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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

CAMPUS ITUIUTABA

EDELI BARBOSA
MARIA FERNANDA GUIMARÃES
MATHEUS BARBOSA
MILENA OLIVEIRA
SARA MOREIRA

UMA ECONOMIA AO RITMO DA ENCHENTE

Ituiutaba
2019
RESUMO

Este relatório integra uma sucinta apresentação sobre O antigo Egito, que possuía
uma economia agrária altamente dependente das enchentes do Nilo. O baixo nível
tecnológico fazia com que a economia fosse muito instável. Em situações adversas,
como no caso de uma enchente insuficiente, ocorria a fome, com a morte de
milhares de pessoas. Por sua vez, a baixa produtividade era compensada com o uso
maciço de trabalhadores que estava garantido por uma alta densidade de
população. O Estado era um ator onipresente em todos os setores econômicos,
concentrando os excedentes e redistribuindo-os de forma desigual. Dessa forma,
dava sustento a uma sociedade altamente hierarquizada.
Palavras-chave: Egito. Economia. Agrária. Enchente. Nilo.
SUMÁRIO

1. UMA ECONOMIA AGRÁRIA........................................................................................4

2. OUTRAS ATIVIDADES ECONÔMICAS.......................................................................6

3. A PRESENÇA DO ESTADO NA ECONOMIA..............................................................7

REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA...................................................................................8
1. UMA ECONOMIA AGRÁRIA
Abrigando uma das maiores civilizações do mundo antigo, o Egito era
sustentado essencialmente pela agricultura e pecuária, no qual seu desenvolvimento
dependia do cultivo da terra.

Com a construção do Estado faraônico, aproximadamente em 3000 a.C., o


Egito desenvolveu grandemente suas atividades econômicas, de modo que o
surgimento do sistema de irrigação foi uma consequência de um Estado poderoso,
que contribuiu suntuosamente para a agricultura e pecuária da região. Neste
período, se fixaram algumas inovações tecnológicas, que, mesmo sendo um pouco
atrasadas comparadas ás inovações da Mesopotâmia, foram formas inovadoras
para resolver os problemas que surgiam no Egito.

A escrita tinha seu grande papel no Egito, mas não havia uma quantidade
significativa de fontes escritas, o que possibilitaria uma reforma nas atividades
econômicas, mas, a abundância de fontes iconográficas (pinturas, desenhos, etc.)
compensam a falta das fontes escritas nesta civilização.

A economia agrícola era meramente abastecida pela irrigação por inundação


advinda da cheia anual do rio Nilo, que favorecia no cultivo de várias culturas, como
o trigo, que produzia certos alimentos, a cevada, que produzia cerveja, o linho, que
era utilizado na produção de tecidos, e entre outras cultivares, como leguminosas e
verduras.

O ciclo de várias produções agrícolas estavam diretamente ligadas ás três


estações definidas pela cheia no Nilo. Na qual, entre julho e outubro, era verão com
suas típicas chuvas que ocasionava a inundação, que em aproximadamente três
semanas a água cobria a terra até dois metros de altura. Entre agosto e setembro, o
vale mantinha-se inundado, de modo que só as regiões mais altas não eram
encobertas pela água, a partir desse período as águas começavam a diminuir seu
nível, no qual em novembro o rio retornava ao seu nível normal. E entre novembro e
fevereiro acontecia a saída, podendo serem vistas as terras cultiváveis, iniciando
então o começo da semeadura, reaproveitando a nutrição oferecida pela umidade,
sais minerais advindos da lama e detritos orgânicos como fertilizantes. Com as
declividades topográficas da região, formava-se poças, o que seria aproveitado para
a produção de diques e canais para a irrigação das áreas cultivadas. Por fim, entre
março e junho acontecia a colheita.

A colheita era um período de muito trabalho, os camponeses deviam trabalhar


com rapidez para lavrar e semear antes de a terra secar por completo, já que ambas
as tarefas resultavam mais fáceis enquanto a terra estivesse úmida e enlameada.
Em algumas ocasiões a terra era semeada antes que as águas se retirassem
totalmente, fazendo-se com que cabras, ovelhas e porcos andassem sobre a lama
para enterrar as sementes. No caso de a semeadura ocorrer quando a terra já
estava seca, os instrumentos utilizados eram o arado e a enxada.

Nos quatro a cinco meses que separavam a semeadura da colheita, alguns


cultivos quase não demandavam cuidado algum. Outros requeriam irrigação
permanente, como verduras e legumes. A água era conduzida até os campos mais
elevados utilizando-se pesados cântaros de barro que eram carregados nos ombros
dos agricultores ou dependurados numa vara. A partir do século XV a.C., começou a
utilizar-se o shaduf, um aparelho mecânico muito simples que permitia tirar água
utilizando um sistema de contrapeso e que tinha sido usado pelos agricultores da
Mesopotâmia desde seis séculos antes.

Entre a semeadura e a colheita, os camponeses deviam ocupar-se também de


cuidar dos cultivos afugentando os pássaros e evitando que rebanhos de campos
vizinhos acabassem devorando os cultivos. Além disso, depois do descenso das
águas, era o momento em que se fazia a manutenção e o conserto das obras de
irrigação.

À medida que se aproximava o momento da colheita, os camponeses


recebiam a visita ingrata dos inspetores de impostos e seus assistentes, escribas
etc., que avaliavam o valor do imposto a ser pago ao proprietário da terra, caso
fossem terras particulares, ao faraó, se fossem terras da Coroa, ou ao templo, caso
as terras pertencessem a determinada instituição religiosa.

Como já mencionado, a colheita era época de muito trabalho, talos de cevada e


trigo eram cortados com uma foice de cabo curto e a partir do Reino Unido, a lamina
era de bronze, somente na época tardia começou-se a usar ferro. Na pinturas,
mulheres e crianças que colhiam as espigas e as acumulavam numa extremidade do
campo para depois colhê-las em cestas ou redes. As espigas eram levadas para a
eira, onde eram pisoteadas pelo gado para separar o grão da palha. Posteriormente,
o cereal era peneirado, guardado em sacos e armazenado em celeiros de forma
cônica.

Além disso, eles ainda experimentaram a domesticação de diversos tipos de


animais, inclusive gazelas, antílopes, hienas e até gruas, embora essas práticas
tenham sido abandonadas pelos resultados desalentadores. O gado menor incluía
ovelhas, cabras e porcos. Os bois, asnos e cavalos – gado maior – só começaram a
difundir-se a partir do Reino novo. Esses animais eram usados, principalmente, para
arrastar o arado, separar o grão da palha e puxar carros. Bois e vacas também eram
utilizados para alimentação, não podendo faltar a sua carne nas mesas dos
cidadãos mais notáveis e nas oferendas aos deuses.

2. OUTRAS ATIVIDADES ECONÔMICAS


Neste tópico serão exemplificadas algumas principais atividades egípcias,
como a caça e pesca, complementares à agricultura, a mineração e, por fim, o
artesanato.
Tendo em vista que os canais do Rio Nilo ofereciam diversas espécies de
peixes, pescados através de redes de arrastão, anzol, cestos e arpão, o consumo de
peixes pelas classes sociais menos favorecidas era intenso. Já a nobreza praticava
a pesca e a caça em pântanos por lazer, apesar de ser farta e variada a mesa da
nobreza. Importante também destacar que eram usados cachorros domesticados,
arco e laços e redes para a captura de aves selvagens.
A mineração, como outro método econômico, era organizada pelo monarca,
normalmente. Desde tinturas verdes e pretas para embelezar os olhos, até pedras
sólidas eram encontradas no Deserto Arábico. Outra pedra preciosa como a
turquesa poderia ser encontrada no deserto do Sinai e a amestia, na Núbia.
Ressalta-se também que foi durante o Reino Novo que foram desenvolvidas as
técnicas para a fabricação do vidro. Já o ouro, embora não demonstrasse um grande
valor econômico, era extraído em largas escalas, pelo fato de ser considerado
produto que simbolizava status e riqueza.
Por fim, destaca-se o artesanato como uma grande atividade econômica
egípcia. A produção têxtil e a produção de papiro foram as mais ressaltadas nesta
área. Além de promover um excelente suporte para a escrita, o papiro possuía
outras funções, como: a confecção de cordas, velas, calçados e roupas.
A produção do artesanato no Egito Antigo podia ser dividida em dois pontos:
primeiramente, nas aldeias onde residiam as classes sociais mais baixas, havia uma
produção de tecidos grosseiros, vasilhas utilitárias, tijolos, artigos de couro, produtos
alimentícios. De outro lado, o artesanato de luxo dependia de uma alta
especialização e qualidade extraordinária nos tecidos. Estas oficinas mais
importantes, responsáveis por este tipo de fabricação mais especializado pertencia
aos reis e aos templos.

3. A PRESENÇA DO ESTADO NA ECONOMIA


O sistema econômico egípcio baseava-se no modelo estatal, com
foco na agricultura e acumulo de escravos eles se mantinham por meio do
excedente da produção e da corvéia.
Todos os processos administrativos do império passavam pelo rei,
seus funcionários e os templos, estes também eram responsáveis por
fiscalizar os rebanhos, comércios, explorações minerais e o artesanato.
A distribuição de riquezas era feita de maneira desigual e separada
entre castas de nobres burocratas, militares e sacerdotes e outra formada
por pobres camponeses, artesãos e trabalhadores.
A intervenção do estado na economia exigia um sistema burocrático
e eficiente de tarefas e demandas administrativas, que fosse capaz de
organizar e desenvolver as atividades do estado.
Porém, ainda existiam terras de domínios particulares ou de
templos, e como afirma yoyotte (apud mokhtar, 1980, p. 105) “em todos
os períodos o monopólio real dos meios de produção era mais teórico do
que prático.” Ou seja, a própria população se organizava em um sistema
paralelo ao estado, estes constituídos por unidades domésticas ou
comunais sofriam pouca ou nenhuma intervenção do império.
REFÊRENCIA BIBLIOGRÁFICA
DAVIDSON, Claudia Beltrão E Jorge. História antiga. 1 ed. Fundação Cecierj Rio de
Janeiro, RJ: Tereza Queiroz, 2009. 266 p.

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