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RAMOS,Alcida Rita. Sociedades Indígenas.

São Paulo: Editora Ática,1986 (Séries


Princípios).
1- Introdução
1.1. Objeto e Objetivo
- O trabalho a seguir supri uma necessidade didática sobre o tema povos originários
mesmo que já tem trabalho na área;
- é um trabalho intermediário pois, os estudos delimitam-se ao subcontinente sul-
americano não andino.
-“o objeto desse trabalho,excluindo-se áreas como andina, está no fato de que as
sociedades das terras baixas apresentam características comuns bem mais marcadas
entre si do que quando comparadas com sociedades de outras regiões”(Alcida Ramos,
pagina 08);
-“ por outro lado, a realidade etnográfica é tal que torna artificial um corte em termos de
fronteira nacionais. Para as populações indígenas sul-americanas as divisões entre
vários países são...irrelevantes” página 08
- porque são irrelevantes? Porque quando há o processo de fronterização muitas das
sociedades indígenas são separadas.
- “ historicamente o continente sul-americano como um todo tem fornecido um leque de
diversidade de sistemas sociopolíticos” página 09
- No continente sul-americano encontramos sociedades de caçadores, coletores e
pescadores que vivem na distribuição igualitária de recursos e formas de organização
política acéfalas e também no mesmo continente encontramos sociedades que possuem
a pratica da agricultura.
- com a colonização, muitas sociedades indígenas foram desfeitas e as que restaram
ficaram submissas aos europeus. Houve também o despovoamento indígena,ou seja,
eles fugiras dos europeus.
- “ tudo indica, pois, que a conquista europeia produziu uma certa unifornação cultural,
destruindo, embora parcialmente, a grande diversidade que há quinhentos anos atrás
existia na América do Sul” página 10
1.2. O conceito de tribo
-“ Com a conquista, os europeus e depois deles as nascentes nacionalidades sul-
americanas, passaram a categorizar as populações indígenas...os selvagens e os
civilizados” página 10
- o termo tribo é usado pelo colonizador para distinguir os índios conquistados dos
índios que resistiram essa colonização.
-“ na américa do sul, o conceito tribo, dependendo dos interesses em jogo, tem sido
aplicado elasticamente, para englobar vários grupos indígenas, indepedentimente da
presença ou ausência de vinculações entre eles,ou tem sido contraído, para excluir
grupos que são cultural, social e politicamente próximos...agrupar compulsoriamente
sociedades indígenas diversas numa mesma missão ou “reducação”, ignorando
diferenças e divergências por vezes profundas, tem sido uma prática missionária
bastante difundida...”
1.3. Diversidade e semelhança
- “ tentar caracterizar em bloco as sociedades indígenas no continente sul-americano...é
correr o risco de generalizar sobre uma realidade que, apesar de tudo, ainda é altamente
diversificada. Não há duas sociedades indígenas iguais. Mesmo quando ocupam zonas
ecológicas semelhantes, elas mantêm sua individualidade, tanto no plano das relações
sociais como no campo simbólico. Portanto, não é possível explicar a lógica
sociocultural dessas sociedades simplesmente por fatores ecológicos ou por
determinações econômicas” página 11
- “ entretanto, quando comparadas ás populaçãoes nacionais em que estão encravados,
os povos indígenas apresentam alguns denominadores comuns que os diferenciam”
página11
- Como a formação das sociedades indígenas é diferente da sociedade ocidental, as
sociedades indígenas desenvolveu suas características próprias que entra em conflito
com as sociedades ocidentais.
- “é importante fazer aqui uma ressalva. A divisão de uma dada sociedade humana em
sistema econômico, sistema religioso, social, político etc. só se justifica como artificio
necessário a descrição e analise” página 12
2. A importância do território
-“para as sociedades indígenas a terra é muito mais do que simples meio de
subsistência. Ela representa o suporte da vida social e está diretamente ligada ao sistema
de crenças e conhecimento. Não é apenas um recurso natural mas...um recurso
sociocultural” página 13
2.1- Posse da terra
- Nas sociedades indígenas não existe a terra como sinônimo de individualidade pois,
nesses tipos de sociedades não existe a noção de propriedade privada.
- Antes das fronteiras territorias impostas para sociedades indiginas, a terra era de todos
independentemente de qual sociedade você pertencia.
-“ embora o produto do trabalho pudesse ser individual, ou, melhor dizendo, familiar, o
acesso aos recursos era coletivo” página 14
- mesmo com a formação dos estados nacionais e a redução do território os índios
continuam compartilhando a terra.
-“ em outras palavras, o modelo ocidental de propriedade individual não foi adotado
pelas sociedades indígenas.” Página 14
2.2. Limites territoriais
- “considerações de limites territoriais não são estranhas às tradições indígenas. O que é
estranho é o sentido de exclusividade e de policiamento de um dado território...” página
14
- Existe o local pré determinado onde será realizada a caça, de coleta ou de pesca de
cada comunidade que “pertence” aquela sociedade ou sociedades vizinhas. Se uma
sociedade pedir á outra uma autorização para caçar em seu território e esta for
concedida.
2.3- A escassez social de recursos
- “ mesmo limitadas e encravadas territorialmente como estão hoje as muitas sociedades
indígenas do continente sul-americano, elas mantêm, basicamente, a mesma relação
com a terra e o meio ambiente que tinham antes das restrições que lhes têm sido
impostas pelos Estados-nações que se envolvem.” Página 16
- Uma problemática das sociedades ocidentais é a escassez de recursos naturais pois,
nesse tipo de sociedade a terra tem dono logo, nem todos possuem acesso já nas
sociedades indígenas, isso não ocorre porque a terra é partilhada por todos
- mesmo que existisse uma desigualdade sociopolítica, todos tinham direito a caça e os
frutos coletados.
-“esta, quando existe em sociedades indígenas, não se dá a custa de privaçãoes
econômicas...geralmente está vinculada a privilégios sociais, políticos ou rituais que não
envolvem acumulação desproporcional de bens materiais ou acesso diferencial a
recursos naturais” página 17
2.4. O território na cultura
- “considerações de ordem social, ritual ou religiosa passam ser igualmente na
importância que o território tem para as populações indígenas. O estabelecimento de
alianças matrimoniais está, muita vezes, diretamente vinculado à disposição espacial das
vários grupos locais” página 18
- o que leva essas interações entre aldeias é os laços matrimoniais pois, na etnografia
sul-americana é desencorajada. Os laços matrimoniais possuem uma série de obrigações
como por exemplo, prestações de serviços.
-“ é frequente, por exemplo, duas ou mais aldeias se juntarem durante uma dada época
do ano para expedições de caça ou pesca em locais determinados que podem ser
frequentados durante anos seguidos pelas mesmas pessoas” página 19
- “ para muitas sociedades indígenas...o território grupal está ligado a uma história
cultural. Essas histórias, muitas vezes revestida de uma linguagem mística-religiosa,
orienta e define os movimentos espaciais das aldeias em um sítio ocupado para outro
novo.” Página 19
- A ordem dos grupos residências obedece um hierarquia e é representada por uma
grande cobra sucuri. Os mais importantes politicamente e ritualmente são localizados na
calda os menos importante são na cabeça.
- Quando um membro da aldeia morre, ele é enterrado dentro do território pertence
aquela aldeia por isso, o território indígena é tão importante porque significa
conhecimento.
-“ no território estão inscritas as mais básicas noções de autodeterminação, de
articulação sociopolítica, de vivencia e crenças religiosas, para não falar na própria
existência física do grupo”
- o contato com o homem branco fez com que esse territórios fossem reduzidos
consequentemente começou a ter privações de várias ordens como por exemplo,
privação religiosa.
- “...uma comunidade indígena precisa necessita de um área ultilizavél bem maior a que
circunda a aldeias e a roça”
-“limitar, pois, o território de um grupo ás mediações do seu centro residencial, a aldeia,
é condenar esse grupo à penúria permanente, privado-o dos recursos naturais...” página
22
- quando a terra é tirada do índio, para ele sobreviver é necessário vender sua mão-de-
obra.
3. Sistemas econômicos
3.1. As noções de trabalho e lazer
- “sendo a esfera econômica interpenetrada por outras dimensões da vida nas sociedade
indígenas, a noção de trabalho para elas não é a mesma das sociedades...ocidentais. No
processo de produção econômica , seja ela caça, pesca, coleta, lavoura ou qualquer
outra, o trabalhador não se isola de seus demais papéis e obrigações. Na produção estão
sempre presentes considerações de ordem social, ritual, religiosa..”
- o índio quando vai caçar além dos instrumentos físicos leva também uma série de
direitos e obrigações engendrados na vida familiar e comunitária que irão influir na
atividade econômica. Um exemplo disso, é a ritual entre os índios Sanumá.
- As caçadas nem sempre estão relacionados com o aspecto econômico mas ritualístico
também.
- Não é porque o trabalho indígena não está ligado ao aspecto econômico, que podemos
considerar um lazer. O trabalho pode ser considerado um lazer.
-“ assim como não existe uma divisão social entre classe ociosa e classe trabalhadora,
também não existe uma divisão temporal entre tempo produtivo(trabalho) e
tempo(recreativo)” página 25
*ler depois página 26
- Para o plantio os índios utilizam o sistema de coivara que é aquele onde há a
derrubada da floresta e queimar a mesma e utilizar as cinzas como base do novo plantio.
- “o importante nesse sistema é utilizar um espaço relativamente pequeno por tempo
limitado...” página 32
- “ na maioria das sociedades indígenas, enquanto a caça, a pesca e a coleta tem suas
modalidades coletivas e individuais, a lavoura é feita pelos membros da família
nuclear... também é comum encontramos obrigações de parentesco, por exemplo entre
sogros e genros...” página 34
3.2. O saber da produção
- “ O processo produtivo, quer seja na forma de caça, pesca, coleta ou agricultura, não
poderia ser levado a efeito sem embasamento cognitivo do meio ambiente” página 35
- Nas sociedades indígenas existem sistemas classificatórios, ou seja, que animal deve
ser consumido ou não, por exemplo. As experiências empíricas são levadas em conta
nessas sociedades.
-“ Contrariamente a noções determinadas que atribuem única ou principalmente ao meio
ambiente as formas de conhecimento e de práticas nas sociedades indígenas, nunca é
demais enfatizar que esse conhecimento e essas práticas sejam frutos da criação cultural
de cada sociedade.” Página 35
3.3. Reciprocidade versus acumulação
- “ o que é produzido em termos de alimentação ou de ultilidades, desde de utensílios
domésticos a casas comunais ou canoas, tem seus canais regulamentares de distribuição
canais esses que são frequentemente as relações de parentesco dentro ou entre as
comunidades” página 37
-“ A distribuição do espaço habitacional é comumente regida por considerações de
direitos e obrigações mútuos entre os ocupantes, quase sempre ligados entre si por laços
de consanguinidades e afinidade” página 37
- “objetos de uso pessoal são considerados propriedades de quem os fabricou, ou quem
os usa e para quem foram feitos: arco e flecha...alguns deles podem ser utilizados por
outras pessoas, mas não seria correto alguém se apropriar desses objetos sem
consentimento do dono” página 38
-“ a ideia de roubo está ligada a uma outra, que é de acumulação...ora, quando esse
conjunto de conceitos é introduzida numa sociedade indígena organizada em moldes
comunitários, naturalmente cria-se uma contradição intransponível.” Página 39
- um individuo que possui mais facas que os outros é mal visto pelos outros pois, é
sinônimo de avareza e a mesma coisa é o líder que se nega a ser generoso além de ser
mal visto e desprezado pelos outros
- Na economia interna é raro existir excedente mesmo que seja para troca. Os bens
possuem um valor de uso e circulam dentro da comunidade, ou seja, o objeto é usado
por todos.
- “ em situações de contanto é comum desenvolverem-se dois tipos de relações
econômicas: um acionado para fora, outro para dentro, ou seja, nas trocas interétnicas
prevalence o sistema mercantil monetário ocidental; nas trocas entre membros da
mesma sociedade indígena predomina o sistema de valores tradicional, mesmo num
contexto de mercado.” Página 40
- “existem, portanto, várias modalidades de intercâmbio, dependendo da situação e do
parceiro. O principio de reciprocidade é a mola propulsora no processo de distribuição
da produção dentro das sociedades indígenas. Essa reciprocidade pode ser posta em
prática de maneira imediata, num direto toma-lá-dá-cá, ou pode se processar a longo
prazo, vinculando parceiros de troca durante semanas, meses, anos ou mesmo a vida
inteira” página 40
- o ato de troca divide-se em dois atos: dar e receber. Se você não recebe algo de alguém
é visto como um ato de grosseria ou até mesmo como um ato de violência para outro.
- “ a questão é que uma troca nunca é apenas isso: ela é, acima de tudo, uma relação
social; pode firmar alianças ou, se fracassar, desencadear hostilidades...” página 41
3.4- Distribuição e consumo
- O processo de distribuição que está ligado a reciprocidade é mais complexo do que
imaginamos pois, ele não abarca apenas os membros daquela aldeia mas também, das
aldeias vizinhas. Um dos produtos que são mais distribuídos são os alimentos.
- é comum nas sociedades indígenas “privatizar” as roças e “coletivizar” os consumos
de carne, peixe e frutos comestíveis na distribuição diária de alimentos.
- Na maioria das sociedades indígenas o que foi produzido na roça da família é
distribuída na própria família porém, se a roça de uma família vizinha está improdutiva,
eles compartilham com essa família. Já a caça é distribuída para toda aldeia dependendo
do grau de parentesco.
- é proibido o caçador cortar ou comer a própria caça pois, trás má sorte para próximas
caças.
-“ A distribuição de alimentos não está, portanto, reduzida a uma simples transação
comercial. Ao contrário, ela é revestida de valores culturais que podem ser objeto de
grande elaboração simbólica” página 43
- ler sobre o Sanumá na página 43-44
4. A lógica das relações sociais
- para qualquer pesquisar que vai estudar as sociedades indígenas principalmente a
relação social pois, pode começar a estudada de vários pontos como por exemplo a
relação de um pai com o seu filho.
4.1. O local de residência
- A demográfica da aldeia depende muito de qual cultura indígena estamos falando pois,
há uma variação de habitantes por aldeia.
- As sociedades indígenas seguem cânones culturais estabelecidos, aquelas que não
foram corrompidos pela modernidade, em muitas sociedades a aldeia é compreendida
como uma grande construção de vários formatos possíveis já em outras, as habitações
familiares ficam uma longe das outras. Com a catequização, o padrão das habitações
indígenas tem mudado.
- “ Como já foi mencionado, o espaço dessas aldeias e ocupado de acordo com certos
padrões, geralmente grau de parentesco. Em algumas sociedades, como os
Yanomam,...os homens preferem ser vizinhos imediatos os seus cunhados, irmãos das
suas mulheres ou maridos das suas irmãs” página 49.
- nas sociedades indígenas existe um casa dedicada aos homens, onde possui funções
diversificadas dependendo da sociedade a qual estamos nos referindo. Por exemplo, no
Xingu essa casa fica distante da vista das mulheres e é usada para os homens tocar
instrumentos sagrados que é proibido ao sexo feminino.
- é impossível dentro da aldeia ser guardada um segredo pois, como tudo gira em torno
comunidade uma hora ou outra, todos ficam sabendo porém, se você quiser tirar um
tempo para si, é possível fazer atividades solitárias como por exemplo, ir pescar
sozinho. As casas comunais são grandes centros de civilização.
-“Mas o isolamento social por tempo prolongado é uma das piores sanções que se pode
infligir a alguém. A ideia de prisão, a drástica separação física e social de uma pessoa é
ao mesmo tempo ininteligível e aterrorizante..” página 50
4.2. As unidades residenciais
- O papel da fogueira é bem importante nessas sociedade pois, é lá que a família é que a
família se reúne para realizar diversas atividades como por exemplo, cozinhar.
-Dependendo da norma da sociedade a qual habita, os filhos mais velho irá residir na
mesma casa que os pais.
- “ numa grande casa comunal,,,, existe uma quantidade variável de fogueiras,
dependendo do número de famílias que ali residem.” Página 51
- em um determinado espaço de tempo a constituição de famílias pode mudar mas isso
não significa que existe vários tipos de família mas que o modo da família mudou ao
longo do tempo.
- a geonoligia é bem importante para essas sociedades pois, está ligado a ancestralidade
porém, essas sociedades não se atentam muito nessa questão.
- ler páginas 52 e 53
- a questão dos parentes consanguíneos está relacionado com a relação de casamentos.
Em algumas tribos existe uma reformulação porém, nem toda relação de parentesco
pode ser reformulada como por exemplo a relação entre irmãos.
- a relação incesto é um tabu em todas sociedades indígenas. As regras de incesto varia
de sociedade para sociedade em algumas são os parentes primários já em outras na todas
as pessoas que cresceram juntas na mesma casa e em algumas incluem a sogra.
4.3. O casamento
- Nas sociedades indígenas possui regras com que ou não deve casar-se. Geralmente
quem escolhe o casamento dos filhos são os pais porém, opinião do pretendente também
é levada em conta.
- Ao contrário do que acontece em nossa sociedade, o novo casal não vai morar a sós,
eles moram juntos com seus parentes podendo ser patrilocal ou matrilocal.
- Serviço de noiva é um período onde o marido trabalha para os sogros, o tempo que
esse período leva varia de sociedade para sociedade.
- Nessas sociedades existe o fenômeno da evitação ou seja, um período pelo qual, o
sogro(a) fica um tempo sem falar com genro. Isso pode durar um período ou a vida
toda.
- Existe duas formas de casamentos: endogamia de aldeia e exogamia de aldeia.
- O casamento é um fenômeno é muito importante para formação de alianças entre
famílias ou aldeias. Elas podem servir como uma rede de apoio politico-militar entre as
aldeias ou apenas uma relação harmônica entre elas.
- “ ...tanto nas sociedades indígenas como na nossa, o matrimonio envolve direitos e
obrigações que transcendem os interesses imediatos dos cônjuges- trocas de serviços e
bens, obrigações rituais, promessas de outros casamentos futuros...” página 58.
- Nas sociedades indígenas é muito comum a poligamia,
- A separação é comum também
4.4. Socialização
- “ embora os pais sejam responsáveis mais diretos pela criação dos filhos, o processo
mais amplo de socialização, de transformar as crianças em complexos membros da
sociedade, é efetuado também pelos parentes mais próximos a até a comunidade
inteira.” Página 58
- A infância é um período muito importante de socialização muito importante pois, ela é
inserida na comunidade pois, a brincadeira das crianças é imitando as funções dos
adultos.
- “ desde muito cedo, sem instrução formal e sem violência, crianças indígenas
aprendem as regras do jogo social, o que pode e o que não pode ser feito e as formas de
controle social aplicadas áqueles que infringem seriamente essas regras do jogo” página
59.
5. Organização Política
5.1. Controle Social
- Os conflitos gerados são resolvidos através das leis pré estabelecidas que se modifica
dependendo da sociedade.
-“cada sociedade, tem seu elenco de ‘crimes’ que são da alçada do grupo e não apenas
assuntos domésticos, e tem também um elenco de punições correspondentes a esses
crimes” página 61
- Dependendo do tipo de sociedade a qual estamos nos referindo o modo de punição
muda. Existe sociedades que as obrigações entre parentes já são freios da ordem publica
já em outras existe conselhos.
- Nas sociedades indígenas existem dois tipos de procedimentos que contribuem para o
exercício do controle social: medidas inibidoras e medidas punitivas.
- “ em que consiste as medidas inibidoras? Em geral, são procedimentos informais e
tomam as cores do ridículo, mexerico e acusações de feitiçaria” página 62
- Sobre a exposição ao ridículo atitudes como o antissocialíssimo e excesso de raiva é
visto como algo ridículo assim, o indivíduo volta ao seu estado normal. Sobre o
mexerico é comentários maldosos feito sobre uma pessoa até a mesma se sentir culpada
e a paz ser restabelecida . A acusação de feitiçaria é visto como algo de controle maior.
“ Quando a ação criminosa é consumada, aplica-se, então, a punição correspondente:
ostracismo, expulsão ou mesmo morte.” Página 64
5.2. Poder
- “ não é ponto pacifico entre antropólogos e outros cientistas sócias a existência ou não
de poder propriamente dito das sociedades chamadas igualitárias” página 65
- Alguns acham que o poder só existe de forma coercitiva com intuito de garantir a
harmonia social com limite há algumas pessoas: O Estado já outros, acreditam que esse
poder está difundido pela coletividade na forma de grupo de pressão, controle social,
direitos e deveres pessoais.
- “ abrindo um parêntesis, vale a pena assinalar que o igualitarismo dessas sociedades
não é total a ponto de não haver diferenciações entre indivíduos e categoria de
indivíduos “ página 66
- Há sempre diferença entre sexo, idade e fases da vida(adulto e criança) e essas
diferenças influenciam no sociopolítico pois, os mais velhos exercem poder sobre os
mais novos e as habilidades entra nessa diferenciação também porque o caçador mais
experiente exerce poder sobre o caçador menos experiente.
- ler o segundo trecho da página 66.
- O poder nas sociedades indígenas é algo simbólico pois, a coletividade sempre se
sobressai. Pois, um bom líder é aquele que atende os desejos da comunidade, ou seja,
ele “governa” através do senso geral.
5.3- Autoridade
- “... a autoridade é respaldada no conhecimento de alguém tem de alguma coisa,
conhecimento que é posto a serviço da coletividade: um bom caçador, agricultor ou
pescador, um bom orador, um bom xamã, ou um bom administrador são “bons” porque
desenvolveram técnicas, conhecimentos e sabedoria acima da média. Esse
conhecimento, essa autoridade, enfim, é o que confere legitimidade ao exercício do
poder.” Página 69
- A autoridade está relacionada com a legitimação do poder, ou seja, o poder a
persuasão.
- Um chefe de uma aldeia indígena não passa de um conselheiro, um coordenador de
atividades pois, líderes que usam seus conhecimentos para exercer o poder através da
força, são substituídos rapidamente .
- ler página 68 a partir do segundo parágrafo.
- Dentre as sociedades originárias existe vários pré-requisitos para ser considerado um
bom líder mas a “habilidade” que mais se destaca é a generosidade. Em algumas
sociedades o dom da oratória é relevante para escolha o líder já em outras o líder deve
demostrar que é sensato, ter iniciativa e ser um bom trabalhador.
- ler o último paragrafo da página 69.
5.4. Descentralização
- “ em seu livro sociedades tribais, Marshall Sahlis afirma que o tipo mais comum de
sociedade na Amazônia é o que ele chama de “tribo segmentária” isto é, sociedades
divididas em pequenas comunidades independentes” página 69.
- “ Na vertente oriental da cordilheira dos Andes...existe numerosas sociedades
indígenas de variadas afiliações linguísticas, modalidades de organização social e
situações de contanto com sociedades nacionais. Dentre essas sociedades encontra-se o
tipo de unidade residencial que consiste em uma única casa abrigando uma família
extensa...ou em poucas casas de apenas uma família nuclear” página 72
- A sociedade Xuar é um exemplo de unidade acéfala. Cada família nuclear é dona do
seu território seja da pesca até a plantação. O patriarca da família é dono de tudo.
- Hoje os índios xuar encontra-se em um Federação de Centros Xuar onde é governado
por indígenas. É uma confederação de aldeias e os representantes dessas elegem um
presidente.
- “ Já entre os índios Piaroa da Venezuela, os grupos locais, constituídos de várias
famílias residentes numa grande casa comunal sob a liderança do “dono da casa” estão
reunidos em “territórios”. Cada “ território” compreende seis ou sete grupos locais e
está sob a jurisdição de um líder, ao mesmo tempo autoridade política e religiosa... os
grupos locais Piaroa devem ser grandes e seus líderes homens capazes de atrair
residentes para suas grandes malocas.” Página 73
- Isso ocorre porque para ele riqueza e prosperidade é sinônimo de casa cheia.
- Para ser um líder nessa sociedade tem que ser capaz de formar alianças com outras
aldeias além das habilidades mágico-religiosas. A disputa ocorre entre grupos políticos.
Eles escolhem parentes aptos a estar no cargo de líder, isso torna o poder
semicentralizado.
- Esse tipo poder semicentralizado é menos comum na América do Sul não-andina.
Sendo assim, é mais comum um líder sozinho “comandar” uma aldeia do que, um
núcleo familiar ser responsável.
- Em algumas sociedades os membros são mutáveis, ou seja, dependendo da estação os
habitantes muda de aldeia para outras e em outro caso, os habitantes permanece na
mesma aldeia durante o ano. As pessoas mudam mas o sistema é o mesmo.
-

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