Você está na página 1de 61

REVISÃO DE ÚLTIMA

HORA PARA O PRIMEIRO


DIA DO ENEM
SUMÁRIO
REDAÇÃO 3
HISTÓRIA 14
GEOGRAFIA 23
PORTUGUÊS 31
SOCIOLOGIA 39
FILOSOFIA 45
LITERATURA 51

Este é um PDF interativo, o que significa


ele possui links clicáveis que direcionam
para nosso site, onde você poderá con-
ferir todo o conteúdo e aprofundar seu
conhecimento.
TUDO O QUE VOCÊ PRECISA
SABER PARA ESCREVER UMA
REDAÇÃO NOTA 1000.
Muitas vezes, somos levados a pensar que adivinhar o tema da redação é um
bom caminho para nos darmos bem e ficarmos mais calmos no dia da prova.
Todavia, isso é uma grande pegadinha que, no fim das contas, pode nos atra-
palhar muito mais que nos ajudar.

Sendo assim, o melhor caminho é lembrar que os temas do ENEM possuem a


característica de abordarem questões atuais, socialmente relevantes e com
possibilidade de intervenção. Mas, salvo isso, são sempre uma surpresa.
Por isso, é importante que – mais que decorar textos sobre determinados
temas - você conheça bem a estrutura da dissertação para se dar bem em
qualquer proposta.

Ainda, é sempre bom reforçar que ter um texto semipronto em mente pode
acabar te atrapalhando, pois escrever, por exemplo, sobre “intolerância religio-
sa” é diferente de escrever sobre “caminhos para combater a intolerância reli-
giosa no Brasil”, correto? Por isso, ter um texto estruturado para reproduzir,
além de te fazer perder tempo tentando lembrar dele, ainda pode te levar ao
tangenciamento do que foi proposto.

ENTÃO, COMO LIDAR COM O TEMA PARA


A REDAÇÃO DO ENEM?

1º Não tente adivinhar, mas descarte os temas que sabemos que não cairão,
pois já foram foco em outras provas. Por isso, logo abaixo, disponibilizamos
um levantamento de todos os temas que já foram abordados no ENEM;

2º Entenda que os temas do ENEM são formados por várias partes. Lembra
que falamos que escrever sobre “intolerância religiosa” é diferente de escrever
sobre “caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”? Para notar
essa diferença, você deve dividir os temas nos vários núcleos que os com-
põem e, assim, terá uma visão mais objetiva de tudo que precisará abordar.

No exemplo que demos, sabemos que precisaremos abordar três elementos: 1.


Caminhos; 2. Combate a intolerância religiosa; 3. Brasil. Busque fazer essa
subdivisão nos temas abaixo para que no dia da prova consiga visualizar com
facilidade todos os elementos que irão compor a proposta.

4
TEMAS DO ENEM:

5
COMO PLANEJAR O TEXTO
A tese é o elemento mais importante do texto dissertativo, pois é ele que deter-
mina o que você irá defender. Dessa forma, como a função do texto dissertativo
é defender um ponto de vista, a determinação da tese é essencial para que
esse posicionamento seja bem apresentado e enfatizado no decorrer do texto.

Para definir a sua tese, você pode utilizar o esquema que segue:

Respondendo a essas perguntas, você acaba definir o objetivo do seu texto


(tese) e os objetivos dos seus parágrafos de desenvolvimento (sub-teses).
Com isso definido, você já pode estruturar a sua dissertação como apresenta-
remos a seguir.

Antes disso, todavia, lembre-se de alguns pressupostos básicos do texto dis-


sertativo:

6
Você já deve saber que a estrutura da redação do Enem é composta por três
partes principais: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. Esses elementos
se distribuem, na grande maioria das vezes, em um texto de quatro parágra-
fos, como o esquema que segue:

A INTRODUÇÃO DO
TEXTO DISSERTATIVO
Para uma introdução completa, é essencial que você apresente do que se
trata o texto (tema), relacione-o com outros elementos que contextualizem a
temática e que mostrem a sua linha de raciocínio (assunto) e delimite o que
irá defender, ou seja, qual a proposição que delimitará sua argumentação
(tese). Esses três elementos (assunto, tema e tese) são constitutivos de uma
boa introdução e devem se relacionar de maneira que uma questão mais
ampla (assunto), demonstre a temática e desenvolva a visão mais específica, o
olhar do escritor (a tese), como mostramos na figura a seguir:

7
De maneira geral, as ideias na introdução se apresentam da seguinte maneira:

Veja exemplos de introduções que contemplam os elementos apresentados e


identifique cada um deles:

A mulher vem, ao longo dos séculos XX e XXI, adquirindo valiosas conquistas,


como o direito de votar e ser votada. Entretanto, a violência contra este gênero
parece não findar, mesmo com a existência de dispositivos legais que protegem
a mulher. A diminuição dos índices deste tipo de violência ocorrerá no momen-
to em que os dispositivos legais citados passarem a ser realmente eficazes e o
machismo for efetivamente combatido, desafios esses que precisam ser encara-
dos tanto pelo Estado quanto pela sociedade civil.

No livro “Responsabilidade social”, o filósofo alemão Hans Jonas critica a atua


da tecnologia como um fator agravante dos problemas sociais. Essa lógica é
alarmante, pois aproximadamente 65% da população brasileira utiliza das
mídias sociais, fazendo com que a manipulação comportamental dos usuários
de internet a partir do controle de dados atinja um grande número de pessoas.
Tal fato é preocupante porque atrapalha a democracia e facilita a propagação
de “fake news”.

8
O DESENVOLVIMENTO DO TEXTO DISSERTATIVO
Para defender seu ponto de vista no parágrafo de desenvolvimento, você
deve argumentar. Basicamente, consideramos que para criar uma argumen-
tação consistente é preciso seguir a seguinte fórmula:

Para trazer essa argumentação nos desenvolvimentos e considerando que


cada parágrafo possui um objetivo próprio e, por isso, deve possuir certa au-
tonomia, você deve lidar com parágrafos que possuam início, meio e fim,
como a estrutura que segue:

Veja exemplos de parágrafos de desenvolvimento que contemplam os ele-


mentos apresentados e identifique cada um deles:

Um dos maiores problemas relacionados ao controle informacional na internet é


o fato desse ser uma prática antidemocrática. Isso porque esse regime político
tem como ideal uma efetiva participação populacional com o objetivo de criar
um governo benéfico para todos. Porém, tal intenção não acontece de maneira
adequada caso haja um controle de dados, visto que a internet não fornecerá
informações para o povo que condigam com a realidade, impedindo que a par-
ticipação social seja verdadeiramente vantajosa a todos. A Coreia do Norte, por
exemplo, tem um regime político ditatorial que controla as informações, filtran-
do dados e regulamentando mídias sociais, fazendo com que parte de seu povo
acredite viver em um bom governo por não saber que boa parte da população
vive em condições miseráveis. Logo, o cenário vivido pelos coreanos comprova
como a manipulação pode prejudicar a democracia, pois, ao restringir o acesso
à informação, dificulta a manutenção de um governo do povo.

9
Para fortalecer esta estrutura, então, é importante trazer e mobilizar na dis-
cussão várias áreas do conhecimento e da cultura: história, ciências, literatura,
música, cinema, etc. É preciso, sobretudo, que as referências devem ser feitas
com todo o cuidado, trazendo as devidas fontes e estabelecendo relações que
sejam coerentes, que não somente ocupem um espaço solto e desconexo no
texto, mas que mostrem o caminho argumentativo que relaciona as infor-
mações e exemplos com o ponto de vista defendido. As informações devem ser
bem selecionadas, pois ao trazer muitas informações de uma só vez se impede
o aprofundamento da discussão. Ainda, é de suma importância que a discussão
que se propõe no texto tenha relevância para a sociedade de forma geral. Ou
seja, é necessário que as questões debatidas se refiram não somente a um
indivíduo ou grupo específico, mas tenha importância social.

Para um bom fechamento do texto, é preciso compreender que o parágrafo


conclusivo não deve apenas terminar o texto ou resumir e confirmar o que foi
tratado no seu decorrer, mas que ele tem a função de comentar o que foi
desenvolvido e oferecer uma solução ou expectativa com relação à tese abor-
dada. Nesse intuito, é importante que o último parágrafo do texto possua uma
retomada comentada e estratégias de
fechamento. Para isso, é importante
que você se pergunte o que pode ser
destacado do raciocínio apresentado

IMPORTANTE! NA CONCLUSÃO, VOCÊ NÃO DEVE TRAZER


NOVAS INFORMAÇÕES, MAS APENAS COMENTÁRIOS SOBRE O
QUE JÁ FOI DESENVOLVIDO NO DECORRER DO TEXTO

10
De maneira geral, ao contrário do que foi feito na introdução, você deve partir
de um elemento mais específico e ampliá-lo na finalização do texto. No caso
do ENEM, esse elemento que finalizará a discussão é a proposta de inter-
venção, como pode ser visto no esquema a seguir:

RETOMADA DA
TESE E DAS SUB-TESES

PROPOSTA DE
INTERVENÇÃO

Ou, como vimos no esqueleto de estrutura:

Para que uma solução seja completa no ENEM e, assim, atinja os 200 pontos
da competência 05, é preciso que ela contenha cinco eles mentos que são:

11
Como O que Quem Como Para que Explicação ou
exemplificação de
elaborar deve ser deve deve ser deve ser um dos pontos
feito? fazer? feito? feito? anteriores

Podemos ver os elementos mencionados no exemplo abaixo:

Portanto, a manipulação comportamental por meio do controle de


dados na internet é perigosa porque é antidemocrática e facilita
propagação de “fake news”. Por isso, para combater tal manipulação,
é necessário que o Ministério da Educação, com o auxílio das escolas,
promova campanhas, em diversas mídias de massa, que mostrem a
importância dos jovens buscarem fontes variadas de informações,
por meio de incentivo à leitura de jornais, livros e sites confiáveis,
com a finalidade de criar uma população com grande senso crítico,
podendo discernir notícia falsas, barrando-as e, consequentemente,
beneficiando o regime democrático.

Após escrever seu texto no ENEM, ele será avaliado por dois corretores forma-
dos em Letras e que se capacitaram para essa tarefa. Essa correção será feita
com base em na matriz de correção do ENEM que apresenta cinco competên-
cias avaliativas e sua nota será a média das notas atribuídas pelos avaliadores.

É interessante lembrar, ainda, que pela primeira vez, no ano de 2019, o INEP
disponibilizou o material completo utilizado pelos corretores na tarefa de
avalição dos textos. Nesse material, podemos ver de maneira muito objetiva
exatamente o que é corrigido em cada uma das cinco competências (lembran-
do que cada uma delas te dará 200 pontos).

Com base nesse material disponibilizado pelo INEP e também da estrutura que
estudamos, podemos definir o seguinte checklist para ir bem nas cinco com-
petências e, assim, nos aproximarmos da nota máxima:

12
COMPETÊNCIA 01 – norma padrão
Máximo dois desvios (revise BEM o seu texto antes de passar a limpo);
Não utilize palavras se não tiver certeza do seu significado;
Se possuir dúvida sobre a grafia de uma palavra, por segurança, substitua por outra;
Cuide com a estrutura sintática (saiba o porquê de separar os períodos).

COMPETÊNCIA 02 – gênero + tema + repertório


Reconheça TODOS os núcleos que compõem o tema antes de iniciar o planejamento;
Lembre-se que TODOS os núcleos devem, preferencialmente, aparecer em TODOS os
parágrafos (exceto Brasil/brasileiro, que podem aparecer uma única vez no texto);
Utilize repertório consolidado/legitimado, por segurança, em pelo menos dois parágrafos
do texto (vale introdução ou desenvolvimento).

COMPETÊNCIA 03 – posicionamento + coerência + projeto de texto


Apresente a tese e suas sub-teses na introdução;
Cumpra em cada parágrafo o objetivo traçado pela sub-tese correspondente;
Lembre-se de mostrar como repertório apresentado se relaciona com a sub-tese e com o
tema/tese.

COMPETÊNCIA 04 – coesão
Utilize pelo menos dois conectivos que relacionam os parágrafos (aqueles que ficam no
início de cada parágrafo);
Utilize pelo menos um conectivo dentro de cada parágrafo;
Utilize corretamente os conectivos. Para isso, se não souber o significado de algum termo,
substitua-o;
Evite repetir conectivos (preste atenção nisso na revisão do texto);
Evite repetir muitas vezes uma mesma palavra, mas não trave se tiver que ter alguma
repetição (se não configurarem vício de linguagem, as repetições são aceitas).

COMPETÊNCIA 05 – proposta de intervenção


Lembre-se de PROPOR algo e não somente explicar (Se a sua ação for criar campanhas, por
exemplo, opte por escrever “o [agente] deve criar campanhas” e evite “o [agente] criará
campanhas”, pois o segundo caso pode ser desconsiderado)
Evite propostas condicionais (“Se o [agente] criar campanhas, o problema será resolvido”),
pois elas valem no máximo 80 pontos;
Todos os elementos (ação + agente + efeito + modo + detalhamento) devem estar em uma
mesma proposta;
O detalhamento pode explicar ou exemplificar a ação, o modo, o agente ou o efeito (desdo-
bramento do efeito);
Uma proposta é o suficiente para a competência 5, mas seu efeito deve contemplar os dois
pontos discutidos ao longo do texto. Caso contrário, faça uma proposta para cada sub-tese.

13
GRÉCIA
Sobre a história da Grécia Antiga é importante lembrarmos que ela se divide em cinco
períodos:

PRÉ-HOMÉRICO (SÉC. XX – XII A.C.):


Corresponde ao das civilizações Cretense e Micênica e é nele que são inspiradas muitas
das conhecidas histórias da Grécia Antiga, como a Guerra de Tróia e a lenda do Minotauro.
Após uma violenta invasão dos Dórios, a civilização creto-micênica entra em declínio, o
que leva a uma dispersão dos Aqueus para as ilhas do mar Egeu e da Ásia Menor.

HOMÉRICO (SÉC. XII – VIII A.C.):


Após essa dispersão, surge então o período Homérico, marcado por uma nova unidade
familiar e patriarcal: os genos. Nesses grupos era praticada a agricultura de subsistência.
Com o passar do tempo a população foi crescendo e a propriedade rural passou a se con-
centrar na mão dos eupátridas (os bem nascidos), levando então a uma segunda diáspora
grega. É no período Homérico que surgem as principais obras de referência da cultura
grega: A Ilíada e a Odisseia, de Homero, e a Teogonia, de Hesíodo.

ARCAICO (SÉC. VIII – V A.C.):


O Período Arcaico é marcado pelo surgimento das: 1) cidades-Estado (as pólis); 2) pela
cunhagem de moedas; 3) pelo surgimento da democracia ateniense. É importante lembrar
que a democracia (governo do povo) era direta e, inicialmente, restrita aos eupátridas.

CLÁSSICO (SÉC. V – IV A.C.) E 5) HELENÍSTICO (SÉC. IV – III A.C.).


Só no Período Clássico, com reformas de governantes como Sólon, Clístenes e Péricles que
mais grupos ganharam direito a cidadania, ou seja, participar das tomadas de decisões da
pólis. Para ser cidadão era necessário ser: 1) ser homem; 2) ser livre; 3) filho de pai e mãe
ateniense; 4) ter mais de 18 anos.

É no período clássico também que ocorrem as Guerras Médicas, contra os persas, e a


Guerra do Peloponeso, entre atenienses e espartanos. Por fim, no Período Helenístico a
Grécia é dominada pelos Macedônios liderados por Felipe II e seu filho Alexandre. Alexan-
dre estende o império Macedônio até a Índia e devido as suas conquistas ficou conhecido
como “o Grande” ou “Magno”.

BAIXA IDADE MÉDIA

15
Com o fim da alta Idade Média, há um aumen-
to da produção agrícola devido ao uso de
técnicas agrícolas como: o arado de ferro, os
moinhos e a rotação trienal de culturas. Este
aumento da produção aquece o comércio, o
que propicia o retorno ao uso de moedas e a
formação de cidades.

Como complemento a este cenário, nobres e


religiosos promovem cruzadas contra muçul-
manos e outros grupos considerados hereges.
Estas cruzadas funcionam ao mesmo tempo
como escolta para comerciantes e estabele-
cem rotas comerciais, contribuindo ainda mais
para o renascimento urbano.

Com o surgimento das cidades há um aumento do êxodo rural, pois se passou a acreditar
que a cidade seria um espaço de maior liberdade em relação aos feudos. Contudo, no
século XIV a população europeia entra em declínio devido a: 1) Grande Fome; 2) a Peste;
3) a Guerra dos Cem Anos.

É ainda durante a Alta Idade Média que Portugal e Espanha conseguem unificar seus
respectivos reinos ao expulsar os muçulmanos da Penínsua Ibérica, o que ficou conhecido
como a Guerra da Reconquista. Isso possibilita o início da expansão marítima.

1ª E 2ª REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS

A história do capitalismo começa no início da modernidade com o mercantilismo e seus 4


pilares: 1) balança comercial favorável; 2) bulionismo (ou metalismo); 3) o pacto colonial;
4) intervencionismo.

Porém, é com o surgimento da indústria na Revolução Industrial que vemos um salto pro-
dutivo inédito. A indústria tem início na Inglaterra em meados do século XVIII (por volta de
1750) quando a produção têxtil é impulsionada por ferramentas e máquinas que cortam
custos e aceleram a produção.

Sendo assim, a produção de bens passa de uma lógica artesanal para uma racionalidade
fabril que preza pela agilidade e pela padronização. Há uma divisão da mão de obra na
linha de produção, e o trabalhador não mais possuí controle ou conhecimento sobre a
cadeia produtiva. As principais características da Primeira Revolução Industrial são:

16
GUERRA FRIA
A Guerra Fria foi um período de polarização ideológica global que data do fim da Segunda
Guerra Mundial até o início dos anos 1990, com o fim da União das Repúblicas Socialistas
Soviética (URSS).

As duas maiores potências globais que saíram vitoriosas da Segunda Guerra foram os
Estados Unidos, defensores de um projeto capitalista de mundo, e a URSS, defensora de
um projeto socialista. Cada uma destas nações procurou formar blocos de influência, onde
prometiam investimentos e assistência a nações e grupos menores em troca de alinhamen-
to ideológico.

Alguns países que fizeram parte do bloco capi- Já no bloco de influência soviético estavam:
talista e estiveram sob influência dos Estados
Unidos neste período foram: Cuba; Angola; Vietnã; Líbia; Ucrânia;
Polônia.
1 Brasil
2 Turquia A China, apesar de socialista, não pode
3 países da Europa Ocidental ser considerada uma área de influência
4 países da Oceania; soviética por ter rompido com a URSS
5 países da Ásia como Japão e Coréia do Sul. devido a tensões entre os dois países.

Além destes blocos de influência foram criadas também organizações militares que ser-
viam como ferramentas de influência destas potências. O bloco capitalista contou com a
formação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a o bloco socialista
com o Pacto de Varsóvia.

Como consequência desta influência acabaram ocorrendo as guerras por correspondência:


guerras entre países menores mas alimentadas pelas potências globais.
Alguns exemplos destas guerras foram: 1) a Guerra do Vietnã; 2) A Guerra da Coréia; 3)
Guerra do Afeganistão. Isto além de conflitos menores.

Outros desdobramentos da Guerra Fria foram também a corrida armamentista e a corrida


espacial.

17
ESCRAVIDÃO, RESISTÊNCIA E ABOLICIONISMO
A escravidão existe no mundo desde as primeiras civilizações da antiguidade, mas é só no
contexto da modernidade que ela vai atingir suas maiores proporções.

Isso porque a escravidão colonial está atrelada ao surgimento do capitalismo: compra-se


pessoas para que trabalhem compulsoriamente em lavouras, minas e casas afim de se
obter grandes lucros.

Para justificar tal ordem, as autoridades ocidentais baseavam-se na crença da “superiori-


dade branca e cristã”: os africanos e seus descendentes eram tidos como inferiores e amal-
diçoados, qualidades que eram sintetizadas na cor de sua pele.

Porém, como seres humanos, estas populações sempre encontraram modos para resistir à
escravidão. Algumas destas opções eram: 1) a fuga de fazendas e a formação de qui-
lombos; 2) a prática da capoeira; 3) a compra de alforrias; 3) o suicídio.

No século XIX vemos surgir o movimento abolicionista. Tal corrente de pensamento tor-
nou-se comum em setores da elite branca que viam a escravidão como um atraso social e
econômico, sem necessariamente ter um olhar humanitário. Contudo o movimento ganhou
também o apoio de lideranças negras.

No caso brasileiro alguns destes líderes foram: 1) Luís Gama; 2)


André Rebouças; 3) Adelina; 4) Maria Firmina dos Reis; 5) José
do Patrocínio.

O Brasil foi o último país da América a abolir a escravidão (1888).


Ao invés de uma ruptura, o Império e as elites decidiram por
realizar uma abolição gradual através de uma série de leis:

1) Eusébio de Queiroz; 2) Lei do Ventre Livre;


3) Lei dos Sexagenários; 4) Lei Áurea.

BRASIL COLÔNIA

A História do Brasil pode ser dividida em 4 grandes momentos: 1) Pré-cabralino (início da


ocupação da América - 1500); 2) Colonial (1500 – 1808); 3) Imperial (1822 - 1889); 4)
Republicano (1889 – atualmente).

Ainda é possível fazer outras divisões, como separar o período republicano em: 1) República
Oligárquica (1889 – 1930); 2) República Nova (1930 – 1964); 4) Ditadura Civil Militar (1964
– 1985); 5) Brasil redemocratizado (1985 – atualmente).

O período colonial compreende o período em que o Brasil foi formalmente uma colônia por-
tuguesa. A colonização do Brasil pelos portugueses se inicia, na prática, por volta de 1530,
quando os lusitanos decidem ocupar e proteger este território das invasões estrangeiras.

18
Isso não foi o suficiente para impedir que outras nações disputassem a posse por territóri-
os no Brasil. De uma série de invasões podemos citar algumas, como: 1) os saques de
corsários ingleses; 2) a invasão francesa no Rio de Janeiro por franceses protestantes em
1555; 3) a invasão holandesa de 1630; 4) invasão espanhola em Desterro (atual Flori-
anópolis) em 1777.

Durante o período colonial o território brasileiro era visto apenas como um território desti-
nado a gerar arrecadação para a coroa portuguesa através da: extração de pau-brasil;
durante o ciclo do ouro com a extração de metais e pedras preciosas; produção de
açúcar e outros derivados da cana.

No início do século XIX a família real portuguesa se vê ameaçada por Napoleão Bonaparte
que inicia uma invasão ao seu território na Europa.

Como uma maneira de fugir do implacável exército francês, a


família real portuguesa vem para o Brasil, sua principal colônia,
com o auxílio de uma escolta britânica. Como pagamento pela
fuga, D. João VI, o príncipe regente de Portugal, decreta o fim
do pacto colonial com a abertura dos portos às nações amigas
em 1808. O Rio de Janeiro passa a ser o lar da família Real e em
1815 o Brasil é elevado ao patamar de Reino Unido a Portugal e
Algarves.que inicia uma invasão ao seu território na Europa.

BRASIL IMPÉRIO
Após a Revolução do Porto em 1820 o rei D. João VI se viu obrigado a retornar à Portugal,
mas deixou seu filho D. Pedro como governante do Brasil. Entretanto, as elites brasileiras
receavam que o filho seguisse os mesmos passos do pai rumo à Europa, e por isso o pres-
sionou para que ficasse deste lado do Atlântico.

Em 7 de setembro de 1822, após ser intimado pelas cortes portuguesas a retornar à


Europa, D. Pedro proclama a independência do Brasil. Em 1824 fica pronta a primeira con-
stituição do país, caracterizada pela existência de 4 poderes: 1) executivo; 2) legislativos;
3) judiciário; 4) moderador.

Esse último poder era de uso exclusivo do imperador e o permitia interferir nos outros 3
poderes, mostrando uma dificuldade em abrir mão do absolutismo. Mas D. Pedro I vê seu
governo ruir diante de diversas crises:
1) econômica, devido aos empréstimos com os britânicos
2) política, em virtude da centralização do poder
3) bélica, pois precisou reprimir a Confederação do Equador e perdeu a Província da Cisplatina

Em 1831 ele abdica do trono brasileiro e retorna para Portugal, deixando seu filho, D. Pedro
de Alcântara, de 5 anos de idade, no poder. Como o herdeiro é impossibilitado de governar
devido a idade e a Constituição, o Brasil passa a ser governado por regentes. Este é o
período Regencial, onde ocorrem diversos conflitos por questões sociais, separatismos ou
descentralização do poder:

19
Já com D. Pedro II no poder, a economia brasileira passa a ser
caracterizada pela produção e exportação de café. Pressionado
pela Inglaterra e pelo movimento abolicionista, o governo
adere a uma abolição gradual da escravidão.

Entre 1864 e 1870 o Brasil se vê envolto na Guerra do Paraguai.


Em 1888 a escravidão é abolida e a República é proclamada no
ano seguinte.

PRIMEIRA REPÚBLICA

Também conhecida como República Oligárquica ou República Velha, este período da história
do Brasil vai desde 1894 a 1930. Ele é precedido pelos governos autoritários de Deodoro da
Fonseca e Floriano Peixoto, período que ficou conhecido como República da Espada.

A República Oligárquica se caracteriza por:

Este período é definido como “oligárquico”, pois o governo, em todas as suas esferas,
visava favorecer os negócios das elites, em especial aos barões do café de Minas Gerais e
São Paulo. Estes dois Estados revezavam-se no poder indicando candidatos para a
presidência em cada nova eleição.

Em 1929 o presidente Washington Luís, representante dos interesses da elite paulista, que-
brou o protocolo e indicou o paulista Júlio Prestes para o substituir, iniciando um atrito
com as elites mineiras.

Getúlio Vargas, representante do Rio Grande do Sul apoiado por Minas Gerais e Paraíba
concorre às eleições contra Júlio Prestes, mas perde em uma eleição muito polêmica. João
Pessoa, vice de Vargas, acaba sendo assassinado e Vargas usa o episódio como motor para
marchar ao Rio de Janeiro e depor Washington Luís que ainda estava no poder. Chegava
ao fim a República Oligárquica.
20
ERA VARGAS
Vargas chega ao poder pela primeira vez em 1930, como um gover-
nante provisório, mas irá permanecer como chefe de Estado até 1945
e após isso ainda irá governar como presidente eleito de 1950 a 1953.

Ele foi o segundo governante a ficar mais tempo no poder desde que
o Brasil se tornou independente, estando atrás apenas de D. Pedro II.

Os historiadores costumam separar a Era Vargas nas seguintes fases:

1) Governo Provisório (1930 – 1934);


2) Governo Constitucional (1934 – 1937);
3) Estado Novo (1937 – 1945).

Enquanto esteve à frente do governo provisório, Vargas logo tomou uma série de medidas:
1) escolheu interventores para auxiliá-lo a governar; 2) criou a justiça eleitoral; 3) dis-
solveu o Congresso Nacional.

Em 1932 os paulistas entram em atrito com o governo Vargas e pegaram em armas com o
intuito de dar fim ao governo provisório e recuperar sua autoridade. O movimento é mili-
tarmente derrotado, mas Vargas dá inicio a retomada da Assembleia Constituinte.

Em 1934 a nova Constituição (a terceira do país), fica pronta e ela trazia:

Vargas acabou eleito indiretamente para continuar no poder até 1938. Ocorre que ainda em
1937, Vargas lança mão de um falso golpe comunista para instaurar um Estado de Sítio e
reunir os poderes em sua pessoa. Era o início do Estado novo.

Nesse período Vargas governa de maneira implacável, fortalecendo a indústria nacional,


perseguindo oposicionistas e ganhando o apreço popular com seu governo paternalista.
Em 1945, já no fim da Segunda Guerra Mundial, Vargas é forçado a deixar o poder, sendo
sucedido por Eurico Gaspar Dutra. Ele é eleito presidente por voto popular em 1950, mas
acaba cometendo suicídio em 1953.

DITADURA CIVIL-MILITAR
A Ditadura civil-militar tem início com o golpe de 1964, que depôs o presidente João Gou-
lart (Jango), e se encerra com o fim do governo de João Figueiredo em 1985. Trata-se de
uma ditadura civil-militar pelo fato de que os militares contaram com o apoio de grupos do
setor civil.

As principais instituições responsáveis por moldar a mentalidade brasileira para o golpe


militar em 1964 foram o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) e o Instituo de
Pesquisa e Estudos Sociais (IPES), ambos compostos por empresários brasileiros interessa-
dos em combater grupos de esquerda no país.

21
A Ditadura civil-militar tem início com o golpe de 1964, que depôs o presidente João Gou-
lart (Jango), e se encerra com o fim do governo de João Figueiredo em 1985. Trata-se de
uma ditadura civil-militar pelo fato de que os militares contaram com o apoio de grupos do
setor civil.

As principais instituições responsáveis por moldar a mentalidade brasileira para o golpe


militar em 1964 foram o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) e o Instituo de
Pesquisa e Estudos Sociais (IPES), ambos compostos por empresários brasileiros interessa-
dos em combater grupos de esquerda no país.

Após a deposição de Jango o Brasil foi governado por cinco presidentes militares, todos
eleitos indiretamente:

Todos pertenciam ao alto escalão das forças armadas brasileiras e eram influenciados pela
doutrina de Segurança Nacional. Tornou-se comum entre os chefes de Estado governar
através dos Atos Institucionais, cujo os mais conhecidos foram os cinco primeiros:

1) AI-1, justificava o golpe e permitia a cassação de direitos políticos

2) AI-2, reforçava as medidas anteriores, instituía o bipartidarismo e as eleições presidenciais


indiretas

3) AI-3, tornava indireta as eleições para governadores e prefeitos de capitais

4) AI-4, dava diretrizes para uma nova Constituição

5) AI-5, possibilitava o fechamento do Congresso Nacional e a suspensão do habeas corpus.

22
GLOBALIZAÇÃO
O que é Globalização? Origens da Globalização
Globalização é um fenômeno amplo que Alguns autores defendem que o início da
ocorre em diferentes âmbitos, da econo- Globalização se deu na Modernidade. Entre-
mia à cultura, passando pela política e por tanto, muitos pesquisadores indicam que o
questões sociais, e está diretamente rela- início desse fenômeno se deu com o Mer-
cionado à expansão do capitalismo. cantilismo e a expansão marítima propicia-
A partir da ideia de Globalização, podem- da pelas Grandes Navegações, por volta do
os analisar, em escala global, questões século XVI.
como relações de poder, organização da Vale também ressaltar que atualmente a
produção, apropriação de padrões cul- velocidade do processo de Globalização é
turais e ideológicos, entre outros. muito maior e se dá especialmente pelas
tecnologias de comunicação digitais e pelo
Aldeia Global rápido transporte de pessoas e mercadorias.
Alguns estudiosos consideram que muitos
dos efeitos da Globalização são benéficos Problemas da Globalização
e naturais, uma vez que resultariam no
que chamam de "Aldeia Global". Por outro lado, muitos pesquisadores
Esse conceito traz a ideia de que através defendem que a ideia de uma Aldeia
das tecnologias e das facilidades que elas Global é uma visão bastante romantizada.
nos traz, assim como a rapidez com que Segundo eles, a Globalização tem con-
mercadorias e pessoas transitam no pla- tribuído para o aumento das desigual-
neta, poderíamos caminhar para uma dades e o aprofundamento dos prob-
unificação dos povos, permitindo uma lemas sociais em diversas partes do
cidadania global. mundo e também para a exploração
Essa visão traz uma ideia de "aperfeiçoa- desordenada dos recursos naturais.
mento da humanidade". Além disso, a ideia de homogeneização
promovida pela Globalização tende a
aniquilar a diversidade cultural.

Atenção! Lembre-se de que o processo de Globalização acontece em diferentes níveis nos


diversos locais. Portanto, as consequências desse processo também tendem a ser diferentes.

INDÚSTRIA BRASILEIRA
Modelo primário exportador
Até o fim da 1ª República, a economia brasileira era baseada especialmente nas plantations,
como a lavoura de café cuja produção era principalmente dedicada à exportação, assim
como outras commodities agrícolas. Como havia grande quantidade de exportações, tínha-
mos um superavit na balança comercial. Sendo assim, era conveniente para o país fazer a
importação de grande parte dos produtos manufaturados.

Modelo primário exportador


Até o fim da 1ª República, a economia brasileira era baseada especialmente nas plantations,
como a lavoura de café cuja produção era principalmente dedicada à exportação, assim
como outras commodities agrícolas. Como havia grande quantidade de exportações, tínha-
mos um superavit na balança comercial. Sendo assim, era conveniente para o país fazer a
importação de grande parte dos produtos manufaturados.

24
Governo Juscelino Kubitschek
O Plano Econômico de Juscelino (Plano de Metas) tinha como uma das suas metas a
rápida industrialização do país, promovida especialmente por estímulos às transnacionais,
especialmente às indústrias automobilísticas.

Governo Juscelino Kubitschek


A partir de 1964, a indústria brasileira foi ampliada para atender às crescentes necessidades
da população e à modernização da agricultura. O período entre 1964 e 1985 é conhecido
como "Milagre Econômico", já que nessas décadas houve maciços investimentos do Estado
por meio de financiamentos internacionais, o que aumentou muito a dívida externa brasileira.

Características da indústria brasileira atual:


A indústria brasileira atual é bastante desenvolvida. entretanto, ainda depende de tecnologia
externa. Predomina na indústria brasileira a produção de bens de consumo duráveis e não
duráveis e uma participação cada vez maior de transnacionais. Outro fator importante, é o
fato de que houve nas últimas décadas uma grande privatização da infraestrutura industrial.

A água doce Principais consumidores


Aproximadamente 97% da água do nosso O rápido crescimento populacional das
planeta encontra-se nos mares e oceanos últimas décadas levou a uma grande
sendo, portanto, salgada. Dos 3% restantes, aumento no consumo de recursos naturais,
boa parte se encontra em geleiras e reservas como a água. Entretanto, a população não
subterrânea, sobrando menos de 1%disponível é a principal consumidora direta de água.
em rios e lagos. Atualmente, cerca de 70% da água doce
Sendo assim, a água doce se configura como consumida no planeta destina-se às ativi-
um recurso extremamente valioso para a ma- dades agrícolas, 20% às atividades indus-
nutenção da vida humana e das nossas ativi- triais e apenas 10% às residenciais.
dades agrícolas. É importante ressaltar que essa dis-
tribuição varia de acordo com o nível de
Distribuição da água no planeta desenvolvimento em cada país.
A distribuição geográfica da água no planeta é extremamente desigual, tendo ocorrências
de nações onde boa parte do território conta com água doce em abundância, como o
Brasil, enquanto outros países são cortados por desertos.
Por conta disso e de outros fatores (como a falta de investimento do Estado e a má dis-
tribuição de renda) acredita-se que cerca de um bilhão de pessoas não possui acesso
mínimo à água para seu consumo. Esse acesso é definido por fontes que possam fornecer
20 litros por pessoa diariamente a uma distância que não ultrapasse os mil metros.
Entretanto, enquanto muita gente vive em meio à escassez desse recurso, um cidadão
estadunidense consome em média 500 litros por dia, sobretudo devido ao desperdício que
decorre das atividades econômicas do país.

25
Biomas brasileiros mais ameaçados
IMPACTOS AMBIENTAIS
DA POLUIÇÃO Mata Atlântica: foi quase extinta pelo
desmatamento provocado pela ocupação
Modelo primário exportador do litoral brasileiro. Resta menos de 6%
desse bioma.
Degradação ambiental é a deterioração do
ambiente, de seus nichos, hábitats e biodi- Cerrado: Assim como a Mata Atlântica, é
versidade por conta de qualquer pertur- um hotspot de conservação por conta de
bação ou alteração causada pelos seres sua grande diversidade. Atualmente é o
humanos, como o uso descontrolado dos bioma mais ameaçado pelo desmatamento
recursos naturais e a poluição. provocado pela monocultura e pecuária.

Floresta Amazônica: Grande exploração


Principais causas da degradação
madeireira e mineradora. Assim como o
ambiental no Brasil
Cerrada, vem sendo ameaçada por ativi-
dades agropecuárias.
Desmatamento causado pela exploração
madeireira, uso do solo para monoculturas
Conservação e recuperação de biomas
e pecuária e exploração imobiliária.
Os biomas brasileiros contam com uma
Poluição do solo e da água causada pelo enorme biodiversidade e são fundamentais
esgoto doméstico, resíduos industriais e para a manutenção das condições climáti-
abuso do uso de agrotóxicos e fertilizantes cas. Sendo assim, a conservação dessas
na agricultura. áreas é de suma importância.
Para isso, é necessário não só a criação de
Poluição do ar causada pela queima de novas Unidades de Conservação, como
combustíveis fósseis. também a efetiva fiscalização para incen-
Queimadas, que geralmente estão tivar o cumprimento da legislação ambien-
relacionadas à práticas agrícolas. tal presente no Código Florestal Brasileiro.

DEMOGRAFIA
Distribuição da água no planeta

População absoluta: número de habitantes de uma determinada região ou país. A China é


o país mais populoso do mundo, seguido da Índia. Segundo o IBGE, atualmente o Brasil
possui mais de 210 milhões de habitantes.
População relativa: também chamada de densidade demográfica, é a relação entre a pop-
ulação e o espaço por ela ocupado e se expressa em hab./km2.

Populoso: diz-se do país ou região em relação à sua população absoluta.

Povoado: diz-se do país ou região em relação à sua população relativa.

Crescimento vegetativo

O crescimento vegetativo de um país ou região corresponde à diferença entre a taxa de


natalidade e a taxa de mortalidade. Apesar de ser um índice importante e bastante utiliza-
do, é importante ressaltar que ele não mensura o crescimento absoluto da população, já
que não leva em consideração as taxas de imigração e emigração.

26
Teorias demográficas

Malthusiana: Em sua obra "Ensaio Geral sobre a população" (1798), Thomas Malthus afir-
mou que a população crescia em progressão geométrica, enquanto que os recursos cresci-
am em progressão aritmética. Isso, segundo ele, levaria a humanidade a guerras por conta
da escassez de recursos. Malthus foi um grande defensor do controle de natalidade, espe-
cialmente da população mais pobre, a quem ele culpava por esse desequilíbrio.

Marxista: Essa teoria é também conhecida como Reformista ou Otimista. Nessa teoria, Marx
interpreta o crescimento populacional exagerado como consequência das desigualdades
sociais promovidas pela má distribuição de renda. Sendo assim, Marx dizia que o controle
de natalidade seria ineficaz e a sua proposta para diminuir o rápido crescimento populacio-
nal seriam medidas de combate à miséria, através de uma melhor distribuição de renda.

CLIMATOLOGIA
Elementos climáticos: Fatores climáticos:

São grandezas relacionadas à atmosfera São condições ou fatores que determinam


que podem ser medidas. As principais são: os elementos climáticos ou interferem neles,
radiação, temperatura, pressão e umidade. modificando-os. Como consequência, temos
alterações nos climas deles resultantes.
Fatores climáticos de variação de temperatura:

Latitude: O aumento da latitude leva à Maritimidade: A proximidade ajuda no


queda da temperatura. Já a sua equilíbrio térmico, levando, em geral, a
diminuição, em geral, leva a um aumento uma redução na amplitude térmica.
da temperatura.
Continentalidade: Acentuação das ampli-
Altitude: O aumento da altitude faz com tudes térmicas.
que as temperaturas diminuam. A sua
diminuição, entretanto, leva a um aumento Isoterma: É uma linha presente em alguns
de temperatura. mapas que liga pontos que têm a mesma
temperatura.

Fatores climáticos de variação de pressão:


Temperatura: Quanto há um aumento de tem-
peratura, geralmente há uma diminuição de
pressão atmosférica. Já quando a temperatura
cai, há um aumento da pressão atmosférica.

27
CARTOGRAFIA Projeções cartográficas

Projeção cilíndrica Projeção cônica

Neste tipo de projeção, os paralelos e os me- Nessa projeção, os paralelos aparecem


ridianos estão retos, o que deforma as altas curvos, enquanto os meridianos são retos
latitudes (regiões polares). É utilizada nos e partem todos do topo do cone. Esse tipo
chamados planisférios, conhecidos popular- de projeção é tipicamente utilizada para
mente como mapas-múndi. representar médias latitudes.

Mercator: Nessa projeção os contornos dos Projeção Polar (azimutal ou plana)


dos continentes são preservados. Entretanto,
há deformação das áreas. Outro detalhe É tipicamente utilizada para representar os
importante dessa projeção é que ele foi muito polos. Nela vemos meridianos concêntri-
utilizado na época das Grandes Navegações e cos convergindo para os polos e paralelos
é eurocêntrica. concêntricos.

Peters: Nessa projeção da década de 1970


ocorre o contrário da de Mercator - há defor-
mação dos contornos, entretanto, suas áreas
proporcionais são preservadas. É considerada
uma projeção terceiromundista, já que que
valoriza países pobres.

Escalas
Gráfica: escala é representada por uma linha
Numérica: representa a escala através de reta graduada.
fração numérica 1/100 ou 1:100

Leitura: cada 1cm do mapa equivale a


100cm reais.
Leitura: cada um cm no mapa equivale a
200km reais.

28
SOLOS
O que são solos?
Os solos são a camada mais superficial da crosta terrestre, representados por massas natu-
rais que fazem parte da superfície, sendo capazes de abrigar vida vegetal e de outros
organismos. São resultantes da ação do clima e da biosfera sobre as rochas – seu material
de origem.

Formação dos solos


Os solos derivam da degradação das rochas causadas pelos agentes do intemperismo,
como o vento, a chuva, a correnteza dos rios, as diferenças de temperatura e a ação dos
seres vivos.
A ação desses agentes desgasta as rochas, produzindo sedimentos. Esses sedimentos
podem se acumular sobre a rocha matriz ou serem transportados através dos agentes
erosivos e depositados em alguma região onde se acumulam, dando origem aos solos.

Composição do solo

Os solos são compostos por matéria inorgânica proveniente do intemperismo (sedimentos


de rochas - materiais alterados, heterogêneos e desagregados sobrepostos) e por porções
variáveis de matéria orgânica proveniente de restos de seres vivos em decomposição

Tipos de solo

Aluviais: Formados a partir de sedimen- Eluviais - zonais: São os solos formados por
tos transportados de outros locais, materiais provenientes da rocha matriz que
como o solo de massapé. está logo abaixo deles, como a terra rocha
que é proveniente do basalto.

29
URBANIZAÇÃO
A urbanização se inicia no período feudal com a migração dos camponeses para os chama-
dos burgos, pequenas comunidades entre os feudos.
Entretanto, podemos dizer que o processo de urbanização foi alavancado pela industrial-
ização, que por conta da necessidade de mão de obra, atraiu a população dos campos para
a cidade.
Porém, é importante lembrar que atualmente, as indústrias tendem a fugir do espaço
urbano por conta dos problemas que este apresenta.
Outro fator importante a ser destacado é o fato de que a urbanização é comumente asso-
ciada à ideia de modernidade. Isso porque os espaços urbanos são tidos como o símbolo
da transição do setor primário de produção, para o setor industrial e de serviços.

Urbanização brasileira
O processo de urbanização brasileira se inicia na década de 1940. Isso porque nessa época
há um grande investimento na industrialização dos grandes centros, o que atrai a popu-
lação rural em busca de empregos de maiores rendimentos. O senso realizado nessa época
mostra que apenas cerca de 31% da população vivia nas cidades. Esse processo adquiriu
grande impulso a partir de 1970, quando a população urbana ultrapassou a rural no país.
Esse processo foi alavancado pelo chamado "Milagre econômico" que ocorreu durante a
ditadura, em que os investimentos em indústrias subiram consideravelmente e expandiu os
serviços urbanos.
Nas décadas seguintes observa-se que o Brasil continuou a se urbanizar muito rapida-
mente.

30
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Função emotiva (ou expressiva) - centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua
emoção. Nela prevalece a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem
das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor.

Função referencial (ou denotativa) - centralizada no referente, quando o emissor procura


oferecer informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa
do singular. Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos.

Função apelativa (ou conativa) - centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o


comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e
você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. Usada nos discursos, sermões
e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.

Função fática - centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato
com o receptor, ou testar a eficiência do canal. Linguagem das falas telefônicas, saudações
e similares.

Função poética - centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo


emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas
combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música, em
algumas propagandas etc.

Função metalinguística - centralizada no código, usando a linguagem para falar dela


mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta
outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem.

Obs.: Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é


saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo.

GÊNEROS TEXTUAIS

A tabela ao lado mostra que, para cada tipo textual, há variados gêneros textuais. Cada
gênero possui formas relativamente estáveis. Podemos identificar uma carta e diferenciá-la
de uma bula de remédio e de um editorial de jornal. Assim como podemos diferenciar pela
forma uma narrativa de uma dissertação. Essas formas estáveis que se encaixam na tipolo-
gia acima são chamadas de “gêneros textuais”.

Na maioria das vezes, entretanto, um texto utiliza mais de um procedimento textual. Isso
cria um texto com sequências discursivas variadas:

Exemplo - Uma crônica pode ser analisada sob vários aspectos: pode conter narrativa; pode
conter descrição; pode conter persuasão e desabafo. Cabe ao leitor perceber o tipo que
predomina. Tal predominância leva em consideração a intenção do autor ao produzir o texto.

32
Tipologia Textual
Tipologia textual Exemplos de gêneros textuais
Narração Crônica, conto, reportagem, romance,
novela, peça teatral, anedota, notícia.

Descrição Lista de compras, relatórios, atas de reunião,


descrição de objetos, descrição de pessoas

Expositiva Reportagens, notícia, textos de divulgação


científica, verbete de dicionário.

Argumentativa Dissertação argumentativa, carta argumentativa,


artigo de opinião, editorial, crônica.

Injuntiva ou instrucional Manuais, textos passa a passo, receitas,


bulas, anúncios, leis.

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
O valor denotativo ou conotativo da
palavra depende do contexto em que
ela se encontra.

Denotação

A corrente de sustentação da âncora


não manteve o barco na rota.

Conotação

“a gente vai contra a corrente até não


poder resistir na volta do barco é que
sente o quanto deixou de cumprir”
(chico buarque)

POLISSEMIA, AMBIGUIDADE & REDUNDÂNCIAS


Polissemia
No âmbito da palavra, é a multiplicidade de significados que uma mesma palavra pode ter
e dependerá do contexto para estabelecer qual o sentido específico daquela palavra ou
expressão no texto. Veja exemplos de polissemia nas tirinhas abaixo:

33
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Ambiguidade

Ocorre ambiguidade ou duplo sentido quando, ao se elaborar um texto, há a possibilidade


de interpretá-lo de mais de uma forma, causando dúvida na comunicação. Esse vício ocorre
por várias razões: pontuação, colocação das palavras, uso inadequado de pronomes e
advérbios, por exemplo. A ambiguidade, entretanto, pode ser intencional, com objetivo
estilístico. Veja:

Imagem 3
A ambiguidade é provocada pela má
colocação da expressão adverbial
“com frequência”. Assim, pode-se
entender que "As pessoas que, com
frequência, consomem bebidas
alcoólicas apresentam sintomas de
irritabilidade e depressão" ou que
Imagem 1 Imagem 1 "As pessoas que consomem bebidas
Explora propositalmente a O humor da charge decorre alcoólicas apresentam, com frequên-
ambiguidade visual. da ambiguidade resultante cia, sintomas de irritabilidade e
da palavra “nada”. depressão".

Pleonasmo ou redundância é o emprego inconsciente (como vício de linguagem) ou vol-


untário (pleonasmo literário, consciente) de palavras ou expressões desnecessárias, por já
estar sua significação contida em outras expressões da mesma frase. o pleonasmo, como
vício de linguagem, contém uma repetição inútil e desnecessária dos elementos. pleonas-
mos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma ideia, sendo apenas
fruto do descobrimento do sentido real das palavras. exemplos:

Entretanto, quando o pleonasmo é intencional, ele não


é vicioso e passa ser um recurso de intensificação do
sentido (chamado de pleonasmo literário):

34
PRINCIPAIS FIGURAS DE LINGUAGEM
O uso de figuras de linguagem é um dos recursos empregados para valorizar o texto, tor-
nando a linguagem mais expressiva. Quando a palavra é empregada em sentido figurado,
não denotativo, ela passa a pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo,
ou seja, no sentido conotativo, e isso ocorre por meio das figuras, que são verdadeiras ferra-
mentas de conotação. Veja as principais figuras de linguagem:

INTERTEXTUALIDADE
A intertextualidade é a relação que se estabelece entre uns textos e outros textos.
Todo texto se constrói como um mosaico de situações, todo texto é absorção e transfor-
mação de outro texto. Essa intertextualidade pode transparecer no texto sob várias formas:
citação (direta ou indireta), paráfrase, paródia, colagem, pastiche.

Nos textos opinativos, a citação é uma estratégia argumentativa que serve para sustentar a
tese do autor, isto é, serve para confirmar e dar valor de verdade à tese defendida. A
referência a outros autores para corroborar (ou também para refutar) uma tese é estratégia
muito usada de sustentação de uma opinião. Chama-se “argumento de autoridade”.

35
PRINCIPAIS FIGURAS DE LINGUAGEM

NORMA CULTA E POPULAR


variantes linguísticas

Linguagem verbal

É a capacidade humana de se exprimir por meio


de um sistema de sons e de significados (signos)
comum a uma comunidade. tal código comum é
denominado língua.

Para que a comunicação seja eficiente, é necessário adequar a linguagem ao contexto em


que se encontra: o que chamamos de níveis de linguagem. assim, adequamos nossa lingua-
gem às variadas situações sociais, formais, geográficas, etárias e profissionais, entre outros
parâmetros. essas variações linguísticas usadas, ao se adaptar a linguagem aos mais varia-
dos contextos, chamamos de variação linguística.

36
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Ambiguidade

Derivação palavras formadas por meio da colocação de prefixos e sufixos ao um radical (ou
palavra primitiva). exemplos: pedreiro, empoderamento, descontentamento, infelizmente.

Composição palavras formadas a partir de mais de um radical, isto é, palavra formada a


partir de outras palavras colocadas lado a lado (com ou sem hífen): mão de obra, girassol,
aguardente, célula-tronco, coronavírus.

Hibridismo palavras formadas por meio de radicais de línguas diferentes. exemplos: sam-
bódromo, brinquedoteca, antropologia, feminicídio, homofobia, tuitar.

Onomatopeia palavra criada por meio da imitação dos sons humanos, naturais ou de obje-
tos. exemplos: miau, kkkk, tique-taque.

Estrangeirismo empréstimos sem adaptações de palavras de outras línguas. exemplos: fake


news, bullying, home office.

ANÁLISE DAS CLASSES DE PALAVRAS:

um não, um nada

Homem alto

Falamos alto

Flexão: alteração da forma da palavra sem que, com isso, surja nova palavra. acrescenta-se ao
radical as desinências (nominais ou verbais) com o objetivo de atribuir-lhe informação nova.

37
RECURSOS DE COESÃO:
Pronomes e conjunções
Coesão - refere-se às relações de sentido estabelecidas entre os enunciados que compõem
um texto, de modo que a interpretação de um elemento qualquer seja dependente de
outro. a coesão é obtida em parte pela gramática, em parte pelo léxico.

Coesão referencial - recurso por meio do qual há a retomada ou a antecipação de algum


elemento (palavra ou expressão) no texto. dá-se o nome de cadeia de referência ao nexo
estabelecido entre os termos referentes. há várias estratégias de estabelecer a coesão refer-
encial no texto, dentre as principais estão a utilização de pronomes.

PONTUAÇÃO Vírgulas
PONTUAÇÃO – VÍRGULA – 10 MANDAMENTOS

38
MUNDO DO TRABALHO
O trabalho segundo Marx

Karl Marx dividia a sociedade em duas grandes classes:


a Burguesia e o Proletariado.

Enquanto a Burguesia era detentora dos meios de pro-


dução, o Proletariado, embora sendo maioria, era
obrigado a vender sua força de trabalho para garantir
sua sobrevivência. Embora se esforce trabalhando, essa
classe não consegue enriquecer devido a exploração
praticada pela Burguesia.

O trabalho segundo Durkheim


Émile Durkheim também se dedicou a investigação do trabalho, teorizando acerca da sua
divisão social. Para ele, a crescente migração do campo para cidade enquanto mão de obra
nas fábricas e indústrias, gera a especialização do trabalho. Ele se dá conta que quanto
mais especializado é o trabalho, mais laços de dependência
se formam. A divisão social do trabalho, para este autor,
promove a coesão social e, por isso, deve ser preservada.

Max Weber, assim como Marx, enxergava


no trabalho uma construção histórica.
Segundo Weber, as sociedades operam tal
qual suas condições históricas especificas
as moldaram. Nesse sentido, Webber dis-
cute a existência de uma ética do trabalho
de inspiração religiosa se desenvolve com
um senso de dever. Com isso, surge um
novo espírito capitalista, baseado nas
ideias protestantes. O Trabalho pode ser definido como:
Atividade na qual o ser humano
emprega sua força para produzir meios
para o seu sustento.

CULTURA
O conceito de Indústria Cultural foi cunhado pelos filósofos
alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer, na obra intitulada
‘Dialética do Esclarecimento’.
No capítulo ‘A indústria cultural: iluminação como
engano em massa’, os autores explicam como a
cultura popular se assemelha com uma fábrica que
produz bens culturais padronizados que visam uma
espécie de domesticação das massas.

40
Conceito de cultua:

O conceito de cultura é bastante amplo. Dentro da sociologia, podemos dizer que a cultura
corresponde a um conjunto de crenças, hábitos e conhecimentos de um povo ou de deter-
minado grupo que têm, de certas maneiras, padrões semelhantes. Sendo assim, podemos
dizer que a cultura é algo essencialmente humano e que se manifesta de diferentes formas
em diferentes sociedades.

Entretanto, para os teóricos da Escola de Frankfurt, há um fenômeno cultural que eles


chamaram de “Indústria Cultural” que tem por objetivo massificar a cultura, servindo a
ideologia capitalista. Para isso, os meios de comunicação são utilizados para a reprodução
em larga escala de “produtos culturais”, visando o lucro.

Características da indústria cultural

Visa o lucro
Padronização dos gostos e interesses dos consumidores
Massificação dos produtos
Produtos fáceis de serem consumidos
Homogeneização dos produtos culturais (filmes, músicas,
novelas, peça etc)

Exemplos da influência da indústria cultural:

Alimentação: Alguns tipos de alimentos se difundiram


tanto que parecem fazer das culturas locais.

Música: Os meios de comunicação permitem a reprodução


massiva de produções artísticas.
Durante o regime nazista na Alemanha, os filósofos Adorno e Horkheimer afirmavam que
toda produção cultural da época era voltada para o enaltecimento daquele regime, todavia,
durante sua passagem pelos EUA, também foi notado a atuação de uma indústria cultural,
que nesse caso tinha o intuito de “desviar” os olhares da população aos problemas sociais
da década de 30 que se consagrou.

CIDADANIA
O conceito de cidadão data da Antiguidade Clássica, quando cidades como Atenas se
estruturaram politicamente de maneira a assegurar direitos a uma parcela da população ao
passo que explorava as demais.

Na democracia ateniense, por exemplo, para ser considerado cidadão era preciso: ter pais
atenienses, ser ateniense, ser maior de idade, possuir terras e escravos. Vale ressaltar que,
embora a mulher fosse considerada cidadã, ela não tinha direitos políticos.

Atualmente, entende-se por cidadão o indivíduo que, como membro de um Estado, usufrui
de direitos civis e políticos por esse garantidos e desempenha os deveres que, nesta
condição, lhe são atribuídos.

41
Direitos civis:
MUSIC FESTIVA
São direitos dados aos cidadãos de determinado estado ou nação. Garantem as liberdades
Lorem ips
sed diam
um dolor
sit
nonummy amet, consectetu
dolore ma nibh euismod tinc
er adipis
cing elit,
L
individuais, como o direito de pensar e se expressar, o direito de ir e vir, ou o acesso à pro-
gna aliquam idunt
erat volutp ssuts laoreet
., quis nos mm.
tru

priedade privada, por exemplo.

A Constituição Federal de nosso país dita que, os direitos e deveres do cidadão brasileiro,
devem sempre andar em conformidade, pois, quando um cidadão cumpre as suas
obrigações, o outro tem a garantia dos seus direitos.

Direitos políticos:

Consistem em uma série regras constitucionais que


1 2 3
regem a participação da população no processo
6
político de um estado. Correspondem ao direito ao
4 5

7 8 9

0
sufrágio e à representação política.

Por que precisamos ter nossos direitos garantidos?


Afinal, não somos todos iguais?

Direitos sociais:

São aqueles considerados essenciais para a construção de uma


vida digna e para o estabelecimento do bem-estar social. São
direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,
a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção
à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados.

Cidadania:
É a condição de uma pessoa que pertence a um Estado onde pode gozar de seus direitos e
cumprir seus deveres.
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade.

MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Meios de comunicação são instrumentos cria-
dos para que se propague a informação. Importante lembrar que as redes sociais
modificaram muito nossa comunicação.
Principais Meios de Comunicação: Se antes comunicação de massa era
Tv passiva (apenas assistíamos ao conteú-
Rádio do que chegava pela TV, por exemplo),
Jornais e revistas impressas hoje as novas TICs permitem a interação
dos comunicadores com a audiência.
Na internet:
Tecnologias da informação e comunicação
digitais.

42
Manipulação da Informação

Os impactos sociais promovidos pelos meios de comunicação


afetam muito a sociedade.

Os governos tendem a utilizar esses meios para promover o


financiamento de suas ideologias e a homogeneização do
pensamento da população.
Os regimes totalitários e autoritários, como os que acontecerem na Alemanha nazista ou
sob o governo militar no Brasil, se utilizaram de seu poder para controlar os meios de
comunicação e assim manipular as informações que chegava as massas, passando ideias
falaciosas acerca da realidade, de modo a promover os interesses de uma elite em detri-
mento ao restante da população.

“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária,


demagógica e corrupta formará um público tão
vil como ela mesma.”
Joseph Pulitzer

Mass media ou meios de comunicação de massa são um com-


plemento perfeito para disseminar, a nível massivo e sem dis-
criminação de público, quaisquer mensagens. Os intelectuais
da Escola de Frankfurt alertavam sobre perigos dessa ferra-
menta que foi bastante difundida durante a Segunda Guerra e
continua a ser utilizada atualmente.

MOVIMENTOS SOCIAIS

O conceito de movimento social se refere à ação coletiva de um grupo organizado que tem
como objetivo alcançar mudanças sociais por meio do embate político, dentro de uma
determinada sociedade e de uma determinada sociedade e de um contexto específico.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é


um movimento de ativismo político e social brasileiro. De
inspiração marxista, teve origem na oposição ao modelo de
reforma agrária imposto pelo regime militar, principalmente
nos anos de 1970, que priorizava a colonização de terras
devolutas em regiões remotas, com objetivo de exportação
de excedentes populacionais e integração estratégica. Con-
trariamente a este modelo, o MST busca fundamentalmente
a redistribuição das terras improdutivas.

43
O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto fundado em 1997 é
um movimento de caráter social, também marxista. Sua atuação
política e popular advoga principalmente pelo direito à moradia,
pela reforma urbana e pela diminuição da desigualdade social.

A existência de movimentos sociais se justifica por conta das diferenças entre os indivídu-
os e, consequentemente, da exclusão de políticas e práticas voltadas para as necessidades
reais e específicas de cada grupo.

A Constituição assegura direitos básicos e essenciais, mas faz isso de forma geral, sem
levar em conta as diferenças regionais e particularidades mais específicas de determinados
grupos. Para mudar a situação de exclusão, são então formados os movimentos sociais.

Características dos Movimentos Sociais

Organização de um projeto e ideologia em comum e que


considere as propostas relevantes ao movimento

Estrutura hierárquica que possibilita várias lideranças

Ações coletivas

Organização de passeatas, greves, denúncias e marchas

Manifestações que podem ou não ser pacíficas

Revolucionários ou reformistas

44
ENTÃO THALES DISSE...
FAÇA-SE A FILOSOFIA!

Platão

Platão foi o fundador da Academia, dedicou-se a investigação


de muitos temas.
Em sua mais famosa obra ‘A República’ ele incorporou suas
teorias acerca do Mundo das Ideias para elaborar o primeiro
sistema filosófico que tratava da política, apresentando noções
obre justiça e igualdade sexual.

Foi discípulo de Sócrates, narrando as façanhas de seu mestre


ao passo que criticava os sofistas apresentando noções como
verdade e um esboço do que viria ser interpretado como Ética.

Aristóteles Fundador da escola peripatética, Aristóteles foi o mais conhe-


cido e renomado discípulo de Platão.

Professor de Alexandre – o grande – ele era contrário ao dual-


ismo platônico, alegando que o mundo é um só.

Considerado o pai da Lógica, Ética e Biologia, Aristóteles estu-


dava os fenômenos do mundo com afinco, essa investigação
metafísica foi descrita em sua filosofia primeira, que tratava
distinção entre o universal e a substância e a distinção entre as
três substâncias diferentes que formam a realidade cada uma
com sua essência fundamental.

46
ESCOLA DE FRANKFURT
Surgido no século XX, o Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt é um
dos locais de maior renome para o estudo da filosofia e da sociologia na atualidade.

Mais conhecida como Escola de Frankfurt, o instituto era formado


por intelectuais marxistas que, em geral, eram contra a visão
unipartidária propagada pela U.R.S.S.
Famosos por fazer uso da Teoria Crítica, os frankfurtianos
eram avessos tanto ao capitalismo quanto ao socialismo, em
especial aquela visão defendida pelo stalinismo.

Theodor Adorno e Max Horkheimer foram os principais


expoentes da Escola, que contou ainda com Walter Benjamin
e Habermas.

Adorno e Horkheimer elaboraram uma obra conjunta intitulada


‘A Dialética do Esclarecimento’ onde cunharam o famoso con-
ceito de Indústria Cultural.

Para eles, a cultura popular é algo análogo a uma indústria que produz bens culturais
padronizados, tais como: filmes, podcasts, revistas etc. usados para influenciar a socie-
dade a seguir os interesses das classes dominantes.

Foucault foi mais que um filósofo, ele foi um arqueólogo


do saber, isto é, ele investigou a exaustão alguns temos
caros a Filosofia, que foram expostos em sua obra ‘As
Palavras e as Coisas’ e ‘Arqueologia do Saber’.

Interessado nas mudanças estruturais que o Poder sofreu ao


longo das eras, Foucault se ocupou em demonstrar como o
século XX havia adotado um Biopoder em detrimento do
poder de morte que os governos exerciam outrora.

História da Sexualidade História da Loucura


A sexualidade faz parte da vivência Foucault investiga "a história das relações que o
humana. Entretanto, Foucault pensamento mantém com a verdade" e desnatu-
aponta que a sociedade burguesa raliza corpo, alma e psiqué considerando-os
transformou a história da sexuali- invenções histórico-discursivas, as quais só têm
dade, na qual o sexo permanece sentido se inseridas em determinados arranjos
real, mas a sexualidade é um emara- epistêmicos de produção de verdades, no caso, o
nhado de ideias construídas. Dessa surgimento das ciências humanas.
maneira, veio a repressão a qualquer
expressão de sexualidade que não Vigiar e Punir
se adeque aos novos arquétipos.
Em Vigiar e Punir Foucault investiga a evolução histórica
Assim, as pessoas que não se
da legislação penal e de que maneira o uso da punição
encaixavam ao novo padrão eram
dos corpos foi utilizada ao longo da história para a
consideradas anormais.
dominação do indivíduo e da sociedade.

47
ÉTICA
Umas das primeiras reflexões filosóficas sobre as questões morais
foi protagonizada por Sócrates, que almejava estabelecer juízo
crítico racional para distinguir a verdadeira virtude via dialogo e
reflexão.

Seu discípulo Platão, foi influenciado por esta ideia, mas pensava
também que os conceitos morais deveriam residir simultaneamente
no indivíduo e na cidade como meio de alcançar a felicidade.

Já Platão entendia que uma pessoa só pode tomar decisões


corretas quando a parte racional da sua alma fala mais alto.

Nesse sentido, e de maneira geral, a Ética para os gregos


visava alcançar felicidade, isso pode ser visto na primeira
obra sistemática sobre o tema. Ética a Nicômaco foi o
primeiro tratado de Ética do Ocidente que se tem relato.
Para John Mill, a Ética se pauta na ideia
de que todas as ações morais tem
como meta à utilidade em vista da
realização da felicidade.

Entendendo a felicidade como nossa maior realização é preciso


que cultivemos a virtude e aprimoraremos nosso caráter.
Dessa forma, a utilidade é o critério que deve orientar a escolha da ação moral.

A Ética é parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam,
distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo a respeito da
essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes na sociedade

Por fim, a Ética de Kant atenua a importância da felicidade


em relação às ações morais que praticamos. Todavia, para o
prussiano a moralidade vigente não deve impor ao indivíduo
o que ele deve fazer, e sim o indivíduo deve impor a si
mesmo uma moral. Ora, desse ponto de vista a moral tran-
scende à história, à cultura e à tradição.

Portanto, Kant valoriza a autonomia, já que coloca o


indivíduo na posição de legislador da sua própria mora em
detrimento de uma moral exterior. Assim sendo, todos nós
somos capazes de pensar como devemos agir. A moral, na
perspectiva kantiana, tem como base a lei - determinada
pelo próprio indivíduo, que agirá de maneira correta pois é
seu dever, enquanto sujeito racional fazê-lo.

48
FILOSOFIA MODERNA
Niccolò di Bernardo dei Machiavelli foi um filósofo defensor da
monarquia. Para ele o sucesso de uma nação é a meta de todo
governante.

Em sua obra mais conhecida ‘O Príncipe’, ele aconselha o gover-


nante a não ser limitado pela moralidade e devendo alcançar
seu objetivo independente dos meios necessários.

Um dos pontos mais centrais do pensamento de


Maquiavel é a dicotomia entre virtude e sorte, que
estabelecem os valores de um bom governo.

Thomas Hobbes foi um filósofo inglês defensor da monarquia.

Em sua principal obra ‘O Leviatã’ Hobbes revolucionou o modo de


pensar a política, pois ele foi além da discussão existente, indagando
acerca da origem do Estado. Se para Machiavelli, o problema em
questão girava em torno da conservação do poder, para Hobbes, o
problema é a conservação do próprio homem.
Com a intenção de defender o absolutismo inglês, suas
imputações sobre o Estado de Natureza e a necessidade de
manter-se um poder soberano foram muito utilizadas.

John Locke foi outro filósofo inglês que se consagrou om suas teorias
políticas. Famoso por suas ideias empiristas, Locke defendia um gov-
erno baseado no Direito Natural dos seres humanos, antagonizando o
absolutismo defendido por Thomas Hobbes.

Locke afirmava que nós possuímos direitos natos, isto é, ao nascermos


já possuímos o direito à vida, à propriedade e à liberdade. Desse
modo, não cabe ao Estado cercear tais direitos. Sua obra mais influ-
ente sobre a política foi ‘Dois Tratados Sobre o Governo’.

Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo francês defensor obstinado da


liberdade. Ele dizia que: ‘O Homem Nasce Livre e Por Toda Parte Encon-
tra-se Acorrentado’. Tal afirmação corrobora em parte com os princípios
defendidos por John Locke.

Em sua obra ‘Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigual-


dade entre os Homens’ ele dialoga com Hobbes ao repensar o conceito
de Estado de Natureza. Para Rousseau, o ser humano em seu estado
natural seria uma pessoa de bem, que foi corrompida pela sociedade.

49
RACIONALISMO
O Racionalismo é uma corrente filosófica que privilegia a
razão como meio de conhecimento e explicação da realidade.
Seus principais expoentes foram René Descartes, Gottfried
Leibniz e Baruch Espinoza, contudo Platão já operava nessa
linha com suas ideologias.
O pensamento racionalista visa conhecer o mundo, de
modo não aceitando qualquer elemento empírico como
fonte do conhecimento verdadeiro. Nesse sentido, as
ideias racionalistas têm um ponto de vista inatista, ou
seja, derivam do intelecto e da pura racionalidade.

CRITICISMO
O Criticismo é uma corrente filosófica que
EMPIRISMO pretendeu pôr um fim a contenta entre o
Racionalismo e o Empirismo. Pensada por
O Empirismo é a corrente filosófica pauta-
Immanuel Kant, essa vertente busca os limites
da na noção de que todo conhecimento
daquilo que pode ser conhecido, de modo se
válido só pode ser obtido única e exclusiv-
utilizar das noções apriorísticas da doutrina
amente da experiência.
racionalista para fundamentar conceitos
primordiais da nossa existência, ao passo que
Seus principais expoentes foram David
se vale das noções empíricas para fundamen-
Hume, Francis Bacon e John Locke, entre-
tar os conhecimentos a posteriori.
tanto suas origens podem ser retomadas
desde Aristóteles.
Essa corrente filosófica faz uma análise crítica
da realidade, que foi divida por Kant em três
O pensamento empirista pressupõe que o
grandes obras: A Crítica da ‘Razão Pura’, a
conhecimento sobre o mundo se dá a
‘Crítica da Razão Prática’ e a ‘Crítica do Juízo’.
partir da captação do mundo externo,
através dos sentidos, descartando as
verdades apriorísticas e inatas.

50
MACHADO DE ASSIS E O REALISMO
Machado de Assis é um dos escritores mais importantes da língua por-
tuguesa e o ENEM reconhece isso. É comum que tenhamos questões de
interpretação de texto sobre a obra Machadiana. Para resolver essas
questões vale pensar em algumas características típicas do Realismo
brasileiro e do escritor, tentando aplicá-las a sua interpretação.
A tentativa de representar a realidade externa, os cenários,
as reações e o tempo, por exemplo, é chamada de Veros-
similhança. E mesmo que isso seja uma característica típica
do Realismo, e apareça na obra Machadiana, há também a
sacada literária mais interessante: nem tudo que parece é!
E Machado é mestre nessa arte, ele é o rei da ironia.

Sabe-se que muitas vezes a fala de um personagem ou narrador machadiano parece um


elogio ou uma brincadeira inocente, mas na verdade está fazendo uma forte crítica. E a
crítica social é frequente nos livros, contos ou crônicas do escritor. A burguesia e a hipocri-
sia da sociedade do século XIX são fotografadas em suas falhas e usos de poder, o que faz
dos textos literários um retrato da sociedade abastada e dos cenários cariocas.

É bom também lembrar que o escritor é quase um fundador da literatura psicológica. Os


personagens Machadianos saem da superficialidade do Romantismo e passam a ser mostra-
dos de forma aprofundada, observando a individualidade e as dualidades, tanto nos
fenômenos emocionais, como nos psicológicos.

Para fechar: ainda que o dilema de Dom Casmurro


“Traiu ou não traiu” seja o mais conhecido da obra do
escritor, vale lembrar que existem outras obras nas
quais o narrador deixa dúvidas sobre acontecimen-
tos, em contos como “Uns braços” e a “A missa do
galo” isso também acontece. Fique atento (a)
também a esse aspecto.

LINGUAGEM REGIONALISTA
E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Em se tratando de linguagem não normativa e variações linguísticas lembre-se que se defi-


nem por expressões orais e escritas de diferentes comunidades e regiões.

A linguagem não normativa, ou não gramatical, aparece com frequência nas provas do
ENEM. Sendo assim, é importante saber que existem distintas possibilidades de fala e que
isso pode ou não ser variação regional. Por isso, ponha a atenção nos vocábulos para não
confundir Brasil com Regiões específicas.

52
Na literatura pode-se destacar a representação dos regionalismos feitas pelos escritores do
Modernismo da Segunda Geração, a prosa de 30.

Esses escritores são figuras importantes da vertente regionalista, já que falam sobre os seus
lugares, apresentando os cenários de forma plástica e falando sobre a cor local (se refere ao
texto que apresenta especificidades de um lugar - dialetos, costumes, história e topografia).

Na Segunda Geração do Modernismo, encontram-se importantes autores, principalmente da


região nordeste do país:

Jorge Amado, que Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego
desenvolve os cenári- que aborda a escritora crítica, que o pai da triologia da
os da Bahia e aponta questão do sertão, trabalha os ambientes cana de açúcar e o
as diferenças de a psicologia e os do Sertão e também as retrato da decadên-
classe social questionamentos relações interpessoais. cia coronelista.
sobre a vida.

Não é incomum que na obra desses escritores


apareçam histórias do cangaço!

Há um outro escritor da Geração de 45, a terceira


geração Moderna, Guimarães Rosa - que trabalha
com mistura de linguagens, desde a arcaica até os
regionalismos - e tem como características da sua
Ainda da geração de 30, vale falar narrativa o olhar para a cultura popular e o mundo
sobre o regionalismo gaúcho que do Sertão. Ele também usa os narradores e person-
aparece com Érico Veríssimo agens para pensar suas psicologias e misticismos.

Última dica: Lembrar também que o Cordel, um tipo de poesia popular que tem como
berço de ouro o nordeste, que conta histórias do cotidiano e se constrói em versos rimados
e musicais.

53
VANGUARDAS EUROPEIAS
Antecessoras da Semana de Arte Moderna, a Semana de 22, as Vanguardas Europeias foram
alicerces para a construção da arte do século XX. Revolucionários, os artistas das diferentes
correntes, abriram portas não somente na literatura, mas também nas artes visuais. Sendo
assim, acabam aparecendo de maneira recorrente no ENEM com imagens e textos

Principais Vanguardas Europeias e suas características:

Futurismo
ode à velocidade e ao novo, culto à violência e formas em movimento. Na literatura se apre-
senta centralmente com a fragmentação do verso ou do parágrafo.

Surrealismo
estética do sonho e do inconsciente, trabalha com imagens oníricas, e aposta na escrita
automática.

Dadaísmo
reconstrução dos princípios artísticos, transformação dos objetos cotidianos em peças de
Arte Moderna; na literatura, a destruição do verso e a formação de imagens com palavras.

Cubismo
tem destaque centralmente nas artes plásticas,
o artista mais conhecido é Picasso.

Existem outras vanguardas que aparecem, mas


mais voltadas às experiências de artes plásticas,
como o Fauvismo ou o Impressionismo. O impres-
sionismo na literatura brasileira aparece no livro
“O ateneu” ou nas obras de Raul Pompeia.

SEMANA DE
ARTE MODERNA
A Semana de Arte Moderna aconteceu em 1922 e pode
ser considerada um rio divisor de mundos. Isso porque a
Semana de Arte Moderna rompeu com o conservadoris-
mo, com o preciosismo e com a repetição e cópia euro-
peia, que muito seguíamos até o século XIX.

54
Criou a chamada Geração Revolucionária - a Primeira Geração Moderna - que conferiu
destaque para Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira. Essa geração
trouxe para as nossas artes um olhar para a linguagem popular, o uso da crítica irônica
contra os passadistas ou puristas da arte, retratos das cidades, vide o famoso “Pauliceia
desvairada” de Mario de Andrade.

De todos os escritores dessa geração se destaca como o mais irreverente, Oswald de An-
drade, que usa poemas pílulas e fragmentação do texto, buscando semelhança com a
linguagem dos takes de cinema e reproduzindo no texto as expressões populares.

Aqui também está Manuel Bandeira, o poeta de Pasárgada e do Pneumotórax.

Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.


A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:

— Diga trinta e três.


— Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
— Respire.
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o
pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

SEGUNDA GERAÇÃO MODERNA


Os Poestas
A Segunda Geração Moderna é marcada pela maturidade
das conquistas da Primeira Geração. Diz-se maturidade
porque existe o entendimento de que se pode seguir pro-
duzindo os versos livres e de libertação que nasceram com
os primeiros Modernistas, mas também entenderam que
podiam utilizar formas tradicionais como o soneto ou os
romanceiros.

Destaca-se aqui a produção de Cecília Meireles. A poetisa


tem como característica a passagem pelo mundo sensorial
(o que aponta a influência do Simbolismo. Cecília é chama-
da de neo simbolista), a melancolia, a morte, o amor, as
marcas da passagem do tempo e também um olhar sobre o
mundo contemporâneo.

55
Um dos poemas mais conhecidos da escritora
chama “Retrato”, ele apresenta bem os ele-
mentos constitutivos do conjunto literário de
Cecília Meireles:

“Eu não tinha este rosto de hoje, Vale lembrar que no olhar para o mundo em
assim calmo, assim triste, assim magro, que vivia, Cecília Meireles criou uma ponte
nem estes olhos tão vazios, com o passado resgatando a história da
nem o lábio amargo. Inconfidência Mineira, falando sobre liberdade,
sobre a função da palavra (metalinguagem),
Eu não tinha estas mãos sem força, incorporando elementos líricos e épicos. O
tão paradas e frias e mortas; livro “Romanceiro da Inconfidência” é consid-
eu não tinha este coração erado uma das mais importantes obras de
que nem se mostra. Cecília e pertence a sua chamada fase social.

Eu não dei por esta mudança,


tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?

Outro poeta dessa geração é Carlos Drummond de Andrade,


mineiro que se destaca pela temática do conflito entre o
homem e o mundo. Em seus textos e livros iniciais aparece a
temática do Gauche, aquele que é perdido, desencontrado
no mundo: “quando eu nasci, um anjo torto/ desses que
vivem na sombra/ Disse: vai, Carlos! ser gauche na vida”

Drummond se caracteriza pela liberdade do verso, utilizan-


do-se de versos brancos e de diferentes tamanhos de
poemas. Em seus poemas é comum perceber a reflexão
sobre o fazer poético, com foco na necessidade de
entender a palavra e o fazer poético, em um longo
trabalho muito mais voltado para a “transpiração” que
para a “inspiração”: “Não faças versos sobre acontecimen-
tos./ Não há criação nem morte perante a poesia./ Diante
dela, a vida é um sol estático,/ não aquece nem ilumina.”

Um dos mais importantes livros do escritor, de sua fase


social, tem como título “A rosa do Povo”. Nele é comum
temáticas que abordam a Segunda Guerra Mundial, a
vitória soviética sobre o Nazismo e a violência cotidiana.

56
GERAÇÃO DE 45
Terceira Geração
Essa geração do Modernismo abraça grandes escritores da nossa literatura, como João
Cabral de Melo Neto e Guimarães Rosa, autores que têm aparecido frequentemente na
prova do ENEM. Mas, aqui vamos duas escritoras que se repetem ano a ano na nossa prova:
Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles.

Vale começar dizendo que esse ano temos a efeméride de Clarice Lispector, que se
estivesse viva, no ano de 2020 completaria 100 anos. Então, fiquem bem ligado(a)!

É comum associar a escritora ao psicologismo literário, inclusive essa característica dá nome


a 3ª Geração Moderna, chama-se também Geração Psicológica. A literatura de Clarice é
intimista e introspectiva, já qie muito da sua narrativa envolve o pensamento e longas inves-
tigações sobre os sentimentos.

É comum associar a escritora ao psicologismo literário, inclusive


essa característica dá nome a 3ª Geração Moderna, chama-se
também Geração Psicológica. A literatura de Clarice é intimista
e introspectiva, já qie muito da sua narrativa envolve o pensa-
mento e longas investigações sobre os sentimentos.

Para isso, Clarice muda o tempo da narrativa saindo da cronolo-


gia temporal, investindo no tempo psicológico. As narrativas
são predominantemente urbanas, assim como predominam
também personagens femininas como protagonistas.

Além de Clarice, a escritora Lygia Fagundes Telles também é importantíssima. Nas suas
obras existe uma investigação da dimensão psicológica das personagens. Seus contos e
romances desenvolvem uma perspectiva de entrelaçamento entre diferentes mulheres e
também diferentes gerações. Suas obras propõem-se a pensar as relações sociais e íntimas
das personagens, percebe-se o desenvolvimento dessas tramas em livros como “Ciranda de
Pedra” ou “As Meninas”.

Influenciada pelo Realismo Fantástico, a escritora construiu


contos com mistérios, tensionamentos e fantasias.

O Realismo machadiano também aparece na obra de Lygia.


Fica a dica da Leitura do conto “A missa do Galo” que é
uma obra referenciada no conto homônimo de Machado.

Não se pode esquecer também que Lygia Fagundes Telles


abordava temáticas sociais e analisava o contexto sócio
político do Brasil.

57
CANÇÃO POPULAR
A interpretação de canções no ENEM passa por
autores como Chico Buarque e Vinicius de
Moraes (autor que também faz parte da Geração
de 30, ou segunda fase do Modernismo).
Em geral, as músicas desses compositores apa-
recem com um olhar para as relações interpes-
soais, o amor e também para a forma do texto.

Nas canções buarqueanas há fortes críticas


sociais. Há em seus conteúdos a crítica à ditadu-
ra militar, ao poder político e também resgates
históricos. Chico ficou muito famoso durante os
grandes festivais de música da década de 60,
onde teve canções vencedoras como é o caso de “Roda Viva” e “Sabiá”. Outro fator de
destaque na obra de Chico é o uso do eu-lírico feminino, muitas de suas canções falam
sobre o sentimento das mulheres em uso de primeira pessoa.

Vinícius de Moraes é um dos fundadores da bossa nova no


Brasil. Esse movimento musical expressava-se na canção
falada, pensando na internacionalização da música brasileira.
As músicas versam sobre o amor, sobre a beleza e tinham
como cenário a natureza e os encantos do Rio de Janeiro.
Vinícius ficou marcado pelos temas do amor, da saudade, do
abandono, do cotidiano e da boemia.

Vale começar dizendo que esse ano temos a efeméride de


Clarice Lispector, que se estivesse viva, no ano de 2020
completaria 100 anos. Então, fiquem bem ligado(a)!

Vale lembrar também que além desses dois importantes nomes, o ENEM já trouxe músicas
de rap e hip-hop como é o caso dos Racionais MC’s, ou músicas do rock brasileiro como a
canção de Cazuza. Também há um destaque especial nas provas para a importância do
Tropicalismo (movimento que surgiu com a influência da contracultura norte americana,
do pop nacional e internacional misturando manifestações tradicionais da cultura brasileira
a inovações estéticas internacionais) onde se destacam compositores como Caetano
Veloso e Gilberto Gil.

58
POESIA CONCRETA
Os poemas do Concretismo - movimento que nasce na década de 50 e que utiliza a lingua-
gem mista (verbal e não verbal) trazendo elementos da estética pop e também da propa-
ganda e o grafismo - são importantes e exercem influência em diferentes tipos de poesia
construídas a partir dessa época.

Observe como funcionam os elementos de imagem e texto no poema abaixo:

Outro ponto importante de ser destacado é que o Concretismo utiliza de diferentes influên-
cias da propaganda e também de marcas de produtos. Como se constrói num momento em
que há fluxo grande de importação de bens de serviço e também da popularização da tele-
visão, os poetas dessa fase utilizam dessas diferentes linguagens para criar sua lírica. Há até
mesmo poemas que falam da Coca-cola, por exemplo.

Além de Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari - que são os fundadores
do Concretismo, temos poetas e musicistas importantes como Arnaldo Antunes e Tom Zé.

O Concretismo também se desenvolveu nas artes visuais: com a escultora Lygia Clark e o
artista e performer Hélio Oiticica.

POESIA MARGINAL
A literatura marginal é também chamada de Geração Mimeógrafo - um aparelho de cópia
manual, no qual se usa álcool, papel e uma matriz para reproduzir textos e imagens. A asso-
ciação com o aparelho vem porque os artistas reproduziam suas obras de forma individual e
artesanal, fora do mercado literário e dos grandes centros culturais.

São influenciados pela contracultura estadunidense, o movimento hippie, a literatura Beatnik


e os panteras negras. Por isso é possível encontrar forte crítica social envolvendo a ditadura
cívico militar de 64. Algumas vezes, como em poemas de Cacaso, percebe-se a crítica à
tortura e aos métodos do regime:

59
Aquarela Além da crítica social, vê-se temas como o amor e
erotismo. Em alguns autores como Ana Cristina
O corpo no cavalete Cesar e Caio Fernando Abreu, aparece a chamada
é um pássaro que agoniza “sexualidade desviante”, porque traziam a homos-
exausto do próprio grito. sexualidade como tema. Nas obras encontramos
As vísceras vasculhadas também muitas referências às questões do cotidia-
principiam a contagem no e das vidas periféricas.
regressiva.
No assoalho o sangue A maioria dos poemas são textos curtos, não exclu-
se decompõe em matizes indo a possibilidade de textos maiores e até mesmo
que a brisa beija e balança: a produção de romances e contos. A linguagem é
ο verde – de nossas matas composta por traços de oralidade e também de
ο amarelo – de nosso ouro gírias, é possível encontrar humor, sarcasmo e
ο azul – de nosso céu linguagem mista - charges ou Hq’s.
ο branco o negro o negro

CRÔNICA MODERNA
E CONTEMPORÂNEA

A crônica é um texto curto, com linguagem


simples e de fácil acesso, normalmente
publicada em jornais e revistas e tem uma
variabilidade temática. Pode ser literária -
narrativa, reflexiva, poética - ou não literária
- jornalística ou futebolística, por exemplo.

No ENEM é comum perceber a interpretação de


crônicas . Luis Fernando Veríssimo, por exemplo, é
um cronista comum às provas. Para além dele, vale
ressaltar a produção de Fernando Sabino, Rubem
Braga e o já citado Carlos Drummond de Andrade.
Aqui também vale destacar a obra de Marina
Colassanti ou Martha Medeiros.

No ENEM é comum perceber a interpretação de crônicas . Luis Fernando Veríssimo, por


exemplo, é um cronista comum às provas. Para além dele, vale ressaltar a produção de
Fernando Sabino, Rubem Braga e o já citado Carlos Drummond de Andrade. Aqui também
vale destacar a obra de Marina Colassanti ou Martha Medeiros.

60
REDAÇÃO
Professora Daniela Cristina da Silva Garcia

HISTÓRIA
Professor Angelo Antônio de Aguiar

GEOGRAFIA
Professor Leandro Osmar de Souza

PORTUGUÊS
Professora Mercedes Prado Bonorino

FILOSOFIA E SOCIOLOGIA
Professor Ernani Júnior da SilvA

LITERATURA
Professora Camila Zuchetto Brambilla

ORGANIZAÇÃO
Juliana Evelyn dos Santos

DIREÇÃO DE CONTEÚDO:
Jade Phillipe dos Santos

DESIGN
Matheus Laste

Você também pode gostar