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Warthog Special Operations

Nha Trang Base Camp


Curso Básico de Airsoft Scout Sniper nível 2
Plano de Ensino do SSR-DI-002 20/1

Nota de Instrução UD35_NI-01


Módulo 05 – Desempenhando a função Scout Sniper
UD-35 Camuflagem individual, do armamento e da posição (parte 1)
Carga Horária 01 hora-aula Escopo Teórico

Objetivos
Esta Unidade Didática específica visa os seguintes objetivos:

• Conceituar o processo de camuflagem;


• Apresentar informações básicas sobre a camuflagem individual;
• Propor um modelo de construção de capa/roupa de camuflagem;
• Dar as orientações para a construção de uma capa/roupa de camuflagem.

Pré-requisitos
Alguns materiais serão necessários para a construção de uma roupa de camuflagem tais
como, uniforme camuflado como base, redes, telas, estopas tingidas, folhas artificiais ou
cortadas a partir de panos camuflados, tintas de tecido nas cores, verde musgo, bege, preto e
marrom.

Desenvolvimento da Sessão de Instrução

35. Camuflagem Individual, do Armamento e Posição


35.1 Generalidades sobre camuflagem individual
35-1. Para obter sucesso em sua missão, quer na eliminação de alvos oponentes em games
Mil Sim, quer em reconhecimentos ou em qualquer outra missão, o Operador Scout Sniper
deve sempre considerar o Ambiente Operacional, ou Teatro de Operações como área
“vermelha” (ou seja, controlada pela equipe oponente), ou até mesmo área “amarela” (sob a
influência da equipe adversária), portanto deve agir CLANDESTINAMENTE, sua missão deve
ser de grau sigilosos CONFIDENCIAL, no qual somente o comandante do seu grupo (ou
tropa) e o líder da equipe de Scout Sniper terão conhecimento.
35-2. Essa CLANDESTINIDADE somente será obtida através do exato cumprimento das
técnicas de utilização do terreno e de uma perfeita camuflagem.
35-3. A camuflagem individual, do armamento e equipamentos deve fazer o Operador Scout
Sniper “DESAPARECER” no terreno, fazendo-o confundir-se, ou “fundir-se” com o terreno e
ambiente circunvizinho.
35-4. Deve-se considerar que o ser humano percebe, ou seja, nota, primeiro o movimento,
depois a cor e por último a forma.

35.2 Princípios Fundamentais


35-5. Três são os princípios a serem observados para que o Operador Scout Sniper se
mimetize com o terreno, a saber: escolha da posição; disciplina de camuflagem e a
construção da camuflagem.
a. Escolha da Posição – A posição do objeto a ser camuflado deve harmonizar com o
meio onde se encontra. A aparência do local não deve ser alterada pela presença de
indivíduos, armas e equipamentos devem ser os mais naturais possíveis. Na escolha
da posição devem-se tomar as seguintes precauções:
• Não permitir que a posição contraste com o fundo ou se projete no horizonte;
• Evitar a proximidade de pontos notáveis como árvores isoladas, cercas, casas,
etc;
• Usar a zona mais escura da sombra (umbra) para a ocultação.
b. Disciplina de Camuflagem – São os cuidados tomados para evitar que a atividade
humana revele ao adversário uma posição camuflada, devendo então:
• Evitar deixar rastros e indícios de sua passagem, pois uma posição é revelada
por trílhas e pegadas deixadas;
• A terra retirada da posição deve ser coberta, disfarçada pela vegetação da área
ou então ser dispersa de modo a se confundir com o terreno;
• O movimento pode denunciar a posição, portanto deve-se limitá-los ao mínimo
indispensável, de preferência feito à noite ou por caminho desenfiado e
reconhecido previamente.
• Deve-se tomar muito cuidado com objetos que podem refletir a luz, inclusive
como as lentes da luneta, que deverão ser destampadas momentos antes do
disparo, isso serve também para binóculos. (hoje existem protetores tipo
colmeia, que ajudam a neutralizar os reflexos da lente da luneta)
• À noite, a disciplina de sons e luzes deve ser observada com muita atenção. É
proibido fumar e imprescindivelmente evitar acender lanternas, estas devem ser
veladas, com um facho de luz tão mínimo quanto possível, acesa debaixo de
uma lona ou poncho.
c. Construção da Camuflagem – Para a construção da camuflagem, procura-se alterar
os contornos nítidos conhecidos e fazer com que se confunda com o terreno adjacente
(dissimulação) ou ocultar-se das vistas dos adversários através de um anteparo, como
uma rede de camuflagem, telheiro, etc. (mascaramento). Tanto em um caso, quanto o
outro, deve ser observado:
• Não permitir que a sombra ou camuflagem de objeto denunciem a posição, por
isso é necessário quebrar o contorno ou a silhueta, modificando-a de forma
irregular.
• A cor e a tonalidade de sua camuflagem não devem contrastar com o meio onde
se encontra, a fim de não atrair a atenção dos observadores adversários.
• Não deve ser usado material de camuflagem em demasia, pois sua sombra
tornar-se-á muito escura e o conjunto parecerá volumoso, o que poderá
despertar suspeitas.
35.3 Materiais para construção da camuflagem
35-6. Os materiais para construção de sua camuflagem podem ser naturais ou artificiais,
conforme segue.
35-7. Materiais Naturais – São aqueles encontrados na própria região, tais como vegetação
(cortada ou viva), entulhos, destroços, terra, areia, cascalho e grama.
• A vegetação cortada deve ser empregada de forma que se apresente com seu aspecto
natural, ou seja, com a superfície das folhas e as pontas dos galhos voltadas para cima
e os talos para baixo.
• Outro cuidado importante é a substituição frequente da vegetação cortada, que
murchará e mudará o aspecto e a tonalidade da cor.
• A grama deve ser usada na forma de leiva, tirada da própria escavação ou de outro
local distante da posição.
35-8. Material Artificial – São aqueles produzidos com a finalidade de serem empregados
na camuflagem, como tintas, redes, telas e tecidos especiais.

35.4 Camuflagem individual


35-9. Uniforme – O uniforme camuflado, por si só, não é suficiente para fazer o Operador
Scout Sniper “desaparecer no terreno”, poderá confeccionar uma cobertura ou uniforme de
camuflagem, chamado de Guilie Suit, ou conhecido antigamente entre os operadores dos
Comandos Anfíbios (Comanf) dos Fuzileiros Navais, como “nega maluca”. E essa cobertura
pode-se amarrar partes da vegetação local. O importante é que a roupa pareça mais com o
terreno do que com um uniforme propriamente dito.
35-10. A figura abaixo apresenta um operador com apenas o uniforme convencional e com a
roupa de camuflagem:

Fig. 8-1. Uniforme convencional e com capa de camuflagem

35-11. A imagem seguinte mostra o efeito causado pelo uso da capa de camuflagem, no qual
o Operador Scout Sniper parece um “xaxim” ambulante, verificando-se a semelhança com um
aspecto vegetal:
Fig. 8-2. Capa de camuflagem e calça com camuflagem

35-12. Abaixo podemos notar o mimetismo causado pela camuflagem:

Fig. 8-3. Scout Sniper camuflado em uma posição de tiro

35-13. Assim o uniforme padrão do Operador Scout Sniper, poderá ser o convencional
camuflado, porém, usará o gorro com pala, ou chapéu tipo “jungle hat” como cobertura.
35-14. Durante a função, tanto o Sniper quanto o Observador deverão possuir a capa ou
uniforme de camuflagem que será usado sobre o uniforme padrão. Tal uniforme de
camuflagem deverá quebrar os contornos nítidos do corpo e mimetizar-se com o terreno e
vegetação circundante, fazendo os snipers desaparecerem das vistas dos oponentes.
35-15. A capa ou uniforme de camuflagem é confeccionado com aniagens e estopas tingidas
nas cores marrom, verde musgo, verde oliva, verde folha, bege e preto, sendo repicadas em
tiras, juntamente com pedaços de tecido camuflado cortados em formato de folhas de
diversos tipos de vegetais e espécies tropicais, como se pode ver na imagem abaixo:
Fig. 8-4. Folhas cortadas de tecido camuflado e folhas artificiais

35-16. A parte superior do uniforme pode ser utilizada uma gandola normal, tamanho maior,
ou mesmo se confeccionar uma capa, ambos necessitarão de ter capuz.

Fig. 8-5. Ideia geral da montagem da parte superior

35-17. No caso de se utilizar uma gandola para confecção de uma roupa de camuflagem
pode-se utilizar um uniforme convencional que será descaracterizado, sendo usado no
avesso. Os bolsos devem ser retirados, bem como a gola. Na parte das costas deve-se fazer
um furo retangular, o que facilitará a ventilação e diminuirá o peso.

Fig. 8-6. Utilização de gandola convencional descaracterizada para camuflagem

35-18. A esse buraco pode ser costurada uma rede com malha fina, sendo que às costas
poderá ser colocada uma rede com malha maior.

Fig. 8-7. Complementação da gandola com tela e rede (reprodução)

35-19. Já a parte inferior do uniforme é feita com uma calça padrão, também ao avesso, por
conta de proteger zíperes e botões (que por sinal podem ser trocados por velcro e cordeletes
para amarração), que da mesma forma na parte de trás será colocada uma tela ou rede, na
qual serão amarradas as aniagens e estopas tingidas.
Fig. 8-8. Detalhes da parte inferior do uniforme (reprodução)

35-20. Importante salientar que tanto a parte superior, quanto a inferior, deverão ser
costuradas parte de reforço, por conta de rastejo, o que tornará o uniforme mais resistente,
melhorando também o conforto.

Fig. 8-9. Detalhes das telas e dos reforços frontais (reprodução)

35-21. Nos dias de hoje é fácil de encontrar na internet peças comerciais já prontas para
confecção de Capa de Camuflagem, ou Guillie Suit, como por exemplo, o modelo abaixo:

Fig. 8-10. Exemplo de base para construção de Guillie Suit (reprodução)

35-22. Abaixo podemos ver cenas do filme Sniper – O Atirador, com Tom Berenger, nas quais
vemos o Sargento Thomas Beckett com sua Guillie Suit em ação.
Fig 8-11. Sargento Thomas Beckett com Guillie Suit (Filme Sniper – reprodução)

35-23. Notem que a cobertura usada é o gorro com pala, no caso, padrão USMC, o qual nos
EUA chamam de Patrol Cap.
35-24. Ainda podemos encontrar no mercado internacional alguns padrões diferentes já
prontos para servirem de base a montagem da Guillie, que são os chamados Guillie Viper
Hood, que é uma cobertura para a cabeça possuindo também duas mangas, todo o conjunto
coberto com uma tela para amarração das aniagens. Abaixo podemos observar seus
detalhes:

Fig. 8-12. Guillie Suit Viper Hood 1

35-25. Abaixo podemos ver uma Guillie construída com uma Viper:

Fig. 8-13. Guillie construida com Viper e fundo modular. 2

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Fonte: https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/61QGMMKYNzL._AC_ SL1000_.jpg, acesso em 12/05/2020.
2
https://proapto-ghilliesuit.com/_files/200000513-2466a2466c/Multipurpose%20Modular%20Stalking%20Suit%20ProAtpo
%20Ghillie%20camouflage%20system%20viper%20hood%20cobra%20stalking.png
35.5 Exercícios de fixação
1) Por que o uniforme de camuflagem de Scout Sniper se chama “Guillie Suit” (realizar
pesquisa a respeito).

2) Qual o objetivo da camuflagem?

3) Dos princípios e fundamentos de uma boa camuflagem, qual você considera mais
importante?

Resposta inbox ao coordenador.

Referencial *
BRASIL. Ministério do Exército. IP 21-2 O Caçador. EGGCF: Brasilia. 1998.
EUA. US Army. TC 3-22-10 Sniper Training and Employment. USArmy: Washington/DC.
2017.
EUA. US Marine Corps. MCTP 3-01E - Sniping. USMC: Washington/DC. 1981.

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