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ENGENHARIA ELÉTRICA
CONVERSÃO DE
ENERGIA
TEORIA
PROF RAED
2020-2
1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• MÁQUINAS ELÉTRICAS
Autor: A. E. Fitzgerald – Charles Kingsley Jr – Alexander Kusko
Editora: AMGH Editora LTDA – Grupo A Educação S.A. – 7° Edição.
• MÁQUINAS ELÉTRICAS
Autor: Syed A. Nasar – Editora: Mc Graw-Hill
• TRANSFORMADORES
Autor: Alfonso Martignoni – Editora: Globo
2
CONTEÚDO BÁSICO DA DISCIPLINA
• Transformador monofásico
• Autotransformador monofásico
• Transformador trifásico
TRANSFORMADOR MONOFÁSICO
Definição – é um dispositivo eletromagnético, que acopla dois ou mais circuitos elétricos de iguais
ou diferentes tensões, sem haver conexão condutiva entre eles, através de um circuito magnético
condutor.
O transformador tem como principal função a transferência de potência, por indução eletromagnética,
transformando tensão e corrente alternada entre dois ou mais circuitos sem mudança de frequência.
O transformador é constituído de dois ou mais enrolamentos e de um núcleo que poderá ser o próprio
ar ou feito de ferro ou outro material. Existem na prática dois tipos de circuitos magnéticos: o de
núcleo envolvido e o de núcleo envolvente.
O núcleo envolvido possui a forma indicada a seguir para o transformador monofásico e trifásico.
Neste tipo de núcleo os enrolamentos colocados sobre as colunas envolvem o respectivo circuito
magnético sem serem envolvidos por este.
3
O núcleo envolvente adquire a forma indicada abaixo. Neste tipo de núcleo os enrolamentos
envolvem o respectivo circuito magnético, ficando, porém, envolvidos por este. Os enrolamentos
ficam quase totalmente cobertos pelo núcleo, de onde surgiu também o nome de encouraçado.
Tal ação pode ser obtida de forma mais eficiente nos transformadores com o núcleo de ferro, porque
a maior parte do fluxo está confinada a um caminho definido. A indução eletromagnética será mais
intensa nos materiais ferromagnéticos, devido a permeabilidade magnética ter um valor muito maior
que no núcleo de ar.
4
Para entender o princípio de funcionamento do transformador, é necessário analisar um transformador
ideal, no qual sejam nulas as resistências elétricas dos enrolamentos, as perdas no ferro e as dispersões
magnéticas.
Funcionamento a vazio
Supondo nula a resistência ôhmica, o enrolamento primário comporta-se como um circuito puramente
indutivo. Este absorverá, portanto, determinada corrente de magnetização denominada de 𝐼𝑚 ,
defasada de 90º em atraso com respeito à tensão aplicada 𝑉1. Esta corrente produzirá um fluxo (),
que na hipótese feita, fica totalmente canalizado no núcleo. Este fluxo é evidentemente um fluxo
alternado que varia com a mesma fase da corrente 𝐼𝑚 , que o produz.
Se 𝑚á𝑥 é o valor máximo deste fluxo e = 2 . . 𝑓 (sua pulsação) ele induz em cada espira que o
abraça uma fem cujo valor é de . 𝑚á𝑥 . Esta fem é defasada de 90º em atraso com respeito ao fluxo.
No enrolamento primário composto de 𝑁1 espiras agrupadas em série, gera-se uma fem (primária)
que adquire o seu valor máximo igual a: 𝐸1𝑚á𝑥 = . 𝑚á𝑥 . 𝑁1
Esta fem é representada no diagrama pelo vetor 𝐸1 a 90º em atraso com respeito ao vetor que
representa o fluxo. Analogamente o mesmo fluxo induz no outro enrolamento composto por 𝑁2
espiras, a fem secundária cujo valor máximo será: 𝐸2𝑚á𝑥 = . 𝑚á𝑥 . 𝑁2 .
5
Esta fem é representada no diagrama pelo vetor 𝐸2 a 90º em atraso com respeito a e, portanto, em
fase com 𝐸1 .
Os valores eficazes das duas fem, primária e secundária, são dadas por:
𝐸1𝑚á𝑥 . 𝑚á𝑥 . 𝑁1 𝑁1 . 2 . . 𝑓 . 𝑚á𝑥
𝐸1 = = = = 4,44 . 𝑁1 . 𝑓. 𝑚á𝑥
√2 √2 √2
𝐸1 𝑁1
=
𝐸2 𝑁2
As duas fem, primária e secundária, estão entre si na relação direta dos números das espiras dos
respectivos enrolamentos.
6
O diagrama mostra que as fem induzidas nos dois enrolamentos resultam em oposição de fase com a
tensão primária. Portanto, a fem primária 𝐸1 reage sobre a tensão aplicada 𝑉1 como uma força
contraeletromotriz (fcem).
Supondo nula a resistência ôhmica e as dispersões magnéticas, portanto, nula a queda de tensão
correspondente, deverá resultar 𝑉1 = 𝐸1. Esta condição determina o valor do fluxo que se deve
produzir no núcleo. O fluxo no núcleo deverá adquirir o valor máximo 𝑚á𝑥 que fica determinado
pela relação:
𝐸1
𝑚á𝑥 =
4,44 . 𝑓 . 𝑁1
Se for fixada a tensão primária 𝑉1, o fluxo no núcleo será completamente independente da forma e da
relutância do sistema, a qual intervirá somente para determinar o valor da corrente de magnetização
𝐼𝑚 necessária a produzi-lo.
Para se reduzir esta corrente, ao menor valor possível, é necessária que a relutância do núcleo seja a
menor possível.
No transformador ideal, a fem primária 𝐸1 foi considerada igual a tensão aplicada 𝑉1. Substituindo-
se a fem secundária 𝐸2 pela tensão que se manifesta nos extremos do circuito secundário 𝑉2 (com
circuito aberto) pode-se escrever:
𝑉1 𝐸1 𝑁1
= = =
𝑉2 𝐸2 𝑁2
7
Aplicando ao circuito primário a tensão 𝑉1, nos terminais do secundário aparecerá a tensão
𝑁
𝑉2 = 𝑁2 . 𝑉1. Construindo-se o enrolamento secundário com elevado número de espiras em relação
1
ao primário, pode-se obter uma tensão secundária elevada, mesmo que a tensão primária seja muito
pequena. Inversamente, alimentando-se o enrolamento possuidor de muitas espiras com uma tensão
elevada, pode-se obter no outro enrolamento uma tensão reduzida.
𝐸1 𝑉1
; enquanto a relação , resulta, como será visto posteriormente, um pouco diferente em
𝐸2 𝑉2 ,
O enrolamento primário absorverá uma corrente mais elevada. A nova corrente absorvida deverá ser
tal que possa restabelecer o equilíbrio preexistente entre a tensão aplicada 𝑉1 e a correspondente fem.
É fácil compreender, portanto, que começando circular uma corrente 𝐼2 no circuito secundário, no
enrolamento primário é imediatamente chamada, além da precedente corrente de magnetizante 𝐼𝑚
uma nova corrente 𝐼′1 , chamada de corrente primária de reação ou componente primária de carga,
cuja fmm 𝑁1 . 𝐼′1 se destina a equilibrar a fmm secundária 𝑁2 . 𝐼2 .
8
O diagrama vetorial mostra que o vetor N 2 . I 2 se contrapõe ao vetor N 1 . I 1' igual e oposto e
consequentemente a fmm resultante será ainda a precedente N1 . I m e o fluxo no núcleo adquire,
portanto, o seu valor inicial . Restabelece-se assim o equilíbrio entre a tensão aplicada ao
enrolamento primário V1 e a fem que a contrasta E1 .
N 1 I 2 E1
= = =
N 2 I 1' E 2
9
Variando a carga do transformador, isto é, variando a corrente fornecida pelo enrolamento secundário,
fica inalterada a corrente magnetizante I m , mas varia junto à corrente I 2 a corrente primária de reação
I 1' . Quando o transformador opera com carga reduzida, isto é, com uma pequena corrente secundária,
também a corrente de reação é pequena e, portanto, a corrente total primária I 1 tende a aproximar-se
transformador opera a plena carga, acontece que a corrente de magnetização I m resulta muito
pequena com respeito à corrente de reação I 1' e, portanto, a corrente total primária I 1 é quase igual a
Com carga reduzida a corrente de magnetização não pode ser desprezada e a relação a ser considerada
tem que ser igual a:
N1 I 2
= '
N2 I1
m = máx sen t
10
d m
e1 = − N1
dt
d m
→ é a taxa de variação do fluxo mútuo no tempo.
dt
e1 = − N1 .
d
dt
( máx . sen t ) = − N1 . . máx . cos t = N1 . . máx (− cos t )
→ é a velocidade angular = 2 f
f → é a frequência da fonte, em hertz (Hz)
Na operação em regime permanente, o que interessa é o valor eficaz da força eletromotriz induzida
e1 , valor esse dado por:
E1máx N1 2 f máx
E1 = =
2 2
E1 = 4,44 N1 f máx
E 2 = 4,44 . N 2 . f . máx
11
As características magnéticas do núcleo determinarão a corrente de excitação. Esta corrente deverá
se ajustar de forma a produzir uma fmm (força magnetomotriz) necessária para gerar o fluxo
magnético requerido.
𝑓𝑚𝑚 = 𝑁 . 𝐼 = 𝐻 . ℓ
Onde:
f mm → é a força magnetomotriz, em ampères (A).
N → é o número de espiras.
I → é a intensidade da corrente elétrica, em ampères (A).
H → é a intensidade do campo magnético, em A/m.
ℓ → é o comprimento do circuito magnético, em metros, (m).
B B
= H =
H
Onde:
→ é a constante magnética (permeabilidade magnética), em T.m/A
B → é a densidade magnética, em tesla (T) ou wb/m2
H → é a intensidade do campo magnético, em A/m
𝐵. ℓ
𝑓𝑚𝑚 = 𝑁 . 𝐼 = B=
µ A
Onde:
→ é o fluxo magnético, em weber (wb)
A → é a área da seção reta do núcleo, em m²
. ℓ ℓ
𝑓𝑚𝑚 = 𝑁 . 𝐼 =
µ. 𝐴
= µ. 𝐴
fmm = N I = .
12
Quanto maior for a permeabilidade magnética, ( ), menor será a corrente de excitação necessária
para gerar o fluxo requerido. Em outras palavras, quanto menor a relutância magnética do núcleo,
menor, também, será a corrente de excitação necessária para produzir a tensão induzida nos
enrolamentos do transformador. Esta condição, menor relutância do circuito magnético, contribui
para redução das perdas no núcleo (ferro) do transformador.
𝑁 .𝐼 𝑁 .𝐼
= =
ℓ
µ .𝐴
Os transformadores projetados para operarem a uma dada frequência, não deverão operar com uma
outra frequência, sem as correspondentes alterações na tensão aplicada, de forma que o fluxo mútuo
máximo fique inalterado.
E
m áx =
4,44 N f
Transformador Ideal
Se um transformador de dois enrolamentos, com N 1 espiras no primário e N 2 espiras no secundário,
tiver as propriedades descritas a seguir, será chamado de transformador ideal.
• As resistências dos enrolamentos primários e secundários são desprezíveis, não havendo,
portanto, perdas no cobre;
• o fluxo está todo confinado no núcleo e se interliga com os enrolamentos primário e secundário,
não existindo, portanto, fluxo de dispersão. Desta forma, as reatâncias de dispersões de ambos
os enrolamentos são desprezíveis;
• não há perdas no núcleo (histerese e corrente de Foucault);
• a permeabilidade do núcleo é tão alta que uma corrente de excitação de valor desprezível, é
suficiente para produzir o fluxo requerido.
Essas propriedades são hipotéticas e, portanto, não ocorrem nos transformadores reais.
13
Impedância refletida, transformação de impedância
Transformador operando com carga
V1 V2
Z1 = Z2 =
I '1 I2
V1 V2 V
Z1 = = = 2 2 = 2 Z2
I '1 I2 I2
2
Z1 N1
= =2
Z 2 N 2
N1 Z1
=
N2 Z2
14
Transformador de Acoplamento
O transformador de acoplamento é utilizado para realizar o casamento de impedância. Quando a
impedância interna da fonte é casada (igual) à impedância da carga, a máxima potência é transferida
da fonte para a carga. Quando a impedância da carga é maior ou menor do que a impedância da fonte,
a potência na carga decresce. Ainda que a impedância inclua resistência e reatância, somente a
resistência é usada na discussão que se segue.
Esta teoria pode ser explicada, inicialmente, de uma maneira simples através de um circuito de
corrente contínua. A transferência máxima de potência da fonte para a carga ocorre quando a
resistência interna da fonte ( Ri ) é igual a resistência da carga ( R L ).
Exemplo: Determine a transferência máxima de potência de uma bateria de 10 volts, que tem uma
resistência interna, ( Ri ), igual a 5, para um resistor de carga, R L .
15
Ri = RL = 5
V 10
I= = = 1A
Ri + RL 5 + 5
PRL = RL I 2 = 5 12 = 5W
I ( A) = PRL (W ) = RL I 2
V
Ri ( ) R L ( ) Ri + RL
5 1 1,66 2,76
5 2 1,43 4,09
5 3 1,25 4,69
5 4 1,11 4,93
5 5 1,00 5,00
5 6 0,91 4,97
5 8 0,77 4,73
5 10 0,63 4,49
Em corrente alternada é transferida uma quantidade máxima de potência de um circuito para outro,
quando as impedâncias dos dois circuitos tiverem os mesmos valores ou quando estiverem “casadas”.
Se Z 1 (impedância interna da fonte) for diferente de Z 2 (impedância da carga), deve ser usado um
transformador de acoplamento para “casar” as duas impedâncias. A razão de espiras estabelece a
relação correta entre a razão das impedâncias dos enrolamentos do primário e do secundário. Esta
razão é expressa através da equação.
2
Z1 N1
= = 2
Z2 N2
N1 Z1
=
N2 Z2
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Exemplo: Uma fonte CA com impedância interna de 100 alimenta uma carga com impedância de
25. Determine a relação de espiras de um transformador de acoplamento, que deve ser instalado
entre a fonte e a carga para casar as impedâncias.
N1 Z1 100
= = =2
N2 Z2 25
No exemplo anterior a relação de transformação () a ser escolhida será igual a 2 (dois). A fonte de
corrente alternada operará com uma impedância de 100 e a carga irá operar com uma impedância
referida à fonte igual a 100. Nesse caso, as impedâncias estarão casadas e será obtida a transferência
máxima de potência. O casamento de impedância é uma aplicação importante dos transformadores
de acoplamento em circuitos de eletricidade e eletrônica.
17
Coeficiente de Acoplamento (K )
O coeficiente de acoplamento ( K ) entre duas bobinas é a relação entre o fluxo mútuo e o fluxo total.
m M
K= =
m + 1 L1 L2
Onde:
K → é o coeficiente de acoplamento;
m → é o fluxo mútuo, em weber (wb);
1 → é o fluxo disperso na bobina primária, em weber (wb);
A função da corrente em vazio é suprir as perdas a vazio (núcleo) e produzir o fluxo magnético mútuo.
18
Considerando-se estes aspectos, esta corrente pode ser subdividida em duas parcelas, a saber:
a) A corrente ativa ou de perdas, (I C ) , é responsável pelas perdas no núcleo e, está em fase com a
O gráfico a seguir representa a corrente a vazio em relação à tensão aplicada no transformador, onde:
I0 = IC + Im
2 2
I m = I 0 sen
19
É de interesse prático que as perdas no núcleo sejam as menores possíveis. Para que tal ocorra, a
corrente de excitação (I 0 ) deve ser, em quase sua totalidade, utilizada para a magnetização do núcleo,
ou seja: I m I C
Em transformadores bem projetados, é comum considerar que a corrente de excitação seja igual a
corrente de magnetização, pois I m I C .
Assim o valor de deverá ser o mais próximo possível do ângulo de 90º e nestas condições, o fator
V1 E1
Se a tensão aplicada ao primário (V1 ) possuir forma de onda senoidal, a tensão induzida no
enrolamento primário (E1 ) também o será. Por outro lado, considerando-se as expressões de E1 e
E 2 , tem-se que o fluxo possui a mesma forma de onda de E1 , porém com defasagem de 90 elétricos.
d m
E1 = N1
dt
d m
A tensão induzida no enrolamento secundário (E2 ) é: E2 = N 2
dt
( m ) é senoidal, o número de espiras do primário (N1 ) é constante, porém a relutância varia devido
aos diferentes estados de saturação que ocorrem no núcleo.
m
Im = =
N1 A
20
Com tais considerações, conclui-se que a corrente a vazio, obrigatoriamente, não é senoidal, devido
à corrente de magnetização (I m ) não o ser. Como consequência do formato não senoidal da corrente
O processo gráfico para obtenção da forma de onda da corrente de magnetização é mostrado na figura
a seguir.
I0 ;
d) Repetir o processo para outros pontos e traçar a forma de onda da corrente.
21
Corrente transitória de magnetização ou corrente de energização (INRUSH).
É o valor máximo da corrente de excitação (I 0 ) no momento em que o transformador é conectado à
linha, ou seja, no instante que for energizado. Esta corrente depende das características construtivas
do transformador.
Esta corrente é maior quanto maior for a indução usada no núcleo e maior quanto menor for o
transformador. O valor máximo varia em média de 4 a 20 vezes a corrente nominal.
O fabricante deverá ser consultado para se saber o seu valor. Costuma-se admitir seu tempo de
duração em torno de 0,1 segundo, após a qual a mesma já desapareceu.
22
Relações do transformador
Transformador real operando a vazio
- Não havendo carga, a corrente secundária é nula ( I 2 = 0 ), logo a componente primária de carga
instantânea conforme m .
- Uma pequena corrente primária ( I 0 ), conhecida como corrente de excitação, deve circular
mesmo quando o transformador estiver descarregado. Essa corrente de excitação ( I 0 ) é uma função
- O fluxo magnético ( m ), por sua vez, requer 90º para produzir as tensões induzidas primária
e secundária, E1 e E 2 . Estas tensões induzidas estão em fase uma com a outra, por serem ambas
produzidas por ( m ). De acordo com a lei de Lenz a tensão induzida primária ( E1 ) se opõe a tensão
aplicada no primário ( V1 ).
23
No caso do transformador ideal, pelo fato de não possuir resistência e reatância no circuito primário,
não há queda e por isso E1 = V1 . No núcleo existe o fluxo 0 que induz nos dois enrolamentos
primário e secundário as fem respectivas E10 e E20 , as quais constituem as fem a vazio do
transformador.
E10 = 4,44 . N1 . f . 0
E20 = 4,44 . N 2 . f . 0
uma queda de tensão ôhmica R1 .I 0 , em fase com I 0 e uma queda X 1 . I 0 defasada de 90º em
Pode-se escrever:
V1 = E1 + R1 . I 0 + X 1 . I 0
tensão produzidas no enrolamento primário, pela corrente I 0 a fem é menor do que a considerada no
transformador ideal E10 . Menor será também o fluxo necessário a produzir esta fem e, por
conseguinte, será também menor a fem E 2 que se manifesta nos terminais do enrolamento secundário.
Esta fem continua sendo expressa pela relação:
E1 N 1
=
E2 N 2
E1 . N 2
E2 =
N1
24
25
V1 . N 2
Sendo, porém: E1 V1 resulta E 2
N1
No funcionamento a vazio a corrente I 0 é muito pequena o que permite desprezar as quedas ôhmicas
No diagrama anterior, observa-se que a corrente I 0 está defasada em atraso do ângulo 0 com
respeito à tensão V1 .
As perdas no cobre R1 .I 02 , devidas à corrente a vazio, são tão pequenas que podem ser praticamente
- Supondo uma carga indutiva ligada aos terminais do secundário do transformador ideal, uma
corrente I 2 , atrasada em relação a V 2 de um ângulo 2 .
26
- A redução de E1 produz uma componente primária da corrente de carga ( I '1 ), que circula no
primário, tal que N 1 I '1 = N 2 I 2 , restabelecendo m em seu valor original. A corrente I '1 se atrasa
- O efeito da componente primária da corrente de carga I '1 é mostrada a seguir, onde a corrente
corrente produz uma queda ôhmica primária R1 . I 1 em fase com I 1 e uma queda indutiva X 1 . I 1 ,
defasada de 90º em adiantamento sobre I 1 . Estas duas quedas deduzidas da tensão primária fornecem
27
- Esta fem E1 é consideravelmente inferior à fem primária E10 que se manifesta com o
transformador a vazio, isto porque, aumentando a corrente primária, aumentam as quedas de tensão
e, portanto, diminui a fem que deve ser gerada.
- A diminuição da fem E1 traz como consequência a diminuição do fluxo .
- No funcionamento com carga, o fluxo no núcleo do transformador é levemente inferior ao
fluxo existente no mesmo quando o funcionamento é a vazio.
- A diminuição do fluxo traz uma diminuição da fem E 2 gerada no secundário. Observa-se
assim a interferência do circuito primário no funcionamento do circuito secundário do transformador.
- A corrente I 2 ao atravessar o enrolamento secundário provoca as quedas de tensão R2 . I 2 e
X 2 . I 2 , respectivamente em fase e defasada de 90º em adiantamento com respeito a I 2 . Em vista
destas quedas de tensão, a tensão V 2 disponível nos terminais do enrolamento secundário resulta:
V2 = E 2 − R2 . I 2 − X 2 . I 2
onde Z 1 = R12 + X 12
- O ângulo de fase do circuito primário não é exatamente o mesmo do circuito secundário. Para
uma carga em atraso, o fator de potência visto pelo primário (cos 1 ) é menor que o da carga (cos 2 )
, porque 1 2 .
- Observa-se ainda que para cargas normais onde a corrente I 1' é muito elevada em relação a
E1
- Finalmente, outro fato importante a ser observado é que a relação coincide sempre com
E2
N1
a relação das espiras , chamando-se esta última de relação de transformação a vazio. A relação
N2
V1
é levemente diferente da anterior, sendo chamada de relação de transformação com carga.
V2
28
Transformador Real
No caso do transformador real, existem as perdas no cobre e no ferro (núcleo).
( )
Perdas no cobre R I 2 : As perdas no cobre são devidas as resistências dos enrolamentos primários
e secundários e serão apresentadas posteriormente.
Perdas no ferro (PFe ): As perdas no ferro são devidas a histerese e as correntes parasitas (correntes
de Foucault).
A histerese está relacionada com o tipo de material da lâmina que é utilizado para formar o núcleo.
As correntes parasitas estão relacionadas com o processo de montagem do núcleo e da espessura de
suas lâminas.
PFe = PH + PF
Onde:
PH → são perdas por histerese.
PH = S Bm f
1, 6
[W/kg de núcleo]
Onde:
S → é o coeficiente de Steinmetz, que depende do tipo de material usado no núcleo;
29
A tabela a seguir mostra a influência da escolha do material do núcleo nas perdas por histerese.
MATERIAL S
Ferro doce 2,50
Aço doce 2,70
Aço doce para máquinas 10,00
Aço fundido 15,00
Fundição 17,00
Aço doce 2% silício 1,50
Aço doce 3% silício 1,25
Aço doce 4% silício 1,00
Laminação doce 3,10
Laminação delgada 3,80
Laminação ordinária 4,20
O aparecimento das correntes de Foucault é explicado pela Lei de Faraday, a qual para este caso seria
interpretada como "estando o núcleo sujeito a um fluxo alternado, onde serão induzidas fem".
Considerando um circuito elétrico formado no próprio núcleo, serão estabelecidas correntes
obedecendo a sentidos, tais como mostra a figura a seguir.
Para reduzir as perdas por correntes de Foucault, o núcleo deve ser constituído de lâminas, ou finas
chapas com uma finíssima camada de isolamento entre as mesmas. As lâminas são orientadas
paralelamente à direção do fluxo, conforme figura a seguir. A perda por correntes de Foucault é
aproximadamente proporcional ao quadrado da espessura de laminação, a qual varia de 0,5 a 5 mm
em quase todas as máquinas elétricas. Laminando-se um núcleo, aumenta-se o volume. A razão do
volume realmente ocupado pelo material magnético para o volume total do núcleo é conhecida como
fator de laminação, também conhecido por fator de empilhamento.
30
O produto da resistência do circuito correspondente, pelo quadrado da corrente, significa um consumo
de potência. As perdas devido ao efeito das correntes parasitas podem ser calculadas pela equação a
seguir.
PF = 2,2 f 2 Bm d 2 10 −3
2
[W/kg]
Onde:
f → é a frequência, em hertz (Hz);
Geralmente o núcleo de aço dos transformadores é laminado para reduzir a indução de correntes
parasitas (corrente de Foucault) no próprio núcleo, já que essas correntes contribuem para o
surgimento de perdas por aquecimento devido ao efeito Joule. Em geral se utiliza aço-silício com o
intuito de se aumentar a resistividade e diminuir ainda mais essas correntes parasitas.
31
Circuitos de transformadores reais:
Um transformador real, de núcleo de ferro, carregado é representado abaixo. Embora hermeticamente
acoplado pelo núcleo de ferro, uma pequena porção de fluxo disperso é produzida nos enrolamentos
primário e secundário, 1 e 2 , respectivamente, além do fluxo mútuo, m .
O fluxo disperso primário, 1 , produz uma reatância indutiva primária, X 1 . O fluxo disperso
secundário, 2 , produz uma reatância indutiva secundária, X 2 . Além disso, os enrolamentos
primário e secundário são constituídos de condutores de cobre, que têm certa resistência. A resistência
interna do enrolamento primário é R1 e a do secundário é R2 . As resistências e reatâncias de
dispersões dos enrolamentos do primário e secundário, respectivamente, produzem quedas de tensões
no interior do transformador, como resultado das correntes primária e secundária. Embora estas
quedas de tensões sejam internas, é conveniente representá-las externamente como parâmetros puros
em série com um transformador ideal, mostrado na figura “B”. O transformador ideal mostrado na
figura “A”, é imaginado sem quedas internas nas resistências e reatâncias de dispersões de seus
enrolamentos. A dispersão foi incluída na queda de tensão primária (Z 1 I 1 ) e na queda de tensão
secundária (Z 2 I 2 ) . Uma vez que estas são quedas de tensões indutivas, a impedância interna
primária (Z 1 ) e a secundária (Z 2 ) do transformador é: Z 1 = R1 + jX 1
Z 2 = R2 + jX 2
Para representar as perdas no ferro (PFe ) introduz-se no ramo magnetizante um resistor de perdas
magnéticas (RC ) , que sendo percorrido por uma corrente denominada de perdas ativas do ferro I C ,
32
Quando os efeitos das resistências dos enrolamentos, das reatâncias de dispersões e de magnetização,
e, finalmente das perdas do núcleo são incluídos, o circuito da figura “A” é modificado para aquele
da figura “B” abaixo, onde o primário e o secundário estão acoplados por um transformador ideal. O
circuito equivalente de um transformador real com uma carga ZL é mostrado a seguir:
Figura A
Figura “B” - Transformador real
Onde:
V1 → é a tensão terminal primária;
→ é a relação de transformação;
E1 → é a força contra-eletromotriz do primário ou fem induzida do primário;
I 1 → é a corrente primária;
I 0 → é a corrente de excitação;
R1 → é a resistência do enrolamento primário;
Usando as relações anteriores, o transformador real da figura “B” e todo circuito equivalente, pode
ser referido ou para o primário ou para o secundário.
33
Relação de transformação
2
N E I V N Z
= 1 = 1 = 2' = 1 = 1
2
= 1
N 2 E 2 I 1 V2 N2 Z2
E 2 = (R2 + jX 2 ) I 2 + V2
V1 = (R1 + jX 1 ) I 1 + E 2
V1 = (R1 + jX 1 ) I 1 + (R2 + jX 2 ) I 2 + V2
V1 = (R1 + jX 1 ) I1 + 2 (R2 + jX 2 ) I1 + Z L I 2
'
V1 = (R1 + jX 1 ) I1 + 2 (R2 + jX 2 ) I1 + 2 Z L I1
' '
34
Circuito equivalente referido ao secundário
V1 = (R1 + jX 1 ) I 1 + E1
E 2 = (R2 + jX 2 ) I 2 + V2
E1 = V1 − (R1 + jX 1 ) I 1
V2 = E 2 − (R2 + jX 2 ) I 2
E1
V2 = − (R2 + jX 2 ) I 2
V1 R X
V2 = − 1 + j 1 I 1 − (R2 + jX 2 ) I 2
V1 R X
V2 = − 12 + j 21 I 1 − (R2 + jX 2 ) I 1
'
35
Circuito equivalente simplificado referido ao primário
referida ao primário;
referida ao primário;
referida ao primário.
R1
Re 2 = + R2 é a resistência equivalente dos enrolamentos primário e secundário,
2
referida ao secundário;
X1
X e2 = + X2 é a reatância equivalente dos enrolamentos primário e secundário,
2
referida ao secundário;
referida ao secundário.
36
Cálculo da corrente primária (I 1 )
V1 V1 V1
I1 = = =
Z e1 + Z L
2 2
( 2
) (
(Re1 + jX e1 ) + (RL jX L ) Re1 + RL + j X e1 2 X L )
Onde:
2 Z L = 2 (RL jX L )
Regulação de Tensão
A regulação de tensão de uma máquina mede a variação de tensão em seus terminais devido a
passagem de regime a vazio para o regime em carga.
Para o caso específico de transformadores, a regulação mede a variação de tensão nos terminais do
secundário quando a este se conecta uma carga. Com o transformador a vazio no secundário, tem-se
a tensão E 2 , que passa para um valor V 2 ao se ligar uma carga. Se a regulação é boa, esta variação
será pequena e vice-versa.
vazio − c arg a E 2 − V2
Reg % = 100 = 100
c arg a V2
O sinal positivo é usado para carga com fator de potência unitário ou atrasado.
37
Diagramas fasoriais
Referido ao primário
(
Carga com fator de potência unitário 2 = 0 0 )
(
Carga com fator de potência atrasado 0 0 2 90 0 )
(
Carga com fator de potência adiantado − 90 0 2 0 0 )
38
Referido ao secundário
(
Carga com fator de potência unitário 2 = 0 0 )
(
Carga com fator de potência atrasado 0 0 2 90 0 )
(
Carga com fator de potência adiantado − 90 0 2 0 0 )
39
Cálculo do rendimento percentual do transformador (%)
PS PS PS
% = 100 = 100 = 100
Pe PS + Pd PS + PFe + PCu
Onde:
PS → é a potência de saída;
Pe → é a potência de entrada;
As perdas totais são equivalentes a soma das perdas no cobre e no ferro do transformador.
PS V2 .I 2 . cos 2
% = 100 = 100
PS + Pd V2 .I 2 . cos 2 + PFe + PCu
40
Ensaio de curto-circuito
curto-circuito, I CC = I 1 (nominal).
I CC → é a leitura do amperímetro;
41
As perdas do núcleo do transformador neste ensaio são desprezíveis, devido a tensão aplicada ser
apenas uma pequena fração da tensão nominal do lado do enrolamento de tensão superior.
Embora qualquer lado possa ser curto-circuitado, é usual curto-circuitar o lado de tensão inferior,
porque o seu enrolamento tem uma tensão nominal menor e uma corrente nominal maior.
PCC
Re1 = R1 + 2 R2 → Re1 = 2
I CC
VCC
Ze1 = Re 1 + jXe1 → Ze1 =
I CC
42
Ensaio a vazio ou de circuito aberto
P0 → é a leitura do wattímetro;
V0 → é a leitura do voltímetro;
I 02 → é a leitura do amperímetro.
Executar o ensaio a vazio, para determinar as perdas do núcleo, através do enrolamento de tensão
inferior, é usual e mais seguro.
A principal razão para realização do ensaio a vazio é a medição das perdas do núcleo à tensão nominal.
Como o transformador está a vazio, a corrente primária é relativamente pequena, bem como a
resistência do enrolamento de tensão inferior no qual o ensaio está sendo realizado. Na maioria dos
casos, assim, é usual tomar-se a leitura do wattímetro como o valor das perdas no núcleo, sem subtrair
as pequenas perdas no cobre produzidas pela corrente de excitação.
43
PFe = P0 − RBT . ( I 02 ) 2
P0
FP0 = cos 0 =
V0 I 02
P0
0 = arc cos
0 02
V . I
E0 = V0 0 − ( RBT + j X BT ) I 02 − 0
2
E0
RC 2 =
PFe
E0
IC2 = I m2 = 2
I 02 − I C2 2
RC 2
E0
X m2 =
I m2
RC = 2 RC 2
X m = 2 X m2
O valor de utilizado será como abaixador. Onde, RC e X m estão referidos para o lado de tensão
superior.
44
Circuito equivalente aproximado do transformador, referido para o lado de tensão inferior.
P0 P0
FP0 = cos 0 = 0 = arc cos
V0 I 02 0 02
V . I
V02 V0
RC 2 = IC 2 = I m 2 = I 02
2
− I C2 2
PFe RC 2
V V02
X m2 = 0 X m2 =
I m2 V02 . I 02
2
− P02
RC = 2 RC 2
X m = 2 X m2
O valor de utilizado será como abaixador. Onde, RC e X m estão referidos para o lado tensão
superior.
45
Justificativa da realização dos ensaios a vazio e de curto-circuito
Além da regulação de tensão, é possível que sejam usados os dados do ensaio de curto-circuito e o
ensaio a vazio para prever o rendimento do transformador. Os ensaios empregam técnicas
convencionais, em vez do carregamento direto. A vantagem das técnicas convencionais é a utilização
de pouca potência para o teste, uma vez que usualmente não se dispõem de cargas grandes para testar
transformadores de elevadas potências.
A potência útil de saída e as perdas equivalentes no cobre são ambas em função da corrente
secundária, I 2 .
O rendimento máximo ocorre quando as perdas fixas e variáveis são iguais, ou seja:
PCu = PFe = Re 2 I 22
Onde a perda do ferro é uma perda fixa, determinada a partir do ensaio a vazio.
O valor da corrente secundária, para o qual ocorre o rendimento máximo pode ser calculado da
seguinte forma:
PFe
I2 =
Re 2
46
Rendimento do transformador segundo o fator de potência da carga
Sob cargas relativamente leves, as perdas fixas são elevadas em relação a saída, e o rendimento é
baixo. Com o transformador operando com sobrecarga, as perdas variáveis são elevadas em relação
a saída e o rendimento é novamente baixo. O rendimento máximo, evidentemente, ocorre a um valor
de carga para o qual as perdas fixas (perdas no núcleo) igualam as perdas variáveis (perdas no cobre).
A curva do rendimento, portanto, eleva-se desde zero (com saída zero, a vazio) até um máximo à,
aproximadamente, metade da carga nominal, e cai novamente para cargas pesadas (acima da
nominal).
Rendimento diário
Além de permitir o cálculo da regulação e do rendimento, os ensaios a vazio e de curto-circuito
fornecem dados úteis para o cálculo do rendimento diário de transformadores de transmissão e de
distribuição, que é expresso por:
WOUT (total ) W1 + W2 + W3 + ... + Wn
d % = Re n dim ento diário = =
WIN (total ) WOUT (total ) + W perdas (total )
ligadas durante o período de 24 horas. A W perdas (total ) é a soma das energias perdidas, constituídas
47
Impedância (Z %), Resistência (R %) e Reatância (X %) Percentuais:
Com a montagem do ensaio em curto-circuito, os instrumentos empregados permitem a obtenção de:
PCC , a potência fornecida ao transformador em curto; VCC , a tensão de curto-circuito medida no
Para o ensaio de curto-circuito são válidos os circuitos equivalentes representados abaixo. Verifica-
se deste modo que o transformador, como elemento de um circuito, se comporta exatamente como
uma impedância (Ze 2 ) constituída pela associação série de uma resistência (Re 2 ) e de uma reatância
( Xe 2 ) .
Como a potência ativa neste ensaio (PCC ) corresponde a aproximadamente a potência dissipada em
Caso interesse a resistência equivalente dos dois enrolamentos, referida ao primário, basta substituir
na expressão (1) I 2 N por I1N . Para evitar dependência com o lado de referência, procura-se
representar tais resistências por um elemento que independa do lado a que são referidas. Assim sendo,
define-se um novo parâmetro:
Re 2 I 2 N Re1 I 1N
R% = 100 = 100 (2)
V2 N V1N
48
I1N e I 2 N , as correntes nominais do primário e secundário.
PCC
R% = 100 (4)
SN
O módulo da impedância equivalente referida ao secundário (Ze 2 ) pode ser calculado como:
Vcc1
Ze2 = (5)
I 2N
Que pelo mesmo motivo anterior deve ser, de preferência, expressa em termos de seu valor percentual,
que é definido por:
Ze2 I 2 N Ze1 I 1N
Z%= 100 = 100 (6)
V2 N V1N
Vcc1
Z%= 100 (8)
V1N
49
Tendo R% , embora sem unidade, um significado de resistência, seu valor sofre variações com a
temperatura. Como na realidade do ensaio não há tempo suficiente para o aquecimento do
transformador, justifica-se sua correção para 75º C no caso de transformadores de classe de
temperatura de 105º C a 130º C e para temperatura de 115º C para a classe de temperatura de 155º C
a 180º C, aplicando para tanto expressão apropriada. O valor de X % não sofrerá variação. Como
Z % corresponde a impedância equivalente da associação de X % com R % , deverá também ser
corrigida pela expressão apresentada a seguir.
R % f = k R % a (10)
Z % f = (R% )2 f
+ ( X %)
2
(11)
Onde:
k → é o coeficiente de correção de temperatura dado por:
1
+ f
k =
1
+a
50
CÁLCULO DA POTÊNCIA DE CURTO-CIRCUITO DE UM
TRANSFORMADOR MONOFÁSICO UTILIZANDO A IMPEDÂNCIA
PERCENTUAL (Z%)
𝑉𝐶𝐶
𝑍% = × 100 (1)
𝑉𝑁
𝑉𝐶𝐶
𝑍𝐶𝐶 = (2)
𝐼𝑁
𝑉𝑁
𝐼𝐶𝐶 = (3)
𝑍𝐶𝐶
𝑉𝑁 𝑉𝑁 × 𝐼𝑁 𝐼𝑁
𝐼𝐶𝐶 = = =
𝑉𝐶𝐶 𝑉𝐶𝐶 𝑉𝐶𝐶
𝐼𝑁 𝑉𝑁
51
Multiplicando por (100) o numerador e o denominador da equação anterior, e, além disso, observando
a definição de (Z%) na equação (1), defini-se a corrente de curto-circuito em função da corrente
nominal e da impedância percentual.
𝐼𝑁 × 100
𝐼𝐶𝐶 =
𝑉𝐶𝐶
× 100
𝑉𝑁
𝐼𝑁 ×100
𝐼𝐶𝐶 = (4)
𝑍%
𝑉𝑁 ×𝐼𝑁 ×100
𝑆𝐶𝐶 = (6)
𝑍%
𝑆𝑁 × 100
𝑆𝐶𝐶 =
𝑍%
52
Polaridade dos enrolamentos do transformador:
Os subíndices ímpares correspondem aos terminais pontuados que representam a fem induzida
positiva em cada enrolamento.
Exemplos:
Bobinas de TS em série e bobinas de TI em série
53
Bobinas de TS em série e bobinas de TI em paralelo
TS tensão superior;
TI tensão inferior.
54
Polaridade de transformadores monofásicos
A marcação da polaridade dos terminais dos enrolamentos de um transformador monofásico indica
quais são os terminais positivos e negativos em um determinado instante, isto é, a relação entre os
sentidos momentâneos das fem nos enrolamentos primário e secundário. Por outro lado, o ângulo de
defasagem entre tensões de TS e TI, isto é, o defasamento angular (D.A.), é importante de ser
determinado nas seguintes situações:
a) ligações em paralelo de transformadores;
b) ligações de transformadores de corrente e potencial, nos circuitos de medição e proteção.
55
O fluxo ( ) é produzido pela corrente i1 .
Com isso, pode-se observar que, na polaridade subtrativa, os terminais com índice 1 são adjacentes,
o mesmo acontecendo com os de índice 2, e, na polaridade aditiva, esses índices são opostos entre si.
Um outro tipo de distinção entre os dois transformadores apresentados, pode ser feita em termos de
defasamento, entre os dois fasores representativos de e1 e e2.
56
Embora tal representação não seja usada para transformadores monofásicos, a mesma é aqui
introduzida pela necessidade posterior dos transformadores trifásicos e, no presente ponto, sua
conceituação se faz mais facilmente.
Considerando as direções e os sentidos dos fasores indicados na figura 2, verifica-se que, no primeiro
caso, o ângulo entre os mesmos é de zero grau e, no segundo caso, de 180º. Assim, ao se marcar os
terminais desses transformadores, serão realizados sem se preocupar realmente com os sentidos
corretos, isto é, se os mesmos índices (por exemplo, 1) são adjacentes ou não. Nesta situação, haverá
a marcação como indica a figura 3.
Evidentemente, se os terminais dos transformadores são marcados como na figura 3, de acordo com
a primeira notação, os mesmos seriam introduzidos como dois subtrativos. Entretanto, é conhecido
que o segundo não o é, surgindo daí a necessidade do fornecimento de um outro elemento que os
identifique ou os diferencie. Este elemento poderia ser o próprio ângulo entre e1 e e2. Assim, se no
lado do primeiro se colocar a designação 0º, entende-se que e1 e e2 têm o mesmo sentido, (portanto
subtrativo), ao passo que, colocando-se 180º ao lado do segundo, entende-se que as fem estão
defasadas do correspondente ângulo (transformador aditivo). Concluindo, com a nova marcação os
índices perderam seu sentido anterior.
57
Figura 3 – Outro modo para a marcação da polaridade de transformadores monofásicos.
Quando as duas deflexões são em sentidos opostos, a polaridade é subtrativa; quando no mesmo
sentido, é aditiva. Essas conclusões estão baseadas na lei de Lenz.
Atenção: Para transformadores de medidas (TP e TC), os ensaios são normalizados de acordo com a
norma ABNT e o método recomendado também é o do golpe indutivo com a corrente contínua.
58
Figura 4 – Determinação da polaridade pelo método do golpe indutivo.
Aplica-se uma tensão alternada conveniente aos terminais de tensão superior, lêem-se as indicações
de um voltímetro ligado primeiramente entre os terminais de tensão superior (chave na posição 1) e
depois entre os terminais adjacentes (chave na posição 2), como indica a figura 5. Se a primeira for
maior que a segunda, a polaridade será subtrativa; caso contrário, será aditiva. Esta conclusão é obtida
da própria definição de transformadores aditivo e subtrativo.
59
Método do transformador-padrão
Este método consiste em comparar o transformador a ensaiar com um transformador-padrão de
polaridade conhecida, que tenha a mesma relação do número de espiras de acordo com a figura 6.
Ligam-se entre si, na tensão inferior, os terminais situados a esquerda de quem olha pelo lado da
tensão inferior, deixando livre os terminais situados a direita.
Aplica-se uma tensão reduzida nos enrolamentos de maior tensão, que devem estar ligados em
paralelo (com isso, definem H1 e H2 do segundo transformador), uma vez que estão eletricamente
ligados aos correspondentes terminais do primeiro transformador, e mede-se o valor da tensão
acusada pelo voltímetro. Se este valor for nulo ou praticamente nulo, os dois transformadores terão a
mesma polaridade, ficando dessa forma conhecida a marcação dos terminais do transformador em
teste. Se a leitura der o dobro da fem no secundário de um dos transformadores, ou valor próximo a
este, sabe-se que a marcação dos terminais do secundário do transformador será em sequência oposta
ao do primeiro.
Vt = 120 + 12 = 132 V
60
Polaridade subtrativa
Vt = 120 − 12 = 108 V
AUTOTRANSFORMADOR
I 2 = I1 + I C
I1 = I C + I 2
61
Autotransformador Variável (VARIAC ou VARIVOLT)
Consiste de um simples enrolamento, praticado no núcleo de ferro toroidal, conforme o desenho
abaixo. O variac tem uma escova de carvão solidária a um eixo rotativo, que faz contato com as
espiras expostas do enrolamento do autotransformador. Devido a sua construção só permite ser usado
como abaixador.
O autotransformador, abaixo, permite seu uso como elevador ou abaixador. Isto é impossível ocorrer
em um potenciômetro.
62
Transformador isolado ligado como autotransformador elevador, utilizando polaridade em adição
Exemplo: Transformador de 10kVA, 1.200V/120V
V1 NC
=
V2 N C + N S
Onde:
V1 − é a tensão de entrada;
V 2 − é a tensão de saída;
63
A corrente que passa pela carga é: I 2 = I1 + I C
V1 N S + N C
A relação de transformação é: =
V2 NC
A corrente primária é: 𝐼1 = 𝐼2 + 𝐼𝐶
V1 NC
A relação de transformação é: =
V2 N S + N C
64
Características do autotransformador
Diferenças entre um autotransformador e um transformador convencional, assim como as vantagens
e desvantagens, e vice-versa.
No transformador isolado comum não há ligação condutiva entre os circuitos primário e secundário.
Nesse caso toda energia recebida pelo primário deve ser transformada para atingir o secundário.
3 − O autotransformador tem tamanho reduzido, devido ao fato de transferir parte de seus kVA por
condução, por isso suas perdas no núcleo são menores.
65
Se os autotransformadores são tão superiores em relação aos transformadores convencionais isolados,
por que não se utilizam apenas autotransformadores?
66
TRANSFORMADOR TRIFÁSICO
Transformador trifásico:
Terminais de tensão superior
67
Sistemas Trifásicos
Máquina Teórica
- Diversas limitações práticas impedem sua utilização.
- Atualmente, na prática, o campo gira, enquanto o enrolamento trifásico é estacionário.
Sequência ABC
Estrela
VL = V f 3
IL = I f
68
Triângulo
VL = V f
IL = I f 3
Exemplo:
Três transformadores monofásicos idênticos de 10kVA – 1330V / 230V.
69
Tipos de Conexões
Estrela – Estrela (Y – Y)
Tensões de linha aplicadas nos terminais de AT (primário) dos transformadores monofásicos ligados
em Y (estrela).
figura1 figura 2
70
Ligação com X2 comum
A tensão de linha secundária entre “a” e “b”, chamada Vab , é a soma fasorial das tensões entre X1 e
X2 da bobina “a”, além de, X2 e X1 da bobina “b”, ou seja, Vab = Van + Vnb = Van − Vbn .
VL = 3 V f
Avaliação Importante
Não há deslocamento entre as tensões de linha do secundário e as do primário. Semelhantemente, não
há deslocamento (rotação de fase) entre as tensões de fase primárias e secundárias.
Esta verificação é importante para ligação em paralelo dos secundários dos transformadores.
71
Um enrolamento acidentalmente invertido
72
Ligação com X1 comum
As tensões de linha (VL) e de fase (Vf) do secundário estão defasadas de 180º em relação a ligação
anterior. Portanto, esses dois transformadores não poderão ser ligadas em paralelo, pois qualquer
tentativa resultará num curto-circuito.
73
Estrela – Triângulo ( Y - )
É comum utilizar um voltímetro para medir a tensão resultante (VR), antes de fechar o triângulo. Se
VR = 0, o voltímetro será retirado para fechamento do triângulo.
O voltímetro medirá, nesse caso, uma tensão resultante (VR) de 460 V. Logo, uma tensão resultante
(VR) diferente de zero volt. Portanto, a conexão triângulo deverá ser refeita.
VR = 230 330° + 230 210° - 230 90° = 230 330° + 230 210° + 230 270°
VR = 460 270° V
74
Operações em paralelo
Para adequada operação em paralelo, os transformadores devem atender certos requisitos básicos,
que estão listados a seguir:
(c) A relação entre as potências nominais das diversas unidades não seja superior a 3:1.
75
A operação em paralelo de transformadores é de grande importância, para o aumento da capacidade
de potência transmitida e da melhoria da confiabilidade do sistema. São possíveis as seguintes
combinações para ligação em paralelo:
Y - Y → Y - Y : não há deslocamento de fase entre as tensões de linha primárias e secundárias.
Observação
Nunca será possível ligar em paralelo dois transformadores, quando em um houver rotação de fase e
para o outro não, como por exemplo: - Y → Y - Y e Y - → - .
76
Transformação - Y
Z2 Z
Za = Zb = Zc = =
Z +Z +Z 3
77
O sistema delta aberto ou conexão V – V:
Se o sistema primário de um transformador de uma bancada de um sistema - for acidentalmente
aberto, o sistema continuará a entregar energia a uma carga trifásica. Se for o caso de um
transformador monofásico defeituoso, e, por isto, desligado e removido, conforme a figura abaixo, a
bancada resultante se chamará delta aberto ou sistema V –V.
O sistema continuará a suprir a potência trifásica às cargas ligadas em ou Y sem alterações nas
tensões.
figura 1 figura 2
O sistema delta aberto (V - V) ainda produz três tensões de linha defasadas de 120º. Pode, portanto,
ser ligado em paralelo com aqueles transformadores (para as mesmas tensões de linha primárias e
secundárias) que não dão deslocamento angular.
A potência suprida por transformador num sistema delta aberto (V - V) não é a metade (50%) da
1
potência total, mas sim 57,735% e isso é igual a × 100.
√3
78
Desde que cada transformador num sistema V - V agora entrega a corrente de linha (e não a de fase),
a potência suprida por transformador num delta aberto, comparada a potência total trifásica é:
79