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Publicado em 2019-05-06 12:12:22

“Concurso não se faz para passar, mas até passar.” William Douglas Professor Mozart Rocha
Teoria Geral da Administração - TGA Apostila 05 Parte V Teoria Neoclássica da Administração
Decorrências da Abordagem Neoclássica: Processo Administrativo Decorrências da
Abordagem Neoclássica: Tipos de Organização Objetivo pedagógico – Teoria Neoclássica da
Administração Mostrar os principais teorias que antecederam a abordagem humanística da
TGA. Identificar as primeiras tentativas de aplicação de conceitos da Psicologia à TGA.
Explorar o conceito de organização como um sistema social e como um sistema cooperativo e
racional. Objetivo pedagógico – Teoria Neoclássica da Administração Mostrar o ecletismo da
Teoria Neoclássica da Administração, sua preocupação com a prática administrativa e sua
ênfase nos objetivos e resultados Afirmar a Administração como técnica social básica, por meio
do qual o administrador alcança resultados através das pessoas com as quais trabalha. Definir
os princípios básicos da organização. Considerar o dilema centralização versus
descentralização, os fatores que afetam as decisões sobre descentralização, sua vantagens e
desvantagens. Abordagem Neoclássica No início da década de 1950, a teoria administrativa
passou por um período de intensa remodelação. A Segunda Guerra Mundial havia acabado e o
mundo passou a experimentar um notável surto de desenvolvimento industrial e econômico
sem precedentes. Apesar da influência das ciências do comportamento sobre a teoria
administrativa, os pontos de vista dos autores clássicos nunca deixaram de subsistir. Todas as
teorias anteriores assentaram na Teoria Clássica, seja como ponto de partida, seja como crítica
para tentar uma posição diferente, mas sempre se relacionando a ela de alguma maneira.
Abordagem neoclássica nada mais é do que a redenção da abordagem clássica devidamente
atualizada e redimensionada aos problemas administrativos atuais e ao tamanho das
organizações de hoje. A abordagem neoclássica baseia-se nos seguintes fundamentos: A
Administração é um processo operacional composto de funções: planejar, organizar, dirigir e
controlar. A administração precisa estar baseada em princípios que tenha razoável valor e
aplicação universal. Os princípios de Administração, a exemplo das ciências lógicas, são
necessários e verdadeiros. A cultura e o universo afetam o ambiente do administrador. Como
ciência ou técnica, a teoria da Administração não precisa abarcar todo o conhecimento para
poder servir de fundamentação científica dos princípios de Administração. Teoria Neoclássica
O termo Teoria Neoclássica é, na realidade, um tanto quanto exagerado. Os autores aqui
abordados (Peter F. Drucker, Ernest Dale, Harold Koontz, Cyril O'Donnell, Michael Jucius,
William Newman, Ralph Davis, George Terry, Morris Hurley, Louis Allen, sem contar os autores
da escola da Administração por Objetivos), muito embora não apresentem pontos de vista
divergentes, também não se preocupam em se alinhar dentro de uma organização comum. Em
resumo, os autores neoclássicos não formam propriamente uma escola bem definida, mas um
movimento relativamente heterogêneo que recebe várias denominações: Escola Operacional,
Escola do Processo Administrativo ou ainda Abordagem Universalista da Administração. Pre-
ferimos a denominação teoria para melhor enquadramento didático e facilidade de
apresentação. Sem dúvida o maior expoente da Teoria Neoclássica é Peter Drucker,
considerado o mestre maior. As principais características da Teoria Neoclássica são as
seguintes: Pragmatismo: ênfase na prática e aplicação da administração. Reafirmação e
atualização dos postulados clássicos. Ênfase nos princípios gerais de administração como
receituário para o trabalho do administrador. Ênfase nos objetivos e nos resultados a serem
definidos e alcançados. Ecletismo de opiniões e pontos de vista. Ênfase na Prática da
Administração A Teoria Neoclássica caracteriza-se por uma forte ênfase nos aspectos práticos
da Administração, pelo pragmatismo e pela busca de resultados concretos e palpáveis, muito
embora não se tenha descurado dos conceitos teóricos da Administração. Reafirmação
Relativa dos Postulados Clássicos Os neoclássicos pretendem colocar as coisas nos seus
devidos lugares. E, para tanto, retomam grande parte do material desenvolvido pela Teoria
Clássica, redimensionando-o e reestruturando-o de acordo com as contingências da época
atual, dando-lhe uma configuração mais ampla e flexível. Ênfase nos princípios Gerais de
Administração Os princípios de Administração – que os autores clássicos utilizavam como “leis”
científicas – são retomados pelos autores neoclássicos como critérios de conduta elásticos
para busca de soluções administrativas práticas. Para alguns autores neoclássicos o estudo da
administração baseia-se na apresentação e discussão de princípios de como planejar,
organizar, dirigir e controlar. Os princípios têm um papel na Administração equivalente ao das
leis nas ciências físicas, pois visam demonstrar uma relação de causa e efeito. Os princípios
não devem ser abordados de uma forma rígida e absoluta, mas relativa e flexível, porquanto
devem ser aplicado a situações extremamente diversas, sujeitas a uma multiplicidade de
variáveis. Daí o nome princípios gerais de administração, pois devem ser aplicados em
aspectos genéricos, de uma forma maleável e flexível, com base no senso do administrador.
Há ocasiões em que a aplicação de um dos princípios pode contrariar a aplicação de um outro.
O aspecto mais vantajoso ou mesmo o bom senso deverá ser o critério na escolha do princípio
mais adequado a uma situação. Ênfase nos Objetivos e nos Resultados Toda organização
existe não para sim mesma, mas sim para alcançar objetivos e produzir resultados. A Teoria
Neoclássica considera os meios na busca da eficiência, mas enfatiza os fins e resultados, na
busca pela eficácia. Há um forte deslocamento para os objetivos e resultados. Ecletismo da
Teoria Neoclássica Os autores neoclássicos são ecléticos pois absorvem o conteúdo de outras
teorias administrativas mais recentes. Devido a esse ecletismo a Teoria Neoclássica atualizou
a Teoria Clássica para sua época dentro de um figurino novo. Administração como Técnica
Social O bom administrador é considerado aquele que possibilita o grupo alcançar seus
objetivos com o mínimo dispêndio de recursos e de esforço e com menos atrito com outras
atividades úteis. A Administração é uma atividade essencial a todo esforço humano coletivo,
seja na empresa, na escola, hospitais, igrejas etc. Administração é basicamente a coordenação
de atividades grupais. Ela funciona basicamente como uma técnica social. Drucker salienta que
um dos fenômenos marcantes do século atual é o surgimento de uma sociedade de
organizações. Aspectos Administrativos Comuns ás Organizações Todas as instituições são
organizações e têm uma dimensão administrativa comum. Drucker salienta que há três
aspectos principais nas organizações. Quanto aos objetivos Quanto à administração Quanto ao
desempenho individual Eficiência e Eficácia Cada organização deve ser considerada sob ponto
de vista de eficácia e de eficiência, simultaneamente. Eficácia é uma medida do alcance de
resultados, enquanto a eficiência é uma medida de utilização dos recursos nesse processo.
Contudo, nem sempre a eficácia e a eficiência andam de mãos dadas. Uma empresa pode ser
eficiente em suas operações e pode não ser eficaz, ou vice-versa. O ideal seria uma empresa
igualmente eficiente e eficaz, a qual se poderia dar o nome de excelência. Diferenças entre
eficiência e eficácia Eficiência Eficácia Ênfase nos meios. Fazer corretamente as coisas.
Resolver problemas. Salvaguardar os recursos. Cumprir tarefas e obrigações. Treinar os
subordinados. Manter as máquinas. Presença nos templos. Rezar. Jogar futebol com arte.
Ênfase nos resultados. Fazer as coisas certas. Atingir objetivos. Otimizar a utilização dos
recursos. Obter resultados. Dar eficácia aos subordinados. Máquinas em bom funcionamento.
Prática dos valores religiosos. Ganhar o céu. Ganhar a partida. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA
ORGANIZAÇÃO Os neoclássicos dão algumas pinceladas adicionais no conceito de
organização formal. A organização consiste em um conjunto de posições funcionais e
hierárquicas orientado para o objetivo econômico de produzir bens ou serviços. Os princípios
fundamentais da organização formal são: Divisão do trabalho. Especialização. Hierarquia.
Amplitude administrativa. Vejamos cada um desses princípios básicos. 1. Divisão do trabalho O
objetivo imediato e fundamental de toda e qualquer organização é a produção de bens ou de
serviços. Para ser eficiente, a produção deve basear-se na divisão trabalho, que nada mais é
do que a maneira pela qual um processo complexo pode ser decomposto em uma série de
pequenas tarefas que o constituem. O processo de dividir o trabalho começou a ser praticado
com o advento da Revolução Industrial, provocando uma mudança radical no conceito de
produção pela fabricação maciça de grandes quantidades meio do uso da máquina, cm
substituição ao artesanato, e da aplicação da especialização do trabalhados linha de
montagem. O importante era que cada r soa pudesse produzir a maior quantidade possível
unidades dentro de um padrão aceitável de qualidade objetivo que somente poderia ser
atingido por relativa automatização na atividade humana base, na repetição constante da
mesma tarefa. 2. Especialização Como conseqüência do princípio da divisão do trabalho, surge
a especialização: cada órgão ou cargo passa a ter funções e tarefas específicas e
especializadas. Os neoclássicos adotam essas colocações e passam a se preocupar com a
especialização dos órgãos que compõem a estrutura organizacional. 3. Hierarquia Outra
conseqüência do princípio da divisão do trabalho é a diversificação funcional dentro da
organização. A pluralidade de funções imposta pela especialização exige do desdobramento de
comando, cuja missão é dirigir todas as atividades para que essas cumpram harmonicamente
suas respectivas missões. Autoridade A autoridade distingue três características: Autoridade é
colocada em posições da organização e não em pessoas. Autoridade é aceita pelos
subordinados. Autoridade flui abaixo por meio d hierarquia. Delegação Delegação é o processo
de transferir autoridade e responsabilidade para posições inferiores na hierarquia. Muitas
organizações encorajam seus gerentes a delegar autoridade aos níveis mais baixos para
proporcionar o máximo de flexibilidade para satisfazer as necessidades do cliente e se adaptar
ao ambiente. 4. Amplitude administrativa Em decorrência do princípio da distribuição de
autoridade e responsabilidade, outro aspecto discutido pelos autores neoclássicos é a
amplitude administrativa. A amplitude administrativa ( ou amplitude de comando ou ainda
amplitude de controle) significa o numero de subordinados que um administrador pode
supervisionar. Quando um administrador tem muitos subordinados, ele tem uma amplitude de
comando grande e ampla. A tendência atual das organizações é de achatar e comprimir a
estrutura organizacional no sentido de aproximar a base da cúpula e melhorar as
comunicações. CENTRALIZAÇÃO versus DESCENTRLIZAÇÃO Enquanto a Teoria Clássica
de Fayol defendia a organização linear caracterizada pela ênfase dada à organização da
autoridade, a Administração Científica de Taylor defendia a organização funcional
caracterizada pela descentralização da autoridade. Centralização é a descentralização referem-
se ao nível hierárquico no qual se deve concentrar as decisões a serem tomadas. As decisões
tomadas no topo é característica da centralização enquanto que na descentralização as
decisões são tomadas nos níveis mais baixos. Características da Centralização A centralização
enfatiza as relações escalares, isto é, a cadeia de comando. A organização é desenhada
dentro da premissa de que o indivíduo no topo possui a mais alta autoridade e que a autoridade
dos demais indivíduos é escalada para baixo, de acordo com sua posição relativa no
organograma. A cadeia escalar ou cadeia de comando está intimamente relacionada com a
unidade de comando. Vantagens da Centralização A centralização foi valorizada no passado
devido às seguintes vantagens: As decisões são tomadas por administradores que possuem
visão global da empresa. Os tomadores de decisão no topo são mais bem treinados e
preparados do que os que estão nos níveis mais baixos. As decisões são mais consistentes
com os objetivos empresariais globais. A centralização elimina esforços duplicados de vários
tomadores de decisão e reduz custos operacionais. Certas funções — como compras e
tesouraria — permitem maior especialização e vantagens com a centralização. Desvantagens
da Centralização Todavia, a centralização tem suas desvantagens, COMO: As decisões são
tomadas na cúpula que está distanciada dos fatos e das circunstâncias. Os tomadores de
decisão no topo têm pouco contato com as pessoas e situações envolvidas. As linhas de
comunicação ao longo escalar provocam demora e maior custo operacional. As decisões
passam pela cadeia escalar, envolvendo pessoas intermediárias e possibilitando distorções e
erros pessoais no processo de comunicação das decisões. Características da Descentralização
A descentralização faz com que as decisões sejam pulverizadas nos níveis mais baixos da
organização. A tendência moderna é no intuito de descentralizar para proporcionar melhor
utilização dos recursos humanos. O princípio que rege a descentralização é assim definido: a
autoridade para tomar ou iniciar a ação deve ser delegada tão próxima da cena quanto
possível. O grau de descentralização é tanto maior quanto: As decisões sejam tomadas nos
níveis mais baixos da hierarquia. As decisões mais importantes sejam nos níveis mais baixos
da hierarquia. Menor a supervisão sobre as decisões tomadas. A descentralização significa
relativa autonomia e independência para tomar decisões. Ocorre quando nenhum controle é
feito ao tomar-se uma decisão. A descentralização significa relativa autonomia e independência
para tomar decisões. Elementos que ocorrem pra aumentar a Descentralização Complexidade
dos problemas organizacionais. O avanço tecnológico, as inovações, a intensificação das
comunicações, a diversificação das linhas de produtos e os mercados em desenvolvimento
requerem versatilidade, rapidez e precisão nas decisões, o que é impossível obter se toda a
autoridade for concentrada nas mãos de um só executivo no topo da organização. Aí, um só
pensa, enquanto a totalidade das pessoas trabalha dependendo de suas decisões. A descen-
tralização permite a utilização de todos os cérebros e músculos da organização. Delegação de
autoridade. A organização, como um organismo vivo, deve estar apta para se ajustar e
expandir-se continuamente para sobreviver e crescer. O crescimento é um sinal de vitalidade e
de garantia de sobrevivência. Para não atrofiar essa vitalidade com sobrecarga de trabalho e
estagnação, a delegação de autoridade parece ser a resposta correta para o esforço total da
organização. Mudança e incerteza. Quanto maior a necessidade de mudança e de inovação,
tanto maior será a necessidade de descentralização. Em tempos de estabilidade. Os
neoclássicos preferem a CENTRALIZAÇÃO em épocas de certeza e previsibilidade. Para eles,
em situações de risco, de crise ou de dificuldade, a autoridade costuma ser centralizada no
topo enquanto durar a emergência e a descentralização somente voltará quando o perigo já
tiver sido ultrapassado. Essa visão é criticada e hoje a DESCENTRALIZAÇÃO é enfatizada em
tempos de mudança e de emergências. Vantagens da Descentralização A descentralização
permite que as decisões sejam tomadas pelas unidades situadas nos níveis mais baixos da
organização, proporcionando um considerável aumento de eficiência. As vantagens que a des-
centralização pode proporcionar são: Os gerentes ficam mais próximos do ponto onde se
devem tomar as decisões. A descentralização corta os atrasos nas decisões causadas pelas
consultas à matriz ou aos supervisores distantes. As pessoas que vivem os problemas são as
mais indicadas para resolvê-los no local, economizando tempo e dinheiro. Aumenta a eficiência
e a motivação, aproveitando melhor o tempo e a aptidão dos funcionários, evitando que fujam à
responsabilidade, por ser mais fácil recorrer à matriz ou ao chefe. Melhora a qualidade das
decisões à medida que seu volume e complexidade se reduzem, aliviando os chefes principais
do excesso de trabalho decisório. Os altos funcionários podem concentrar-se nas decisões de
maior importância, deixando as menores decisões para os níveis mais baixos. Reduz a
quantidade de papelório do pessoal dos escritórios centrais e os gastos respectivos. Além
disso, ganha-se tempo: toma-se na hora uma decisão que levaria vários dias para ser
comunicada. Os gastos de coordenação podem ser reduzidos devido à maior autonomia para
tomar decisões. Isso requer o estabelecimento de uma estrutura organizacional bem definida,
além de políticas da companhia definindo até que ponto as unidades subsidiárias podem tomar
suas decisões. Permite a formação de executivos locais e regionais mais motivados e mais
conscientes dos seus resultados operacionais. A estrutura descentralizada produz gerentes
generalistas em vez de especialistas. Desvantagens da Descentralização A descentralização
tem suas limitações e traz certas desvantagens, a saber: Falta de Uniformidade nas decisões.
A padronização e a uniformidade trazem vantagem da redução d custos operacionais. A
descentralização provoca perda de uniformidade nas decisões, porém, reuniões de
coordenação entre os escritórios centrais e o pessoal regional que desempenha a mesma
função podem reduzir tal problema. Insuficiente aproveitamento dos especialistas. Geralmente,
os maiores especialistas estão concentrados nos escritórios centrais. Com a descentralização,
a tendência é pensar que já não se necessita da assessoria da matriz. Falta de equipe
apropriada ou de funcionários no campo de atividades. A descentralização exige treinamento
para a delegação paulatina de funções. Funções do Administrador Para Teoria Neoclássica, as
funções do administrador correspondem aos elementos da Administração que Fayol definira no
seu tempo: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar, mais com uma roupagem
atualizada. Dentro da linha proposta por Fayol, os autores neoclássicos adotam o processo
administrativo como núcleo de sua teoria eclética e utilitarista. Por essa razão a Teoria
Neoclássica também é chamada de Escola do Processo Administrativo. O processo
administrativo segundo autores Clássicos e Neoclássicos De modo geral, aceita-se hoje o
planejamento, a organização, a direção e o controle, como funções básicas do administrador.
Essas quatro funções básicas constituem o chamado processo administrativo. A Atividade do
Administrador Os autores neoclássicos se preocuparam em definir a atividade do
administrador. Em 1973, Henry Mintzberg publicou um livro sobre a natureza do trabalho
gerencial, no qual expõe o resultado de suas pesquisas a respeito da atividade do
administrador, a saber: Papéis interpessoais: representam as relações com outras pessoas e
estão relacionados com as habilidades humanas. Mostram como o administrador interage com
as pessoas e influencia subordinados. Papéis informacionais: descrevem as atividades usadas
para manter e desenvolver uma rede de informações.Um administrador do nível institucional
passa 75% do seu tempo falando com outras pessoas.

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