o al-
'
godão. Quanto as lavouras de subsistência são analisadaa com os si-
tiantes.

Por fim, o quarto capÍ tulo onde examino a e&trutura '


social, enfocando principalmente o sitiant~. Ine~istindo censos es-
tatísticos sobre a população e ocupações para Itabaiana ·ae 1872, u-
sei os censos eleitorais. Apesar das restrições impostas Pelo sist~
.ma eleitoral vigente no Império reconstituí boa parte das categori-
as profissionais e as_ classes de rendas. A partir dest~s, aquilatei
a posição sócio-econômica do sitiante •. Para avaliar a qualidade de'
vida, servi-me dos inventários. Para uma visão mais geral sobre o'
desenvolvimento do município na década de ç,i tenta, exatamente até o
limite deste trabalho (1888) utilizei Resoluções· e !'osturas aprova-
das pela Assembléia Legislativa Provincial.

Em seguida, as conclusões onde relaciono. os principa-


' .
is resultados obtidos nos cap1tulos descritos •

.H:econheço que os resultados alcançados poderiam ter '


sido amplos e essencialmente fecundos.se as fontes primárias fossem
enriquecidas de outras, especialmente as cartorárias. Em que pesem•

minha insistencia direta ·e pedidos de terceiros junto aos titulares
dos cartórios àa cidade de Itabaiana, meu .acesso à pesquisa foi ve-
te.i:!o.

-
Incentivo, apoio, solidariedade, compreensao, suges-•
tões e críticas construtivas recebi de inúmeras pessoas quanào àa 1

realização deste _trabalho. A todas, indistinta11ente, meu reconheci-


mento.

Hegi stro, aqui, agradecimentos aos colegas e pro fessg_


Haria Andrade •
Gonçalves e Diz.na Maria Leal do Faro Diniz •.
7

Aos professores Emariuel Franco e José Augusto Andrade,''


pela elaboração do material partográfico e a aluna Juliana Bonfim Si-
mões, pela execução.

Agrç1decimentos s1nceros ao aluno estagiário do curso de


História, Antonio Nunes Filho', pelo levantamento de docu.rnentos no Ar-
quiV'O Público, aos funcionários do Arquivo Público do Estado de Sergi
pe, da Biblioteca Pública do Estado, do Instituto Histórico e Geográ-
fico de Sergipe, da Bibliote.ca d'? C~pus Universitário e de modo esp!;.
cial o pessoal Administrativo do Departamento de História da UFS pelo
atendimento as minhas solicitações.

Finalmente, destaco o professor Peter Louis Eisenberg,'


que pacientement,e orientou e acompanhou cac1.a passo dessa minha disser:
tação e a quem expresso meu apreço.
.,

C AP t T UL O I

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA VILA DE ITABAIANA


9

1- CONQUISTA E OCUPAÇÃO DE SERGIPE

'
(a) O Gado para a Bahia

2
Dos 750.000 Km de área caracterizad~ como Nordeste do
2
Brasil, 21.994 Km são ocupados pelo estado de Sergipe, estendendo-
se no litoral desde a foz do Rio Real até o Rio são Francisco.

A história da conquista das áreas litorâneas setentrio


nais no século XVI é a da continuação das lutas que levaram à co~
quista de Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte. Ora, a terra li
. ~

vre numa e noutras reg1oes pelo insucesso de algumas capitanias here


ditárias era um convite para os estrangeiros que, insistindo em sus
tentar suas bases, instigavam os Índios contra os portugueses.

O desenvolvimento da Bahia e de Pernambuco impingia os


caminhos por terra, entre os dois centros irradiadores de povoamento.
,...,,+ ... .;,.,. ...... , .......... ..,,..
..., ..... ., ........... 1:' .............. ....... ..,,
.. ...
......
,
.,_..
perativo. Assim sendo, por ordem do Governo Metropolitano, na epoca
da União Ibérica, dar-se-á a ocupação -defini tiva de Sergipe sob a
fonna de empresa militar.

Por conseguinte, a guerra áo Índio levada ao extremo


de ser tornada justa pelas disposições governamentais, a eliminação
do concurso
.
dos franceses com os naturais do Rio Real ameaçando a se
gnrança do governo b.aiano, a necessidade de uma comunica:Ção
-
terre~
tre entre Bahia e Pernambuco e sobremodo a expansão do gado, apoio
vital às atividades aÇucareiras das mesmas capitanias~ figuram. como
as razões determinantes da conquista do território sergipano.

,
Apos sucessivas e fracassadas tentativas entre as quais
ã. dos ·j·;;-suíta:s-e- a-die--L-üi-z.--Ut:! Br.ii..u,. a- conquista se consoliâou com
Cristóvão de Barro.a, um dos membros interinos da Junta Governativa
Baiana àquela época, com vitórias decisivas sobre os Índios em 12 de
janeiro de 1590.
1

Tanto quanto se verificou noutras áreas do Brasil Col§_


nia, entre elas o Nordeste,. ."A posse e a propriedade da terra resul
taram àa simples doação, na forma de ·sesmarias, sem restrições de
10

A capitania de Sergipe não foi exceção à regra, Conven-


cido da positividade da sua conquista, Ctistovão de Barros, antes de
retornar para Salvador, tomou algumas iniciativas: ilistrib:U:iu sesrnar!_
as entre alguns participantes da expedição, estabeleceu as bases da•
organização da capitania, e deixou Tomé da Rocha Malheiros como guver
nante.

O ato de conceder exten~es de terra não deve ser inte~


pretado apenas como recompensa, mas acima de tudo como um cumprimento
às diretrizes da política portuguesa de colonização. As sesmarias fo-
ram sendo distribuídas nos vales dos rios Real, Piauí, Vaza-Barris e
Cotinguiba. Seguindo a marcha da conquista, a colonizaçãc, começou pe-
lo Sul, acompanhando todo o litoral, tendo posterionnente, entre 1600
e 1602, se inserido pelo Norte e Centro.

A colonização do Nordeste, no século XVI, surgiu funda-


mentalmente vinculada à agricultura da cana-de-aç~car com a finalida-

a tendência foi, "não outra", J!las uma subordinação aos interesses das
áreas açucareiras, no sentido de produzir alimentos, meios de trans -
porte e energia animal.

Testemunhando essa explicação tradicional, citamos como


exemplo o "Livro que dá Razão o . Estado do Brasil", de publicação ori
ginal em 1612:

ªEsta capitania (Sergipe) é muito proveitosa aos enge -


nhos é fazendas de Pernambuco e da Bahiat para os qua- ,
is todos os anos vai muito gado, tanto para comer como
para o serviço. ~ri~m-~e nêstes pasto~( ••• ) bons é-'
guas e bons cavalos que, dos do Brasil, são os melho- 1
res~
3
11
t:ntre os estudoS recentes sobre Sergipe temos As Ses-'
marias de S~rgipe d 1 El Rey•, onde a professora Lilia.~ Salomão escre-'
veu:

n \ ••• ) A coloni 7.ação de Sergipe foi condicionada pelos


problemas que afligiam Pernambuco e Bahia. Uma vez •
que esta foi realizada polua baianoG, em
expandir a criação de gado, que seria forneciao às du
ll .

as capitanias vizinhas, sua economia, originariamente,


estava voltada para o atendimento das necessidades da
,, . -:· ,,.
agro-ind.ustria canavieira. Consequentemente, seria ar~
a de apoio, eminentemente secundária, apezar da erande
importância para~ sustentação da atividade principal'
da colÔnia:
4

Estas citações evidenciam os objetivos da colonização e


reforçam a sitüação estratégica e a função econômica da Capitania Ser
gipana.

Independendo dessBs registros e de outras informações,'


mormente de cronistas, as próprias sesmarias, em grande nÚrnero, prec2
nizam as atividades econômicas dos primeiros séculos da Capitania. Ne
· las são usadas habitualmente, as expressões~ "gado ou gados 11 , "cria-'
çÕes", "criações miúdas", "criações diversas", "lavrar e criar suas 1
criações", "fazer roças e criações", "lavoura ou lavouras", "roças e
man tjm en to i:_i" ~

Entre 1594 e 1609, perfodo da ocupação, a maioria das'


sesmarias concedidas foram de tamanho pequeno, com as"medidas em bra-
ças", e de "cteia légua" alcançando um percentual de 4l1o.no mesmo perí-
odo entre 1596 e 1606, as de uma légua chegaram ao percentual de 13')/~
-
Portanto, totalizando 54% quanto ao seu aproveitamento, sao na sua '
quase totalidade, as habituais "criações e roças".
12

QUADRO I

Dimensões das Semarias d.a Capitania de Sergipe

DIMENSOES

Sem medidas declaradas 3,4


Medidas em braças 23,0
Meia légua 18,0
1 Légua 13,0
1,5 Léguas 2,0
,
2 Leguas 9,2
,
3 Leguas 25,0
,.
4 Leguas 6,4
,
5 Leguas 0,8
6 Léguas 0,5
8 Léguas 0,5
10 Léguas 0,3
,
12 Leguas o,s
30. Léguas 0,3

Fonte: SALOMÃO, Lilian da Fonseca - As Sesmarias de Sergipe d'El-Rey


op. citp.55

Apesar de os pedidos de instalações de engenhos não te


rem sido tão frequêntes, tudo nos faz crer que as dimensões não dire
cionaram as formas de ~.u.tLlizaçãc. SÓ a partir do final do século 1
XVII, surgiram. as órdens régias restringindo-as. A criação, especia!_
mente a de gado, foi :praticada hum regime extensivo e até certo "Pon-
to itinerante. A propósito Celso Furtado te:::: este pa!"ece:r:

"0 'regime de águas e distâncias dos mercados exigiam '


periódicos deslocamentos da população animai, sendo '
insignificante a fração das terras ocupadas de forma'
pennanente5.

As dimen~Ões iniciais da~ Remarias nao obstaram a cri-


e.ção e expansão do gado, justamente pelo nomadismo da pecuária.
13

,
No aeculo XVI inexistiam engenhos em Sergipe. Durante .a
maior parte do século XVII, poucos engenhos apareceram. Antes de 1602
' de sesmarias. Em 15 de junho de 1602,·o
não são mencionados nas ca!"t.à.s
desembargador Baltazar Ferraz, residente na Bahia, dizia possuir"( ••• )
·na Capitania de Sergipe fazenda de criações de gado vagun e cavallar'
e outras criações". Em face d.isto Solicita lhe sejam dadas em sesmar;!:_
'
as duas leguas de terra,

"( •• ,) medidas pelo dito Rio Sergipe hua legoa da outra


banda ficando em meiO a dita ribeira para nela fazer 1
engenho ou engenhos de açucar que nella nao ha6•
- ,

Seguindo o exemplo do desembargador, outros pedidos de


terras para montar emgenhos aconteceram, conforme apresentamos no qua
dro abaixo:

QUADRO 2

Sesmarias concedidas para instalação de engenhos.


Dimensoes
Dia/11ês/Ano Sesmeiros Concedidas Local
,
15.06.1602 Baltazar Ferraz 2 Leguae cotinguiba

06.07.1602 Antonio Vaz 1 Légua Vaza-Barris


.
02,08.1602 Antonio Guedes Meia Légua Cotinguiba
Gaspar, Amorim e
.-02.0B.1602 1 Légua "
Manoel Tomé
,
02.08.1602 Gonçalo Ãlvares 1 Legua "
j ..... O" • .1.uv
1.1.1.0 .. '""2 ! Franci soo de Barros e
i ~Ab"'Ati;:,... de Brito r.orreia
· ,.,..-.:,
...... ~-----
.J.JJ.Glo'fGl,U
1
1
~~ ... .., .............º ....: ...........
H•'-'
.-;:,,,.,.
~..., 1
i i
' Bastião· Ãl vares 1 Légua Rio Real
'
09.09.1602
.
24.12.1602 Ãntonio Guedes 1 Légua Cotinguiba

05.oe.16u3 Os nadres de 0ão Bento 1 Légua •


. - - - -

Fonte: FREIRE, (Felisbelo)


ze:s, 1977. Apêndice - Sesmarias de Ser-
.gipe.
14

Lamentavelmente, não dispomos de qualquer documentação•


que confirme se os referidos concessionários puseram em prática se-
'
us objetivos •. Supomos que ..não, porque de acordo com o"Livro que dá rª-
zão do Estado do Brasil 11 , o mais antigo engenho sergipano da ta de 16Ia-
em 1637 havia apenas oi to engenhos.

-
A. que razoes devemos atribuir o retardamento da 1·avoura
canavieira em Sergipe?

,
Durante um seculo e meio aproximadamente, o nordeste •
foi o pólo dinâmico das atividades econômicas do Brasil Colônia. Seu'
litoral foi, por excelência, o domfnio da grande lavoura. ·entre os f~
tores tão conhecidos destacam-se: a proximidáde com o continente euro
peu e as condições geofísicas bastante favoráveis ao plantio da cana,
. ' .
que contava com a abundanc1a de rios, relevo relativamente plano, ma-
tas extensas e terras férteis.

Apesar de o litoraJ. ser dotado de um espaço territoriaJ.


imenso, o mesmo não pode ser dito com relação às .suas áreas cultivá
veis, em consequência, a área de expansão da grande lavoura limitou
-.se a uma zona de 30 a 60 Km de largura que acompanha a costa. Ao suJ.
de Pernambuco esta faixa se restringe. No Recôncavo Baiano"••• os '
bons solos para a lavour& existiam apenas em ''cantões', nas planícies
e nas colinas onduladas, as quais se intercalavam em meio a terras de
qualidade. inferior~
8

. Mesmo considerahdo os incentivos concedidos pelo gover-


.
no portugues, entre éles a 1sençao -
de impostos por dez anos para os•
engenhos construídas, grandes eram os riscos tendo em vista o nível 1
de capi.talizaçãa requerido. Conseqú•entemente para a reposição dos in-
vesti1aerd,oa era necessária uma produção· que a.tlngisst:: 1Vlli3 r-ar:1(!.ii:i.:.,;;;:i:..

pouca monta, sabendo-se d'antemão das limitações técnicas e dos pro


,
cessos empíricos de fabricação do açucar.

See;undo autores entr~ el. es, Roberto Simonsen, "nos pri-


meiros tempos, os engenhos seriam todos de mais de j.000 arrobas por•
,
ano; sobem mais tarde aparecerem as engenhocas, quando assim o penni
tiram a àisseminação da população e outras conàj çÕes!! noutras pala- '
V!'8S oRengenhos pequenos~ tais como Sergipe podiam ter sustentados,'
- '
sendo inviáveis economic~1iente, suo preteridos pelos medias -
e granctes
15

por falta de mercado interno •

. O senhor de--engenho precisava de terras muito férteis


para cana. Quando a produtividade de sua terra caía atingindo um es-
tágio não compensador, ele prefêria derrubar novas matas, investindo
seu capital em novas terras. Necessitava de terras para pastagens, 1
porque a lavoura de câna também foi consumidora de gado. 11 Ao expandir
-se a economia açucareira, a necessidade de animais de tiro tendeu a
creocer maia que proporcionalmente, pois a devastação das florestas'
litorâneas obrigava a buscar a lenha a distâncias cada vez maiores!o
Pari passu o aumento dos rebanhos ia demonstrando a impraticabilida-
de de uma convivência entre cana e gado na: faixa li torâ.nea, isto é,'
dentro das próprias unidades produtoras de açucar. 11

Com essas considerações objetivamos demonstrar o se-•


guinte: Diante da liffiitação de áreas cultiváveis, os colonizadores'
do recôncavo baiano procuraram Útili~á-las e aproveitá-las ao máximo
na grande lavoura de calla, porque contavam com as terras se_rgipanas,
. ~

para a criação do _gado, retaguarda das suâs atividades economicas.

Observando-se a marcha da colonização sergipana nos si


culos XVI e XVII, vemo-la começando pelo sul, acompanhando todo o li
toral e depois se inserindo pelo norte e centro. AO reçilizar este r2

. .
teiro, a criação de gado estava inclusive ocupando áreas propícias 1
ao plantio da cana de açucar.
16

(b) O Açúcar em Sergipe

'
J)esde os meaàOs do século XVII, mais exatamente após a
restauração portuguesa e a expulsão dos holandeses, a coloniz·ação ser
gipana foi acelerada. A Capitania de Sergipe, no séc. XVIII, viveu
um clima de reorganização e de luta para· superar toda sorte de difi
culdades. Nele já se percebem os primeiros sinais de um sentimento '
de autonomia através do comportamento político das câmaras munic~pai~
Em 1727, são em número de seis: a de s. Cristóvão, Santa Luzia, Lagar
to, Itabaiana, Vila No'Va e Santo ·Amaro. "Lutam pela integridade ter
ritorial, protestam contra os excessos ao ouvidor e o arbítrio dos ca
pi tães-:".l.ores, ou chamam a si o lançamento de novos imposto à. n
12

Este clima de reorganização política e econômica coinci


de com a retomada dos pedidos e concessões de sesmarias ocorridos por
todo o século XVIII. Neste, us de trê-s léguas por uma légua dorninan:m
alcançando o maior percentual, ou seja, 25% (vide quadro l, p. 4). De
2.ccrdo ~om. e. ord.':'m !'E'fl.l de 9 tle janl:'i!'O d':! 1 f'.i97, -8.r:t Frv.tAnAÔe::i da8 da
tas não poderiam ultrapassar aqueles limites. Face à proibição, os
peticionários naturalmente solicitavam o máximo estipulado.

,
Essas sesmarias localizavam-se em areas hoje correspon-
dentes a Lagarto, Itabaiana, Rio Salgado, Serras Negras e Serra do Ca
pitão. As áreas localizadas no interior não pennitiam produções mais
importantes do que a pecuária. Excetuando-se duas concedidas ao mes
mo peticionário e destinadas a um engenho, as demais sefiam utiliza-
das para a criação de gado.

,
Tomando em particular a area de Itabaiana, centro do no§.
so estudo, todos os pedidos indicaram dimensões de "uma légua de la!,
go e três de compriào ". Os aluarás expedidos en 'i.rt= l 72ó t: lôúü '..,E::út'

iiciaram ois ist:guii:itE:~ .3t:billei1°os:


17

'
QUADRO 3

Sesmárias de Itabaiana no século XVIII

Dimensoes
Dia/ilês/Ano · Sesmeil'Os . Concedidas Local
, Rio
18.10.1726 Cap.Francisco de Alm. Cabral 3 Leguas Jacarecica
. Rio
10.04.1731 Gel. Manuel Nunes Coelho Vaza-Bar.ris
"
29.01.1732 Cap. Antonio Martins Fontes n
"
Rio
16.02.1735 Antonio Tavares de Menezes n
qampanha
Entre Ita-
07.12.1748 Sg.-mor José Correia de Araújo . baiana, Ge-
remoabo e
R.S.Franc.

06.02.1765 Ten. João Paes ae Azevedo "


Rio
.. __,_
01.02,1778
/
Antonio Jose da Co.sta
.
n Lagos e
Mandinoba
o-: ....
H ... V

29.0l .1789 Francisco Curvelo de Barros " Vaza-Barris


Francisco, Pereira
. , ,., · 1de....... ~esus n
21.02.1793 n • ' Rio Jacoca

1s os.1soo Can. João Barbosa Madureira n


Rio Sal;::rado

Fontes, FREIRE, Felisbelo - História Territorial do Brasil, vol.I

t
oportuno questionar: será que a predominância de se~
marias de três léguas pode ser explicada apenas pelas lÍmi taçÕeE", das
ÓÍ-dens régias'? De certo modo não deixam de influenciar, entretanto, a
'
cred_i tamos poder percebe-la . '
sob outra otica.

,
Nos fins do século XVIII, .uma alta nos preçoc d.o açucnr
não SÓ favoreceu a recuperação parcial da cultura canavieira em ::i,re:3.s
tradicionais, como também promoveu o desenvolvimento noutras regiões•
do país. Manuel Correia de Andrade argumenta que:.

"( ••• ) As guerras travadas na Europa na seGilllda metade'


do século XVIII, em.que se envolveram as principais po
têncio.s Colonizadoras e as revol uçÕes surc;idas no fim.' .
-.
il:einue1P. P..Rrn1l.n TI::'!.~ Antilhas-Haiti, sob!'E>i:-ui:lo - fs:~.rorl?--
ceraru muito a nossa industria açucareira ( ••• ). Isto '
porqui;, fi-.:;mido :Portugal ?:--t margem Daqueles confli tot:i, !
colocava facilmente a produção brasileira do açúcar no
mercado europeu~
13
18

A Capitania de Sergipe, em 1756, contava com 46 enge-•


nhos, tendo este ~úmero tr_iP;licado para 146, em 1798. Neste mesmo
14
século, as atividades criátó'rias avançavam através do agreste e do 1
sertão. Assim sendo, a função de apoio exercida antes para as áreas'
ext8rnas da Bahia e Pernambuco, passava a ser requerida internamente.

o's fatores mencionados contribuíram de forma decisiva,


para o desenvolvimento da cultura canavieira em-Sergipe. Entreta~to,
outro aspecto importante deve ser qonsiderado. A produção do açJcar'
exige unr investimento inicial de grande ·monta aplicado, principalmen
,
te na compra de equipamentos, construçao de predica -
e na compra de'
escravos. Diante desse quadro uma perguntas~ impõe: qual a origem
do capital empregado na instalação dos engenhos sergipanos? Concord~
mos plenamente çom o ponto de vista de Josué Modesto ao afinnar:

"~ pouco provável que o$ criadores e lavradores sergi-


pe.nos do século ·XVIII dispusessem de tal volume de r§_
cursos monetários. Entretanto, a prux.i.miU.aU.e üe Uül. im
portante centro comercial - a praça de Salvador - com
suas inúmeras casas comerciais e a Íntima vinculação•
econômica dos senhores de engenhos sergipanos com o
comércio baiano·nos levam à concluir que( ••• ) foi
possível, graças aós financiamentos concedidos <•••15
pelas referidas casas aos proprietários sergipanos.

Uma das peculiaridades da Cultura canavieira no norde~


te foi o aeu desenvolvimento ligado à faixa·11torânea. Não fomos ex-
Cêção. Dela foi "a chamada região da Cotinguiba o maior depósito açB
careiro da capi tania.1 Nos primeiros anos do século XIX, Santo Ama-
6
ro ·aas ·Brotas distinguiu-se como sua zona produtora até perder a pr~
eminência para a povoação de Larangeiras, em 1823. Neste ano, dos '
347 engenho:$ existentes na província, Larangeiras liderava com 144.'
Além de ser participante da região da Cotinguiba~ privilegiava-a uma
posição geográfica favorável à navegação fluvial, "fato que a trans-•
formou no centro principal do comércio importador e exportador.

Desde o p~ríOdo colonial, o comércio sergipano esteve,


,, • t •
..:1,,,....,.,,,...,,1.,,.,..,+..,.
. . .l'-··--·· . . - -~ ,:i.,, B2..his., me~o aue..ndo Ser-"'uipe .Ja
. possuia CP.n _.P.n.81:t 11P. An-

genhos. O comércio internacional se fazi_a, exclusivamente, através '


do porto à.e Salvador. A partir de 1839 casas exp9rtadoras foram se
inst;:,.lando na província. Dentre elas, a mais importante foi a ••••

.
' '

19

Scharamm e Cia,, localizada na cidade de Maroim, Este evento não mo-


dificou a situaçãó de subordinação em relação a Salvador, pois amai
or parte das importações e exportações sergipanas continuava a sair'
e entrar através da Bahia.

'

De qualquer modo, independente dessa ou daquela circll!!J


tância, o comércio era executado através das barras dos rios Real,Va
za-Barria, Piauí e Cotinguiba. Destas, a da Cotinguiba e Vaza-B~rris
eram das melhores e mais importantes. Exportavam-se açticar, algod~o,
fumo, gado vacum-caval8.r, porcos, sola branca, couros e cereais, •• i
principalmente a farinha. Em contrapartida, importavam-se exclusiva-
mente c'!.a Bahia: escravos, fazendas de algodão, linho, teci'dos de se-
da, de lona, ferragens, pÓlvora.
17
,
A cultura canavie1ra prosseguiu em ritmo avançado com'
os engenhos, ganhando e ocupando os espaços da faixa litorânea banhê;.
da pelos rios Piauí, Vaza-Barri~, Cotinguiba, Sergipe, Siriri e o Ja
........... +.. h ...
.f,' ...................... .

Paralelamente a criação de gado vai se interiorizando'


ao tempo em que restringe seu caráter itinerante. A pecuária perde'
este àspecto porque:

1º - As áreas do agreste e do sertão já vinham sendo 1


demarcadas1 limitando o acesso livre a estas áreas.

2º - À medida qÚe as terras se distanciam do litoral 1

aúmenta a aridez, exigindo renovação e aumento


dos pastos.

. .., "' ,,
3º - A criaçao de gado nao podera atingir grandes dis-
tâ~cias em virtude ãas funções que lhes passaram:
a ser requeridas internamente~ pelos engenhos de'
açucar. Estas funções eram: produzir alimento, •
meios de transportes e energia a.~imal.

Por esses 'motivos, mesmo que a população animal das fª


zena.as de gado não foese em grande número, os pedidos de três léguas
seriam plenrunente justificáveis.
20

(o)Colonização e Fundação da Vila de Itabaiana.

'
·O objetivo Pi-iÍnordial .desta pesquisa, é entender como'
, ,
evoluiU uma area de Sergipe, no seculo XIX, enfocando os aspectos e-
conômico ·e social. A área esco1hida é o agreste, e o municÍpio é It-ª
baiana. O estudo se insere num contexto que abrange desde a ext~nção
do tráfico (1850) até a eboliçâo da escravatura (1888).

Justificamos os co!te.s propostos com os seguintes argy


, -
mentas: em primeiro lugar, 1850 e o ano da aboliçao em definitivo do
tráfico internacional de escravos, ponto de partida da crise de mão-
-de-obra na economia brasileira, cujos efeite;s foram sentidos muito'
de perto pelas províncias nordestinas entre elas a de Sergipe. Quan
to à 1888; traduz o que sobejamente já conhecemos: A extinção total
da escravatura.

Dentro dos limi te's de.stas balizas procuraremos confi@


rara economia e a sociedade itabaianense, principalmente nesta fase
da crise da mão-de-obra, lembrando porém que não faremos do declínio
da escravidão o cerne da análise., Economicamente destacaremos o algQ,

dão e a lavoura de subsistencia. Socialmente daremos aos_ sit.iantes o
enfoque maior.

Escolhem_os a antiga Vila de Santo. Antonio e Almas de 1


tabaiana porque, observando-se as áreas e as atividades econômicas'
e.o longo da História de Sergipe verific~os:

,
12) que a Vila de Itabaiana situada na areado agreste
apresentou um variado setor de produção:

'
'
22) que os setores agricolas se impuseram ao da pecua-
ria a partir do século XIX.

3g) que basicamente o tipo de produção dos se:tores a-'


grÍcolas teve nas lavouras de subsist;ncia, cultivg
das ·em sítios, o fator dominante, produzindo um ex-
cedente de aliméntos para mercados locais. Ao lado'
Uelas figurarrun &S lavouras de cana a ..:i-
U.C
-
- " l ~-..:i~ ....
t.1...1.5V U.<:J'-J •

Partindo -
cor:.cidcraçoes qual teria sido o proce.§
so de formação e evolução his·tÕricas da referida vila~?
21

Figurando como diatri to-sede dos povoado a llom Jardim ,


Capanga, MangabeiI'a, Caja_Íba., Serra do Machado, Sobrado, Terra Dura,
Zanguê, Candeias e Gandu,.abrange, hoje, uma área de 364 Km~18 Loc§
liza-se no agreste central sergipano, sendo banhado pelas bacias do'
Rio -Sergipe, através do seu afluente Jacarecica e d.o Vaza-Barris,por
intermédio dos rios das Pedras e Jãcoca. Considerando, no Estado de'
1
Sergipe, um dos: primeiros colocados na produção agrícola, tem como
municÍpios limítrofes: RibeirÓpolis ao norte, Itaporanga d 1 Ajud~ ao
Sul, Malhador ao leste, Frei Paulo e Campo do Brito ao oeste. (vide'
mapa n2 01 à seguir) • ·

Mas na época colonial, Itabaiana incluía uma extensão'


,
enorme de terra, calculada em 1757 em cerca de 200 leguas quadradas,
ou seja, 8.000 Km~ Explica-se a redução no tamanho de Itabaiana, a-
, ,
traves dos seculos XIX e XX, como resultado do desmembramento de no-
vas unidades polÍtico-adminü;trativas· e pela complementação de ou- 1
tras que se foram desmembrando .dos municípios vizinhos, num total de

dra Mole, Moita Bonita, S.Domingos, partes de Malhador e Areia Bran-

ºª•
Dessa relação, Pedra Mole, Pinhão e S.Domingos, não se
fazem representar no mapa indicado, por dois motivos:

lQ) Nosso alvo principal foi destacar os· municípios li


mf trofes;

22) Prócuramos configurar a área espacial de Itabaiana


destacando especialmente seus povoados, fato que '
não seria possível se utilizássemos um mapa geral '
do Estado de Sergipe.

N ,

A forma de ocupaçao da sua area territorial foi uma d~


corrência do processo geral da distribuição de sesmarias dentro da 1
Capitania, Na administração de Diogo Quadros entre 1594 at~ 1600, a
distribuição de sesmarias foi constante e permanente. Ao todo reali-
zaram-se sessenta e uma'doaçÕes. Não obstante, foi na administração'
de Manuel Niranda Barbosa entre 1600 e 1602 que a colonização se en-
,
caminhou para o norte e para o centro. E e justamente nessa adminis-
,
leguas fcra.!!l. dadas em Itabaianaª
22

MAI'A N2 01

Organização Espacial de Itabaiana.

' . ITABAIANA
RIDEll,OPOLI S ,'
19 7 9
.
--.. ESCALA APROX
"'""
''
...
'

•• ,·
Hold eia
•• J>
r
:e
. J>
C.1
c1
;tl

Ltniotiro
o

<(
u '

•,

/ ITAPORAMGA
O'AJUOA
.. _, ···- "--·. ··-. ·--·- ..•. -- ..... ·" -
"

-···------------.------·. ,

..
. .
Fonte: SANTOS, Aldeci Pig-qeiredo et alli - O p_rocesso de minifund!
ItA,br:da.n::::i, Cadel'nos Sergipanos de Ge-
ografia ne 06, 1979,
23

A primeira sesmaria em Itabaiana parece ter sido a se


guinte: '-

Saiban, etc. diz J\1anoel da Fonseca Mor nesta capitania


11

·que ~le en companhia de Cristovam de Barros veo ajudar a tomar esta


tera e capitania pouvar a sua custa· des .então até agora sempre residi
o nela com sua pessoa e família ajudando a pouvar a todas entradas he
geras que en tempo dos outros capitais, overão em servisa de S.M. e
nã ten teras en que lavrar suas rosas he suas criasois pede en riomeae
s.M. hua dada de tera que foi dada hu Simão Fernandes Gaguo por o ca
pitão Tome da Rocha que foi desta capitania por quãto anã veo pouvar
dentro no tempo que lhe dá o dr!! e ordenasan e nã cÕprimen.to dos pr~
gÕes que mandou deitar na prasa da cidade de ·Salvador o Snr. Governa
-
dor Gerall na cumprio nem nuca tomou posse e esta por devolluta a
quall tera he ae·mill brasas para ao llongo do rio CajaÍba e são tres
mill 'prasas para o certão e p0rque ele dito ten filhas para casar p_!
de mais outra tanta que serão duas mill brasas ao llongo do rio da Ca
jahiba he as tres para o certão corendo as duas pelo rio asima cami
nho da banda de noroeste as tres para o certão para a banda de sudoes
te as qual tera esta amtre ho rio de Cajahiba e Potihipeba por o cami
nho que !a para a aldea de taperagua e pede asin como o dito Tome da
Rocha·a tinha dado a Simão Fernandez diretamente pelo rio asima re
sallvando pontas he ense8das no salgados cõ tanto que tudo fique co
todas as madeiras que nelas ouver sendo causo que seja dada cora avan
te crm do? ao sopricante en nome de S.M. as mill brasas de tera e as
tres mill para o certão que foram dadas a Sirmão Fizr. Sergipe a sin
quo de março de 1600.. Diogo Quadors. 11 21

Nesta sesmaria ficam destacados os seguintes pontos:

lQ) Ma."loel da Fonseca foi· um dos colaboradores de Cri§


tóvão de Barros não ac,uinhoado com e:-:tensÕBa (lf':

ra;

2º) Tomé da Rocha l!alheiros, capitão-mor entre 1591 a


1594 ou 1596, havia passaDo carta de sesr.1aria a Si
mão Fernandes que não veio tomar posse. O fato de
não ter vindo não anula a evidência de que antes de·
1600 a área ond.e se situaria a vila de Itabaiana, .já
era :pn.l<;o de nem~.rcA.çÕes;
24

3e) Residia há algum tempo na Capitania, mas só requ_!!


. .
reu o privilégio de concessionário em 1600;

42) Consequentemente, isto demonstra que ao final do si


culo XVI estavam lançadas, de maneira efetiva, as ba
ses da colonização e do povoamento na futura vila de
, Itabaiana;

52) Por Último, levando em consideração as afirmações•


expressas pelo próprio peticionário, 11 8. roça" e as
"criações" constituíram a pedra. fundamental das ati
vidades econômicas de Itabaiana.

De 1600 até 1669 foi dado um total de quase 39 '


leguas
·em sesmarias, em Itabaiana: (vide quadro nQ 04 na próxima folha)
QUADRO 4
J Sesr.i1arias distribuidas r.a' é.rea de Itabaiana (1600-1669)
rnDICAÇAO DO
1 DHIENSÕES LOCAL
lIA/HÊS/ANO SESMEIROS· ,..,,..,,,,.., ' f., s 1 -
l'PROVEITAtf;ENTO
roças- e
05.03.1600 Manuel da Fonseca Hil braças Ao longo do rio Cajaiba _ ~ : i aç o e s
' Junto a Serra da Cajaiba Gado e outras
p'; da Companhia de Jesus Duas léguas (vale do Vaza-Barris) criações
10.03,1601 -
Gaspar Fontes Mil braças Norte do rio Vaza-Barr;.s criações
12.03.1601 ..
gados e

B°"
09.04.1601 Francisco da Silveira Heia légua Vale do rio Vaza-Barris mantimentos
... 1
Junto 'a Serra da Caj cc,1 ha
10.10.1601 JoâD Guergo " nrÓximo Vale do V, ---·
lla:c:
"" cita
Manoel Tome de Andrade Ao ocidente da Serra dn .do e
21.01.1602 Francisco Borges Uma légua e Itabaiant:. ot:.tras

,~--
1
Gonçalo Francisco meia criações
1 '
·-···
19.04.1602 Pedro de Novais Sampaio À leste da Serra de ~:tab:, . .
f.leia légua ~_:·3-Q.

" Duarte Muniz Barreto " Nas cabeceiras das terra:;:


de 1'1Nl0€1 To:n~. etc.
:p-g,:;;;-----'
Na testada de Duarte~ ri:m\ "
" Jorge Barreto " Barreto, da banda do s.ll,,
·---
,,

05.10.1603
p'; Felipe
e
da Costa
Uma légua
Junto 'a Serra de l'taba.i.ar:
perto das terras dos P:..d:c
da Companhia de Jesus
:::í":,ç
r
as_ e
c:r::.açoes
Melchior Velho

Cristo vão de Eurgos


--
Entr"e os rios Vnza--fü,ri·i:;i
29,11.1669
Pedro Garcia Pimentel
Manuel da Costa Dessa
Trinta léguas Se~gipe e são :?1·ancü:cx,
ate a
:r,ado
Jeroni.mo da Costa Ti borda Serra Negra
e Antonio Rodrigues 1
---
Fonte: FREIRE (Felisbelo) - História de Sergi1rn op. ci t ..
26

A maioria não ultrapassou a extensão de meia légua sen-


do exceçoes a do P.e Amaro.Lopes, membro da Companhia de Jesus, com d~
., -
, . , . .·
as leguaa e a de trinta leguas requerida por um grupo de cinco sesmei
roa.

Apoiando-nos nas formas de· utilização preconizadas pe-'


• de terras, ·deduzimo.a que as fazendas de gado e os sítios •
las merces
de lavoura definiram a maneira da ocupação do solo e a distribuição '
dos colonos ao- longo do agreste sergipano.

De acordo com o P.e Dr. Joao


- de Mattos l''reire de Carva-'
lho, autor de "Annapolis:faem 1607 foi fundado o arraial de Santo AntQ.
- -
nio. Da instalaçao do arraial a' fundaçao da vila, na segunda metade •
do século XVII, a história pol!tica e administrativa de Itabaiana é '

totalmente desconhecida em vir.tude da inexistencia das fontes. Salvo,
os epiSÓdios relativos à exploração das supostas minae de ouro, prata
e salitre por Belchior Dias Moreira e pelos batavos em 1641, e a pas-
sagem dos holandeses em .Sergipe~ disputando aos portuguesP.s a posse '
dos gados, tudo o mais é silêncio histÓriço, até ·1675.

,,
A criação da freguesia ocorreu em. 30 de outubro de 1675 _
depois da compra da terra pela Irmandade das Santas Almas para cons-

trtiir uma Matriz, embora existam divergencias entre os historiadores
quanto à data de fundação da primeira Igreja na área.
-
Quanto a instalaçao da vila de Itabaiana -e, uma decor -
rência da Portaria- de D.João de Lancaster~3~;de 20 de outubro de 1687
encaminhada ao Dr.Diógo Pacheco de Carvalho, primeiro ouvidor de SeL
gipe. Onze anos após a Portaria ou seja 1698 nasceu a vila de Santo'
Antonio e Almas de Itabaiana. A elevação à categoria de vila não lhe

era adscrita. Ser·iaw as t:1ua.s cougener~s as freguesias de Lagarto e

NO Último quartel do século XVIII, Itabaiana ainda a-t


brangia um vasto território mas em contraste tinha pouca população.'
Em 1782, havia apenas 5.344 habitantes distribuídos em 686 fogoa,sen
do 2.542 homens e 2.802 mulheres. Para Francisco da Silya Lobo, vigÍ
rio entre 1745 e 1768 a escassez da população verificava-se em virtli
de de o lugar, iiser aridÍssimo e tão falto àe ngoas porque seja àig-
no de que S,..Mag.estade sejP. servióo ile manàa.r prover àe alguma ciater,
na ou aguada de pedra e cal para rem€füio doe parochoa e dos poucos '
27

moradores. 11

25
'
A maioria da.-p6pulação itabaianense vivia, no século
XVIII, espalhada pela zona rural entregue às fainas agrícolas e ati
vidades criatÓrias, num habitat Tural bastante disperso. Segundo •
. .
descrição do mesmo vigário, a vila de Itabaiana compreendia:

"Da parte do norte os lugares cham~dos Pinhão, Cuité,


·Salgado, Baatiqueri, Cayenda que distão da freguesia
três, quatro, seis, sete e oito léguas; da parte do
sul os lugares também povoados chamados Mocambo, C~
jaÍba, Garangão, Tapera do_+ávora que distão da M~
. .
triz quatro e cinco leguas. Da parte do nascente tem
os lugares povoados chamados Igreja Velha que dista
da matriz uma légua e o Rio Sergipe que também dista

da ma~riz seis leguas e da parte do poente tem os lu
gares chamados Campo do Brito que dista da Matriz du
as léguas. e Vaza-BarriS que dista cinco léguaf'l .. n
26

O pauperismo e a escassez da população não eram uma


peculiaridade da vila de Itabaiana. O Brasil dos séculos XVIII e
nx era pouco urbanizado. As vilas não eram dotadas a.e uma estrutu-
ra urbana definida. Funcionavam como um prolongamento dos setores•
rurais. A rotina e o marasmo do dia só eram sacudidos qUando a popU
lação rural afluía à feira e à missa durante fins-de-semana, ou a s -
festas, missões e Semana Santa ocorridas anualmente.

Em 1799, ainda é válida a constatação do vigário de I


tabaiana. Antônio Pereira de Magalhães Passos, ouvidor da Comarca
desde 1795, numa de suas correspondências oficiais enviadas a Sua
pr6.stõ.-not:. Tua signilicativo depoimento acerca da
.,.; +.v,
..,_ ... ~ ..... Q""'"
.,_,...Y"'""" "'º ........ ...,._.._. u,,
, ;;,..,.,
...,..._ .... ,.. .._.....,
,_.. ... ...,._, .=. ... ,-.,.._., _,.....,.,.._e;,,, c;;.trc ele,.:,,:
V<..<..t'.,_ .;..,.,,_,,.,, - a de. Itabaiana:

~As vilas eram ( ••• j agregados de casas fechadas( ••• )


estão despovoadas, solitárins onde ( ••• )"Al&1].ns aos 11

habitantes que vivem nn povoação são pobres ( ••• )que


·a maior parte dos habitantes( ••• ) vivem ,nos seus en
genhos e fazendasc"? 7
-'
A informação do ouvi d.Oi' i'evola-nos üU t:cos ~Gulos da
vida da Cri.pi tania.. Queixa-se do descaso doa juizes o::ctUn&rios,
28

,
dos almotacés, das vereações, da acefalia em algu.ns cargos judiciará,
os e administrativos, de falta de casas de prisão, pois as existentes
não apresentavam as minimá~ ~ondiçÕes de segurança, sendo submetidas'
a constantes arrombamentos .. Registra, outrossim,. o desprezo dos mula
tos, negros forros e alguns brancos pelo trabalho por considerarem •
somente tarefas para os cativos, razão que os levava a viver entrS?,
gues à vadiagem_e à criminalidade.

Do ponto de vista do crescimento demográfico, Sergipe .!


brangia, em 1802, conforme nos informa Felisbelo Freire, uma popul_ê;
ção de 55.600 habitantes: 13.217 brancos, 20.849 pardos, 1.641 Índios
e 19.893 pretos. Seis anos depois, ou· seja, 1808, Dr. Marcos Antônio
. ,
de Souza, na época vigário da freguesia do Pe do Panca ( atual Siriri)
notificava 72.236 pessoas. Estaa distribuíam-se pelas sete vilas exi~
tentes: Santa Ltizia, Tomar (Geru), Santo Amaro, Vila Nova (NeÓpolis),
Propriá, Lagarto e Itabaiana; pelas quatro povoações: Laranjeiras, J§
paratuba, Pacatuba e são Pedro (Porto da Folha) e por uma cidade: a
de são Cristóvão em torno da qual gravitava a vida polÍtico-administ@
tiva da Capitania.

Em relação à estrutura fundiária da vila de Itabaiana ,


dois aspectos foram constatados., Primeiro, a distribuição de sesmari
as entre 1726 a 1800 (vide pág.17) de três léguas de comprimento por
uma de largura deixa claro que a colonização ainda estava em franco •
processo de ~xpansão, inclusive evidenciando a existência de terras
devolutas ou inexploradas. Conseqtlentemente prenunciando a formação
de mais lati:f:Úndios. Segundo, ao mesmo tempo, percebe-se a ocorrência
de desmembramentos seja através dos atos de partilha por herança, ou
de compra e venda.

Apr'3Sentam.os no q_un/!ro 5 1 alguns inventários do século


);VTTT~
QUADRO 5

i.RHOLM!EN1)0 DE ALGUNS INVENTÁRIOS DE ITABAIANA DO S~CULO XVII

-· --

-·-
DATA

1728
._.
INVEMTAHIADO
-·-
r'!uarte :Yluniz Barreto
-
INVENTARIANTE

~1argarida da C·)nceição ('esposa}


BENS DE RAIZ

dois sftíós
ESCRAVOS

07 escravos

1731 Estevão Gomes '


Gonçalo Gomes (filho) um sítio 06 escravos
~

,
1
__1742 · Cap.Anti:>nio de Almeida Maciel S~la de Menezes (esposa)
dois sítios·
, __e
..:i •• ..,,::, - 22 escravos
i Antonio Dutra de Almeida (esposo) engenho 25 esc-ravo a
'
-·1757 Bernarda de Jesus Maria José
.

-
; 1759

,__
1'163
Ignácio da Costa Feyo

Clara Maria de Campos


Joana Nartins

-
sítio

"
05 escravos

03 escravos
Sargento-mor Leandro Jose de Vas
1774 P.e Domingos Salgado '
de Araujo -coneelos " . -
1777 Sutéria de Vasconcelos Vitor Manoel de Vasconcelos (pai " 04 escravos

1779 Hanoel Perei:::-a de Rezendes Maria Josefa d.e Rezendes


. " 05 escravos

1784 Gonçalo de Moura Rezende Manoel Jose de, Almeida . 02 escravos


~ -
'
1'793 Thomaz T. Rc,drê.EÇLtes Ana Josefa ( es:po sa) " 03 escravos
'-- -·--· - .. ----

F;mte: APES - Acervo Sebrã.o Sobrinhet - Caixas 32/33

Qs
30

Embora os engenhos e fazendas usassem plantéis de es-•


cravos muito maiores do que os dos sítios, estas propriedades não

.
. . .
dispensavam trabalho forçado. Pressupondo-se que os_ sitias_ ·desenvol-
.
viam lavoura de subsistencia utilizando basicamente força de traba-•
lho familiar, esbarramos com um fato que deve ser levado em conside-
ração, ou seja o uso de escravos até em lavouras de menor rentabili-
dade.

Apesar de nesta amostra os sítios predominarem, e en-•


, .
tre os onze inventariados apenas um ser proprietario de &naenho, ad-
,
quirido por intermedio de compra e avaliado em 600$000, noutra docu-
mentação levantada para este período, detectamos quatro engenhos .em
Itabaiana: "Terra Cavada" de Gaspar Ãlvares e Domingos da Costa, "T.ê:
boa" do tenente João Paes de Azevedo, "Santa Rosa" do sargento-mor 1

Albano da Prado Pimentel e "Engenho Velho" de Simão de Oliveira.


30


Finalmente, quais eram as atividades economicas mais•
importe:1_nte~ em Itaba.i.:=ina? fürnj_camente s~ as lavouras de subsistência
voltadas para. o cultivo de mandioca, fei_jão, milho e legumes, e a '
criação de gado, principalmente bovino, seguido do eqdino e do le.nÍ-
gero.

A primeira é predomi_nante nos sítios. Isto fica depre-


endido nos inventários dos sitiantes. Entre os objetos de cobre e
ferro deixados por Estevão Gomes, em 1731, foram arrolados uma roda'
de aevar mandioca, 1:lillª prensa de espremer massa, um tacho de cobre,
duas enxadas, três olhos de enxada, um machado, uma foice e um olho'
de foice. A dedução é uma: àlém de plantar a mancii~ca possuía (ou
possuíra), no seu sítio, uma casa-de-farinha.

Já o inventário ue Gonçalo üe i•ioul'a nezend.e, de 1784 ,


u;-nos a impressão de q"i;,i.e nG.v ;i.: -----1..-
U..&.O:,!'U.UHQ,.
.J-
U.C

farinha, visto qu~ não mencionou qualquer um dos seus componentes.


·neclarou possuir 6 coivaras e '4 coivaras de mandioca avaliadas resp~
ctivamente em 13~000 e 6$000, um sítio com casas de telha e malhadas
, ,
alem de gados vacum, cavalar e criaçoes miudas.
-
Complementandp temos o inventário do Cap. Antônio de'
Almeida Naciel em 1742. P·ossu:ia doi.s sítios, q;;Gameleira•; e 0 1'Campo:
Crc.ndc" com plc...'1.taçÕes as mais diversas. Também er-8. fnzendei rn 1 Ren-
do uma fazenda localizada no sertão do Vaza-Barris com 215 cabeças
de g!3-do, e a outra na freguesia do ltapicuru com 240, além de sete '
31

,
cavalos mansos e duas eguas.


. Quanto a segunda ativi·dade, ou seja a criação de gados
seu destino é conhecido. Servir de transporte, alimentação e energia
animal para os engenhos instalados na zona litorânea da Capitania.

Co·m relação à própria vila a impressão que temos ê de'


que o consumo da carne era relativamente alto. D~duzimos a part~r de

um documento da Gamara, de n.ovembro de 1 798, quando esta relaciona '
dezessete marchantes d9vedores do dizimo de gado. Estes tinham abati

do 32 reses, correspondendo a 1890 Kilos de carne. A Caroara pune-os'
aleganclo

, .
"q_ue estão cortando carne em suas propr1as casas sem'
ser no talho, em diferentes sftios e lugarés do

Justamente dentro- deste panorama, esboçado de forma •


,:;,.,.+,.. .... .:::,...,, n

suscir..ta, a vila de Ita1::f..ia..'1a. c::.lcnn.çcu e ..," .............. •~-'-"• .....,.., ., .... ..,..., .......... ...,
..,;::,..,., n VTV

A
traz para Sergipe avanços importantes no plano economico e no plano'
político. Em primeiro lugar, 11
ao limiar do século XIX, definia-se a
ocupação agrícola da região: Itabaiana vende cereais e algodão; La-'
garto exporta gado; Campos vende couros ,e sola; e os vales do Cotin-
guiba, Vaza-Barris e Piauf - se ocupam da lavoura açucareira3 2 Em s~
gundo lugar, a ~utonomia jurídica de 1696 foi completada com a auto-
nomia pol{tica, em relação à Bahia, em 8 de julho de 1820. A desvin-
culação defini tiva verificou-se a 5 de dezembro de 1822", quando D.P~
dro. I por carta Imperial referendou o decreto baixado por seu pai, D.
João VI.

.
32

NOTAS

1- FREIRE, Felisbelo - História de Sergipe, 2º ed. ,. Petrópolis, Ed.


Vozes, 1977, p.BJ •.

2- CAl1ABRAVA, Alice P. - A Grande Propriedade Rural. In Holanda,Sé.!:


gio B~arque de (org.), História Geral da Civilização Brasileira,
tomo 1, vol.2, s. Paulo, Difusão Européia do Livro, 1968, p.198.

.
3- Livro -
gue da' Razao do Estado do Brasil. Instituto do Livro. Mi
nistério da Educação, 1960.

4- SALOMÃO, Lilian da Fonseca - As Sesmarias de sergipe d'El Rey •


Rio de Janeiro, UFRJ, IFCS, 1981. Dissertação para Mestrado apr!e_
sentada ao Departamento de História (mimeografada), p.30,

5- FURTADO, Celso - Formacão Econômica do Brasil, 16º ed.,S. Paulo,

6- FREIRE, Felisbelo - op. ci t. p.382.

7- Sobre as referências aos engehhos de Sergipe:


- 1612: Livro que aá razão ao Estado do Brasil,. Apud M. Buescu ,
in Brasil Disparidades de Renda no passado, APEC, RJ, 1979
'
p.14.

- 1637: Manuel Aires de Casal - Corografia Brasflica, Apud Luís.


R. B, Mott, in População e Economia: aspectos do problema da
mão de obra em Sergipe {séculos XVIII e XIX), Revista do I.H.
G.S., p.31.

-- .........
ô- GAHAJ3RAVA, Aliee ?. - op. cit. !-'•c..vc...

· 9- SIHONSEN, Roberto Conrado ;_ História Econômica do Br.?csil, 7º ed.,


s. Paulo, Comp. Ed. Nacional/MEC, 1977, p.102.

10-FURTADO, Celso - op. cit. p.57.

11-Idem, ibid, p.57.

12-NUNES, Maria Thétis - sergipe no processo da Inàependência ào


33

Brasil, Cadernos da UFS, Nº02, Universidade Federal de Sergipe,


1973, p,3,

1'.5- ANDRADE, Manoel Correia de - A Terra e o Homem no Nordeste, 2º


ed., s. Paulo, Editora Brasiiiense, 1964, p.70 •

. 14- Sobre as referências aos engenhos de Sergipe:-


- 1756: José Antônio Caldas - Notfcia Geral de toda esta Capita-
,
nia da Bahi'a desde o seu descobrimento ate o presente ano de
1759, Revista do I,H,G,Ba - p,57,

- 1798: Luis dos santos Vilhena - ·A Bahia no século XVIII, Salva


dor, Ed, Itapuã, p,435,

15- PASSOS SUBRUIHO, Josué Modesto - História Econômica de Sergipe '


(1850 - 1930), Cal!lpinas, 1983, mimeografado, ( Tese Mestrado, Dep,
Economia. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, UNICAMP)
p.21.
'

16- ALMEIDA, Maria da Glória s. de - Nota prévia sobre a propriedade


canavieira em Sergipe, século XIX. In., Anais ao VIIIQ Simpósio !l~a
cional dos Professores Universitários de História, vol. II, s.
Paulo, 1976, p, 485,

17- FREIRE, Fe.lisbelo - op, cit, p,219.

18- -Anuá.rio Estgtfstico de Seri::iue - SEPLAN (Secretaria do Planeja


menta), Instituto 'de Economia e Pesquisa (INEP}, Aju, vol,11,
1981, p,1366,

lS- s~:Tcs, A.J,:;l..:::i Fit;ut:lreUo et Ai.li - O Proresso de Minifundizacão

06, A.G.B., 1979, p.6.

20- 1:UKES, Haria Thétis - A ocunacão territorial de. viln de I t2.bai


p.na: A dir,puta e:r.tre l.'.'.wradores e criadores, in /u1àis do VIIIº 1
Simpósio N2.Cional aos Professores Universitários de J-fistóri.s.
vol,, II, s. Paulo;, 1976, p.409.
'

21- FREIRE: Felisbelo - op- 0:i +.~ p,. 345.


34

poli s, Arac aju, Est,


22- CARVALHO, Pe. João de Matt os Frei re de - Aná
Gráp hico F. Samp aio, 1922 , p.3,

oria dore s: Fr~


23- A prop ósito da cria ção da freg uesi a vide os hist
.fia Hist óric a do
cisc o Antô nio de Carv alho Lima Júni or - Non ogre
Mun icípi o de ItHb 2,ian a, in Rev ista do Inst itut
o Hist óric o e Geo . -
ão Sobr inho -Fra e;
gráf ico de serg ipe,· Ano II, vol. II, 1914 ; Sebr
Regi na, 1972 .
men tas de Hist ória de Serg ipe, Arac aju, Livr aria

deter mina na.o a cria


24- Acer ca a.a port aria de D. João de Lan cast er
cons ulte -ne
ção das vila s de Itab aian a, Laga rto e Sant a Luz ia,
sil, lº volu me,R io
Feli sbel o Frei re - Hist ória '.!:'e rrito rial. do Bra
de Jane iro.

capi tani a da Bah ia, pe


·25- Mapa da enum eraçã o da gent e e povo dest a
o G.as idad es, pu
las freg uesi as das suas com arca s, com a disti nc;ã
, conf orme as lis
eril , juve nil, varo nil e avan çada , em cada sexo
tira rão, de p.2r2 81
ivo
'
do
Arqu ivo Ultr ama rino , (xer ox), do arqu
2/9/1 782 - (Ms - Bn)
Depa rtam ento de Filo ~ofi a e Hist ória , UFS.

vila de Itab aian a,


26- LOBO, Fran cisc o da Silv a - Info rmaç ões sobr e a
5/1/1 757, (Ms Bn), xero x. Arqu ivo do DFH, UFS.

27- Idem , Ibid .

nio Pere ira de Mag alhã es


28- corr espo ndên cia ofic ial do ouvi dor Antô
(Ms - Bn), A!.
Pass os envi ada aÓ rei de Port ugal em 26/0 4/17 99.
quiv o Ultr ama rino . (xer ox) Arqu ivo do DFH, UFS.

29- FREIRE, Feli sbel o - op. cit. p.21 8.

sobr e n Cnni tmli a c1e ser-


3()- SOUZA, D. Marc os Antô nio de - Mem ória
rnnto s de que é
gipe , ,sua fundar:-ã.o, uopu lacã o, prod ução e melh orar.
, p.32 .
capa z. In Rev ista de Arac aju, Ano I, núme ro 1, 1943

serg ~pe e fluas ( . o-


ou\1 :idp ri~·. shcm
'
31- PRADO, Ivo do - A cani tani a de
Pnp elar in Bro. sil,
ri~ sabr e r,1_1e~t:n'P.F", llr. li1n itet, l. Rio ae Jane iro,
1919 , p.3s 3.

o de gado 0;-r1 l ta
j2- Arac aju. APES - Rela ção dos deve dore s do à.Ízim
inho , Caix a 32.
baia na, nover.1bro de 1798 , (Ms) Acer vo sebr ão Sobr
35

33- ALMEIDA, Maria da Glórias •. de - op. cit. p.489.


'
-:-
'-

CAPÍTUL.O II

DISTRIBUIÇÃO E FORMAS DE PROPRIEDADES DE TERRA


37

·~ A Lei de Terras de 1850


(características gerais)

Entre o espaço de tempo que medeia o fim das doações, 1

1822 e a promulgação da Lei de Terras de 1850, "As posses resul tan-•


- .
tes da ocupaçao aumentaram de forma incontrolavel, e os posseiros. a-

cumularam grandes extensões de terra, cujos limites eram vagamente'


definidos por acidentes geográficos naturais: um rio, uma queda d'a-
gua, uma encos'tat1
1

Como nosso objetivo, nesse capítulo, é tentar realizar


. ,
uma análise dos traços marcanteR da estrutura agraria da ~ila de It~
,
baiana, na se_gunda metade do seculo XIX, chamaríamos aténção para al
guns aspectos importantes da lei, como:

a) Através dela "se instituiu, juridican:.en te, uma nova


forma de propriedade da terra: a que é medida pelo mercado;2

b) Devido ao preço elevado qas terras, sua aqu1s1ção


. r -·
tornou-se dif1cil paro:: vasta camada da populaçao, cuja força de tra-
balho ficava em disponibilidade para os detentores do capital;

e) Representou uma tentativa de regularizar aquelas


propriedades adquiridas ilegalmente, em especial, por meio da ocupa-
-
çao.

Na realidade, os objetivos fundamentais da Lei de Ter-


ras longe estiveram de alcançar seus resultados: em primeiro lugar'
porque 11 os preços determinados na 1 ei estavam acima do mercado e fo-
A
ra das possibilidades dos compradores, prova-o a insignificancia do
valor àaa vemlas;'~ ~egu11do :iUE:'.;i:1.r, flão conseguiu exterminar o regi
,
eu1
---~.;;-·•-••
...,vu u.Lu""v"" ~--,;,,..
..,,.,auv -
u. .,,...,.,.,._ ,..,,..+
....,,. ...,...., ..... u .,.,
.
.... ...,..,..,t:,..,....,....,
.-.+.,,.,....;,.,,, ..,...,rio m,:,-in,...
- ...... ~.., .. t

alcance e maior eficácia na batalha secular contr·a o monopólio da


terra~1
4

n.:.. Os Registros de Terras

Geme de ':!.'erras de
aa pelo decreto de 30 de janeiro de 1854, processarrun-se os registros
. • ..-. f' ' ., T "' . ' ., - •
de 1856-1857. Realizados em "toaas as .1.--rov1.nc1as uo ..1.ruperJ..ú pe..1.os vi-
gários das freguesias, deveriam ter a finalidade de vir a se consti-


38

-tuir no primeiro cadastro fundiário, que aliás nunca chegou a ser•


completado.

Os livros originais desses assentamentos podem ser en-


contrados nos arquivos pÚblicos·estaduais geralmente sob a nibrica'
•registros paroquiaisi• Apesar dos livros cons"tituirem uma fonte pri-
mária de vital importância para repompor a estrutura fundiária das 1

localidades, seu tratamento técnico é bastante complexo, vez que as'


informações bá:sicas não são uniformes, variando de registro para re-
gistro.

Em Sergipe existem dezoito l.ivros referentes a esses 1

assentamentos. Constam as seguintes informações para I(abaiana:

"Duas mil duzentas e trinta e uma anotações das terras


<
possu.1das na Freguesia de Santo Antonic- das Almas de
Itabaiana. A primeira -anotação foi em 16 de agosto de
1856, sendo a Última em 3U de abril de 1859. Çonsta '

do termo de abertura em 01. de setembro de 1856 sendo 1
o de encerramento em 02 de março de 1859. Possui cen-
to e oitenta e sete folhas numeradas e rubricadas com
a rubrica 11 Rezende II pelo vigário Domingos de Melo Re-
,
zende, todas utilizadas. Pessimo estado de conserva -
ção. Sem classific.ação::
5

Teoricamente, para se reco-nstruir a carta. fundiária de


uma localidade tornam-se necessários dados como: nome dos proprietá-
rios, formas de apropriação do solo, relação jurídica, valor, limi
tes e dimensões. Com eles, e a partir deles são constatados os tra
90a marcantes da estrutura agrária, em termos da distribuição da ter
- -r -" -
ra, o tipo de expluraÇi;i.V agr:..oolú, d. ... vrma de trabalho e as relaçoes
. - ,,....,...,..
do proc:uç·c.c .,.u., ... .. ...
. ....
... proprie1:o.r1~s e dai decor
rentes.

Co.m relação aos livros de Registros de 1'erras de Serg,i


pe, os dados são sumamente incompletos e em sua maioria omitem: va -
lar, limites, dimensões, forma de aproveitamente e situ_ação jurídica.
Realizar o estudo de uma estrutura agrária com omissões desse tipo,e
. " ~. ~~ ...
:tareI a a1.I ici.L e frusLan-t.e. D.ifÍcil po1°que a coleta e a manipulação'
dos ae.doR Rã.o em si mesmas morosas_ Fr·ustante porque os resultados
colhidos conàuzem mui to :maüs para uma Uescrição do que parã. uma in
terpretaç ão.
39.

Diante do problema caracterizado, que método e procedi


,
mentes tecnicoa utilizam.os? ,Quais os resultados obtidos? Como contar
namos a limitação dos dados para dar uma visao mais ou menos aproxi-
-
mada das caracterfsticas_ pertinentes à estrutura agrária da_ vila de
,
Itab"aiana na segu:11da metade do seculo XIX?

Antes de desenvolver a análise propriamente dita faze-


mos duas colocações: a. primeira relaciona-se à à;rea global de Ii;abai
ana. Conforme explicamos, a Itabaiana da época COloniaJ. incluía uma'
extensão· enorme de terra, calculada, em 1757, em cerca de 200 léguas
quadradas. A segunda dia respeito a análise das duas mil e duzentas'
anotações, que não incluem as mil cento e sessenta e quatro de Campo
do Brito. Apesar de circunscrito à antiga àrea de Itabaiana, suas
terras possuem ~eus respectivos Livros de Registros. Cremos que as-
6
sim procedeu devido à sua condição de freguesia e de distrito.

b,l - Distribuição dos Registros

Entre 16 de agosto de 1856 e 30 de abril de 1859, fo -


ram efetuados dois mil duzentos e trinta e um registros. Apesar do
péssimo estado da documentação conseguimos recompor 94% que corres -
pendem a dois mil cento e dois registros. Os restantes, num total de
cento e vinte e nove foram excluídos por se acharem completamente d~
nificados.

Transcrevemos par2. fichas individuais as ·informações 1

de cada registro. Posteriormente ordenamo-los alfabeticamente sepa


'
ra..'1.do os proprietários por sexo e pelo nÚmero de terras. Analisados
, , 7 '
mediante essa sistematica conatrllimos o quadro nQ 01 que trata do ng
mero de terras por registro. O quadro apresenta.do a seguir compõe-se
-
de quatro colunas: A,B,C e D, correspondendo respectivamente_ ao num!!,
ro de terras incluídas no registro, ao número de registros onãe tem:
o número de terras, à percentagem dos registros no total dos regia
tros e 'a percentagem das terras em cada tamanho de· registro. A per
centagem da coluna C foi encontrada a partir do nQ de registros onde
tem o número de terras da coluna B dividido pelo total dos registros
ou seja, 2.102. QuRnto ~ cóluna D resulta da multiplicação das colu-
'
;;.a~ JI~ ~ B .scbre 3 . . 1~1! que e, o numero '
t0te.l de terras .. Conclu1mos que
os registros com uma terra detém o maior percentual não só em rela -
... ao numero
çao , ~ . '
ae regJ..tn,.cós (80,9D%) como tombém em relação no
de terras (54,5%).
40

QUADRO 01
N1'.rr1ER0S DE TERRAS POR REGISTROS
'
A B e D
nº de terras nº de registro s ·:,;i dos registro s % das terras em
incluído no
registro
onde tem nº
de no total dos· cada tamanho de
terras registro s registro
01 1,702 80,98 54,5
02 203 9,65 13,0
03 65 3,09 6,2
04 45 2,14 5,8
05 26 1,23 4,1
06 22 1,06 · 4,2
07 10 0,48 2,2
08 11 0,54 2,8
09 5 0,25 1,5
10 3 0,15 1,0
11 2 0,09 0,7
12 2 0,09 0,8·
13 1 0,04 0,4
14 2 0,09 0,9
15 1 0,04 0,5
16 o
17 o
18 o
19 o
20 o
21 1 0,04 0,7
22 o
23 1 0,04 0,7

TOtal 2,102 100,00 100,0

Fonte de dados brutos: Livro de Registro de Terras· ou ºRegistr os P.ec


roquiais ii da vila de Santo Antônio e Almas de
Itabaian a, 1856/18 59, Acervo Sebrão Sobrinho ,
caixa 56, APES,
41

Mil setecentos e duas anotações referem-se aos regis -"


tros de "uma terra~ as quatrocentas restantes correspondem àquelas,
com mais de uma. Gonseque~te~ente na. estrutura fundiária da vila de
Itabaiana, 54, 5% dos homens e mulheres que tinham terras, eram possui
dores de apenas uma terra, enquanto 45,4% detinham mais de uma.

Os registros ora analisados requerem as seguintes· ex-


plicações:

a) Em inúmeros casos, um só registro contém anotações


de várias terras, seja no mesmo local ou em outros diferentes. ~x.:
Os regfstros de nºs.1002 à 1007 de José Vicente Revoredo. ·

QUADRO 02

REGISTROS COM VÁRlAS ANOTAÇÕES


3'o
e-
m

+
NQ do
registro

1002
Proprietário

José Vicente
vocábulos
Descritivos
Local
[ Si tue.ção
Jurídica
- - - - + - - - - - - - + - - -----+---------+----+-l
4 posses ôe terra Icanoas
___v_a1__o_r___
Herança Não cita
1-:_!;i,::::--f
1 Nií:o dta
Dirnen.são :~
Não ci'::a 1
~ Revoredo " tt
" " ·'ti.tas cb Fiachão tt
1
" · n 11

p, 3 " " " Tabelei ro


"
; 2 " " ' Genipap,:>
·aoni to
"
" "
"
"

o
o'
~-
&
j--
1005 " f.1.- porçao n '- Taboleiro
Bonito I "
"
"
-+-----···
-·-··"
: 1,·
•.. 1004 ' " " " tt Arromba:lo 1rão cita
" "
_ . . . L ______ _
"

1
e'
•• 1005 " " posse " " si tio c,,quei ro compra l a José CustÓdfo de 11E·lc
"ó da Moí ta l a Vicência t,::ar.i.a
o,
3 a José Ant,5nio Don fii:
m 1 a José Frc.:ndsco d--~ SJuza 1

1 a FranciscJ José
~"" 1 a João Lourenço
••·
&
1 a Francisca Rodr:Lg.1eF.•
1
ó
"'m
1006 " I" porção " n lcar.oas. !compra j l a Brás dos santo~:, :~i~c::.
·1 a Mar.oel Raimundo '3arTeto
cl 1 a José custódio de ME!lo
m 1 a José Francisco d; scuza
~
~
2', a. Joaquina Maria
~ 1 a I<Ianoel José de M~lo
• 1 a Roque José "Barreto
• l a Ana Franciec4
i'ã 3 a José /.!,ntÔnio
'"
•"'
o
••• 1007 " 2 posses 11 tt
!l!ctas CO Riachão compra Não menciona valor, limite e dioensão
~ 1 " n " Cabaceiro "
=
.
~
"
n
li
·,u " " Cunoas "
J t;
" " tAlagoa "
43

Portanto, apenas em dois registros ou seja 1002 e 1007


ele possui 19 terras, as quais adicionadas aos de n2s. 1003, 1004,'

1005 e 1006, totalizam vinte·e tres.

b) Outros há, em que cada terra tem seu registro. Pod~


'
rfamos aproveitar o exemplo do quadro. 2, mas para diversificar o nu-
mero de caoos mehcionamos os números 68, 72, 73, 74, 75, 76 e 77 de
Manuel Carvalho Carregosa.
QUADRO 03 ·

EXEMPLOS DE CADA TERRA EM CADA REGISTRO


,1;--T Vocábulo Descrit,ivo Local
Situação Valor Limite
.1 . -
'Extenseo
Pro:priet;rio
Regi;:itro Jurídica
-.--~--+
Terra Não cita Não cita Não cita
613 1anoel Carvalho Carregosa Uma posse de terra Vermelha
Compra
.. . .
-----
Fazenda Her~ça
72 " " Caenda da mae " " "
f-------- ----
73 " " Telha Compra " " "
t---......--,--+ --- .
"
+--T~--l --------·
"
-··--·
"
Fazenda
"
Herança
" " "
-

75 " " Riachâo do pai -" " "


.
--·---- .

r:6 ~=-l
·-77
"

"
-···-·
"

"
Pedro
Gomes
Sa.co das
Pedras
Compra

Herança
do pai
"

"
"

"
"

"
; ___ _ - ------ -

Font(~ de dados brutos: LiVl"() de Registro de Terras .... APES, cai:xa 56


........
45

e) Houve lDil único caso em que mais de duas pessoas fi


zeram o registro em conjUJ1to .e no mesmo local. Trata-se do nº 976;
João !1achado Rabelo de Aguiar, Sebastião de Aguiar ~achado, Félix Z!!_
,
ferino Cardoso, Joaquim de Aguiar Boto Machado, Jose Mateus Leite 93'!1
paio, Maria da Glória de Aguiar, Maria Custódia de Aguiar e Manoel
e• '
RollamberGes de Faro, declararam possuir, com as estruturas respecti
vas, um t~rreno na beira do rio sergipe denominado "Borda da Nata 11 •

Não mencionaram nem valor, nem extens~o, apenas os limites:- Norte, a


Serra da Borda da Mata; Leste, o Rio sergipe; Sul e Oeste, o Engenho
Horcego.

Somos inclinados a sugerir que neste terre~o estava.'


instalada uma propriedade de fazer açúcar ou plantar cana, não ap2,
nas por reconhecer alguns declarantes, como senhores de engenho nau
tras localidades como Divina Pastora, Laranjeiras e Maruim, mas priu
cipalmen~e por estar inserido numa área cujas terras eram propfcias'
às atividades da lavoura da cana.

d) Ou ainda, em alguns casos em que duas pessoas fize


ramos registros conjuntamente, porém as terras estão situadas em lo
calidades diversas. Ex.: os reg~stros de nºs. 1.065 a 1.073 de~águel
Felipe de Rezende e Ana Vitória de Jesus.
QUADRO 04

REGISTRO DE TERRAS EM CONJUNTO


---- -
Nº do Proprietários
Vocábulo
Local
Situação
Juridica VaJ.o:r- Limite 1 Dimen: :ao -
Registro Descritivo
---·--· --
!1iguel Felipe de Rezende Matas do Herança Não ci tt~ Não cita Não ci' ,a
1065 e iuma sorte· de terra'., Buril
Ana Vitória de Jesus ·-· .
1066 " " Serra
Grande
" " " " 1
. -· ·---·
~
sítio
1067 " Maniçoba " " " "
" 1
!

.
-·-1
Pé da Serra
" " " " !

·--l
1
1068 " " Grande
. 1 .J
1069 " " Serra " .. " 1 " "
·-- ' ·-1·
1070 " " '1'ape;-a " 1
" " "
---~
1071 " " Zanguê " " " "
-·-f
___\i
,- n ,.
1072 " " " " "
··--
Serra
1073 " " " " " "
Grande
. ·-···-

" " " " ___ J1


1074 " " " i
---···- ' -
<•
Fonte de dados brutos: I.,ivro de Registros de Terras .... -.op.cit~~. APES. Caixa 56 m
47

Feitas essas considerações e retomando isoladrunente os


quatrocentos registros de mais de uma terra, constatamos através do
quadro cinco que represeni.am''. 19,1% do total geral •

. QUADRO 05.

~ORCENTAGEM DOS REGISTROS DE MAIS DE UMA TERRA

N2 NQ de registro onde % dos registros no


,- de terras inclu- tem nº de terras. total dos registros.
ido no registro ..

02 203 50,8 -
03 65 16,3
04 45 11,3
05 26 6,5
06 22 5,5
07 10 2,5
08 11 2,8
09 5 1,2
10 3 0,8
11 2 0,5
12 2 0,5
13 1 0,2-
14 2 0,5
1 0,2_
15
16 o
17 o
18 o
19 o
20 o
-·22~
-."": l
o
0,2

..,
~~ l 0,2

Total 400 100,0

Fonte de dados brutos: Livro de Registros ••• AFES, Caixa 56.


48

Apurados os dois mil cento e dois registros, separilc


mos seus declarantes por sex6. O número de declarantes masculinos de
• ,1,

longe suplantou o feminino-~ Vejamos o quadro 06 e os desdobramentos


do quadro 07:

QUADRO 06
NÜHERO DE DECLARANTES POR SEXO

N2 de registros 2,102

Declarantes masculinos 1,844 88


Declarantes femininos 258 12

Total 2.102 100

Fonte de dados brutos: Livro de Registros ••• APES, caixa 56.

Considérando ainda a separação por sexo, computamos o


número de terras incluído por registro, cujos resultados obtidos
-
sao:

QUADRO 07
NÚMERO DE INDIVÍDUOS POR REGISTRO

Distribuição dos indivíduos Nº de terr2.s incluído.


por registro

Homens com uina terra 1,496 47,9


Mulheres co~ uma terra 206 6,6
Homens com mais de uma terra 1,253 40,l
'
Mv.lheres com mais àe uma terra 169 5,4

Total 3,144
,,
100,0

er
~·onte ãe â.aõ.os brutos: Livro à.e Re.:;istros ••• APES, Gé:!.L xa :;io •
49

Finalme nte, qu!/-!ltO à distribu ição de terra por sexo,v!t


jamos pelo quadro 08 que está distribu ição é muito semelha nte, guar-
dadas as propo.rçõ es., ou seja; meta.de dos proprie tários mascilli nos e
,
metade dos proprie tarios feminino s tiveram duas terras registra das.

QUADRO 08·

PERCENTAGEM DO NÚMERO DE TERRAS. PELOS INDIVÍDU


. OS
POSSUIDORES DE MAIS DE UMA TERRA.

NQ de terras Homens Mulhere s


incluído por
registro s.

2 177 11,3 26 1,7


3 14 5,2 11 1,0
4 39 5,0 6 0,8
5 22 3,6 4 0,7
6 19 3,6 3 0,6

7 10 2,2 T

8 10 2,6 1 0,2

9 5 1,4
10 3 1,0
11 2 0,7
12 2 0,8
13 l 0,4
14 l 0,5 l 0,4
15 1 0,4
16 -
17
18
19
20 -
21 1 0,7
22
23 1 0,7

To tal .. 348 40,l 52 5,4

Ponte de do.dcn brutos: Livro dt:! Ri::,e~.stro$;.,,, ~ APES~ caixa 56.


50

b.2 - Signi ficado s dos vocáb ulos descr itivos .

'
Na anális e cfe uma estru tura agrár ia, ·a identi ficaçã o •
jurí-
da forma de aprop riaç~ da terra e de igual manei ra, a relaçã o
dica aprese ntam- se como um dos ponto s centr ais, ao lado de outro s
não menos impor tantes como dimen sões .e limite s.

Dispon do da forma de aprop riação a.comp anhada das dimen


sões, torna- se possív el aquil atar o signif icado de certas expre ssões
usada s no século passad o como nesga , "pedaç o ,
11 11 O 11
sorteu , "porçã o 11 '
"tos-
"sitio ", "fazen daº, etc; ou ainda, citada s na forma monet ária:
tão" e "mil reis~1 Apesa r dos cercea mento s
1
impoa tos pela docum enta-
ção conseg uimos entend er algum as expre ssões tais como: "sorte ", 11 po,!:
ção 11, "posse " e .''qµ.inhã.ou e cujas explic ações serão dadas neste e no
quarto capÍ tulo s. Tomando por base os vocáb ulos descr itivos const rui
mos o quadro abaixo :

QUADRO 09

VOCÁBULOS DESCRITIVOS
,
Numeres de regist ros vocáb ulos %
959 posse 45,6
301 si.tio de terra 14,3
278 expre ssa em dinhe iro 13,2
202 quinhã o 9, 6
118 sorte 5,6
89 porçoo 4,3
87 sítio 4,2
28 pedaço 1,4
6
)9 engenn c
15 (misce lâ.nea ) 8 0,1

2.102 100,0

Fonte de dados brutos : Livro de Regis tros ... APES, caixa 56.
51

b. 2.1 - "Posse"
,]·
. A inexistêncta: das· dim·ensÕes, nos registros, impossibi
litou-nos:

, ,
a) O calculo da area ocupada por cada uma das formas '
de apropriação, :em função da área total ou seja 7. 200 Km~

b) Sistematizar uma divisão das expressões usadas nos'


1
registros, tentando aproximá-las das classificações recentes como:
pequenas, médias e grandes.

e) Perceber, nitidamente, movimentos de concentração•


ou de fracioname.nto, principalmente em função de sua utilização agrÍ
cola.

Desde o período Colonial, a posse foi o caminho de a -


cesso 'a terra encontrado por aqueles discriminados pelo processo ju•
,( .... .,, ,
r1dico de repartiçao do fundo agrario atraves da doaçao de sesmarias.
-

Constatamos também, que ao ser abolida a instituição'


sesmeira~ pela resolução de 17 de .julho de 1822 e dai até 1850, a
posse foi a Única via para a ocupação de terras. "A princípio, as in
vasÕes li~itavam-se às terras de ninguém nos intervalos entre as se§
marias,depois orientaram-se para as sesmarias abandonad~s ou nao cul -
tivadas, por fim, dirigiram-se para as terrqs devolutas e nao rara -
mente, para as áreas'internas dos latifúndios semi-explorados~ Tal'
'
expediente, porém·não foi exclusividade das camadas inferiores da p~ ;'
pul ação. lJeste r:mdo, não é estranhavél a maior frequência de "po ases"

Diante da omissão das dimensões e explicados os impas-


ses decorrentes, direcionamos nossa análise para outros aspectos, f
quais sej~u: a construção de quadros ilustrativos oobre os vocábulos
descriti:vos já relacionadas e a descrição dos exemplos indicados.

uas 959 posses: selecionat1os 6, (quadro 10). Os crité-


rios a.dotados foram sugeridos a partir dos prÓprioa registros. Leva-
mos menos '-:'m ('Onta p_ !J_l].ant.i r1~_rl1:> ne poRR0R P. dP.stac:::imos mais a ques

tão da localização.
QUADRO N2 10
Posses (exemplos)

NQ do
Prop ri etf~ric,' vocábulo Situação
.
fet!i stro Descriiivo Local Valor Limite . Dimensão
Jurídica
724 Maria Manoela 1 p::,s se de terra No S1' tio das 21: ooosooo R6 Não cita Não cita . ·11ãci cita
Pi abas
9:ill David de Souza ]t;.,rr ) 5 " n
" . No sítio iVJ:oi ta Não cita Compra li

10(15
"
,José Vicente Revo:r·eé 1 li li li
No sf tio ·:o- li
Compra tt n
queira daMJi ta
1093 Cap. João AntÔ.nio de :,!oraes 1 li li li
Denominada Fa- li
Põ'1:' Indi vi li
"
zenda cam:.Janha, so
na Fazenda
11 Caenda"

1095 Margarida Jo eefa de, ,epÍrito .


Santo 1 li li li
Na Fazenda li . ,, n
Algodão

.
~------' -
Fonte de Cados brutos·- Livro du Registro ••• · APES, Caixa 56

V1
N
53

Definimos nppsse" como a aquisição de terras ou ocupa~


ção independente da situação jurídica. Os registrc's 724, 958, 1005, •
1093 e 1095 são de terras situadas dentro dos limites de outras, a
saber: três sÍtio.s e duas fazéndas~ Assim entendemos em virtude das'
expressõeS "nau ou "na", fatà que os diferenciou dentre o arrolamen-
to sobre as"posses". Os três primeiros registros têm suas terras dell,
tro dos limites dos sítios~ Os n2s. 724 e 958 ev.idenciam uma compra'
em regime de co-propriedade enqu.anto o n2 1005 traduz uma compra de
várias"p"osses" a diversas' pes·soas, u num mesmo local, demonstrando 1
1
uma tendência para a anexação e a concentração.

Os registros 1.093 e 1.095 referem-se a posses dentro•


dos limites de fazendas. Estes foram um dos poucos a declarar a for-
ma de aprovei tamente. Ho primeiro, o Capitão João Antonio· de Moraes,
proprietário do Engenho "Porto dos Barcos" na freguesia Santo Antonio
Coração de Jesus, em Larangeirás. 4eclarou

"ser possuidor de uma posse de terra, por indiviso em


terras da fazenda Caenda, na qual possui edificada uma casa( ••• )'
curra~s, tanque, cacimba, denominada "Fazenda Campanha"., onde cria'
seus gadosº11
~-=e.=-=~ {grifo é nosso)

No segundo, Margarida Josefa do Espírito Santo. viúva


de José Godinho Freire, moradora na freguesia do Senhor do·s Passos•
da cidade de Maroim, declarou 11
ser possuidora de uma posse de terra
por indiviso, na Fazenda
, denominada "Algodãri;1 na qual possui edifi-
cada uma casa ( •• •) com curral e cacimba, onde cria seus gados~'
(grifo é nosso).

Anlbos nos permitem deduzir pela. qualificação indivi-


so que as posses pert-eneiam ao mesmo tempo a vários indivíduos e
- -
' dimensoes pequenas, tendo em vista as benfei-
que elas nao possuiam
torias citadas: casa, currais, tanque e cacimba.

Com relação ao valor· citado no registro 724, o problg


ma não é menos complexo. Sem a dimensão é-nos impossível aquilatar'
. --'----·'---~-~- _._, - _, __ , ____ .,,__
,
cl.i,!'.l.UU.LUIJ }lt:.l.U \J.t:::l;.lc1J. d.Ulot:., :Cütretanto, e sabidv 4_"J.G
'
0 1/li.iU.L"

das terras, àquela época, era dado muito. mais em função das benfei-
torias •.
54

b.2.2. - "Fazend as" e "Engenhos"

·Os totais de· dezenove engenhos e seis fazenda s, tirados


doe registro s de terras, são contesta dos num oficio da Câmara de Ita-
baiana para o Presiden te da Provínc ia em 1854:.

(; •• )"Existe neste múnicfp io 36 propried ades de engenho


de fazer açúca:, sete dos quais com seus alambiqµ es Únicos que h~,coll
tando-se igualmen te 103 fazendas de criar gado vaccum e cavalar, as -
'
sim como. existe um numero '
conside ravel de si' tios de 1 avoura, que pela
extensão do terreno e brevidad e do tempo, nao·tem sido possive l esta'
. '
Camara entrar no pleno conhecim ento do numero certo e determin ado de!
lés ( ••• } a excessã.o dos lugares ocupado s com as propried _ades de eng~
nhos e fazendas de criar ( ••• ) os proprie tários applicão -se a planta-
ção de dois generos que nelles abundão i113
..
Para explica r as discr~pa ncias entre os registro s e o~
f:Í.cio, inicialm ente averitam os a possibil idaàe àe que in~eras fazen
das e alguns engen_hos pudessem estar incll:t:ido s ~ntre os cento e vinte
e nove danifica dos. De imediato descarta mos essa viabilid ade pois a
soma dos deterior ados é inferio r ao número total das fazendas e enge-
nhos mencion ados no ofício. De referên cia as primeir as, dois proces -
SOS nos permitir am identifi cá-las parcialm ente: lQ) ap~oveit ando OS

limites e locais14 citados nos registro s, arrolamo s cinquen ta e seis~


delas; 2º) Partindo do pressupo sto de que a fazenda, regra geral, -e
um grande estabeli cirnento rural de 12.voura ou criaçào de gado, e con-
siderand o que algun~ registro s15 com vocábulo s sorte , porção ,
11 11 11 11

nposse:: e:iquinhã o 11 , fizeram _, . semelha ntes indicaçõ es, concluím os co-


mo sendo fazenda s. Conseqü entemen te. nada nos impede também de consi-
derar como faZendas os mesmos vocábul os dentre outros registro s que Q,
-
mi tiram a forma do cxplor~_ça.n dn. terra,.

quanto aos engenhos achamos , à princíp io, que poderfa -


1

mos explica r art'._l;umentando com o desmemb ramento da vila de Larange iras


da cidade de Santo Amaro, em 1835 e a criação da vila de Divina Past~
1
ra, em 1836 er.igloban do a povoação de Santa Rosa. Patores plausfv eis
para os senhores de engenho registra rem suas propried ades em locali-
vimos 1

que a relaç&o dos engenhos e seus resp~cti vos J?I'Oprie tários não tem '
qualqu.e r relnçao com a vila de ltabaian a.
55

Outra altern ativa seria verific ar os engenh os situado s


às margen s do Vaza-B arris. e ·seus afluen tes. Infelizm :ente !não podemo s
submet ê-los à aprecia ção porque os registr os de Campo do Brito nãn Q.

ferecem condiçõ es de manuse io.

Feitas estas consid eraçõe s, apresen tamos no quadro _11


1

trinta e tres proprie dades açucar eiras: dezenov e estão acompa nhadas
do ·respec tivo registr o· e quator ze16 entre colche tes. Destas , encon-
1

tramas oito cítada s como limite s d. outros vocábu los descri tivos e s~
1

ia foram indicad as nos limite s entre os engenh os arrolad os. Utiliza n


do dezess ete engenh os dentre os dezeno ve com registr o e mais seis ig
dicado s nos limite s dos mesmos , demons tramos no mapa (n_22) 17 vinte e
três engenh os situado s às márgen s do Rio Sergipe e seus afluen tes.

Finalm ente, a titulo de comple mentaç ão, informa mos que


entre 1856 a 1875, O- número de engenh os18 foi reduz ide para dezess e-
is. Destes , dois mantinh am o mesmo nome e o mesmo dono: "Dangr a de'
11

!"lG.."lu.el Rai!!!.1..mdo Tellea de I1l':"11ezP.B ~ Ó VAlho" de Manuel G9.s:par de M~


11

lo Meneze s; seis, o mesmo nome e novos donos Gamele ira dEi Antoni o'
11 11

Paes de Azeved o, "Can~o Alegre " de João Gomes a8 Sá Barret o, "Pieda -


de" de Francis co Muniz Barret o, "Meire les" de Luiz Franci sco Cardoso
de Meneze s, "Recurs o•~ de Cruldido Rabelo Leite, "Mombaça" da viúva de
João Gonçal ves Franco Filho, "Tábua " de Francis co Lucind a do Prado,•
"Mouco" de Francis co Correi a Dantas e "Salob ro" de Vicent e Freire de
Mesqui ta; e cinco com denomi nações até então descon hecidas "CipÓ" de
JoSé Ignácio do Prado, "Cajue iro" de Hermen egildo José·P ereira Guim,a
,. A

raes, "Santo Antonio " do Barao de Estanc ia, "Limoe iro de Manoel Del_
... A II

fino ·aa Silveir a· e ''Cande ias" de Alexan dre José Barbos a.


56

QUADRO 11
Relação dos engenhos da vila de Itabaiana (1856 - 1859)

,TQ de Engenhos Nº do Proprietários


ordem registro

l Barro cão 439 Bárbara Rosa de S. José


2 Brioso ( ... ) Zacarias José de Santa Ana
3 cágado ( ... ) Filhos do cel. Gonçalo Rabelo
Leite
4 Canabrava 190 Mariana Francisca do Prado
5 canto Alegre 315 Rosa Maria de são José
6 Carretão ( ... ) João Batista Vasconcellos
7 Carão ( ... ) Ezequiel Profeta Carn0iro
8 Congonda ( ... ) ••••••••••••••••••••••••••••••••
9 Cruz ( ... .................................
)
10 Dangra 329 Manuel Raimundo Telles de Menese,
11 EspÍri to Santo ( ... )
12 Gameleira ( .... )
••••••••••••••••••••••••••••••••
••••••••••••••••••••••••••••••••
13 Jacoca r;5r;
14 José Maria José ( ... ) .................................
15 Meireles Novo 336 Firmo Telles de Meneses
16 Meireles velho ( ... ) ••••••••••••••••••••••••••••••••
1

17 MÕes 814 José Vieira Barreto 1

18 Mombaça 337 Ana Tereza de Jesus


19 Morcego ( ... ) Ten,. Cel,. Antônio Carneiro de
Meneses
20 J.Iouco ( ... ) Francisco correa Dantas
21 Passagem 711 Major Luiz da Graça Lei te SE:ipaio
22 Piedade velha, 334 Maria das Dores
23 Piedade Nova 335 Albano do Pra~o Pimentel
2,t :Pimenta ( ... ) .................................
125 IPre.zeree 688 Cel~ FrP.rt~i.!".H~O .ln~; np. 1Jr~0ri
Leite Sampaio
1
!
i '
26 lQuindongá 330 Manuel Raimundo Telles de r<rneses
21 1Salobro 708 Cecília Jerônimo Caldeira de Melo
28
~

Sao Paulo ( ... )


·······················-·········
29 Santa Rosa 332 Francisco Muniz Barreto
30 Tábua 367 Clara Maria de Oliveira
31 Velho 2011 Manuel Ga0par de Melo Meneses
r:C.t"\
,
,.._ ;::--o
1
Se;: !'!cm.e 1 .,IVV 1uv ...,,., AmbrÓzio dos Sêntos, 0
i 1116 ~

,__-~•---
33 1Sem !!orne
------
__L_
Fonte de dados brutos - Livro de Registro ••• APES, caixa 56.
!José
J -
da Cruz de vasconcelof'2o
··! '
;i.,
ro
-;1 n

.,,:1
.J
~.j
",J
MAPA N2_ 02

,,-
I'
,!
.' ~ .
i1
fj ' -------,-·------'------,ç,,,,h'f,,_
f,
~\ • ' tr, 1r·1· •O ,/' ,,-, l!i[
' ;: ~ !
i -"\ ~ , ni ~--A · t J , \'-_J"~"\\ 't'
1 ' ' "'~ ,, "
'
¾
3 \. \ \/ f •> . ','õ
iê\
-/ ' ___,,.,- '\ ·, c,, ...,,._,.,,
..,,,..,0 \ 1

'i;í ' ' ., \ .~, i . • ~-- ' '

!"
i ~----\_Í_-\~\\L[ /. l ' \ ~. ·'ê~~~-\~'.i;
'' '
• ~
ê ·:\
/-Y-
~
) -_/ "'
N
;-º, '
:;r[;
t--i4 ' L ! '
j

o
\.:.--7
C. l. .~ (.~
º \
" . \ .: ' .,

1 ,_"
' .- ,i::i-l ~1 j l ê1 ,<i o
1
o
.
>

í~~
w

'"' _/ \'\ .
J
'
•• o '
','
1/¼
*"
~j
w

" '"-._ ,
/
1
--------
~ l
~ J;-1:~,--
-
'"
o
o

"o
"

.-,'
"o
/
: ) ( -~_ \ ./ \ ·: <fl 1/ }d ,
o • / r- ~ ./ i7\"-----.! .

o

1 ----/:1' ' ( -f/ h ,,--


, r,íl) ~(
1 /' \ \ -

~ I' . i: _,-
tJ) ',~ ~ i, . )J 1 \)~J
' 1:..
, \ , , Ji /" -J') º' /) ---,-------
1 ~
j '~,'\,_~ .· . --71
.~-
\ J \~ '? º' ;;z__/ '~
1
~
w
o
l> o • ;
•e, '\
. -i= ~· .o
1
f
>
'"o'
•'
g_
r:); D

-J;
/'
·o

.,
ii•
D
1 N
:,
io

~
J

'!-------------------- --_:____::_-'-------L,·_J_,~'
Fonte de dado::;. brutos ~s limi~es citados no Livro de Registro de Terras '
-da_ Vil.a ele Itabaiana~. (i85G..,,-l859} APES., cáixa_,%,.
58

b,2,3 - Outras.designações
'
·As outras designações não são menos pi-oblemáticas do'
que 11
posse", "fazenda'\ e "engenho 11
,. Para ilustrar a variedade, esCQ.
lhemos um exemplar de cada forma tomando em consideração o maior nú-
mero de informações contido nos registros.
Vejamos o quadro 12:
QUADRO 12
Exemplos de outros vocábu:Los descri ti vos, excetuando "posses."
·-
N• éo
registr,
'

Proprietário Vo.cábulo Descri tiva Local Si t~ção_ Jurídica


-1--

Valor
~----

Limite
r--1
1 Dimcnsã::i.
~

73 Serafim Alves de Almeida Roxa uma sorte de- terras Tanq_ue de Serra Compra :rão cita Não ci tal Não ci-ta
80 ~!ajor Antonio Correia Dantas um a! tio (3) Não cita " . " "
97 1 Francisco Manoel Tei.~eira um pedaço de terra Rio do tanque Não eita " " .
188 · Jos~ Cornélia Alves dos' Santos urna sorte de terra' (1) Cansanção Meação ( compra) 1
" " "
353 Manoel dé Melo Torres urna po rçao de terra-1 Na fazenda Boa Sorte Herança f
" " "
655 João Machado de Souza 16.000tOOORS de terra No sitio Boa Vista " " . "
814 José Vieira Barreto lurn sítio de terras No Engenho MÕes l'l"ão cita '
1
"
' "
1 1 "
84l Constantino Lu:is Carneiro 1.t'1la _horta Em ::ianta Ro:::.a Terras P'.:'óprias ! "
1.079 Manuel ·Antônio Barbosa
" 1
"
'rilm pedacinho de terra Em Figueiras CCH " "
1.564 Manoel Alves de Jesus uma nesga de terra Em c:anabrava Por indiviso i ;,
l. 777 Antonio Diniz Rezende
" n

dois quinhões de terra Chamados f-laniçoba CCH


(l J.
" n
"

__ J_
1

1
1 -----
Fonte de dados brutos - Livro de Registro de Terras ••• API:s, cah:a 56

u,
"'
60


Persiste o pro?lema da inêxistencia da dimensão. Cham~
mos a atenção para as fomas. de exploração indicadas nos registros: 1
criação de gado (188,353, 1.777), gado e p1antaçÕes- (73) e gado e aJ.
godão (80). Sabendo a·utilização das terras esclarece mais, como lem
bra Graziano: "identificar à.a propriedades somente pelo aspecto ex -
terno a área total - sem considerar. o aspecto interno fundamental,
que é a produção!•
21
Partindo das indicações concluimos que "sorte" ,
11
porção II e "quinhão II são fazendas.

Outra documentação além dos registros pode ser utiliz!!;


da na tentativa de esclarecer o significado dos vocábulos neles (re-
gistros) contidos. Em 1843, José Joaquim de Sant' Anna ap6la para ·ª '
justiça a fim de garantir a posse de um sítio comprado ao Ten .. Fran-
cisco Muniz da Mota e sua mulher D. Ana Joaquina d'Oliveira Alves.Na
petição inserida no processo diz haver comprado,

( ••• ) um sitio de terras (grifo é nosso) denominado

nelle existentes por trezentos e quarenta e cinco mil'


réis ( '.345$000rs). "
22

Antes de efetuar a.transação,

, .
ti ( . . . . ) era arrendatar10 dos vendedores, plantando man-
diocaS' no sitio
< -
em questao por espaço de dez meses;que
após a venda, os vendedores se mudaram pa:ra. o SÍ tio
Campo Grande; quando ele comprador foi tomar posse do
mesmo ;Ítfo, e tractando de trabalhar-lhe 7 impedirão '
Manuel Prudente de Meneses e seu irmão Dionísio Eleut.Q
rio de Meneses que -
nBceverao Ber possuidores igual_
men t e do t erreno ".. ::,-:o;
-~
Neste caso, "sÍtio de terras" é um estabelecimento a -
gricola utilizado para a lavoura de ~ubsistência 1 tendo sua produção
praticada mui tas vezes pelo seu prÓprj_o produtor e fa...11:ilia, podendo,
'
também ser facilita_da a rendeiros e moradores. Independente da nrea,
e de sua utilização distinguimos "sÍtio de terras" de "sÍtio" a par-

ra de outras terras por indiviso, em comum com outros possuidores e


em comum com outros herdeiros, ou erii.ao àeclarava ser p1uI-Jri~ta::Li.0
de ºum si tio" por direi to e de fato.
61

'
Quanto aa -
expressoea "horta", "pedacinho" e "neaga" a-.!
'
pareceram. muito ráramente. en_~re os regist:°s. Consul tand.o dicionarios 24
do século pas~ado e compar.ãnào as definiçoea com aa nossas constata~'
çÕes, in-loco, através do interior do estado de Sergipe, afirmamos
que_ se tratavam de unidades agrícolas mui to pequenas onde se cultiva-
vam hortaliças e cereais para. o corisumo dos- seus próprios proprietári
os.

Completando a lista das outras designações, temos as ez


pressas na forma monetária num tótai de 278 ou seja 13, 2% do tótal gii.
ral dos registros. No quadro 13, apresentamos quinze exemplos: nove 1
são registros de valores maiores e Únicos e seis de vaJ.ore·s menores
embora haja outros similares. Consequentemente, os duzentos e sessen-
ta e tr~s estão abaixo dos 42~000rs e acima dos 40i52rs. Portanto o
maior e o menor valores são respectivamente 100$000rs e cinco tostões
de terras.

i
1

1
1

'
QUADRO 13

---1
Expressão Monetária ( exemplos)

, 1 Co,isa - , - í
NO do correnpon dente
+--L_o_ c_a1 a I F'.elaçao Jur dica
____+Expressa o Mone.·;a_,_-_,_· --l-
registre ,__ _____ ____P_r_o_p_r_i_·e_t_a_r _i_º---- ------+- ---------
____
+
Ni~o cita Fii9!eiras lDOSOOOr s de t,~rr.·9s C:omllill c/possti.id oreS
830 Jose Joaq_uim de ::;ant'Anna
11
Varjada ] 80$00,) ra '
11
e/herdeir o a 1
1598,: Antonia Maria de-_ Jeslls· .'.
" Curralinh o 80$000 rs e/outros "
1865 Jose Germano da Trindade 1

712 Cap. Antonio-N achad.o de Mendonçi;i.


11 Sítio Genipapd 73$690 rs ' " 1
95 j Ca:p. Antonio Jose Teixêira " " Maringá 50$000 rs " c/herd'3ir< )S
'
GenipapO 50SOD0 rs e/outros
7 Cap. Nanoel Jo se de Andrade " " : ' "
1256 Antonio Jose da Silva " Arrombado 50$000 rs ' "
si tio llovo · 45:SOOQrs ' /indiviso e/pai e, avô
Cap. nanoel Félix Passos "
102·
669 Antonio Jose de Góis
n
" Bernardo
Oiteiro
42Sooors "
cinco tos tÕ-3:ê: "
fcomum c/possuid i::ires
" e/outros
763 Manoel Jose de Carvalho "
41 7 Jose ·Joaquim de Souza " raco dó Ri.b€ii'i dez " " compra em comum c:/outi.o
Olho d I água -1 $76Srs comum c/01:,1tro s
1727 José Maurício de A::1.drade " I

~acci do Ri beir( 13ooors (mil ri;is) "


540 Ana Francisca de Carvalho "
679
878
:Major Jo se de Góis de Lima
Maria Rosa
n

"
Pai nandú
S{ tio da I•Ioi ta
do Coqueiro
2$000 rs,

48000 rs
! •)Otlum "
e/ out::-o s :ter-.
___ ____i:-d ei ró s :.________.,j
l
Fonte de dados brut-os: 'Livro de Registro de Terras.-..A PE!I, t:aixa 56

,,
o,
63

As conclusõ es extrafda s dos registro s expresso s em di-


nheiro sao duas: ·'

lQ) Impossi bilidad~ de qualque r associaç ão entre os v~


/
leres e a coisa referida ;

2Q} Baseando -no.a na situação jurídica os valores devem


correspo nder a terras recebida s de.heran ça ou a terras adquirid as
por compra.,

! C - Situação Jurídica

Na análise de uma eStrutu ra fundiár ia, a situação ju-


_rÍdica figura como o dado que nos permite verifica r as diversas mod§
lidades de qualific ação da propried ade da terra.

Desde o século XVI, inicio da coloniza ção brasile ira'


com a distribu ição de sesmari as, que a propried ad~ da terra, "era ali
enável, quer dizer; podia ser comprad a e v·endida sem obstácu los ju-r:f.
dicosi1
25

Na vila de Itabaian a, no século iXVIII-, época de maior


' cia
frequen -
. da distribu içao ·· de sesmari as, os processo s tle desmemb ra-
1
mentos das propried ades, seja por· atos de partilha ;, :Jor herança ou
de compra e venda estão aconte_c endo. Exempli ficando o_s Úl times, t.Q
26 1
mos: Em 1726, o cap. Luiz Ferreira Pinto, dono da Fazenda Mocanbo ,
compróu a Teodósio de Sá Souto r.laior o si tio Cruz; em 1739, o ·aire .,
'
res Antonio '
Machado de Mendonç a, dono do sitio Mangabe ira, compra a'
vista um terreno anexo ao seu, a Antonio Rodrigu es de Souza. E ele
1

G~P.. uma sorte de tRrra que viria a se chg

, ~ •
,I"

Machado l..,ei te, propriet n.rio da Fazenda Tapera do Lazaro vende a vis-
ta, um pedaço de tc:::-ra da mesma fazenda e. Jos~::' Pereira d::i. Afanseca .,

Em 1855,. a câmara da vila de Itabaian a oficiav a ao


Presiden te da ,Provínc ia,

- -
"que nao so nao cxistf'!rn nP.ste r:111ni.r-ip in terrenos al- t
e;uns concedid os por esta c;_m~ra: visto -como as -:00.nses originao -se de
f \ ~ -~Fl-<:l ~~~~--~-~ ~n~~n ~~+n~ n~r--~,·~ -,. ~-
'.l,;:-
• •
~r.t!;lü3.tl •
::ieerne,:.·.t ~B \i'~~! e 8,::- .. L><,•>rnc, ....................... ......_. ---··~~~ -~_, ••. r, ,, .......
64

grandes porções, hoje se achão subdivididas em pequenos pedaços e já


por partilhas entre herde'iros e já por vendas desmembradas de todos,
'
de forma que se pode dizer que as· terras deste município sao possui- -
das em comum e até por indivisaa2 7 (grifo é nosso).

O quadro nQ 14 atesta que as informações sao proceden-


tes.

QUADRO 14
SITUAÇÃO JURÍDICA

Moda1idades declaradas nQ de terras %


Heronça (individual) 1.478 47,3
Herança com outros 707 22,6
, .
Terras proprias 290 9,3
Do01;;ão 11 0,3
Não citadas 638 20,5

Total 100,0

Fonte de dados brutos: Livro de Registro de Terras ••• APES, caixa 56.

Os dois mil cento e dois registros correspondem a três


mil cento e vinte e quatro terras ou propriedades. Executando-se ·'
seiscentos e trinta e oito, que, mesmo nao apresentando. a situação '
jurídica, foram computadas para se ter uma noçao do seu percentual.
JJuas mil quatrocentas e oi tBnta e seis terras e suas modal idades jg
rÍdice.s fo:ra_m i:maliBadas, e caracterizaram-se como herança,, herança 1
em comum com· outros, em comum com outros herdeiros, por indiviso com
011t:r-ofi. hArd.eiros: :par irld:i.vico com main p08flUidores, por indiviso,em
comum com outros, meação, terras próprias, terr3:s próprias p::ir com· -
pra e doação .. ;posteriormente, agrtl.pamo-las em quatro categorias, le-
vando em consideração todos os casos similares aos exemplos subse- '
quentes.

12) Herança (irràividual) - qur"ndo o prop-rietr'trio decl§


rava a terra stJai rutJ1n.:.i.vuc:ü.' rcG •
n9 65, possufa uru quinhão, nn .Fazenda d:::is Pedras '(}Dr heranÇ,-ª: de seu•
· Luis Francisco Cardoso de i-ícneses.
p:;n:
65

2!') Heranç a com outro s - ·-"Obviament. e,


.
é o oposto do lº
,t
caso: M:anuel Carval ho Carreg ~sa, reg.nQ 77, possu idor de uma posse
no Saco das Pedra s, em com-UIII · com outro s herdeir Q..§., !'ieran ça de seu
pai
de'
José Franc isco Telies de Hendo nça; por seu turno, João Frroic isco
Man
Melo,r eg.nQ 1019, possu ía dois quinhõ es de terra, na Boa Sorte e
dibe, ri6r indivi so com outro s herde iros; já Maria Telle s de Menes
es,
-
possu ía U:1Il sitio- na Alago a Seca, por meac ao, do seu esposo Pedro No-
lasco de Carva lho.

3º) - Terra s própr ias - podem ser tanto origin árias t


por heranç a ou por compr a. Nesse caso, foi consid erada apenas a Úl ti
' uma posse no local d~
ma forma: José Luís 'l'orre s, reg.nº 58, po ssuia:
nomina do Maria Paes, havida por compra a Alexa ndre Vieira de SouZa ..

4º) DOAÇÃO - Interp retam os como um ato de transm issão 1


da terra de uma pessoa para outra de forma e-ratu i ta. Um ato .
urová vel·-

mente impuls ionado por gratid ão, reconh ecime nto, etc. Ex.: o P; José
. -
Antcrr ic de ;2.ro heita0 I!!On~/l_or n~ frP.gu esia da Imper atriz dos
7
Cam- 1
do
pos· (hoje Tobia s Barret o) possui .a uma sorte de terras por doação
vigári o E'ranc isco Xavie r de GÓis e Amara l.

A anális e da situa9 ão jurídi ca revelo u que a estrut ura


agrár ia da vila de Itabai ana, na prime ira metad e do século XIX, carg
por
cteriz ava-s e por uraa forte fragm entaçã o result ante da partil ha
heranç a cujo percen tual é de quase 70,0%,.

Do expost o neste capitu lo concl ui-se que os "LiVro s de


ria,
Regis tros de ~erras "' ou· "Regi stros Paroq uiais" são a fonte primá
essen cial, que associ ad·a · a outra s como Leis, Decre tos, Resolu 9Ões 1
1

. .
Postur as~ eorres ponde ncias _admi nistra tivas, proce ssos crime s permi
tem o estudo fundiá rio de uma localiô .o.üe éiu :::i;;t..:ulu pc:t&nct,'.;.v ..

Vi~ua lizamo s nos regist ros da vila de Itebai ana ume.


fal.ta de unifor midad e dos dadOs bf.sico s acresc ida de um número cons,i
i- ·
deráve l de omissõ es sobre ve.lor, lil:iite , dimen sões, siti.iaç ão jurÍd
ções impos -
ca, e uso do solo. Daí ajusta mos nosso estudo às limita
tas pela documentaçã.o,..

-Entre as omiss ões mais grave s destaco u-tH:J a UJ.Uit"H


"-'---··iniU -
--- .. ~

, 1
da::;
Conseq_ue:ntmncntc fica.mo s tolhid os de ohter os cxtra-LotS de éiTC:-ü.
~----.-J~i.
fo :rmns ele apro-p riaç ão em função da ~rE:a gio bal, como "Lc;:1.lil bÉ,;:;;. ~.iü_jJ'-,U..
66

-dos de claasificá,-las de acc rdci cem o tamanho, em propriedades pe-'


quenas, médias e grandes.

Obedecendo oos dados doa registros, selecionamos e a-


grupamos todos os. vocábulos descritivos: ºposse", -~si tio 11 , naf tio de
terra", "quinhão", "sorteº, 11 pórção 11 , "pedaço", "fazenda" e "engenho11
Em decorrência do número restrito das indicações referentes a "nesgá 1

"pedacinho~' 11 horta 11 , 11 terreno 11 atribuímos-lhes a c~assificação "v.ári-


as: Duzentos e setenta e oito deles. foram declarados sob a forma mis
celâziea, sem qualquer ~eferência ·específica .. Por conseguinte, a úni-
ca a1 ternativa foi mantê-los na maneira encontrada.

A exceção dos engenhos, foram muito poucas as alusões,


ao uso do solo, aproveitados na,su.a.maioria para co:npor o quadro 10
e 11. Os proprietários que o fizeram, men~ionaram criação ·de gado em
11 posses 11 , "sorte", 11
poFÇão 11
e 11
quinhãó 11 , fato qu.e nos levou a reco -
nhecê-las como terras de fazendas.

_Acerca da"posse"fazemos a seguinte ressalva: entre to-


das as formas constituiu-se a mais ambígua (vide quadro 10). Sem le-
var em consideração a situação jurídica, tanto podiam ser terras de
11 fazenda II como terras de 11 sf tio ~1

Quanto aos 11 sitios de terras" , "sÍtios"J 11


pedaços 11 '

1
"pedacinhus 11 , "nesgas 11 e 11
hortas" agrupamo-los numa ÚniCa categoria:
si< ••
.,ios, independente da magnitude da produção da lavoura de subsis;
tência.

l
Excluindo-se as posses que representavam 45,6 % entre' .1

os 2.10"2 registros, classificc.ndo to à.as. as outr2.s formas r:P.gundo os '


tipov a.0 unide.de produtiva e traduzindo-as percentualmente temos: eg
genhos (0,9%), fa"zendas (19,7;i) e sitios (JJ,o;Gj.

Considerando q_ue todas as 11 posses" nao deveriam ser 11 si-


, , . . ,
tios", o numero destes e predominante. Embora nao tivessemas condi
-
çÕes de avaliá-los em funç~ da ár.ea total, percebemos que uma das '
carac:ter:lstica.s da estrutura fundiária da vila de Itabaiana era a
herança qua~
to por venda.
NOTAS

' .
l - VIOTTI DA COSTA, Em1lia
. , .
Da :Monarquia a Republica: Momentos de-
cisivos, S. Paulo, Editorial. Grijalbo, 1977, p.132.

2 -- Estrutura Agrária e Produção de Subsistência na Agricultura Bra-,


sileira / Coordenador José F. Graziano da Silva, s. Paulo: Huci-
tec, 1978,_ p.29.

3 - GUIMARÃES, Alberto Passos - Quatro séculos de Latifúndio (apre


sentação de Antônio Houaiss) 52 ed., Rio de Janeiro, Paz e Terra,
191, p,45.

4 - Ibid, idem - p.113,

5 - VASCONCELOS, Maristher Moura et Alli - Arrolamento de Documentos


,
sobre registro de propriedade territorial, Anais do VIII2 Simpo
aio de ANPUH, s. Paulo, Coleção da Revista de História,, vol. III,
1976, p.1040.

6 - Os dois livros de registros de terras da freguesia de Nossa Se


nhora do Campo do Brito estão inteiramente danificados, não of!t
recendo as mínimas condições de manuseio.

7 Empregamos a palavra "terras" para não confundir com "posses" ,


um dos vocábulos descritivos. Terras, aqui têm para nós a equivâ
lência de nQ de :propriedades, podendo se referir a "uma posseº ,
a num sftio de terra::, a uma r:p0r·ção 11 , a uma 11
fazenda 11 , a um 11
si
tio",. etc.,
,
8 ... Agrupamos todos os vc~á.bulos descriti~;os cujo nu.mero foi ba.stan
te reduzido: nesga, pedacinho, horta e terreno.

9 - GUIMARÃES, Alberto Passos - op. cit. p,113.

-
10- Não relacionamos as pessoas vendedoras para nao estender o qua-
dro n~ 10 .. A propÓsito, ver o quadro n2 02, p .13. Nele, José Vi
.LVV I
----
.,. ,...,......, uVlliV de
cinco posses, em comum com outros possuidores; ao passo que no
1002!' é herdeiro de três posses .. paréru não menciono. u participa-
ção de outros.
68

11- Livro de registros de terras da Vila de Itabaiana, reg, N2 1093


de 29/09/1856, Acervo Sebrão Sobrinho, caixa 56, APES,
,

12- Livro de registro de terras,,. Registro N2 1095 de 29/09/1856,


13- Of:f cio da Camarada Vila de Itabaiana de 18/03/1854 Me, Cml
(APES),

14- O registro Ng 1093 do Cap, João Antônio de Moraes especifica que


a sua fazenda Campanha limita-se com as fazendas: "Malhada dos
Boia 11 ·, "Guia", "Serrinha", "Alagoa do Rancho" e "Riachão 11 • Como
exemplo de local temos o regl.stro n2 688 do Cel, Francisce> Je>sé
da Graça Leite Sampaio, proprietário do Engenho Praz8res, menci2
na "uma posse de terra na Fazenda da Alagoa entre a Boa Vista e
o Rio Sergipe" e 11
outra posse na Fazenda .Hatiquerer, por indivi

ªº"·
15- Os registros são: 73 .(sorte), 188 (sorte), 353 (porção},
(posse), 1095 (posse) e 1777 (quinhão)~

16- 0-s engenhos encontrados a partir dos limites doa vocábulos de!!,
critivos são: Brioso, Carão, Cruz, Espírito Santo, Jesus Maria 1

José, Meireles Velho, Pimenta e são Paulo. Quanto aos engenhos t


. ,
citados a partir dos limites de outros engenhos, temos, Cagado ,
Carretão. _Congondá, Gameleira, Morcego e Mouco.

17- O maps nº
2, baseado estritamente nos limites declarados no li
vro· de registros de terras da Vila de Itabaiana, foi organizado
no setor de Cartografia do Departamento de Geografia da UFS, pe
,
los professores Emanuel Franco e Jose Augusto Andrade e execut~

18- Relação dos engenhos de fazer açúcar situados no termo de Itabai


ana e se achám trabalhanão, G1 -l311, APES.

19- O registro n~ 560 de José Ambrósio dos Santos não menciona o no


me de sua propriedade. Diz, simplesmente 11 ser possui<l:or das ter
ras de sua engenhoca no local denominado Fazenda Grande 0

,
20- O registro nQ 171G de Jose da cruz de Va.sêonuelos inBnciona que e

tes são: ao Norte o Engenho Prazeres, ao Sul o Engenho santa Bá!


69

bara, a Leste o Engenho Jacoca e ao Oeste as terras do Engenho


Prazeres. O engenho foi ~erança do seu sogro.

21- Estrutura agráTia Ope ci t. P• 71.

22- Processo crime - apelação de 17/12/1843, (Ms) Acervo Sebrão S2_


brinho, caixa 42, APES,

23- Ibidem, idem,

24- FARIA, Eduardo - Novo dicionário da Língua Portuguesa, 52 edição,


Editor Proprietário Francisco Arthur da Silva, 1879,

A
25- ~RENDER, Jacob - çenese e desenvolv:i.mento do capitalismo brasi
leiro, in Trabalhadores~ Sindicatos e Política, Coleçã.o Culturã
e Política, Cedec/Global, são Paulo, s/d, p,48,

2h- $F!'RRÃ0' SOBRINHO - Fr-::iPment.nR 0A, Hi ,:,.t.Óri::i ne gers!'ine~ Aracaju; T,i


vraria Regina, 1972, ps,221, 222, 223,

27- Ofício da câmara da Vila de Itabaiana de 16/02/1855, cm 43


1
APES,
'

CAP Í Tu.LO III

VIDA ECONÕMICA

1
1

1
71

1 - A Lavoura do Algodão em Sergipe (esboço)

O algodão foi encontrado no Brasil em estado nativo deJ1


de os primórdios de sua histÓriâ. Em /jergip~, no século XVI, apresen-
tava-se

11 como planta nativa do tipo árboreo, extraída pelos in-


<
d1genas -
para sua alimentaçao, cura de determinadas en-
fermidadee, confecção de artefatos de caça e pesca. EU
tretanto, sua maior utilização constituía-se como obj-ª.
to de troca com os franceses, que frequentemente apor-
tavam à nossa costa e rioa!1
1

Conhecido em diversas capitanias, principalmente as do'


norte e nordeste, a partir da colonização portuguesa, o algodão árbQ,
reo fora sempre utilizado

11 ( • • • ) para a manufatura de tecidos grosseiros destina-


dos a roupa de escravos e elementos mais pobres da.po-
pulação,. Nos meados do século XVIII, a grande lavoura'
algodoeira encontrou condições para progredir, mercê '
da conjuntura do mercado internacional, com amplas
perspectivas pA.ra os mercados produtores" 2

A razao se encontra no estímulo do aumento do consumo 1

externo, especialmente britânico em virtude do crescimento da produ-•


ção têxtil inglesa, ~ruto das invenções tecnológicas geradas na Revo-
lução Industrial. A partir de 1760, o algodão maranhenae começou a '
ser exporta,do., seguido em 1778 pelo de Pernambuco.

' principal-
ue.1.s
mente no nordeste. Em Sergipe, no século XVIII, as culturas algodo~i-
ras locõ1izava.m-se ,..,,_,-_...,,..+ .. A,.._
'->V '-'L <;, ............ ..,

Francisco, porém seu cultivo era modesto tendo apenas expressão inte_r
na.

Para Manuel Correia de Andrade além das 'consequências 1


3

yolvimentc: aumento da população e o l"r.n.•H~?,_,11'.:lnt.P ~nmPnt:o do consumo '


,-,}-,;:.ii,,::.,-1,,
72

ciso levar em ccnta o fato de tratar-se de nma cultura fácil e popu· -


lar,. não requerendo dispêndios muito grandes,. estando ao alcance do '
pequeno agricultor. Por outro lado, pode ser consorciada cem o feijão
milho e a fava, fornecénd.o ao agricultor a um -só tempo, produtos tan-
to para a venda '?Omo para o consumo.

, ,
Da segunda metade do seculo XVIII ate o final do primei
.}.'O quartel do século XIX, a cultura algodoeira expandiu-se. Est.a fase
seria interrompida "ante o impacto. das formidáveis safras dos Estados
Unidos graças a mecanização do processo de beneficiamento" e 'a queda
4
do preço internacional. Sua recuperação estaria reservada para a se-'t
gunda metade do século XIX, mais precisamente, durante o Período da•
Guerra da ~ecessão.

Em termos gerais o interesse das atividades econÔmi_cas 1


brasileiras sempre se prendeu à agriCul tura de exportação, a exemplo'
do açúcar. Em Sergipe, na época colonial, a pecuária do século XVII e
a ow:..a &. pa.rtir do século XVIII uivuv!JvliL.a.,1,.aw a.ç;, atenções dos criado-
res e agricultores. Na primeira metade do século XIX, as informações,
~ H ~ ~

sobre o cultivo e exportaçao do algodao sao extraidas respectivamente


do relato de D. Marcos de Souza e do relatório do Presidente da Pro- !
5
víncia, Dr. Luis Alves Macedo 6 • Oquadro seguinte está baseado nesta• ·1
1
Última fonte.

'

1
!
!
73

QUADRO 1- .

PROVÍNCIA DE SERGIPE
EXPORTAÇÃO DO ALGODÃO EM RAMA, PELA BARRA DO RIOS. FRANCISCO
1838 / 1850

ANOS .ALGODÃO EM RAMA {Kg)

1838 13.035
1839 28.485
1840 14.460
1841 10.575
1842 1,410
1843 6.165
1844 6.720
1845 1.500
1846 5.160
1847 ••••••
1848 585
1849 840
1850 60

Fonte: Relatório do -Dr. Luiz Alves de Penedo Macedo


(04/03/1872),
74

Somente depois de 1852 passou a merecer as atenções Gc-


vernamentais. O Presidente Dr. José Antonio de Oliveira Ribeiro soli-
citou ao Governo Imperial ··sementes do algodão herbá'ceo justificando '
,
ser essa eapecie

"L.•• ) até hoje desconhecida na Província e que entre -


t·anto, tem reconhecida superioridade sobre a vulgar 11
7

Não encontramos documentos comprovando a distribuição 1

das citadas sementes.

Antecedendo o surto do algodão da década de· sessenta, v,ã


rias crises se abateram sobre a Província, lançando seus reflexos so-
bre a economia. Cite-se a epidemia da cÓlera-morbus (1855-1856) que'
ceifou inúmeras vidas, incluindo 8 a lOoOQO escravos e as secas entre
1856 e 1859. Com relação a co·1era-morbu.s os primeiros locais atingi -
dos eram justamente as regiÕes·produtoras de algodão: Campos, Lagarto
Riachão, Cawpu Uu E.c:i.i..o, N.3. dc:1.s Dúlºt;:'6, Pri:,pri6.,
A •
Estanc1a, Sta.Amaro, Japaratuba e Itabaiana.

Sentindo a falta de braços para tocar as lavouras e ca-


recendo de chuvas regul·ares, a Prov:incia viu-se mergulhada num colap-
• A
so em todos os setores produtivos, principalmente o de generoa alime_u
tÍcios. Esses acontecimentos circunstan?iais,. associados à concorrênc,i
a da lavo·ura de cana-de-açúcar, inibiram o desenvolvimento do algodão
que particularmente enfrentava outros problemas, dentre eles os ata
quea de pragas. A propósito, a câmara de Propriá informava em 1859
que a plc..>ttação do aÍgodão já fora próspera,

,
n 1 ,:;n t.>1 ~r,; 011 -i 1 n1:;
11
por0m depois a ferrugem _acomm.etendo a .t"--· -- --- .. ----- --
~~ta lavoura e começou sua decadOncia diminuindo o seu
comercio que ora mais vantajoso que o da cidade de .Pe-
nedo" 8

Ainda em 1860 registramos semelhante informação para Si


mão Dias. Nesta, muitas pessoas que antes fizeram fortuna com seu cul
tivo,

-
11 (., • • ) hoje por muito poucas é elle cultivado, em razao
õ.o bolor que logo nos primeiros f:t:l··moa ataca e +...........
........ ..., ........
,. ..... .... t

imediatamente· passa or: ramos inutilizando dessa forma t


75

,,
a arvore! '
9

Mas com a Guerra Civil nos E.U.A. , o quadro mudou tota!,


mente. Em 1861, a Direto ria Cent,ra l do Minist ério dos Negóci os da A-'
gricul tura Comércio e Obras PÚblic as em circul ar emitid a para o Presi
dente da Provín cia comuni ca:

"As dissenç ões civis que agitão actualm ente os Estado s'
da Confed eração Norte Americ ana paralis ando seca trab!!
, ~ ;

lhos agr1co las, nao ao tem ja feito diminu ir a produ -


~

ção do trigo e algodã o, e por tanto augmen tando o pre-


ço destes artigo a ( ••• ) Em .tais conjun cturas convém ..
1

provid enciar ( ••• ) .entre nós a cultur a não SÓ do algo-


dão, cuja exporta ção pode tomar grande s propor ções e,
será de vantage m para o Império n10

, -
Alem das razoes aponta das a circul ar recome nda ao Presi
dente concit ar e persua dir os lavrad ores a se aplicar em a çultur a de~
te gênero .

Discurs ando em lQ de março de 1862 na abertu ra dos tra-


balhos da Assemb léia Legisl ativa, o Presid ente Joaquim Jacinto de Men
donça queixo u-se do atraso vivido pela agricu ltura, apontan do como
causas : a í'al ta de braços , de institu ições agríco las, de crédito ru
ral, de ensino agríco la, de boas estrad as e de máquin a~ para rotear a
te_rra. Comple tando suas observ ações, sublinh ou:

"Da plantaç ão do algodo eiro, a que ella tanto se presta


- ,
quaGi que se nao cuida; a prova esta na mappa do e pro-
ducto s exporta dos no Último anno financ eiro onde se vê
- -
(l:1c: n expGrta çe.o ao f!.lf:i:,(!.uo montou apenas as valor de
16:603$ 400:•11 Este valor corresp ondia à 68.518 arroba s
. em tecido s export ados.

No mesmo ano de 1862, existi a na Provín cia de Sergip e;


cerca de 300 teares, com uma capacid ade anual de tecelag em de 120.000
11

varas de algodão t das quais 69.013 foram exporta dos, cbrresp ondend o a
15lé8? 8 metros ou 120btU Kg e o restan te àa proõ.w ;~ f'úi t:illpregado no
, ' t·ico."
uso ,..ornes 12
76

QUADRO 02

PROVÍNC1A DE SERGIPE
EXPORTAÇÃO DE TECIDOS
1857/1888

ANOS QUANTIDADE EXPORTADA (Kg)

1857 61. 221


1858 57.759
1859 90.047
1860 95.176
1861 75.370
1862 120. 581
1863
· 1864 550
1865
1866 137.839
1867 2.605
1868 4.903
1869
1870
1871 7.268
1872
1873
1874
1875
1876
1877
1878
1879
1880
1881
1882
1883 -
1884
1885
1886
1887
1888
,
-
Fontes: Relato rio e Mensagens dos Presidentes da Província de Ser-
gip9. do 1657/1888.
77

Em 1864, o estado· de ânimo da lavoura do algodão é rev~


lado no relatório ·do Dr. Alexandre Rodrigues Chaves, por ocasião da '
-
transmissao do Governo:

1
"A cultura d'esta importante lavoura desenvolve-se em
larga escala e prome·tte augmentar consideravelmente a
~iquesa pública e particular.
·centenares de braços livres e escravos, avultados cap!
tais de dentro e fora da Província:, buscão diligente
mente, os centros ·pràductores do algodão 11 13

De fato, a euforia provocada pelo alto preço· do algndão


suscitou o deslocamento de plantadores de caria-de-açúcar para as áre-
as de Itabaiana, Simão Dias, e para as terras adjacentes às margens'
do Rio $,Francisco,

Para evitar o contrabando nas margens do Rio S.Francis-


co com a Província de Alagoas, a fiscalização começou a ser exercida'
a partir de 1864, no distrito de Vila-Nova, A finalidade era facili
tare fiscalizar a arrecadação do Imposto, fixar as qualidades e ga
rantir o produto contra as fraudes ..

Enquanto o üoverno se preocupava com as normas e contrQ.


les burocráticos, os agricultores continuavam a se dedicar a cultura'
do algodão apesar da queda dos preços do produto a partir de 1865,

O quadro subseqúente deixa evi.dente nossa colocação, N.§.


lese percebe que as 'exportações de algodão em rama em Sergipe cresc~
ram, atingindo o seu clímax nos anos de 1868 e 1871.
78

QUADRO 03
PROVÍNCIA DE SERGIPE
1851/1888
'
ESTADO DE SERGIPE
1889/1899
EXPORTAÇÃO DO ALGODÃO EM RAMA

. .

ANOS ALGODÃO EM RAMA (Kg) ANOS. ALGODÃO EM RAMA (Kg)


1851 ••• 1876 1.274.775
1852 • • • 1877 1.779.439
1853 • • • 1878 806.051
1854 • • • 1879 507.959
1855
1856
- 1880 • • •
66.325 1881 1.079.374
1857 12.855 1882 1.507.316
1858 2.970
. 1883 2.856.229
1859 3.210 1884 1.998.254
.. nt"r,
J.OVV 120 lôô5 1.242.279
1861 • • • 1886 1.085.016
1862 38.805 1887 2.535.757
1863 75.365 1888 2.019.557
1864 194.582 1889 588.305
1865 374.542 1890 1.917.401
1866 .1.442.015 1891 1. 518.521
1867 · 3.271.420 1892 1.450.040
1868 5.538,825 1893 4;719. 276
.1869 3,016,021
. 1894 1.830,239
1870 2.709.885 1895 1.078.002
1871 5.623.413 1896 667. 771
1672 5,522.734 . 1897 1.319.387
1
1873 1 3,323.987 1898 1,310,233
1874 ''
1875 1
. -.. . 1899
1
1

.
937.833
2,131.705 1

ntea: Relatórios e Mensagens dos Presidentes da Província e do Eatado de Sergipe.


ªe lAi::,
.....
;, AC!o
..,,., ... 1 ... '-'J..J•
79

Derrub ar matas a golpes de machad os.e foices , prepar ar'


.
a terra a base de enxadas ,. usar sement es mais selecio nadas e empreg ar
" .., . ...
o quanto possiv el mao-de -obra escrav a associa da a mao-de -obra livre '
- '

resolve riam, em parte, os problem as da plantaç ão ·e da colhei ta, mas'


-
nao os dobenefic iament o no que dizem respeit o ao descar oçar, lim,
par, prensa r e ensaca r .. Tudo isto exigir ia uma mudanç a substa ncial no
âmbito das técnica s ruaime ntarea. S.abemos de antemão que as mudanç as,
tlão se process am num passo de mágioa . Elas percorr em um longo caminho
desde a transfõ rma.ção das mental idades , noutra s Palavr as, na quebra '
das resistê ncias conserv adoras até os riscos que envolvem os invest i-
mentos de tal nature za.

Indepe ndente de quaJ.qu er coment ário pressê nte-se que •


ho.uve uma pequen a mudanç a no setor tecnoló gico ..

Em 1869, a Provín cia possuí a 127 máquin as de descaro -


11

çar o algodão : 69 movida s à vapor e outras tantas prensa s; 56 tocada s


1
por ~"lir:!].3.is e 02 por B.e,.la 11 14 Di=istA.s: afirma urof! Diana J)iniz, num
dos seus trabalh os sobre o algodã o, "a maiEJ import ante estava localiz a
da em Maroim , e perter~ cia a Schraram e Cia, que diariam ente descar oça-
va seiscen tas arroba s de algodã o. Em segundo lugar, cite-se o Engenho
Serra Negra, de proprie dade de Leandr o Ribeiro de Siquei ra Maciel ~15

, .-
Apesar destas consta taçoes os avanço s tecnico s sao aca-
-
nhados . Ã propós ito, em 1871, o Presid ente da Provín cia oferec e um si
gnifica tivo depoim ento sobre o sistem a dos descaro ça.dore s.,

precisa mos de estabe lecer reform as Úteis nas op~


11 ( • • • ) '
1
rações prelim inares, porque do descaro çament o depend e
em grande parte a boa reputaç °oo do algodão nos roerca -
dos d.a Europa . üm mau ÜeBcar oçador produz: o arrebe nta
· ~ ,.._., - - __ _.._ --- ~i..-+..:.,.,,.,.,...+,... rle,. ?t:; a "',;_{)o,! I!!~
.,,-p • . -s.
meru,o ua1::1 J...1.1Jra.o, u ~P"''-' .......... ª"=., ...........
V .... ....,_ ........ -

gundo experi ências feitas , além de que o estado em que


fica o caroço , guarne cido ainda de fibras curtas , eau.-
' os na produça o ..
sa preju1z -
Não vos posso dizer quais os system as dos desca-
1
roçado res existen tes na Provín cia, mas elles não são
dos mais acrodi tados, e talvez que a maior parte seja
do system a de serras cujo resul La<l.o
80

Finàlizando, acreàcenta em seu depoimento que o sistema


mais moderno era o de "Platt ,_Bro thers e t:ia" da Inglaterra por apre __
sentar vantagens como: depender de uma ·força menor, aumento da produ•
_çã.o e modicidade do preço. Desconhecemos se as máquinas .eob a chance-
la citada foram introduzidas em Ser~ipe.

O ·Eixtenso discurso do !:ir. Presidente revelava uma preo-


~

cupaçao: p'ouco valia produzir fibras longas~ de t~pos melhorados, _ou 1


colher algodão em melhores condiçÕei;1 se a separação da pluma da seme,n
te ocorria em desacordo com a boa técnica ..

Na nossa opinião houve um descompasso entre as inovaçõ-


es técnicas e o clímax da febre do algodão. Quando a Guerra eivil Am~
ri cana acabou, com ela sucumbiu a euforia da alta dos preço a para to-
,
dos os estados nordestinos. Em Sergipe a situação e controvertida. A!!
tes do final da década de sessenta enquanto alguns

;;lavraãores que abanâonaram o plantio âa cana-de-açúcar


( ••• ) já ae convencem do erro em que cahiram e voltam 1
para a cultura da cana-alguns com manifesto prejuízo'
de haverem-na deixado 11 ,
17

outros continuam apostando e investindo no algodão.

À exceção do período entre 1870 e 1871, onde ainda a


exportação do algodão conseguiu alcançar "o patamar de 5:623 toneladas
os anos posteriores são marcados pelo seu declínio, tendo se acentua-
do RP.nsivP.1 mente em 1878, quando baixou para 508~ 18

Cotejando-se as décadas. de sessenta. e ;:rnt.=.nt.t. qut.n.t~J' 1


j
i
às exportaçoes diriam.os que enquanto a primeira se caracterizou pela'
!•
queda no preço externq seguida por uma grande expansão nas quantlcta -
dea, a segunda se caracterizou pela continuidade da queda no preço ei 1
terno porém seguida pela redução na quantidade. 19 '
Cada vez mais os lavr.adorea foram se convencendo de que
os preços do algodão est2.va.m muito longe de compensar as despesas.

O plantio do algodão foi ae limitando às áreas mais trª


cidades banh.ada.s pelo Rio
cisco e Itabaj,ana.
81

O algodão que outrora fizera a fortuna de alguns era a-


, A ,

gora nas decadas de setenta~ oitenta sinonimo de prejuizo. Duas fo-'


ram as Únicas saídas: lQ) ·EXÍ,orta:r:- matérias-primas para suprir a in-'
dÚstria t;xtil da Bahia; 22) Promover a construção de fábricas t~xte-
is internas, incrementando assim a demanda local. Esta se concretizou
em 1884 ao ser fundada a primeira fábrica de tecidos de Cruz & Cia.
82

2 ~ O Algodão na Vila de ITtabaiana

Semelhante a- o'utras áreas, o algodão nativo em Itabaia-


na, vulgarmente chamado de criolo·, era conhecido pelos seus habitan- 1
,
tes no seculo XVIII.

Acerca da primeira metade do século XIX, a infonnação 1


mai.s antiga procede de D. Marcos Antônio de Souza:

11 São industrioaas as mulheres de Itabaianna; suas gros- 1


sairas manufaturas constituem o principal comércio de
aeos maridos e toda a vantagem de seo paiz. Levam os i-
tabaianistes para os sertõeS altos vinte mil varas de
panno de algodão, que se reputam em valor mettálico dez
mil cruzados. Com grande trabalho fiam o algodão em uns
fusos movidos com os d~dos e uma pessoa mal pode fiar '
no espaç:o de um dia um _quarto de libra. Depois de fiado
.~ A
o dispoem em teaa e uma deligente tecedeira desde a ma-
- .
nha ate, a noite tece libra e meia ~e fio ou nove varas'
de panno de algodão'" Bem se vê que a força das mãos· é o
patrimônio dos pobres, e que a estes povoa todas as má-
quinas e instrumentos, que facilitam o trabalho e esta,
,
e uma das causas de sua pobresa~1 20

O texto permite constatar os seguintes aspectos:

12} O processo de produção apresentava uma nítida divi-


-
sao de trabalho. Os homens realizavam tarefas bem determinadas abran-
gendo preparo, plantio e limpa das áreas cultivadas. Enquanto as mu-'
lheres colhiwn, descar-oyavam, fiavam e teciam o algodão.

. '
usaa.OG para transforma=
,
rem a matéria-prima, eram extremamente rudimentares .. Isto porem, nao 1
-
- , -
impcdo a percepçao de uma divisa.o tecnica no procesoo de benefjciamerr
to do algodão •

. 32) Na esfera de comercialização os homens retomam o ce,


mando das ações, O destino das"varae de pe.no de algodão 11 é o mercado'

.
tropas de burros serviMl de meios de comunicaçao -
e de transporte·,
publicou na·'
Em 1914., Francisco Carvalho Lima Junior
21
revista do Instit~to Histórico e Geográfico de Sergipe uma monografia
sobre o município de Itabaiana. Apesar de inserida no século XX, eu-
- ... N ,
. as informaçoes sobre o algodao sao validas para a segunda metade do '
'
seculo XIX. ·Nasce:u em itabaiana, no ano de 1859, meio a uma familia '
de plantadores e negoci&'ltes de algodão. Entre outros bens de raiz, '
• seu pai' e tios eram donos das fazendas 11 Patury;, e canindé 11 • •
seu avo,
Além d0 cultivadores foram beneficiadores da malvácea. Testemun~am oa
inventários onde constam máquinas de descaroçar à enfardar algodão.

1
Eis alguns trechos da monografia: o algodão 11 ch.amado -
criolo Única espécie conhecida, o qual depois de apanhado era desc,!!
roçado a dedo , como quem de bulha milho, ou em pequeno a engenho a de m-ª
deira, com dous cilindros, como os de espremer a canna. Depois deste 1
processo penoso, aberto em pastas, era batido com a corda· de um arco,
em todas as direções ate' ficar todo egual, de onde fa para o fuso ou'
a roca, d I ahi tirado o fio em massa rocas, em segu'ida novelladoa, e

........................................................................ i
!'
1
Os tecidos e as redes, aquelles em grandes rolos para ' 1

cada carga, eram exportados por térra, em comboios de animaea, pelos'


negociantes, para a Bahia, onde uma vez por ano iam fazer as suas •
compras, ·recebendo em troca dessa manufactura grosseira, fazendas fi-
nas e outros artigoa:
23

Em resumo: confinna. o desconhecimento de outras varied,!!:


dea de sementes, aponta o quanto eram rudimentares e precários os in§.
trumentos e meios de produção, e as dificuldades enfrentadas para '
t.re.nsportar e comercializar o produto. A subo rdínaç ão ao mercacto oa1-
ano e uma constante. Entretanto, oomparantlo-se os d.ois tex'f,oa, .i'.ica a
impressão de que antes o produtor era também vendedor. Agora, não. E.ê,
sa função passou a ser executada. por negociantes que serviam de inter.
mediários entre os produtores e os comerciantes da Bahia.

Durante o de.correr da primeira metade do século XIX, só


1
tc!110S c0!1he,:-i!!!'-:'nt.0 do i:.1. gorlÃn através das posturas e das prestações
de contas. Em primeiro de outubro de 1838, a Câmara da Vila de Itabaj._
Provincial a.9 contas p

das receitas e despesas de Dl/lü/1637 à 30/D9/1S3B. De acordo com a


84

Postura n2 14, "a vara de pano algodão fabricado .na terra e exportado
para fora" rendeu para os cofres 22$75Õrs enquanto a cobrança do im-'
posto de "hora em cada arroba de algodão em pluma exportado II rendeu 1

8$020.,ra. 24

Apesar de plantado e comercializ8.do, o algodão não era'


mencionado nas informações da Câmara
.
dirigidas aos Presidentes da Pro -
vfncia. Comprovando esta omissão ci tarnos o oficio de 1854 em que os '
camaristaa comltnicam ao Dr .. Inácio Barbosa:

no genero que com mais abundailcia produz os terrenos de!,


te municÍpio, e dP. que forma. huma parte considerável do
seo comércio e exportação, he o feijão e a mandioca, e
huma pequena parte delle a canna, e o açúca·r, não sendo
<
poss1vel huma quantidade em virtude de sua contingencia
depend!;?r de boa ou má estação ~1 26

Reportam-se ao feijão .. ·à mandioca e até ao açúcar, que'


diga-se de passagem nunca foi o forte da yila de ·Itabaiana,' mas se C.!
1am. sobre o algodão. Em 1861, o silêncio é quebrado com estas informfil:
çÕes: "o terreno é geralmente próprio para o algodão, e as quatro es-
pécies mais conhecidas são: o quebradinho, o maranhão, o crioulo e o
vennelho. (o •• ) exporta-se em saco.e, ou fiado em tecidos grosseiros
para a Província da Bahia e p&ra _a cidade de Larangeirási1 Quanto às
- ' ,
27
omissoes anteriores atribuimos a um unico fato: Sergipe, como um todo
deixou de exportá-lo no período compreendido entre 1850 a 1855. As P.!!
lavras do Dr. Alexandre Rodrigues Chaves, em 1864, confinnam nosso pg
recer:- "ha ainda cinco anos que a Próvincía não expo1~tava algodão em
rama, porque o pouco em caroço, que produzia, era consumido na tesse-
lagem do grosseiro panno fabricado em poucos e velhos thearesl'
28

.... - ......... -·· ... --


~ .
.-. ",......,..,u,nn,.., ,';e:, : ~ ... ,,.;r,,:,
--~o-r- -- o----
,cm
-
uo::,T',:,1 n

ta é caracterizada como a do surto do algodão., Para Itabaiana, consi-


deramos como fa·se de desenvolvimento e orescimeri.to.

Os efeitos produzidos pela Guerra CivÍl· Americana servi


,r , , ,
ram para introduzi-lo em areas novas e para estimula-lo, em areaa tra-
dicionais, como NeÓpolia, Proprü~- e Porto da Folha. Itabaiana agrupa-
~se nessa Última caLtigo:r:ia. como resultado vemos mui ta,:; p:.·op:.:--üit~:.:~ios

. , -
cstnoc~cccnaa=Dc como
-
J.UV!",!;!
85

dores de algodão no Tombado r, na Bemfeit a, Pedra Mole e outros sftios


hoje pertence ntea·ao municÍp io de Frei Paulo.
. -'·

A mudança de atividad es nao foi um fenomeno peculia r •


- A

ao~ ·itabaian enses. Plantado res de cana-de -açúcar de outras regiões a-


correram para lá." Foi um verdade iró 11 boom ,. Em 1864, o Preside nte da
11

Provinc ia registra va: "consta- me que em Itabaian a há feiras em ·que as


transaçõ es de compra e venda do algodão em caroço, entre o comércio e
a lavoura sobem à 6 e 7:000$0 00: 29

Somos de opinião que a época "áurea do algodão i tabaia-


nense ncorreu no período situado entre 1865 e 1875. Afirma.mos com ba-
se nas info rmaçÕea anuais da câmara e nas arI'ecada çÕ es do Municíp io.
; <(

Em 1866, as atividad es municip ais destacam que no 'elen-


eo dos produtos agrícola s: farinha de- mandioc a, milho, feijão, arroz,
1
e cana-de -açúcar, "o algodão tem desafiad o a atenção dos lavrado ree.
1
Termin?}!! Rore.Rt'!P- ntf!_niln: "o algoaão· ·e o açúcar são exportad os 'Para a
Bahia onde são vendidos podendo hoje montar o produto agrícola do mu-
nic!pio acima de trezento s contos de reis: 30

A
Com refereuo ia as receitas municip ais quase quintupl ic!!
ram. Passaram de 664$150. cs em 1863 para, 3:0}8$7 70rs em 1869. 31 Atribu
{mos o aumento aos impostos cobrado s do algodão .

Apesar da fase promiss ora, a época do algodão não pro-'


' .
porciono u·, diretame nte nem mélhoram entos e nem benefic ias a vila. SeL
viu apenas para cons'tit uir a fortuna de alguns indiv:idu os. Passamo s a
, A

palavra a propria Gamara que enviou 9 em 1867, um documen to a autorid§ 1


,

de provinc ial .. Simultan eamente e um desabafo velado e um protesto ce-


A

rimonios o.;
!
t;
"Esta câmaraentende E:xmo Sr. que o. municÍp io de Itabai-
ana indisput avel direito tem a uma maior aomma Ue gozos
1
e de commodos que estejão na equival ência dos tributos '
, A
1
que el.a. derramad es no seio dos cofros publico s e cre
que V.Ex~ estaria bem a par que ainda na safra transada
este municíp io rendera. mais de 60 contos de reis somen-
te de imposto· sobre a expor·taç ão do algodão i 32
1

Embora Lenha conq_uio taUo üentr--o U.o


-
6.6:i'.'l' CO..L a. um
86

paço muit!asimo importante, Itabaiana jamais adquiriu uma influência'


a exemplo de outros municÍpiOa como Larangeiraa 0 Maroim. Este. e ou-'
troa fatores contribuiram .Pal"a que muitos projetos de melho.ramentos '
, , .
hajam se arrastado ·por varies e varies anos sem serem atendidos. Havi
.
a dezesseis anos que os camaristas reinvindicavam: construções de ca-
-
sas para a cadeia e seaaões do jÚri, reformas da matriz, aberturas de
fontes e estradas, instalações melhor"es para os talhos de carne nas 1
feiras e Um médico em caráter permanente.

eoncordamos ---- 1ana Diniz quando escreve:


com a pro f .-c,D.

,
"A decada de setenta pode ser caracterizada como fase '
de intensos contrastes 0 Nela se deu a maior produção 1

algodoeira e também o inÍcio da violenta queda que, de


maneira geral, se prolongou até os fins do século:
33

Usando expressão da própria câmara, desde 1872, Itabai-


ana· estava "com sua agricultura reduzida ao algo dão 1'-:;i;A e mesmo assim,
, '
à custa de grandes dificuldades como falta de braços, crédito rural,'
. <
de ensino agr1cola e de estradas de rodagem.

A d~claração patética não deixava de ser um recurso pa-


ra despertar as atenções do poder público quanto às necessidades pre-
mentes do município,. Independente do algudão existiam as lavouras de
1
subsistência. O pro.blema residia no fato de que elas não facultavam 1
i
tão largas arrecadàçÕes como os produtos algodoeiros e .estes estavam'
1
diminuindo gradativamente.

Uma situação de penÚi'ia. vai se delineando nas arrecada-


1
ções. Não foi ·sem motivo que a partir dos anos oitenta o fisco torno:!;!
-se ma.is rigoroso ~.~i~c;::;.:) i::.:::;l'.l~:I.~:e ~:::!.½:!.::.., e. -
:2-;,':!.0 d·:,e ~,:;:n:::,2:::,,,rlr"l!'"'!J .. Em
1
1887 F contri 'buin.tes inr:t~. t.i?'3fB :ir.,-,;;. H<-,1 i í:i t.;;,;-;;m int?.:.:-'Vi3üÇ â.o du Cvvt: nlú ~ '
1

provincial e acusaram Manuel da Cunha de Mesquita, então Delegado, de


prometer-lheB cadeia, caso se·negassem a cumprir suas obrig~çÕee pe-' 1

rante o fisco.

..
A Camara negou ns arbri ta.riedades denunciadas, mas sem
1

!1'
deixar de reforçar cm sua defesa 11
q_ue a situação da vila era de com- 1
, ____ "'.:_.:_ -l:'~-----.:--11 ...-.-...,.,.-.,4{+.-,,~n.ct ,...,~o A Deleg2..,.k, aeiG00 por
pleta 1,11:::HUlJ..d. O:::.!.J.<;1.•35 M'.".'.,.,.
H<.JJ-J
~J.U.ctJJ .... uv._...., ..... ..,,., ........,..,..., '1.,"'",....

conta vi.i.':pria.. Se assim o fazia, devia contar com algum beri..epl8.o:i. to '
ext:ra=o ficial.
87

a) Francisco Jlorsone e a introdução do descaroçador à


vapor.

Não sabemos exatamente quando o processo de descaroça-'


mento evoluiu do "debulho com -dedos" para a máquina de descaroçar. S~
guramente, já existiam antes de 1865. Servimo-nos de dois inventários
do mesmo ano. O.primeiro, de D.Antonia M~ da Conceição. 36 Seu inventª
, '
riante, 'fen.Cel. Jose Antonio de Carvalho Li.ma relacionou entre os s~
moventes: oi to escravos, gados e uma máquina de d'escaroçar bastante u
sada no valor de 80$000; além de.bens de raiz como a Fazenda Canindé'
e wn sítio na Marcel a. O segundo, de Joaquim Pereira de Souza .. Seu
, 37
inventr..riante, D.Januaria Francisca de Carvalho Lima regis'trou: 09 e.§
cravos, gados, uma prensa de imprensar lã (50$000), 08 sacas de lã de
algodão (360$000), uma máciuina de descaroçar (100$000) e o sitio Fle-
xas com casa de taipa e telha, com senzalas e benfeitorias.

Nenhum dos casos mencionou a força empregada para movi-

, ,
o numero dos escravos, embora ô uso da força. animal tambem na.o deva
- 1

ser descartado. Quanto ao uso da força à vapor, sim. SÓ a partir de 1

,
1870 foi introduzido e generalizado; havendo em 1874 cinquenta maqui-
nas dé descaroçar movidas à vapor. Baseados no orçamento da Câmara pª
ra 1871-1872 confirmamos o emprêgo· doa três tipos: cobravam-oe 5$000'
de licença anual sobre máquinas de descaroçar à vapor, 2$000 '"àobre di
tas movidas por animais e. 1$000 sobre ditas à braço. 38

Passados seis anos da introdução do primeiro desce.roça-


dor a vapor na ProvÍricia, ma:B especificamente na vila de Propriá, a-'
conteceu na vila de Itabaiana.

' Francisco Borsone


Coube ao genoves in::i~aiar, ew lü/G,
39
a primeira m~qui.ua Ue. UeB0fl.TüÇc1.r· &. vapor, em füli:i fá.tr-icz. ci. l"t'..ã.i:i ~v '.l.:a.J.
que do Povo, localizada no 12: quarteirão da cidaq.e.

De.s restritas informações colhidas sobre I:brsone ficou-


-nos a impressão de que além de ter sido um próspero homem de negÓci-
. os, b:::i.ncou a iniciativa para outros lavradores.

Lima Junior, o descreveu como um homem, "que tinha a Uw

Bemfei ta~ ~algado e ltedra Molle, de locomoveis àe desca:roçar alguUao~1 40


88

Descon hecemo s sobre sun chegad a ao ·Brasil e daí a Sergi


.
pe. Descon hecemo s se veio. coin ou sem famili ares ou se teria feito par
te de algum conting ente dê imigra ntes. Esta Última hipóte se é a menos
viável partind o do princíp io de que· em Sergip e jamais ocorre u coloni -
zação estran geira. Sabemo s ser fi_lho de Antôni_o Eorson e, tendo nasci-

Genova , em 1841.
do em

' , como Francis co fursone formou ca-


Desconhecemos tambem
. ,. ,. . ,,,
pital para bancar seus negoci os como propri etario de fabric a de desc~
roçar al_godão em Itabaia na, como negoci ante em Maroim e ainda apoiar ,
a inicia tiva de outros . Sua ascennã o foi mui to rápida para quem tinha
aqui, poucos anos de perman ência. Por exempl o, no casar-s e com D,Úrsu
la Marian a Lacerd a, filha de José Joaquim de Lacerd a comerc iante de

Maroim , em 31 de julho de 1869, estava apenas com 28 anos de idade ..

Conseq uentem ente levanta mos duas hipÓte ses:

-""'~,._,,., ..;,l,..
ª'
\ .,.,. ______ .,,_ __
.CJ."i:l.Hl..::..L b\,.,U
,, ______
.J.AJ.1.PLJU O
"----~-
\/C.L.1.0. \.,VUU\..fa" '-..&.U.~, corr. .:::cu. ecgro, o

capita l necessá rio_ para bancar seus empree ndime!1 tos;

'
b) Que B::,rsone tenha sido um daquel es que acorreu a vi-
la de Itabaia na, levado pelas notfci as de prospe ridade ô.o algodã o,ten
do acumula do relativ o capita l como lavrad or. Apesar dos preços da
ar-
roba do algodão terem baixado de 7 e 6 contos de reis em 1863, pa1·a 4
e 3 contos de reis em 1866, recupe raram- se em 1869 para 5 contos de
reis. De qualqu er maneir a, os preços ainda eram convid 'ativos , posaib i
litando cobrir os custos de produçã o levand o-se em conta que a lavou-
'
ra algodo eira não exigia o empreeo de grande s capita is,

Em 1671, o Sr. Fl~a.nci eco Cardoso Junior ; então Preside n


te da Prov1n cia C!Omentou~ longam ente em seu relató rio, sobre a situa-
ção do algodã o, destaca ndo especia l.mente o cultivo e a proàuçã o em. J.-
tabaian a, Estabel ecendo uma compar açno entre os preços de outror a
- e
os de sua época, demons trou que apesar de estarem em deolln io, ainda
assim, não constit u:iam em preju-Íz o total para os planta dores. Para .~
le, o não emprego de instrum entos apetfei çoados impedi a o maior volu-
me de produçã o e inclusi ve lhe causav a admiraç 2o o não ,uso do arado, '

, ........ ,..,...
,., ... +,.,,.,,., ,,._. ... r""" .... """"' t'n,10
epo Cctõ v..,.,u.yv.... '"''"'"' ----~-· -"""·-

ró.veis , as maiore s roças (máximo 400 tarefa s, tendo a


89

taref a 625 braça s) chega ram a dar 20.00 0 arrob as (50 ar


robas por taref a) ao passo que no ano passa do (1870 ) CQ.
.lheu -se 5 arrob as, em algum as por taref
. -
a. ( ••• ) a colhe i
ta desta safra de que trata pode calcu lar-s e em 300.0 00'
arrob as, desta s ainda estão por colhe r 10.00 0 arrob as e
calcu la-se em depÓ sito em lugar es de produ ção 100.0 00 ar
robas ~
41

Os custo s da mão- de-ob ra, por taref a, também foram indi-


cados :

"Colh e-se ali uma arrob a de algod ão inclu indo despe sas de
plant io. limpa s, etc., por 720 reis, varia ndo esta. desp e
' o de arrob as que produ zir uma taref a.
za confo rme o numer
, , -
O salar io ali, na epoca da plant açao ou da colhe itaf e
,
1

no máximo de 800 reis por dia~ 42


1

Todos os fJ.ad0!::l B~rvP.m unica mente como indic adore s" entr_~
s econÔmi
tanto , preci saría mos de outro s dados perti llente a às ativi dade
capit al.
cas de Franc isco Eorso ne para justi ficar a orige m de seu

Em 1875, quand o a lavou ra do algod ão apres entav a sinai s'


com suas 1
de evide nte declf nio, Borso ne perm aneci a ainda em Itaba iana,
ior ao dos '
máqu inas de desca roçar e enfar dar. A força delas era super
A adoçã o de
seus conco rrent es confo rme obser vamo s na relaç ão abaix o ..
ses não somen
desca roçad ores à vapor tradu z um inter esse dos itaba ianen
tudo porqu e a
te de mode rniza r seus instru ment os de traba lho mas sobre
do desca roç,;
quali dade do produ to· depen dia em grand e parte do proce sso
mente .
90
QUADRO 04

RELAÇÃO· DAS MÁQUINAS DE DESCAROÇAR E ENFARDAR ALGODÃO DE ITABAIANA•l875

Força de
N2 de Looa1 onde estão motor de
Órdem Nome dos Proprietários situadas cada uma

01 Francisco Ibraone _ . Vila de Itabaiana---"·-- 08


02 Antonio Coelho Barreto Sobrinho _______ _ Santa Rosa _________ _ 02
03 Antonio Diniz de Souza Bastos--··--·· CanafÍstuJ.a 06
04 Antonio Carneiro de Meneses _ _ _ __ Bemfeita ~ - - - _________ _ 04
05 J'ose Ignácio do Prado (+) ____ . Canabrava -----·----------- 04
06 José Antonio de Carvalho Lima Mulungu 02
07 .José de Souza Monteiro Júnior s!tio Novo 06
06 Antonio Paee de Azevedo (+) --·----------- Gameleira 04
09 Antonio Teles de GÓis Onça 04
10 João Moreira de Siqueira ___ Pedras Moles 04
11 Jaointho José de Oliveira _________ _ Idem 02
12 Antonio de Óliveira Ribeiro Tombador . 06
lJ l!!rancisco Antonio Passos Lagoa Seca 06
14 Agostinho José Pedro Guimarães ____ .. Passagem 04

16 Eugênio José de .Lima .,Junco 04


17 ViúVa do Ten.Cel.Miinoel Ferreira da Silveira __ Matas dó Riachão ~ - 04
18 Dr. Firmino Rodrigues Vieira - · Coité 04
19 Joaquim do Prado de Araújo Leite _ Salgado .: 04
20 João Pereira da Conceição Alagadiço 04
21 Vicente Ferreira Leite Sampaio são Paulo
22 José Correia. de Brito Onça
23 Manoel Antonio dE> GÓia Capunga 04
24 Roque de Souza Barreto ---"-··--- Moita ___ _ 04
25 João Batista de Moura ___
. _ : _ _ - ·---------- Idem 02
26 Casimiro da Silva Melo Serra Preto. 04
27 Jose Francisco de Mendonça Várzea do Gama 04
28 Pedro Barbosa de Jesus GibÓia ____ - - - ~ _ _ _ 04
- - - - - - - -------
29 Gautheau Ettinger Tombador ------------·----- 04
Piruiõ '{+) - - - Tabui. 02
30
31
-
Francisco Lucindo do
Alexandre. Jose de Carvalho Olho de Ãgua dae Candeia.e _ _ _ 06
32 Joaquim ~olicarpo Alagadiço
Idem
''34 An '·""ln ''"', H.o.u

Germano Antonio Jacoca 02

Fonte: APES - ACERVO GE.~AL, G1 1311.


Nota - O documento foi tranacrito na Íntegra razao porque nao o apr§.
sentamos em Õrdem alfabética~
(+)Dentre os relacionados, quatro erruu aiJDultâneam'ente plantado-
res de al.irodão e nro:i;,rietários de engenho!'! dA oA')nf!~l',
91

Em 1876, seus negÓci os não deviam estar fluindo muito !


bem. Em 06 de novemb ro, v~ndeu pa·ra o Rio de Janeir o, o escravo José,
de vinte e. um anos, cor pret0. e trabalh ador de lavour a. 43 No ano a~'
guinte , a 17 de abril vendeu uma parte do seu armazém, situado à rua
do Cabula ,em Maroim ao Comend ador AI bino Lopes Maciei ra por 100$00 0rs
44·

A Partir desses acontec imento s não temos noticia s de


Boroon e, especia lmente , vincula das ao algodã o. Supomos que com a par-
te da heranç a dos sogros e com o_ líquido apurado de suas ativida des '
como lavrad or e negoci ante tenha superad o a crise do algodã o. Em 1881
, ,
estabe leceu-s e em Maroim como propri etario, soque dessa feita, de um
engenho movido à vapor, denomin ado "Tanqu e V~rde!'

b) Transp orte e Comerc ielizaç- ão

Na esfera da circula ção; Itabaia na sempre enfren tou os


problem as de transp ortes e comuni cações. Histori cament e 9 sua , vincul a-
______ _
- - <t'~~
çao com o sistem a aom1nan"te se aeu a nive.L aa trani.;fe re11l.Út 1 UU.;J
. --·· tt,X..,.,1;;:-

dentes da produçã o de alimen tos que produz ia. Para alcanç ar Larang ei-
ras era necess ário vencer sete léguas de "estrad as" pratica mente in-
1

transit áveis em lombo de mulas e carros de bois. Para Dlaroim , a aflu- !


. 1

ência era menor não soment e pela distan cia e por terem de passar pe-
11

lo Rio Sergip e, onde as vezes embara ça os vianda ntes as enchen tes daa 1
marés, que nelle lança té acima doa lugare s por que p~ssão~ 45

Desde 1851 oa itabaia nenaes rei~ind icavam ao Governo


'
Provin cial, trea vias de acesso : Itabaia na á Simão Dias, Itabaia na a
Larang eiras e Itabaia na ligando à Dores e à C&pela .. Em 1865, segund o'
explica ções da Câmara , eles estão pleitan do uma SÓ eatrad a com compri
. ' ,
mento de 17 .1.eguas :

"he mui to conven iente huma estrad a de navega çao que vem
dos certõe s e passa na vila do Simão Dias athé o porto
de embarq ue na cidade de Larang eira·s, cuja estrad a se
acha mui to arruina da na passage m do rio Vasa Barris~ 46

Decorr idos mais nove anos, ou seja 1874 os pedido s con


, t:iRni
t1nunm senão oi:; 1uei;wos,. Oo qu.e
reforça dos - ... ·-
-
raçoes : uma estr,?.d a de _f_~.

Abrimo s um :parênt ese para dizer que na época do Império


92

nunca houve vias férreas em Sergipe. Conhecemos dois projetos. O pri-


meiro de 1872, qu.ando o E.ng2· Civil Firmino Rodrigues Vieira associado
'
ao Diretor do Banco da Bahia, Manoel de Souza Coelho solicitou autori
zação e privilégio ao Governo Imperial, para abertura de uma estrada 1
de ferro entre o Porto Mombaça, 4 km abaixo da cidade de Maroim e a'
cidade de Propriá, atraveesando as vilas do Rosário, Missão (Japarat!!
ba) e Capela. Entre as justificativas destacavam-se: a) por em comuni
cação vastas extensões de matas especiais para cultura do algod~o com
os mercados exportadores; b) impulso à cnl tura dó algodão; c) incent,!
vo à implantação do trabalho livre.
47

O segundo em 1881, do Engenheiro Francisco Pimenta Bue-


no, de caráter oficial, sugeria ao Ministério da Agricultura, Comér- 1
cio e Obras Públicas uma estrada e duas alternativas; uma ligando Ar~
caju à Simão Dias (no sul) e a outra à Propriá (no norte). 48

Caso, tive asem sido executados, apenas a primeira al te.r


~ativa de Últi~c projeto teria be~eficiado à Vila de -----~--..
-T+:oh..,.iono.
Portanto, as tropas de mulas e os carros de bois foram'
1
oa fins e os meios de transporte doa itabaianenses. Estes compravam
os pré>dutoa de que necessitavam ou diretamente na Bahia, que eram de-
sembarcados em Larangeiraa, ou na própria Larangeiras .. Vendem algodão
açúcar, cereais, aguardente, etc .. Vendendo ou comprando a intermedia-
ção era f.eita por e com J,arangeira.s, fato que concorria substancial-
mente para o encarecimento dos produtos "e mercadorias .. · As tropas de '
mlllas mais rápidas que os carros de bois, lhes facilitavam as liga-
ções em caminhos de àif.Ícil trMsito. Mas indubitavelmente, ambos co- i
i
nhecirun uma limi taç:ão: a da carga que podiam transportar. 1

Se para a Província de Sergipe, o açúcar io i sempre o


.-
maior rival à.o algouao,
... , , . .
.1. l,,c.l.lJl:;1..1.<.l.lH:I.•

ter sido alta sua quota de partictpação no que tange as exportações,'


isto de nada serviup diretamente, para sensibiliza·r aos poderes pÚbl,i
coa no sentido de atendê-la nas mínimas reivindicações. Que na.o tive§
ae sido atendida com. uma estrada d_e ferro, tudo bem. Tal vez fosse um
sonho muito al tov Na,s eàtradas terrestres condizentes,. na.o.

Ano após ano, a abertura e conservação de estradas fo- 1


r~ incictcntemcnte s:clicit~d2.s ps-lae autoridades munici.p1".ie., Itabe.i- ·
a.na era um dos centros algoãoeiros mais importantes, porém contava
93

com a desvantagem de estar distantes doe partos de embarque. Isto re-



sultava no encarecimento dos transportes .. Consequentemente, o algodao -
chegava ao mercado sobrec~rregado de despesas não compensadas, especi
almente depois de 1873, quando os preços nos mercados para onde era '
· levado começaram. a declinai-.

Mui to antes da lavoura algodoeira atingir seu clfmax, '


1
os camaristas chamavam. atenção do Governo Provincial para o descaso
com que a vila. e:ra tratada: "Estamos na retaguarda do processo, é lu-
gares de mui posterior existencia e tracto ja de muito que deixão a--'
traz em adiantrunento e riqueza a Itabayanna, que é um dos mais velhos
e habitados lugares de Sergipe: A partir de 1874, as reclamações e-
49
ram mais contundentes a acrescidas por outras até então não registra-
das: 11
0 lavrador se ressente da escassez de braços; ( ••• ) faz-se ne-~·
cessário a criação de um banco agrícola~ para quando o lavrador preci
sar de recursos financeiros ~.r em bus.ca dó ci t,ado banco a fim de le- 1
vantar capital para custeio p~prio~ 50

1872$ apesar de Sergipe ser a menor Província, ainda


Em
1
tinha proporcionalmente tantos escravos qm~nto as del!!ais Províncias '
nordestinas.
52
Isto significa dizer que a escravidao e' importante., -
,
Noutras palavras a força de trabalho compulsoria e' necessaria
'
prl.nci-
palmente para os engenho3º

Não obstante o número de escravos empregados nos enge- 1


nhos ser superior ao número de trabalhadores liv.res tal nú.mero é in
53
'
suficiente. Proprietarios, fazendeirost lavradores e notada.mente os '
Presidentes de Província através dos seus relatórios reclamam com frg
qüência da escassez de trabalhadores .. Nossa opiniao e' de q_u.e os senhQ.. -
res de .engenho e também as autoridades viam a questão da escassez da
---n--
<-<!'''°'' ,.;;.;;:; ·,1Q-
J7 ...
"'"a
uu,
'
o+~""'•
.. ... ..,a.. ,-.
a.
. -
UõHminu.;,-..-,r,
"-= -,r -
,',..-,
~-
.-..-..1..,+-in:-ron+c
------·-...,-- .. -- .~p

.
É oportunú q_ueationar: por que a subestima do o
- -
tários pela utilizaçao <ln mao-de-obra livre quando e' sabido. que den-'
' aptos para as
tre a população livr.e havia trabalhadores ociosos porem
'
lides agr1colao?

•:o DESCRIDO~' num de :::cu;:; edi teria-


is so1Jr8 a agricul tun'l. e. fa Oôc+avidão, denuncia;
94-

nquasi a totalidade doa proprietários de engenhos, de fa-


bricar assuc~r; estão tão affei toa a rotina antiga, de
,
so trabalharem com escravos, que nao admi tt·em trabalhad9..
rea livres~1
54

Além da falta de predisposiç;t.0 da maioria doR senhores '


de engenho· a esse tipo d.e mão-de-obra, os próprios trabalhadores tam
bém reagiam ao sistema de absorção .. O mesmo jornal nos fornece o se-t
guinte depoimento:

"Os filhos dos pobres nao querem sugeitar-ae a trabalhar.'


allugados, por q_ue os proprte-táx·ios que tem escravos,,
1
querem dar a elles o mesmo tratamento que dão a esses,
dando os proprios escravos, aos livres que tro.balhrun ju.n,
,
tos com elles, o tratamento de cabo, lamb0-rooJ.hor, adula-·
dor &, até que o pobre homem vendo se humilhado com tan-
tos impropérios, larga o serviço e sai do rne.io da turba,

mas acenas; e vivendo aempre injuriado, demora-se apenart


alguns dias, enque.nto ganhão seis ou oi to mil reis, com
que possã.:: comprar alguma. mattalotagem,. para voltar ao '
seio de sua famÍlia!\ 5

O raciocínio também s0 estende à Itabaiana. Entretanto,e.


situação é complexa no que se refere as eatatfstioas sobre os escra-·'
vos ali existentes... Tent8.remos explicá-la".

< •
Em 1873; o Presidente da P rov1nc1ar.:r.
.) u
e a Associação Co-'
m~rcia1 comentando sobre a situação da lavoura em Itabaiana, princi.
57
palrnente no que tange w algod::::n~ prcpalava!!! oficialmente a existencia
de 300 escravos e tl.000 Draços .1ivrea (ou seja,. 4;; üe es<.:ravoB para '
_,....1 1.1.vreB/.
'jO/ti -· '

De acordo com o relatório do Presidente Cypriano de Al- 1


1
meida S0brÊ.? cujoE.: dados procedem das diversas est!'l..çÕes da Fa.zenda
58
Geral no nerÍodo compreendido entre 12 de abril até 31 de dezembro de
1872, os escravos matricuJ.e.dos totaliza\rau1 3.,395.,

e,

Nossa opinião 0 de que esses d.adps ::.::ao mais coerentes,


por deis n.sp,z:,ctos:
95

a) O relatório de 1874 da Diretoria Geral de Estatfsti·-


ca publicado em 1875 registrou 3(1282 escravos para Itabaiana a saber:.
3.212 (agricultura),45 (jornaleiros) e 21 (artistas).
59

b) Em 1875, existem 16 engenhos em Itabaie.na. Consid,ê.


60
rando que os 300_ escravos '":'não devia· ser esse o caso- neles estives-'
sem todoS absorvidos conclui-se que cada engenho empregava., em média,
18 pessoasa Consequentemente as demais unidades produtivas (fazendas'
e inclusive oe si tios) utiliz~m mão-de-obra livre. Se considerarmos '
os 3.,395 escravos, constatamos que a média para cada engenho é exorbi
tante ou seja. 212 piesooas. Donde se conclui que além dos engenhos, a.s
outras unidades produtivas referidas também empregam força de trnba~· 1
, ,
lho compulsor1a ..

Cem relação a população geral Itabaiana, em 1871, abr,,n


gia 34.876 habi tantes. Mesmo le'vando em conta algum crescimento, PQ.
61
demos chegar a esses resulto.dos: em relação a população geral ela vila
os escravos representavam, apenas, 10,8% e em relação à populaçOO es-
crava de toda Província, 1,1%.., Por conseguinte concluirnos que: braços
especialmente os livres, não faltavam para a lavoura.

De acordo com a Órdem das prioridades faltavam, realmen


te, crédito agrícola e vias de comunicação princip:üroente porque a BQ.
ciedade itabaianense tinha uma economia organizada para dois setores:
um oomercial (aJ.godão e açúcar) desintegrado do sistema local e outro
de subsistência.

Pouco sabemos como sa realizavam ao opereçoes oomcrcia- -


is do algodão. As fontes consulta.das são omissas nesse particular.Não

~ ~ - t
aos loca.is de exporta.çao ou sejaJn: DaJ1ia e Larangeiras,. Mas nao sao
·-
012.ras se o aJ_god.ao ia ' diretamente~ por terra, para a Bahia ou se de'
It.abaianai:;tamh;..10 por via terrestr~ parD. os trt~,picl1Gs de Lnrangeiras {;
destes por Via fluvial para i,racaju d0 onde seria exportr..do para n B;.!
hia ou pnra o exterior .. Provalecendo o Último caso, obri5e.torüunente 1
esse era o pe1•ctirr;o devido a inexiBtência de entradas terrestres li.- v

.""""-""''
~--->J•
.'=-.....
~ ---~-.~
".... ' ....
' ' -.,,,.. . . .- ;:.,
-..,.,.~~ '
.. --.
, -
,-,,
_____,·-
.. ,...,__.,,
,-,.,-. --
-; ... 1 -: .,
-., . ._,_,,
~ ,_,.~.,-. ,_.,-,
-...,· ·. ---
~-.·. ,•;. º"
""'
96

Segundo Josué Modesto, entre 1870 - 1888, Salvador per-


deu relativamente· a primazia
.
11
ênquanto
. ponto de destino intermediário
das exportações sergipanas, ao lado da crescente participação do Rio:
de Janeiro como mercado consumidor dos produtos sorgipanos (,,.o) semt
que -no entanto o predomínio comercial e financeiro ( ••• ) f'osse supri-
mido~·62 Concordamos no que se relaCiona ao açúcar .. Quanto ao algodão,
supomos a conti~uid.ade doa dois fatores, tendo em vista a Bahia nece.§.
sitar de~sa matéria-prima para desenvolver sua indústria FabrilQ O
quadro se alterou a partir de 1884, quando na Província ele Sergipe, se
instalou a primeira fábrica de. tecidos.,
97

NOTAS

1 - ARACAJU, Cepa - Q._.illgodão em..lI!itr.éQ.~ (apogeu e crise). Relato hi,!l.


tÓrico (1590-1975), 1978,. p.11.

2 - CANABRAVA, Alice P. - LJD;!nde,_nrp~riedade ••• op.cit.p.213.

3 - ANDRADE, Manoel Correia de - A terr2..-ª-.Q. hom...9..m no norc1este,' 4~ ea,


Livraria Editora Ci~nci.as Humanas, são Paulo, p .. 1320

4 - CANABRAVA, Alice P. - op.cit.p.213.

5 - SOUZA, Marcos Antonio de - op.cit.pp.28,32 e 47.

6 - No relatório do Dr. Luís Alves de. Penedo Macedo de 04/03/1872,con:


tém um retrospecto sobre a exportação do algodão era rama., pela
barra do Rio São Francisco de 1838 à, 1850.

7 - Relatório do P1~esidente da Prov-fncia de 1851, Dr. José Antonio de


Oliveira e Silva; Apud, Tavares 1 Heitor Arlie - O algodão em Ser-
gipep lünistério da Agricultura, Serviço de Plantas Têxteis, s/d,
p .. l.

8 - ARACAJU. APES - 11 Informa9Ões sobre a vila de Propriá~1 28/11/1859 '


(Ms) - Diversos, pacotilha 852.

9 - ARACAJU. APES - informações da C@Ilara da vila de Siruão Dias para 1


o Presidente ela I'rovinci& em 05/01/1860 (i1s). C~Jnaras Eunicipais,
pacotilha 47.,

íV-
.-,;.;:,{·
,u-,a.vav..,
.~ ::: ~ I2E3 ~ Circular ng 09;. Diretoria Geral do
Negócios da Agricultura, Comérci.o e Obras Públicas em 07/08/1861'

-1303.

11·- Falla com que o Presidente Dr.Joaquim Jacinto de Mendonça abriu a


''i ·~ ~ ,. . .
1: f:.lesoao da 14': legislatura da Ansembleia Provincial om 01/03/ :
"1 nr-:')
~~~L-F
,,..,
_t-<>
';o'~
•--~

' ,_ .,~, ... ,~.,., " ..


......... -- " " " ' _,,., \! i ~-·':'l.'!.-~
98

n-'
13- Relató rio com que no dia 24/02 /1864 , o ex-pr esiden te Dr, Alexa
dre Rodrig ues da. Silva Chave s, passou a admin istraçã o ao 22 vice-
-presi dente Comen dadai· AntÔn io Dias Coelho e Melo, p.,43.

Ser-
14-· Relató rio aprese ntado à As.sem bl.éia Legis lativa : Provi ncial de
gipe em 01/03/ 1869 pelo presid ente Dr.Ev aristo Ferre ira da Veiga,
p.65.

ãQ.'
15- DINIZ , Diana M~ de. Faro Leal. - fülta Sobr..sL~ H·istÓ ria do Jil.god
~~ Sergip e, Araca jur separ ata da Revis ta do Instit uto Histó rico e
Geosrá f'ico de Sergip e, 1965-1 978, n2 27, p,44.

Ser-
16- Relató rio aprese ntado à Assem bléia Legis lativa Provi ncial de
gipe pelo Presid ente Ten,.C el,.Fra ncisco José Cardos o Júnio r er.1 03Í
03/187 1, p,87.

Ser-
17- Relató rio aprese ntado à AsSem bléia Legis lativa Provi ncial de
:
gipe pelo Presid ente Dr., Antôn io de AraÚjo .l:lulcão em Ü;;;'.Í03Íl868
p. 25.

18- TAVARES, Heito r Arlie, opc,ci t., anexo 1.

19- PASSOS SUBRifüIO, Josué Modes t~ ·- HistQ._r_i~ EconÔmiQª-..._Q..q_S~J:&1..JLEt


(1850- 1930); Campi nas, 1983, mimeo grafad a (tese mestra do, llep,ECQ.
nomi8. do Instit uto de Filos ofia e Ciênc ias Human as, UNICAMP)p.3
4*

20- SOUZA, Marco s An,ton io de - op.,ci t.p.,33 .

1
21- Franc isco Carval ho Lima Junio r (1859- 1929) nasceu em Itabai ana,
r, ,1 /
seu pai, o revere ndo franci sco Antôn io de Carva lho nascid o em v<-tr

1
ceição 4 filhos sendo doía homen s e duas mulher es.,. Dentre os ho-
roens~ um foi Lima Junio r .. Este foi profes sor- em Itabai ana,. Poste -
riorme nte)' fixou residÔ ncia na missão de Japar~ atuba exerce ndo a

mesma funç'no ., Além de profe ssor foi um políti co de idéias propre
sistns , jo rnalís' taJI. poeta , direto r da Bi bl íoteca Públi ca e oo bre-
tudo hi.stor iad0r6 Entre seus tra,'ba lhos dcntac a.mos: 1) !i_ish,? ri~
al l '.)lE;
do i::i .~~g_1 't_N> mitre Serrd.p_.2._~__J.~~~~!i.l!:, Araca ju, Irnpr-a;,:;a. Of i.ci
2) Uemó'xi.H-._JW_br_Q__Q __ J:9JJQ1L),02iBl:;c;.tj. v o ~ ? ~ (1824 à 1889) In~
He'!.- ,:1.. :rm:~ voJ ~IV; J 91 Cl; ~)_) Vice-Prqi'Jid~n.:, t_~_i;i~cl_?_ :J_e~
1
.)
~ public. §.
,
do no ECHO 1 lBEHAL em &e;osto de 1878 .. Alem disso f ha ainda em ma-
99

nuscrito s, no Arquivo PiÍbli-co do Estaõ.o, trabalho s rmbre: 9.?. cap_!


t;í,ç_s-mor.:.§.S de· Se~_e..,1. _Com.pj11 1hia de_Jesus em SorgtP..e...a.. etc ..

22- !fo Acervo Sebrão So)Jrinho existen te no Arquivo PÚblico do Estado~


·enoontr81,1os a.lguns inventá rios dos familiar es de Lima Júnior:

l - Cap. Fr?,ncisc o Antonio do Carv3lho ..~ 1860 - (avô) inventa rian


te - Naria Frnncj_s ca de S~,Tosé (avt). En~vre os herdeiro: .:: iden,
tificar.uo s os seguinte s filhos: Cel :José Antonio dg_Çarv~ .lho '
Lil[la 9 casado ciorn Antonia E1;,.. da Conc2içã o que faleceu eTJ. J865t
EQLtts.n.çlg_J~,rqnçi.§.9Q"_fin to ))j.J2..._d.e -º.ªl:Y_f:1119.; Hari a __ Jo r1.auina de
Q.2-ag.J.112, cc~ corn e, Cap., Casi.miro da Silva. Ilíclo; Jànu;:::·i.11 :F'ran
tlS.Cl-t..de_Carv_alho cc~ com Joaquim Ps!'eira Souza e c.foÕ.o_,\ntoni
p_cls1-..f..Sl'..Y3J-1)JJ... } im,E ..

1
2 - Antonia Maria fü.1. Con<.:eiç&O ( t·ia postiça) 1865. Inventar :i.onto:
- Cel.Jo,sé lmtÔnio de Carvalho Lima (tio).

3 - Joaquim Pereira SouzP. (tio postiço) 1868. Inventa:i .·iar~ftc:


Januária Franciz ca de CarvaJ.ho (tia) ..

4 - naria Fra.Ylcis ca üe 3.,.Jooé (avó) 1880,. Inventa rümte: - H~)V. '


Francisc o Anton:io de Cnrv::::Iho (pai).

1
5 - T.en .. Cel.,José Antônio de Cs.rva.J.ho Lima (tio) 1883 era casado
rae , . ~ . .
em L .. ~ nupc1as com Maria Antonia a qual 1.oi a 1n.vcnta ri8.nte~

6 - Reverend o :e"'r'ru1cisco Antônio de Carve.lho - (pai) 1887 ~

23 ..- LIEA J1JNIC:R, Francicc o Carv::.üJ:K,., ~" op.,cit,,p p.131-1J 2~

,'"L •• .L. _ _ - -"-•••·---- "'---1-~ '


1'-.,-,~~~ ;.,,~ u~ 1 ~, ,:;,,,

24- \..,UH \,i::',O <.;:: U\....,1-::>11c;;:,ü• :> \..u:::a;;, """" V<.,cUl~v.<. ,,. '-"C<. ......... " '

de 01/J. O/H337 à J0/09/lt" 5)8 11 w• API~S 9 Acêrvo Sebrâo Sobrinho i cai-

Xü 27.,

25= laformaç Õcs da c.;rr1nra da vilv de Itabaian a p2,ra os Preside ntes


1
da l?rovínc ia em 24/11/18 51 Cn 1 40; em 16/02/18 55 cm 1 43; 0r1 16/ .
.ll/lB'.)7
100

27- Informaç ões da Crunara da vila de Itabaian a para o Pi,eside nte da '
Provínc ia em 21/12/18 61;, en 1 48 (Ms); APES.

28- Relatóri o com que. o ex-Pres idente Dr,,ÃJ.ex andre Rodrigu es da Silva
Chaves passou a administ raç2.o ao 22 vice-Pre sident_e Comenda dor An.
tÔnio Di.as Coelho e lfollo err: 2<',/02/1 864,

29- Ibidem, idem,

30- Informaç Õ0s da Câmara da vila de Itabaian a para o Preside nte da


Provfnci .a ero 27/12/18 66, Cm 1 54 (Ms), APES.

31·- Receitas o despesas da C~ara da Vila de Itabaian a .. Exe:rc.io ios E'i


nanceíro s de 1863 o. 1870, era 1 11 e Cm1 12 (Ns), A?ES.

32- lnfornaç Ões da Cllitiara da vila de Itabninn a psra o Presid.0 nt0 da


Provinc ia. em Ol/08/HJ 67; Cm 1 55 (Ms), APE3.

33- DIHIZ 1 Diana 1~1~ Leal de Faro ~ op.cit,,p .,44º

34- ú1foru.aç ÕeB da c2111ara à.a vila de ltabaian a para o pr(rnidc nte da
1
Provfnci e. d0 23/01/18 72 e de 13/01/18 74-; cm 1 60 " cm 1 62, (Ifa),
APES.

35- lnform2ç ÕGs da c&.ma.ra dc1. vila de ItabaiW1 a para o Presiden i:e d&.

Provínc ia rnn 07/01/18 87, Cm., 77 ~ (Ms), ~

3G- Dc1dos eoletrtdo s 'ao "invent& rio de D.. Maria Antônia (la Conceiçã o em
1865; Acervo Sebrão Sobrinho , (Ma), JiPES.

37-· Inventár io de ,Jonquim _i!ereira de A..LmHicta 1 ltlL,b; ACCffVO uoorao .So~-


brj_nho, .!.tH:i6 (Hs) t AI'LS.

38~· Quadros das recei-t&.s e: dE:spes.o..s da C~rnnra da vilr. de Itnbaü1.1 m ...~


f. .Ll,o.,, .; . ..,.,. 10·71
. ..,.,,~,.,,...... c~.r..., ..:;, - ]<1·70
·º <-t Cm., 13 (Hs), A.PF.S.,,
i


39~ Reconn'.::.:i.tu{rn.cs,. p2.rc:i.ttlment1?t os dados acerca de E'rnncisc o lloreo-
!d_, . ,
;?IT.j""~VPf-t
1
LP. OI~r
.
lC).0S
dO ....
e,·QVe[i.lU u·~q
...,, l'l __Q ...
.e J.
f~1-..:-.
v .Lo VJ.C.. -
(' 1·::i:,, '
..,,,--.,__,,_._.,,! ~,-,,..,,..;,..,"
,~,._.,_,,_,y,._,,~
1
i ,
nhaclos de tnwxos conctnnd o relações tloc proprie tnrios do rrwquin:1 ;

:reu a m.tto1~j_r]_ado polioüü lic0nça pnra venda etc Ulil cscn>cvo Ci'l
101

1876., Estas i~forUJaçÕes existem no Arquivo Público do Esta<loci


Q.uanto aos dados sobre .sua vida pessoal foram extraídos do Arqui
vo do 11 Fo1.~mn Deoclato Maiai' om .Maroim., Lá se encontram os inventá,-
rios de seus sogt·os: José Joaquim de Lacerda e de D,;,Mariana Fran-
cisca de Lacerda .. Ele era natural de Portugal e faleceu em 1875, t

quando regressava c1a Bahia 9 onde fora tratar de nes:ó cios rel nti- 1
vos à sua loja cora seus credores "Pinto e Nobre.'.' Até 1873 manteve
sozinho suus ativicladea comerciais. No Último mEls daquele ru1Q,

constituiu com seu genro Joã.o :rosé Fernl:".ndes '1oux·eiro ºUma Socie-
dacle· de Capital 0 Indústria sob o nome "Loureir·o e Lacerda~ Nessa
11
ocasie.o o seu a.ébito com os credores brdanos Pinto e Nobret' no '
valor de J.6:172~~79lrn foi tra.nsferido par& a nova firma .. Ao fale-
cer em 1875, o débt to era uin<lu mut to grande: 15: 074i;516rs., Três i
anos depoJ.u os crec'.ores entraram com U'.na execuçio civil comercial
Somados à quantia príncipaljl juros e custos totalizavam ·- 18:635~~
650rseo

Quanto a sogra de .1::·rancisco Borsone, ra.J.eceu em ü~/12/;


1B76.6 procenso da pnrtilho. dos bens dtd.xa:.a.013 pelo. sogro n8.o ti-
nha sido conoluicJ.oe Aquela colocara Ullla sGr-íe de Óbices., Of:i he1'~~t
deiros 9 cm nÚi"llero ele sEitet dentre eleG D.,Úrsnla Ha1·iarw, d.o Lacer-
da9 espos8. de Frano:isco B...'1nmne,, entrar8ll1 com mna ação ordinária,
1
alegando que por oca.siao da a:~i:üiação DoMariana sonegara bcms e
valores. Na- rcalidado, e. pet:i.9ão de Borsone, apresentada ao Ju:f.z 1
1
dos Órfãosl' para quo procedesse a descrição dos mesmos o conse-
quente avrüiação relacionava 33 peças; entre clac, havia ur.i '4.d.cr&.
ço de dü@2ntes, crElvado em ouro avaliado em um C;onto de
'

1
Fina1mente, um outro processo da 1884!' tratava d.e uma
.
queixa--críme onde Fra.110.isco l:(:n.. ~mne acusava lJ.UaL:i:-o indiviúüü.S
. d:3
zen domicÍl:1.o ~71.l I>'!nroim, ::iprove:U:nndo
l!Ê:noia p::do se oncontravn no seu engenho Tanque Ver-de,.

40- LIHA JUNIOR, Prenctsco Carv~cJ~Lho - h.~.nn11252..?_tt,.o_d.s JILfd!..ê~?1?;err!...J.::i2.PJJl..2ll


,c.iJL_l_do Ge.u,nro.1. VcJ_lnd.Ô9, ·Typ do Di8_rio d~. lllanhflr s/d pp., 23 e 2!i.-

.. ~2.
"". sei;/J<.'O ...
õ.u ,', H'·'' ,.,,;
,_,.._.,, ~
, ... , .. -,.,.,_., __ _
.: ,: . .1.--' t~i"_~ .1. ,:; .L ·e!. 1,.;,, V l..1. Tl----·"·10.:-"1
......;; ::..'~•"''--'" J.!VVJ,I
--
·J.c.W. ._.,,,
r,7Ír,·~i·1,;a~1~
v.-,1 ~ / 1 ·'•'""''"''I" ", ..
93.

42.... Ibidem, idern11


102

PES
43- Regis tro de passa portes e guiv,s , SP 1 645, em 23/11/ 1876 (Hs),A

44- Livro ,le Notas (escr itura de compr a e venda de l 7/04/1 8'/7). Sem
'

catalo paçâo ,. Arquiv o do I:'orum Deo<l.ato Maia, Nnruim -Se.

Inform .aço-es u'a c;;mar


_ a d a v1·1,<, de, I·,·
_ a, "''" em 27/12/ 186co, Cm1 54 ,
ta1·,,,
(Ms), APES,

53,
46- Inform ações da Câmar a da vila de Itabai ana em 09/11/ 1865, Cm 1
(Ms), APES.

ao
47- Reque rtment o do Engen heiro Civil C:el .. F:irJnin o Rodrig ues VieiP~
Impera dor acamp2:1hado de orçwu ento para um projet o de constr ução
1

de estrad as de ferro e111 22/09/ J 872; (Ms), APES.,

Luiz
48- ifo1atÓ rio aprese ntado ao llmo .. e Exrno. Sr .. Conse lheiro I'eêl.ro
da
Perei ra de Souza , Minir:> tro e Secre tario de Estado dos Het;Óc ioo

no, Hio de Janej_ ro, Typog rafia Nac:i.ona.1 1 1881 ..

49 •• Inform ações da c;;.,ara, op.cit .Cm1 48 (Hs).

50- Inforru n.çÕes da câmara, op.cit .Cm1 62 (i1s).

1
... 24))t
51 ..., O censo demog ráfico de 1872 regic tra: PopvJ_ ação Ger~ü (176
Livre s (153~6 20) e escrav os (22.,62 3) .. Percen tualm ente estas ÚlU.-
mas 2~epres entrim. J.2~836% da povula ç2..o coinO um todo .. ror outro la-
a r· .. I .
do~ a pro f .. 'lB.r:ta 1u1za M:aro.Íl io em seu trabal ho intitu
lado ºEY2~~~
r
An51
lu,gz9_ful_f~.QlYt:l._9g__s,Q_~tIL'iJ}ç).ra ~illvc s dos çe_Q.fJOS a:te:_1:Q.'.{2, :i.n
"' ,.-
"'

'
is G,;, HictÓ ria" AsGÍSr Ano V!t 19711-. p~l27 rrc't:is trn pr11•n o mnn,:10
. ,,. - - ' - - · .- .. .. - /.· ..--.,
... ~~

a..110 o,'3 segu.1 ntca numcro,'3: .t'opu..1.a9s.o s.roroJ. \.C:.)Lr .. 0,1-,_;1; ..J...1..11.0..t.:. \.:.u•~
-· .\ {-." q•,r,\ A··•···· .~- .'.!-'----- ·.:..-~~- rl~r, ..,_;,,...~
~··<-''-'"""'
,-.
1-·--··
'-"
, .. ,.,.,... __

'.)c:'.L;c) e escrctV Oi;;! \Jv.,.LJ. '.JJ,. itJ:.11;;1;;,;:,• .t· u21. o..L'-""", ·ü"""''-.,·= u.v, ..

centu.g em do e_,5c:ravos cm :celaçi"ío a. popula çVo lívre é a 1,1esma (l?.., 1

, 836).
J~ o relató rio do Presid ente G;yJix·iano de AJineiél.fa s~1l1i.~&t:.,
indica 15L.12 0 hc""bit0 .11t0s para 1872r A rnZ~\l) e que a popu.la çf;ü
d8

a.1.f~UDaS vilas !18.0 foi estima do. inclus ive n de Itab:ü ana.,. Entnn·
,u.n
., . ,., "
'
o numero d& G$0r'8..V 0.8 cu:::er c c.o::i :-:..nterí aros .. De ncc•rJ.<.,

, '
d0 .'.",,:-)ril ate )l
103

52- Os estados norde,stinos referidos são: Bahia (lZ/,), Pernambuco


(11%), f.lagoas (10%),. Parc.iba (6%), Rio Gr,mde do Norte (65:).

'
53- Em 1863, o relatorio do Presidente Joaquim ,Jacinto de Mendonça, 1

notif:l.ca que em 299 engenhos mo.entes eram utilizados 7.120 braços


dos .quais 1.,484 sao livreEJ e 5,.,636 sã,o e,scravos., Isto equivale a
dizer· que cada engenho empregava em média 23 pessoas sendo 18 e::;-
cravos e 5 livres .. Em 1881, o relatório de Pimenta Bueno confina.a
. ,
a preponderancia do trabclho 0scravo sobre o livre .. Questionarias
respondidos por 22 senhores de engenho indicam 650 trabalhadores;
486 são escravos e 146 são livr·es,. Donde se conclui que c.õida eng§
nho em.prege.va em média 29 pes0oas sendo 22 escravos (~ 7 livres.,

5,í- O DE3CTIIDO (perio,di!CDcrÍU.co e liter8.rio) ARACAJU, ano 1 nº 09s t

10 de janeí1·0 de 1882 p.,2~

55- Idem, pg~2.

56- RelatÓrj"o do Prenidente llarwel do Nascimento da J?onseca Gnlvão Jf


nior, em lél73,

57- Hequerim.ento dB. AnsociaçÜo Cbmerciel ao Ir,1per-ador em 1873, pn.coti


lha lfHl (lis), APES.

58- Relatório do Presjdente da Província Cyprie.no d.'Almeicla Sebrãoi;E,rn


1873.

59·- ºQuadro €hlt9,tÍstioo a.o nÚr:rnro d0 eHcravos me.triculados nas Ente~-~


çÕes !<'iscais da Província dü Sert;ipe" ir.. capitulo "Escravos exiG-
tentcr. EO ·Império",... Relr-;LÓr:i..o da Diretoria Geral de Ba-tc.t:istica'
de 1874 e publ1cad_o em .HY{~)~

61= Re1atÓr:i.o à.o Presidente da Pro,rÍncia Franoiscn cTnRÁ Cardoso J"Úni-


or em J871.
C AP Í T U L O IV

ORGANIZAÇÃO SOCIAL
105

1- Os censos eleitorais

Os si thmtes; reaponaáveis por uma economia predomi


nantemente de auto-subsistência, Sempre se fizerlli~ presentes na hi~
tória do Bro.silc O espaço d.edicado pela historiografia a esta cate
goria rural Ó bastante reduzido" Como até 1888. a sociedade braoile!_
ra encontrava-se dividida entre senhores e escravos, compreende-se•
que a maioria dos estudos haja convergido para estas duas categ2_
rias ..

Neste Úl tiit.o cap{ tulo sobt·e e~ organização social i fo


callzaremos dois aspectos: o primeiro diz respeito aos sitiantes on
de procuraremos tanto quanto po ssi vel avaliá-los socialmente e eco.
nomicament.e .. Face à inexistência. de dados estatísticos, no século
XIX, sobre a estrutura ocupacional, util:i.zaremos os registrol:3 ele!,
torais da vila de Itabaiana; no segundo apresentaremos um quadro g~
!"'al da vila na década de oi tenta, exatamente até os limites do nos
so trabalho 1888l' dando assim uma visão do ambiente vivido por to
das as categorias sociais~ entre elas os sitiante.e..,

E\n 1854 , a populaçã() geral de sergl.pe era estimada •


1
em 132 .. 640 habitantes: sendo lOOel92 livres e :52.448 E¼8cravoa" Deg_
tro desse quadro, Itabaiana ocupava o quu.rto lugar entre as viJ:us
mais :populosas e o sexto em relaçã.o ao número de esc.r2,voss, cu seja,
6,0% e 4,G;~ reepee:tivamentel!< Numericamente correspondie..m a 7.,879 ha
bitantes:: sendo 6.319 livres e 1.,560 escravos"'

Os censos elei toraiE1, apesar de trntareri: apenas da P2.


pulação m~sc:ulina s livre o de um certo nível econ&mieo, possibi.i.iH
tam ücompa:nhar a di vis;o de trabalho, crerrnimento f àeclÍnio de ce:r
t.~s ocun2.cÕ<:!e e 2. e.nP.rência d·:: cu.tr.~r.i a.Y!.tes n;:;_o aliE1tadas.. Jnfeliz
-.-,-·e·,,··.··--
_ ·,·,=-·..-.·,_-,..-...-.·-.--·,-,
~ - ..·.·é."
;::, ___ .. __ ~ ..,,.e-i.c',_.w,,,
'''"'J:-'-·'·'··-• .. ,_: .., __ ---·
......... -
·,: -~----
'-''-UOV .:>--o·---:.,""·'c·
U<.e!!.t
5.1.a..1.-4 v o··,_,
,_, .,_v '7,2
10

porque a paróquia de Itabaiana não o orga.nizo-u. Tr.mbém, em virtude


de extra~rios e do n;:,ts,An r'"""'r-tir•in An d0crn!!entaçâ0; somente foi-nos
' l an aJ.''l
posm.ve 1sa- oa para o por1ouo 'o comprcenn1''d o cn t re 1848 a 187".,,.,

Não cabe aqui d1scutir sobre o sistema eleitoral vi


~ente desde a Indepn1eléncia até a Rop~b.lica~ Basta-nos dizer que o
vtYtn fH'R ~enrn.. t' .
'8.r:t.0 ~

"A 25 (!e 1.821:.


106

pelo Decreto de 26 de março do mesmo ano, estabeleceu


que podiam S'3r 0lei tores, com direi to de escolher os
deputados e senadores, os cidadãos brasileiros, incl~
sive natura.lizadosr com direi tos polÍ ttcos (o que ex-
cluía os escravos e ~s mulheres}, excetuando-se oa me
nores de 25 a.'1os (salvo os casados, os ofictais milita
res ·maiores de 21 anoa, os bacharéis e os clérigos de
ordens sacras), os filhos de família vivendo com seus
paisr os criàdos (salvo algumas categorias privilegia
das), os religiosos de ordens claustradas, os libertos,
os criminosos :pronunciados e as pessoas de renda anual
inferior a 200 mil,.,réis'" 11
2

O processo eleitoral era i.~ealizado em dois turnos: a .~


leição primária, cu.ia base era a qualificação de votantes que esc:)
lhiam os eleitores, e- a eleição secundáriat para a escvlhn. dos depu
tados e senadores sufragados polos eleitores.,

Os censos eleitorais contêm os seguintes dados: nome ,


profissão, estadog simyles votante, elegível. A pa.rtir de 187J, os
rendir:ie-ntos líquidos anuais passaram a ser especificados.
3

Os votantes e eleitores eram distri.buf.dos de c1.cordo a:m


os quarttdrÕes onde residiam, ou então naqueles onde seus domicílio::;
eram mais próximos,. O .número de quartei.rÕes nunca foi imutável., O Et:!}

mento, seja por criação de novos e/ou desdobramentosi deve ser inter
pretado como uma conseqüênd.a do cresciJnento demog:t'áftco.,.

A divisão em qua.rte:lrÕes possibili tou~.nos estabelecer


de pod.enwa
perceber feições urr:.:nnas se caracterizando deviào à maior aglomera- 9
ção ãos moraà.ores ti das ocupuçü'ee ui -t.iô.::U11t1n Lt:: l;.i LuV.1.üc;:1.f.; U.guclct8 & Pf:
lítica, à burocracia,, ofícios e profissões liberai.e,, a autarquia do
mundo rural era, aJ.nda, acentuadamente forte,, Em Itabaiana~ o lº e
2R quarteirões consti tu:Íarn. o mundo urbm10 prop:rie_r1icnte cli t.o, di vid:i
do em s~is artérias: nua da Praça, Rua do Comérciot Rua da Vitória ,
Rua a.o Sol, Rua daR Flores 0 Rua dr:. Pedreira ..

A) O quadro eÓc1o--profisnioneJ.

com os censos e1ei torais rer.onsti tuímos as cai.;ngoriac


107

sócio-profissionais. Baseamo-nos na classtficação de Maria Luíza Mar


c!lio que adotou a distinçã? de Coltn Clark em três setores de ati
5
vidades: primárias~ secundárias e terciárlas..,
108

QUADRO l
Distribuição das categorias profissionais conforme os censos eleito-
rais (1848 - 1875)

I- Atividades Primárias B) Igreja

Criadores Clérigos
Feitores Sacerdotes
Lavradores sacristãos
Proprietário a Vigários
Vaqueiros
C) Administração pivil

II- Atividades Secundárias Agentes do Correio


Avaliadorea
Alambiqueiros carcereiros
Alfaiates Coletores
Caldeireiros Delegados
Carpinas Escrivães
Charuteiros Escrivães de paz
Ferreiros Escrivães dos Õrfãoa
Fogueteiros
Funileiros D) Em12regados PÚblicos
Marceneiros
Mestres de açúcar Instrutores
Oleiros Juízes de Direito
Ourives Juízes de Paz.
Padeiro8 Juízes Municipais
_p·eareir_os Oficiais de Justiça
Pintores Procuradores
Purgadores Pro feaaores
Sapateiros Promotores
Selei roa Sediei tadcreo

E) Comércio

Negociantes

F) outros serviços
Advogados
Escritores Caixeiros
111édicos
Tabeliães C) Sem Profissão i
I''
1
Eatudentes 1
4 1
!
Fonte de dados brutos: (APES) Acervo Geral, Lista de qualificação de
elE1itorea da vila de Itabaiana (1848 - 1875).
t
1
109

Sobre o quadro sócio-profissional, .destacamos estes ª!!


pectos:

l!'.!'-Distribu:fraos as categorias sem os dados uu.mêricos ,


porque nosso objetivo foi apenas.recenseá-las entre os anoe de 1848
a 1875.

2Q-As 51 categorias representam somente a população li


vre masculina com idade suµeri.or a 25 anos6

3º-Independente da oscilação numérica do-s qualificados.,


as profissões de lavrador,. proprietár·io, a.J,faiate, carpina, ferreiror
fogueteiro, ourives,. sapateiro, advogado, sacerdote~ eocrivão e nee:2.
ci<1-.nte foram constanteB todos os anos,. Em contrapartida, alambJ.quei-
. ro~ caldeireiro, feitor e meetre de açTÍca:r, desaparec1::;,ram completam9E_
te depol.s ãe 1854 .. P2:rtindo do pricÍ:pio de que estão r...:lacionadas as
lides açucareiras, pode-se supor como causa de seu desaparecimento a
extinção dos engcnho·s,. lt3to não acontêceu .. Atribuimo s, en tã<t> ( como mo
tivo) ao nível de renda~

4º-Entre as pe:l'.'manentes e as defini ti vamerite e::dintaf:I,


encontram-se aquelas profissões que,. por longos e breves intervalos)
não pn.rticiparam das listagens .. Nesta categoria enquadram-Bc: cria-·
dor, charuteiro, seleiro,. vaqueiro~ contador, médico, tá.helião, clé-
r·igo, sacristão, agente do correio" avaliador, carcereiro, coletor ,
escrivães instrutor,. juízj oficial ele justiça, procurador, promotor~
solici taa.or, catxei.ro e estudante e A exclusão nã.o ge deve à renda •
Por exemplo, no quadro 5 ~ referente à distribuição do,-s renélimentos 1
médioo pa:c·a os anos de 1873!') 1874 e 1875, confirmamos nomia opinúí.o.
Ao nosso ver 11 do:is seriam oo fat.orefl: a) o.s juntas reunii:>.m-se E cada
..,,~r. ,-..-.,~ r<.-,
--~--, r•------- .:o.-.-, t) a parc:i.alidade àa me

a desquali.ficar o votante independente da renda..,

52-Apesar de o número ele profisaô'es vinculado 0.011 seta


res L-,ecundário e terciário ser hem :;:·epx-eoents.tivo 1 o prec1omÍn.io
cr.d nas atividades i.idmárins~ Em todos os anos recensen.d?s, a pt·e,':le!:.
ça doi:1 lavradores foi maci.çB.., a

~•a~,·,.,,..
p e .,.,_· .:1 .. ~ .............. .,,
.;.,::.., ""'v....:.:.."'ii."u"" --ti
m.1....1.
_::.:._
J.,;.i.i.;,
,.-,,...,.-_,.,,...,~,.,,\ · n - .. , -
l_,.:.vu4;,\)LJU/n 1:'t:l.'l,t:HL,
'u·a'l!I···,.;-._,
.L ,.::11.,.,0~

"'~>•C,L"O
' _, ... ,,--,.
r<C'
·'""'
110

B) As classes de rendas

A partir dos rendimentos declarados pelas profissões ,


nos anoo de 1873, 1874 e 1875 (quadros 2,3,4) obtivemos o« rendimen-
tos médios anuais (vide quadro 5). A propósito, alertamos: vinte e
uma entre as cinquenta e uma categorias não foram relaciona.das por..~'
que só após 1873 os rendimentos.passara~ a ser declarados. Neosa oca
siflo, algumas profissÕen já haviam desaparecido e outras nao foram '
incl uíd.an.
QUADRO U2 Q;?
DISTRIBUIÇÃO DOS RENDIMENTOS DECLARADOS, POR PROFISSÕES - 1873

-·-·---
PROFISSÕES fiºl'otal 200 250 300 350 400 450 500 600 700 800 lOOO 2000
-··----
Advoga.doa 1 - - - - - - - l -.
Alfaiates 16 7 - l - - - - 6 2
Carpinas 14 10 ;i. - - 2 - - 1
Coletores l - - - - - - - l
Eecri,rãea 4 - -1 - - - - - 2 - 2
Ferrei rae 7 4 - - - - - 2
Fogueteiros 3 l - l - - - - l
FunilE'iros 1 - - l
Juiz de Paz 1 - - - - - - - - - - - l
Juiz ô.e Diro.!. ·to l - - -
- -
- - - - - - - - l
Juiz !'(unicip::W. 1 - - - - - - - - l
Lavraa.or-es 1866 925 515 251 90 31 - - 54
Médicos 1 -2 - - .- - - - l
Negociantes 44 l l l l l - 38
Ouri vt:·a 5 l l l - - l - l
Pintores l - - - - - - - l
Promotoras l - - - - - - - -2 - l
Propri etárici s 8 - - - - - - - - 2 - 4
Sacerà.o tes 2 - - - - - - -. l - - l
Solici tadorns l - - - - l
Sapateiros 15 7 2 2 e. - - l 3
Vaqueiros 5 l l l - - - - 2

TOTAL 1998 968 522 259 91 35 l l 117 2 5 l 6


,_,
,_,
Fonte de dados brutos: - APESr Acervo Geral; Qualificação de votantes da vila de ,_,
Itabaiana, 1873.
·--.--.--·---.....--,._""'",......._, --~~·~-·--------- ------·---
QUADRO N2 OJ

DISTRIBUIÇlO DOS RENDIMENTOS DECLARADOfl, POR PRO:FI·ssõ'.ES-1874

-- :PROFISSÜES NQTo 1;al 200 250 300 350 400 450 500 600 650 700 800 1000 2000 :,000
Advogados
------
2 - - - - - - - - - - 1
A:.faiates 17 1 - - 5 5 - ~ 6
A::-ti stas 2 -2 - - - - - - 2
C1u-pinas 11 3 - - 5 - - l

co:etores l - - - - - - - l
D1pregado l'Úbiico 2 - - - - - - - 2
E:icrivâes l - - - - - - - - - - 1
Escrivão dos ôrfãc,s 1 - - - - - - e - - - l

Escrivão de Paz l - - - - - - - 1 - - - 1

Ferreiros 9 - 2 l 3 3
F:igueteiros l 1
Juiz de Direi to 1 - - - - - - - - - - - - - 1

Juiz Municipal
lavradores 1668
l
-
602
-
768
-
330
-
84
- -
38 'l
-
SI
-
Y.i
-
3
-3 -
4
l

- -9 -
1

- - - - - - - - l

-
!'.éC.icos l
t'egociantes 43 - - - - - - 25 9
Curi vea 5 - - - - 2 - 3
l'edeiroa l - - - - ., - l

I·edreiros 3 - - - - l - - 2
I'intores 1 - - - - - - - - - l

I'roprietárioa 8 - - - - ·- - - - - - - 8
?'rofeeaores l - - - - - - - - - l

!)acerdotes 2
- - -
-' -
::>apE.teiroS 14 l l 8

5olici ta.dores l - - - - - - - - l

Yaquéiros 5 - l 3 1

TOTAL
2003 607 774 334 94 62 l 8 74 14 1; 11 13 - l

--
"'
""'
Pontes de dados brutou: Apes, Aceno Geral - Qualifioaqão de votantes d:! vila de
1·:abaiana - 1874.
,'F"'~º ,._ iw,,Alí' .,..,:rm::e -...... i~rn-:c™mrn naamm1mms IRllr:tP'IFTlif , . , naao•xww:,s;m4;,;-;, o l&&ZEZ&.GA#.QJ!GiizjJ àX aza1AJ&M&!Si,... ; . iill ,._:.; ""' ==- . ,., X •• .,.;;m
QUADRO •• 04

DISTRIBUIÇÃO DOS RENDIMENTOS DECLARADOS, POR PROFISSÕES - 1875.

----·
PROFISSÕES Ng Te ·:al 200 250 300 350 400 450 500 &)O 700 800 900 1000 1200 1500 2000 3000
Advogados l - - - - - - - - - l
Alfaiates :.t;
,.
2 - - 3 - 4 l 6
Artistas - - - - l - l 2
ll:ai:-pinae J.5 4 3 - - 6 - l l
Empregado8PÚblico L - - - - - - - 2 - 2 - -.
Escritor l - - - - - - - - l
Escrivães 1,. - - - - - - - 2 - 1 l
Ferreiros 'i' - 3 2 1 1
Fogueiteiros 1 1
Juiz d.e Direito l - - - - - - - - - - - -. 1
Juiz Municipal 1 - - - " - - - - - - - - - . ~
Lavradores lE !)~1 830 641 235 73 42 - - :se
!o!édicos !. ~-
- - - -2 - - - - - - l
Negociantes ,,
'-'"' 2 - - 1 -2 2 :~9 4 3
· Ourives
-
' - - - - - 3.
Padeiros r- - - - - -1 -2 2
Pedreiros 4 - - - - - 1
Promotores 1 - - - - - - - - - - - - 1
Proprietários 6 -- - - - - - - - - 3 - 3
Professor Público l - - - - - - - - l
Sapateitos 14 - - - - 1 7 3
seleiros l - - - l
solicitadores 1 - - - - - - - - - l
Vigários: l - - - - - - - - - - - - - - ,.
TU TAL 1994 842 647 237 79 54 15 13 "1 5 12 1 4 1 l 1 l
~
~

"'
Fonte de dados brutos - A!IES, Acervo Geral - Qualificação de votantes da vila de
,.~~SP.1._, __- _ ,___
..,,....,.._., ... =•- u oo
Itabaiana 1875.
*'"'"·-«'"""" '"" ""'"" tumz dU..iJR;:AW,IPWI.
114

QUADRO Nº 5
RENDIMENTOS Mf:DIOS ANUAIS (em mil-r.éls)

-=·-================
1873 1874 1875

Ãdvogado-s 600 800 soo


Al faiates 420 445 460
Artj_stas 600 525
Carpinas 260 340 336
Coletores 600 800 -
Ef:'wrivães 700 soo 725
Ee.cri tores - - 700
EscriyÃ,es dos Órfãos soo
E(~cri vães de J;az 1000
Ferreiros 320 340 300
Poeu.etei ros 365 200 200
Funileiro a 300
Ju:f.z,es Ue :Paz 2000
'
Ju1:z.er:> de Direi to 2000 '.lOOO 3000
'
,Jv.izee Municipaie 1000 1000 1500
Lavradores 250 260 250
Médicos 600 1000 1000
Negoc.:ian tes 556 640 595
Ourj.ves 360 460 500
I·adeiroa.;J 500 500
Pedreiros 540 500
Pintorca: 600 700
Profes&ores 700 800
r1~omotores 800 - 1000
Proprietários 1325 1000 1065
Seleiros 350
Solic:L tadores 400 800 800
Sap::üeiros 320. 410 403
Vaq_uei1·os 390 310
,,,. o--
~
,:,,-:r'Oº
_,. o 2000

=-·--=-~==--------------·=======
fo:n-te (le, êl.ar'tos brutos: {Al?ES) /,cE':rvc Geral- Listas d.e quaJ.ificn.ç!ÜO 1
~ -· ,. -·. d.UVt.,
Uo::1 J.. t.,!;l,UdJ.aua.,
--·--- .,,_
uo

1873, 187 4 o 1875.


115

O segundo passo foi agrupá-Ias de acordo com as elas


ses de rendas., Os resultados· sao os que se seguem·:

a)Baixas (200 a 500 mil réis)·- lavradÔr, alfaiate, ºª!:


pina, ferreiro, foguetei
ro, funileiro, ouri ve·s ,
padeiro e pedreiro"'

b)Médias (501 a 1000 mil' réis)- advoga.do, artista, co


letor, escrivão, escri
tor, juÍz municipal, m.§.
dico t professor, pintor,
solici taa.or, promotor ~

negociaJ1te e sace1~aote.

c)Al tas ílüül a 3000 mil réis)- ju!z de direi to, . '
Juiz
de paz, proprietário e
vigário ..

As três faixas de rendas poSsibili tam determinar, mut


to precariamentc, quem eram os pobres, os remediados e os ricos da
vila de Itabaiana., D:i.sseroos preca.riamente porque, entre outras coi
sas, precisarfamos_ saber qual o poder de compro. dos indivíduos com
rendas monetárias discriminadas nas três classes.

Entre as profissões com rendimentos mais bai.xos está a


dos lavradores. Clas·sificá-los como pobres &eria apres;:;ado,. vez que,
mui tuo a·c suas clespes~s não foram enfrentadas com a renda monetB,ria..,
Caso contrário, não teriam tido possibilidades de criE.r dentro de
. d a d es sua p ...
suas propr1e : .........
. . vy ........;,..,,,. º"''~,c:iLot,,::.lH...-.!.a.
,.,,,,-.,.,-:~,.. ~-- .. - n• --"h--~~-:~~~~--l-
.;,uu.1.cv.J..,:o::;;uv.La do lavra

dor era mai.s fácil,. pois comnenaava sl';'ns custos alimentar0s :reco !'!'~n
@".l (~:) t! -!_:. !ª:Ci _;:,,:,.;. ;:- !_.:';_ :'}_~;_; Ê'l '-'- ,::}_ C: 0 (] ~_:_ ,_: -
,:E}_;)

tinham terra e vi viam a.penas de nm ofício, no dificuldades sempre fo


ram ma.íoreA.,

· Um aspecto partj_cularra.snte interessa.ntB e' que na ente


gor1a elos lavradores, houve llrn grupo pequenos equivalente a 3,07b
com rendas monetárias anuais entr-0 6í)O a 800 ntil ré:i..s .. Este g:cupr, e
qut1h-1'r.'B.-$A a n.Igume.s catego:r:i.ae (nr:1.vor,a.dos~ artistasf coli::it.ori"!s~ ElB
c:rivãos dos ÓrftÍ.oi1, pintores, proft::ssores" etc~) com cJ.aost>s do ren
116

res? E o que representava, socialmente e economicamente o grupo dos'


3,0%?

2- Os Lavradores

A at:i.vidade de 11
lav:r.ado:Í:-p sem a especificação do tipo
de lnvourà., é a designação mais empregada e, com o correr do tempo,. a
que se vai generalizando nas listas posteriores a .1050".,
6

-
Em 1854 9 dos 1 .. 766 qualificados, 1656 sao lavradores
'
equivalendo a 94,0%. Os proprietiirJ.os são 1,1% e os vaqueiros 0,1%. G

Quer dizerr as atividarles primárias representam 95, 2%~ Dos 4,8% · re_§.
tantes; 2,3% são para as ativide,des secundárias e 2,5% para as terciÍ
ria.s,.
.,

117

QUADRO 06

'/, DOS LAVRADORES EM 1854

ATIVIDADES Nº DE QUALIFICADOS

l - PrimárüÍs
Lavradores 1656 94,0
Proprietários 20 1,1
Vaqueiros 3 0,1
1679 5,2

2 - Secundárias
Aa:faiatee 15 0,7
Carpinas 7 0,3
Ferreiros 5 0,3
F,:, g,_y;:• te 5. ro e 1 0:1
Ourives 5 0,3
Pedreiros l 0,1
Sapateiros 10 0,5
44 2,3

3 - Terciárias
a) ProfissÕea Liberais
Advogados l 0,1
b) Igreja
Sacerdotes ·4 0,2

d Aoniini!':ltraçâo civil
Avaliadores l 0,1
Carc.erei ro s 3 0,2
0,2
f:qr:rivR.e::'I
- -."·
M'171~T'F>~::>Ô.""' !'UD.11.CGc.'
'
l 0,1

d) Comércio
Nego oi.antes 30 1,6
43 2,5

TO T A L 1.766 100,0

Fonte de dadoa brutos - Luta de qualificação de eleitores da vila de Ita-


b~iana: 1854: Abervo Geral: APES~

1
i
ll8

Vinte anos depois, ou seja 1874, a predominância dos l!!;


vradores é a mesma.

.QUADRO 07

% DOS LAVRADORES EM 1874

ATIVIDADES N2 DE QUALIFICADOS

1 ..: Primárias
Lavradores 1.868 93,1
PrOprietários 8 0,4
Vaqueiro~ 5 0,2
1.881 93,7

2 - Secundárias
Alfaiates 17 0,8
Artistas 2 0,1
Carpinas ll 0,5
Ferreiros 9 0,4
Fogueteiros l 0,1
OuriVea 5 .0,2
Padeiros l 0,1
Pedreiros 3 0,1
Pintores l 0,1
Sapateiros 14 0,6
64 ~,o

'3 - Terciárias
a) Profissões Liberais
Advogados 2 0,1
Médicos 1 O,l
b) Igreja
Sacerdotes 2 0,1
e) A&::inistração Civil
Coletores l O,J.
2 O: l

EacriVÕea l 0,1
E(lcrivão dos Õrfãos l 0,1
Escrivão de Paz 1 0,1
Juiz de Diroi to l 0,1
Jv.iz Municipal l 0,1
Professores Públicos l O,l
Solici tadorea l 0,1

Nagocian tes 43 3,3

TO TAL 2,003 100,0


-----------
r,,
''
119

Comparando-se os dois quadros, notamos o seguinte: a


percentagem doa lavradores. é .quase a mesma, passando de 94,0% para
93.,1% (os proprietários, não,)"' são, agora, menos da metade, passan.:..
do de 1,1% para 0,4%. Atribuímos a dois principais fatores: primei
ro, a
-
reduçao
~ .
do numero de er.1genhci:a gem 1854-, ~ao 36;em 1875,
~
sao
~

7
16 e ern J.881, e.no para o qual não terrios a lista de eleitores, são a
penas 14; segundo,. a atração pela facilidade do cultivo do âlgodG.o·,
e o aito preço de que gozou devido a causas excepicionais, fizeram
alguns nenhoreS de engenhos abandonar o p1.antio da cana.....de-agúcar .,
A mudança implicou também na converni;',o do t! tulo de senhor de eng,2
nho para lavrador. Por exemplo; Antônio Carneiro de Meneses (Eng~
nho Morcego} e Ezequiel Profeta :;arneiro {En&enho Carão} estão com
essa denomj_nação entl'·e 08 elegíveis. do ano de 1874.

Quanto às ativi.dades secu..'1dári.as, sobem. relativamente


de 2,3% para '.3,0%, po.rém o aumento significativo fie.ou com o setor
terciário, passando de 2, 5% para 3, 3%. Uma àesu10nstração de que a
vi r1 J3 urh:::,ni:i; ..mni
-·-·-- l PTii:c!'lmAVJt.A
t.n ------·------7 'fr.om
·--

Com relação às diversas c;ategorias profissionais, os


lavradores, em termos de rendimentos méc15.os anuais, têm um poder a
quisitl.vo dos mais bal.xos • .0ll se tratando dos rendimentos individu-
ais, podemos claflsificá.....1os assim:

. a) Lavradoreo ricos (800 a 600 mil réis anuais)

b) Lavradores médios (450 a 200 mil réis anuais)

e) Lavradores pobres - aqueles cujas rendas, sendo in


. d t ., .,._ .
f er1ores a nzen .. os mJ.._ reis anua.is'!' não parti Oi pam do pro co rwc e
i1;::í iorfil ~ (;omprovanõ.o nosso argumen,:;o, apresentamos no quadro 8 a
p.êi-c.&ntugietii U.08 l,~:vl\,1.Ü.Ui:<:;.l'i:; ~m relayãu ao nV.1I1ero geral dos qualific~
dos e suas respectivas rendas individuais ..
QUADRO 08
% DOS LAVRADORES DEDUZIDAS DO NO GERAL DE CLASSIFICADOS,
SEGUINOO AS RENtAS INDIVIDUAIS

1874 1875
1873
f.

:,tQ GeraJ. füi Nº Geral de N2 Geral de


Lavradores Renda '.'.!ld l V, % Lavradores Penda Indi v. % Qual i fio ado a
Lavradores Renda Indi v. %
iQual i fie ado f! Qualificadas
>---------------t---- ---
607 602 200$000rs 32,2 842 830 200$000 ra · 44,6
s:;a 925 2oosc1c,o rs 49,5
774 768 250$000rs 41,l 647 ,641 250SOCO rs 34,5
5;:2 515 250$(11)0 rs 27,6
334 330 300$000rs 17,6 237 235 300$000 rs 12, 6
2'.)9 90 300$0(10 rs 13,5
84 350$000rB 4,5 79 73 350$000 rs 4,0
91 91 35oso,:,o re 4,8 94
:,5 31 400$0-:10 :,re, 1,6: u d§ 4D0$000rs 2,0 54 42 400$000 rs 2,3
450SO:l·) :f'E: - ,J j. 450$000rs 0,1 - - - -
500$1)00 re: - - - - - - - - -
117 54 600$t)0D TEI 3,0 73 34 600S000rs 2,0 81 38 . 600$000 rs 2,0

- 14 5 650$000rs 0,3 - - - -
- 14 3 700t0D0rs 0,1 - - - -
- 7 3 B00$000ra 0,1 - - - -
>---·-----
1.866 100,0 1.868 100,0 1,859 100,0
L__ ____ _:

Fo.1tes de dados brutos para os três anos - Lista.e de qualificação de volantes •••
....
APfül, AMrvo Geral •. "'o
121

A - Fazendeiros

Não temos qualq_uer dÚvida em a.firmar: que os possuidQ.


res com rendas individuais entre 800 a 600 mil reisi por ano erem,'
'
fazendeiros. A dificuldade reside em saber qu~l era a atividade ba-
sica; lavoura ou pecuária.

Poderão nos questionar porque classificamos estes in-


divíduos como· fazendeiros. t:hararunos atenção para ·os seguintes aspe-
ctos. Individualmente, cada pessoa considerada por nós como fazem-'
deiro:~declarou rendas que oscilavam entre 80U$00u a 600$000rs.. Se 1
dividirmos esta quantia por do~e meses, os rendimentos médios mensa
is estarão numa faixa entre 66 a 50 mil reis .. Como êe explica que '
com estas rendas pudesse possuir escravos e, mais ainda, instalar '
máquinas de descaroçar algodão à vapor? Como explicar o fe.to de Pº.ê.
suir escravost cujo -preço equivalia e até mesmo superava a sua pró-
pria renda anua.l?

Dos três anoo com renà.t'.O c&pecificadas, optamos por_ '


1874, em virtude de as classes serem variadas .. Dos quarenta e cinco
1 avrado res 1 doze po ssuiam máquinas d.e tlescaroç ar e enfardar algodão
enquanto quatro eram cultiYadores <la malvácea. 8

1 Antonio Carneiro de Meneses 800$000rs


n
2 Joaquim do rrad.o Leite Sair.pai.o
' '
Casimiro da Silva N_,eto ~li,;·., 700$000rs
3 -
4 José Ant;Ônio de Carvalho Lima "
5 Jos~ Francisco d.'e Mendonga 650liOOOrs
6 Alexandre Jo Bé do Carvalho ·600$000rs
n
7 Ard.:011io Dir:i~: r:n Smrnc. Bnsto:1
José L'o rreia d.e tsri to "
Eanuel Antonio â.e Góis
10- Pedro Bar·bosa de J-asu.J "
J.1- Roque de Souza Bar.reto "
e . n
12- Vicente Ferrtdra Leite ,._,arnpn.10

Desta relaçFl.o U.oü:; merecem destaqu0: l\ntqrlio CarneÜ."'ü


• ,. • " ' .,,. " 1
df~ f.:iüIH:.!t~éS~fO i um daauelcs. provr1.etan.os~ ctor.:o do enp;enno horcef;o,
"
. que no 0.u3:e da cultura do alc;,oclâo mudou suun n.tividndcs;: o ou.tro,c~
A - • -

siw.:i. r-o d;:, Si1.vc. !fol:: ::::r::-:. :c::ir:1~1 t::..~c2..I!:fmt.e ·l2.~.1rfl.d.0:r- e n9r;0ei2.nte~ Un.u
10
liflcndo em todas e.G liBtaa como el.0t;fvcl,contudo al tornando a .incli
l.22

caçao de suas atividades.,

. Entre os na.o beneficiadores do algod2.o, encontram-se:


Alexandre Jo se' de l'.a,rvalho r.enda de 600;c000rs. Desde 1873, qualifi-
cava-se como lavrador., .tmtretanto em 1875, na relaç8.o _publicada pe-
lo Governo da Província sobre os senhores de engeri.hos, consta como'
proprietq.rio do engenho Candeias. Desconhecemos quando o adquiriu.O
segundo, Ezequiel Profeta Carneiro de_clarou em 1856, ser proprietá-
rio do engenho Carão, sua renda e' de 600~000 mil Teis. Nessa categg_
ria qualificou-se como elegível., Em 1871, figurou como negociante e
três anos depois como lavrador. Tudo faz crer que aplicou o dinhei-
ro da venda ne. nova profíssão sem abandonar as atividade:.J agrieolns~
O terceiro, Simeão de Souza Monteiro tinha renda de 650S:Oü0 mil re-
is .. Era wn fazendeiro plantador de algodão .. Sabemos,. atr8.vés do in....
ventárj_o de um negociante de Larangeiras, de nome José da Cunha. Mar.
ques .. Em janeiro de 1866 vendeu a este, 205 arrobas de algodão cru
11
caroço n:J valor de 52l$D72rs .. Heses depois o negociante fnleceu., Dg
n::1.uLt: ..., ... , .;
,..,...
~.~

citou a familia do in,;rentariado o ressarcimento da divida., Por Úl ti


mo, 'rheotÔnio J.lanuel de Mesquita tinha renda c1e 600$000 wil reis., '
Seu caso é similar ao anterior •. •rambém foi credor de José da Cunha'
Marques., Vendeu 210 arrobas de algodão sendo: 182 do tipo criolo e
28 do tipo herbáceo, Tudo importou. em 758~~400rs. Para receber eata 1
quantia~ procedeu da mesma forma que Simeão Monteiro.

Em resumo: dos quarenta e cinco lavradores 1 dezesseis


foram identificados como faz.endeiro3 dedicados C. la.vouraf principal
mente do algodão,. QuÉtnto aos outros vint1:1 e noVP. nÕ.o o sabemos,. po-
rém os d8scobrimos a partir do ,gegu..inte processo: usamos o livro de
Rcgi:::tro de Terras de 1856 voz lJ.. Lte tÍr!hamoa o r,ome 8 8. r;,nda d2 CH-

da um chües~ Além de todos terem sido eP..contratlos12rica devictament0


comprovo.do q_ue 11 posse 11 , "quinllÊÍo", "sorte" e "porção;• eram terras ~
de fazenda, pelo .menos para esse grupo de lavradores qualific~dos .. '
Estes, do ponto de vista da s~ciednde rural~ constituiam uma C2.1!iad:.-1
"ºn'·
internwdiB,ria entre os f:H; H1'.) 1~c<:"
0
,.,;., ..:1,-. "'P"·"'n'·'o"
V•'(;,"-"
U.\C"; '";:; e, os ,,.,-t'i<:>,,too
,;, e;,.,. .._,::_, '''°'" Do nn,1-
~-~·

to de vista econom~co,, algun.s vivi rim d:1 explo rHÇ ~.o e cor.ae:cctali.za.,.. •
ç2.o de produtos vinculados S grande lavoura ..

Partindo do pnincfpio de que toGos os lavradores cora'


rfmdas :.nua.is entre 800 0 600 mil reis orrun f(,:r,Emdeiros, todos os
123

demais com rendas entre 450 e 200 mil reis eram ai tiantes., Por seu'
. s 1
turno, as tabelas ê.o quad_ro OB,·!'t!velam que a maioria deles estava
incorporado à Última faix::i. éÍe renda. Logica.'Uente, outros com rendi-
mentos inferiores exi.stiam~

B.l ·· De que viviam?

Basicamente da lavoura de subsistência, aqui entendi-


da como aquela realizada na unidade produtiva cuj.o baixo volume de
produção I ater1de em sua maior percentagem ao consumo do produtor; e
a parte sobr;:mte destina-se à comerc5el:i.zação jnclependcnte do carár-
ter a.o me roe.do, se interno ou externo GI

As jnforma,çÕes da câmara no período estuclado (1850


- 1888) são precá.rias e exageradamente sintéticas. Apenas uma, do
ano de 1861, além de apresentar um quadro geraJ. pessimista da agri--
1
cul turn~ industria e comércio responde 1 no quarto parD.grafo no,ssa
in.di('e.Ç';.0"' R0vel.~; a_f;' mnQn Pr-::riP.rdnl: flUP. A pel']_uen;q lavoura nao so e
ra responsável pelo abastecimento alimentar da cidade o do próprio 1
meio rural mas também seu excec1ente era comercializado noutros ID!ê!r-

cados da Província; principalmente nas feiras de Lar2.ngeiras e MarQ.


im.

Eis a descriçfu; da cffillara:

1
"Este._municÍpio, por ventura o mai.or da .Província de
. • •
Serg1pe, e · .seguramente t2.mbew. um dos maia pohres,,foJ.:
mado ffe t-errenos de catinga, e naturalmente pouco fó.r
teis, não pode offerecer a agricul t.ura bellos att.r::i.c-
tivos e abundf:l.ntes oolhcitas; 0. mm. :1grioul tura é i.n-
foliz, pequena e puu(.;u vantajosa, não sa-;.H:,mo.3 ôi }=·Or'
:, ___ --
---
}'VUt:aJ.VO"J
-----.:,.:--,
,:;t.U..A.>..-1• c,.J. ,
--.~
'--J.
.L ....;,,.~~~-
U.<;, ........
,..,__,...,,_,. .......
.., ..;..,;:;,..
,.._...,

pro )riedade e especial idade da terra, asse[;ure ao r; a---


gricul tores uma· oegurança de remuneração aos seoz t. ,~
...~
...

balh.os,,.
A cann~1 (,, .... ) é neste munic1pio cult:Lvada f:1:1 PQ
qucn0 e.sco..la pela impropriedade dDS ter:rcmos, e g prQ.
1
va d'um ou o·~ltro e:rgt,nho edificado n'e~_lo bern nnl n '
demonstra; n excepç8n do ã.il3tricto àe 3,J{uuu, ou. J.ü,
.L. - _, ·-
\,U l..\l;

' N •
vanto..gem se cultiva por-em o nlt;odac e or:~ lcc;umN:1 rk
124

caroço,
.............................................................
. .
Oa legumes como sejão o feijão, o milho, e a
mandioca fazem a primeira occupaç.ão dos lavradores do
termo, e d' e;I.les é _Jll,:te ti rão mui tos a sua subsistên:: 1
Qia, (grifo é nosso) pois as mais das vezes é daqui 1

que se abnstecem muitos mercados da Província.


A baunilha produa maravilhosrunente e sem alguma
·cultura (., •• ) O arroz também se cultiva; mas em peqU,f
na eacalla.,
......................... ., ........................................................ .
t a lavoura a ocupaçÜo prime,ira dos seus habitantes,'
pois que qualquer outra industria desde o· commercio ª
té a industria fabril é por deraais acanhadà, que nP.o'
merece a menor mençao, -
.O n2 dos habi t::::ntes é assaz crer1c0ndo, e tal vez
o maior do que e de qualquer da Província, à falte. de
trabalho não deixa de Ser sensivel. pois que muitas'
.,
vezes o vao pro curar em Lar?,Dgeirasr Maroim e' mun i c1-
<

pio/3 ou4iros conjunc.t0s ou prÓximOs 11


13
Procurando suprir na lacunas das informações da c'ruua-
ra, utilizamos outro tipo de docrnuentação: os inventários .. Estes
"representam todo o esforço do uma vida de trabalho 11 dó j_nventaria-
do.

Para o cultivo de suas pequenas lavouras, regra geral


os si tia11tes empregavam mão-de-obra familiar. na vila de Itabaiana,
desde o século XVIII, alguns deles utilizarrun-se de escravos, fato'
c.onstato.do através dos bens arrolados nos inventários. Este dado,r§:!

Como sitiante, mesmo o l!l.ais abastado, teria consegui-


do adquirir escravos se estes, sempre forai:u lilais vaJ.orizarlos do que
bois e terras? Os engenhos e fazendas da viln de Itabaj_ana, passa.,.,
ram sucessivamente por diferentes 1J1Ei.os, principalmente herdeiros, rf
sul tando, com· o passar do tempo, na fragmentação da ter:ra em peque-
nas áre2.s que s8_o os sÍtios9 ::.iejn por doo.ç;:w, ainda em vida ou por 1
ete que '
contra=
.pagamento
nf lrmmuOG cme os

1:JNlCA~,1P
;: p; ! 1OTf ( A·- ( f: P Í 'J .\
125

Além de se dedicarem ao plantio do_ feijão, milho, meJl


dioca, verduras e hortaliças, havia os pomares na frente e f'uildos 1

das casas que. lhos_ forneciam diversos tipos de frutas (bananas, la-
ranjas, mangas, jacas, m8!!1Ões, abacaxis, etc~) e as malhadas (isolg
das por cêrcas) contendo póucos gados graúdos (vacas lei te iras, um 1
ou dois .sendeiros, burregos) e criaçq'es miúdas (ovelhas parideiras,
cabras l';:!iteiras e suinos).

Os insj.rumentos utilizad<is> eram essencialmente rudi ... :!,


mentares .. Desconheciam, pelo menos até 1871, o arado sendo largBlileg
te usados, o machado, a foice e a enxada.

<
Mui tos sitiantes po ssu1am casas de farinha. Depreendg,
mos .pelos bens arrolados nos inventirios14 de José de_ Andrade e Hou
rn, em 1844, em que constam: uma roda de sevar mandioca com seus
pertencr;.s, (lOGOOOrs) e wua prensa para massa (6$000rs}; Jacintha 1

Maria .do Esuirito Santo, em 1846, são relacionadas: uma roda de se-
---- ____ ,._ -- \ .., . ,..,,., ........ "'/'
fi::.::r.nn ...... \ . T~
V«.t..L" Wtl.UU..1.U'-'~

ão Carla~ de R~zende, em 1849 idem: uma roda de sevar· mandioca


=
(6$000rs), uma prensa (2'°500rs); tlanuel da §ilva MelQ., em 1868 ti-'
nha uma roda e prensa de casa de farinhas avaliadas em 16$000rs e
Joaquim Alves Texeira, em 1885, ·possuía: uma prensa (8$000rs) e um
coxo para massa aValiado em 3S000rs.

As práticas em uso hoje, principalmente entre os nor-


1
destinos, para o cultivo e preparaçã.o da mandioca em nada diferem
daquele-,s conhecidas pelos sergipancs de qualquer lugar da Província
do ·século XIX. Por i'sso· vale a penB. reconstjtu{-J P_S; at:rn.vés t'fo.s in,
_,
formaçÕ es de D.Hs.rcos Antonio de Souza1 " a.o se reportar à villa de
S.,Luzia do Pi:?.gui, em 1808; locaJ. onde mais Eõe. 1:;;l t.iv~v;;; R mandtoc~.

"Aqui sao contiecidas muitas var1ectad.es ci; esta plan,:;a::


olho roxo f saracura, milagrosa, branquinha, mula-tinha
mangue, mata.negro, monica, santa ignez, a.pedro, ala-
gÔa, catharina e ítapicurú. O methodc ( .... ) consiste'
em d.errubar as matas em novembro e dezembro ou ja.nei-

ro e largar fogo depois de um mes; roçar e coivarar
em fevereiro. mt m::irço ::il'I cA.poeiras que sao _!)eq_u1:Jnas
inatas,,
..........
.., ==v.., ,..,. ...,,.,~,..
,..,,_,,..._..,
t9.ltt ainda espalhadoo pela roça os grandes lenhos ou
126

-
tron cos das arvo res corta dos pelo ferro derru bado r. •
i
De novo torna m a cort ar com mach ados os gros sos made
ros, que ficam dispe roo,s i; com facõ es .devid ero 'Os páos
1

que tem. meio palmo de diam etro e fazem acha s do com-


'
prim ento de dez palmo a ( ••• ); o que chamam coiv aras,
1

A
s1
torna m a por fogo , que reduz a carvã o e cinz a tgnta
made iras, as veze s prec iosa s.
( ••• ) prep arad a a_ terra corta m verg onte as do ª.!:
dous
busto da mand ioca do comp rimen to de, um palmo até
e finca m nas cova s algum tanto deit adas ( ••• ); come -'
çam a plan tar desd e julho até setem bro e algum as ve-•
zes em jane iro ou març o.
Passa do um anno ou dezo ito meze s, ( ••• ) arra~ - 1
,
cam a raiz~ que desc ascad a, e ralad a em uma roda movi
bo-'
da por vm negro ou por um cava 1lo, a qual chamam
land eira. Junta a mass a em um cÔcho ou game lla comp ri
da, que fica por baixo da roda , é lavad a e depo is ap~

,
r-
ou em uma pren sa, dond e e leva da ao forno para coze
-se e torra r-se em fogo brand o e depo is de cozid a
é 1
depo sitad a em tulha s para vende rem ou emba rcare m por'
sua conta ~'

Do ponto de vist a das área s desti nada s para as lavo u-


histo ricam ente ,
ras ern gera l, inclU sive a de subs istên cia vemo s que
sofre1 ~am al teraç Ões. como de.co rrênc ia da reduç ão
da área da vila '
as da beir a
de Itaba üma . Em 1820 , estav am reser vada s "trez e légo
. - h' o centr o das me§
das matt as para dentr o para a cr1ri_ ç8.oi l:'! d8. i para
, o Gove rno da 1'""-· 1
mas matt as para a plan tação tle lavou ras!.' 16 Em 1883 A
belcc e some nte
Prov íncia , aprov ando postu :ras daqu ela CH1'1J8.ra; rrnta
1égu a ua caa- i
plant açÕ,e s em abert o nos terre nos que ficam até meia • -e, ~ • . __ ,

tinga de cria r gado s. Prin cipia va cta "Ser ra Gnm de


ae J.1...c~u ;:;.tJ.wic i u;.;,

estra da gera l,
Serra s do Quizo ngo, Alec rim e Capú nga, a entr ar na
do luga r Gruv.:1
que serv e de divis ão acim a até a estra da do Ouri cury
adia nte do
tá.; d' ahf, ru.'110 dire i to, a passa gem do riach o Caju eiro t
a Lago a do Vic~ -
Sacco do Ribe iro;: d'es te ao Tanq ue do Brejo ; d'aJ1 Í
Sobr ado; desta a
rio; desta ao Serro te do KÚgado e pico da Serr a do
n..- llA V~.l· nar·-• 0 Junc o, ~1·ach O 8bCiX 0 1
__ ,..r,_,._
1.1a.o..,, ~,
.;ql>"'"' .::J,-.
........ -~~~.· C"
.T<:>r,O .... , ........ - rh:i
no estr::i ·- - <.L u ..

ronta r co~ a
até mBtt er no Vasa -Bar ris, por este rio abaix o a conf
, n~ estr~ dP
Serta c1a Ribe ira; desta , rumo dire ito, ~ rio Pcxim
!J.UF..-
,
rumo dtre itu - u
vai desta vila r)ara a cidad e do S.,Gr istov ao; d' nhi
127

ponta da Serra Comprida; pela cordilheira desta a confrontar com a'


Serra de ltabaiane., no lu_gar denominado Terra-Preta, na estrada que
segue desta vila à cidede de Larangeiras à encontrar o lugar onde
principiou a demarcação e- 11
17

B - Como viviam?
2
- eram ricos mas viviam folgadamente
Os sitiantes nao
com sua família em casa de taipas, rebocadas com ,cal e cobertas de '
telhas •. A famÍlia, geralmente ·numerosa, variava entre 8 a 10 pessQ,
18
as compreendendo a esposa e filhos; e alguns escravos. A maioria pOf
suía 8.1)Snas a casa térrea àe parede de mão, tendo ao lado· ou cerca-'
das das diversa.a benfeitorias entre elas o pbmar e a malhada, Outros
tinhrun cetra morada na vila. A propósito, concordamoa com a profess~
ra Kátia Mattoso quando escreve: 11 para dizer a verdade, a distinç8.0 1
1
permanece difícil numa época em que os jaTdins eram ainda bastante
numerosos na cidade e onde era, impossível, saber onde começava a ci-
t:1A_de e onde começava o camno" ... ,..
- "~
Outros possuíam terras em locais próximos ou distan- 1
tes dos sitiosJ' destinadas à roças. Entre os semoventes, todos, sem
exceção, tinham animais, fossem cavalos, burros e os equipamentos '
necessá.rios como selas e cangalhas. Serviam para o próprio desloca-
mento e para o transporte de mercadorias. Com especialidade, os bur
ros, numa época em que os péosimos caminhos dificultavam. sobremodo 1
acessos rápidos à vila. Os escravos*" ind·ependente da forma como fo-
ram adquiridos, compusermn a ·força de trabalho de alguns sitiantes ..

Internamente, as casas eram dotadas de poucos móveis'


e de poucos objetos de adorno ou seja ºnenhum desses mil e um obje-
tos de ornamentos ou utilidade que em nossos dias poem uma nota cte
beleza ou bem-estar nas habitações mais humildes~ Em suma, eraw •
20
simples e extremamente necessários. Apesar de primarem pela simpli-
1
cidade, percebemos que a maioria dos sitiantes possuía mobiliário
1
na ca~n da roça ou do sítio superiores em qualidade e quantidade
1
aos da sua outra casa da vilaº O zqenor conforto desta, explica-se
pelo fato de eles usareín a casa da cidade algumas vezes no ano,. ou'
~ejn: uuando Íálíl a negócio~ à feira ou para assistirem às festas ci
vis e religiooa.o.

Entre os objetos da casa do aí tio ou da casa da vila


figuram: camas grandes e pequenas, catres de urmação, caixas coto. ou.
128

sem fechadu ras, arcas de ce4ro e baús servindo de s.rmário sr mesa.a


grandes e pequenas de ced-ro .e de arapirac a, naturalm ente para as re-
feições ; bancas com duas gavetas , bancos com e sem-enc ostos, cadei-'
ras simples, cadeiras de solas, cadeira s em cores róseas, caixinh as'
.,_
de pinho para guardar Joias ou apetrech os de costuras das mulhere s,'
gamelas -de banho e pilÕes.

-
Os objetos de ouro e pr.ata sao bastante relacion ados
1

'
' rias dos sitiante s, dos fazende iros e ,aos proprie tarios. 1
nos inventa
O gosto por essas coisas, explica muito bem a presenç a dos dez ouri-
ves nas listas de qualific ação de votante s. AS jÓias, além de serem'
objetos de adornos tanto masculin os quanto feminino s, eram certame n-
te urna forma de entesour amento, como exemplo de sitiante s temos; a'
inventar ia.da.; Antonia Francisc a de Jesus, morador a no sitio.'-: Caraíba
e possuido ra de uma casa na vila, deixou em 1844 entre os objetos de
ouro e prata, uma redoma com duas varas de cordão de ouro de 14 oitg
vas no valor de 35S840r s, um par de brinco de 11S500r s, dois cordões
------ . ,.
de ouro de 1v~~4ur s, ~res calheree Ue
esporas de 7$040rs .. Em 1852 quando do término do inventá rio de Maria
VictÓria da Graç::-1, morador a no sitio Joana D'are e falecida sem tes-
tamento em 27/03/18 49, forrun partilha dos entre o viúvo Gonçalo Pin-
to Lobão e seus dez filhos o sitio, uma morada-d e casa na vila, vári
os móveis, 18 ovelha,s parideir as, 8 burrego s, urna cabra. leiteira , um
cavalo de estriba ria, duas vacas, quatro escravo s, um oratório e ma-
is 9 colheres de prata (25$600 rs), 5 garfos de prata (16~400 rs), um
anel de prata (8S400r s), um par de esporas de prata (31~200 rs). Em

1868, Maria Francisc a d.e Almeida. , morador a no s:Í.tio Flexas deixou,e n


tre outl"os bens, um 'crucifix o de ouro (70$400r a),. u.m coraão fino de'
ouro (l3S300 rs), um outro fino, quebrado (7$500r a), um a.nelão (38000
rs), um. a.nel do pedra (2$000rs ) um coro.ç:30 de ouro (2f500rs ) e 6 co-
lhercs de prata (11$360 rs)~

'
Outros casos poderiam ser citados. Esses porem sao su-
-
ficiente s para confirma r o uso da J)rata em utensili os doméstic os e'
1
de montari a, de ouro e da prata em forma de jÓias~ Por foJ.o.r nelr-~s,
até hoje os itabaJ._ç. nenses se dedicam a ouriver snria, entreten do um
largo comércio dentro e fora do nmnicÍp io tendo alguns ourives lojas
fil~,_çi,i.3 na cidade de .Ar2,c$oju. ..

Quanto a.os objetos à.e e c,:;brB .se coi.1atit-.....ir.r:: dos


.ft!J.'fú

diversos instrume ntos de trabalho , usados 1arg8Ille nte como seja.D.J.: ma-
129

-chados, foices, enxadas, ro4aa de sevar mandiocas, malhos, barras e


taxas de cobre.

No que tange ao vestu~rio, não pudemos perceber o tipo


e a qualidade do mesmo. Nada foi mencionado .. Apenas o inventário de
Manuel da Silva i-íela, de 1868, registrou "um chap~u de sol português
velho, avaliado em um mil reis!'

. , . , .
Quanto as dividas ativas, os inventarias que a elas se
reportam não deixe.m bem claro como as transações foram feitas. Por '
exemplo, no inventário de Haria VictÓria da Graça consta uma divida 1
de 85S000mil reis (1852) e o de Maria Francisca de Almeida de 1868,
A
mencionou que devfa ao Cap. Antonio Manuel da Costa l4S420rs.

Finalmente, o comportamento religioso. É indicado pela


frequência dos oratórios em todos os inventários 21 contendo o valor'
deles, quantidade e nôme das imagens. De menor valor foi do- inventa-
1
riado José de Andrad.e ívfoura, em 1848, com uma iwagew Ue N• .'J.<l&. C0n-
ceição; o de maior valor f9i do inventário de Naria José Pinheiro,em
1886, no valor de 60S000rs.

Como o nome das imagens se repetem nos inventários, fi


zemos uma relação· geral .. Ei--los: Santa· Ana, Santo Antonio, são GonçS;
10, S .. Fiiguel, Senhor do Bomfim, s.José, S.,Francisco, Nossa Senhora
da Conceição, Senhor Bom Jesus de BJssas e N.S .. da Boa Hora.
130

3 - A década de oitenta na vila do Itabaiana

Passaremos em revista aspectos gerais da vila de Ita-'


baiana, utilizaremos, basicamente Posturas e Resoluções da década de
oitenta, especialmente até 1888, baliza final dessa dissertação.

"Somen·te nas localidades que tivessem pelo menos a· cate


geria de vila concedida por ato .régio, podiam in;talar-se as Câmaras
Municipais 2'2· Assim, a instalação desse Órgão em Itabaiana, foi uma
decorrência da sua elevação à categoria de vila em 16980

Antes da existência da lei de organização municipal de


A -
12 de outubro de 1828, as Gamaras, nao obstante subordinadas ao Go- 1
verno Central, eram. independentes em .sua .atribuições. Acerca do com-
portamento das cruzlaras municipais sergipanas, no século XVIII, Peli§
belo Freire diz que "um certo ~sp:Íri to 1 iberal presidia suas prerro-
gativas. (. ••) seus membros e todos os oficiais eram delegados do pQ.
• N
vo, porque eles em2J1avam de ele1ça.o popular:: 23

O espiri to de autonomia conservou-se e se manifestou, em


27 de dezembro de 1821, na vila de Itabaiana, por ocasião das tenta-
tivas do governo da Bahia para reaver a subordinação política de Ser:
gipe. A câmara de Itabaiana convocou as demais câmaras_ sergipanas P-ª.
ra uma reunião em são Cristóvão, COlll a finalidade de elegerem. o GQ.
verno Provisório,. independcnt.c, conforme o decreto de 8" de julho d.e
1820. A adesão das o~tras nÕ.O aconteceu, 11
pÓis ( ••• ) eram muito for~~
te,3 os laços que ligavam os senhores de terra de Sergipe aos comerei
antes portugueses de Salvador 11

24

""- ·''
gislativas provinciais criadas em 1834 retirou muitas prerrogativas'
e limitou suas atribuições .. Ds.ÍJI salvo as disputàs eleitorais bast2!1
te acirradas dos anos de 1849, 1863, 1868, 1872, os eventos envolVen
do a Câmara da vila de Itabci.iana tiveram repercussões puramente lQ.
cais ou seja dentro da :própria Província.,

Legíslava c.i.rav~s àe Posturas subme Li.à.as ~


A

A vu.iaaru ,:;;;;
provo.çr:io da AssG:wblÓia Lec:i..slativa e ao referendo do Governo da PI'Q.
v{noi::i~ Sens membro.e::- em nlunero de seter eram eleitos polo povo devi
dn.ruente qualificado na posiçfÍo de elel.tor paroquial, para um mandato
ile doi~ ::inos .. Quanto U presidência~ cabia ao vereador muis votado.
131

,
Alem dos edis, havia o pessoal administrativoresponsável
pela execução dos serviço$ burocráticos. O quadro compunha-se de:· um
secretário, um ajudante de- secretátio, um procurador servindo de t~
aoureíro, seis fiscais e um porteiro. Os fiscâis atuavam na vila(2),
.
na Freguesia do Campo do Brito (1) e nos povoados de são Paulo (1) ,
de Pedra Mole (1) e do Alagadiço \1), Com relação aos vencimentos 25
A '
anuais dos funcionário ·s estavam na .dependenc1a da lei do orçamento '
municipal. Daí variavam de vila para vila.

Concordamos com Maria Sylvia de Carvalho ao afirmar que


os Órgãos mW1icipais estavam muito próximos da miséria completa. 26 A
A
camara e a municipalidade itabajanenses, sempre viveram sob completo
estado de pobreza, ,:;.devido à exigüidade de recursos dis:Í:>on:iveis. As
reccitas ig
provenientes das multas por infração de postur~s, dos
27
· postos~ do saldo do exercício findo arrecadado e por arrecadar e dos
auxílios prestados pela Provfncia, para obras públicas, mal davam PJ!
ra cobrir as despesas. A precariedade financeira fica estampada nas
(!ón~tantes reinvindicaçÕ.es dos camariStas .. Estas íam desde obras PJ!'
blicas que requeriam maiores recursos como.: const·rução de càsas para
a Sâmara, cadeia, Illercado, matadouro; aberturas· de estradas e açudes;
àdif'ioaçÕes de pontes até pequenos concertos e reparos da matriz,das
capelas doo:povoados e do 11
Tanque do Povo" ..

A Câmara e as sessões do jÚri eram sediadas em domici


. .
lios alugados e pagos pela Tesouraria da Provincia .. A casa para a e~
.
deia não sabemos quando foi construída .. Até 1868, 110s indivíduos
mais graves, mais perigosos, são retidos em troncos, visto que os
compartimentos da casa não
merecem segurança" 28 , segundo declar8çÕes
à N '
do presidente da Gamara Joao Jose de Coes.

tH::1 J.-ué!.;';:I '-!.lt6 ft,<Üri.iii pã.:-t..;. .J.a. c.;::;tru"tura urba.'1a. e:t'aJn cal
- -"--
l} é!.UctO
- --·-""'--
a. 1J!.1U..I..::..
-
V
-•-<-t-.-..:.-~
....... .Lª-''-'·'-''"",..•
,-, .-. ........ ..,...,...,..,,,.;-,..,.
_, l"'._."'" -o~ ~-.- ~
11
--
,::i,., ,...~p.:ft.11ln
~
I rl.. o.. 1.. A_.i ,,.: n2

1.191, prescrevia: "Nenhuma casa térrea ou sobrado se edificará ne.§.


ta vila e povoados ( ..... j sem que primeiro seja àaào o alinhamento pe
10 respectivo fiscal As calçadas da frente das ci:.isas tinham sete t
11
..

palmos de largura e as ruas doze met.ros. Por intermédio dos inventá-


rios, processo·rJ crimes e recibos de pagamente da décima urbana pod~
1
mos .::aber os nomes dos :principais logradouros 29 • No elenco de bens
,
arrolados deixados pelos inVtint.uPiudúsf e:oi-1.staiu; "üiiia caos. tcr·rca na
132

• salas de frente na Rua do Sol (550$000)"


de casas onde mora com tres
de Maria VictÓria da .Graç~; em 1852;. 11
uma morada de casa na vila na
Rua da VictÓria ( 220$000)" de Antônio ;José de Coes e Francisca de J!l
sus,. em 1864; "uma morada de casa de taipa e telha na RUa da Pedrei-
• cadeiras,. uma arca e um banco de cedro 11 , de
.r,g, tendo nela tres Ma
nuel da Silva MelP, 1868. No processo crime envolvendo um ex-al-ambi-

queira, natural de Portugal, Antonio Grizant acusado de haver rouba~
ao o proprietário do engenho Aroueiras, em Laranjeiras, João Battsta

Oliveira Ribeiro, le-se: 11
0 queixoso se achava nesta vila no dia
24/02/1859, às duas· horas na Rua Direita do Comércio, na loja do sr.
Gaspar Ferreira do I·loraes 11 • Finalmente, para termos uma idéia do pa
gamento da décima urbana temos um recibo passado pela exatoria à viÚ
, .
va do Ten. Gel. Jose Antonio de Carvalho Lima em. 11/08/1883, referen
te a um sobrado na Rua do Sol (8:E:640) e uma casa ns. Rua da Praça
(3t240).

"-
nu oapftulo Ida postura que ora trataw.os,
-
te que havia uma preocupaçao em promover e manter "alinhmnento, afor
moseamento das edificações e reedificações das casas, praças, ruas e
quintaes 11 e sobretudo asseio, segurança e defesa sanitária. EntretaQ
- ,
to, com recursos tao parcimoniosos, a pratica deveria estar bem lo.Q.
ge da teoria.

Em 1881, segundo estimativa de Pimenta.Bueno, o muni


31
cÍpio de Itabaiana possuía 40.000 habitantes., Calculamos que a gran-
de maioriE.. vivia nos povoados~ sítios, fazendas e engenhos. Essa mai
cria ~nr.i~1mente estratificada, devido a desigual distribuição da
terra compunha-se de um lado de senhores de engenho e fazendeiros e
do outro d.os escravos e dos "rnorado:rP.s'\, também chamados de agrega- 1
dos. In·Germediando estes dois grupos havia outros tipos sociais que
, __ ··"· 1 ••• ' '\ _,.-
englobavam. o~ pequenos e mecno s propr1.e1;ar1os \ SJ.1iJ.an 1ieBJ, al:"nmua "'!!
rios, trabalhadores assalariados e diaristas (joi:naleiros) ..

Apesar de a cidade dispor de um aparato poli tico:..admi-


nistrativo, de u.In comércio regular. e do outras prestações de servi-'
ços: nao conseguia minirriizar os efeitos catalizadores do Cllillpo .. Este
e, ~-nct~,
i - r0r PYr.Al P.nciH Dornina.nte ... Bcista perceber que quem fazia a '
polÍticn ou compunha os mem1Jros da C~no..ra, no decorrer da história
i~abctiUnt::nae, e:ra.w oz olswcntoc- criuncloc da aristocracie rHrtil, vi.t1-
cv.lados ao partido oons0rvado1~ entre eles, Manuel da Cunha de Hes-
32
133

quita, Gel.Antônio Carneiro de Meneses, Manuel Raimundo Tellcs de Me


neses, Tertuliano. Manuel -de Mesquita, etc. Destes, os dois r,Jesqui tas
permaneciam ativos por toé!.a 'década de oitenta.

A propósito, o jornal 11
0 ESPIÃOº, em 1883, num dos se-
us artigos dirigido aos deputados provinciais por haverem negado a
liberação de seis· contos de reis para libertação de dezesseis escra-
vos, fez uma crítica incisiva ao Tertuliano Manoel de Nesquitatl. '.'não
nos era estranho Srs. Depute.dos a ~orte de nosso 'requerimento quando
vimos ser deputados o decrepto Major Tertuliano, que pertence a uma
frunÍlia que matou uma infeliz escrava nos açoites, junjida a um pé 1

de Juazeiro, no si tio Porto, na villa de Ita?aiana!! 33

Ao votar contra o requerimento, Tertuliano Mesquita r.2


velou em termos gerais a mentalidade vigeµte entre muitos· proprietá-
rios sergipano~: a libertação dos esCravos desestruturava e causava'
a ruína da agricultura.

Quanto ao Manuel da Cunha Mesquita era uma pessoa não 1


grata aos itabaianenses .. Estes, em 1886, enviaram um longo requeri-'
menta ao Presidente da Provincia, expondo as arbitrariedades por ele
cometidas, ao tempo em que solici "tavam sua demissão do comando do
destacamento. R~latara.m que o mesmo comparecia a todas as eleições'
da vila e da ParÓ quia de Campo do Brito 11
( .... ) acompanhado de cap:?..n-
gas e soldados do destacamento como aconteceu na de 5 do corrGnte,on
de mais uma vez se revelou imprudente, violénto, arbitrário e despa-
,... , '
ta poi.s na.o so insultava como ameaçava aos eleitores liberais. ( ••• )
que não prende aos criminosos abundantes no municipio; aconselha o
povo ao nÕ.o pagar on i@postos e que por. tal motivo a câmara não faz'
prr~oarlfH)Õos; (.,,. .. ) tom.a. -arma e .facca dos a'esafetos e presênteia aos
seus runigos",(o grifo é do texto) ..
34

'
Em "verbetes historicos da Antiga Coinarca de .Itabaiana''
manuscrito inédito de Bebrão Sobrin.ho do ano de 1920 encontramos o
segúinte depoimento: ·!lo Dr .. ~Tosé Nartins },ontés na.da sofreu na rainha.
t:erra 1 pois (.,,.,..) como era· do partido conserva.dor., o que era bastan-

nhas fíesqui tas, o 13 meliantes cabeças dos. 1 ugubres grupos r cace tistas.,
t: '~und1;1i r celebres e omfnoso,1 nos fastos polÍ ticos~1..:i::i::.
a-' J
134

Não obstante serem de épocas diferentes, os depoimen-'


tos manifestam, com clareza, que os Mesquitas agiam na vida pÚblica'
como se estivessem nos seus· dooÍnioa rurais. Por conseguinte, répli-
cas e contestações nao eram admitidas a sua autoridade de proprietá-
rios de terras"

Não. apenas a política mas a maioria das funções admi-'


nistrativas eram exercidas por pessoas com outras funções principal~
mente ligadas as ativ~dades- agr{colas: delegados·procuradores, fiscª
is, solicitadores, coletores, ·inspetores de quarteirões regra geral,
eram lavradores. Sentimos que( •• ,) faJ.tava a atribuição .de um conte
. ,, - . . -
udo valorativo ao serviço publico, que fizes.se dele, alem de um meio
de subsistência, um modo de vida válido de:r se~
36

Afora as ocorrências politi.cas e as demarches eleitor_ã


is, a movimentação da vila somente era superada pelas feiras, solen1,
, ..
dades religiosas e festas natalin~s. Estas eram as unicas ocasioes'
em que todas as categorias sociais, inde1:iendente da 1·iliação partidi
ria, sexo. cor e credo religioso, afluíam de todos os recantos do mg
nicipio, marcando presença.

As feiras se realizavam _em quatro locais: aot~ sábados'


na vila e no povoado de S-.-Paulo e as sextas na freguesia de Campo do
Brito e nos povoados Pedra Mole e Olaria, também chamado_·:· por Olhos'
d 1 Agua doa Cavalos O local das feiras .na vila, era a praça do Mer-
37
cado., Comercializavam-se as mercadorias em botecos confeccionados
com varas e esteiras-. Assim se procedia por facilitarem a. tarefa de
desarmamento tão logo a feira fosse encerrada, no. final da tarde. A
, '
limpeza de toda a area utilizada ocorria no dia subsequente a vista'

__"'''
. .:, -
------=-
__ .:_
te -~· ·-,,.---
c:,,0,.....-7;,--,r,<:1 ... ...,_,.,..._..
_;
,_, .... ...,
centos réis {1$600rs), estipulado pela Câmara Todas as mercadorias
38
pagavam impostos ~ fossem i.raz.idao élli ba1~1•icas 1 q&rgas, sacos e ceg
39 A r • r
tos .. Os generos vendidos abrangiam desde o.s alimentos basicoa ·ate os
denominados miudezas. ou quinquilharias.. Carnes (frescas de boi ou 1
de vaca, seca., do sol, O.e -porco, de carneiro) mariscos (peixe, baca-
llu1u: cnrnngueijo), cereais (farinha, arroz, milho), açúcares, café,
, .
fumoB em rolo e 6m bcbiduo clcoolicas,
te cachaoa. e tnc:.balhoô de cGuro:.,,: flandrcs, ferro e latão ..
135

Saindo do âmbito da feira, havia o comércio permanente


compreendendo lojas de fâ~endas, joalherias (objetos de ouro e prata
estrangeiras é nacionais), f~bricas de charutos e cigarros, padarias
,. <
· bóti.cas de cosmoramas, de fogos de artificio, de bebidas, oficinas '
de artes mecânica·s e manuais •

.
Quanto as solenidades religiosas e as festas realiza-'
das anualmente, destacavam-se: Semanas Santas e o dia do padroeiro '
da Irmandade das Santas Almas, comemo·rado em 28 de setembro. As fes-
N

tas eram e sao aquelas ainda ij.oje comemoradas tradicionalmente: Na- 1


tal, Ann Bom e Reis. O carnaval tllljlbém se fazia presente desde 1877,
sendo porém proibido o "entrudo 11 •
40

Assim era a vila de Santo AntSnio e Almas de Itabaiana


quando ganhou foros de cidade pela resolução ·1331 de 28 de agosto de
1888.
136

NOTAS

1- Mapa estat.Ístico da poplllação livre de Sergipe por comarca, dif!


tritos de subdelegacia e quarteirões. Ano 1854, APES - Estat:fsti
ca.

2- BUESCO, Mircea· - Brasil: disparidades de renda no passado:súbsi-


Q.ios para o estudo dos problemas brasileiros. Rio de Janeiro
'
APEC, 1979, p.79. A propósito, consulte-se tam.béo: Francisco B~
lizá:rio de Souza. O sistema éleitoral no Império; com apêndice '
contendo a legislação eleitoral no perfodo de 1821-1889. Brasi
lic,, Senado Federal, 1979, p.187,

3- Seguntlo Francisco Belizário de Souza "a lei constitucional -


nao
podia definir em que consistia e como reconhecer-se a -renda li
quida de 200~000; as leis regulamentares nunca o fizeram 11 • op,
cit. p.26.

4- Confessamos que achamos dificuldade em considerar o estudante CQ.


mo um indivíduo sem profissão~ Naturalmente que esses incluídos'
nos censos eleitorais tinham idade superior a 21 anos. Em razao
-

disto, •
acreditamos que no periodo •
de ferias e mesmo nas horas vg
gas possu:f.am outras atividades· que justificavam sua participação
dentro do p~ocesso de produção econômica., Quaisquer que sejam os
argumentos apresentados, valem fundamentalmente a sua presença 1
na situação social e a nossa fidelidade aos dàcumentos pesquisa..:.:
dos.

5- CARDOSO, Ciro Flamarion S" et Alli - Os métodos da História, tr_ê:


du.9ão d.e João Naia 1 Rio de Janeiro, Ed. Graal, 1979f pp .. 371-373;
Apud Maria Lufza 1·1arcÍlio, La Ville de Bão Faulo; :i?euplew!::H ~ t: 1,,
:,_ ,.... ___ _
popu.lat1c~in, 1750-1850, Ruão, Un.i.·ve:..·&icl~à.t Ut: l\U.c>.V,

154.

6- CASTRO, Jeanne Berrance de - A Nil feia cidadã.: a Guarda lfa.Ciontl


.de 18'31 a 1050. são raulo, Ed., Nacional, Brasflia, INL, 1977,
p.113.

7- Sobre o numero de enr;enhos:

1854- Ofício da câmara áa: vila de Itabaiana àe 18/03/1854 &.O l'rQ


137

aidente da Província Inácio José Barbosa.

1875- Relaçã,;, dos engenhos de fazer açúcar situadqs no termo de I


tabaiana e se .acham trabalhando, G1 - 1311, APES.

1881- ~apa estatístico dos engenhos pertencentes·aos diversos muni


o~pios da Província de Sergipe - organizado pela Tesouraria'
Provincial em 17/10/1881.

8- A relação dos lavradores possuidores de máquina de descaroçar e


enfardar o algodão está inserida no capitulo III.

9- Antônio Carneiro de Meneses teve influência destacada na vila de


Itabaiana. Esteve envolvido diretamente nos conflitos políticos 1
de 5 de agosto de 1849 por ocasião das eleições para deputados ge
rais de Sergipe. Era membro do Partido Conservador e Tenente Cor~
nel da Guarda Nacional. Em 1866 e 1876 ocupou o cargo de Juiz M)!
,
' de ter
ale!!! i::drln nnr vA.r:ias VP.7.eS
- - - - ,:~
uresidente
À

da câmara Municipal. Todas estas informações foram obtidas a


tir de offcios expedidos pela C~ara da vila de Itabaiana
APES) e Atas das qualificações de votantes (T - APES). 3

10-Casimiro da Silva Melo foi Capitão da Guarda Nacional, vereador,


Juiz Hunicipal e dos 6rfãos, filiado ao partido conservador. A o:g
tenção das infondnçÕes foram levantadas a partir das fontes indi
cadas na nota 9 •.

11-Laranjeiras - Forúm Levindo Cruz (Cartório do lQ,ofÍcio); inventá


rio de José da Cunha Marques, março de J.866 (Ms}.

12-A relação dos fazendeiros qua.1.1ficaã.os encorüra-tie li&. !Jct:i:,t& :cef_!i


rente aos ANEXOS.

• em
13-Ara.caju (APES) Informação da Camara da vila de Itabainna
21/12/lSpl, Gl - 1303 (Hs).

14-Aracaju (APES) :'- Inventários de J·osé de Andrade Eoura (1844), J!!


ci.~tha fü:.. ria do Espírito S~Y!t.n (1.846) l_'l i,:R.nu_P.1 ila. Silva Melo
(1868), Acervo Sebrão Sobrinho, caixas 43 .e 52.
138


15-SOUZA, D. r-:arcos Antonio de op. cit. pp.22-23.

16-THETIS, Maria Nunes op, '.cit. p.413; Apud ofício do Conde da Pal
ma à muito Alta ·e Poderosa pessoa de Vossa Magestade D. João VI em
2 de agosto de 1820. Arquivo Nacional, Seção Histórica.

17-Colleção de Leis e Resoluções promulgadas pela Assembléia Provig


cial de Sergipe - Lei nQ 1275 de 10 de maio de 1883, p. 25 (BPES).

18-A inventariada Maria VictÓria da Graça, falecida em 27/03/1849,sem


testamento e cujo inventário foi realizado em 1852 constam os s~
guintes dados: inventariante foi seu esposo Tenente Gonçalo Pinto
Lobão; filhos - l - Dr. Alexandre Pinto Lcbão,
2·- Ten. Hanoel Pinto Lobão.
3 - Cap. Francisco Pinto Lobão.
4 Antonio Joaquim Pinto Lo bao
A -

5 Bento José Pinto Lobão


6 Benvindo José Pinto Lobão
7 Rita Máxima Loboo
8 Antônio Correia de Araújo Cedro casado com D..
Ignácia Francisca de Almeida Cedro
9 - Clemência .Naximina lobão e Andrade casada com
,
Agostinho Jose de Andrade
Além da família havia 4 escravos:
1 Ventura - angola - avaliada em 500$000 rs.
2 Marcos - mulato - avaliado em 400$000 rs, idade 16 anos
3 Feliciana angola - avaliada em 450$000 rs
4 Benedicta ewravinha peQuena avaliada em 120$000 rs •


Por sua vez~ do inventário judicial da imrentariaàa D, Vicencia de
S., ,fosé., em 1871~ ".:'0r:et2-r:i.~
lio da E'onseca: filhos - 1
2 - João José da Fonseca - casado
' Joaquim da. Ponr:;eca -
3 ..,. Jose cui'.Jado
4 José 'Cornélia da Fonseca casado
5 Maria Cândida da Fonseca solteira
6

Jllaria Vivencia da Fonseca - sol te ira
.E netos: 1 José Sutério de Carvalho

Maria Vi vencia
2
3 - cfcero de-Carvalho

5 E're.ncisco Filho
139

A família póssuía 3 escravos.


As informações acima constam do Acervo de Sebrão Sobrinho, parte
relativa aos inventáriÓs e testamentos - APES.

, ,
19-J'flATTOSO, Katia M. de Queiros ;... Testamentos de escravos libertos
na Bahia no século XIX, Centro· de Estudos Baianos, publicação da
UFBa, n2 85, pp.33-34.

20-MACHADO, Alcântara - Vida e Morte do Bandeirante, são Paulo, Li-


vraria Martins, p.67.

1
21-Todos os comentários acerca da qualidade de vida dos sitiantes
foram baseados nos dados colhidos nos seguintes inventários do
século XIX constantes do Acervo Sebrão Sobrinho (APES),
Ana Tereza de Jesus - 1807
Ana Maria de Vasconcello s - 1808
João Telles de Meneses 1810
João Carlos de Resende 1844
Rosa Maria Andrade - 1845
Jacinta Maria: do EspÍri to Santo 1846
,
Jose de Andrade J.loura - 1848
Catharina Moura - 1848
Igncz Maria de Góis - 1848
José Tavares d 1 Almeida - 1849
' .
Haria Victoria da Graça - 1852
- Antônio José de Goes - 1864
-.- Maria Dorotéia do Sacramento - 1864
- Joaquim Pereirn,de Almeida - 1866
- !lrurnel da Silva Melo - 1868
Maria Fru,~cisca de Almêida 1868

- Viv;ncia de
;:";;:, iY, 1 11,a Üfi "i.'n...i. - 186:"J
são Jose' - 1871
- Joa4uim Alves Teixeira~ 1835
}~ariCT José ,Pinheiro - 1886

22-LEAL, Victor Nunes - "Coronel ismo* enxada e voto: o munic{pio e o


rer;ime renrer,entnti vo no Brasil,, 3º ed., s. Paulo, A'lfr,-Omeca
,-. C.A
1976, !' .. _,...,.
140

24-NUNES, Maria Thétis - História de Sergipe, a partir de 1820. Rio


de Janeiro: cá~edra; Brasili~: INL, 1978, p.43.

25-0s vencimentos variavrun de uma cidade para outra, bem assim entre
as vilas. Exemplos:

Locais Secretário Próoürador Fiscal Porteiro

Capital 600$000 500ZOOO 600~000 500$000.


s. Cristóvão 240$000 240$000 200$000 BOf>OOO
Laranjeiras 500$000 300~000 200$000 250~000
Naro im 500$000 350$000 200$000 200$000
Prcpriá 500$000 400$000 3oocooo 20·0~000
Itabaiana 420tOOO 300$000 250$000 120~000

<
Esses dados foram extraidos da Lei nº 1203 de 13 de maio de 1881,
que orçava a despesa e fix~va a receita das Câmaras Municipais da
Província para o mesmo ano.

26-FRANCO, Maria SÍlvia de Carvalho - P~mens livres na ardera escravo


crata, 2Q ed., s. Paulo, Ed. Ática, 1976, p.117.

27-Lei nº 1203 de 13/05/1881, pp.150 e 151.

2&-InformaçÕes da Câmara da vila de Itabaiana em 23/03/1868, Cm 1 - 56


(I•ls) A!?ES.

29-Inventários, processos crime e recibos de. pagamento.·-.da a;cima u.r


bana existem no Arquivo fÚblico do Estado, no Acervo Sebrão Sobri
nho, totalmente catalogados e classificados ..

• %'< :r::: n11,n :i ~ i' !":R ,_ '


0~::n

sembléia LegislatiVa Provincial, Aracaju, Typ. do Jornal de Sergi


.

31- Relatório de Pimenta Bueno, op. cit. p.43.

32-A oposiç8.o, ou sejat o Par-tido Lib_eral, era representado por Ma


noel C.:::.op.11· de Melo !-le11eec~ (Engenho '!elho),
. '
Jose Antoni.:J d.e Cn_r
vulho Lima. (fo.zcnà.ciro pla!1tador de algodão), Joaquim Sosé de 01,i
veira ,,.,.,,.,,.,., ,-..,
M • •

' ..... ...,':l ...... ., ..... ,


,~ •
,.,,,.,,,.,,,..,
-- .... ----·u--·-
'>-
n<.>
~~
M.'>.
,.,..,,,,
··~---
r, . • • . . .<.
"...,,._....,.,,,~-·-
----------, '·'"''''
-
,... __ ,:.,_ __
,.,_.,,,
__ J.______
.
•••"--·•.:-!
._.,,,.,,,,,,,
---------·
141

de Carvalho Lima, Major Geminiano Rodrigues Dantas. Para maiores


detalhes consulte-se 11
Sarrtas Almas de Itabaia:ha Grande" de .Vladi
mir Souza Carvalho, Itabaiana, Edições "0 Serrano", 1973, pp.55-
56.

33-0 "Espião" - Jornal Literário, crítico e noticioso ·dirigido por


Aguilino de Souza Amaral, Ano 1, n2 16 de 15/04/1883. Arquivo do
Departainento. de História da UFS.

34-Requerimento d.os itabaianenses ao Presidente da Província de •


20/12/1886 SP 431 (Ms) APES.
1

35-Sebrão Sobrinho - Verbetes'chistÓricos da antiga comarca de Ita


baiana, (manuscrito inédito) redigido em Itabaiana em 20/05/1920
e·oferecido ao JuÍz de direito Manuel Armindo Cordeiro Guaraná.
O referido manuscrito nos foi gentilmente emprestado pelo prof.
Jorge Luís, atual diretor do Museu de Arte Sacra da cidade de L§:
ranjeiras.

36-FRANCO, Maria Sflvia de Carvalho - op. cit. p.125.

37-Resolução ne 1283 de 10/09/1883.

38-Parágrafo l do capitulo Ida Lei n2 1.191 de 06/05/1881, p.30 •


39-Lei nQ 1275 de 10/05/1883 - Aprova posturas da Gamara Municipal'
de Itabaiana, nela enconta.m-se discriminados os valores dos ifil
postos a serem coõrados sobre todos os gêneros vendidos nas feJ:,
rase todos os estabelecimentos comerciais. Coleção de Leis e R~
soluções, pp.24-28.

- •
40-.::ieguOUQ d 0Illl1ÇaQ
,_. • H i
2, .HP.
1 fiP
• ,.nr:::,,
' ', -::"I
• "D '
,,11::l.1"Q11E,
..:i-
'-'-'=
õõ --. ..,.,-. -
~n'"l l ~ ... o:;:
'l\i.-.-,.--.
J••-•"v•_•

cionário da LÍngua Portuguesa, Editora Nova Fronteira,. 1975, p.


541,. o ENTRUDO é um folguedo carnavalesco antigo 1 que consistia,'
em lançar uns aos outros água, farinha, tinta, etc.
A proibição do entrudo na vila de Itabaiana vinha desde 1877, a-
través da Resolução nQ 1069 de 1/05 do mes::no ano.
e oN eL u s o E s

. .
143

Objetivamente, resumimos as principais conclusões desse


trabalho.

Por razões mais econômicas e menos administrativas rea-


- de Sergipe, criando-se assim, laços
lizaram-se a conquista e ocupaçao
de depen~ência muito fortes entre eata Província e· a Bahia.

Em Sergipe, na fase col~nial, o gado ocupou a maior pa~


te do território, destinando-se inicialmente ao mercado interno baia-
no e posteriormente, século XVIII, ao mercado local como atividade a-
cessória dos engenhos de açúcar.

A ocupação da terra, a partir das diretrizes da poiíti-


ca p(?rtugueaa de colonização, se deu através da distribuição de sesmã
rias. Dentre as diversas doações efetuadas entre 1600 a 1602, inscre-
vem-se a_quelas que fundamentalmente seriam responsáveis pelo estabel~
cimento dos primeiros colonos e do arraial de "Santo Antonio~ em 1607

entre 1726 a 1800, a vila de Itabaiana já estava estabelecida desde '


1698.

Paralela, a distribuição de terras no século XVIII, via


sesmarias, assistimos à fragmentação das propriedades por venda e do-
ações. Por conseguinte, coexistiam dois processos diametralmente opog
tos: aglutinação e -retalho, das terraa. Nas propriedades maiores plan-
tavam-se canas e criavam-se gados. Nas propriedades menores (sitios)e
glebas pequenas (roças), cultivavam-se as lavouras de subsistência. A
~ , . . , . -
força de trabalho basica dos grandes propr1.etar1oa sao os escravos. 1

Deste priv_ilégio também gozaram alguns sitiantes. Os escravos chega-•


ram-lhes às mãos, através do pagamento de dÍ Yidas de heranç aa ou por'
-
doaçoes, em vida, dos inventariados.

Na.segunda metade do século XIX, a estrutura fundiária'


da vila de Itabaiana caracterizou-se essencialmente pelo fracionamen-
to represen~ada pelo predomínio dos sítios. Esse dado se projeta na '
vida econômica, que, apesar doa setores de produção voltados para o
mercado de exportação (açúcar e algodão) tem as lavouras de subsistên
eia como carro chefe.

Não obstante o poder e.quisitivo muittJ bt.ÜXO; em tP.rmos!


de rendimentos médios anuais- os si.tiantes constituiram uwa vaattt ca-
144

mada da sociedade itabaianense. Eram pessoas juridicamente livres teg


do não só o direito de posaUir propriedades como também o direito ao
exerc!cio político. Até certo ponto, ocuparam uma ~osição de equilÍ-'
brio entre os detentores d.o poder polÍtico-econÔmico e as demais cat~
gerias sociais.

Numericamente e tão somente neste aspecto as demais ca-


tegorias da população sobrepunham-se aos senhores de engenhos, fazen-
deiros, lavradores e criadores; sitiantes, profissionais liberais e
trabalhadores assalariados. No maia, viviam de trabalhos esporádicos'
-
e entregues a ociosidade.

Apesar das condições geográficas, topográficas e clima-


tolÓgicae pouco favoráveis, a vila de Itabaiana desempenhou um papel'
atiyo dentro do contexto econômico da Província de Sergipe, no século
XIX. Faltou-lhe, sobremodo, apoio e atendimento as suas reivindica-'
çÕes, dentre elas, uma principal: "estradas". Isto contribuiu para : 1

nio concorrer em pé de igualdade com as vilas de-Estancia, Larangei--'
,
ras, Maroim e Propria.

Assim atingiu o ano de 1888 em níveis quase semelhantes


aos de 1850: sociedade predominantemente agrícola, estratrificada e
pobre.
BI1JLIOGRAFIA
146

BIBLIOGRAFIA

ARQUIVOS E BIBLIOTECAS P!UNCIPAIS

Arquivo PÚblico do Estado de Sergipe


Arquivo do "Fo rum Deodato Naia" Maruim
Arquivo do "Forum Levindo Cruz" - Laranjeiras
Arquivo do Departamento de Filosofia e História UFS
Biblioteca PÚblica do Estado de Sergipe
Biblioteca do Campus Universitário - UFS
Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe

FONTES SECUNDÁRIAS

, ,
ALMEIDA, Maria da Gloria s. de - Nota previa sobfe a propriedade '
canavieira em Serpipe, séculõ XIX. In, Anais do VIJIQ Simpósio '
Nacional dos Professores Universit_ários de História, vol. II, s.
Paulo, 1976.

ANDRADE, Manuel Correia de - A terra e o homem· no nordeste,. 2º ea.


S. Paulo, Editora Brasiliense, 1964.

BUESCU, Mircea - Brasil: disparidades de renda no passado: suba!-


dios para o estudo dos prohlemas brasileiros, Rio de Janeiro
APEC, 1979.
'

, • <
CALDAS, Jose Antonio de - Noticia Geral de toda esta Capitania da
Bahia desde o seu,descobrimento até o presente ano ae 1759, Re-
vista do I.H.G.Ba.

,
A}ice P, - A, r:.r~nr!-A "Pmnri P.dRdA Rural. In Holanda,. Ser-
gio Buarque: de
.
História Geral da Civilização Brasileira,
Tomo 1, vol. 2, S. Paulo, Dif'el, 1962.

CARDOSO, Ciro Fl~~arion S. et Alli - Os métodos da histÓrig, trad~


ção de João Maia, Rio de Janeiro, Ed .. Graal, 1979 •.

CAHVALHO, Pe .. João de Mattos Freire de - .Annf-::iolis .. Aracaju, Est.


Graphico F. Sa1:1paio, 1922~
147

CASTRO, Jeanne Berrance de - A mil{cia cid2.dã: a Guarde_ Nacional 1

de 1831 a 1850; S. Paulo, Ed. Nacional, Brasília, INL, 1977.

Comissão Estadual de Planejamento Agrfcola - O algodão em Sergipe.


Apogeu e Crise - Relato Histórico (1590-1975), Aracaju, 1978.

DINIZ, Diana Marial de Faro - Nota sobre a história dq 2lgod20- em


Sergip§.. In, Revista do Institi.to Histórico e Geográfico de
27, Aracaju, 1965 - 1978.

Estrutura Agrária e Produção de Subsistência na Agricultura Brasi-


lEJ:ira/ Coordenador José F. Graziano da Silva, s. Paulo:. Huci tec,
1978.

FRANCO, Maria S{lvia de Carvalho - Homens livres na ordem escravo-


crata, 22 ed., s. Paulo, Ed. Ática, 1976.

FREIRE~ Felisbelo - História de Sergipe, 2º ed., PetropÓlis, Edit~


ra Vozes, 1977.

FURTADO, Celso - Formação econÔmica do Brasil, 16º ed., s. Paulo ,


Ed. Nacional, 1977.

NUNES, Maria Thétis - A ocupação territorial da vila de Itabaiana:


a disputa entre lavradores e criadores. ln, Anais do VIIIQ SimPQ.
sio Nacional dos Professores de História, vol. II, s. Paulo,1976.

História de Sergipe,- (a partir de 1820), Rio de Janeiro: cátedra,


Brasília: INL, 1978 •

.PASSOS SUBRI!IHO, Josué 1,odesto - História eçongm,ica, d<,_Serg,toe


(1850-1930); Campinas, 1983 (-mimeografa.d.o). Tese Mestrado, J)(?p~
Economia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, UIUCAl·lP.

SALOMÃO, Lil ian da Fonseca - As sesmarias de Sergipe d' El -Rey,_ Rio


de Janeiro, UFRJ, IFC!l, 1981. (Mimeografado) Tese !-!estrado, Dep.
de História.

SANTOS~ Aldecj. F:i.cueired.o, · et P.lli - O Processo de minifundiz,ru;;,ã9=


do mtmic{pio dü Itfl.h:éd:a.naf Cadernos S'ergipanos de Geografia, n2
148

SEBRÍ\O SOBRINHO - Fragmentos da História de Sergipe, Aracaju,Livr_!!


ria Regina, 1972.

Verbetes Históricos da Antiga Comarca de Itabaiana, (inédito), Ita


baiana, 20/05/1920,

SOUZA, Francisco Belil3ário Soares .de - Q sistema eleitoral no Impé


,rio, com apêndice contendo a legislação eleitoral no perfodo de
1821-1889. Brasília, Senado Federal, 1979.

. ,
SOUZA, Marcos Antonio de - Memoria sobre a Capitania de Sergipe
,
{sua fundação, j,opulação 2 procductos e melhoramentos de que e ca-
.ll.êli• In Revista de Aracaju, Ano I, n2 1, 1943.

TAVARES, Heitor Arlie - O algodão em Sergipe, ~:inistério da Agri-



cultura. Serviço de Plantas Texteis, s/d •

GORENnRR; ,Tf10oh -

CTP.neR.e e dP.RP.nvolvimento do Canitalism0 brasilei
ro. In Trabe.lhadoi'es, Sindicatos e PolÍ,tica, Coleção Culiura e
Polf tica, CEDEc; Global, s. Paulo, s/d.

IVO DO PRADO - A Capitania de Sergipe e suas ouvidorias, Memória '


sobre questões de limites, Rio de Janeiro, Papelaria Brasil,1919.

LEAL, Victor Nunes - Coronelismo 8 Enxada e Voto; o municlpio e o


regime representativo no Brasil, 32 ed., s. Paulo, Alfa-Omega
'1976.
'

LIMA JÚNIOR, FRANCISCO DE CARVALHO Monografia histórica do muni


cJp_io de .l.~abe.ianac ln, Revista do Instituto Histórico e Geográ=
:fico ãe Sergipe, iü10 II, vol. II, l914.

A propósito da mensagem presidmcial do General Valladão, Typ. do


Diário da Marihã 11
, 1915.

MACHADO, Alcântara Vida e Morte do Bandeirante, S. ·Paulo, Livra-


ria Martins, 1965 •

. MAT1'0Sú, Kátia M. de Queirós Testame.:i. tos- àe escravos libert:os nn


Bahie no ~;;<m1o XIX: Centro de es·Ludos baianos, UPBa, nQ 85.
149

VILHENA, Luis dos Salitoa - A Bahia no século XVIII, Salvador, Cd.


Itapuã.

VIOTTI DA COSTA, Emília - Da Monarquia à RepÚblica:momentos-decisi


vos, S. Paulo, Editora GrijaJ.bo, 1977.

VASCONCELLOS, Maristh~r Vioura, et Alli - Arrolamento de Documentos


eobre Registro de Propriedade Territorial. In, Anais do VIIIQ
Simpósio da_AllPUH, s. Paulo, Coleção da Revista de História.

'

.•

A N E X O- 3
AflEXO l
Relação dos fazendeiros com rendas anuais entre 800 e 600 mil réis

N2 NOME .RENDA IDADE EST. CIVIL

l- Manuel Joaquim Barreto 800$000 41 casado


2- Joaquim do Prado Lei te 700$000 38 ti

3- João.José de Paes 650$000 54 •


4- Eduardo Antônio de Souza • 36 "
n 49 "
5- Antônio de Oliveira Plumas
6- Francisco Antônio de Carvalho Lima 600$000 39 •
7- Firmino José de Fraga n 30 solteiro
8- José Guilherme da Fonseca Muniz • 29· casado·
9- Marcos José Ximandes • 67 11

10- Manuel Caetano de Mendonça n 56 n

11- Antônio Alves Bonfim u 42 •


12- Francisco Pereira de Araújo u 58 •
13- Antônio Nunes de Vasconcelos " 52 "
14- Francisco I1Ianuel d~ Anàraci!'j •
15- Francisco Procópio de Oliveira • 39 "
u 53 •
16- Gabriel Tavares do Couto
17- Victor Manuel de A?ldrade • 64 "
18- Manuel Francisco do Amaral • 48 "
19- Fabiano José ·de Melo n 54 •
20- José dos Santos Lima " 69 "
21- Alexandre José Barbosa • 52 "
a 48 n
22- Manuel de Deus.de Santa Ana
23- Antônio Joaquim de Souza " 37 "
24- Manuel Raimundo Barreto • t\1
,- •
25- Manuel de Jesus Barreto • 40 •
26- José Félix Barreto • •
27- Zacarias Mártiro de Farias " 51 •
28- GrigÓrio Frique do Prado " 58 •
29- Boaventura Pereira de Andrade • 34 n

Fontes dos dados brutos: Lista de Qualificação de Eleitores de 1874


Livro de Registros de Terras de 1856 - 1859
ANEXO 2
l!UNICfPIO DE ITABAIANA
Relação dos engenhos de fabricar asaucar com a designação do motor
de cada um

NQ NOHES DOS Et;GE!THOS MOTORES FOGOS


,
1 Varzea do Gama••••••••••••• Animaes Activo
,
2 s. Jose•••••••••••••••••••• " "
'.3 Boa Sorte•••••••••••••••••• " "
4 Limoeiro ••••••••••••••••••• " "
5 Santo /m t· . ••••••••••••••
onio Vapor n

6 Tijuco ••••••••••••••••••••• Anima~s "


7 Cajueiros.~•••••••••••••••• " "
8 Fazendinha••••••••••••••••• " .
"
9 Quizongo••••••••••••••••••• . "
10 s.,Gónçalo ••••••••••••••••• " "
11 Varzea do Gama••••••••••••• " "
12 Matipuau ••••••••••••••• •• •• . .
r.

13 Olhos d''
agua.•••••••••••••• " "
Fonte:· Relatório de Francisco Pimenta Bueno sobre o projeto de Estr_ê:
das de Ferro para Sergipe, 1881.

' ..
ANEXO J
MUNICÍPIO DE ITABAIANA
Relação das fazendas que cultivam o algodão com a designaç ão do motor
çle cada uma

NOMES DAS FAZENDAS MOTORES


1 s, Paulo •••••••• •••••••• •••••••• •••• Vapor
2 s. Paulo ........ ........ .... ; •••••••• Braços
j s. Paulo ••••••• ., •••••••• ••• ~ •••••••• Vapor
4 Serras Pretas• •••••••• •••••••• •••••• Braços
5 Serras Pretas •••••••• •••••••• ••••••• •
6 Serras Pretas •••••••• •••••••• • ~····• "
7 Serras Pretas •••••••• •••••••• •••••• ; •
8 serras Pretas •••••••• •••••• ~ •••••••• n

9 Serras Pretas •••••••• •••••••• ••••••• •


10 Canaffs tula •••••••• •••••••• •••••••• • Vapor
11 Vale Grande., .; •••• ,•••• ••• •••• ••• •••
"
12 Várzea do Gama •••••••• •••••••• ~····· "
.... .. .
Mú~~ª• •••••••• •••••••• •••••••• •••••• n

14 ~Toi ta •••••• -: •••••••• •••••••• ••••••• ·• n

15 Pias •••••••• •••••••• •••••••• ••••••••


"
,
16 Murung u••••••• •••••••• •••••••• •••••• n
,
17 Murungu •••.• •••••••• •••••••• •••••••• •
"
18 Murung' Braços
u••••••• •••••••• •••••••• ••••••
19 Salgado •••••••• •••••••• •••••••• ••••• "
20 Salgad o••••••• •••••••• •••••••• •••••• Vapor
21 Manop la•••••• •••••••• •••••••• ••••••• "
22 Taquar y••••••• •••••••• •••••••• •••••• Braços
2j Bemfei ta •••••••• ••.••••• •••••• • •••••• n

24 ]emfeit a••••••• •••••••• •••••••• ••••• :Vapor


25 vertente •••••••• •••••••• •••••••• ••• n

26 "
27 Espeto.s •••••••• •••••••• •••••••• •••• "
28 Espetos ••.• •••••••• •••••••• •••• ., •••• Braços
29 Onça•• •••••••• •••••••• •••••••• ••••• •
jO Onça •••••••• •••• • ••••• • • • • ••• • • • • • • "
31 Onça •••••••• ••••••.• ••• • • • • • • • • • • • • .. "
32 serrote ••••.• ....................... "
Gibci~ •••••••• •••••••• ••••••• i ••••• 1 n

34 Giboia• •••••••• •••••••• •••••••• ••••jj •


35
.
R1acnao . ~
••••• •• •• ••• •••••• , •••••• 1 • &
n
1
36 Ri a chão •••••••• •••••••• •••••••• •••• J Vanor i
37 Cal um by ••••••••••••••••••••••••••••• Braços
38 Candeias •••••••••••• ~••••••••••••••• •
39 Alagadiços ••••••••• ·• •••••••••••••••• •
40 Alagadiços.·•••••••••• •••.••.••••• ••• •
41 Pé do Veado••••••••••••••••••••••••• •
42 Caraíbas •••••••••••••••••••••••••••• •
43 Grota Funda ••••••••••••••••••••••••• •
44 Grota Funda••••••••••••••••••••••••• •
45 Grota Funda •••••••••••••••••• ; •••••• •
46 Serra Grande•••••••••••••••••••••••• •
47 F'lexas •••••••••••••••••••••••••••••• •
48 Santa Cruz•••••••••••••••••••••••••• "
49 Santa Cruz ••••••••••••••••••••••••• ; •
50 Pedras Mollos ••••••••••••••••••••••• Vapor
51' Pedras Mollos ••••••••••••••••••••••• •
52 Pedras Mollos ••••••••••••••••••••••• Braços
53 Rojas., ........................ ,.,.,. "
54 Jacoca •••••••••••••••••••••••••••••• •
55 Junco •••••••••••••• • ••• • , • • • • • • • •-• • • Vapor
56 Junco ••••••••••• , •••••••••••• •.• •• •.• •
57 Junco ••••••••••••••••••••••••••••••• •
Fonte: Relatório 4e Francisco Pimenta Bueno sobre o projeto de Bstr~
das de Ferro para Sergipe, em 1881,
' , .

Você também pode gostar