Abordagens de Liderança
Existem três abordagens distintas a respeito da liderança: a
teoria dos traços de personalidade, dos estilos de liderança e
situacionais.
Antigamente, os autores imaginavam ser possível a
identificação de certos “traços” de personalidade nos líderes, de
forma a poder encontrar mais facilmente líderes em potencial.
Já as teorias de estilo de liderança analisavam o efeito de
diversos estilos dos líderes no desempenho das organizações e na
satisfação das pessoas.
Por fim, as teorias situacionais levam em conta diversos fatores
ambientais para determinar qual seria o melhor estilo de liderança
em cada situação. Portanto, são uma evolução em relação às teorias
baseadas somente nos estilos de liderança.
Teorias dos Traços
Segundo Robbins, Judge e Sobral (2010) ao longo da história
grandes líderes como Buda, Napoleão, Churchill e Getúlio Vargas
foram descritos com base em seus traços e personalidade. Assim as
teorias dos traços de liderança focam essas qualidades e
características pessoais que diferenciam lideres de não lideres.
A procura por traços sociais, físicos, intelectuais ou de
personalidade que possam descrever os lideres e diferenciá-los dos
demais remonta aos estágios iniciais das pesquisas sobre liderança.
Os primeiros esforços das pesquisas para isolar os traços de
personalidade não apresentaram resultados satisfatórios. Por volta de
1990 depois de muitos estudos e análises, o máximo que se poderia
dizer era que “os lideres não são como as outras pessoas”, mas os
traços específicos que os caracterizam variavam muito entre os
estudos.
Um traço que pode indicar uma liderança eficaz é a inteligência
emocional (IE), um componente primordial do IE é a empatia. Os
lideres que têm empatia podem perceber as necessidades e
sentimentos dos outros, ouvir o que os liderados têm a dizer e
compreender suas reações. “A capacidade de cuidar, que é própria da
empatia, especialmente com relação às pessoas com quem se
trabalha, é o que inspira a permanecerem com um líder quando
surgem problemas”.
O fato de um indivíduo apresentar determinados traços e ser
considerado um líder pelos demais não significa, necessariamente,
que será bem-sucedido em liderar seu grupo no alcance dos
objetivos.
As falhas dos primeiros estudos sobre traços de liderança
levaram os pesquisadores a seguir por outra direção. Eles procuraram
descobrir se havia alguma coisa na maneira como estes se
comportavam. Enquanto as teorias dos traços de liderança
forneceram uma base para selecionar a pessoa certa para exercer a
função de liderança, as teorias comportamentais sugeriam que é
possível treinar pessoas para serem lideres. Muitos argumentaram
que as teorias comportamentais de liderança possuíam vantagens em
relação às teorias dos traços.
As teorias comportamentais de liderança propõem que
comportamentos específicos diferenciam os lideres dos não lideres. A
teoria comportamental mais abrangente e mais reproduzida resultou
de uma pesquisa iniciada no final dos anos 40 na Universidade
estadual de Ohio, na qual os pesquisadores buscaram identificar
dimensões independentes do comportamento do líder, essas se
dividem em duas dimensões de estrutura: de iniciação e de
consideração.
A iniciação refere-se ao grau em que um líder é capaz de definir
e estruturar o próprio papel e o dos funcionários na busca do alcance
dos objetivos. Isso inclui a organização do trabalho e das relações de
trabalho e a definição de metas. O líder com alto grau de estrutura de
iniciação pode ser descrito como alguém que delega tarefas
especificas aos membros do grupo, espera que os trabalhadores
mantenham um padrão de desempenho definido e enfatiza o
cumprimento dos prazos.
A consideração é o grau em que uma pessoa é capaz de manter
relacionamentos de trabalho caracterizados por confiança mútua,
respeito às ideias dos funcionários e cuidado com os seus
sentimentos. Um líder com alto grau de consideração pode ser
definido como alguém que ajuda seus funcionários nos problemas
pessoais, é amigável e disponível e trata como iguais todos os
subordinados, além de expressar apreço e dar apoio.
Os estudos sobre liderança da Universidade de Michigan
possuíam objetivos semelhantes: identificar características
comportamentais de líderes que pudessem estar relacionadas com
um desempenho eficaz. O grupo de Michigan também propôs duas
dimensões comportamentais o líder orientado para as pessoas,
que enfatiza relações interpessoais por meio do interesse pessoal
pelas necessidades do funcionário e aceitação das diferenças pessoais
entre os membros do grupo; e o líder orientado para a produção,
que enfatiza os aspectos técnicos e práticos do trabalho, ou seja,
revela uma preocupação direcionada à execução das tarefas e ao
cumprimento das metas do grupo.
Estilos de Liderança.
Um dos trabalhos pioneiros na tentativa de mapear os estilos
de liderança foi o de Kurt Lewin (1940) e de seus assistentes na
Universidade de Iowa. Os estilos mapeados pelo autor foram:
autocrático, democrático e liberal (ou “laissez-faire”, deixar fazer em
francês).
No estilo autocrático, o líder centraliza todas as
decisões, sem pedir a participação dos seus subordinados. Este
líder determina como o trabalho será feito, quem o fará,
quando o fará, etc. A participação dos funcionários no processo
de tomada de decisão é limitada!
O estilo democrático caracteriza-se pela delegação
de autoridade aos subordinados, que são incluídos no processo
de tomada de decisão pelo líder. A decisão então é tomada em
conjunto pelo líder e seus liderados. Este estilo pode ser
classificado como consultivo, no qual o líder pede a opinião dos
subordinados antes de tomar a decisão, ou participativo, em
que os funcionários participam não só com a opinião, mas
decidem conjuntamente com o líder.
Liberal ou “laissez-faire” é o estilo em que o líder dá
total liberdade aos subordinados para decidirem como acharem
melhor! O líder tem somente a função de responder as
perguntas ou dúvidas dos funcionários e fornecer os recursos
necessários para o trabalho.
O objetivo de Lewin (1940) era determinar qual dos estilos
seria o mais eficaz. A primeira constatação foi que o estilo liberal era
o menos eficaz, ou seja, não gerava desempenho maior, satisfação
nos subordinados e maior qualidade do trabalho!
Entretanto, Lewin (1940) não conseguiu definir se o estilo
democrático era superior ao autocrático. Aparentemente, o estilo
democrático indicava ser superior em relação à satisfação no trabalho
e à maior qualidade, mas era similar na quantidade de trabalho.
Pesquisas posteriores mostraram resultados diferentes,
mudando de acordo com as características de cada caso. Desta
forma, os resultados invalidaram a tese de que o estilo democrático
seria sempre superior!
Tannenbaum e Schimidt desenvolveram então uma escala de
comportamentos dos líderes, desde aqueles centrados no líder
(autocrático) até aqueles centrados nos subordinados.
Para que os gestores pudessem escolher qual estilo seguir, eles
recomendaram analisar fatores como o nível de conforto do líder com
o estilo de liderança (muitos chefes não tem o perfil para atuar no
estilo democrático!), características dos liderados (são pessoas que
estão acostumadas a assumir responsabilidade? Estão acostumadas a
decidir?) e a pressão do tempo (quanto tempo temos para tomar uma
decisão?).
Liderança Situacional
Questão:
Ver filme Universidade Monstros para discussão em sala.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=wUn-S5a9r2A