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Departamento de Línguas

Português 5º ano
Ficha informativa nº______
N Nome: ____________________________________________ N.º:_______ Turma:_________
Data: ___________________________________________________________________________

TEXTO POÉTICO
Um texto literário distingue-se de um não literário pela expressividade, pela beleza ou até pela
graça da linguagem. Para isso, o autor usa habilmente a linguagem figurada e uma série de outros
recursos expressivos como a comparação, a enumeração, a personificação e a onomatopeia.
O texto literário pode estar escrito em prosa ou em verso.
A um texto literário escrito em verso dá-se o nome de poema.
O texto poético é uma forma de expressão que tem como objetivo revelar os sentimentos, as
emoções e as ideias do sujeito poético (aquele que dá “vida” ao poema e que não deve ser confundido
com o poeta: autor do poema). Este revela-se perante o leitor tal como é, sente ou pensa, permitindo
o “julgamento” do outro e as mais diversas interpretações.
Este é um tipo de construção complexa, pois através da combinação de poucas palavras, o sujeito
poético consegue expressar muitos sentimentos. Assim, neste tipo de texto, escrito em verso, as
palavras têm outros significados para além do que está escrito (adquirindo um caráter simbólico).
A forma do texto em verso (poema) é diferente da forma do texto em prosa.

Características formais do texto poético.

1. O verso é cada uma das linhas de um poema.


2. A estrofe é o conjunto de versos separados graficamente por um espaço, formando,
geralmente, um sentido completo.

As estrofes assumem um determinado nome, conforme o número de versos.


Número de versos Classificação
1 Monóstico
2 Dístico
3 Terceto
4 Quadra
5 Quintilha
6 Sextilha
7 Sétima
8 Oitava
9 Nona
10 Décima
Mais de 10 versos irregular

2.1. Refrão
Dá-se o nome de refrão à repetição do mesmo verso ou conjunto de versos no final
de cada estrofe.

3. Rima

Não sendo indispensável ao texto poético, a rima, que é a correspondência de sons no poema,
pode contribuir para o ritmo e memorização.
Exemplos:
Amar, andar, mar;
Amor, dor, sabor;

3.1. Tipos de rima

o Cruzada - os versos rimam alternadamente (intercalados com outros de rima diferente) segundo
o esquema abab, abcb…

Sou o pássaro que canta


Dentro da tua cabeça
Que canta na tua garganta
Canta onde lhe apeteça
o Emparelhada - os versos rimam dois a dois, ou três a três (rima seguida), segundo o
esquema rimático aa, bb, cc…

E esta é a canção sem razão


Que não serve para mais nada
Senão para ser cantada
Quando os amigos se vão

o Interpolada - os versos rimam com intervalo de dois ou mais versos, segundo o esquema
rimático abba, abca
E esta é a canção sem razão
Que não serve para mais nada
Senão para ser cantada
Quando os amigos se vão

o Versos soltos ou brancos - versos que não encontram correspondência de som, isto é, que
não rimam.
O meu tesouro é um livro
De folhas gastas, dobradas
Onde ainda brilha o ouro
De palavras encantadas:
Guinéus, luíses, dobrões.

4. As sílabas métricas
Os poemas são constituídos por versos que podem ter ou não a mesma medida, isto é, o mesmo
número de sílabas métricas, que são diferentes das sílabas gramaticais.

De / fo / lhas / gas/ tas/ do/ bra / das → O verso tem 8 sílabas gramaticais.
1 2 3 4 5 6 7 8

De / fo / lhas / gas/ tas/ do/ bra / das → O verso tem 7 sílabas métricas.
1 2 3 4 5 6 7

A contagem é feita até à última sílaba tónica do verso, que é a sílaba/bra/.


A sílaba átona /das/ não conta para efeitos de métrica.
Como se contam as sílabas métricas?
 1.º Contam-se as sílabas até à sílaba tónica da última palavra do verso.
Exemplo: «Era uma vez um menino
Que não queria sopa de letras.»
Pina, Manuel António – O Pássaro da Cabeça. Porto: Porto Editora

 2.º As sílabas do verso contam-se conforme são pronunciadas em voz alta, fazendo-se muitas
vezes a ligação entre vogais de palavras diferentes.
Exemplo: «E/ra u/ma/ vez/ um/ me/ni/no»
Pina, Manuel António – O Pássaro da Cabeça. Porto: Porto Editora

Exemplo de análise formal de um poema.


A Ana quer

A Ana quer 1 verso


Nunca ter saído
Da barriga da sua mãe.
Rima interpolada
Cá fora está-se bem,
Mas na barriga também
Era divertido.

O coração ali à mão,


Os pulmões ali ao pé,
Estrofe de 4 versos = quadra
Ver como a mãe é
Do lado que não se vê.

O que a Ana mais quer ser Rima emparelhada


Quando for grande e crescer
Verso solto ou
É ser outra vez pequena: branco
Não ter nada que fazer
Se não ser pequena e crescer Rima emparelhada
E de vez em quando nascer
E voltar a desnascer.

Pina, Manuel António – O Pássaro da Cabeça. Porto: Porto Editora

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