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2. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 6
a) Características 7
b) Classificação 8
a) Legislação Tributária 13
● Aplicação da Legislação Tributária 16
● Interpretação da Legislação Tributária no CTN 17
6. RECEITAS TRIBUTÁRIAS 19
7. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 19
a) Impostos 22
b) Taxas 24
● Taxa X Tarifa ou Preço Público 27
c) Contribuições de Melhoria 28
● Limites para Cobrança da Contribuição de Melhoria 29
d) Empréstimos Compulsórios 31
e) Contribuições Especiais 33
● Espécies de Contribuições 34
8. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 40
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f) Princípio do Não-confisco 53
g) Princípio da Seletividade 54
h) Princípio da Vinculabilidade da Tributação 55
i) Princípio da Uniformidade Geográfica 55
j) Princípio da não Discriminação Tributária em Razão da Procedência ou Destino
dos Bens 55
k) Princípio da Territorialidade da Tributação 56
l) Princípio da Transparência dos Impostos 56
m) Princípio da Não Cumulatividade 56
9. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 56
12. LANÇAMENTO 71
a) Modalidades de Lançamento 71
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a) Pagamento 82
b) Compensação 84
c) Transação 85
d) Remissão 85
e) Decadência e Prescrição 86
● Decadência 86
● Prescrição 87
● Prescrição Intercorrente 89
f) Conversão de Depósito em Renda 89
g) Pagamento Antecipado e Homologação do Lançamento 90
h) Consignação em Pagamento 90
i) Decisão Definitiva nas Esferas Administrativa ou Judicial 91
j) Dação em Pagamento 91
a) Isenção 92
b) Anistia 93
a) Imunidade Religiosa 99
b) Partido Político, Sindicato de Trabalhador, Instituição de Educação e Entidades De
Assistência Social 100
c) Imunidade Cultural 102
d) Imunidade em Favor da Produção Musical Brasileira 104
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No que lhe concerne, o Código Tributário Nacional (CTN), instituído pela Lei n.º 5.172/66, cuida
das regras gerais relativas ao direito tributário, densificando o art. 24, I da Constituição Federal.
Interessante notar que o CTN foi aprovado ainda na vigência da Constituição de 1946 como Lei
Ordinária da União e, posteriormente, ante as Constituições de 1967 e 1988, foi recepcionada
com força de Lei Complementar, conforme exigência do art. 146, III da CF. Desse modo, o
referido diploma continua vigente.
Ao dispor sobre as regras gerais de direito tributário, o CTN apenas explicita as regras de
tributação constitucionalmente estipuladas. Ou seja, o CTN detalha as linhas gerais traçadas pela
Constituição Federal no que toca, entre outros temas, à obrigação tributária, legislação tributária,
base de cálculo de diversos impostos, bem como o fato gerador e contribuintes.
Vale ressaltar, por fim, que o Código Tributário Nacional só pode ser alterado por lei
complementar, sob pena de inconstitucionalidade formal por invasão de competência normativa.
2. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
A competência tributária nada mais é do que a competência para instituir tributos, que deverá
ocorrer por intermédio de lei em sentido formal, sendo em alguns casos, exigida a Lei
Complementar (a exemplo do que ocorre com o Imposto sobre Grandes Fortunas, os
Empréstimos Compulsórios, os Impostos e Contribuições Sociais residuais). Frise-se que, sendo
o tributo instituído por Lei Ordinária, nada impede a sua criação por medida provisória, a ser
convertida em lei. Essa mesma solução não é possível em relação aos tributos cuja instituição
está sujeita à Lei Complementar.
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IMPORTANTE:
● A CF/88 não cria tributos, ela apenas determina quais tributos poderão ser instituídos por
cada ente.
● Não confunda competência tributária com competência para legislar acerca do Direito
Tributário, vejamos:
CARACTERÍSTICAS
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b) Imprescritível: o não exercício da competência tributária não faz com o que esse direito
deixe de existir.
d) Irrenunciável e Facultativa: o ente político não pode dela renunciar, mas pode optar por
não criar determinado tributo.
ATENÇÃO: Embora não seja obrigado a instituir o tributo, o ente que não instituir
todos os tributos da sua competência é considerado não cumpridos da sua
responsabilidade na gestão fiscal, conforme art.11, caput, da Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF). Além disso, se o tributo não instituído for especificamente um IMPOSTO, o art.11,
parágrafo único da LRF impede que o ente receba transferências voluntárias (ex: o Município que
não institui o IPTU fica proibido de receber repasses voluntários do Governo Federal ou
Estadual). Essa medida visa evitar deficit de arrecadação, especialmente nos Municípios, que,
não fosse a instituição plena de tributos da sua alçada, continuariam mais dependentes das
verbas federais transferidas.
CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DA
TRIBUTOS ENTES FEDERADOS
COMPETÊNCIA
Impostos, empréstimos União (E.C. e, em regra,
Privativa compulsórios e contrib. contrib. Especiais),
especiais (com exceções) Estados, DF e Municípios
Taxas e contribuições de União, Estados, DF e
Comum
melhoria Municípios
Tributos (embora o art. 147
Cumulativa Apenas União e DF
mencione impostos)
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A capacidade tributária ativa só pode ser exercida após o exercício da competência tributária
(instituição do tributo), momento a partir do qual será viabilizada a delegação dessa função para
outra pessoa jurídica de direito público.
Exemplificando:
O ITR é um imposto de competência tributária da União. Logo, só pode ser instituído por esse
ente federativo de forma indelegável. Todavia, o ITR pode ser fiscalizado e cobrado pelos
municípios que assim optarem, na forma da lei (delegabilidade da capacidade tributária ativa),
conforme prevê o art. 153, §4º, III,da CF/88. Interessante notar que ao fazer essa opção, em
contrapartida, ao exercício da arrecadação e fiscalização, o Município terá direito de incorporar ao
seu patrimônio todo o montante proveniente do ITR, conforme art.158, II da CF, e não apenas
50%, percentual que se aplica nos casos em que não houver tal opção.
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Em seu parágrafo único, o referido artigo dá ênfase que as garantias e os privilégios
processuais também seriam repassados àquele que receba a capacidade de exigir/cobrar o
tributo. Ou seja, o poder de cobrança do tributo pelo sujeito que receberá a capacidade tributária
ativa vai além da cobrança administrativa do crédito, estendendo também à via judicial.
No que pertine ao §3º, ele permite que a cobrança seja feita através de boletos gerados pelo
Banco, sem que isso configure delegação da capacidade tributária ativa, dado que o banco
funcionará como mero intermediador do pagamento.
Quando as 02 incidências ocorrerem sobre o mesmo fato gerador de tributos que são de
competência de um mesmo ente federado ocorrerá bis in idem.
Ex. Sobre a apuração do lucro de determinada empresa incide o IRPJ (de competência da União)
e o CSLL (também de competência da União).
Já a bitributação ocorre quando mais de um ente federado tributa o mesmo fato gerador.
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Ex. (fictício) O Estado X institui uma alíquota adicional, a ser cobrada sobre a propriedade urbana
(que já é tributada pelos municípios), veja que o mesmo fato gerador, qual seja, a propriedade de
um bem urbano seria tributado pelo Estado X e pelos municípios.
É uma obrigação voltada ao custeio do fomento da atividade estatal, e por isso deve ser paga em
dinheiro, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. Percebe-se assim, que o tributo não
pode ser pago in natura ou in labore.
Valendo lembrar a possibilidade de dação em pagamento de Bens Imóveis (que possa ser
expresso em moeda), prevista no Art. 156, XI do CTN e regulada no âmbito da União pelo art. 4º,
da Lei nº 13.259/16.
IMPORTANTE: Não confunda bens móveis com bem imóveis! O STF já decidiu, em
medida cautelar na ADI 1.917, que tributos não podem ser pagos com bens móveis,
tendo sido utilizado como argumento ofensa ao princípio da licitação.
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● Requisito de validade;
● Princípio da legalidade estrita;
● Lei em sentido formal e material;
● Instituída em lei significa dizer que todas as suas características serão encontradas no
ordenamento jurídico.
● Requisito de validade
Conforme já decidido pelo STF, um tributo pode ser instituído por medidas provisórias, desde que
a CF/88 não exija lei complementar para sua instituição.
Um tributo é cobrado em decorrência de um fato gerador, tendo por objetivo arrecadar e não
punir, o que o distingue do conceito de multa, em que pese tenham semelhança em sua natureza
compulsória e caráter patrimonial, além de corresponderem a obrigações de dar e também serem
classificados como receitas derivadas.
Uma coisa é sancionar uma ação antijurídica, ilícita (penalidade); e outra o dever social do
cidadão de contribuir para o Estado com as receitas necessárias à satisfação das necessidades
públicas (tributo).
No entanto, o fato gerador pode ocorrer em circunstâncias lícitas (regra) ou ilícitas que, esta
última incidência ocorrerá em observância ao Princípio do Pecunia Non Olet: Dinheiro não tem
cheiro (Art. 118, I do CTN). Tal princípio visa garantir que pessoas que ganhem a vida ilicitamente
não sejam premiadas por isso, ao não serem tributadas.
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Ex. João é médico e tem sua renda tributada, já Francisco é dono de uma banca do jogo do bicho
e,com base no princípio da Pecunia non Olet, também terá sua renda, ainda que ilícita, também
tributada.
Desta forma, é correto afirmar que, ocorrendo o fato gerador da obrigação tributária, a autoridade
competente tem o dever de constituir o crédito tributário, que se dá através do lançamento e de
exigir o cumprimento da obrigação.
Todavia, vale destacar que o lançamento não é auto-executório, isto é, não pode ser executado
de automaticamente, havendo a oportunidade para que o contribuinte possa desconstituí-lo na
esfera administrativa ou judicial.
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Nada mais são que as fontes formais do Direito Tributário, estando dispostas no art. 96 do CTN:
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As normas complementares estão contidas no art. 100 do CTN, sendo essas os atos normativos,
decisões de órgãos do fisco, práticas reiteradas (costume) e os convênios. Os atos normativos
entram em vigor na data de sua publicação (art. 103, I, do CTN). As decisões do órgão do fisco
entram em vigor em 30 dias após a data de sua publicação (art. 103, II, do CTN). Já os convênios
entram em vigor na data nele prevista (art. 103, III, do CTN).
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Tanto medidas provisórias, quando leis delegadas não podem tratar de matéria
reservadas à lei complementar pela CF/88.
2. Resoluções
1
É recorrente que a FGV cobre questões perguntando quando deve ser usada lei complementar em matéria
tributária, atenção redobrada aqui!
2
Cuidado com o verbo, leis complementar vão apenas regular! Apenas a CF/88 pode criar limitações constitucionais
ao poder de tributar.
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Atente-se que os tratados internacionais possuem status de lei ordinária, não podendo, portanto,
tratar de matéria reservada à lei complementar, como também já decidiu o STF. (ADI
1.480-MC/DF)
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e
aos pendentes4, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não
esteja completa nos termos do artigo 116 .
3
A doutrina majoritária entende que na verdade não há revogação, mas sim suspensão da eficácia. Todavia, se o
item transcrever a literalidade do artigo, deve ser considerado correto.
4
Fatos geradores pendentes são fatos que têm início na vigência de uma lei e, quando se completam, outra lei está
vigente.
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● Interpretação literal
Conforme dispõe o art. 111, do CTN, devem ser interpretados literalmente: a suspensão ou
exclusão do crédito tributário, a outorga de isenção e a dispensa do cumprimento de obrigações
tributárias acessórias.5
O art. 112 do CTN prevê que se dá à legislação tributária a interpretação mais favorável ao
acusado, em caso de dúvida quanto: à capitulação legal do fato, à natureza ou às circunstâncias
5
As obrigações acessórias não têm caráter pecuniário, são exemplos desse tipo de obrigação: emitir notas fiscais,
escriturar livros fiscais, entregar declarações etc.
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ATENÇÃO: No direito tributário as lacunas, que são ausência de norma sobre
determinado assunto, serão supridas através de integração, todavia, há regra
específica disposta no art. 108 do CTN para sua aplicação na legislação tributária.
Deve ser observada a ordem e as ressalvas dispostas no artigo 108 do CTN, devendo a
autoridade usar (nesta ordem): a) analogia (recorrer à lei de um caso similar); b) princípios gerais
do direito tributário; c) princípios gerais do direito público; e, d) equidade.
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6. RECEITAS TRIBUTÁRIAS
Antes de adentrarmos na exposição acerca das espécies tributárias, é importante que o candidato
saiba que tributos são receitas públicas derivadas, com as multas e as reparações de guerra.
7. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 145, estabelece a competência para a instituição
das espécies tributárias cuja competência é comum a todos os entes políticos, quais sejam
impostos, taxas e contribuições de melhorias. Já nos arts. 148 e 149 aludem a duas outras
modalidades tributárias, cuja competência em regra será da União: as contribuições sociais e os
empréstimos compulsórios.
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Sendo assim, pode-se afirmar que, atualmente, o Brasil adota a Teoria Pentapartida quanto às
espécies tributárias.
Destaca-se que, em que pese as espécies tributárias sejam submetidas à regras gerais comuns,
cada uma delas possui especificidades, conforme será demonstrado a seguir.
a) Impostos
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b) Taxas
d) Empréstimos Compulsórios
e) Contribuições Especiais
● Sociais
● Para fins gerais (art. 149, primeira parte e §§2º, 3º e 4º).
● Para a seguridade social:
i. Ordinárias (art. 149, primeira parte e §§2º a 4º, c/c art. 195, I a IV).
ii. Residuais (art. 149, primeira parte c/c art. 195, §4º)
iii. Provisória (arts. 74 a 90 do ADCT – acerca da CPMF, a qual vigorou pela última vez
até dezembro de 2007)
iv. Para o Regime Próprio de Previdência dos Estados, DF, e Municípios (art. 149, §1º)
● Para intervenção no domínio econômico (art. 149, segunda parte e §§2º a 4º, e a
chamada CIDE-combustíveis, no art. 177, §4º).
● Para interesse de categorias profissionais ou econômicas (art. 149, terceira parte)
● Para custeio da iluminação pública municipal e distrital (art. 149-A)
Como se pode verificar, as espécies são taxativas e a lista exaustiva, sendo vedada
instituição de outros tributos que não se enquadrem nessas categorias.
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IMPOSTOS
O artigo 16 do CTN define imposto como: “o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. É
importante que se diga que a receita obtida com a arrecadação de impostos é destinada ao
financiamento das atividades gerais do Estado.
Lembre-se que os impostos são tributos não contraprestacionais, ou seja, possuem como fato
gerador a manifestação de riqueza do contribuinte e não uma contraprestação do Estado.
Ademais, buscam realizar a solidariedade social, na medida em que remunera os serviços gerais,
também chamados de uti universi.
IMPORTANTE: Cuidado para não cair na pegadinha, a CF/88 não menciona a necessidade de lei
complementar para instituição das alíquotas!
Outro detalhe a ser ressaltado, é que a União pode criar outros impostos e outras contribuições
para a seguridade social não previstos na CF/88. É a chamada competência residual, desde que
respeitados os requisitos constitucionais
Destaca-se que a CF/88 definiu em seu texto quais impostos podem ser criados por cada ente
federado. No entanto, é possível a instituição de imposto extraordinário de guerra - IEG (art. 154,
II, da CF) em caso de iminência ou no caso de guerra externa pela União.
● União (art. 153 e 154 da CF): II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF, Impostos residuais Impostos
extraordinários;
● Estados (art. 155 da CF): ITCMD, ICMS, IPVA;
● Municípios (art. 156 da CF): IPTU, ITBI, ISS;
● DF (art. 147 e 155 da CF): ITCMD, ICMS, IPVA, IPTU, ITBI, ISS.
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Nos termos do §1º do art. 145 da CF/88, sempre que possível, os impostos devem ser graduados
com base na capacidade contributiva do contribuinte.
Os impostos também estão, via de regra, sujeito ao princípio da não afetação ou vinculação, que
nada mais é que a vedação de que sua receita seja vinculada a órgão, fundo ou despesa.
Todavia, neste mesmo artigo constam algumas exceções que serão apresentadas pelo mapa
mental a seguir6:
6
O 1º quadrinho já caiu no Exame da Ordem.
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TAXAS
De acordo com os arts. 145, II, da CF/88 e 77 do CTN, pode-se dizer que taxa é um tributo de
competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dentro de suas
atribuições, possuindo como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização,
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à
sua disposição.
Sendo assim, é possível concluir que a situação que faz surgir a obrigação do pagamento de uma
taxa é um Fato de Estado, o que faz dela um tributo contraprestacional ou retributivo.
As taxas se subdividem em :
I) Taxas de serviço
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Criadas para custear serviços públicos uti singulis que são prestados pelo poder público à
população em geral.
c) divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus
usuários.
Preste atenção que é a disponibilização do serviço que deve ser efetiva, o que poderá ser
potencial ou efetivo é o uso por parte do contribuinte.
O exemplo clássico é a coleta domiciliar de lixo, no qual o caminhão deve ir regularmente a casa
de Mariana recolher o lixo (disponibilização efetiva), devendo Mariana pagar a taxa de coleta de
lixo se o produzir todos os dias ou ainda que faça um intercâmbio por 06 meses e não produza
lixo algum durante esse período (uso efetivo ou potencial).
Outra característica é que os serviços públicos devem ser divisíveis e específicos, conforme
dispõe os incisos II e III do art. 79 do CTN.
IMPORTANTE: Serviços uti universi são custeados por impostos. Já os serviços uti
singulis são custeados por taxas.
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#SÚMULA: A súmula Vinculante 41 veda que o serviço de iluminação pública seja remunerado
mediante taxa.
Por isso, após toda a polêmica, fora criado o art. 149-A da CF/88, que autoriza aos municípios e
ao DF que instituam contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de
iluminação pública- COSIP.
ATENÇÃO: Não confunda serviço de limpeza pública com coleta domiciliar de lixo, já
tendo o STF sumulado tal entendimento:
A definição do Poder de Polícia, apto a ensejar a cobrança de taxas de polícia consta no art. 78
do CTN:
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● Para que a taxa de polícia seja cobrada deve existir órgão administrativo apto a realizar a
fiscalização, todavia, não há necessidade de efetiva visita da fiscalização ao
estabelecimento do contribuinte para que seja cobrada a taxa de polícia.
● Deve haver correspondência entre o valor cobrado a título de taxa e o custo da atividade
prestada ao contribuinte.7
#SÚMULAS:
→ A súmula 665 do STF prevê que é constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos
e valores mobiliários instituída pela Lei 7.940/1989.8
→ Já a súmula 667 do STF esclarece que viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a
taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa.
Atenção! A súmula vinculante 29 afirma ser constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa,
de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não
haja integral identidade entre uma base e outra, ou seja, o que não pode é a base de cálculo ser
idêntica.
7
STF, Plenário, ADI 2.551, Rel. Min. Celso de Mello.
8
Caso essa súmula será cobrada, basta que o candidato saiba a sua literalidade.
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Tarifas ou Preços Públicos: Enquadram-se no regime jurídico de direito privado, não é tributo, seu
pagamento é facultativo, não se submetendo aos princípios tributários
Cobrada por pessoa jurídica de direito Cobrada por pessoa jurídica de direito
público público e privado
DICA: O valor pago a título dos serviços de energia, água e esgoto são considerados tarifas.9
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
9
STJ, REsp 30.847/SP, Rel. Min. Helio Mosimann e STF, AI 753.964-AgR/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio.
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#SELIGA: O fato gerador é a valorização imobiliária do imóvel, as pegadinhas vão girar em torno
disso, sendo um tributo vinculado.
Limite individual: O valor que corresponde à valorização que a obra pública gerou para cada
particular.
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O art. 2º do Decreto-lei 195/67 dispõe as obras que poderão ensejar a cobrança de contribuições
de melhoria. Atente-se que o STF10 já decidiu de que o mero recapeamento de via pública já
10
RE 116.148/SP, Rel. Min. Octavio Gallotti.
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asfaltada não justifica a cobrança do tributo, todavia, caso essa seja asfaltada poderá ocorrer a
cobrança do tributo ora em análise.
Sendo um tributo, sua prestação deve estar disposta em lei. Importante saber que o art. 82, do
CTN, previu os seguintes requisitos mínimos a serem observados:
Ademais, o § 1º do art. 82 do CTN, estabelece, ainda, que a contribuição de cada imóvel deve ser
determinada pelo rateio da parcela do custo da obra pública realizada pelos imóveis situados na
zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
Tal tributo será instituído para atender a despesas extraordinárias em casos de guerra externa ou
sua iminência, ou ainda em casos de calamidade pública, é exceção à anterioridade anual e à
anterioridade nonagesimal (art. 150, § 1º, da CF), podendo ser exigido de imediato.
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APOSTILA
Os empréstimos compulsórios são tributos de arrecadação vinculada, visto que o parágrafo único
do art. 148 da CF determina que os recursos provenientes da sua arrecadação sejam vinculados
às despesas que fundamentaram sua instituição. Porém, dependendo do fato gerador escolhido
pelo legislador, o tributo poderá ter características similares a impostos ou taxas.
O prazo do empréstimo e as condições de seu resgate devem ser fixados pela lei que instituir o
empréstimo compulsório (art. 15, parágrafo único, do CTN).
Por fim, o STF possui entendimento no sentido de que a restituição deve ser efetuada na mesma
espécie do que foi recolhido, ou seja, em moeda.12
IMPORTANTE: Empréstimos compulsórios não podem ser instituídos por lei ordinária
ou medida provisória! Não existe exceção!
11
Pegadinha constante em provas.
12
RE 175.385/CE
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APOSTILA
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
São tributos, em regra, de competência exclusiva da União que possuem como principal
característica a finalidade para a qual são criadas, ou seja, trata-se de um tributo vinculado.
Todavia, há uma exceção disposta no §1º, do art. 149 da CF/88, qual seja, a contribuição
instituída para financiamento do regime próprio de previdência dos servidores públicos dos
demais entes federados.
13
§1º do art. 169, da CF/88.
14
Despenca em prova da OAB!
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Outro ponto que merece atenção é que o seu § 2º, do art. 149, da CF/88 afirma que tanto as
contribuições sociais como as CIDE’s deverão ter as seguintes características:
Por fim, o §4º, do art. 149, da CF/88 permite a possibilidade de incidência monofásica de tais
contribuições.
ESPÉCIES DE CONTRIBUIÇÕES
1. Contribuições Sociais
sociais gerais.
Têm por objetivo carrear recursos para a seguridade social, obviamente. A seguridade social
compreende a saúde, a assistência social e a previdência social.
Tais contribuições poderão incidir sobre várias bases econômicas, segue tabela com as
principais:
15
Saber os tipos de alíquotas é suficiente para OAB, todavia, a título de curiosidade segue esclarecimentos: As
alíquotas ad valorem são aquelas em que se aplica um percentual sobre o valor a ser tributado (por exemplo, 05%
sobre R$ 100,00). Já as alíquotas específicas são diferentes e menos usuais. Elas tomam por base a unidade de
medida adotada. Por exemplo, R$ 18,00 de tributo a cada caixa de sapato .
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Trata-se de um hipótese de competência residual da União uma vez que essa poderá criar uma
nova contribuição social desde que respeite as seguintes regras previstas no inciso I, do art. 154,
da CF/88:
● Não podem ter base de cálculo ou fato gerador próprios de outras contribuições já
existentes.
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São aquelas destinadas a custear atividades do poder público na área social, mas que não
estejam destinadas à seguridade social.
O exemplo mais conhecido são as contribuições ao Sistema “S”, previstas no art. 240 da CF/88,
que destinam-se ao custeio dos Serviços Sociais Autônomos (SESC, SENAI etc.). Estas
entidades são pessoas jurídicas de direito privado, não pertencendo à administração pública
direta ou indireta, mas realizam atividades de interesse público, e por isso podem receber
recursos públicos.
São tributos parafiscais, na medida em que os recursos são destinados a outras entidades, que
não o Estado.
#LEMBRE: as CIDE’s não incidem sobre exportações, mas incidem sobre as importações de
produtos ou serviços estrangeiros.
O STF, através da Súmula Vinculante 41, decidiu que o serviço de iluminação pública não
poderia ser custeado por taxas, por não atender aos requisitos de especificidade e divisibilidade
exigidos tanto pela CF/88 (art. 145, II) quanto pelo CTN (art. 77).
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Diante disso, o legislador constituinte derivado, por meio da Emenda Constitucional 39/02,
acrescentou o art. 149-A ao texto constitucional, instituindo a COSIP. Três16 são as informações
que podem ser cobradas em prova:
● É facultado que a cobrança desse tributo seja feita na fatura de consumo de energia
elétrica.
A classificação da COSIP como contribuição especial não quer dizer que ela se assemelhe às
outras previstas no caput do art. 149 da CF/88.
4. Contribuições corporativas
16
Todas as três já foram cobradas na OAB.
17
Não se confunde com um imposto, porque sua receita se destina a finalidade específica, nem com uma taxa, por
não exigir a contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte.
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ATENÇÃO: OAB não se enquadra nesse rol de entidades que cobram tributos e que
são autarquia18. Além disso, o STF também já definiu que a OAB não pode ser tida
como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional, por não estar voltada
exclusivamente a finalidades corporativas.
ATENÇÃO: As contribuições cobradas pela OAB não são consideradas tributos. No entanto, as
anuidades cobradas pelos demais conselhos de fiscalização profissional são consideradas
tributos.
IMPORTANTE:
18
De acordo com o STJ (REsp 1066288/PR).
19
Esse conhecimento foi cobrado no XXVIII Exame da Ordem.
20
A FGV no XXVIII Exame da Ordem adotou essa corrente e afirmou que as contribuições para os conselhos de
classe serial consideradas dívida ativa tributária.
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● A Súmula nº 66 do STJ prevê que compete a Justiça Federal processar e julgar execução
fiscal promovida por Conselho de fiscalização profissional.
● O STF decidiu no RE 938837/SP (com repercussão geral) que o regime dos precatórios
para pagamentos de dívidas decorrentes de decisão judicial não se aplica aos conselhos
de fiscalização profissional.
a) Contribuição confederativa:
Cobrada apenas daqueles que se filiaram a essas entidades representativas. Por essa razão, não
há que se falar em compulsoriedade e, consequentemente, em natureza tributária.
Súmula Vinculante 40 - A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição
Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
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b) Contribuição sindical:
Era considerada tributo até a Reforma Trabalhista, Lei nº 13.467/2017, que pôs fim à
compulsoriedade da referida contribuição, alterando a redação dos arts. 578 e 579, da CLT
Em junho de 2018, o STF, por 6 votos a 3, julgou que o fim da obrigatoriedade da contribuição
sindical é constitucional. De acordo com o STF, não se pode admitir que a contribuição sindical
seja imposta a trabalhadores e empregadores quando a Constituição determina que ninguém é
obrigado a se filiar ou a se manter filiado a uma entidade sindical.
Conclusão: não há que se falar em contribuição sindical como tendo natureza tributária a partir da
Lei 13.467/2017, pois a compulsoriedade não está mais presente nesta prestação pecuniária, não
mais se adequando à definição de tributo.
O candidato deve se atentar que cabe à lei complementar regular as limitações constitucionais ao
poder de tributar, conforme prevê o art. 146, II, CF/88.
Ademais, importante relembrar que o legislador constituinte determinou no art. 60, § 4°, IV, da
CF/88 que os direitos e garantias individuais não podem ser abolidos por emendas
constitucionais .
Acerca dessa garantia, o Supremo Tribunal Federal já manifestou considerar como cláusulas
pétreas:
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Este princípio pode ser encontrado no art. 5º, inciso II, da Constituição. Todavia, no âmbito do
Direito Tributário ele é reforçado pela inteligência do artigo 150, inciso I, da CF/88.
Como o tributo é uma prestação pecuniária compulsória (é uma obrigação, portanto), deve ser
instituído em lei, como decorre do seu próprio conceito, estampado no art. 3° do CTN.
Da mesma forma, a multa tributária, apesar de distanciar-se do conceito de tributo, devem ser
instituídas em lei, pois elas são prestações obrigatórias, assim como aqueles.
Do mesmo modo, embora haja algumas exceções (exceções ao princípio da legalidade), somente
as leis podem majorar ou reduzir os tributos.
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Aliás, a leitura do artigo 150 é altamente recomendada, uma vez que traz o regramento sobre os
limites do poder de tributar.
No que se refere à definição do fato gerador, a fixação da alíquota e a base de cálculo dos
tributos, o CTN também determinou a necessidade de estarem previstos em lei. Trata-se de
elementos que são previstos na própria lei instituidora do tributo, ou em alguma lei que venha
alterá-lo.
Importante também que o candidato saiba que o STF22 já decidiu que a Medida Provisória é
instrumento idôneo para instituir e modificar tributos e contribuições sociais. Lembre ainda que é
vedado que medidas provisórias tratem de matérias que devem ser tratadas por meio de lei
complementar23.
Em regra os tributos são instituídos, majorados, reduzidos, extintos através de lei ordinária do
ente respectivo. Ou seja, a lei ordinária é o instrumento próprio por excelência para estas
finalidades.
No entanto, alguns tributos somente podem ser instituídos através de Lei Complementar, que
possui um processo diferente de aprovação (maioria absoluta dos membros do Congresso
Nacional) e outras características próprias. Neste sentido, também é possível afirmar que se o
21
Geralmente isso não ocorre de forma prática na medida em que é muito mais corriqueiro que o Chefe do Executivo
edite medida provisória, prevista no art. 62 da CF/88.
22
STF, AI 236.976/MG-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Néri da Silva .
23
art. 62, 1°, inciso III , da CF/88.
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A matéria reservada à Lei Ordinária poderá ser tratada por Lei Complementar, mas o inverso não
é verdadeiro.
Alteração de Alíquotas
O Art. 150, I da CF/88 estabelece a edição de lei para criação e majoração de tributos. Todavia,
dependendo dos critérios econômicos para a manutenção da estabilidade econômica do mercado
e a urgência da medida a ser tomada, permite-se a alteração das alíquotas do imposto.
No texto constitucional inicial, foram previstas quatro exceções ao princípio da legalidade, no que
se refere à alteração unicamente de alíquotas dentro dos limites legais, quais sejam:
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Observe que as exceções ocorrem nos impostos extrafiscais, ou seja, cuja finalidade principal
não é arrecadar, mas, sim, regular a economia.
Além dessas exceções ao princípio da legalidade, duas outras surgiram com a Emenda
Constitucional 33/2001, tratando sobre a tributação de combustíveis:
1. CIDE-Combustíveis, podendo sua a alíquota ser reduzida e restabelecida por ato do Poder
Executivo, conforme prevê o art. 177, § 4°, I, b, da CF/88
Por fim, o examinando deve saber que a atualização do valor monetário da base de
cálculo do tributo e a fixação ou alteração do prazo25 para da exação tributária não obedecem ao
princípio da legalidade.
CUIDADO: Não poderá ser utilizada a taxa Selic para essa atualização, uma vez
nesse índice não há só a correção monetária, mas também os juros moratórios.
24
Atualmente tal fixação é realizada no âmbito do Conselho de Política Fazendária (CONFAZ).
25
STF, Primeira Turma, RE 195.218/MG, Rel. Min. Ilmar Galvão.
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Sobre o tema a Súmula nº 160 do STJ dispõe: É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante
decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.
Já quanto às taxas, o STF possui entendimento de que Administração, por esta exercer
diretamente a atividade ensejadora da taxa, tem maiores condições de estipular o custo dessa
atividade e, por conseguinte, definir o valor da taxa a ser cobrada em cada caso . Todavia, deve
existir uma lei fixando o limite máximo que poderá ser cobrado.
Medidas Provisórias
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
Nacional.
Limitação materiais: O rol de matérias que não estão sujeitas a medida provisória pode ser
encontrado no artigo 62. §1º da CF. Dentre elas, as matérias reservadas à lei complementar.
Votação nas 02 (duas) Casas Legislativas (Câmara e Senado): Com 45 dias, a Medida Provisória
tranca a pauta da casa em que estiver tramitando, forçando, assim, a casa legislativa a apreciá-la
(art. 62, §4º da CF).
Princípio da Anterioridade (Art. 62, § 2º da CF): Medida provisória que implique instituição ou
majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá
efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele
em que foi editada.
I) Imposto Residual da União instituído por força de guerra externa ou de sua iminência
(Imposto Extraordinário de Guerra - IEG), explicitado no art. 154, II, CF/88;
II) Empréstimos Compulsórios decorrentes de guerra externa, de sua impedância ou
calamidade pública (art. 148, I), repisando, entretanto, que tal ressalva não se estende
ao caso da citada exação para fins de investimento público de caráter urgente e de
relevante interesse nacional (art. 148, II), sendo imperioso, nesta segunda situação, a
observância do Princípio da Anterioridade, sob pena de inconstitucionalidade; e
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III) Por força da edição da EC 33/2001, que veio acrescentar o § 4º ao art. 155 da CF, as
alíquotas de ICMS de tributação monofásica sobre combustíveis e lubrificantes, prevista
em lei complementar, serão objeto de definição por deliberação dos Estados e do DF,
podendo ser diminuídas ou mesmo restabelecidas sem a observância do Princípio da
Anterioridade (tese acolhida pelo STF). A mesma regra se estende ao caso disposto no
art. 177, § 4º, também da Constituição vigente, vez que a alíquota da CIDE na
importação ou comercialização do petróleo e de seus derivados, gás natural e seus
derivados e álcool combustível pode também ser reduzida ou restabelecida por simples
ato do Poder Executivo, sem o requisito elencado no art. 150, III, “b”.
(Eduardo Sabbag)
Em caso de rejeição de uma medida provisória, ocorrerá o efeito repristinatório, ou seja, voltará a
alíquota anteriormente prevista. Há exceção nos casos de Isenção ou Redução de Alíquota,
quando não haverá a incidência do princípio da anterioridade, valendo seus efeitos desde a
edição da Medida Provisória.
PRINCÍPIO DA ISONOMIA.
Tal princípio é destinado tanto ao legislador quanto aos executores da lei (Executivo e Judiciário).
Esse princípio tem por objetivo garantir a equidade na tributação, que se subdivide em:
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● Equidade Horizontal: contribuintes que possuem igual capacidade contributiva, devem ser
tributados de maneira igual.
Isso garante, por exemplo, que se A e B possuem a mesma renda e um deles possui mais
dependentes que o outro, seja tratado de forma diferente. Valendo, neste caso, a aplicação do
conceito de igualdade material. Ou seja, o legislador levará em conta as condições pessoais do
contribuinte individualmente.
E o legislador também teve o cuidado de especificar os impostos, pois neles não há fato gerador
vinculado (hipótese em que há contraprestação direta do Estado) a atividade estatal.
O que não significa dizer, todavia, que esta variabilidade não se aplique a outros tributos, como,
por exemplo, as taxas judiciais que podem ser isentas para pessoas de baixa renda. Ou seja, a
utilização negativa deste princípio é também possível para tributos vinculados, concedendo,
portanto, isenções para as Taxas e Contribuições de Melhoria para quem não pode arcar com
estes custos.
Principais julgados.
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assistência do Estado (ADI 1.643, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 5- 12-2002,
Plenário, DJ de 14-3-2003.).26
● Não fere o princípio da isonomia quando a lei estimula a contratação de empregados com
determinadas características (por exemplo, pessoa com deficiência), por meio de
incentivos fiscais (ADI 1.276, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 28-8-2002.).
● Não afronta o princípio da isonomia norma que proíbe a adoção do regime de admissão
temporária para as operações de importação amparadas por arrendamento mercantil. (RE
429.306/PR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 16/3/11).
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
O objetivo desse princípio é proteger o contribuinte contra alterações repentinas que possam
trazer prejuízos inesperados ao seu patrimônio, é um dos expoentes da segurança jurídica.
26
Com base na norma constitucional, a Lei Complementar 123/2006 instituiu o Sistema Integrado de Pagamento de
Impostos e Contribuições das microempresas e empresas de pequeno porte (SIMPLES), conferindo tratamento
diferenciado, simplificado e favorecido às ME e EPP. Atualmente, os profissionais liberais também podem optar pelo
SIMPLES nacional.
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1. Anterioridade anual
Pode ser chamado também de: anterioridade anual, de exercício, geral ou, ainda, anterioridade
comum.
O referido princípio está contido na norma constitucional do art. 150, inciso III, letra b, da
Constituição, que veda a qualquer dos entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) cobrar
tributos “no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou”. Desta forma, preserva-se a segurança jurídica do contribuinte sobre eventuais
alterações tributárias, proporcionando um período para que ele se prepare para o que está por vir.
O ‘Ano fiscal’ coincide com o ‘Ano civil’, sendo, portanto, a cobrança de tributos apenas no outro
ano que se deu a instituição daquele.
Exemplo:
Imagine que uma lei majoradora de determinado tributo seja publicada em 20/02/X1. Esta lei
somente produzirá efeitos no primeiro dia do ano seguinte àquele em que foi publicada:
27
RE-AgR 200.844/PR.
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Atualmente, o STF entende que a redução de benefício fiscal caracteriza aumento indireto de
tributo, atraindo a aplicação do princípio da anterioridade anual e nonagesimal, sendo que esta
será estudada adiante. Ademais, entende a Corte que o prévio conhecimento da carga tributária
tem como base a segurança jurídica e, como conteúdo, a garantia da certeza do direito.
2. Anterioridade nonagesimal
De acordo com esse princípio, deve ser observado o prazo de 90 dias para o início da aplicação
do tributo28.
De início era previsto apenas para às contribuições sociais previstas no art. 195, §6º da CF/88.
28
Não caia em pegadinhas afirmando que deve ser observado o período de 03 meses, são 90 dias!
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Todavia, com a Emenda Constitucional 42/2003, ampliou-se o rol de tributos que estariam
sujeitos ao princípio da noventena.
Portanto, agora a regra é a aplicação desse princípio, ficando excetuadas apenas as hipóteses
previstas no art. 150, § 1°, da CF/88.
Via de regra, o princípio da anterioridade nonagesimal deve ser aplicado juntamente com o
princípio da anterioridade anual. A partir da publicação da lei, devem ser observados esses dois
princípios, prevalecendo aquele que tiver o prazo mais longo.
Segue exemplo: imagine aquela lei, do nosso exemplo anterior, majorando o tributo e sendo
publicada em 20/02/X1. Esta lei somente produzirá efeitos no primeiro dia do ano seguinte àquele
em que foi publicada, do mesmo modo, visto que o prazo de 90 dias a ser contado a partir da
data da publicação da lei certamente faria com que a norma produzisse efeitos ainda no ano X1.
Porém, em observância ao princípio da anterioridade anual, a produção de efeitos deve ser
postergada para, no mínimo, até 01/01/X2.
29
(RE 584.100)
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Com objetivo de facilitar a assimilação das exceções a esses dois princípios segue imagem
esclarecedora:
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O referido princípio encontra suporte no art. 150, inciso III, letra “a”, da CF/88.
Este princípio determina que o legislador deve, ao formular a lei, definir, de modo taxativo e
completo, elencar as situações (tipo) tributáveis, bem como os critérios de quantificação (medida)
do tributo.
PRINCÍPIO DO NÃO-CONFISCO
De acordo com ele, os tributos não podem ser tão elevados a ponto de inviabilizar o direito de
propriedade. Em que pese não haja um conceito objetivo para determinar se um tributo tem ou
não este caráter confiscatório, o STF entende que para a caracterização do efeito confiscatório
deve ser obtida analisando a totalidade de tributos a que um contribuinte está submetido, dentro
de determinado período, em relação à mesma pessoa política, ou seja, se o objetivo é descobrir
30
Esse tema já fora tratado no tópico legislação tributária.
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se determinado imposto estadual está sendo utilizado com efeito de confisco, há que se verificar
todo o ônus tributário com que certo contribuinte arca em relação ao Estado.
RESUMINDO:
Princípio do não confisco: Totalidade da carga tributária + Mesma pessoa política (a União, por
exemplo) .
Já quanto às taxas, para o STF31, a análise a ser feita é entre a relação do custo do serviço
prestado ao contribuinte e o que foi efetivamente cobrado dele.
#SELIGA:
● As multas tributárias também estão sujeitas ao princípio do não confisco (tanto moratórias
como punitivas) .32
● A aplicação do princípio do não confisco deve ser atenuada, quando se trata de tributos
extrafiscais. Tais tributos são utilizados como forma de controle e, por isso mesmo, a
doutrina e a jurisprudência aceitam que se estipulem alíquotas elevadas nesses tributos.
Exemplo: as alíquotas do IPI em relação aos cigarros, por exemplo, chegam a 300%, com
objetivo de evitar que pessoas consumam esse produto.
Tal princípio atua em conjunto com o princípio da capacidade contributiva, que também visa a
preservação da capacidade econômica do indivíduo.
PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE
A expressão “Sempre que possível” trazida pelo artigo 145, §1º da CF, desonera o legislador de
usar esta diferenciação entre os contribuintes em todas as hipóteses de tributo, uma vez que isso
nem sempre é possível. Por exemplo, impostos embutidos no preço dos produtos.
31
ADI-MC-QO 2.551/MG.
32
Esse é o entendimento adotado pelo STF (ADI 551/RJ)
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Para resolver esta questão, a tributação dos produtos (ICMS e IPI) leva em conta a
essencialidade da coisa, dando origem ao Princípio da Seletividade. Quanto mais supérfluo for o
bem, maior será a sua tributação.
Este princípio determina que o fisco não pode decidir pela tributação sem suporte legal, mesmo
que seja para beneficiar algum tipo de contribuinte.
Este princípio proíbe que a União institua tributo de forma não uniforme em todo o país, ou dê
preferência a Estado, Município ou ao Distrito Federal em detrimento de outro ente federativo.
As pessoas tributantes estão impedidas de graduar seus tributos, levando em conta a região de
origem dos bens ou o local para onde se destinam.
#SELIGA: Aplica-se tanto aos produtos vindos do exterior, quanto aos que circulam entre
diferentes estados e municípios.
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Este princípio determina que o poder vinculante de uma lei provocará efeitos jurídicos até os
limites geográficos do ente político que lhe deu origem.
Através deste princípio há obrigação de esclarecimento dos impostos que incidam sobre as
utilidades. Ele está relacionado com o princípio básico das relações de consumo que é o princípio
da informação e/ou transparência.
Os tributos incidem muitas vezes em mais de uma fase da cadeia produtiva, por essa razão são
cumulativos quando o valor já pago não for descontado na fase atual; ou não cumulativos,
quando existir a compensação dos valores.
9. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Derivado do conceito de obrigação estudado em direito civil, a obrigação tributária consiste em
um plexo de direitos e deveres que interligam o contribuinte ao ente tributante.
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Trata-se de uma obrigação que decorre de lei, e não de contrato, na medida em que o seu
surgimento se dá com o evento denominado fato gerador, descrito na lei referente de cada tributo.
O fato gerador da obrigação principal pode ser uma situação jurídica ou uma situação de fato.
Sua descrição deve constar na lei de forma abstrata. Frise-se que em se tratando de IMPOSTOS,
exige-se Lei Complementar para definir o fato gerador.
Para alguns doutrinadores, é irrelevante a distinção entre fato gerador e hipótese de incidência.
Contudo, doutrina mais tradicional orienta que a hipótese de incidência é a descrição abstrata do
fato tributável, enquanto o fato gerador é a ocorrência da situação descrita no mundo fenomênico,
concretamente.
Quanto à obrigação acessória, uma vez ocorrido o fato gerador, neste caso descrito em lei ou
outros atos normativos subalternos (conjunto normativo a que o CTN denomina legislação
tributária), impõe-se ao contribuinte um dever de prática de atos (deveres instrumentais) ou de
abstenção. É o que ocorre, por exemplo, com o dever de confeccionar e enviar a declaração de
imposto de renda anualmente.
Frise-se que apesar do termo “acessória”, essa obrigação independe da principal, conforme
art.194, parágrafo único do CTN. Há casos em que não se vislumbra a obrigação principal, mas
presente se faz a obrigação acessória
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SUJEITO ATIVO
É considerado sujeito ativo aquele que possui o direito subjetivo de exigir a prestação pecuniária
advinda da instituição de tributo. Conforme anteriormente mencionado, é permitido ao ente
federativo com competência tributária a transferência administrativa da capacidade ativa
(caracterizada pelas funções de fiscalizar e arrecadar) a outro ente ou a entidade de direito
público. Desta forma, aquele que pode exigir a prestação (capacidade tributária ativa), será o
sujeito ativo.
Sujeito ativo indireto: São aqueles que detêm apenas a capacidade tributária ativa.
SUJEITO PASSIVO
Por sua vez, o sujeito passivo é considerado a pessoa, física ou jurídica, privada ou pública, que
deve efetuar o pagamento do tributo por ocasião da ocorrência do fato gerador. Figurando, por
conseguinte, no polo passivo, razão pela qual é correto afirmar que possui capacidade tributária
passiva. Vale ressaltar que o incapaz, a sociedade de fato ou pessoas que tenham limitação no
exercício das atividades civis, comerciais, não possuem impedimento para figurar como sujeitos
passivos da obrigação, ex vi do art. 126 do CTN.
IMPORTANTE: Ainda que as partes convencionem através de contrato uma obrigação com
relação aos tributos devidos, para o fisco não há efeito.
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Nesse contexto, importante atentar-se ao fato de que os entes políticos da administração direta
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios), muitas vezes são imunes a tributação, como, por
exemplo, a hipóteses do art. 150, VI, “a” da CF/88, mas podem ter de arcar com taxas e
contribuições de melhoria.
As autarquias também são imunes aos impostos (art. 150, § 2º, da CF/88), mas também devem
ser alvo de cobrança de taxas e contribuições; as empresas públicas e sociedades de economia
mista possuem capacidade tributária passiva plena (impostos, taxas e contribuições – art. 173 da
CF/88), pois não são contempladas pela Constituição como imunes.
Nesse contexto, poderá ser sujeito passivo o contribuinte (aquele que tem relação pessoal e
direta com o fato gerador), ou o responsável (que tem a obrigação veiculada por lei, apesar de
não ter relação pessoal e direta com o fato gerador).
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DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
O STJ tem entendido que caracteriza cerceamento de defesa do sujeito passivo notificação fiscal
enviada para endereço diferente do domicílio tributário, quando este é do conhecimento do fisco.
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STJ, 33.837/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro.
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A responsabilidade tributária é uma condição imposta por lei que gera a denominada sujeição
passiva indireta. Nesse ponto, é relevante diferenciar:
O sujeito passivo direto: aquele que tem relação pessoal e direta com o fato gerador, também
denominado contribuinte,
O sujeito passivo indireto: o responsável eleito por lei para figurar no polo passivo da relação
jurídica em certas situações.
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Em outros termos, há casos descritos no CTN em que o sujeito passivo não será aquela pessoa
que tem relação direta com o fato gerador (contribuinte), mas outro (responsável) que a que a lei
atribui esse papel por medida de praticabilidade tributária (visa a eficiência na arrecadação).
A responsabilidade tributária pode aparecer sob duas formas, quais sejam: por transferência ou
por substituição.
Nessa condição, o crédito tributário poderá ser exigido de qualquer dos devedores ou de todos
conjuntamente. O art. 124 do CTN estabelece que não há falar em possibilidade de arguir
benefício de ordem quando se a responsabilidade é solidária, podendo o Fisco exigir de qualquer
um deles a integralidade do crédito.
Imperioso que se mencione, também, o artigo 125 do CTN, que estabelece que o pagamento de
um dos coobrigados aproveita aos demais; a isenção e a remissão, se não concedidas
pessoalmente, estendem seus efeitos aos demais e, no caso de terem sido outorgadas
pessoalmente, os demais ficam obrigados solidariamente pelo saldo; e, por fim, a interrupção da
prescrição estende-se aos demais coobrigados para favorecer, ou prejudicar.
Segue esquema:
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Quando se trata de sucessão é possível visualizar a hipótese ocorrida por força de atos
praticados em vida ou em decorrência da morte do sujeito passivo direto.
Aberta a sucessão é necessário que os créditos tributários sejam satisfeitos, ainda que não mais
pelo sujeito passivo direto (falecido). Segundo a inteligência do artigo 131, III, do CTN, o espólio
será pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da
sucessão. Após a realização da partilha, os herdeiros ficam responsáveis pelos tributos devidos
pelo de cujus e pelo espólio até a data da partilha limitada. Evidentemente, nesse caso o valor
devido encontra limite no montante do quinhão, legado ou meação recebido.
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1ª Hipótese – aquisição de bens imóveis (art. 130 do CTN) Quando há aquisição de um bem
imóvel, a regra que prevalece é a de que os créditos tributários se sub-rogam na pessoa do
adquirente do bem imóvel. Isso quer dizer que o adquirente será responsável pelo pagamento
dos tributos relativos ao imóvel adquirido, a exemplo do IPTU. Há, porém, duas exceções:
2ª Hipótese – aquisição de bens móveis (art. 131, I, do CTN) Com relação à aquisição de bens
móveis, a regra que prevalece é a prevista pelo art. 131, I, do CTN, que estabelece que o
adquirente ou remitente ficam responsáveis pelos débitos anteriores à aquisição do bem.
Esse caso é um pouco mais complexo. Desta forma, se a pessoa que adquirir de outra, por
qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional e
continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome
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individual, responderá pelos tributos. Contudo, a depender da postura adotada pelo alienante, a
responsabilidade do adquirente poderá ser integral ou subsidiária, senão vejamos:
Se continuar a exploração
Torna-se Responsável
Subsidiariamente Integralmente
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4ª Hipótese - Prevê o art. 132 do CTN que a pessoa jurídica de direito privado que resultar de
fusão, transformação, incorporação é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas
fusionadas, incorporadas, transformadas.
Conceituando:
Fusão: operação em que duas empresas se unem para formar uma só. As empresas fusionadas
deixam de existir, surgindo uma nova, que será a sucessora.
Incorporação: operação em que uma (ou mais do que uma) sociedade é absorvida por outra. A
empresa incorporada deixa de existir.
Transformação: operação em que a sociedade muda de forma (de Ltda. para S.A., por exemplo).
Cisão: a cisão pode ser total ou parcial. Na cisão total, uma empresa transfere todo o seu
patrimônio para outra, deixando de existir. Na cisão parcial, a empresa transfere parcela do seu
patrimônio para uma (ou mais de uma) empresa, continuando a existir.
RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS
O art.134 e 135 do CTN apresentam situações em que terceiros, por força de lei, serão
responsáveis pelos débitos dos contribuintes.
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pergunta tiver como fundamento a doutrina ou a jurisprudência, deve-se afirmar que é subsidiária.
O art.134 do CTN apresenta ainda um rol de terceiros que podem ser responsáveis se
preenchidos os requisitos nele previstos. São eles: os sócios, pais, tutores, curadores,
administradores, inventariante, síndico e tabelião.
Nesses casos, excluir-se-á o contribuinte do polo passivo, respondendo pelo crédito tributário
apenas o responsável (trata-se de responsabilidade, não solidária, nem integral, mas pessoal do
responsável que agiu com excesso de poder ou violação à lei, contrato social ou estatuto). Nesse
caso, além daqueles sujeitos indicados como responsáveis no art. 134 do CTN, também poderão
responder: os mandatários, prepostos e empregados; diretores, gerentes ou representantes de
pessoas jurídicas de direito privado.
O vocábulo substituição já nos dá a ideia de que algo foi retirado de seu lugar próprio, onde nova
figura foi colocada. Nessa modalidade de responsabilidade verificamos a substituição do
contribuinte, sujeito passivo direto, por outra pessoa eleita pela lei, independentemente de
qualquer acontecimento posterior ao fato gerador. Assim, como primeira causa de diferenciação,
não se vislumbra nessa modalidade de responsabilidade um evento, posterior ao fato gerador,
que venha a provocar o deslocamento da responsabilidade tributária de um para outro sujeito. A
escolha do responsável e sua colocação como responsável pelo cumprimento da obrigação é
trazida por lei e ocorre contemporaneamente à ocorrência do fato gerador. A substituição,
portanto, depende de lei (ex.: dever imputado ao empregador de reter o valor relativo ao imposto
devido pelo empregado e repassar o montante ao Fisco no lugar daquele) e consiste em uma
medida de praticabilidade tributária, que visa tornar mais eficiente a fiscalização e a arrecadação,
poupando esforços do fisco no cumprimento do seu papel institucional.
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Nesse caso, o fato gerador ocorre mas o pagamento é efetuado posteriormente por um substituto
eleito pela lei, que se encontra no meio ou no fim da cadeia produtiva.
Nesta hipótese,, a arrecadação e fiscalização é feita em momento anterior ao efetivo fato gerador.
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A responsabilização pessoal do agente está prevista no art. 137 e incisos do CTN, ou seja,
quando a infração for capitulada como crime ou contravenção, salvo se praticada no exercício
regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem
expressa emitida por quem de direito; quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do
agente seja elementar.
a) das pessoas referidas no art. 134, contra aquelas por quem respondem;
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, proponentes
ou empregadores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado,
contra estas.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA
confissão do que com uma denúncia propriamente dita, já que o contribuinte ou responsável
reconhece e paga, extinguindo seu próprio crédito tributário. O afastamento da penalidade,
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portanto, visa estimular essa conduta por parte do contribuinte inadimplente, poupando esforços
da tão sobrecarregada administração fiscal.
A ordem para constituição do Crédito Tributário pode ser representada da seguinte forma:
Fato Gerador (Artigo 114 do CTN) > Obrigação Tributária (Artigo 113 do CTN) >>> Lançamento
(Artigo 142 do CTN) = Crédito Tributário (Artigo 139 do CTN).
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12. LANÇAMENTO
O artigo 142 do CTN define o lançamento como sendo o procedimento administrativo tendente a:
A autoridade administrativa, de acordo com a lei, é quem possui competência privativa para
constituir o crédito tributário através do lançamento. Interessante notar que nem mesmo a
autoridade judiciária pode substituir a autoridade fiscal nessa tarefa. Como já visto anteriormente,
lançamento é atividade vinculada e obrigatória, tendo a autoridade o dever de realizá-lo sob pena
de responsabilidade funcional (art. 142, parágrafo único).
A legislação que regula o lançamento a ser aplicada é aquela vigente à época da ocorrência do
fato gerador, mesmo que posteriormente ela seja alterada.
Após a conclusão do lançamento não poderá ser alterado o sujeito passivo, excetuando-se as
hipóteses previstas pelo artigo 145 do CTN, que prevê tal possibilidade em casos de impugnação
pelo sujeito passivo, recurso de ofício e iniciativa de ofício da autoridade administrativa.
MODALIDADES DE LANÇAMENTO
Lançamento por declaração (art. 147 do CTN): A autoridade administrativa efetua o lançamento
com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro sobre a matéria de fato. Ex.: ITCMD.
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Lançamento de ofício (art. 149 do CTN): A autoridade administrativa efetua todo o procedimento
de lançamento com base nos dados de que dispõe, sem que haja colaboração do sujeito passivo.
Ex.: IPTU, IPVA.
Lançamento por Homologação (art. 150 do CTN): Ocorre quando o sujeito passivo, de acordo
com a lei, antecipa o pagamento do tributo sem prévio exame da autoridade administrativa para
posterior homologação do pagamento por parte desta. Ex.: IR.
Vale destacar que o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial,
sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF.
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Pertencem aos Municípios 100% do produto da arrecadação do IRRF sobre rendimentos pagos, a
qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem,
conforme previsto no art. 158, I, da CF. Caberão aos Municípios e ao Distrito Federal 50% do
produto da arrecadação do ITR, relativamente aos imóveis neles situados – art. 158, II, da CF;
porém, caso optem, conforme previsão da Lei n. 11.250/2005, por fiscalizar e cobrar o ITR,
caber-lhes-ão 100% da arrecadação.
Casos de repartição direta da receita dos Estados com o Município – art. 158, III, da CF
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do
Distrito Federal;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das
Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de
caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando
assegurada ao semiárido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na
forma que a lei estabelecer;
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro
decêndio do mês de dezembro de cada ano; e) 1% (um por cento) ao Fundo de
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Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de julho de
cada ano;
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos
Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de
produtos industrializados.
100% (DF)
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100% se fiscalização e
cobrança pelo próprio
município, na forma do
art.153, §4º, III da CF.
IPVA 50%
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+1% ao Fundo de
3% para o Fundo setorial Participação dos
de desenvolvimento do Municípios, que será
Norte, Nordeste e entregue no primeiro
Centro-Oeste. decêndio do mês de
dezembro de cada ano;
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+1% ao Fundo de
10% para o Fundo de 3% para o Fundo setorial Participação dos
Desoneração das de desenvolvimento do Municípios, que será
Exportações. Norte, Nordeste e entregue no primeiro
Centro-Oeste. decêndio do mês de
dezembro de cada ano;
A linha do tempo é o estudo do devido processo legal para a cobrança de tributos. A hipótese de
incidência é o que descreve uma conduta em abstrato. O fato gerador é a ocorrência a prática da
conduta prevista na hipótese de incidência. Quando ocorre o fato gerador, nasce a obrigação
tributária. Através do lançamento, alhures explicado, é dimensionado o do valor da obrigação
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OBSERVAÇÃO: embora a execução fiscal seja o meio, por excelência, utilizado para
a execução do crédito tributário, outros mecanismos podem ser manejados pelo fisco
nesse mister. Sendo assim, nada impede que haja o protesto da CDA, como bem
reconheceu o Superior Tribunal de Justiça em recente julgado. Por outro lado, são
vedadas as sanções políticas como meios para compelir o contribuinte ao pagamento do crédito
tributário. Por sanções políticas compreende-se aqueles atos que impliquem, por exemplo,
apreensão de mercadorias e fechamento de estabelecimentos comerciais de forma
autoexecutório pela administração tributária. Tais medidas, se tomadas sem observância da
reserva de jurisdição e do princípio da legalidade, não se coadunam ao ordenamento jurídico
pátrio.
Hipótese de Incidência
Produz o dever de pagar tributo. Hipótese de incidência é diferente de fato gerador. A hipótese de
incidência ocorre no plano abstrato (ex: auferir renda, verba indenizatória não é fato gerador),
enquanto que o fato gerador ocorre no plano concreto (ex: João aufere renda).
Para facilitar o estudo do tema, a doutrina dividiu a hipótese de incidência em cinco partes,
chamadas de aspectos. Todos os aspectos da hipótese de incidência devem ser definidos por lei.
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Parcelamento
#SELIGA: O parágrafo único, do art. 151, do CTN é claro ao dispor que a suspensão da
exigibilidade do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias
dependentes da principal.
Suspensão antes do lançamento: É possível constituir o lançamento, mas não pode ser feita a
exigibilidade.
● Súmula STJ 112 - O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for
integral e em dinheiro.
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Compensação
Transação
Remissão
Prescrição e Decadência
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PAGAMENTO
O pagamento é a hipótese mais corriqueira de extinção do crédito tributário, e que, conforme
previsão do art. 162 do CTN, pode ser efetuado em moeda corrente, cheque, vale postal e, nos
casos previstos em lei.
A obrigação de pagar tributo é portável, ou seja, o devedor deve procurar o credor paga efetuar o
pagamento.
● Súmula STF 323 - É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para
pagamento de tributos.
Imputação ao pagamento:
34
STF, RE 195.218/MG.
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O prazo para pleitear a restituição será sempre de 5 anos, variando o termo inicial de contagem.
#SELIGA: Já o prazo para a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição é
de 02 anos, conforme prevê o art. 169, do CTN.
Resumindo:
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COMPENSAÇÃO
A compensação é possível quando o contribuinte for ao mesmo tempo devedor e credor do Fisco.
Todavia, há que se observar que a existência de crédito recíproco não autoriza automaticamente
a compensação, devendo haver previsão legal específica que lhe autorize (Art. 170 e 170-A do
CTN)
● Súmula STJ 212 - A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação
● Súmula STJ 213 - O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração
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TRANSAÇÃO
A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação
tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe no fim do litígio e
consequente extinção de crédito tributário
O parágrafo único do art. 171, do CTN esclarece que a lei indicará a autoridade competente para
autorizar a transação em cada caso.
REMISSÃO
A remissão do crédito tributário implica seu perdão pela autoridade administrativa devidamente
autorizada por lei específica.
A remissão do crédito tributário poderá ser total ou parcial. Ademais, o art. 172 do CTN possibilita
a sua concessão pela autoridade administrativa através de despacho fundamentado.
A remissão pode se referir ao perdão tanto de tributo como de multas, desde que já tenha sido
constituído o crédito tributário.
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DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO
Tanto a decadência quanto a prescrição são matérias que, de acordo com o art. 146, III, b, da
CF/88, devem ser tratadas por lei complementar. Nesse caso, o CTN (arts. 150, § 4º, 173 e 174)
dispôs a respeito.
Observa-se que ambas procuram preservar a segurança jurídica com o transcorrer do tempo, e
são hipóteses de extinção do crédito tributário que, devido à importância de cada instituto, devem
ser estudadas com especial atenção.
Atente-se ainda que ambos os prazos são de 05 anos, sendo o lançamento o marco que divide o
prazo decadencial do prazo prescricional.
DECADÊNCIA
De acordo com o art. 173 do CTN, “o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário
extingue-se após 5 (cinco) anos”. Ou seja, a decadência é a perda do direito da Fazenda Pública
de realizar o lançamento do crédito tributário.
Contagem do prazo:
Hipóteses do artigo 173, I, do CTN (Por ofício ou por Declaração): O início da contagem se dá a
partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele que o lançamento poderia ter sido efetuado.
Hipóteses do artigo 173, II do CTN (Anulação por vício formal): O início da contagem se dá a
partir da data em que se tornar definitiva a decisão que anular o lançamento anteriormente
efetuado.
Hipóteses do artigo 150, §4º do CTN (Lançados por Homologação): Possui regras específicas,
que serão resumidas no esquema a seguir:
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PRESCRIÇÃO
De acordo com previsão do artigo 174 do CTN, a “ação para a cobrança do crédito tributário
prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data da sua constituição definitiva”.
Ou seja, a prescrição retira da Fazenda Pública o direito de iniciar o processo de execução fiscal
se decorrido o período de 5 anos contados a partir da constituição do crédito tributário.
Devendo-se observar, no entanto, as hipóteses de suspensão e interrupção previstas nos artigos
151 e 174 do CTN respectivamente.
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Atente-se que no caso dos tributos lançados por homologação, o termo inicial da prescrição será
data do vencimento ou a data da entrega da declaração, se esta for posterior.
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do
débito pelo devedor.35
35
Esse inciso traza única hipótese em que ocorre interrupção da prescrição por iniciativa do devedor. Trata-se da
confissão de dívida que pode ocorrer no âmbito judicial ou administrativo.
36
STJ, EDcl no REsp 87.840/BA.
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Distintamente do que ocorre com a interrupção da prescrição, na suspensão, o prazo deixa de ser
contado, até que se encerre a situação o que suspendeu. Após esse evento, continua-se o curso
do prazo prescricional do ponto onde havia parado.
● Enquanto o crédito tiver sua exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151 (moratória,
depósito do montante integral, reclamações e recursos administrativos, liminares ou tutelas
antecipadas e parcelamento).
● Suspende-se por até um ano o prazo prescricional, quando não for localizado o devedor ou
encontrados bens penhoráveis, no curso do processo de execução fiscal.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
Esta hipótese de prescrição é possível em fase de execução fiscal.
Conforme dispõe o §2º, do art. 40 da LEF, no caso da suspensão por 1 ano devido ao não
encontro do devedor ou de bens que garantam a execução (penhora), os autos serão arquivados.
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Sendo assim, pode-se dizer que a extinção definitiva do crédito tributário, no que se refere aos
tributos lançados por homologação, apenas ocorre com a homologação do lançamento, ato que,
como regra, pode levar até 5 anos, contados do fato gerador.
Note bem que, embora a extinção do crédito só se dê com a homologação do lançamento, para
fins de definição do prazo inicial para pleitear a restituição, a LC 118/05 estabeleceu que é
considerado extinto na data do pagamento.37
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
O artigo 164 do CTN prevê a possibilidade de consignação do pagamento em juízo nos seguintes
casos:
A extinção do crédito tributário não ocorre com a ação de consignação em pagamento, mas, sim,
quando esta for julgada procedente.
Na consignação, o sujeito passivo quer pagar o tributo. Já no depósito, o sujeito passivo quer
discutir ou evitar o débito tributário.
37
O crédito lançado por homologação não é extinto na data do pagamento! Considera-se extinto apenas para fins de
contagem de prazo para restituição.
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DAÇÃO EM PAGAMENTO
O ocorre quando o sujeito ativo aceita receber, a título de pagamento, coisa diversa da qual lhe é
devida, extinguindo o crédito tributário.38
No Direito Tributário, a dação em pagamento somente passou a ser prevista como modalidade de
extinção do crédito tributário com advento da LC 104/2001.
A exclusão do Crédito Tributário tem o objetivo de impedir a sua constituição, ou seja, o crédito
tributário nem chega a ser constituído.
Observe a linha do tempo a seguir:
38
Tal modalidade de extinção do crédito tributário depende de lei autorizativa, editada por cada esfera do Estado.
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Isenção → TRIBUTOS
Anistia → MULTA
No parágrafo único do art. 175 do CTN, há previsão que, apesar de impedir o lançamento, a
exclusão do crédito tributário não retira as obrigações acessórias, ou seja, essas devem ser
cumpridas.
ISENÇÃO
A isenção opera em casos previstos em lei que autorizam a dispensa do pagamento de
determinado tributo, a ser concedida apenas pelo ente político que detêm a competência para sua
instituição. É um típico benefício ou incentivo fiscal.
A isenção será SEMPRE decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos
para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo o caso, o prazo de sua duração.
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Exemplo: Isenção de IPI concedida aos deficientes físicos. Deve comprovar que é deficiente.
Em caráter geral: ocorre quando a lei generaliza os sujeitos passivos que serão beneficiados. Não
há, portanto, necessidade de comprovação, nem despacho individual por parte da autoridade
administrativa.
Exemplo: Isenção de IPTU a todos os moradores do Município de Aracaju. Alcançará todos os
proprietários de imóveis urbanos, independentemente de qualquer comprovação.
É o que dispõe a Súmula 544 do STF: Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa,
não podem ser livremente suprimidas.
ANISTIA
A anistia é o perdão das penalidades pecuniárias resultantes de infrações cometidas antes da lei
de anistia, conforme artigo 180 do CTN.
Deve-se observar, ainda, o que prevê o artigo 181 do CTN, que estabelece que a anistia poderá
ser concedida:
I- em caráter geral;
II- limitadamente:
a) às infrações relativas a determinado tributo;
b) às infrações punidas com multa até determinado montante, conjugadas ou não com
penalidades de outra natureza;
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● Aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por
terceiro em benefício daquele.
DICA: A maioria das questões da FGV se limita a exigir que o candidato saiba quais são as
hipóteses que podem gerar suspensão , extinção e exclusão do crédito, se o candidato
memorizar as de suspensão (com o Mnemônico MorDeR LimPar) e às 02 de exclusão (anistia e
isenção) , as demais serão de extinção.
No entanto, o concurso entre credores que forem pessoas jurídicas de direito Público, obedecem
a seguinte ordem de preferência: União, Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e
pro rata, Municípios, conjuntamente e pro rata.
39
Conluio é o ajuste entre duas ou mais pessoas que praticam atos com o intuito de enganar a Fazenda Pública.
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Créditos derivados da
legislação do trabalho e Limite p/ créd. Leg. Trab.: 150
3º
decorrentes de acidente de salários mínimos
trabalho
8º Créditos quirografários -
40
Trata-se de um benefício fiscal concedido pelo ente político, por intermédio de lei, sendo uma decisão política.
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exclusão do crédito tributário) é prevista na lei. Tanto a imunidade quanto à isenção afastam
somente a obrigação principal do tributo, sendo que as obrigações acessórias41 deverão ser
cumpridas.
Imunidade Recíproca
União, Estados, Distrito Federal e Municípios não podem cobrar impostos42 uns dos outros. Essa
imunidade foi estendida para as autarquias e fundações públicas. Essa imunidade ocorre, pois
existe um pacto federativo (art. 150, §2° da CF).
Importante que o candidato saiba que esta limitação constitucional ao poder de tributar é
extensiva a outras pessoas jurídicas, de acordo com o art. 150, § 2°, da CF/88, desde que o
41
Obrigações acessórias são condutas impostas ao contribuinte, que não possuem caráter pecuniário, criando
obrigações de “fazer” ou “deixar de fazer” algo no interesse da arrecadação e fiscalização.
42
Atente-se que a imunidade é restrita a impostos.
43
STF, ARE 663.552-AgR/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski.
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APOSTILA
44
STF, AI 518.405-AgR
45
AI AgR/RS 174.808 e RE 196.415/PR.
46
ADI 2.024 e RE 364.202/RS, respectivamente.
47
RE 407.099/RS e AC 1.550-2.
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● A OAB48, entidade não integrante da administração pública indireta, também foi alcançada
pela imunidade recíproca, inclusive sua caixa de assistência dos advogados49 no
entendimento do STF.
RESUMINDO:
48
RE 259.976-AgR
49
RE 405267 AgR-segundo-ED /MG.
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IMUNIDADE RELIGIOSA
O art. 150, VI, “b”, da CF/88, veda que todos os entes federativos cobrem impostos sobre os
templos de qualquer culto50. Vale ressaltar que essa imunidade será estendida51 às áreas
contínuas ao templo, desde que seja provada que a renda obtida com as áreas contínuas sejam
integralmente convertida para o propósito religioso (ex: estacionamento).
IMPORTANTE: Sendo o Brasil um país laico, a imunidade religiosa se aplica a todas as religiões,
ou seja, ela é incondicionada.
RESUMINDO:
50
Atente-se que essa imunidade será restrita aos impostos.
51
STF, RE 325.822.
52
STF, RE 578.562.
53
STF, RE 562.351.
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De acordo com o art. 150, VI, c, da CF/88, é vedado a todos os entes políticos cobrar impostos
sobre o patrimônio, a renda e os serviços dos partidos políticos e suas fundações, dos sindicatos
de trabalhadores e das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei.
JULGADOS IMPORTANTES:
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● Serão imunes os serviços não relacionados às finalidades essenciais das entidades, desde
que a receita deles destine-se ao financiamento de tais finalidades.54
● Para o STF, as escolas de ensino profissionalizante estão enquadradas no rol de
entidades do art. 150, VI, c. Cite-se, como exemplo, o SENAC e o SENAI.
● O fato de os imóveis estarem sendo utilizados como escritório e residência de membros da
entidade não afasta a imunidade prevista no art. 150, VI, alínea c, § 4º, da CF;55
● A constatação de que um imóvel está vago ou sem edificação não é suficiente, por si só,
para destituir a garantia constitucional da imunidade. A sua não utilização temporária
deflagra uma neutralidade que não atenta contra os requisitos que autorizam o gozo e a
fruição da imunidade.56
● A imunidade das entidades de assistência social abrange o ICMS incidente sobre a
comercialização de bens por elas produzidos.57
● O desempenho de atividade franqueada da ECT por entidade de assistência social sem
fins lucrativos não a isenta do ICMS incidente sobre as operações.58
● A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição, compreende as
aquisições de produtos no mercado interno, desde que os bens adquiridos integrem o
patrimônio dessas entidades beneficentes.59
54
STF, RE 144.900.
55
STF, RE 221.395, Segunda Turma, Rel. Min. Marco Aurélio.
56
STF, Primeira Turma, RE 385.091/DF, Min. Rel. Dias Toffoli.
57
STF, RE 186.175 ED-EDv/SP, Pleno, Rel. Min. Ellen Gracie.
58
STJ, RMS 46.170-MS.
59
STF, AI 535.922-AgR/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Ellen Gracie.
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APOSTILA
IMPORTANTE:
¹A cobrança de mensalidades pelas entidades educacionais não descaracteriza a
imunidade, se não houver distribuição de rendas, lucro ou participação nos seus
resultados.
² Se houver apenas menção de que a entidade está na posição do contribuinte de fato, não
haverá imunidade na cobrança pelo serviço de energia elétrica, por exemplo. 62
IMUNIDADE CULTURAL
Também conhecida como imunidade de imprensa. O art. 150, VI, d, da CF/88, estabelece que é
vedado a todos os entes federados instituírem impostos sobre os livros, jornais, periódicos e o
papel destinado à sua impressão.
Tal imunidade é objetiva, na medida em que incide sobre coisas. Consequentemente, não
alcança o Imposto de Renda63, por exemplo, incidente sobre os lucros auferidos pelas editoras,
nem sobre as operações financeiras (IOF)64 realizadas pelas empresas que industrializam tais
produtos.
JULGADOS IMPORTANTES:
60
STF, RE 192.899-AgR .
61
STF, RMS 24.283.
62
STF, AI 731.786-AgR/SC
63
STF, RE 206.774, Rel. Min. Ilmar Galvão.
64
STF, RE 504.615-AgR.
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APOSTILA
● Apenas estão imunes livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão, bem
como outros insumos, desde que assimiláveis ao papel, ou seja, não abarca o maquinário
utilizado no processo de produção de livros, jornais e periódicos.65
● Os serviços de distribuição de periódicos, revistas, publicações, jornais e livros não estão
abrangidos pela imunidade cultural, ou seja, nesse caso, incide o ISS normalmente.66
● A concessão da imunidade sobre livros, jornais e periódicos independe da prova do valor
cultural ou pedagógico da publicação incidindo, inclusive, sobre álbuns de figurinhas e
apostilas.67
● Livros eletrônicos (e-books e e-readers) e os suportes próprios para sua leitura são
alcançados pela imunidade.68
● A inserção de anúncios e publicidade em listas telefônicas, com o objetivo de permitir a
divulgação das informações a custo zero para os assinantes, não descaracteriza a
imunidade em tela.69
RESUMINDO:
65
STF, ARE 1100204 AgR/SP.
66
STF, RE 630.462-AgR.
67
STF,RE 183.403/SP.
68
Recurso Extraordinário 330.817/RJ
69
STF, RE 199.183 .
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APOSTILA
“Art. 1º O inciso VI do art. 150 da Constituição Federal passa a vigorar acrescido da seguinte
alínea e:
Da leitura atenta do supracitado dispositivo conclui-se que está vedado a todos os entes
federativos instituir impostos70 sobre:
Atente-se que a etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser foi
excepcionada, não estando imune aos impostos.71
70
E não tributos, como a FGV adora cobrar para confundir os candidatos.
71
Com objetivo que a Zona Franca de Manaus continuasse a ser vantajosa, garantindo, assim, o desenvolvimento
dessa região.
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APOSTILA
● Ação popular, salvo comprovada má-fé, é isento (imune) de custas judiciais, as quais são
consideradas taxas pelo STF (art. 5°, LXXIII);
● São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei, o registro civil de
nascimento e a certidão de óbito (art.5°, LXXVI);
● São gratuitas as ações de “habeas-corpus” e “habeas-data”, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania (art. 5°, LXXVII);
● As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as
receitas decorrentes de exportação (art. 149, §2°, I);
● O IPI não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior (art. 153, §3°, III);
● O ITR não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o
proprietário que não possua outro imóvel (art. 153, §3°, II);
● O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se
exclusivamente à incidência do IOF, sendo imune de qualquer outro tributo (art. 153, §5°);
● O ICMS não incidirá (art. 155, §2°, X):
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços
prestados a destinatários no exterior;
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes,
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e
de sons e imagens de recepção livre e gratuita;
● À exceção do II, IE e ICMS nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas
a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e
minerais do País (art. 155, §3°).
● O ITBI não incidirá sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de
pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos
decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses
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A execução fiscal é um procedimento especial regido pela Lei nº 6.830 que tem por escopo a
cobrança judicial dos créditos inscritos na Dívida Ativa. De acordo com a Lei nº 4.320, os créditos
do ente público podem ser de natureza tributária (aqueles oriundos dos tributos pagos pelos
contribuintes) e de natureza não tributária (a exemplo dos valores que um Município recebe a
título de aluguel de um imóvel seu). Tanto em um caso, quanto no outro, esses créditos são
inscritos na Dívida Ativa e cobrados via Ação de Execução Fiscal.
A constituição dos créditos tributários foi estudada no capítulo próprio referente à obrigação
tributária. Neste momento, portanto, estudaremos a evolução da cobrança de créditos
constituídos, a começar pela definição do que é a dívida ativa, sua razão de ser e os efeitos que
decorrem da inscrição do crédito. Em seguida, analisaremos o procedimento judicial da execução
fiscal, que, de antemão, pressupõe a inscrição do crédito na dívida ativa.
A dívida ativa
A Dívida Ativa tributária, regulada no art.201 do Código Tributário Nacional (CTN), é o conjunto de
todos os créditos provenientes da incidência de tributo sobre fatos geradores lançados,
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Caso o crédito seja de natureza não tributária, deverá ser igualmente inscrito, porém na Dívida
Ativa Não Tributária.
Nesse material, por questões de didática, explicaremos a Execução Fiscal Tributária, por ser mais
frequente em provas, fazendo breve inserções caso necessária alguma observação relativa à
execução fiscal não tributária.
● Produzir o Título Executivo Judicial que lastreia a Execução Fiscal (a Certidão de Dívida
Ativa – CDA);
A Certidão de Dívida Ativa (CDA) é um título executivo extrajudicial previsto no Art. 784, IX do
Código de Processo Civil. Nela consta o crédito a ser executado, o devedor e eventual
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responsável tributário. É com base nela que o órgão de representação judicial do ente
(Procuradoria) vai mover a Execução Fiscal.
Importante ressaltar que, segundo a Súmula 392 do STJ, a CDA poderá ser substituída ou
emendada diante da constatação de erro material ou formal até a decisão de primeira instância
(leia-se: decisão que resolve os Embargos à Execução Fiscal), desde que não altere o executado.
Nesse caso não há incidência de honorários sucumbenciais em favor do executado porque houve
uma mera substituição do título.
Caso constatado algum excesso no valor contido na CDA, essa poderá ser igualmente substituída
sem que isso implique sucumbência em desfavor da Fazenda.
De outra banda, se a CDA for por, algum motivo, cancelada após a apresentação de Embargos à
Execução, incidirão honorários advocatícios sucumbenciais.
A legitimidade ativa para se mover Ação de Execução Fiscal é daquelas entidades que compõem
o conceito de Fazenda Pública.
Via de regra, as Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista não têm legitimidade para
mover execução fiscal. Contudo, admite-se que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
(Correios) mova execuções fiscais. Embora seja uma pessoa jurídica de direito privado, a
jurisprudência entende que a fisionomia dessa instituição muito se assemelha a das pessoas
jurídicas de direito público, notadamente ao considerar os seus fins institucionais (prestação de
serviços públicos) e não o desenvolvimento de atividade econômica. Com isso, uma série de
prerrogativas próprias da Fazenda Pública são estendidas à EBCT, a exemplo da legitimidade
para Execução Fiscal.
Embora entre os fins institucionais da OAB esteja a fiscalização profissional dos advogados, essa
entidade tem fisionomia institucional própria, não se equiparando aos Conselhos de Fiscalização
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Profissional em geral. Com isso, não se reconhece à OAB a legitimidade para promover
execuções fiscais.
Embora pessoas jurídicas de direito privado não sejam legitimadas por excelência à propositura
de execuções fiscais, é possível que com elas o ente público celebre convênio autorizando-a a
mover tal ação. É o que ocorre quando a União delega à Caixa Econômica Federal a atribuição
de promover a execução fiscal dos créditos devidos ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
(FGTS).
Legitimados Passivos
O devedor poder ser outro ente público, a exemplo do que ocorre quando o INSS deve pagar
determinada taxa (ex: taxa de coleta de lixo) ao Município. Lembre-se que nem todo tributo está
sujeito à imunidade recíproca, mas apenas os impostos. Nesse caso, porém, o procedimento a
ser adotado não é o da Lei nº 6.830, mas o do art. 534 do CPC.
Se o nome do responsável tributário constar na CDA, por gozar esse título de presunção de
certeza e liquidez, teria o responsável um esforço maior para provar alguma causa que o
eximisse desse dever. Diante da necessidade de dilação probatória, conclui-se que não caberia,
nesse caso, mover Exceção de Pré-executividade (mecanismo pelo qual se argui matérias de
ordem pública que não demandem dilação probatória, ainda que fora do prazo para embargar),
mas apenas os Embargos à Execução. De outro lado, se o nome do responsável não consta na
CDA, ele estaria apto a mover a Exceção de Pré-executividade normalmente.
Segundo a jurisprudência e a leitura do art. 135 do CTN, o mero inadimplemento não é suficiente
para justificar o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente da pessoa jurídica
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contribuinte. Entretanto, conforme Súmula 460 do STJ, se constatada que a empresa não
funciona mais no local indicado em seu registro, presume-se a fraude apta a viabilizar o
redirecionamento contra o sócio-gerente, que arcará com ônus de provar que esta não ocorreu.
No ano de 2019 o STJ proferiu uma relevantíssima decisão no sentido de que não cabe a
aplicação do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (IDPJ) na execução fiscal,
seja ela tributária ou não tributária, independente de o nome do sócio constar ou não na CDA.
Diante da necessidade de se atingir outra pessoa, que não o contribuinte, basta aplicar o mero
redirecionamento, que se defenderá via Embargos a Execução ou Exceção de Pré-executividade,
a depender do caso, e ainda poderá mover Agravo de Instrumento, dispensada a abertura do
incidente processual. Justifica-se tal conclusão pelo fato de que a responsabilidade do sócio que
é atingido pelo redirecionamento decorre de ato próprio por ele praticado previsto em lei, e não
necessariamente de abuso da personalidade jurídica.
Competência
A execução fiscal, via de regra, é processada na primeira instância da justiça comum, federal ou
estadual, a depender do ente exequente. É comum em comarcas maiores a criação de varas
especializadas que cuidam somente de processar execuções fiscais, devido ao grande volume de
ações dessa natureza em tramitação. Há situações particulares, porém, em que a competência é
de outros ramos da justiça e até mesmo originária do STF. Vejamos:
● Justiça do Trabalho: execução fiscal da multa aplicada pelo órgão fiscalizador do Ministério
do Trabalho
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Em caso de falência superveniente não cabe o deslocamento para o juízo universal. A execução
fiscal permanece no juízo de origem, com a ressalva de que eventuais valores provenientes de
penhora ou alienação judicial de bens serão remetidos para o juízo universal, a fim de que nele
seja organizado o concurso de credores.
Procedimento
A execução fiscal é deflagrada por uma petição inicial simplificada, devendo a CDA constar em
anexo ou apresentada no próprio corpo da petição. Segundo a jurisprudência sumulada do STJ, é
desnecessária a apresentação de memória de cálculo (Súmula 559 do STJ) e a falta de indicação
no RG, CPF ou CNPJ do demandado não implica extinção do processo sem mérito (Súmula 558
do STJ).
O despacho que ordena a citação na execução fiscal interrompe a prescrição, cujos efeitos
retroagem à data da propositura da ação. O ato citatório, em regra, é feito pela via postal,
exigindo-se o aviso de recebimento (AR). Caso o AR não retorne, ou se houver requerimento, a
citação pode ser feita por oficial de justiça. É cabível também a citação por edital se, de acordo
com a Súmula nº 414 do STJ, forem esgotados os possíveis meios de localização. Uma vez
nomeado curador especial, é possível que ele mova Embargos à Execução.
Citado, abre-se o prazo de 5 (cinco) dias para pagar ou oferecer garantia (depósito em dinheiro,
fiança, indicação de bens próprios ou de terceiros, desde que, no caso, desses, haja anuência da
Fazenda Pública).
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O bloqueio de ativos ordenado pelo juiz pode ser impugnada em 5 (cinco) dias, oportunidade em
que se pode alegar o excesso ou a impenhorabilidade dos bens. Sendo acolhida, o banco tem 24
(vinte e quatro) horas para cumprir. Se não acolhidas, converte-se o bloqueio em penhora.
IMPORTANTE: O bem penhorado pode ser substituído por fiança bancária ou seguro
garantia, tal como previsto no CPC. Entretanto, na lei de execução fiscal NÃO SE
EXIGE O ACRÉSCIMO DE 30% NESSE CASO. Segundo a doutrina, essa
possibilidade consiste em direito subjetivo do reu, não podendo a Fazenda Pública a
ela se opor, na medida em que a fiança e o seguro garantia são equiparados a dinheiro.
Entretanto, a substituição de bens penhorados por precatórios pode ser rejeitada pelo exequente
(Súmula 406 do STJ), na medida em que precatórios, ao contrário da fiança e do seguro-garantia,
não são equiparados a dinheiro.
Ademais, admite-se, tal como no CPC, a penhora de imóveis, de faturamento da empresa, entre
outras modalidades.
Importante ressaltar, porém, que diante do concurso de penhoras terão preferência na seguinte
ordem:
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APOSTILA
Frise-se que essa concorrência só se aplica entre os créditos tributários. Portanto, caso um
crédito não tributário da união dispute com um crédito tributário de Município, este terá a
preferência.
Se durante o processo de execução fiscal não forem encontrados o devedor ou seus bens,
opera-se a suspensão do procedimento. Essa suspensão decorre de lei (ex lege), na medida em
que prevista no art. 40 da Lei nº 6.830, e é automática, devendo o juiz apenas declarar e intimar a
Fazenda Pública para que esta fique ciente, sob pena de nulidade absoluta.
Decorrido o prazo de 1 (um) ano desde a intimação da Fazenda Pública, se forem encontrados o
devedor ou bens penhoráveis, a execução retoma o seu curso normal. Do contrário, o juiz deverá
determinar o arquivamento do processo, porém sem baixa na distribuição, já que pode ser
ressuscitado se encontrados bens. Ademais, no dia em que se completar 1 (um) ano desde a
suspensão, o prazo de prescrição intercorrente será automaticamente deflagrado.
Esgotado o prazo de 5 (cinco) anos, o juiz pode conhecer de ofício a prescrição (Súmula 409 do
STJ), mas deverá intimar a Fazenda Pública para se manifestar a respeito antes de pronunciá-la.
Nessa oportunidade, o exequente pode suscitar a ocorrência de alguma daquelas causa
interruptiva durante o referido lapso temporal. Entretanto, se o juiz declarar prescrita a execução
sem prévia oitiva da Fazenda Pública, segundo o STJ opera-se uma nulidade meramente relativa,
cujo reconhecimento depende da prova de algum prejuízo (ex: deve a Fazenda provar que tinha
alguma causa interruptiva capaz de interromper o fluxo do prazo prescricional).
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APOSTILA
O meio de defesa do devedor fiscal por excelência são os Embargos à Execução Fiscal, cujo
prazo de interposição é de 30 (trinta) dias a contar, segundo o STJ, da intimação do depósito, da
juntada aos autos da prova de prestação de fiança ou da juntada de intimação de penhora.
Frise-se que na Execução Fiscal, ao contrário do que ocorre com o CPC, a legislação exige-se
garantia do juízo para que se possa mover Embargos à Execução. O STJ, a propósito, reconhece
que tal exigência é devida, fundamentando sua decisão no princípio da especialidade (lei
especial, a exemplo da Lei nº 6.380, prevalece sobre a lei geral, a exemplo do CPC). Em alguns
casos particulares, porém, essa exigência já foi afastada pela jurisprudência a fim de viabilizar o
acesso à justiça por pessoas economicamente hipossuficientes.
Outra informação relevante é saber que os Embargos à Execução fiscal não têm efeito
suspensivo automático. Nada impede, porém, a concessão mediante requerimento em que se
prova a urgência ou a evidência do direito pleiteado, garantindo-se o juízo mediante penhora,
depósito ou caução.
Nos Embargos podem ser arguidas todas as matérias de defesa. Entretanto é, por lógica, vedada
a reconvenção.
Nesse sentido, a Fazenda Pública exequente será intimado para apresentar resposta em 30
(trinta) dias, prazo este que é específico, não se devendo aplicar a contagem em dobro prevista
do art.183 do CPC. Havendo a necessidade de produção de provas, será designada audiência de
instrução.
Na sequência, o juiz proferirá decisão, contra a qual poderão ser interpostos os recursos.
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dos Embargos à Execução no juízo deprecado, que remeterá para que o deprecante julgue, salvo
se o vício residir em ato praticado pelo próprio juízo deprecado.
ATENÇÃO: Se a matéria a ser alegada for de ordem pública e não demandar a necessidade de
instrução probatória, é cabível também a Exceção de Pré-executividade, instrumento que, embora
não previsto em lei, é amplamente admitido nesses casos. Por essa via, dispensa-se a garantia
de juízo e a observância do prazo exigido para Embargos à Execução, podendo ser ajuizada
mesmo após expirados os 30 (trinta) dias.
Sentença
Uma vez efetuado o pagamento ou levantado o valor necessário após a devida alienação dos
bens, extinto é o crédito tributário. A sentença na execução cuida apenas de declarar a extinção
do referido crédito, sendo, portanto, preponderantemente declaratória. A extinção do crédito,
portanto, é o mérito da sentença, que é amparada pela coisa julgada material. Nesse sentido, não
há dúvidas de para a desconstituição da sentença transitada em julgado é cabível a Ação
Rescisória.
Quanto aos recursos cabíveis, admitem-se todos os previstos no CPC. Entretanto, é válido
apontar duas relevantes particularidades, já cobradas em edições passadas do Exame da Ordem:
a) Sentenças proferidas em execução de valores inferiores a “50 OTN” (apenas gravem esse
termo pois é como está disposto na lei, não devendo o aluno se preocupar em saber o valor
correspondente atualmente), cabem Embargos Infringentes dirigidos ao próprio juiz que
proferiu a decisão, bem como Embargos Declaratórios e Recurso Extraordinário. Trata-se da
chamada “Causa de Alçada”, caso em que não é cabível a apelação.
IMPORTANTE: Esses Embargos Infringentes nas causas de alçada nada têm a ver
com os extintos Embargos Infringentes que existiam no CPC de 2015. Apesar do
nome comum, são recursos com objetos e finalidades diversas. Enquanto esse visava
o reexame de decisão não unânime proferida por órgão colegiado, aquele objetiva a
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revisão do julgamento pelo próprio juiz que o proferiu e é específico da Execução Fiscal.
Importa saber que os Embargos Infringentes na execução fiscal são dirigidos ao próprio juiz que
proferiu a decisão, representando, pois, exceção ao duplo grau de jurisdição.
b) Da sentença que rejeita os Embargos à Execução Fiscal cabe Apelação sem efeito
suspensivo. Frise-se que de acordo com a Súmula 317 do STJ, por ser carente de efeito
suspensivo, a pendência da apelação contra decisão que rejeita embargos não impede o
curso regular do execução fiscal, que conserva o caráter de execução definitiva. Nada
impede, porém, a concessão de efeito suspensivo se requerido for.
Meios de Expropriação
No que toca aos meios diretos de execução, por serem muitas as semelhanças com os
mecanismos previstos no CPC, remete-se o aluno ao estudo do material referente ao processo
civil. Vale ressaltar, porém, uma relevante particularidade da execução fiscal: não se admire aqui,
ao contrário do CPC, a alienação de bens penhorados por iniciativa particular. Na execução fiscal,
a alienação de bens necessariamente ocorrerá via hasta pública (leilão). Frise-se, porém, que
todos os demais meios, como a adjudicação e a penhora de frutos e rendimentos são cabíveis.
Sugerimos a leitura dos seguintes artigos da Lei nº 6.830: 2º; 3º; 5º; 8º, caput e §2º; 11,§1º; 16 ;
17 ; 20 ; 28 ; 29 ; 30 ; 38; 40.
Súmulas importantes:
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