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Palavras chave: sistema aqüífero cristalino, sistema aqüífero Tubarão, rio Jundiaí, água subterrânea.
ABSTRACT The Jundiaí River Catchment is located mainly on the Crystalline Aquifer System, where groundwater flow
depends on rock discontinuities, and other part of this catchment is on the Tubarão Aquifer System, which behavior is also
heterogeneous and anisotropic. The productivity of these aquifers is not so different: the wells that exploit the Tubarão
Aquifer System have median specific capacity equal to 0,09 m3/h/m, and the ones that exploit the Crystalline Aquifer
System, as well as the mixed wells (which exploit both aquifer systems), have specific capacity equal to 0,07 m3/h/m. The
distribution of values is greatly variable, since the productivity depends on the location of wells in relation to the geological
structures witch characteristics (opening and conectivity) favour groundwater flow. They are brittle structures with NW-SE
and E-W directions that occur mainly along the regional shear and fault zones. The main groundwater flow in the basin is
from southeast to northwest and the main recharge area is in highlands. From highlands, groundwater is led to the Paraná
Sedimentary Basin, passing by the geological structures cited above.
Keywords: crystalline aquifer system, Tubarão aquifer system, Jundiaí river, groundwater.
1
Programa de Pós-Graduação em Geologia Regional Instituto de Geociências e Ciências Exatas – UNESP.
2
Departamento de Petrologia e MetalogeniaInstituto de Geociências e Ciências Exatas – UNESP.
3
Departamento de Geologia e Recursos Naturais Instituto de Geociências – UNICAMP.
Figura 1- (a) Mapa de localização da bacia do rio Jundiaí e (b) limites dos municípios dentro da bacia
Figure 1- (a) Location map of Jundiaí river basin and (b) municipalities limits inside the basin
(1) Jundiaí; (2) Itupeva; (3) Indaiatuba; (4) Cabreúva; (5) Salto; (6) Várzea Paulista; (7) Campo Limpo
Paulista; (8) Itu; (9) Jarinu; (10) Atibaia; (11) Mairiporã
A bacia do rio Jundiaí, com seus 1114 km2, e subtropicais, com temperatura média anual
situa-se a menos de 100 km do litoral, mas as variando entre 18° C e 20° C.
serras do Planalto Atlântico direcionam a Na classificação climática do Estado de São
drenagem de suas águas para oeste, rumo ao Paulo pelo sistema Köeppen, a área se situa na
interior continental (Figura 2). O rio Jundiaí transição entre os climas Cwa, Cfa e Cfb
nasce na Serra da Pedra Vermelha, a 1.000 m de (Figura 3a). Essa variação climática
altitude, e percorre aproximadamente 110 km possivelmente está ligada à topografia acidentada
antes de desaguar no rio Tietê, na cidade de da região, situada entre o Planalto Atlântico e a
Salto, onde a altitude fica em torno de 550 m Depressão Periférica, além das influências das
acima do nível médio do mar. Os principais massas de ar vindas do oceano (SETZER, 1966).
afluentes do rio Jundiaí são o rio Jundiaí-Mirim e Na classificação climática baseada na efetividade
o ribeirão Piraí. da precipitação, a área apresenta os climas Bcr,
Bcw e Ccw (Figura 3b). O clima tipo “B” é
Região considerado muito úmido e o tipo “C” é úmido; a
SERRA DA Metropolitana
PEDRA
de São Paulo SERRA DA letra “w” indica que há estiagem no inverno e “r”
VERMELHA CANTAREIRA
significa que não há estiagem pronunciada
SERRA DO JAPI
SERRA DE durante o ano todo.
ATIBAIA rib.Piraí
Jordanésia A precipitação anual varia entre os 1.200 e
rio Tietê
1.800 mm. Os meses mais secos são julho e
Atibaia
Cabreúva
agosto, com médias pluviométricas mensais entre
Jundiaí Itu 25 e 40 mm, e os meses mais chuvosos são
Itatiba
rio
dezembro e janeiro, com médias entre 190 e 215
Atibaia Vinhedo mm (São Paulo, 2000).
Salto
SERRA DO
Indaiatuba As estações pluviométricas distribuídas pela
rio
JARDIM rio área mostram variações na precipitação média
Capivari
Jundiaí
mensal ao longo da bacia (São Paulo, 2005): os
Figura 2- Modelo digital do terreno da bacia do rio maiores índices ocorrem na estação E3-084,
Jundiaí e áreas adjacentes próximo a Louveira, e os menores índices na
Figure 2- Digital terrain model for Jundiaí river basin estação E4-016, em Salto (Figura 4).
and adjacent area
Geologia
A vegetação da bacia se concentra nas
regiões serranas e sua preservação se deve, em A maior parte da bacia do rio Jundiaí está
grande parte, à criação das Áreas de Proteção situada sobre o Embasamento Cristalino do Pré-
Ambiental - APAs de Jundiaí e Cabreúva. Juntas, Cambriano (Figura 5). Predominam rochas
estas APAs somam 69.300 hectares e ocupam pertencentes ao Complexo Amparo, composto
40% da bacia do rio Jundiaí (São Paulo, 2000). basicamente por gnaisses com intercalações de
quartzitos, xistos e anfibolitos (HASUI et al.,
Clima e pluviosidade 1981). Na porção sul da área ocorrem rochas do
Domínio São Roque, constituído por seqüências
O clima da região sofre influência das metassedimentares (Grupo São Roque) e
massas de ar Tropical Atlântica, Tropical metavulcanossedimentares (Grupo Serra do
Continental e Polar Atlântica (São Paulo, 2000).
Itaberaba) (JULIANI; BELJAVSKIS, 1995).
O regime térmico possui características tropicais Intrusões granitóides são muito comuns em
ambas as unidades.
INDAIATUBA INDAIATUBA
Figura 3- (a) Classificação climática da área de estudos pelo Sistema Köeppen e (b) de acordo com a
efetividade da precipitação (Setzer, 1966 modificado)
Figura 3- (a) Climate classification of study area according to Köeppen system (b) according to efectivity of
precipitation (Modified from Setzer, 1966)
320 320
precipitação média (mm)
Julho
Junho
Julho
Junho
Julho
Outubro
Novembro
Outubro
Novembro
Outubro
Novembro
Janeiro
Fevereiro
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Dezembro
Março
Maio
Agosto
Setembro
Março
Maio
Agosto
Setembro
Abril
Abril
Abril
Março
Maio
Agosto
Setembro
320
precipitação média (mm)
320
precipitação média (mm)
320
280 280 280
240 240 240
200 200 200
160 160 160
120 120 120
80 80 80
40 40 40
0 0 0
Junho
Julho
Outubro
Novembro
Janeiro
Fevereiro
Dezembro
Março
Maio
Agosto
Setembro
Junho
Julho
Abril
Outubro
Novembro
Janeiro
Fevereiro
Dezembro
Junho
Julho
Março
Maio
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Abril
Janeiro
Fevereiro
Dezembro
Abril
Março
Maio
Agosto
Setembro
Figura 5- Mapa geológico simplificado da área e as principais estruturas geológicas regionais (NEVES,
2005 modificado)
Figure 5- Simplified geological map of the study area, showing the main regional structural features (Modified from
NEVES, 2005)
0 10 20 km
LEGENDA
Sistema Aqüífero Cenozóico rios principais
N
Sistema Aqüífero Tubarão Bacia do rio Jundiaí
Sistema Aqüífero Cristalino Sede municipal
A seguir, apresenta-se a descrição dos dados poços cadastrados que explotam o Cenozóico é
dos poços que explotam os sistemas aqüíferos muito pequeno, ele não foi incluído neste estudo.
Cristalino e Tubarão e daqueles que explotam
ambos os sistemas aqüíferos, os quais são
denominados poços mistos. Como o número de
Figura 8- Perfis geológico-construtivos típicos dos poços tubulares profundos que explotam (a) a rocha sã,
(b) tanto a rocha sã quanto o manto de intemperismo e (c) o manto de intemperismo do Sistema Aqüífero
Cristalino (OBS: as profundidades indicadas correspondem aos valores medianos)
Figure 8- Typical well logs from deep well exploiting (a) the bed-rock, (b) both bed-rock and soil and, (c) only the soil
over the Crystalline aquifer system (OBS:The mentioned depths are related to the mean values)
freqüência (%)
16 80
12 60
8 40
(a) 4 20
0 0
15
45
75
105
135
165
195
225
255
285
315
345
375
0 100 200 300 400
intervalos de prof. dos poços (m) profundidade dos poços (m)
freqüência acumulada
50 100
freqüência (%)
40 80
30 60
(%)
20 40
(b) 10 20
0 0
5
15
25
35
45
55
65
75
85
95
105
0 50 100 150
intervalos de prof. do NE (m) profundidade do NE (m)
freqüência acumulada
20 100
freqüência (%)
16 80
12 60
(%)
8 40
(c) 4 20
0 0
10
50
90
130
170
210
250
Figura 9- Histograma e diagrama de freqüência acumulada da (a) profundidade dos poços, (b) profundidade
do nível estático e (c) profundidade do nível dinâmico no Sistema Aqüífero Cristalino
Figure 9- Histogram and accumulated frequency diagram of (a) well depths (b) groundwater static level and (c) depth of
the dynamic level in the Crystalline aquifer system
50 100
freqüência (%)
40
(a) 30
80
60
20 40
10 20
0 0
2,5
7,5
12,5
17,5
22,5
27,5
32,5
37,5
42,5
47,5
52,5
57,5
62,5
67,5
0 20 40 60
intervalos de Q (m3/h) Q (m3/h)
100
freqüência acumulada
40
freqüência (%)
30 80
20 60
(%)
10 40
0 20
0.00025
0.00075
0.0025
0.0075
0.025
0.075
0.25
0.75
2.5
7.5
0
(b) intervalos de Q/s (m3/h/m)
0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10
Q/s (m3/h/m)
Figura 10- Histograma e diagrama de freqüência acumulada (a) da vazão e (b) da capacidade específica dos
poços que explotam o Sistema Aqüífero Cristalino
Figure 10- Histogram and accumulated frequency diagram of (a) yielding and (b) specific capacity of wells drilled into
the Crystalline aquifer system
A capacidade específica (Q/s), da mesma apenas 0,07 m3/h/m (Tabela 1). O valor mínimo é
forma que a vazão, apresenta distribuição log- 0,0002 m3/h/m e o máximo considerado seguro é
normal (Figura 10b). A capacidade específica 10,6 m3/h/m. O desvio padrão é de 0,64 m3/h/m e
média é de 0,24 m3/h/m, mas a mediana é de o coeficiente de variação chega a 264%.
Figura 11- Perfis geológico-construtivos típicos dos poços tubulares profundos que explotam o Sistema
Aqüífero Tubarão (OBS: as profundidades indicadas correspondem aos valores medianos)
Figure 11- Typical well logs from deep well exploiting (a) the bed-rock, (b) both bed-rock and soil and, (c) only the soil
over theTubarão aquifer system (OBS:The mentioned depths are related to the mean values)
freqüência acumulada
20 100
freqüência (%)
16 80
12 60
(%)
8 40
4 20
0 0
15
45
75
105
135
165
195
225
255
285
315
345
30 100
25 80
freqüência (%)
20
60
15
40
10
5 20
0 0
5 15 25 35 45 55 65 75 85 0 25 50 75 100
(b) intervalos de prof. do NE (m) profundidade do NE (m)
freqüência acumulada (%)
30 100
25 80
freqüência (%)
20
60
15
40
10
5 20
0 0
10 30 50 70 90 110 130 150 170 190 0 50 100 150 200
(c) intervalos de prof. do ND (m) profundidade do ND (m)
Figura 12- Histograma e diagrama de freqüência acumulada da (a) profundidade dos poços, (b) profundidade
do nível estático e (c) profundidade do nível dinâmico no Sistema Aqüífero Tubarão
Figure 12- Histogram and accumulated frequency diagram from (a) well depths (b) groundwater static level and (c) depth
of the dynamic level in the Tubarão aquifer system
freqüência acumulada
40 100
freqüência (%)
30 80
60
(%)
20
40
10
20
0 0
2 6 10 14 18 22 26 0 10 20 30
intervalos de Q (m3/h) Q (m3/h)
freqüência acumulada
30 100
25
freqüência (%)
80
20
60
(%)
15
40
10
5 20
0 0
0,008 0,025 0,075 0,25 0,75 1,25 0,001 0,01 0,1 1 10
intervalos de Q/s (m3/h/m) Q/s (m3/h/m)
Figura 13- Histograma e diagrama de freqüência acumulada (a) da vazão e (b) da capacidade específica dos
poços que explotam o Sistema Aqüífero Tubarão
Figure 13- Histogram and accumulated frequency diagram of (a) yielding and (b) specific capacity of wells drilled into the
Tubarão aquifer system
Figura 14- Perfis geológico-construtivos típicos dos poços mistos (OBS: as profundidades indicadas
correspondem aos valores medianos)
Figure 14- Typical well logs from deep wells exploiting both Tubarão and Crystalline aquifers (OBS:The mentioned depths
are related to the mean values)
Os dados de profundidade dos poços mistos não A vazão, assim como nos casos anteriores,
apresentam distribuição definida (Figura 15a), o apresenta distribuição exponencial (Figura 16a).
que possivelmente se deve ao pequeno tamanho O valor médio é de aproximadamente 6 m3/h e a
da amostra. A profundidade média é de 172 m e a mediana é de 3,8 m3/h; o desvio padrão é de 7,6
mediana é de 170 m (Tabela 3). O valor mínimo m3/h e o coeficiente de variação é de
encontrado é 43 m e o máximo 267 m. O desvio aproximadamente 120%. Os valores mínimo e
padrão é 59,5 m, com coeficiente de variação de máximo são, respectivamente, 0,5 e 42 m3/h.
34,5%. A distribuição dos valores de capacidade
O nível estático apresenta distribuição específica também não é bem definida, podendo
log-normal (Figura 15b) e o nível dinâmico não ser normal ou log-normal (Figura 16b). Mas, com
apresenta distribuição bem definida base nos casos apresentados anteriormente, é
(Figura 15c). O nível estático médio é de 21,6 m possível que a distribuição da Q/s nos poços
e o mediano é de 19,5 m (valor mínimo de 2,6 e mistos também seja do tipo log-normal. O valor
máximo de 50 m) com desvio padrão de 12,3 m e médio é 0,11 m3/h/m e a mediana fica em torno
coeficiente de variação de 57%. Já o nível dos 0,07 m3/h/m, o valor mínimo é de
dinâmico médio é de 103 m e o mediano 98,5 m aproximadamente 0,009 m3/h/m e o máximo,
(valores mínimo e máximo de 36 e 202 m, 0,68 m3/h/m. O desvio padrão é 0,16 m3/h/m e o
respectivamente); desvio padrão de 43,13 m e coeficiente de variação é 146%.
coeficiente de variação de 42% (Tabela 3).
freqüência acumulada
30 100
25
freqüência (%)
80
20
60
(%)
15
40
10
5 20
0 0
(a) 45 75 105 135 165 195 225 255 0 100 200 300
intervalos de prof. dos poços (m) profundidade dos poços (m)
30 80
60
20
40
10 20
0 0
(b) 5 15 25 35 45 55 0 20 40 60
intervalos de prof. do NE (m) profundidade do NE (m)
80
20
60
15
40
10
5 20
0 0
10 30 50 70 90 110 130 150 170 190 0 50 100 150 200
(c) intervalos de prof. do ND (m) profundidade do ND (m)
Figura 15- Histograma e diagrama de freqüência acumulada da (a) profundidade dos poços, (b) profundidade
do nível estático e (c) profundidade do nível dinâmico dos poços mistos (explotam os sistemas aqüíferos
Cristalino e Tubarão)
Figure 15- Histogram and accumulated frequency diagram from (a) well depths (b) groundwater static level and (c) depth
of the dynamic levelfrom wells that exploit both Tubarão and Crystalline aquifers
freqüência acumulada (%)
60 100
50
freqüência (%)
80
40
60
30
40
20
10 20
0 0
0 2 6 10 14 18 22 0 10 20 30
(a) intervalos de Q (m3/h) Q (m3/h)
freqüência acumulada (%)
40 100
freqüência (%)
80
30
60
20
40
10 20
0 0
0,0075 0,025 0,075 0,25 0,75 0,001 0,01 0,1 1
(b) intervalos de Q/s (m3/h/m) Q/s (m3/h/m)
Figura 16- Histograma e diagrama de freqüência acumulada (a) da vazão e (b) da capacidade específica dos
poços mistos (explotam os sistemas aqüíferos Tubarão e Cristalino)
Figure 16- Histogram and accumulated frequency diagram of (a) yielding and (b) specific capacity of wells drilled into
the both Tubarãoand Crystalline aquifers systems
Tabela 3- Parâmetros dos poços mistos (explotam os sistemas aqüíferos Tubarão e Cristalino)
Table 3- Data from wells drilled into both Tubarão and Crystalline aquifers systems
Poços mistos Média Mediana Moda Desv.pad. Coef. Var. (%)
Profundidade dos poços (m) 172,21 170,00 150,00 59,46 34,53
Prof. do nível estático (m) 21,65 19,48 12,00 12,30 56,82
Prof. do nível dinâmico (m) 103,07 98,51 #N/D 43,13 41,84
Vazão (m3/h) 6,28 3,79 3,00 7,61 121,27
Capacidade específica (m3/h/m) 0,11 0,07 #N/D 0,16 145,96
Figura 17- Superfície potenciométrica virtual em um aqüífero fraturado (CUSTODIO E LLAMAS, 1996)
Figure 17- Virtual potentiometric surface in a fractured aquifer (CUSTODIO; LLAMAS, 1996)
46°45'
47°15'
47°00'
7450
Serra
do Jardim
7440
7430
23°15' Serra
do Japi N
7420
5 0 5 10 15 Quilômetros
LEGENDA poço tubular profundo
Figura 18- Mapa da tendência geral de fluxo da água subterrânea no Sistema Aqüífero Cristalino
Figure 18- General groundwater flow tendency map from the Crystalline aquifer system
Tabela 4- Cota do nível estático (NE) de alguns dos poços que explotam o Sistema Aqüífero Cristalino na bacia
do rio Jundiaí e adjacências (cotas em metros acima do nível do mar)
Table 4-Static level altitude (a.m.s.l.) measured in wells drilled in the Crystalline aquifer system
POÇO COTA NE (m) DATA POÇO COTA NE (m) DATA POÇO COTA NE (m) DATA POÇO COTA NE (m) DATA
323/27 730,00 29/7/1977 6630 704,00 4/6/1970 727 651,00 24/6/1979 468 747,40 25/4/1979
322/85 796,00 8/10/1977 6628 677,00 1/1/1975 717 703,00 24/8/1977 440 704,60 14/9/1977
322/6 728,00 12/3/1979 6623 1104,00 8/10/1974 714 757,00 2/7/1980 436 747,50 12/3/1979
322/35 748,00 1/6/1976 6612 754,00 1/1/1973 713 750,00 15/12/1976 419 750,00 13/4/1980
322/17 747,50 16/8/1979 6610 749,00 11/12/1979 704 780,00 10/7/1979 411 693,00 20/11/1979
303/6 790,00 13/7/1979 6608 737,00 9/10/1979 701 703,67 18/7/1978 388 563,00 24/10/1978
303/119 738,00 3/3/1975 6604 714,00 24/9/1977 684 906,00 5/6/1978 380 650,00 17/7/1978
302/165 751,00 23/2/1978 6602 745,00 21/8/1979 650 775,00 7/8/1980 136 718,00 10/9/1979
7625 664,00 17/12/1977 6599 718,50 16/6/1978 643 605,00 5/8/1979 135 680,00 1/8/1979
6765 778,00 1/11/1977 6595 690,20 15/9/1979 630 681,00 19/8/1978 128 634,00 17/11/1978
6758 742,00 1/1/1977 6567 720,00 3/11/1979 541 746,00 5/2/1979 81 756,00 30/1/1977
6729 700,00 1/10/1972 6561 762,00 17/3/1976 540 795,00 15/4/1976 76 725,00 1/1/1977
6701 705,00 1/4/1974 6559 784,00 11/2/1974 532 785,00 23/5/1977 73 710,00 22/6/1978
6700 714,00 1/3/1971 6557 710,00 1/12/1976 530 749,00 3/5/1978 72 688,00 23/8/1979
6684 698,00 1/1/1976 6535 671,00 8/5/1979 528 882,00 1/2/1979 66 669,00 10/6/1977
6683 712,00 1/5/1978 6432 637,00 10/9/1979 502 775,00 20/10/1975 58 653,00 16/8/1977
6679 732,00 1/7/1975 5297 508,00 1/1/1976 498 746,00 2/4/1979 49 717,00 19/1/1977
6676 700,00 1/11/1977 786 700,00 9/7/1975 497 750,00 28/11/1973 45 660,00 1/1/1973
6671 708,00 1/9/1978 784 656,00 1/1/1972 486 750,00 14/3/1979 44 794,00 7/5/1976
6659 704,00 1/12/1974 771 673,00 29/5/1974 476 743,00 2/6/1975 43 745,00 9/7/1978
6632 713,00 10/2/1978 770 702,60 19/2/1973 470 745,00 14/7/1973 41 631,00 19/7/1978
47°15'
280
270
23°00'
7450
7440
7430
limi
te da b
23°15' acia
do r
io J
u ndia
í
N
7420
0 5 10 km
LEGENDA
poço tubular profundo
Sistema Aqüífero
Cenozóico linha equipotencial (m)
Sistema Aqüífero
Tubarão linhas de fluxo
Sistema Aqüífero sentido do fluxo
Cristalino regional
Figura 19- Mapa da tendência geral de fluxo da água subterrânea no Sistema Aqüífero Tubarão
Figure 19- General groundwater flow tendency map from the Tubarão aquifer system
Tabela 5- Cota do nível estático (NE) de alguns dos poços que explotam o Sistema Aqüífero Tubarão na bacia do
rio Jundiaí e adjacências (cotas em metros acima do nível do mar)
Table 5- Static level altitude (a.m.s.l.) measured in wells drilled in the Tubarão aquifer system
POÇO COTA NE (m) DATA POÇO COTA NE (m) DATA POÇO COTA NE (m) DATA
320/44 527,37 12/8/1979 102 575,00 6/7/1978 110 606,00 9/4/1976
386 525,00 6/2/1973 103 607,00 6/8/1977 108 600,00 5/9/1978
5303 550,00 1/1/1976 6407 595,00 6/2/1978 119 602,00 8/3/1978
5292 600,00 5/12/1978 6415 610,00 27/1/1977 120 630,00 27/6/1979
5288 585,00 9/1/1974 113 628,00 1/1/1978 60 650,00 9/12/1977
direção NW-SE e outras de direção E-W. Este Aqüífero Cristalino na área como um todo
arranjo estrutural, submetido aos tensores (NEVES, 2005).
neotectônicos, resulta em esforços transtensivos Contudo, próximo aos poços produtivos
(com componentes transcorrente e distensiva) também existem poços com produtividade baixa,
que favorecem a formação de descontinuidades que geralmente estão mal locados em relação às
abertas. São formados, nestes locais, pequenos estruturas geológicas. É necessário que eles
grábens onde se instalam bacias deposicionais estejam em posição favorável ao mergulho da
restritas preenchidas por sedimentos aluviais estrutura, em profundidade tal que a intercepte
recentes. Do ponto de vista hidrogeológico, tais em subsuperfície e, ainda, que a direção da
depósitos, associados ao conjunto de estruturas estrutura seja propícia à abertura pela atuação dos
abertas, favorecem a recarga local. esforços tectônicos. Um exemplo desta situação é
Conseqüentemente, os poços locados nestas áreas ilustrado na figura 20.
possuem capacidade específica mediana sempre
superior à mediana calculada para o Sistema
(m)
poço - 301/48
1000
poço - 44
301/48 900
A C
800 B D
44
700
N
C
A
600
500
Figura 20- Mapa de detalhe mostrando controle de estruturas NW-SE e E-W em zonas de cisalhamento e de
falhas regionais sobre a produtividade dos poços tubulares profundos
Figure 20- Detail map showing the structural control along the directions NW-SE e E-W in strain zones and regional
faults on the productivity of deep well
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS mergulho da zona fraturada (Figura 20). Mas vale
A heterogeneidade e anisotropia das rochas observar que os poços mistos tendem a ser mais
fraturadas implicam em valores de produtividade profundos do que os demais (assim como seus
extremamente variáveis no Sistema Aqüífero níveis estático e dinâmico) e sua vazão tende a
Cristalino. No Sistema Aqüífero Tubarão, as ser menor. Considera-se que, em uma área
variações faciológicas, aliada ao fraturamento recoberta por rochas sedimentares, a perfuração
(que também está presente e interfere no fluxo), o só avançará na rocha cristalina se não for obtida
tornam tão heterogêneo e anisotrópico quanto o produtividade satisfatória no aqüífero poroso
Cristalino, resultando no mesmo padrão de sobrejacente. Assim, é possível que estes poços
distribuição de valores. De fato, nos limites da estejam locados em situações desfavoráveis (sem
Bacia Sedimentar do Paraná, em contato com o interceptar descontinuidades abertas em
Embasamento Cristalino, o papel das fraturas e subsuperfície), resultando em poços mais
falhas adquire importância relevante no profundos e menos produtivos.
arcabouço litológico. O mapa apresentado na figura 18 mostra que
Em relação à profundidade dos poços, é o fluxo regional da água subterrânea se dá a partir
importante ressaltar que esta variável não está do Embasamento Cristalino rumo à Bacia
diretamente vinculada à produtividade, pois a Sedimentar do Paraná. As principais áreas de
obtenção de poços produtivos depende, dentre recarga do Sistema Aqüífero Cristalino se situam
outros fatores, de sua posição relativa ao na região serrana (Serra do Japi e outras
elevações associadas).
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SUBTERRÂNEAS, 13, 2004, Cuiabá. Anais...
Cuiabá: ABAS, 2004. 1 CD. AGRADECIMENTOS
NEVES, M.A.; MORALES, N.; SAAD, A.R. Facies Os autores agradecem ao Conselho Nacional de
analysis of Tertiary alluvial fan deposits in the Jundiaí Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
region, São Paulo, southeastern Brazil. Journal of pelo financiamento para elaboração da tese de
South American Earth Science, Columbia, v. 19, n. doutorado da primeira autora e à Jundsondas Poços
4, p. 509-520, 2005. Artesianos pelo fornecimento de dados cadastrais.