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Antes de iniciar a conversa propriamente dita, tive que esperar alguns minutos,
pois meu interlocutor participava de uma reunião para elaboração de uma chapa que
participaria do processo de eleições do Centro Acadêmico do curso de Ciências
Sociais. Observando a conversa, pude perceber um comportamento dele, que deixava
claro não permitir que seu ponto de vista fosse deixado de lado e tentava passar esse
conceito para seus futuros companheiros de chapa, e essa atitude me instigou a
começar o diálogo por um tópico que havia reservado para o fim. Terminada a reunião,
pude começar o contato com ele e, de forma inesperada, com sua namorada que
decidiu ficar e acompanhar a conversa e acabou acrescentando mais informações
interessantes. O primeiro assunto que abordei com meu interlocutor foi a militância ou
ativismo, como alguns chamam, no ateísmo. Sobre isso, ele foi bastante categórico em
afirmar que concordava plenamente com a formação de movimentos que lutassem pela
legitimação do ateísmo, ainda que com a ressalva de não ser radical a ponto de
discriminar outras crenças. Segundo ele, é importante que os ateus se coloquem contra
a influência religiosa em certos âmbitos como o político, que foi utilizado como
exemplo. Para demonstrar seu ponto de vista, ele mencionou que conhecia casos de
alguns anos antes onde indivíduos que se afirmavam ateus foram recusados para
vagas em certas empresas que não os aceitaram devido a sua opção de pensamento.
Para se defender disso, ele me informou que existiam leis que poderiam ser invocadas
pelos ateus para processar essas empresas que tivessem esse posicionamento e que
tinha certeza que esses indivíduos ganhariam o processo se resolvessem lutar
judicialmente. Dessa forma, ele afirmava que o ativismo deveria servir ao propósito de
defender os ateus de atitudes de preconceito através da colocação política quando
necessário e desmistificando o senso comum sobre esse tipo de pensamento, que para
ele consiste numa "não-crença" ou na ausência de religião, vista ainda hoje de forma
negativa por muitos.