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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS

TRABALHO DE FILOLOGIA DO PORTUGUÊS:


O MOVIMENTO ESTUDANTIL DA USP E A ANISTIA – ANÁLISE DE
DOCUMENTOS

MARINA CALÇAVARA - NO USP 7615714


SÃO PAULO
2013
O MOVIMENTO ESTUDANTIL DA USP E A ANISTIA – ANÁLISE DE DOCUMENTOS

1. INTRODUÇÃO

O objetivo central do trabalho aqui apresentado foi consolidar através de um


exercício prático de pesquisa as técnicas e teorias estudas durante o curso de
Filologia do Português oferecido como matéria obrigatória da graduação em
Letras da USP.

Como objetivo subjacente surge à análise contrastiva da ortografia utilizada nos


documentos selecionados com relação ao novo acordo ortográfico do Português
em vigor desde janeiro de 2009.

Foi delimitado que os documentos selecionados deveriam pertencer ao período


da ditadura militar brasileira. A escolha por um período histórico recente justifica e
revê-la a importância da análise ortográfica comparada: as pessoas envolvidas na
produção de tais documentos ainda estão vivas e são atuantes na nossa
sociedade, desse modo, terão elas verdadeiramente acompanhado uma possível
mudança na língua? Ou a mudança ocorrida foi de tal modo pequena, que não se
pode senti-la?

Após o período histórico ter sido delimitado, escolheu-se uma temática que
percorresse todos os documentos e fez-se um breve levantamento de
informações sobre ela, pois se pensa que este elo garantiria uma homogeneidade
de produção ente os textos selecionados.

Por fim, realizou-se a análise linguística dividida em duas etapas:

a) catalogação dos casos de desacordo entre regras ortográficas antigas e atuais.

b) catalogação das preposições presas aos nomes e verbos.


2. APRESENTAÇÃO DO CORPUS

Devido à delimitação do período histórico ao qual os documentos selecionados


deveriam pertencer - a ditadura brasileira - e a subsequente delimitação do
espaço geográfico da origem dos mesmos – o estado de São Paulo –, decidiu-se
trabalhar com documentos relacionados à Anistia.

Dentro dessa temática, foram escolhidos documentos referentes a atividades da


Universidade de São Paulo e ao seu movimento estudantil. Para tanto, foram
selecionados seis documentos que abordam atividades em diferentes faculdades
(Letras, Medicina, História e Geografia, etc.) e o órgão máximo da organização
estudantil da USP, o DCE. Todos os documentos foram recolhidos na plataforma
online do Arquivo do Estado de São Paulo, na seção “Memória e Política de
Resistência” no subitem “Pesquisa/Anistia” e são documentos datilografados.

A atual conjuntura da Universidade de São Paulo – recém-saída de uma greve


estudantil, a qual, não se desprezando os seus equívocos, trazia como maior
bandeira a democratização da própria instituição – torna os documentos
selecionados um plano de fundo histórico relevante.

É necessário destacar que todos os documentos selecionados pertencem ao


período ortográfico simplificado da Língua Portuguesa, conforme justifica a
datação presente nos mesmos.

2.1. PROCEDÊNCIA DOS DOCUMENTOS1:

Doc 1_Anistia USP_Medicina – Boletim interno produzido na Faculdade de


Medicina da Universidade de São Paulo, em 23/10/1978.

Doc 2_Anistia USP_DCE – Relatório produzido pelo Serviço de Informações da


Polícia Civil de São Paulo, em 03/03/1978.

Doc 3_Anistia USP_GeoHist – Relatório produzido pela Divisão de Informações


do Departamento Estadual de Ordem Política e Social da Secretaria de
Segurança Pública de São Paulo, sem data.

1
Os documentos estão apresentados conforme a nomenclatura utilizada para anexá-los na plataforma
Moodle.
Doc 4_Anistia USP_Direito – Relatório produzido pela 3ª Delegacia da Divisão
de Informações – DOPS da Policia Civil de São Paulo, em 11/08/1979.

Doc 5_Anistia USP_Geral – Relatório produzido pela Divisão de Informações –


SE – DOPS da Polícia Civil de São Paulo subordinada à Secretaria de Estado dos
Negócios da Segurança Pública, em 05/07/1979.

Doc 6_Anistia USP_Letras – Relatório produzido pelo Serviço de Informações


da Polícia Civil de São Paulo subordinada a Secretaria da Segurança Pública, em
20/08/1979.

2.2. DELIMITAÇÃO DO USO DOS DOCUMENTOS

Embora seis documentos tenham sido selecionados, eles só foram integralmente


considerados durante a etapa de contextualização. Para a realização da edição
diplomática, assim como, para a análise linguística só os dois primeiros
documentos foram utilizados.

2.3. EDIÇÃO SEMIDIPLOMÁTICA

Documento 1 – Anistia USP – Medicina

Boletim interno produzido na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O fólio


contém furos na margem lateral esquerda para armazenamento em pastas, marcas (círculos e
riscos) feitas com canetas de cor vermelha e preta na margem superior esquerda e a anotação,
também realizada com caneta preta, da numeração 223 alocada na margem superior direita. O
texto do documento foi datilografado.

A edição por mim apresentada traz as quebras de linhas indicadas por uma barra vertical única e
as quebras de parágrafos por barras verticais duplas em conjunto com uma efetiva mudança de
parágrafo. O alinhamento do texto não foi preservado.

ANISTIANISTIANISTIANISTIANISTIANISTIANISTIANISTIANISTANISTIANISTIANISTIA ||

Como preparação do Congresso de Anistia vamos fazer aqui na escola | um debate com
o Prof. Alberto Carvalho da Silva, antigo catedrático de Fi1 |siologia da FMUSP, cassado
e aposentado pela AI-5 em 1969. Este Professor | foi um dos responsáveis pela criação

1
O documento apresenta como marca tipográfica o uso do sublinhado para indicar a separação de uma
mesma palavra em quebra de linhas.
do Curso Experimental, sendo um dos1 | que mais batalharam para a transformação do
nosso ensino, para adaptá-lo2 | às necessidades do país e do povo brasileiro. Assim
como outros, lutou pe | lo Hospital Universitário, pelo ensino em“blocos” e pelo ensino em
Centro | de Saúde. ||

A luta pela Anistia hoje, passa pela reintegração dos professores 3 | que, como Isaías
Raw, Alberto Carvalho da Silva, Luís Hildebrando, tomaram | iniciativas no sentido de
construir uma Universidade crítica, atuante e in | dependente. Professores como eles tem
um importante papel a cumprir na lu | ta que travamos por melhores condições de ensino,
já que, em sua maioria, | trabalham e são reconhecidos como mestres por Universidades
do exterior, | de renome internacional. Vamos lutar para reintegrá-los! ||

Pela reintegração dos professores afastados |da Universidade!| Todos ao debate com
Alberto Carvalho da Silva! ||

TERÇA-FEIRA, 24/10, na Sala do Sono do CAOC, às 12:00h. | COMPAREÇA!!!!!

Documento 2 – Anistia USP – DCE

Relatório produzido pelo Serviço de Informações da Polícia Civil de São Paulo sobre a
movimentação estudantil da Universidade de São Paulo - campus capital. O fólio contém furos na
margem lateral esquerda para armazenamento em pasta; riscos de caneta de coloração azul e
vermelha; o cabeçalho da Polícia Civil de São Paulo (margem superior esquerda: brasão; margem
superior centralizado: nome da instituição e do setor responsável pelo documento); carimbo do
DOPS; carimbo com o dizer “confidencial”; numeração 287 grafada com caneta preta na margem
superior direita e logo abaixo a sigla CPI em caneta azul. Há ainda na margem inferior esquerda
outro carimbo contendo a data “10/5/78” e um suposto número de registro “50C2210048”.

A edição por mim apresentada traz as quebras de linhas indicadas por uma barra vertical única e
as quebras de parágrafos por barras verticais duplas em conjunto com uma efetiva mudança de
parágrafo. O alinhamento do texto não foi preservado, assim como também não foi indicada a
diagramação em “caixa de texto” presente no documento.

São Paulo, em 03/Março/78 ||

1. Assunto: MOVIMENTO ESTUDANTIL ||

2. Origem: A FONTE ||

1
O documento traz nesse trecho a presença de uma marca datilográfica a qual não pude atribuir um sentido
específico, embora se repita por outras duas vezes (linhas 5, 6 e 10 do documento original).
2
Caso compreendido pela nota 2.
3
Caso compreendido pela nota 2.
3. Classificação: ||

4. Difusão: A COMUNIDADE DE INFORMAÇÕES ||

5. Referência: ||

6. Difusão desde a origem: ||

7. Anexo: ||

INFORM ação No 312=B / 78 ||

- A Movimentação Estudantil junto ao campus da USP, | nos períodos vespertinos e


noturno de ontem e matutino de hoje, teve -1 | como tônica, segundo afixação constatada
em seus murais, divulgar pa- | ra os calouros as manifestações havidas no ano de 1977;
a necessidade | do fortalecimento da “UEE; formação de um departamento cultural no - 2 |
DCE; desenvolvimento de campanhas junto à opinião pública, sobre “Cus3 | to de Vida” e
“Anistia Para os Punidos”. Num dos cartazes afixados no | mural da FACULDADE DE
HISTÓRIA E GEOGRAFIA/USP., haviam recortes de -4 | jornais e comentários a respeito
do problema “VIOLÊNCIA POLICIAL”, -/5 | destacando ser uma atitude condizente com a
atual ditadura, que deve | ser abolida. Finalizando a mensagem roga por “ANISTIA
DEMOCRÁTICA”. -6 | Na FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS/USP, estava afixada uma
carta sobre | o problema do “CUSTO DE VIDA”, em seu mural e, distribuidos panfletos
diversos, dentre os quais um sobre “KARL MARX”. ||

- Anexo xerox de relatório desde DOPS, sobre o III | CICLO – SEMANA DE DEBATES
DE TEMAS DA ATUAL CONJUNTURA, como parte do | Curso de Férias promovido pelo
CA. Visconde de Cairu da FEA/USP e -/ 7 | realizado no auditório do INSTITUTO DE
FÍSICA local e relativo à Pro- | gramação Estudantil, no período de 02 período passado à
27 de abril período vindouro. ||

- Ontem, foram distribuidos os panfletos “PALAVRA - 8 | DE ORDEM, “DCE LIVRE USP”,


datado de março corrente e o intitulado | “CADÊ BAR???”, de autoria de estudantes do

1
Acredito que o traço apresentado nesse trecho seja um erro tipográfico e não uma indicação de quebra de
palavra, como ocorre posteriormente na linha 3 do documento original (“pa- | ra).
2
Caso compreendido pela nota 1.
3
O documento apresenta um duplo sistema de indicação de quebra de palavra em duas linhas distintas: uso
do sublinhado na letra imediatamente anterior a quebra ou indicação por traço.
4
Caso compreendido pela nota 1.
5
Caso correlato a nota 1, porém há o acréscimo de uma barra.
6
Caso compreendido pela nota 1.
7
Caso compreendido pela nota 5.
8
Caso compreendido pela nota 1.
CA. da Faculdade de Biologia da USP, nas dependências da ECA, CRUSP e BIOLOGIA,
respectiva-/1 | mente. ||

0-0-0-0

3. CONTEXTUALIZAÇÃO

Anistia é

comumente definida como o ato pelo qual se extinguem as


consequências de um fato punível e, em resultado, qualquer processo
sobre ele, em sentido político e inspirada em razões de Estado a anistia
(...) é sempre coletiva e se estende não somente às penas, mas também
aos fatos que as determinaram, como se o anistiado jamais tivesse sido
condenado. (MEZAROBBA, 2003, p. 1)

Pode-se dizer que o movimento em prol este ato no Brasil iniciou-se


conjuntamente com a instauração da ditadura. Porém, foi somente o
enfraquecimento do regime miliar no final da década de 70 em conjunto com o
trabalho de comitês pró-anistia que permitiram a instauração da lei n o   6.683 que
a garantia.

Os documentos selecionados destacam-se pela vasta apresentação de figuras


históricas que, hoje, soam anônimas mesmo diante da citação concreta dos seus
nomes. Ainda que alguns dados biográficos estejam contidos no corpus, o
referencial foi perdido e torna-se premente recuperá-lo para assegurar sua
preservação e possibilitar uma melhor compreensão do contexto e dos próprios
documentos.

Para tal tarefa de recuperação, será inicialmente apresentada uma tabela que
copilará todos os nomes levantados pelos seis documentos presentes no corpus
e, posteriormente, serão esmiuçados cada um dos documentos e nomes contidos
individualmente.

1
Caso compreendido pela nota 5.
3.1 LEVANTAMENTO GERAL

Tabela 1. Nomes contidos nos documentos

Documento Nome
Alberto Carvalho da Silva
1 - Anistia USP - Medicina Isaías Raw
Luís Hildebrando

Não contém nomes citados


2 - Anistia USP – DCE

Roberto João Motta


Terezinha Zerbini
Maria Rita Bessa Motta
3 - Anistia USP - GeoHist Alberto Goldman
Ayrton Soares
Freitas Nobre
Raimundo Pereira
Franco Montoro
Freitas Nobre (nome contido no
documento 3)
Euripedes Sales
Flávio Bienrreback
4- Anistia USP – Direito
Terezinha Zerbini (nome contido no
documento 3)
General Zerbini
Audálio Dantas
Marcos Paulino
Luis Candido de Souza
5 - Anistia USP – Geral José Yunes
Dantes Carvalho
Helio Pereira Bicudo
Luiz Eduardo Greenhalgh
José Genuino (sic) Neto
6 - Anistia USP - Letras Octavio Ianni
Idibal Piveta (sic)
Modesto Carvalhosa
Fábio Konder Comparato

Documento 1 – Anistia USP – Medicina


Alberto Carvalho da Silva

Nasceu no ano de 1916 em Portugal e mudou-se ainda menino com a família


para o Brasil. Trechos de sua infância viraram anedota na voz de Zélia Gattai em
seu livro “Anarquistas Graças a Deus”, diz que esse assunto é puramente
folclórico:

“É um pouco folclórica (falando sobre a relação com Zélia). Havíamos


chegado de Portugal havia menos de um ano. Eu tinha perto de oito
anos, e estudávamos na Escola Sete de Setembro, na rua da
Consolação, perto da alameda Santos. Vínhamos de uma aldeia
pequena e nosso sotaque era tremendo. Éramos, de certo modo, motivo
de diversão. A professora brincava conosco. Cada coisa que falávamos,
nos mandava repetir. Isso marcou muito, e a Zélia, também aluna da
escola, trouxe a história a público. Inteiramente folclórico. Nada de
ideológico; nenhuma relação com o anarquismo...” (grifo meu) 1

Formou-se em Medicina pela Universidade de São Paulo (1940) e frequentou,


paralelamente, os cursos de Filosofia, Ciências Sociais e Química todos também
oferecidos pela USP. Desenvolveu sua carreira dentro da universidade que o
formou, fez parte da Associação dos Auxiliares de Ensino - organização que deu
origem a atual Associação dos Docentes da USP (ADUSP) - e lutou por uma
reorganização da carreira docente. Em tal luta eram defendidas pautas como a
resistência ao poder absoluto do professor catedrático (cargo extinto atualmente),
a reforma salarial e a criação da FAPESP.

Em 1969, como consequência do AI-5 teve o seu cargo cassado. Sobre o assunto
diz:

“Uma das alegações para a minha cassação foi a de que, como diretor
científico da Fapesp, eu teria aprovado muitas bolsas e auxílios para
comunistas. Contaram-me que essa foi a explicação do Gama e Silva.
Não sei se é verdade. Nem me interessa saber. O importante é que
éramos pessoas interessadas em melhorar a universidade.

Em seu discurso de posse como catedrático, Guilherme Rodrigues da


Silva defendeu a tese de que a assistência médica, no Brasil, era um

1
Entrevista concedida a Erney P. Camargo e Gerhard Malnic (Departamentos de Parasitologia e Fisiologia,
USP) e Vera Rita da Costa (Ciência Hoje). Publicada em maio de 1988. Disponível em:
<http://www.canalciencia.ibict.br/notaveis/livros/alberto_carvalho_da_silva_5.html>. Consultada em
27/11/2013.
reflexo da nossa economia capitalista. Após a solenidade, o professor
Aderbal Tolosa me disse, na sala das becas, referindo-se ao novo
professor: "É isso que vocês nos trazem!" A nossa fama era essa, a de
grupo de esquerda. O próprio Charles Corbett, meu amigo, me disse por
ocasião do Ato Institucional n° 5: ‘Sou contra vocês, acho que estão
errados, embora não concorde com o que foi feito’ ”. 1

Durante o período da cassação do seu cargo, trabalhou na Fundação Ford como


consultor técnico em ciência, tecnologia e nutrição.

Em 1980, foi reintegrado à USP onde foi diretor do Departamento de Fisiologia do


Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP) e diretor presidente da FAPESP.
Depois da sua aposentadoria tornou-se professor emérito do Instituto de Estudos
Avançados (IEA-USP).

Isaias Raw

Nascido em 1927, formou-se e seguiu carreira como médico e cientista. É


professor emérito da USP e foi um dos responsáveis tanto pela criação da editora
da USP quando da editora da Universidade de Brasília. Esteve também
diretamente envolvido na criação da Fundação Butantan, da Fundação Carlos
Chagas e da Fundação Sardi.

Foi professor visitante na Universidade Hebraica de Jerusalém, no MIT


(Massachusetts Institute of Technology) e em Harvard. Sempre envolvido com
questões relacionadas à educação, trabalhou e lutou por melhorias no ensino de
ciências do país. Para tanto, criou a Funbec (Fundação Brasileira para o
Desenvolvimento do Ensino de Ciências).

A respeito do ensino científico brasileiro diz:

“Eu entendi naquela época que não bastava existir vinte pesquisadores
talentosos na universidade; só eles não mudariam o Brasil.
Precisávamos estimular os jovens a se interessarem pela ciência, isso
em larga escala. Precisávamos investir na escola secundária, e a criação
dos clubes de ciência naquele momento foi um passo importante.”2

Quanto à fundação da Funbec:


1
Ibidem
2
Entrevista realizada em 11 de agosto de 2007 pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0486-641X2007000300002&script=sci_arttext>.
Consultada em: 28/11/2013.
“existia o Ibecc [Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura],
patrocinado pela Unesco, muito importante para o ensino da ciência no
Brasil. O Ibecc virou a Funbec. Eu comecei trabalhando no quintal da
minha casa. A idéia era fazer um pacote, kits com materiais para
experiências de química, física, biologia etc., para as pessoas
trabalharem em casa. Depois passamos a fazer esses kits na garagem
da Faculdade de Medicina e, mais tarde, num galpão na Cidade
Universitária. Recebíamos ajuda da Fundação Rockefeller e da
Fundação Ford. Até hoje encontro algum aluno meu que diz: “Eu tinha
um Kit Cientista e guardei para o meu filho”. Mais tarde isso foi para a
iniciativa privada– foi uma das poucas coisas que eu passei para a
iniciativa privada–, pois era necessário um mecanismo de distribuição e
de publicidade para a venda.”1

Foi indicado para o cargo de secretario da educação do Estado de São Paulo


(1967), porém teve seu nome vetado pelo governo militar. Mesmo diante do veto,
trabalhou conjuntamente com o secretário empossado, Ulhôa Cintra, e a gestão
foi responsável pelo encerramento dos exames admissionais aos ginásios. Tal
medida possibilitou o ingresso de um grande número de jovens que anteriormente
eram excluídos do sistema educacional, porém, despertou controvérsias e
acusações quanto à queda da qualidade do ensino.

Foi preso em 1964 e foi cassado mediante a implantação do AI-5 cinco anos
depois:

“Em 1964, fiquei preso por treze dias, acusado de ser comunista,
subversivo. Deixei em casa meus filhos pequenos, minha sogra muito
doente. Só fui solto porque estava inscrito num congresso de bioquímica
nos Estados Unidos e um grupo de professores, incluindo vários
ganhadores do Nobel, passaram um telegrama de protesto ao
presidente, o marechal Castello Branco. Eu tinha também uma entrevista
com Albert Baez, da Unesco, e ele foi me procurar no quartel onde eu
estava preso. Isso também ajudou a me libertar. Voltei ao trabalho, fiz o
concurso, fui aprovado, toquei a vida. Em 1969, fui aposentado pelo AI-5
e tive de deixar o país. Para isso, recebi ajuda imediata da Fundação
Ford, que já tinha financiado tantos projetos meus. O adido científico
deles me sugeriu ir para o Rio e lá me ajudou a embarcar. Fiquei dez
anos fora do país.”2

Retornou ao Brasil após a Anistia e comenta que:

Bem, a condição da anistia para a pessoa ser reintegrada ao trabalho


era assinar um documento dizendo que aceitava o perdão do Estado– e
eu não tinha nada a ser perdoado.3

Luís Hildebrando Pereira da Silva


1
Ibidem.
2
Ibidem.
3
Ibidem.
Formado em medicina pela Universidade de São Paulo, era livre-docente da
mesma instituição quando foi demitido do seu cargo por meio do AI-I em 1964.
Forçadamente exilado, trabalhou – exercendo os cargos de diretor do
Departamento de Biologia Molecular e da Unidade de Parasitologia - e se
aposentou no Instituto Pasteur de Paris. Dedicou e ainda dedica sua carreira as
pesquisas relacionadas à malária e aos problemas sociais que a ela se associam.

Sobre sua demissão e o período político brasileiro diz:

Fui demitido de meu posto de professor livre docente da USP pelo Ato
Institucional nº 1 do governo militar, em outubro de 1964, depois de
sofrer vários meses de prisão. Resolvi viajar para a França em novembro
daquele ano quando fui ameaçado de nova prisão. (...) Não me exilei,
mas fixei residência em Paris como cidadão brasileiro. Como ainda tinha
um passaporte válido, emprego e salário, obtive visto de residente na
França.(...)

Em 1964, achávamos que a ditadura militar iria durar pouco.


Efetivamente, deu mostras de esgotamento em 1967. O Itamaraty
chegou a promover uma campanha nos Estados Unidos e Europa para o
regresso dos cientistas emigrados. Aceitei organizar um curso de férias
no Departamento de Bioquímica da USP, em São Paulo, em julho de
1967. Durante esse curso, assumi um compromisso com o diretor da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto na época, Moura Gonçalvez,
de que voltaria em agosto do ano seguinte para ocupar o cargo de
professor do Departamento de Genética daquela Faculdade. Voltei à
França, mas em 1968 as tensões políticas no Brasil se agravaram com
as numerosas ações de protesto e resistência dos estudantes, operários
e intelectuais. Apesar dos indícios de que a ditadura militar poderia
perdurar e radicalizar-se, decidi arriscar a volta em julho de 1968, mas
por precaução, solicitei uma licença sem vencimentos ao CNRS (o CNPq
de lá) que era meu empregador e voltei ao Brasil. (...)

Fiz bem, porque a degradação progressiva da situação política culminou


com a promulgação do Ato Institucional nº 5, em dezembro de 1968, com
novas demissões e cassações em 1969. Fui demitido em abril de 1969,
juntamente com dezenas de outros professores da Universidade de São
Paulo.1

Sofreu um processo de cassação de nacionalidade, sobre o qual brinca que, caso


não houvesse sido arquivado, teria comparecido prazerosamente ao julgamento.
Embora nunca tenha se afastado do Brasil completamente, seu retorno efetivo se
deu somente após a sua aposentadoria em 1997. Está, desde então, à frente do
Centro de Pesquisa de Medicina Tropical de Porto Velho.

Documento 3 – Anistia USP - GeoHist

1
Entrevista disponível em <http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Revista&id=73>. Consultada em
27/11/2013.
Roberto João Motta

Bacharel em direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (1972), foi


presidente do DCE da mesma instituição. Foi preso político durante a ditadura
militar brasileira.

Therezinha Zerbini

Nascida em São Paulo em 1928, é viúva do general Euryale de Jesus Zerbini e foi
uma das fundadoras do Movimento Feminino pela Anistia. Sofreu um inquérito
militar por ter ajudado na organização de um congresso da UNE (instituição
proscrita pelo regime militar) e foi presa, em 1970, por conta do mesmo. Conviveu
e tornou-se amiga de Dilma Rousseff durante seu período na prisão.

Sobre a criação do Movimento Feminino pela Anistia diz que:

“Em 1975 a ONU organizou o Ano Internacional da Mulher,


comemorando com uma Tribuna Livre no México. Fui a única mulher
representando o Brasil nessa Tribuna. O Movimento Feminista pela
Anistia já estava organizado pelas mulheres que, angustiadas há muito
tempo pela situação nacional, acalentavam o sonho da pacificação do
nosso país. Nossa sede inicial foi na rua Caio Prado, 103. Éramos
apenas oito ou dez mulheres, mas sabíamos a dimensão do nosso
sonho, pois hoje ele vicejou e tornou-se uma realidade”. 1

Explicando a relação entre a Anistia e o Movimento Feminino comenta que:

“Quando fundamos o movimento dissemos que a bandeira da Anistia


não era propriedade nossa (sic) mas resolvemos levantá-la porque onze
anos já haviam se passado e não havia nada organizado (...)

A Anistia é uma bandeira de direitos humanos e mesmo que algumas


mulheres não apoiem conscientemente, apoiam intuitivamente. Se não
fosse assim, não teríamos conseguido reunir tantas mulheres em torno
dessa ideia. Isso não é mérito nosso. A Anistia tem tanta força que
caminha sozinha.”

Maria Rita Bessa Motta

Esposa de Roberto João Motta na época da redação dos eventos relatados no


documento. Mais nenhuma informação pode ser encontrada.

1
Entrevista publicado no PASQUIM, no 418, de 8 a 14 de julho de 1977. Disponível em
<https://www.marxists.org/portugues/tematica/livros/diversos/semente.pdf>. Consultado em:
27/11/2013.
Alberto Goldman

No seu blog (“Blog do Goldman”) consta a seguinte nota autobiográfica:

Nascido em São Paulo, capital, formado em engenharia civil pela Escola


Politécnica da USP e em piano pelo Conservatório Musical, ainda nos
bancos escolares comecei a fazer política estudantil como militante do
PCB. Em 1970 fui eleito deputado estadual pelo MDB para combater a
ditadura e atuar pela redemocratização do nosso país. Desde então
acumulo 40 anos de vida pública, com dois mandatos como deputado
estadual, seis como deputado federal, além de ter ocupado três
secretarias estaduais e o Ministério dos Transportes. Em 2006, fui eleito
vice-governador de São Paulo ao lado de José Serra. E em abril de
2010, com sua candidatura à Presidência, tornei-me governador, cargo
que exerci até 1 de janeiro de 2011.1 (grifo meu)

Conformem atestam tanto a sua nota quanto o próprio documento, Goldman era
deputado federal no contexto histórico foco desse levantamento.

Ayrton Soares

A grafia correta do seu nome é Airton Soares, nasceu em 1945 e é advogado


formado pela Universidade de São Paulo. Foi duas vezes deputado federal pelo
MDB (1975-1979 e 1979-1983) e uma vez pelo PT (1983-1987).

Freitas Nobre

José Freitas Nobre nasceu no Ceará em 1921. Foi bacharel em Ciências


Jurídicas e Sociais pela Universidade de São Paulo e doutor em Direito e
Economia da Informação pela Faculdade de Direito da Universidade de Paris,
trabalhou como professor nas faculdades Cásper Líbero e PUC-SP e
posteriormente ingressou no corpo docente da Escola de Comunicação e Artes da
USP na carreira de jornalismo.

Foi exilado político voluntário e participou do processo de redemocratização do


Brasil sendo um dos principais colaboradores de Tancredo Neves. 2

Raimundo Pereira

1
Disponível em: <http://albertogoldman.org/conheca-me>. Consultado em: 27/11/2013.
2
Informações adaptadas de
<http://www.mac.usp.br/mac/templates/exposicoes/exposicao_artejornalismo/expo_virtual/virtual7.htm>
e consultadas em 27/11/2013.
Segundo consta no próprio documento foi jornalista durante o período. Entretanto,
mais nenhuma informação pode ser encontrada.

Documento 4 – Anistia USP - Direito

Franco Montoro

André Franco Montoro nasceu no dia 16 de julho de 1916, na cidade de São


Paulo. Foi bacharel em Direito pela USP e licenciou-se em filosofia e pedagogia.
Durante o bipartidarismo político brasileiro, fez parte do MDB pelo qual se elegeu
deputado em 1966. Quatro anos depois, ainda na oposição, elegeu-se senador.
Em 1982 foi eleito governador do estado de São Paulo nas primeiras eleições
diretas realizadas após a ditadura. Foi fundador do PSDB e morreu em 1999. 1

Euripedes Sales

Nenhuma informação foi encontrada.

Flávio Bienrreback

Nenhuma informação foi encontrada. Entretanto, a leitura do trecho em que


consta o nome no documento está comprometida, assim, o nome pode ter sido
erroneamente transcrito.

General Zerbini

Euryale de Jesus Zerbini nasceu em 1908 e faleceu 1982. Marido de Therezinha


Zerbini, foi um dos únicos militares a assumir uma postura contrária ao golpe de
64. Em decorrência de tal postura foi preso e teve seu posto cassado em 1967.

Audálio Dantas

Nascido em 1932 foi um importante jornalista brasileiro. Trabalhou como repórter


da Folha de São Paulo, da revista O Cruzeiro, Quatro Rodas, Realidade,
Manchete e Nova. É reconhecido pelo livro Quarto de despejo e pela denúncia do
caso Vladimir Herzog, a qual lhe valeu, em 1981, um prêmio da ONU pelo
1
Informações adaptadas de <http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/biografias/franco_montoro>.
Consultadas em: 28/11/2013.
trabalho em prol da defesa dos direitos humanos. Seu trabalho sempre esteve
fortemente vinculado ao Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. 1

Marcos Paulino

Nenhuma informação pode ser encontrada.

Documento 5 – Anistia USP – Geral

Luis Candido de Souza

Nenhuma informação pode ser encontrada.

José Yunes

Nascido em 1936, é advogado formado pela USP e foi deputado federal durante
três mandatos (1979-1983, pelo MDB; 1983-1987 e 1988-1991 pelo PMDB). Foi
professor assistente na cadeira de Introdução à Ciência do Direito da PUC/SP.

Dantes Carvalho

Nenhuma informação pode ser encontrada.

Documento 6 – Anistia USP – Letras

Hélio Pereira Bicudo

“Hélio Pereira Bicudo é jurista e político. Foi deputado estadual e vice-


prefeito da cidade de São Paulo. Ficou famoso ao denunciar os crimes
do Esquadrão da Morte em São Paulo. Em 2000, foi empossado como
presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Teve
papel de destaque na luta contra violações de direitos humanos durante
o período da ditadura no Brasil e fez parte da Comissão de Justiça e Paz
e da Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos.”2

Luiz Eduardo Greenhalgh


Eleito quatro vezes deputado federal pelo PT de SP, Luiz Eduardo
Greenhalgh, 56, foi advogado de causas humanitárias e teve sua
biografia ligada à defesa dos desaparecidos durante a Ditadura Militar
brasileira.

Defendeu lideranças sindicais e políticas perseguidas pela ditadura,


entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e participou da

1
Adaptado de < http://www.ccmj.org.br/perfil/aud%C3%A1lio-dantas/163>. Consultado em 28/11/2013.
2
Retirado de <http://www.observatoriodeseguranca.org/entrevistas/bicudo>. Consultado em 28/11/2013.
fundação do Comitê Brasileiro pela Anistia. Foi ainda um dos
coordenadores do projeto "Brasil Nunca Mais", para denunciar os crimes
da ditatura.

Foi ainda vice de Luiza Erundina na Prefeitura de São Paulo (1989-


1992). Tomou posse em janeiro de 1989, quando assumiu também a
Secretaria de Negócios Extraordinários. Em novembro, porém, deixou o
cargo em meio a denúncias, que nunca se confirmaram, que o envolviam
na cobrança de propina da empresa de construção Lubeca. 1

José Genuino Neto

José Genoíno Neto (o nome está grafado erradamente no documento) foi


deputado federal durante sete mandatos, sempre filiado ao PT. Estudou Filosofia
e Direito, entretanto, não completou nenhuma das duas graduações.

Foi acusado de envolvimento no caso Mensalão e foi condenado por formação de


quadrilha e corrupção ativa em 2012. Em 15 de novembro deste ano, entregou-se
à Polícia Federal em São Paulo.

Octavio Ianni
Nascido em Itu, em 1926, Octavio Ianni formou-se em Ciências Sociais
na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São
Paulo, onde também fez o mestrado e doutorado. Em 1954 integrou o
corpo de assistentes da Faculdade, na cadeira de Sociologia I, da qual
Florestan Fernandes era o titular. Aposentado compulsoriamente pelo AI-
5, foi para a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP.
Integrou a equipe de pesquisadores do CEBRAP, foi professor visitante e
conferencista em universidades norte-americanas, latino-americanas e
europeias. Voltou à universidade pública como professor na
Universidade Estadual de Campinas, na qual ministrou aulas até seus
últimos dias. Foi considerado um dos pais da moderna sociologia
brasileira. Sua obra chega a 30 livros publicados e numa rápida análise
dos títulos é possível observar uma interpretação totalizante da realidade
social, política, econômica e cultural brasileira. Faleceu de câncer, em
São Paulo, aos 77 anos, no dia 04 de Abril de 2004. 2

Idibal Piveta

1
Retirado de <http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u67202.shtml>. Consultado em 28/11/2013.
2
Retirado de < http://www.ifch.unicamp.br/biblioteca/octavio.php>. Consultado em 29/11/2013.
Idibal Pivetta (o nome está incorretamente grafado no documento) é advogado
conhecido pela defesa de presos políticos durante a ditadura militar. Também é
um dos fundadores do Teatro Popular União e Olho Vivo 3

Modesto Carvalhosa

Foi professor de Direito Comercial da Faculdade de Direito da Universidade de


São Paulo entre 1971 e 1985.

Fábio Konder Comparato

É jurista doutorado pela Universidade de Paris, professor titular da


Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e doutor honoris
causa pela Universidade de Coimbra.2

4. ANÁLISE LINGUÍSTICA

4.1. CONTRASTE ORTOGRÁFICO

Os dois documentos selecionados para análise não apresentam contrastes com a nova
ortografia.

4.2. PREPOSIÇÕES PRESAS AOS NOMES E VERBOS

Segundo Celso Cunha e Lindley Cintra, preposições são

palavras invariáveis que relacionam dois termos de uma oração, de tal


modo que o sentido do primeiro (antecedente) é explicado ou
completado pelo segundo (consequente) (...) e é possível estabelecer
para cada uma delas uma significação fundamental, marcada pela
expressão de movimento ou de situação resultante (ausência de
movimento) e aplicável aos campos espacial, temporal e nocional.
(CUNHA e CINTRA, 1985, p. 542 – 544)

Com base em tal definição elabora-se a compilação das preposições contidas nos
documentos:

Preposição Antecedente / Consequente Significado


Na (em + a) Advérbio e substantivo (“aqui” / Indica situação e é

3
Adaptado de < http://www.oabsp.org.br/noticias/2010/05/26/6140/>. Consultado em 29/11/2013.
2
Retirado de <http://www.companhiadasletras.com.br/autor.php?codigo=01499>. Consultado em
29/11/2013.
escola) espacial
Dois substantivos (“um debate” Indica situação e é
Com
/ “o Prof. Alberto”) nocional
Dois substantivos (“fisiologia / Indica movimento e é
Da (de + a)
FMUSP) nocional
Substantivo e número (AI-5 / Indica situação e é
Em
1969 temporal
Numeral e substantivo (um / Indica movimento e é
Dos (de + os)
responsáveis) nocional
Dois substantivos (criação / Indica movimento e é
Do (de + o)
curso) nocional
Numeral e conjunção (um / Indica movimento e é
Dos (de + os)
que) nocional
Verbo e substantivo (batalhar / Indica movimento e é
Para
transformação nocional
Dois substantivos (a Indica movimento e é
Do (de + o)
transformação / nosso ensino) nocional
Substantivo e verbo (nosso Indica movimento e é
Para
ensino / adaptar) nocional
Verbo e substantivo (adaptar / Indica movimento e é
Às (a + as)
necessidades) nocional
Dois substantivos Indica movimento e é
Do (de + o)
(necessidades / país) nocional
Dois substantivos
Indica movimento e é
Do (de + o) (necessidades / povo
nocional
brasileiro)
Verbo e substantivo (lutar / Indica situação e é
Pelo (per + o)
hospital) nocional
Verbo e substantivo (lutar / Indica situação e é
Pelo (per + o)
ensino em blocos) nocional
Preposição Antecedente / Consequente Significado
Verbo e substantivo (lutar / Indica situação e é
Pelo (per +o)
ensino em blocos) nocional
Dois substantivos (ensino / Indica situação e é
Em
blocos) nocional
Verbo e substantivo (passar / Indica movimento e é
Pela (per + a)
reintegração) espacial
Locução verbal e substantivo Indica movimento e é
No (em + o)
(tomar iniciativa / sentido) nocional
Substantivo e verbo (sentido / Indica movimento e é
De
construir) nocional
Substantivo e verbo (papel / Indica movimento e é
A
cumprir) nocional
Verbo e substantivo (cumprir / Indica movimento e é
Na (em + a)
luta) nocional
Verbo e substantivo (travar / Indica situação e é
Por (per + o)
melhores condições) nocional
Dois substantivos (condições / Indica situação e é
De
ensino) nocional
Não há antecedente.
Indica situação e é
Em Consequente: substantivo (a
nocional
maioria)
Dois substantivos (mestres / Indica situação e é
Por (per + o)
universidades) nocional
Dois substantivos Indica movimento e é
Do (de + o)
(universidade / exterior) espacial
Substantivo e locução adjetiva
Indica movimento e é
De (universidade / renome
nocional
internacional)
Indica movimento e é
Para Dois verbos (lutar / reintegrar)
nocional
Preposição Antecedente / Consequente Significado
Não há antecedente.
Indica situação e é
Pela (per + a) Consequente: substantivo (a
nocional
reintegração)
Dois substantivos (a Indica movimento e é
Dos (de + os)
reintegração / os professores) nocional
Adjetivo e substantivo Indica movimento e é
Da (de + a)
(afastados / universidade) espacial.
Dois substantivos (todos / Indica movimento e é
Ao (a + o)
debate) espacial
Dois substantivos (debate / Indica situação e é
Com
Alberto Carvalho da Silva) nocional
Dois substantivos (terça-feira / Indica movimento e é
Na (em + a)
sala) espacial
Indica movimento e é
Do (de + o) Dois substantivos (sala / sono)
nocional
Dois substantivos (terça-feira / Indica movimento e é
Às (a + as)
12:00h) temporal
Dois substantivos (São Paulo Indica movimento e é
Em
e a data 03/03/1978) temporal
Dois substantivos Indica movimento e é
De
(comunidade / informações) nocional
Dois substantivos (difusão / Indica movimento e é
Desde
origem) espacial
Adjetivo e substantivo (junto / Indica movimento e é
Ao (a + o)
campus) espacial
Dois substantivos (campus / Indica movimento e é
Da (de + a)
USP) espacial
Substantivo e advérbio Indica movimento e é
De
(períodos / ontem) temporal
Substantivo e advérbio Indica movimento e é
De
(matutino / hoje) temporal
Preposição Antecedente / Consequente Significado
Verbo e substantivo Indica posição e é
Em
(constatar / murais) espacial
Verbo e substantivo (divulgar / Indica movimento e é
Para
calouros) nocional
No (em + o) Verbo + substantivo (haver / Indica situação e é
ano de 1977) temporal
Dois substantivos Indica movimento e é
Do (de + o)
(necessidade / fortalecimento) nocional
Dois substantivos Indica movimento e é
Da (de + a)
(fortalecimento / UEE) nocional
Dois substantivos (a Indica movimento e é
De
formação / um departamento) nocional
Dois substantivos Indica situação e é
No (em + o )
(departamento / DCE) espacial
Dois substantivos
Indica movimento e é
De (desenvolvimento /
nocional
campanhas)
Adjetivo e substantivo (junto / Indica movimento e é
À (a + a)
opinião pública) nocional
Indica movimento e é
De Dois substantivos (custo / vida)
nocional
Não há antecedente.
Indica situação e é
Num (em + um) Consequente: substantivo
espacial
(cartazes)
Adjetivo e substantivo Indica situação e é
No (em + o)
(afixados / mural) espacial
Dois substantivos (mural / Indica movimento e é
Da (de + a)
faculdade) espacial
Dois substantivos (faculdade / Indica movimento e é
De
história) nocional
Preposição Antecedente / Consequente Significado
Dois substantivos (recortes / Indica movimento e é
De
jornais) nocional
Indica movimento e é
A “a respeito de”: expressão fixa
nocional
Consequente: substantivo Indica movimento e é
Do (de + o)
(problema) nocional
Não há antecedente
Indica situação e é
Na (em + a) Consequente: substantivo
espacial
(Faculdade de (...)).
Dois substantivos (carta / Indica situação e é
Sobre
problema) nocional
Dois substantivos (problema / Indica movimento e é
Do (de + o)
custo) nocional
Locução verbal e substantivo Indica situação e é
Em
(estava afixada / mural) espacial
Dois substantivos (xérox / Indica movimento e é
De
relatório) nocional
Não há antecedente Indica movimento e é
Desde
Consequente: DOPS espacial
Dois substantivos (relatório / o Indica situação e é
Sobre
III Ciclo (...)). nocional
Dois substantivos (debates / Indica movimento e é
De
temas) nocional
Dois substantivos (temas / Indica movimento e é
Da (de + a)
conjuntura) nocional
Dois substantivos (parte / Indica movimento e é
Do (de + o)
curso) nocional
Dois substantivos (curso / Indica movimento e é
De
férias) temporal
Verbo e substantivo (promover Indica situação e é
Pelo (per + o)
/ C.A. nocional
Preposição Antecedente / Consequente Significado
Dois substantivos (Visconde / Indica movimento e é
De
Cairu) nocional
Dois substantivos (C.A. / FEA- Indica movimento e é
Da (de + a)
USP) espacial
No (em + o) Adjetivo e substantivo Indica situação e é
(realizado / auditório) espacial
Dois substantivos (auditório / Indica movimento e é
Do (de + o)
Instituto de Física) nocional
Dois substantivos (instituto / Indica movimento e é
De
física) nocional
Adjetivo e substantivo Indica movimento e é
À (a + a)
(relativo / programação). nocional
Adjetivo + substantivo Indica situação e é
No (em + o)
(realizado / período). espacial
Dois substantivos (período / Indica movimento e é
De
dois) temporal
Dois substantivos (dois / vinte Indica movimento e é
À (a + a)
e sete) temporal
Indica movimento e é
De Dois substantivos (27 / abril)
temporal
Dois substantivos (palavra / Indica movimento e é
De
ordem) nocional
Adjetivo e substantivo Indica movimento e é
De
(datado / março) temporal
Dois substantivos (panfletos / Indica movimento e é
De
autoria) nocional
Dois substantivos (autoria / Indica movimento e é
De
estudantes) nocional
Dois substantivos Indica movimento e é
Do (de + o)
(estudantes / C.A.) nocional
Preposição Antecedente / Consequente Significado
Dois substantivos (C.A. / Indica movimento e é
Da (de + a)
faculdade) nocional
Dois substantivos (faculdade / Indica movimento e é
De
biologia) nocional
Dois substantivos (faculdade / Indica movimento e é
Da (de + a)
USP) nocional
Verbo e substantivo (distribuir / Indica situação e é
Nas (em + as)
dependências) espacial
Dois substantivos Indica movimento e é
Da (de + a)
(dependências / ECA) nocional

Os documentos analisados apresentaram 100 ocorrências de preposições, destas


a mais frequente é a preposição de com 48 aparições. Tal preposição, provinda
sem alteração do latim, expressa ideia de movimento:

afastamento de um ponto, de um limite, procedência, origem. As noções


de causa, posse, etc., daí derivadas, podem prevalecer em razão do
contexto. (CUNHA e CINTRA, 1985, p. 544)

E é produtiva como elemento de ligação ente dois substantivos, substantivos e


adjetivos, substantivos e advérbios e substantivos e verbos.

5. CONCLUSÃO

Acredita-se que o trabalho atingiu o seu objetivo principal – colocar em prática a


rotina filológica – e, paralelamente, comprovou-se a proximidade da ortografia
presente nos documentos com a ortografia atual, tanto, que o item 4.1. se
mostrou improdutivo.

6. BIBLIOGRAFIA

CUNHA, C; LINDLEY, C. Nova gramática do Português contemporâneo. Rio de


Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1985.

MEZAROBBA, G. Um acerto de contas com o futuro a Anistia e suas consequências –


Um estudo do caso brasileiro. Dissertação de mestrado. São Paulo, 2003.

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