Trazemos esta reflexão sobre o papel do apoio institucional para que vocês
possam a partir da leitura dos textos estabelecer conexões e sínteses entre
a Colaboração Interprofissional e o processo de Apoio Institucional. Como vocês percebem que estas duas estratégias podem se potencializar/ complementar?
Através da leitura dos textos percebemos que estes trazem o campo da
Saúde coletiva, como um campo de conhecimento, teórico-metodológico, conceitual, de pesquisa e de práticas. Exigindo o esforço de se evitarem simplificações reducionistas. Estabelece, sobretudo, um modo de operar que, ao invés de focalizar em objetos-alvo de certas teorias, disciplinas e metodologias, possibilite novas formas de pensar e praticar saúde-doença- cuidado. Cabendo a nós coletivos tentar produzir mudanças de práticas. Através da construção de espaços que se insiram nas nossas atividades diárias, que objetivem outras formas de trabalho e de saberes potencializando análises de valores coletivos. Notamos esta possibilidade quando nos inserimos no cotidiano dos campos de construção de saúde, se apropriando das dimensões do território: participando de espaços de discussões e de provocações sobre avaliação de saúde; compartilhando de momentos que despertem a politização da gestão, a exemplo dos Fóruns de Conselheiros de Saúde e reuniões da CIR. A operacionalização do apoio deve fomentar análises sobre a dinâmica de relações de poderes, de práticas, de significações, de afetos que permeiam o estabelecimento analisado, colocando-as a serviço de todas as pessoas aí situadas. Contribuindo ativamente para a criação de espaços coletivos que propiciem a interação intersujeitos, que possibilitem observação de situações e a tomada de decisões conjuntas. Deste modo, prestar a nossa cooperação técnica aos sistemas de saúde, a partir do envolvimento participativo e integrado em todas as áreas que estejam contempladas dentro da região de saúde.
“Todo apoiador minimamente sábio descobre que somente se consegue
apoiar quando nos autorizamos a ser apoiados pelo grupo a quem pretendemos ajudar. Um bom dirigente dirige e é dirigido, comanda e é comandado por aqueles com quem trabalha.” (Gastão Wagner de Sousa Campos)