Você está na página 1de 39

INPI

(11) PI 0705370-3 B1 *BRPI0705370B1*

(22) Data do Depósito: 10/12/2007


República Federativa do Brasil (45) Data de Concessão: 24/12/2019
Ministério da Economia
Instituto Nacional da Propriedade Industrial

(54) Título: PROCESSO DE OBTENÇÃO DE UMA PREPARAÇÃO FARMACÊUTICA, PREPARAÇÃO FARMACÊUTICA E SEU
USO COMO MEDICAMENTO PARA LESÕES ULCERADAS

(51) Int.Cl.: A61K 38/28; A61P 17/02.

(73) Titular(es): UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP.

(72) Inventor(es): MARIA HELENA DE MELO LIMA; MARIO JOSÉ ABDALLA SAAD.

(57) Resumo: PROCESSO DE OBTENÇÃO DE UMA PREPARAÇÃO FARMACÊUTICA, PREPARAÇÃO FARMACÊUTICA E


SEU USO COMO MEDICAMENTO PARA LESOES ULCERADAS. A presente invenção refere-se a um processo de obtenção de
uma preparação farmacêutica, compreendendo basicamente a diluição de uma substância ativa em um veículo
farmaceuticamente aceitável. A referida composição é utilizada como um medicamento de uso tópico para ser aplicado em lesões
ulceradas em indivíduos normais ou em individuos portadores de diabetes mellitus.
1/27

Relatório descritivo da patente de Invenção para


“PROCESSO DE OBTENÇÃO DE UMA PREPARAÇÃO
FARMACÊUTICA, PREPARAÇÃO FARMACÊUTICA E
SEU USO COMO MEDICAMENTO PARA LESÕES
5 ULCERADAS”
CAMPO DA INVENÇÃO
A presente invenção refere-se a um processo de
obtenção de uma preparação farmacêutica, a qual é utilizada
como um medicamento para ser aplicado em lesões ulceradas em
10 indivíduos normais ou em indivíduos portadores de diabetes
mellitus. Adicionalmente, a presente invenção refere-se ao uso da
referida preparação como um medicamento de uso tópico em
lesões ulceradas.
TÉCNICAS RELACIONADAS:
15 O diabetes é uma doença conhecida desde a
antiguidade, onde era caracterizada como um distúrbio com
quantidade excessiva de açúcar na urina. Dados estatísticos
encontrados na literatura indicam que atualmente existem mais de
5 milhões de brasileiros portadores de diabetes, e as expectativas
20 são de que possa existir cerca de 11 milhões de diabéticos para
2025, o que representa um aumento de 100% em relação aos
números atuais. (International Diabetes Federation, 2002).
O diabetes melitus (DM) é um distúrbio no
metabolismo dos carboidratos, das gorduras e proteínas, capaz de
25 ocasionar a hiperglicemia uma vez que há insuficiência insulínica
devido a uma falha das células- do pâncreas, ou ainda resistência

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 9/39


2/27

à ação deste hormônio. A glicose plasmática elevada predispõe às


complicações crônicas envolvendo vários tecidos.
Uma das complicações mais freqüentes e
potencialmente grave ocasionadas pelo DM é a cicatrização
5 tecidual indolente das lesões ulcerativas as quais podem sofrer um
grande processo inflamatório devido à facilidade de infecções.
Aproximadamente 15% de todos os pacientes com diabetes terão,
em algum momento, feridas de difícil cicatrização, a despeito de
tratamento insulínico e meticuloso controle dietético.
10 Diferentes mecanismos patogênicos têm sido
sugeridos como envolvidos no desenvolvimento das complicações
dérmicas do diabetes, incluindo a microangiopatia,
envelhecimento prematuro dos fibroblastos da pele, processos
imune-mediados, mudanças estruturais e funcionais na membrana
15 basal.
Entretanto, uma das lesões ulcerativas mais
preocupantes refere-se às lesões ocorridas nos membros
inferiores, as quais podem levar a amputação do membro. É ainda
estimado que cerca de 10 a 25% dos pacientes com diabetes
20 mellitus, em algum momento crítico da doença desenvolvam
lesões nos membros inferiores.
Os fatores de risco que ocasionam o
desenvolvimento das úlceras diabéticas são o controle metabólico
inadequado; doença vascular periférica; neuropatia; deformações
25 ortopédicas; infecções; traumatismos dentre outras.

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 10/39


3/27

Os locais julgados como de maior risco para o


aparecimento das lesões são, os dedos, os sulcos interdigitais, a
região distal e a região medial dos pés.
Uma vez detectada à lesão, esta deve ser
5 avaliada e o tratamento tópico instituído. Uma reavaliação
contínua da lesão se faz necessária para que se possa melhor
monitorar a eficiência das estratégias de tratamento e acompanhar
a evolução do tratamento.
Para que a cicatrização seja viável, devemos
10 levar em consideração irrigação vascular adequada no local,
equilíbrio microbiano da ferida, redução da pressão das áreas
adjacentes; além do controle glicêmico e distúrbios sistêmicos,
que também interferem no processo de cicatrização.
Para o tratamento das lesões ulceradas,
15 principalmente das lesões que além dos sinais locais, apresentam
sinais associados de infecção (osteomielite, celulite, septicemia),
os antibióticos sistêmicos são os mais indicados.
Sabe-se ainda que o diabetes ocasiona uma
diminuição na expressão tecidual de fatores de crescimento, e que
20 como tratamento o uso tópico destes fatores podem melhorar a
cicatrização.
A insulina é um hormônio produzido no
pâncreas pelas células-, responsável pela regulação dos níveis de
açúcar no sangue, é liberada pelo pâncreas de maneira
25 proporcional à quantidade de glicose no sangue.

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 11/39


4/27

Entretanto, quando um indivíduo é acometido


pelo diabetes, a secreção da insulina pelo pâncreas não ocorre na
proporção adequada para a manutenção dos níveis sanguíneos
normais de glicose, este fato ocasiona um acúmulo de glicose no
5 sangue.
A insulina se aplicada diretamente sobre a lesão,
apresenta papel fundamental na cura de ferimentos, de modo a
promover uma melhor cicatrização. A literatura mostra que este
hormônio estimula a incorporação de [3H]thymidine em
10 fibroblastos de pele.
A insulina de forma intensa e específica,
estimula a síntese de colágeno em fibroblastos da pele, devido à
proliferação dos queratinócitos possibilitando a migração dos
referidos queratinócitos para a região lesionada, uma vez que os
15 queratinócitos constituem as últimas células da epiderme a sofrer
a regeneração. A insulina atua na sinalização celular por meio de
cinases (especificamente PI3K e Akt) e também por meio de uma
da proteína SREBP que se liga ao DNA regulando a produção de
colesterol e afins
20 A insulina é um hormônio anabólico com
poderosos efeitos metabólicos e de promoção de crescimento. Os
efeitos metabólicos são observados na regulação da homeostase
da glicose, predominantemente em tecidos hepático e periférico
(músculo e gordura). Apresentam ainda, ação integrada no
25 metabolismo dos carboidratos, proteínas e lípides.

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 12/39


5/27

Os efeitos do crescimento e diferenciação


celular ocorrem devido à modificação da atividade de uma
variedade de enzimas (cinases) e sistemas de transporte protéico,
levando à estimulação na síntese de RNA e DNA, estímulo à
5 síntese e inibição da degradação de proteínas.
Atualmente, os ferimentos crônicos ou que
demoram a curar causam sérios problemas nos sistemas de saúde
de uma maneira geral, devido ao processo prolongado de seu
tratamento, que representa maior custo econômico.
10 Dessa forma, buscando minimizar os problemas
causados pelas desordens causadas pelo diabetes, diversos
documentos relacionados na técnica revelam preparações
farmacêuticas, assim como seus respectivos processos de
produção e métodos para tratamento que venham a acelerar o
15 processo de cicatrização.
O documento US2002131994 descreve uma
composição química compreendendo uma substância ativa, tal
como a insulina, um biopolímero, pelo menos uma erva natural,
produtos vegetais, animais e solvente. A substância ativa da
20
composição é liberada de modo transdérmico sem causar a
irritação da pele.
O documento US2002119914 descreve uma
composição farmacêutica utilizada para aplicação tópica na pele,
couro cabeludo ou cabelo, para tratar ou prevenir pústulas
25
causadas pela diabete, coceiras, doenças nervosas, desordens
dérmicas com defectiva descamação como ictiose, psoriase, acne

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 13/39


6/27

ou caspa. A referida composição compreende insulina,


selecionada dentre a sintética, recombinante, humana ou animal;
ou pancreatina.
Encontra-se revelado no
5
documento WO200209639 uma composição farmacêutica para
induzir ou acelerar a cura da pele, tal como de uma úlcera
diabética, laceração ou incisão cirúrgica pela administração de um
agente ativo e estimulador tal como a insulina, que acelera a
produção e/ou ativação de proteínas cinases.
10
O documento EP280460 refere-se a uma
composição farmacêutica tópica contendo insulina como fator de
crescimento para acelerar e melhorar a qualidade curativa, um
veículo para administração tópica tal como ungüento, um creme
ou gel .
15
Um tratamento tópico para neuropatias do
diabetes, por meio da administração de uma composição
compreendendo insulina em diluente tópico ou um veículo para
atingir a área da pele, é revelado no documento EP808170.
Já é revelado no documento WO9611705 uma
20
formulação contendo proteínas ou polipeptideos ativos para
administração transdermica especificamente para uso no
tratamento do diabetes com insulina.
Uma proteção curativa efetiva para os
ferimentos causados pelos diabetes são amplamente discutidos na
25
técnica, entretanto, nota-se que as composições reveladas, são

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 14/39


7/27

complexas, compreendendo diversas substâncias excipientes em


sua formulação, onerando demasiadamente o tratamento.
Entretanto, nenhum documento descreve o uso
de insulina regular humana associado a uma composição
5
específica do creme para diluição, objetivando o tratamento de
lesões ulceradas de diabéticos e não diabéticos, que tenham
restaurado as proteínas da via de sinalização de insulina (ir, irs-1,
irs-2, shc, mapk e akt) na ferida cicatricial.
No intuito de prover a técnica de formulações
10
mais simples, menos onerosas e capazes de aceleração o processo
cicatricial de forma eficiente, a presente concretização revela uma
preparação farmacêutica que atenda as necessidades ainda hoje
existentes na técnica.
SUMÁRIO DA INVENÇÃO
15 A presente invenção refere-se a um processo de
obtenção de uma preparação farmacêutica, compreendendo
basicamente a diluição da insulina humana em um veículo
farmaceuticamente aceitável. A referida composição é utilizada
como um medicamento para ser aplicado em lesões ulceradas em
20 indivíduos normais ou em indivíduos portadores de diabetes
mellitus. A referida preparação farmacêutica é provida de
propriedades próprias que conferem ao referido medicamento a
capacidade de acelerar o processo cicatricial, especificamente em
indivíduos portadores de diabetes mellitus. Adicionalmente, a
25 presente invenção refere-se a uma forma de aplicação do
medicamento sobre as lesões ulceradas.

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 15/39


8/27

BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS


A Figura 1 mostra graficamente a avaliação da
cicatrização das lesões dos animais testados referente aos dias de
tratamento.
5 A Figura 2A mostra a lesão no dia 0 de
tratamento com veiculo/STZ.
A Figura 2B mostra a lesão no 4º dia de
tratamento com veiculo/STZ.
A Figura 2C mostra a lesão no 9º dia de
10 tratamento com veiculo/STZ.
A Figura 2D mostra a lesão no dia 0 de
tratamento com Ins/STZ.
A Figura 2E mostra a lesão no 4º dia de
tratamento com Ins/STZ.
15 A Figura 2F mostra a lesão no 9º dia de
tratamento com Ins/STZ.
A Figura 2G mostra a lesão no dia 0 de
tratamento com a preparação farmacêutica da presente
concretização.
20 A Figura 2H mostra a lesão no 4º dia de
tratamento com a preparação farmacêutica da presente
concretização.
A Figura 2I mostra a lesão no 9º dia de
tratamento com a preparação farmacêutica da presente
25 concretização.

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 16/39


9/27

A Figura 3 mostra os fragmentos da pele com


coloração para imunohistoquímica de fragmentos da pele para
animais diabéticos tratados com o veículo (veículo/STZ).
A Figura 4 mostra os fragmentos da pele com
5 coloração para imunohistoquímica de fragmentos da pele para
animais diabéticos tratados com o insulina (Ins/STZ).
A Figura 5A mostra o resultado da lâmina de
imunoperoxidase realizada em fragmentos da pele de animais
diabéticos utilizando anticorpo anti-IR.

10 A Figura 5B mostra o resultado da lâmina de


imunoperoxidase realizada em fragmentos da pele de animais
diabéticos utilizando anticorpo anti-IRS-1.

A Figura 5C mostra o resultado da lâmina de


imunoperoxidase realizada em fragmentos da pele de animais
15 diabéticos utilizando anticorpo anti-IRS-2.

A Figura 5D mostra o resultado da lâmina de


imunoperoxidase realizada em fragmentos da pele de animais
diabéticos utilizando anticorpo anti-SHC.

A Figura 5E mostra o resultado da lâmina de


20 imunoperoxidase realizada em fragmentos da pele de animais
diabéticos utilizando anticorpo anti-Akt.

A Figura 5F mostra o resultado da lâmina de


imunoperoxidase realizada em fragmentos da pele de animais
diabéticos utilizando anticorpo anti- ERK-1.

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 17/39


10/27

A Figura 5G mostra o resultado da lâmina de


imunoperoxidase realizada em fragmentos da pele de animais
diabéticos utilizando anticorpo anti- ERK-2.

A Figura 6A mostra o resultado da lâmina de


5 imunoperoxidase realizada em fragmentos da pele de animais
diabéticos utilizando anticorpo anti-IR.

A Figura 6B mostra o resultado da lâmina de


imunoperoxidase realizada em fragmentos da pele de animais
diabéticos utilizando anticorpo anti-IRS-1.

10 A Figura 6C mostra o resultado da lâmina de


imunoperoxidase realizada em fragmentos da pele de animais
diabéticos utilizando anticorpo anti-IRS-2.

A Figura 6D mostra o resultado da lâmina de


imunoperoxidase realizada em fragmentos da pele de animais
15 diabéticos utilizando anticorpo anti-SHC.

A Figura 6E mostra o resultado da lâmina de


imunoperoxidase realizada em fragmentos da pele de animais
diabéticos utilizando anticorpo anti-Akt.

A Figura 6F mostra o resultado da lâmina de


20 imunoperoxidase realizada em fragmentos da pele de animais
diabéticos utilizando anticorpo anti-ERK-1.

A Figura 6G mostra o resultado da lâmina de


imunoperoxidase realizada em fragmentos da pele de animais
diabéticos utilizando anticorpo anti-ERK-2.

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 18/39


11/27

DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO
A presente invenção refere-se a um processo de
obtenção de uma preparação farmacêutica, a qual é utilizada
como um medicamento para ser aplicado em lesões ulceradas em
5 indivíduos normais ou em indivíduos portadores de diabetes
mellitus.
A referida preparação farmacêutica é provida de
propriedades próprias que conferem ao referido medicamento a
capacidade de acelerar o processo cicatricial, especificamente em
10 indivíduos portadores de diabetes mellitus.

O processo de obtenção da preparação


farmacêutica ora revelado na presente concretização, compreende
basicamente a diluição de um agente ativo em um veículo
farmaceuticamente aceitável, que possa contemplar um
15 medicamento de uso tópico.

Para a presente concretização, o agente ativo


utilizado foi o hormônio insulina, o qual pode ser selecionado
dentre a insulina humana, bovina, suína, novos análogos de
insulina, tais como a lispro e aspart, ou ainda qualquer outro tipo
20 de insulina animal. Preferencialmente, para a presente
concretização foi utilizada a insulina regular humana.

O veículo farmacêutico ora utilizado é


selecionado dentre as composições químicas utilizadas para
produzir bases cremosas ou loções cremosas, preferencialmente
25 bases auto-emulsionantes.

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 19/39


12/27

Para a presente concretização, a composição


química selecionada para ser utilizada como veículo farmacêutico
compreende a combinação de:

1- cerca de 5 a 8% de álcool cetoestearilico

5 2- cerca de 1 a 3% de Vaselina líquida;

3- Cerca de 3 a 6% de Cetiol 868 (estearato de


octila);

4- Cerca de 0,05% de Propilparabeno;

5- Cerca de 1,5 a 3% de Natrozol (hidroxietil


10 celulose) (gel);

6- Cerca de 3 a 6% de Propilenoglicol

7- Cerca de 0,15% de Metilparabeno;

8 - Cerca de 0,1% de EDTA (conservante);

9- Cerca de 0,2% de Imidazolidinilureia ; e10-


15 cerca de 4 a 6% de paramul (mistura de álcool cetoestearílico
(70%) e seu derivado etoxilado (30%))

11- Água destilada qsp

O álcool cetoestearilico utilizado na presente


concretização estava sob a forma de Lannete N. A água é
20 adicionada para completar o volume final desejado. Para a
presente concretização o volume desejado era de cerca de 100 grs.

Adicionalmente, a referida composição química


é utilizada para produção de um creme hidrossolúvel, não-iônico,

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 20/39


13/27

não oleoso, lavável e provido de propriedades umectantes, no qual


podem ser incorporados vitaminas, hormônios, óleos,
fitoterápicos, Hidroquinona e diversos outros princípios ativos
medicamentosos.

5 Para uma modalidade preferida da presente


concretização, a composição química utilizada como veículo
farmaceuticamente aceitável compreende:

1- cerca de 7% de álcool cetoestearilico

2- cerca de 1% de Vaselina líquida;

10 3- Cerca de 5% de Cetiol 868 (estearato de


octila);

4- Cerca de 0,05% de Propilparabeno;

5- Cerca de 1,5% de Natrozol (hidroxietil


celulose) (gel);

15 6-Cerca de 5% de Propilenoglicol

7- Cerca de 0,15% de Metilparabeno;

8 - Cerca de 0,1% de EDTA (conservante);

9- Cerca de 0,2% de Imidazolidinilureia ; e

10- cerca de 5% de paramul (mistura de álcool


20 cetoestearílico (70%) e seu derivado etoxilado (30%))

11- Água destilada qsp

Entretanto, a presente invenção não está


limitada ao uso da referida composição química como veículo

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 21/39


14/27

farmacêutico, podendo ainda ser utilizado como veículo, outras


composições químicas providas das mesmas características que a
composição química ora utilizada, capazes de constituir um
medicamente de uso tópico.

5 O processo de obtenção da preparação


farmacêutica ora revelada pela presente concretização
compreende a preparação do veiculo farmacêuticamente aceitável
em relação ao ingrediente ativo, a insulina, em uma proporção de
2:1.
10 Em uma modalidade preferida do processo da
presente concretização, utilizou-se cerca de 100 gramas do
veículo para cerca de 50 unidades de insulina. A mistura foi
acondicionada em recipientes adequados, tais como, tubos ou
bisnaga estéril.
15 A preparação farmacêutica da presente invenção
deve ser preferencialmente preparada cerca de 2 dias antes do
inicio do tratamento.
A insulina é adicionada à composição química
sob constante homogeneização e sob uma temperatura que varia
20 em cerca de 2 a 8 ºC. Após a adição da composição química à
insulina, a mistura deve ser armazenada sob a mesma variação de
temperatura, ou seja, cerca de 2 a 8 ºC. Em uma modalidade
preferida da presente concretização, cerca de 100 mg da
composição química foi adicionada a cerca de 50 IU de insulina.
25 De modo a garantir uma melhor eficiência do
produto obtido pela referida mistura, os frascos de insulina a

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 22/39


15/27

serem utilizados na presente concretização devem


preferencialmente ser abertos na hora de uso, uma vez que a após
a abertura do frasco, a insulina tem as suas propriedades físico–
químicas preservadas durante um período de cerca de 30 dias.
5 O produto da mistura, ou seja, a preparação
farmacêutica obtida consiste em uma substância pastosa, de
aspecto cremoso, coloração branca, consistente, com odor
característico e com capacidade de adesão à derme. No intuito de
harmonizarmos os termos ora utilizados chamaremos a referida
10 substância pastosa obtida de Pasta de Insulina. Entretanto, outras
denominações, tais como Creme de Insulina também podem ser
usualmente aplicadas a referida substância.
A preparação farmacêutica ora obtida pode ser
armazenada para uso posterior até cerca de 30 dias sem que haja
15 comprometimento das suas propriedades químicas e físicas, as
quais conferem a eficiência do produto.
Adicionalmente, um outro objetivo da presente
concretização, consiste no uso da referida preparação
farmacêutica como um medicamento de aplicação tópica sobre as
20 lesões ulceradas de indivíduos normais ou em indivíduos
portadores de diabetes mellitus.
O método de administração do referido
medicamento consiste em pelo menos uma aplicação diária de
cerca de 1 a 1,5 g/cm2 do medicamento sobre as lesões ulceradas,
25 seguido da oclusão da lesão com um apósito estéril. A troca do
curativo deve ser preferencialmente realizada a cada 24 hs.

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 23/39


16/27

Caso ocorra um aumento do exsudato, deve-se


proceder uma substituição do curativo. A substituição do curativo,
consiste na troca do curativo secundário, ou seja, o apósito estéril
(gaze estéril) a gaze que está em contato com o leito da lesão não
5 é retirado.
A preparação farmacêutica obtida pela
combinação da insulina com uma composição química específica,
capaz de constituir um medicamento de uso tópico para o
tratamento de lesões ulcerativas, especificamente para o
10 tratamento de indivíduos acometidos pelo diabetes, vem prover a
técnica de mais uma opção para o tratamento das lesões
ulceraticas, especificamente as causadas pelo diabetes, de modo a
acelerar o processo cicatricial, com a vantagem de ser obtida por
meio de um processo mais simples, sem complexidade quanto a
15 sua realização e quanto às substâncias ora envolvidas, sendo
então, menos dispendioso e conseqüentemente, promovendo a
obtenção de uma preparação farmacêutica para ser utilizada como
um medicamente muito menos oneroso
A eficiência da preparação farmacêutica ora
20 utilizada como um medicamento para ser aplicado a lesões
ulceradas, foi comprovada por meio de testes laboratoriais, nos
quais foram investigados os efeitos da preparação farmacêutica,
em lesões de ratos diabéticos e ratos não-diabéticos,
acompanhando a velocidade de cicatrização.
25 Adicionalmente, por meio dos referidos testes
laboratoriais, também foi possível investigar por meio da técnica

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 24/39


17/27

da imunohistoquímica a distribuição do IR(receptor de insulina),


IRS-1(substrato 1 do receptor de insulina), IRS-2(substrato 2 do
receptor de insulina), SHC, Akt e MAPK, em tecido cicatricial na
pele de ratos diabéticos e não diabéticos, os quais receberam o
5 tratamento com medicamento obtido pela preparação
farmacêutica ora objeto da presente concretização.
Para comprovar a eficiência da preparação
farmacêutica por meio da investigação dos efeitos da preparação
farmacêutica, acompanhando a velocidade de cicatrização, foram
10 utilizados aproximadamente 40 ratos machos, da linhagem
Wistar-Hannover, pesando aproximadamente 160-250g.
Os animais foram inicialmente divididos em
dois grupos e mantidos em jejum alimentar prévio não hídrico, de
aproximadamente 12 a 14h. Após o término do período de jejum,
15 um primeiro grupo de ratos (Grupo A) composto por cerca de 30
animais foi submetido a injeções intravenosas (caudal) de
estreptozotocina, em dose única de 60mg/kg de peso corporal e
um segundo grupo de ratos (Grupo B) composto por cerca de 30
animais, o qual foi utilizado com o grupo controle, foi submetido
20 a injeções intravenosas (caudal) de solução tampão citrato em
dose única de 60mg/kg de peso corporal.
Após a inoculação de estreptozotocina ao Grupo
A e solução tampão citrato ao Grupo B (grupo controle), os
animais permaneceram por cerca de 2h de jejum. Após o referido
25 período, os animais voltaram a sua dieta normal e permaneceram
sob observação pelo menos durante 4 dias. Após o quarto dia de

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 25/39


18/27

observação, foi realizada a glicemia capilar (caudal). Os animais


com glicemia acima de 250mg/dl foram selecionados para os
testes. Os animais foram divididos em grupo tratado ou diabético.
Aos animais selecionados, no 4º dia de
5 observação, estes foram submetidos a um procedimento cirúrgico,
no qual consistiu em inicialmente se anestesiar os ratos com uma
dose de cerca de 0,2mL/100mg de peso corporal do animal de
uma mistura de cerca de 10mg de cloridrato de Cetamina e de
cerca de 0,07mg de diazepam. Esta mistura foi administrada na
10 proporção de 10mg de cloridrato de cetamina para 0,07 mg de
diazepam. Uma vez que os animais estivessem devidamente
anestesiados, o procedimento cirúrgico para ocasionar as lesões
seria realizado.
Uma lesão foi realizada por meio de um método
15 para biópsia, tal como um punch de cerca de 2mm em cada
animal preferencialmente na região dorsal. Cada lesão foi tratada
com a “Pasta de insulina” pelo menos 2 (duas) vezes ao dia e
ocluida com o auxílio de micropore ou filme transparente.
Ao término do procedimento cirúrgico os
20 animais foram acomodados em leitos individuais, tais como
gaiolas, em ambiente com temperatura controlada, com cerca de
22 ºC em ciclo de 12 horas luz e 12 horas de escuro, recebendo
água e ração.
Amostras do tecido lesionado foram retiradas
25 dos animais para serem submetidas à biópsia, ou seja, para
passarem pelo processo da imuno-histoquímica.

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 26/39


19/27

Amostras de sangue dos animais foram


coletadas e submetidas a análises para determinação da glicose
plasmática. A referida determinação foi realizada por meio do
método enzimático colorimétrico de glicose oxidase.
5 A Tabela 1 mostra os resultados expressos em
mg/dl para os animais controles e dos animais diabéticos (STZ),
incluindo os níveis séricos da insulina, níveis glicêmicos e o peso
corporal.
TABELA 1. Características dos animais
Nº Animais Peso (g) Nº Animais Insulina Nº Animais Glicemia
Estreptozotocina 15 98 + 4* 15 6 + 2* 30 498 + 9*
Controle 15 141 +4 15 29 + 4 10 98 + 2

10 Os resultados são expressos em média  erro


padrão da média, e a significância expressa em * P<0,005.
Os níveis plasmáticos de glicose e insulina
foram dosados em amostras coletadas de animais que
permaneceram em jejum entre 12 a 14h.
15 Os animais tratados com estreptozotocina, após
4 dias da injeção da droga, apresentaram peso corporal
significativamente menor do que o daqueles do grupo controle
(Estreptozotocina: 98 + 4 g vs Controle 141 + 4 g p< 0,001),
acompanhada de uma redução significativa nos níveis de insulina
20 sérica (Estreptozocina: 6 + 2 U /ml vs Controle 29 + 4 U /ml,
p< 0,0001), como também houve um aumento nos níveis
glicêmicos dos ratos que receberam o tratamento com
estreptozotocina em relação ao controle (STZ 498+ 9 mg/dl vs
98 + 2 mg/dl ).

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 27/39


20/27

Os níveis de glicose plasmática foram


acompanhados em pelo menos 3(três) momentos após o
tratamento das lesões, a saber: 1 hora após o tratamento, 3 horas
após o tratamento e 6 horas após o tratamento. Para tal, 3(três)
5 grupos foram analisados. Grupo I, animais tratados somente com
o veículo (veículo/STZ); Grupo II, animais tratados com
preparação farmacêutica ora desenvolvida (insulina/STZ) e o
Grupo III, animais não diabéticos (controle/insulina). A Tabela 2
mostra os resultados obtidos das análises para os níveis de glicose
10 plasmática. Observa-se que os referidos níveis de glicose
plasmática não apresentaram variação significativa, mantendo-se
entre 465 e 528 mg/dl.
TABELA 2. Níveis glicêmicos
Nº Animais Controle Nº Animais Veículo Nº Animais Insulina
Insulina STZ STZ
Glicemia
(mg/dl)
1h 10 98,3  2,1 15 465  26 15 492 26
3h 10 98,1  2,9 15 502  18 15 523  20
6h 10 99,7 1,6 15 528  24 15 481  30

Os resultados são expressos em média  erro


15 padrão da média.

Pelos resultados obtidos para o procedimento de


dosagem da glicemia, foi possível comprovar que não houve risco
de hipoglicemia e não ocorreu melhora do controle metabólico.
O acompanhamento do processo de cicatrização
20 das lesões foi realizado por meio da realização de medidas

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 28/39


21/27

periódicas com auxílio de um instrumento específico, tal como


um paquímetro, durante aproximadamente 9 dias e realização de
exames citológicos, por decalque (“imprint”) da área lesionada
pelo menos a cada dois dias, assim como, por meio de imagens
5 digitais realizadas por câmeras digitais.
A Figura 1 mostra graficamente o resultado do
efeito da preparação farmacêutica ora desenvolvida pela presente
concretização, a pasta de insulina, no processo de cicatrização das
lesões da região dorsal dos ratos. A referida Figura mostra a
10 avaliação da cicatrização das lesões dos animais não diabéticos (1
-Controle/insulina), diabéticos (2 - Veículo/STZ) e (3 - Insulina
/STZ) e que receberam o tratamento com o veículo ou com a
preparação farmacêutica respectivametne. Os valores são
expressos em média  erro padrão média, e a significância
15 expressa em *<0,05.

O resultado visual do efeito da preparação


farmacêutica ora desenvolvida pela presente concretização é
observado por meio do conjunto de Figuras que compõem a
Figura 2. O referido conjunto mostra as imagens comparativas das
20 lesões ulcerativas nos diferentes grupos de animais sob análise.

Observa-se uma redução significativa nos dias


do processo de cicatrização das lesões que receberam a pasta
enriquecida com insulina em relação aos animais diabéticos que
receberam somente o veículo (Insulina/STZ 9,24  0,6 vs
25 veículo/STZ (15,5  0,5 vs controle/ insulina 9.79  0,4)

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 29/39


22/27

Os tecidos lesionados tratados com a “Pasta de


Insulina”, preparação farmacêutica ora objeto da presente
concretização, foram ainda submetidos à técnica da
imunohistoquímica para a investigação da distribuição do receptor
5 de insulina, IRS-1, IRS-2, SHC, MAPK e Akt.
A preparação do tecido para a imuno-
histoquímica compreende:
Animais machos da espécie Wistar-Hannover
submetidos a uma dieta regular e água a vontade (“ad libitum”),
10 foram anestesiados com fenobarbital (50 mg/Kg), por via intra-
peritoneal.
Após a perda dos reflexos pedioso e corneano,
os animais foram submetidos à toracotomia mediana com
posterior canulação trans-cardíaca da aorta torácica. Os animais
15 foram então perfundidos com cerca de 80mL de solução
fisiológica heparinizada (0,01% volume/volume), seguido da
perfusão de cerca de 80 mL de paraformaldeído
preferencialmente a 4%, o qual estava previamente dissolvido em
água destilada pré-aquecida e solução tampão fosfato 0,2 M, pH
20 7,4. Ambas as perfusões foram feitas com bomba de infusão,
numa velocidade fixa de cerca de 4,0 mL/min.

Uma amostra do tecido foi retirada por meio da


seleção da área da lesão e retirada com auxílio de um instrumento
cortante, tal como tesoura, em seguida, foi transferida para um
25 recipiente contendo paraformaldeído a cerca de 4%. A amostra do
tecido permaneceu embebida na solução de paraformaldeido por

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 30/39


23/27

cerca de 12 horas. Após este período de 12 horas, inicia-se o


processo de fixação, no qual a referida amostra do tecido foi
processada com álcool em diferentes concentrações
(70%,80%,95% e 100%), xilol, e xilol/parafina.

5 Em seguida ao processamento das amostras de


tecido, estas foram adicionadas a blocos de parafina, os quais
foram seccionados em cortes de 5 μm e fixados em lâminas de
microscopia previamente sinalizadas.

As referidas lâminas permaneceram em repouso


10 por cerca de 24 horas para completa fixação dos cortes, em
seguida as referidas lâminas foram desparafinizadas com xilol, re-
hidratadas com as diferentes concentrações de álcool e lavadas
pelo menos 3(três) vezes com solução de PBS 0,1M, pH 7,4.

Em seqüência, foi iniciada a reação de


15 imunoperoxidase para se investigar a expressão das proteínas.
Para a reação de imunoperoxidase, após a desparafinização e re-
hidratação os cortes foram tratados com Triton X-100 por cerca
de 10 min e novamente lavados pelo menos 3(três) vezes com a
solução de PBS 0,1M, pH 7,4. Em seguida, foram submetidos a
20 um tratamento com H2O2 a 1% em solução de PBS 0,1M, pH 7,4,
por cerca de 30 min, protegidos da luz, de modo a promover o
bloqueio da peroxidase endógena.

A seguir, é realizado o bloqueio com leite


desnatado 5%, diluídos em solução de PBS 0,1 M, pH 7,4 por
25 cerca de uma hora. Os cortes foram incubados com o anticorpo

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 31/39


24/27

primário específico para cada situação, diluídos em leite


desnatado 1% e solução de PBS 0,1 M, pH 7,4, durante 12 horas
(“overnight”), a preferencialmente 4ºC. Em seguida o
procedimento de lavagem foi repetido e um anticorpo secundário
5 associado à peroxidase, diluídos em 1/500 em leite desnatado 1%
e PBS 0,1M, pH 7,4, foi adicionado. Em seqüência, os cortes
foram incubados aproximadamente 2 horas à temperatura
preferencial de 25 ºC.

Os cortes foram então novamente lavados e


10 incubados com a solução reveladora contendo DAB
(diaminobenzidina), H2O2 e PBS 0,1 M, pH 7,4, durante
aproximadamente 3 min. A reação foi bloqueada colocando as
lâminas em água deionizada e o tecido foi contra-corado com
hematoxilina de Harris. Os cortes foram então desidratados nas
15 diferentes concentrações de álcoois e xilol e as lâminas serão
montadas com Entellan®, para análise através de microscopia
óptica.

Os resultados das lâminas ora analisadas entre


os diferentes grupos foram submetidas a uma análise estatística, a
20 qual utilizou o teste “one way-ANOVA”, com nível de
significância de 5% (p<0,05), sendo os resultados expressos como
média  erro padrão da média (X  E.P.M.).

A Figura 3 mostra os fragmentos da pele para


imunohistoquímica, contendo elementos celulares da epiderme,
25 derme, folículo piloso e estruturas glandulares, observa-se que no

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 32/39


25/27

fragmento sem insulina (grupo veículo/STZ) uma extensa área


dérmica desnuda e reação inflamatória mais exuberante em
relação ao grupo tratado com insulina (Ins/STZ). O grupo tratado
com a insulina (Ins/STZ) é mostrado na Figura 4, na qual
5 observa-se uma reepitelização completa e reação inflamatória
discreta.

Pela matéria ora revelada na presente


concretização, a insulina tópica acelera o processo de cicatrização
em lesões de pele dos animais diabéticos, em comparação com
10 lesões que receberam somente o veículo. Por esta razão a insulina
promove o crescimento celular sinalizado, por meio de diferentes
eventos bioquímicos que direcionam na restauração da
integridade funcional da pele.

O estudo das lâminas submetidas ao processo de


15 imunoperoxidase, o qual consiste na expressão e/ou ativação das
proteínas IR, IRS-1, IRS-2, SHC, Akt e MAPK, mostra que
referidas proteínas, que estavam reduzidas na ferida dos animais
diabéticos, apresentaram restauração completa no tecido
cicatricial dos animais diabéticos que foram tratados com o
20 medicamento compreendendo a preparação farmacêutica ora
objeto da presente concretização.

As Figuras 5A, 5B, 5C, 5D, 5E, 5F e 5G,


mostram uma visão panorâmica das lâminas de analise da
imunoperoxidase. Tais laminas mostram a presença de antígeno

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 33/39


26/27

nas células da epiderme, folículo piloso e nos fibroblastos da


derme para as lesões ulceradas dos animais do Grupo Controle.

As Figuras 6A, 6B, 6C, 6D, 6E, 6F e 6G,


mostram uma visão panorâmica das lâminas de analise da
5 imunoperoxidase. Tais laminas mostram a presença de antígeno
nas células da epiderme, folículo piloso e nos fibroblastos da
derme para as lesões ulceradas dos animais do tratados com a
preparação farmacêutica ora desenvolvida pela presente
concretização.

10 A ativação da capacidade cinase do receptor de


insulina resulta na fosforilação em tirosina de uma família de
proteínas que são substratos do receptor de insulina (IRS) e são
responsáveis pela formação de um complexo de multisubunidades
de sinalização.
15 Ainda pode-se observar um aumento na
expressão das proteínas SHC e ERK 1 e 2 na pele em cicatrização
dos animais que foram tratados com o medicamento
compreendendo a preparação farmacêutica ora objeto da presente
concretização, quando comparado com o grupo controle. Os
20 resultados mostram que a insulina tem um papel direto na
regulação do crescimento e diferenciação celulares, acelerando o
processo cicatricial, por meio da restauração das proteínas IR,
IRS-1, IRS-2, SHC, Akt e MAPK, da via de sinalização deste
hormônio.

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 34/39


27/27

O uso da insulina tópica acelera o processo de


cicatrização em lesões de pele dos animais diabéticos, em
comparação com as lesões dos animais do grupo controle. Logo,
insulina promove crescimento celular sinalizado, por meio de
5 diferentes eventos bioquímicos que direcionam na restauração da
integridade funcional da pele desses animais.
A aplicação do medicamento compreendendo a
preparação farmacêutica ora objeto da presente concretização não
alterou a elevada glicemia dos animais submetidos aos testes. Este
10 fato, comprova a sua ação local e direta na cicatrização das lesões.
Enquanto concretizações particulares da
presente invenção tenham sido aqui descritas, a presente patente
de invenção não deve ser considerada limitada a tais descrições.
Deve ser aparente que mudanças e modificações podem ser
15 incorporadas e concretizadas como parte da presente invenção e
ainda assim estando dentro do escopo das reivindicações a seguir:

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 35/39


1/4

REIVINDICAÇÃO
1. Processo de obtenção de uma preparação
farmacêutica, caracterizada por compreender basicamente a
diluição de um agente ativo, sendo que o agente ativo é a insulina
em um veículo farmaceuticamente aceitável, o qual compreende
uma composição química provida da combinação de:
- 5 a 8% de álcool cetoestearilico;

- 1 a 3% de Vaselina líquida;

- 3 a 6% de estearato de octila (Cetiol 868);

- 0,05% de Propilparabeno;

- 1,5 a 3% de hidroxietil celulose (gel)


(Natrozol);

- 3 a 6% de Propilenoglicol

- 0,15% de Metilparabeno;

- 0,1% de EDTA (conservante);

- 0,2% de Imidazolidinilureia ;

- 4 a 6% de uma mistura de álcool cetoestearílico


(70%) e seu derivado etoxilado (30%) (paramul);
e

- Água destilada qsp;

Sendo que a preparação compreende 0,5IU de


insulina por grama da preparação final.

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 36/39


2/4

3. Processo de obtenção de uma preparação


farmacêutica de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por a
insulina ser selecionado dentre a insulina humana, bovina, suína,
lispro, aspart, ou ainda qualquer outro tipo de insulina animal.

4. Processo de obtenção de uma preparação


farmacêutica de acordo com a reivindicação 3, caracterizado por a
insulina ser preferencialmente, a insulina regular humana.

5. Processo de obtenção de uma preparação


farmacêutica de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a
composição química compreender preferencialmente:

- 7% de álcool cetoestearilico

- 1% de Vaselina líquida;

- 5% de estearato de octila (Cetiol 868);

- 0,05% de Propilparabeno;

- 1,5% de hidroxietil celulose (gel) (Natrozol);

- 5% de Propilenoglicol

- 0,15% de Metilparabeno;

- 0,5% de EDTA (conservante);

- 0,2% de Imidazolidinilureia ;

- 5% de uma mistura de álcool cetoestearílico


(70%) e seu derivado etoxilado (30%) (paramul); e

- Água destilada qsp.

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 37/39


3/4

6. Processo de obtenção de uma preparação


farmacêutica de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por
adicionalmente, a referida composição química ser utilizada para
produção de um creme hidrossolúvel, não-iônico, não oleoso,
lavável e provido de propriedades umectantes, no qual podem ser
incorporados vitaminas, hormônios, óleos, fitoterápicos,
Hidroquinona e diversos outros princípios ativos medicamentosos.

7. Processo de obtenção de uma preparação


farmacêutica de acordo com a reivindicação 5, caracterizado por o
álcool cetoestearilico estar preferencialmente sob a forma de
Lannete N.

8. Processo de obtenção de uma preparação


farmacêutica de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por
compreender o veículo farmaceuticamente aceitável e a insulina,
na proporção de 2:1.

9. Processo de obtenção de uma preparação


farmacêutica de acordo com a reivindicação 8, caracterizado por
preferencialmente compreender cerca de 100 gramas do veículo
para cerca de 50 unidades de insulina.

10. Processo de obtenção de uma preparação


farmacêutica de acordo com as reivindicações 1 e 9, caracterizado
por a preparação farmacêutica ser preferencialmente preparada
cerca de 2 dias antes do início do tratamento.

11. Preparação farmacêutica obtida conforme o


processo reivindicado nas reivindicações de 1 a 10 caracterizada

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 38/39


4/4

por compreender preferencialmente cerca de 100 mg da


composição química adicionada a cerca de 50 IU de insulina e
acelerar o processo cicatricial, especificamente em indivíduos
portadores de diabetes mellitus.

12. Preparação farmacêutica de acordo com a


reivindicação 11, caracterizada por consistir em uma substância
pastosa, de aspecto cremoso, coloração branca, consistente, com
odor característico e com capacidade de adesão à derme.

13. Preparação farmacêutica de acordo com a


reivindicação 11, caracterizada por poder ser armazenada para uso
posterior até cerca de 30 dias sem que haja comprometimento das
suas propriedades químicas e físicas.

Petição 870190032395, de 04/04/2019, pág. 39/39

Você também pode gostar