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A obra aborda os discursos de três autores do século XIX que tratavam da ideia de evolução
como explicação para a diversidade cultural humana. Baseavam-se na lógica de que o homem
seguiu um mesmo caminho unilinear, progressivo, e, por meio do método comparativo,
utilizavam os povos “primitivos” como objetos de pesquisa. Tal percepção evolucionista, que
marcou o início da antropologia como ciência, levantou inúmeras críticas de antropólogos do
século XX acerca do eurocentrismo intrínseco nas comparações feitas entre o padrão ocidental
de “civilização” e a cultura dos povos “atrasados”. Passou-se a acreditar que ocorria, na
realidade, uma difusão de elementos culturais e não seria um indício de uma possível
ancestralidade cultural em comum. Nesse sentido, o objetivo da antropologia torna-se não
mais a reconstituição do caminho da evolução cultural humana, mas sim a compreensão das
demais culturas existentes.
Lewis Morgan, antropólogo evolucionista que acreditava que o sistema de parentesco era um
forte indício de um caminho cultural uno, delimita fatores e condições básicas de cada estágio
da humanidade (barbárie, selvageria e civilização) com o fito de não apenas situá-los em uma
escala de progresso, como também identificar o compreender os obstáculos que atrasavam a
civilização.