- Aparecimento do Estado « baseado nos direitos individuais e na crença em sua
ação de acordo com o ‘bem comum’ a fim de controlar as paixões dos homens possibilitando que seus interesses se sobreponham a essas paixões”. Período histórico de emergência das burguesias como força histórica contrária às práticas políticas feudais. - Hobbes (1651) uma das primeiras tentativas de sistematizar o comportamento político dos seres humanos. Introduz a abstração lógica do estado de natureza, uma condição hipotética em que não há poder comum para controlar os indivíduos, nem lei e nem coação da lei. O homem civilizado queria sair desta condição, mas também tinha direitos naturais que queria preservar, como fazer qualquer coisa de acordo com seu próprio juízo. Há uma tensão entre preservar a liberdade do estado de natureza e o medo da violência e da guerra. Isso leva à renúncia do poder do indivíduo em favor de um soberano; ideia do soberano nomear seu sucessor foi rejeitada pela burguesia inglesa - Locke (1692). Sua concepção concorda com a de Hobbes em relação ao estado de natureza e à necessidade dos homens se juntarem numa sociedade política com um corpo de leis que regem as relações entre eles. Mas, diverge completamente de Hobbes quanto à natureza do soberano. Para ele, a monarquia absoluta é incompatível com o governo civil, pois o monarca apelando apenas a si mesmo, encontra-se no estado de natureza, excluindo-a de qualquer forma aceitável de governo. Não define a forma do Estado, mas o que é importante para ele é que os indivíduos entregam seu poder político “natural” a outrem (individual ou coletivo) que garantirá a propriedade e a segurança pessoal de cada um. Garantia para os direitos individuais mas não para a democracia como a conhecemos hoje, pois exclui da sociedade civil todos os que não possuam propriedade (mulheres e trabalhadores assalariados) O Estado é o poder dado por estes proprietários individuais para a proteção de sua propriedade e de si mesmos. O verdadeiro poder político reside nos proprietários. - Rosseau (1712). O homem é corrompido não pela natureza, mas pela posse da propriedade e pela formação da própria sociedade civil. A propriedade é a origem do mal e da desigualdade e a sociedade civil uma “criação” para proteger os interesses do rico. O Estado é apresentado como defensor do interesse de todos mas é destinado a preservar a desigualdade. Para Rousseau os homens queriam ser livres e iguais e para isso teoriza sobre uma ideia de Estado fundado a partir do poder do povo que renuncia à sua liberdade a seu favor – do Estado – e este por sua vez é a “vontade geral”. Sob este contrato social o Estado trata a todos como iguais. Defendia o limite à propriedade de modo que não houvesse excessos nem de riqueza, nem de pobreza. Sociedade dos pequenos proprietários: Estado envolvido na prevenção da desigualdade. Defesa da educação para a formação de homens livres, racionais e em busca do interesse social. DOUTRINA LIBERAL (Adam Smith) - Adam Smith (1776). Estabeleceu uma forte justificativa econômica para a procura incessante do interesse próprio, individual, enquanto nos autores anteriores essa justificativa era de natureza política. Para ele os homens desejam melhorar sua condição e o aumento dos bens é o meio para isso. Redução de todos os desejos ao econômico pelo desejo de “consideração”, diferenciando-se dos demais. Ideia de que cada indivíduo agindo em seu próprio interesse quando juntos maximizariam o bem comum. Isso ocorreria pelo funcionamento livre e ilimitado do mercado para atingir-se o bem social. Buscar o bem comum através da ação individual era o motor (inconsciente) da busca pelo ganho econômico. As paixões humanas são submetidas a impulsos irresistíveis de ganho material e isso era desejável porque resultaria no bem geral. Papel do Estado periférico em relação à dinâmica social fundamental: a mão invisível do mercado livre. Ideia de uma “moralidade” que regula o comportamento humano e gera uma interação positiva entre os indivíduos. Paradoxo entre papel do Estado e capacidade moral dos indivíduos. Papel do Estado seria, principalmente mercantilista, sendo capaz de criar um corpo de leis que permitisse sua ação para dar maior liberdade ao mercado livre. Falta de resposta sobre as relações entre os objetivos econômicos dos indivíduos e o bem público.
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