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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL

JAQUELINE OLIVEIRA

JOÃO MARCOS ARAUJO SOARES SANTOS

LUCAS DE CARVALHO SILVA

MEMORIAL DE CÁLCULO DO DIMENSIONAMENTO E


DETALHAMENTO DE PILAR DE EXTREMIDADE EM CONCRETO
ARMADO

FEIRA DE SANTANA

2020
JAQUELINE OLIVEIRA

JOÃO MARCOS ARAUJO SOARES SANTOS

LUCAS DE CARVALHO SILVA

MEMORIAL DE CÁLCULO DO DIMENSIONAMENTO E


DETALHAMENTO DE PILAR DE EXTREMIDADE EM CONCRETO
ARMADO

Trabalho apresentado pelos acadêmicos,


Jaqueline Oliveira, João Marcos Araujo Soares
Santos e Lucas de Carvalho Silva, como
metodo de avaliação parcial da nota do
semestre da disciplina ESTRUTURAS DE
CONCRETO I, no curso de graduação em
Engenharia Civil da Universidade Estadual de
Feira de Santana.

FEIRA DE SANTANA

2020
SUMÁRIO

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS.................................................................................. 1
2.0 ESTUDO DAS LAJES .......................................................................................... 2
2.1 SITUAÇÃO DOS BORDOS ............................................................................... 2
2.2.1 Laje 16 ......................................................................................................... 3
2.2.2 Laje 17 ......................................................................................................... 5
2.2 CARREGAMENTOS .......................................................................................... 6
2.2.1 Determinação do Carregamento .................................................................. 7
2.3 REAÇÕES DAS LAJES NA VIGA ...................................................................... 8
2.3.1 Reações nas Vigas 15 e 24 ......................................................................... 8
2.4 REAÇÃO DAS VIGAS NOS PILARES ............................................................. 10
2.4.1 Força Normal ............................................................................................. 11
2.4.2 Momentos Fletores de 1ª Ordem ............................................................... 11
2.4.3 Momento mínimo ....................................................................................... 13
2.4.4 Índice de Esbeltez...................................................................................... 14
2.4.5 Excentricidades de 1ª ordem ..................................................................... 16
2.4.6 Efeitos de 2ª Ordem ................................................................................... 17
2.4.7 Situações de Projeto e de Cálculo ............................................................. 19
3.0 DIMENSIONAMENTO......................................................................................... 21
3.1 ARMADURA LONGITUDINAL ......................................................................... 21
3.1.1 Direção X. .................................................................................................. 22
3.1.2 Direção y.................................................................................................... 24
3.1.3 Comprimento de Ancoragem por Traspasse ............................................. 26
3.2 ARMADURA TRANSVERSAL ......................................................................... 27
3.2.1 Proteção Contra Flambagem das Barras Longitudinais............................. 29
REFERÊNCIAS
1

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Este memorial tem como objetivo demonstrar as decisões tomadas para a


análise, dimensionamento e detalhamento de armadura de um pilar de extremidade,
da edificação cuja planta baixa apresenta-se representada na Figura 01.

Figura 01: Planta baixa da Edificação

Fonte: Produção Própria (2020)

A edificação possui seguintes características pertinentes:

 Edificação Residencial com 12 pavimentos;


 Considerar que todas as vigas possuem alvenaria com espessura de 0,12m
e altura de 2,6m;
 A altura dos pilares é de 2,8m;
 Concreto Armado com fck>25 Mpa.

O pilar de extremidade escolhido para dimensionamento é o pilar 22, em


destaque na Figura 02, onde este localiza-se entre a Laje 16 e a Laje 17, fazendo
ligação entre dois trechos da Viga 15, de forma que este possui como dimensões 20
x 55 cm em planta.
2

Figura 02: Destaque do Pilar 22

Fonte: Produção Própria (2020)

2.0 ESTUDO DAS LAJES

2.1 SITUAÇÃO DOS BORDOS

As situações dos bordos das lajes, podem ser de três tipos diferentes, que são
os seguintes:

 Bordo Livre
 Bordo Livremente Apoiado
 Bordo Engastado

Na existência de duas lajes com bordas continuas e adjacentes, se a laje


adjacente possuir largura muito diferente que a outra, a laje de menor largura será
considerada engastada na outra, enquanto que a laje de maior largura pode ser
considerada apenas apoiada. Para verificar tal situação segue-se seguinte critério:

𝑙 = 𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 𝐿 𝑒 𝑙 = 𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 𝐿 (𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎)

1
𝑆𝑒 𝑙 ≥ 𝑙 → 𝐿𝑎𝑗𝑒 𝐿 𝑒𝑛𝑔𝑎𝑠𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝐿𝑎𝑗𝑒 𝐿
4

1
𝑆𝑒 𝑙 < 𝑙 → 𝐿𝑎𝑗𝑒 𝐿 𝑙𝑖𝑣𝑟𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑎𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝐿𝑎𝑗𝑒 𝐿
4

Em caso de duas lajes não continuas ao longo de toda a borda comum, ocorre
a existência e um critério, para determinar a vinculação entre elas.

𝑎<𝐿
3

𝑎 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 𝐿 𝑒 𝐿 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 𝐿

2
𝑆𝑒 𝑎 ≥ 𝐿 → 𝐿𝑎𝑗𝑒 𝐿 𝑒𝑛𝑔𝑎𝑠𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝐿𝑎𝑗𝑒 𝐿
3

2
𝑆𝑒 𝑎 < 𝐿 → 𝐿𝑎𝑗𝑒 𝐿 𝑙𝑖𝑣𝑟𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑎𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝐿𝑎𝑗𝑒 𝐿
3

Ocorrendo a existência de lajes com bordos, com parte engastada e parte


apoiada livremente, existe um critério para determinar o tipo de apoio desta borda.

𝑙 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒 𝑒𝑛𝑔𝑎𝑠𝑡𝑎𝑑𝑎 ; 𝑙 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑎𝑑𝑎

𝑙 =𝑙 +𝑙

𝑙
𝑆𝑒 𝑙 ≤ → 𝐴 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎 é 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑎𝑑𝑎.
3

𝑙 2𝑙
𝑆𝑒 <𝑙 < →
3 3

→ 𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑓𝑜𝑟ç𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑠 𝑠𝑖𝑡𝑢𝑎çõ𝑒𝑠, 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑎𝑑𝑎 𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑛𝑔𝑎𝑠𝑡𝑎𝑑𝑎

𝑠ã𝑜 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑒 𝑠ã𝑜 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑛𝑜 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜.

2𝑙
𝑆𝑒 𝑙 ≥ → 𝐴 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎 é 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑛𝑔𝑎𝑠𝑡𝑎𝑑𝑎.
3

2.2.1 Laje 16

A Laje 16 apresenta 4 Bordos, onde três destes apresentam-se como bordos


adjacentes com as Laje 13, Laje 15 e Laje 17, sendo que esta apresenta continuidade
com as Laje 13 e Laje 17 e não apresenta continuidade com a Laje 15. O bordo não
adjacente é caracterizado como livre

 Laje 16 e Laje 17

Sendo o bordo entre essas lajes contínua tem-se:

𝑙 = 4,84 𝑚 ; 𝑙 = 4,84 𝑚
𝑙 4,84 1
= = 1,21 𝑚; 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑙 > 𝑙
4 4 4

Assim a Laje 16 está engastada com a Laje 17


4

 Laje 16 e Laje 15

Sendo o bordo entre essas lajes contínua tem-se:

𝑙 = 4,84 𝑚 ; 𝑙 = 4,24 𝑚

𝑙 4,84 1
= = 1,21 𝑚; 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑙 > 𝑙
4 4 4

Assim a Laje 15 estaria engastada com a Laje 17, porém percebemos que a
Laje 17, no mesmo bordo apresenta parte livremente apoiada. Desta forma dois tipos
de vinculação no mesmo bordo, onde a parte engastada possui comprimento igual a
4,61 m e a parte livremente apoiada 0,27 m, podemos verificar que a parte engastada
é muito maior que a livremente apoiada desta forma podemos considerar que o bordo
se apresenta totalmente engastado.

 Laje 16 e Laje 13

Sendo o bordo entre essas lajes contínuas tem-se:

𝑙 = 4,84 𝑚 ; 𝑙 = 2,73 𝑚
𝑙 4,84 1
= = 1,21 𝑚; 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑙 > 𝑙
4 4 4
Assim a Laje 15 está engastada com a Laje 13.

A representação das situações dos bordos da Laje 16 encontra-se


representada na Figura 03.

Figura 03 -Vinculação das bordas da Laje 16

Fonte: Produção Própria (2020).


5

2.2.2 Laje 17

A Laje 17 apresenta 4 Bordos, onde três destes apresentam-se como bordos


adjacentes com as Laje 13, Laje 16 e Laje 18, sendo que esta apresenta continuidade
com as Laje 04 e Laje 08 e não apresenta continuidade com a Laje 05. O bordo não
adjacente é caracterizado como livre

 Laje 17 e Laje 13

Sendo o bordo entre essas lajes contínuas tem-se:

𝑙 = 4,84𝑚 ; 𝑙 = 2,73 𝑚
𝑙 4,84 1
= = 1,21𝑚; 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑙 > 𝑙
4 4 4
Assim a Laje 17 está engastada com a Laje 13.
 Laje 17 e Laje 16
Como já analisado no item 2.2.1 a Laje 17 apresenta-se engastada com
a Laje 16.

 Laje 17 e Laje 18

Sendo o bordo entre essas lajes contínuas tem-se:

𝑙 = 4,84 𝑚 ; 𝑙 = 4,24𝑚

𝑙 4,84 1
= = 1,21 𝑚; 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑙 > 𝑙
4 4 4

Assim a Laje 18 estaria engastada com a Laje 17, porém percebemos que a
Laje 17, no mesmo bordo apresenta parte livremente apoiada. Desta forma dois tipos
de vinculação no mesmo bordo, onde a parte engastada possui comprimento igual a
4,61 m e a parte livremente apoiada 0,27 m, podemos verificar que a parte engastada
é muito maior que a livremente apoiada desta forma podemos considerar que o bordo
se apresenta totalmente engastado.

A representação das situações dos bordos da Laje 17 encontra-se


representada na Figura 04.
6

Figura 04 -Vinculação das bordas da Laje 04

Fonte: Produção Própria (2020)

2.2 CARREGAMENTOS

Para a realização do dimensionamento das lajes, primariamente deve ser


considerada seguintes informações a respeito das ações permanentes e variável,
segundo a NBR 6120:2019:

 O coeficiente de peso específico aparente do concreto armado (𝛾 ) é igual


a 25 kN/m³, segundo a NBR 6120:2019.
 O coeficiente de peso especifico aparente da argamassa (cimento + areia)
utilizada no contra piso ((𝛾 ) é igual a 21 kN/m³, segundo a NBR
6120:2019.
 O coeficiente de peso especifico aparente do piso utilizado (Granito) (𝛾 )é
igual a 28,5 KN/m³, segundo a NBR 6120:2019.
 O coeficiente de peso especifico aparente da argamassa (cal + cimento +
areia) utilizada no revestimento do teto (𝛾 ) é igual a 19 kN/m³, segundo a
NBR 6120:2019.
 Todas as lajes possuem espessura igual a 12 cm
 A espessura do contra piso é de 4 cm
 A espessura do revestimento é de 2 cm
 A espessura do piso é de 2 cm
7

 A carga acidental é de 1,5 kN/m² segundo a NBR 6120:2019, onde por se tratar
de um edifício residencial está se considerando a presença de Dormitórios,
Sala, Copa, Cozinha e Sanitários, que denotam o uso deste valor em projeto.
 Todas as alvenarias são de vedação
 As alvenarias serão constituídas de blocos cerâmicos vazados
 A altura das alvenarias é de 2,60 m.
 A espessura das paredes é de 0,14 m.
 A espessura do revestimento por face é igual a 1 cm.
 O coeficiente de peso da alvenaria, para uma alvenaria em bloco cerâmico
vazado, de 14 cm de espessura com revestimento por face igual a 1 cm é igual
a 1,5 kN/m², segundo a NBR 6120:2019.

2.2.1 Determinação do Carregamento

𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 + 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑎𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑝𝑟𝑖𝑜 + 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎 𝑃𝑖𝑠𝑜 + 𝑃𝑖𝑠𝑜 + 𝑅𝑒𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑔 =ℎ∗𝛾

ℎ = 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒 𝛾 = 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙

 Peso Próprio
ℎ = 12 𝑐𝑚

𝑔 =ℎ∗𝛾 = 0,12 ∗ 25 = 3 𝑘𝑁/𝑚²

 Contra Piso
𝑒 = 4 𝑐𝑚

𝑔 . =ℎ∗𝛾 = 0,04 ∗ 21 = 0,84 𝑘𝑁/𝑚²

 Revestimento
𝑒 = 2 𝑐𝑚

𝑔 =ℎ∗𝛾 = 0,02 ∗ 19 = 0,38 𝑘𝑁/𝑚²

 Piso
𝑒 = 2 𝑐𝑚
8

𝑔 =ℎ∗𝛾 = 0,02 ∗ 28,5 = 0,57 𝑘𝑁/𝑚²

 Peso Total

𝑞 = 1,5 𝑘𝑁/𝑚² → 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝐴𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙

𝑃 =𝑔 +𝑔 +𝑔 . +𝑔 +𝑞

𝑃 = 3 + 0,84 + 0,38 + 0,57 + 1,5 = 6,29 𝑘𝑁/𝑚²

2.3 REAÇÕES DAS LAJES NA VIGA

Para a determinação das reações, gerada pelos carregamentos das lajes, nas
vigas foi se utilizado das teorias de placas presente na resistência dos materiais, de
forma que utilizando-se as Tabela de Czerny, pode-se determinar os esforços de
forma simplificada.

2.3.1 Reações nas Vigas 15 e 24

Assim utilizando-se as Tabelas de Czerny pode-se determinar as reações 𝑅 e


𝑅 das lajes nas vigas, na forma de um carregamento distribuído linearmente, a partir
do enquadramento das lajes consideradas nos casos previstos nas tabelas em função
das vinculações das bordas das mesmas e utilizando-se a metodologia de cálculo
previsto, vista na Figura 05, onde os coeficientes 𝑉 e 𝑉 são encontrados na tabela
em função do λ determinado através do 𝑙 e 𝑙 da laje em questão.

Figura 06 – Metodologia de Cálculo

Fonte:

Logo na Tabela 01 pode ser visto o resultado do cálculo das reações das vigas
nas lajes consideradas e na Tabela 02 os esforços ponderados, com o coeficiente de
ponderação igual a 1,4 previsto para o concreto armado na NBR 6118:2014.
9

Tabela 02 – Reações das Lajes nas Vigas

REAÇÕES NAS VIGAS


q Rx1 Rx2 Ry
LAJE Ly (m) Lx (m) λ CASO Vx1 Vx2 Vy
(kN/m²) (kN/m) (kN/m) (kN/m)
LAJE 16 4,84 4,84 1 5B 6,29 0,25 0,144 0,304 7,61 4,38 9,25
LAJE 17 4,84 4,84 1 5B 6,29 0,25 0,144 0,304 7,61 4,38 9,25

Fonte: Produção Própria (2020)

Tabela 03 – Esforços Solicitantes Ponderados nas Lajes em consideração

CARREGAMENTOS PONDERADOS
Rx1 Rx2 Ry
LAJE
(kN/m) (kN/m) (kN/m)
LAJE 16 10,66 6,14 12,96
LAJE 17 10,66 6,14 12,96

Fonte: Produção Própria (2020)

Logo sendo pertinentes para o dimensionamento do pilar 22, os carregamentos


nas vigas 15 e 24, temos que o carregamento na viga 15, onde localiza-se o bordo
livremente apoiado é igual a 6,14 kN/m. enquanto que na viga 24 o carregamento é
igual a 2 vezes a reação Ry, já que esta contempla a área de influência de duas lajes
engastadas, assim sendo igual a 25,92 kN/m.

Aos carregamentos encontrados deve ser adicionado a carga das paredes


posicionadas sobre as vigas e o peso próprio das vigas, considerando peso especifico
de 25 kN/m³ do concreto onde temos:

 Carga Linear da Parede:

𝛾 = 1,5 𝑘𝑁/𝑚 ; 𝐻 = 2,60 𝑚


𝑔 =𝛾 ∗𝐻
= 1,5 ∗ 2,60 = 3,90 𝑘𝑁/𝑚
 Viga 15:
𝑔 =𝑅 +𝑔 +𝑔
𝑔 = 6,14 + 3,90 + 0,14 ∗ 0,5 ∗ 25
𝑔 = 11,79 𝑘𝑁/𝑚
 Viga 24
10

𝑔 =𝑅 +𝑔 +𝑔
𝑔 = 25,92 + 3,90 + 0,14 ∗ 0,55 ∗ 25
𝑔 = 31,745 𝑘𝑁/𝑚

2.4 REAÇÃO DAS VIGAS NOS PILARES

A partir da determinação dos carregamentos, agora deve-se determinar as


reações que estas vigas impõem sobre o pilar 22, para isto primariamente será
adotado na análise estrutural destas, o modelo de apoios semirrígidos, já que é
compreendido que a ligação viga pilar não caracteriza-se totalmente como um
engaste, desta forma será estas vigas tratadas inicialmente como engastadas, para
depois ser feita a adaptação para modelo semirrígido previsto na NBR 6118:2014.

Assim é apresentado nas Figura 06 e Figura 07, a análise estrutural das vigas
consideradas:

Figura 06: Carregamento, Reações e Diagrama de Momento Fletor na Viga 24

Fonte: Produção Própria (2020).


11

Figura 07: Carregamento, Reações e Diagrama de Momento Fletor na Viga 15

Fonte: Produção Própria (2020).

2.4.1 Força Normal

A partir das Figura 06 e Figura 07, obteve-se o valor das reações verticais nos
apoios das vigas consideradas, sendo encontrado uma reação de 76,82 kN e outra de
28,53 kN, considerando-se o dimensionamento será para o pilar do térreo, essas
cargas serão multiplicada pelo número de pavimentos considerados, assim como a
carga em decorrência do peso próprio do pilar. Além destas considerações a NBR
6118:2014 designa que em função da menor largura do pilar, deve ser multiplicado a
carga 𝑁 encontrada, um coeficiente 𝛾 , onde segundo a tabela 13.1 da norma que
pode ser vista na Figura 10, tal coeficiente é igual a 1,00 já que a menor dimensão do
pilar 22 é maior que 19 cm, sendo esta igual a 20 cm

Figura 08: Valores de 𝛾 .

Fonte: ABNT (2014)

Assim tem-se em seguinte o cálculo para determinação da carga normal


aplicada no pilar 22 do térreo:
11

𝑁 = 𝛾 ∗ 12 ∗ 𝑁 , + 12 ∗ (2 ∗ 𝑁 , ) + 12 ∗ 𝑃

𝑁 = 1,00 ∗ 12 ∗ (76,82 + 2 ∗ 28,53 + 1,4 ∗ 0,2 ∗ 0,55 ∗ 2,8 ∗ 25)

𝑁 = 1735,92 𝑘𝑁

Sendo que foi considerado um coeficiente de ponderação igual a 1,4 na carga


do peso próprio do pilar prevista pela NBR 6118:2014, que já tinha sido considerada
incialmente nas outras parcelas do cálculo e também foi considerado um peso
específico do concreto igual a 25 kN/cm³.

2.4.2 Momentos Fletores de 1ª Ordem

Tendo em posse dos valores dos momentos de engasgamentos perfeitos e


reações pode ser feito a adaptação do modelo adotado, para o semirrígido, com intuito
de determinar as reações que delimitaram o dimensionamento da armadura do pilar,
seguindo-se seguinte metodologia apresentada na Figura 09:

Figura 09: Coeficientes de compatibilização

Fonte: ABNT (2014)

Sendo:
𝐼
𝑟 =
𝑙
Onde:
12

𝑟 é a rigidez do elemento i no nó considerado, avaliada conforme indicado na


Figura 10:
Figura 10: Aproximação em apoios extremos

Fonte: ABNT (2014)

Assim temos para as vigas e pilares seguintes valores de rigidez, considerado


que todos os elementos possuem concreto com mesmo módulo de elasticidade:

 Viga 24:

14 ∗ 50³
3𝐼 3∗ 12
𝑟 = = = 903,9 𝑐𝑚³
𝑙 484

 Viga 15:

14 ∗ 55³
4𝐼 4∗ 12
𝑟 = = = 1604,2 𝑐𝑚³
𝑙 484

 Pilar superior/inferior (Viga 24):

14 ∗ 55³
3𝐼 3∗ 12
𝑟 = = = 4159,4 𝑐𝑚³
𝑙 /2 280/2

 Pilar superior/inferior (Viga 15):

55 ∗ 14³
3𝐼 3∗ 12
𝑟 = = = 269,5𝑐𝑚³
𝑙 /2 280/2

Tendo-se em mãos os valores das rigidezes, pode-se calcular os coeficientes


k, prescritos na Figura 08:
13

𝑟 269,5
𝐾 / = = = 0,126
𝑟 + 𝑟 +𝑟 2 ∗ 269,5 + 1604,2

𝑟 4159,4
𝐾 / = = = 0,451
𝑟 + 𝑟 +𝑟 2 ∗ 4159,4 + 903,9

Assim em posse dos valores de K, pode-se determinar os valores de cálculo


dos momentos de engastamento a serem considerados, na ligação viga-pilar, que vão
ser levados em consideração para dimensionamento da armadura do pilar 22:

 Momento na ligação Pilar 22/ Viga 24

𝑀𝑑 = 𝐾 ∗ 𝑀𝑑 ,

𝑀𝑑 = 0,451 ∗ 61,97 = 27,95 𝑘𝑁. 𝑚

 Momento na ligação Pilar 22/ Viga 15

𝑀𝑑 = 0,126 ∗ 𝑀𝑑 ,

𝑀𝑑 = 0,126 ∗ 23,02 = 2,90 𝑘𝑁. 𝑚

Considerando que o momento em x, atua no pilar 22 de forma dupla, porém em


sentidos opostos, devido a este momento estar ligado a viga 15 que se caracteriza
como contínua, o momento resultante será nulo, logo em tese somente o esforço em
y de 27,95 kN.m estará ocorrendo no pilar.

2.4.3 Momento mínimo

 Momento mínimo em x:
ℎ = 0,20 𝑚
𝑀 , = 𝑁 ∗ (0,015 + 0,03 ∗ ℎ )
𝑀 , = 1735,92 ∗ (0,015 + 0,03 ∗ 0,2)
𝑀 , = 36,45 𝑘𝑁. 𝑚
 Momento mínimo em y:
ℎ = 0,55 𝑚
𝑀 , = 𝑁 ∗ (0,015 + 0,03 ∗ ℎ )
𝑀 , = 1735,92 ∗ (0,015 + 0,03 ∗ 0,55)
14

𝑀 , = 54,68 𝑘𝑁. 𝑚

2.4.4 Índice de Esbeltez

O índice de esbeltez, λ, para peças retangulares como o pilar analisado é dado


pela equação abaixo em que 𝑙 é o comprimento de flambagem, que deve ser
determinado atendendo a seguinte condição, seguindo-se a condição vista na Figura
11.

3,46. 𝑙 𝑙 +ℎ
→𝑙 ≤
ℎ 𝑙

Figura 11 – Condições para o comprimento de flambagem

Fonte:

Desta forma será considerado a seguinte disposição dos eixos no pilar 22 e


suas dimensões vista na Figura 12.

Figura 12 – Pilar 22

Fonte: Produção Própria (2020)

A Tabela 03 mostra os valores encontrados para o comprimento de flambagem


do pilar 22, seguindo-se o que é imposto na Figura 11.
15

Tabela 03 – Características dos pilares

𝑙 +h 𝑙 a ser
DIREÇÃO L (cm) 𝑙 (cm) H (cm) (cm) considerado (cm)
x 280 260 20 280 280
y 280 260 55 315 280

Fonte: Produção Própria (2020)

Logo, a partir do encontrado na Tabela 03, pode-se determinar os respectivos


índices de esbeltez:

3,46 ∗ 280
𝜆 = = 17,61
55
3,46 ∗ 280
𝜆 = = 48,44
20
Para prosseguimento das demais analises, deve-se classificar o pilar P22, a
quanto sua esbeltez, onde na Figura 13 é demonstrado a classificação de um pilar,
em função da sua esbeltez

Figura 13 – Classificação do pilar em função da esbeltez

Fonte: ABNT (2014).

Assim na Figura 13, fica definido a necessidade de determinação de uma


esbeltez 𝜆 , que é definida sobre seguinte formulação.

25 + 12,5. 𝑒 /ℎ
𝜆 =
𝛼
𝑀
𝛼 = 0,60 + 0,40 ≥ 0,4
𝑀
𝑀
𝑒 =
𝑁
16

 Esbeltez em y: Sendo o momento encontrado menor que o mínimo o


valor de 𝛼 é igual a 1.
𝑀𝑑 27,95
𝑒 = = = 0,0161 𝑚 = 1,61𝑐𝑚
𝑁 1735,92

𝛼 =1
25 + 12,5 ∗ 1,61/20
𝜆 , = = 26,01
1
 Esbeltez em x: Sendo o momento encontrado menor que o mínimo o
valor de 𝛼 é igual a 1.
𝑀𝑑 0
𝑒 = = = 0𝑚
𝑁 1735,92

𝛼 =1
25 + 12,5 ∗ 0/55
𝜆 = = 25
1
Logo pode-se concluir que o pilar é curto na direção y e medianamente esbelto
na direção x, o que infere o surgimento de efeitos de 2ª ordem no pilar na direção x.

2.4.5 Excentricidades de 1ª ordem

 Extremidade ou topo em x:
𝑙
𝑒 +𝑒 𝑒 +
𝑒 ≥ 𝑒 →𝑒 > 200
,
1,5 + 0,03 ∗ ℎ

280
𝑒 ≥ 0+ = 1,4 𝑐𝑚
200
1,5 + 0,03 ∗ 20 = 2,1 𝑐𝑚
𝑒 = 2,1 𝑐𝑚
 Extremidade ou topo em y:
𝑙
𝑒 +𝑒 𝑒 +
𝑒 ≥ 𝑒, →𝑒 > 200
1,5 + 0,03 ∗ ℎ

280
𝑒 ≥ 1,61 + = 3,01 𝑐𝑚
200
1,5 + 0,03 ∗ 55 = 3,15 𝑐𝑚
𝑒 = 3,15 𝑐𝑚
17

 Seção Intermediaria em x:
0,6 ∗ 𝑒 , + 0, 4 ∗ 𝑒 ,
𝑒 ≥ 0,4 ∗ 𝑒 ,, →𝑒 , = −𝑒 ,
𝑒,

0,6 ∗ 0 − 0,4 ∗ 0 = 0 𝑐𝑚
𝑒 ≥ 0,4 ∗ 0 = 0 𝑐𝑚
1,5 + 0,03 ∗ 20 = 2,1 𝑐𝑚
𝑒 = 2,1 𝑐𝑚
 Seção Intermediaria em y:
0,6 ∗ 𝑒 , + 0, 4 ∗ 𝑒 , ;
𝑒 ≥ 0,4 ∗ 𝑒 ,, ; →𝑒 , = −𝑒 ,
𝑒,

0,6 ∗ 1,61 − 0,4 ∗ 1,66 = 0,302 𝑐𝑚


𝑒 ≥ 0,4 ∗ 1,61 = 0,644 𝑐𝑚
1,5 + 0,03 ∗ 55 = 3,15 𝑐𝑚
𝑒 = 3,15 𝑐𝑚

2.4.6 Efeitos de 2ª Ordem

Sendo encontrado que na direção x do pilar, vai existir efeitos de 2ª ordem,


deve-se determinar o momento de 2ª ordem na direção indicada, para se determinar
o momento solicitante de cálculo que vai se somar ao momento de 1ª ordem
encontrado, que foi de 36,45 kN.m, já que deve se considerar o momento mínimo para
efeitos de cálculo.

Assim para determinação deste momento será considerado o Método do Pilar


Padrão com curvatura aproximada, onde a NBR 6118:2014 define:

 Pode ser empregado apenas no cálculo de pilares com λ < 90, com
seção constante e armadura simétrica e constante ao longo de seu eixo.
 A não linearidade geométrica é considerada de forma aproximada,
supondo-se que a deformação da barra seja senoidal.
 A não linearidade física é considerada através de uma expressão
aproximada da curvatura na seção crítica.
18

Onde o momento total máximo no pilar deve ser calculado pela expressão:

𝑙 1
𝑀 , =𝛼 ∗𝑀 , +𝑁 ∗ ∗ ≥𝑀 ,
10 𝑟

Sendo 1/r a curvatura na seção crítica, que pode ser avaliada pela expressão
aproximada:

1 0,005 0,005
= ≤
𝑟 ℎ(𝑣 + 0,5) ℎ

Onde:

𝑁
𝑣=
𝐴 ∗𝑓

Logo prossegue-se os cálculos utilizando-se um concreto C25:

 Determinando v:

1735,92
𝑣= = 0,88
2,5
20 ∗ 55 ∗ 1,4

 Determinando 1/r:

1 0,005 0,005 1
= ≤ → = 1,812 ∗ 10 ≤ 2,5 ∗ 10
𝑟 20 ∗ (0,88 + 0,5) 20 𝑟

1
𝑙𝑜𝑔𝑜: = 1,812 ∗ 10
𝑟

 Excentricidade máxima de 2ª ordem na direção x:


𝑙 1 280
𝑒 , = ∗ = ∗ 1,812 ∗ 10
10 𝑟 10
𝑒 , = 1,42 𝑐𝑚
 Determinando o Momento Total:

𝑙 1
𝑀 , =𝛼 ∗𝑀 , +𝑁 ∗ ∗ ≥𝑀 ,
10 𝑟

280
𝑀 , = 1,0 ∗ 3645 + 1735,92 ∗ ∗ 1,812 ∗ 10 ≥ 33,15
10

𝑀 , = 3645 + 2466,06
19

𝑀 , = 6111,06 𝑘𝑁. 𝑐𝑚

𝑀 , ≅ 61,11 𝑘𝑁. 𝑚

2.4.7 Situações de Projeto e de Cálculo

Após determinação de todas as excentricidades a serem consideradas, para o


problema proposto, pode se fazer um resumo, que pode ser visto nas Figura 14, Figura
15 e Figura 16, a respeito dos momentos fletores aplicados, das excentricidades de
extremidade e de seção intermediaria no pilar 22 respectivamente, considerando as
situações de projeto e de cálculo, para assim definir a pior situação para
dimensionamento da armadura longitudinal desse pilar.

Figura 14 – Análise dos Momentos Fletores Atuantes

Fonte: Produção Própria (2020).


20

Figura 15 – Análise das Situações de Projeto e de Cálculo nas Extremidades (Topo e Base).

Fonte: Produção Própria (2020).

Figura 16 – Análise das Situações de Projeto e de Cálculo na Seção Intermediaria.

Fonte: Produção Própria (2020).

Desta forma percebe-se que a situação de cálculo que irá definir o


dimensionamento da armadura longitudinal a ser posta no pilar é a situação de cálculo
número 02 de seção intermediaria, já que possui a maior excentricidade e localiza-se
no eixo de menor inércia da seção do pilar, o eixo x.
21

3.0 DIMENSIONAMENTO

3.1 ARMADURA LONGITUDINAL

Para o dimensionamento da armadura longitudinal serão utilizados os ábacos


de VENTURINI (1987) para flexão reta, a partir da obtenção dos seguintes
parâmetros:

𝑁
(1) 𝑣 =
𝐴 ∗𝑓

𝑀 ,
(2) 𝜇 =
ℎ , ∗𝐴 ∗𝑓

𝑑 ,
(3)
ℎ ,

𝜔∗𝐴 ∗𝑓
(4) 𝐴 =
𝑓

A área de aço encontrada, a partir dos ábacos para se considerada, deve ser
maior que a mínima imposta pela NBR 6118:2014, calculada abaixo, considerando-se
que será utilizado aço CA-50:

0,15 ∗ 𝑁 0,15 ∗ 1735,92


𝐴 , = =
𝑓 50
1,15

𝐴 , = 5,99 𝑐𝑚²

A NBR 6118:2014 também define um diâmetro de barra mínimo igual a:

≥ 10 𝑚𝑚
𝜙 = 𝐵
≤ → 𝐵 é 𝑎 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟
8

Logo para o pilar 22 em questão, o menor diâmetro da barra de aço é igual a


10 mm e maior possível de 25 mm.
22

3.1.1 Direção X.

Logo prossegue-se os cálculos utilizando-se um concreto C25, na direção x:

 Determinando v:

1735,92
𝑣= = 0,88
2,5
20 ∗ 55 ∗ 1,4

 Determinando 𝜇 :

𝑀 , , 6111
𝜇 = =
ℎ ∗𝐴 ∗𝑓 2,5
20 ∗ (20 ∗ 55) ∗ 1,4

𝜇 = 0,156

 Determinando d/h, considerando-se um valor de “d” igual a 4 cm, já que


será utilizado em projeto um cobrimento mínimo de 3 cm e 0,5 cm de
espessura do estribo e 0,5 cm da espessura da barra de aço a ser
utilizado:

𝑑 4
= = 0,20
ℎ 20

Assim para esta direção será utilizado o Ábaco A-4, visto na Figura 17.
23

Figura 17 – Ábaco A-4 para Flexão reta

Fonte: VENTURINI, RODRIGUES (1987)

Assim é encontrado graficamente um valor de 𝜔 igual a 0,62, de forma que em


sequência pode se determinar a área de aço necessária, sendo o aço considerado da
classe CA-50.

2,5
𝜔∗𝐴 ∗𝑓 0,62 ∗ 20 ∗ 55 ∗ 1,4
𝐴 = =
𝑓 50
1,15

𝐴 = 28,01 𝑐𝑚 > 𝐴 ,
24

Logo será necessário de 28,01 cm² de aço CA-50, a serem postos na direção
considerada, o que significa a utilização de 14 barras de aço de 16 cm de diâmetro,
que oferece uma área de aço igual 28,14 cm², capaz de suprir os 28,01 cm²
necessários.

A taxa de armadura é determinada a seguir:

𝐴 28,14
𝜌= ∗ 100 = ∗ 100
𝐴 20 ∗ 55

𝜌 = 2,56 %

Logo foi encontrada uma taxa de armadura igual a 2,56%, sendo esta aceitável,
já que o limite a ser empregado é de 4% segundo a NBR 6118:2014.

3.1.2 Direção y

Logo prossegue-se os cálculos utilizando-se um concreto C25, na direção y:

 Determinando v:

1735,92
𝑣= = 0,88
2,5
20 ∗ 55 ∗ 1,4

 Determinando 𝜇 :

𝑀 , , 5468
𝜇 = =
ℎ ∗𝐴 ∗𝑓 2,5
55 ∗ (20 ∗ 55) ∗ 1,4

𝜇 = 0,051

 Determinando d/h, considerando-se um valor de “d” igual a 4 cm, já que


será utilizado em projeto um cobrimento mínimo de 3 cm e 0,5 cm de
espessura do estribo e 0,5 cm da espessura da barra de aço a ser
utilizado:

𝑑 4
= = 0,0727 ≅ 0,05
ℎ 55

Assim para esta direção será utilizado o Ábaco A-24, visto na Figura 18.
25

Figura 18 – Ábaco A-24 para Flexão reta

Fonte: VENTURINI, RODRIGUES (1987)

Assim é encontrado graficamente um valor de 𝜔 igual a 0,18, de forma que em


sequência pode se determinar a área de aço necessária, sendo o aço considerado da
classe CA-50.

2,5
𝜔∗𝐴 ∗𝑓 0,18 ∗ 20 ∗ 55 ∗ 1,4
𝐴 = =
𝑓 50
1,15

𝐴 = 8,13 𝑐𝑚 > 𝐴 ,
26

Logo será necessário de 8,13 cm² de aço CA-50, a serem postos na direção
considerada, de forma que como será considerada a utilização de 14 barras de Ø16
mm, sabe-se que 4 destas no mínimo serão postas no topo e base da seção do pilar,
cobrindo a direção considerada no Ábaco A-24 e acatando o mínimo de barras nos
vértices especificado em norma para seções retangulares, onde essas 4 barras
possuem uma área de aço de 8,04 cm², o que necessitaria adição de mais um barra
na direção, porém tal adição ofereceria uma área de aço relativamente maior que a
necessária, tornando o projeto mais oneroso, desta forma será adotado, somente as
4 barras de aço já consideradas, pois a área de aço destas é bem próxima da
necessária.

3.1.3 Comprimento de Ancoragem por Traspasse

Considerando-se que as barras longitudinais estarão sendo comprimidas o


dimensionamento do comprimento de ancoragem por traspasse é definido no item
9.5.2.3 da NBR 6118:2014 que define, quando as barras estiverem comprimidas,
adotar a seguinte expressão para cálculo do comprimento:

𝑙 =𝑙 , ≥𝑙 ,

Onde, 𝑙 , é o maior valor entre 0,6 ∗ 𝑙 ,15 φ e 200 mm.

Considerando-se que peças comprimidas, situam-se em regiões de boa


aderência, e utilizando-se um concreto C25 e barras de aço CA-50 de 12,5 mm de
diâmetro, necessita-se de um 𝑙 = 47 φ, igual a 75,2 cm.

 Determinando 𝑙 , :
0,6 ∗ 𝑙 0,6 ∗ 75,2 = 45,12 𝑐𝑚
𝑙 , ≥ 15∅ → 𝑙 , ≥ 15∅ = 15 ∗ 16 = 240 𝑚𝑚
200 𝑚𝑚 200 𝑚𝑚
𝑙 , = 45,12 𝑐𝑚 ≅ 50 𝑐𝑚
Logo será adotado um comprimento de ancoragem igual a 50 cm nas barras
longitudinais.
27

3.2 ARMADURA TRANSVERSAL

“A armadura transversal de pilares, constituída por estribos e, quando for o


caso, por grampos suplementares, deve ser colocada em toda a altura do pilar, sendo
obrigatória sua colocação na região de cruzamento com vigas e lajes, (NBR
6118,18.4.3).

Para o dimensionamento da armadura transversal a NBR 6118:2014


descrimina dois métodos, um definido na seção 17.4.1.1.1 e o outro na seção 18.4.2.2
onde a utilização de cada um é condicionada na seção 17.4.1.1.2 item c), que pode
ser visto na Figura 19.

Figura 19 – Seção 17.4.1.1.2, item c) da NBR 6118:2014

Fonte: ABNT (2014)

Assim devemos primariamente verificar se 𝑉 < 𝑉.

 Determinando 𝑉 : Para determinação do cortante de projeto, vai ser


feita a transformação do gráfico triangular de momento fletor de projeto
visto na Figura 14, com momento máximo de 27,95 kN.m em um gráfico
de esforço cortante retangular, onde o valor do cortante é constante ao
longo de todo comprimento do pilar:
𝐴 = 2∗𝑀

𝐴 = 55,90 𝑘𝑁. 𝑚
𝐴 = 𝑉 ∗𝐿 →𝐿 = 2,80 𝑚
55,90 = 𝑉 ∗ 2,80
𝑉 = 19,96 𝑘𝑁 = 1996 𝑘𝑔𝑓
 Determinando 𝑉 : Para determinação de 𝑉 , será utilizado a metodologia
prevista na NBR 6118:2014 seção 17.4.2.2:
28

𝑀
𝑉 =𝑉 ∗ 1+
𝑀 ,

𝑉 = 0,6 ∗ 𝑓 ∗𝑏 ∗𝑑
/
𝑓
𝑉 = 0,6 ∗ 0,21 ∗ ∗𝑏 ∗𝑑
𝛾
25 /
𝑉 = 0,6 ∗ 0,21 ∗ ∗ 20 ∗ 51
1,4
𝑉 = 7833,6 𝑘𝑔𝑓
Logo sendo 𝑉 < 𝑉 , consequentemente 𝑉 será menor que 𝑉 , desta forma
o dimensionamento da armadura transversal será determinado pelos critérios de
armadura mínima previstos na seção 18.4.2.2. que define que o diâmetro dos estribos
em pilares deve obedecer a:

5 𝑚𝑚
𝜙 ≥ 𝜙 𝜙
𝑜𝑢
4 4

E em relação a espaçamento entre os estribos a NBR 6118:2014, deve ser


dimensionado de forma correta, para se garantir o posicionamento do pilar, a
flambagem das barra longitudinais e garantir que haja a costura das emedas das
barras longitudinais nos pilares, de forma que este é definido sobre seguinte relação:

20 𝑐𝑚
𝑆 ≤ 𝑏 (𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟)
12 𝜙 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐶𝐴 − 50 𝑒 𝐶𝐴 − 60

Assim segue-se tal dimensionamento:

 Bitola:
5 𝑚𝑚;
𝜙 ≥ 𝜙 𝜙 16
𝑜𝑢 = = 4,0 𝑚𝑚
4 4 4

 Espaçamento entre estribos:


20 𝑐𝑚; 20 𝑐𝑚
𝑆 ≤ 𝑏 (𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟); → 𝑆 ≤ 20 𝑐𝑚
12 𝜙 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐶𝐴 − 50 𝑒 𝐶𝐴 − 60 12 ∗ 1,6 = 19,2 𝑐𝑚
29

Logo será utilizado como armadura transversal estribos de Ø5.0 mm,


espaçados a no mínimo cada 19 cm.

3.2.1 Proteção Contra Flambagem das Barras Longitudinais

No item 18.2.4 da NBR 6118:2014 encontra-se: “Sempre que houver possibilidade de


flambagem das barras da armadura, situadas junto à superfície do elemento estrutural, devem
ser tomadas precauções para evitá-la. Os estribos poligonais garantem contra a flambagem
as barras longitudinais situadas em seus cantos e as por eles abrangidas, situadas no máximo
à distância 20t do canto, se nesse trecho de comprimento 20t não houver mais de duas
barras, não contando a de canto. Quando houver mais de duas barras nesse trecho ou barra
fora dele, deve haver estribos suplementares. Se o estribo suplementar for constituído por
uma barra reta, terminada em ganchos (90° a 180°), ele deve atravessar a seção do elemento
estrutural, e os seus ganchos devem envolver a barra longitudinal.” Tal descrição pode ser
vista na Figura 20.

Fonte: ABNT (2014)

Fonte: ABNT (2014)

Logo somente será necessário a colocação de estribos suplementares, na


região após a distância 20𝜙 , igual a 10 cm do início do estribo primário considerado, nas
duas extremidades da seção do pilar
1

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de


estruturas de concreto —Procedimento. Rio de Janeiro, p. 256. 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: Ações para o


cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro, p. 66. 2019.

VENTURINI, Wilson Sergio; RODRIGUES, Rogerio de Oliveira. Dimensionamento


de Peças Retangulares De Concreto Armado Submetidos à Flexão. São Carlos:
[s. n.], 1987. 133 p

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