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Note que 1400 anos separam Moisés de Jesus e Paulo. É muito tempo. Contudo,
nenhum deles sentiu necessidade de atualizar a Lei, relativizando seus
princípios. Pelo contrário, se houve atualização, foi para torná-la ainda mais
radical, Jesus considerou que até o insulto seria assassinato e a lascívia
adultério. “Aquele que chamar seu irmão de idiota corre o risco de ir para o
fogo do inferno (Mat 5:22). Imagine o que ele diria aos lacradores internéticos
de plantão?
Paulo disse que a letra mata e o espírito vivifica (2 Coríntios 3:6 ), seria isso uma
atualização da lei? Basta ler o contexto. O próprio Paulo disse que os
mandamentos são santos, justos e bons (Romanos 7:12). Também lembrou que
a ira de Deus se revela contra os que sustentavam práticas sexuais proibidas no
Levítico. As regras de Deus não são ruins. A Lei de Deus é perfeita e Jesus
mesmo disse que não seria anulada (Mateus 5:17-18).
Mas a perfeição da Lei ressalta nossas faltas e estabelece nossa condenação: a
morte. É por isso que a letra mata. Pelo que está escrito na letra da lei, todos
estamos condenados. Precisamos da graça para sermos salvos e não de uma
atualização que se adeque a conveniências estatísticas. Sim, “conveniências
estatísticas”, pois a grande pressão de líderes religiosos de hoje é ceder aos
ditames mais populares, ao consenso mais ou menos geral das pessoas que não
querem lutar contra o pecado, mas “resolvê-lo” com vícios e atitudes que
adormecem a consciência. Talvez o grande desafio homilético e hermenêutico
da atualidade seja apresentar um discurso que acalme os aflitos e sacuda os
acomodados.
As regras de Deus são boas e são nosso guia moral para a vida. Séculos de
história não fizeram Jesus duvidar da relevância das Escrituras. Ele citava Moisés
para embasar sua ética, expulsava demônios e cria na historicidade do Gênesis.
Mas a modernidade trouxe consigo teólogos mais expertos em Bíblia, que
consideram o Gênesis um mito plagiado na Babilônia e as possessões
demoníacas um caso para psicólogos. Seria cômico, se não fosse trágico.