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RESGATE

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RESGATE

Prevenção e Combate a Incêndio

1. Teoria do Fogo

No início, o homem primitivo, ao contemplar os vulcões e os incêndios, provocados


por raio ou combustão espontânea nas florestas, fugia por desconhecer o fogo.

Mais tarde, o homem conseguiu usar o fogo para cozinhar seus alimentos, aquecê-
los nos dias de frios, afugentar as feras com o uso da fogueira, fazer suas
ferramentas e armas, para destruir seus inimigos.

Hoje, o homem não precisa mais fugir, pois conhece o fogo como um fenômeno
químico, a partir disso, sabe como lutar contra ele através de métodos e
equipamentos adequados, como também, defini-lo.

Fogo é uma reação química denominada combustão que produz calor ou calor e
luz.

2. Combustível

É qualquer substância, material ou produto que se utiliza para alimentar ou produzir


fogo. Os combustíveis são encontrados nos três estados físicos da matéria:

Sólidos

Líquidos

Gasosos

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RESGATE

3. Comburente

O oxigênio que está presente no ar que respiramos, é um comburente, sendo um


elemento que dá vida e intensidade ao fogo. Existe no ar cerca de 21 % de
oxigênio. Para sustentar a combustão são necessários, apenas, 16% de oxigênio.
Portanto, se reduzimos o oxigênio do ar, em locais onde houver chamas, a menos
de 16%, o fogo se extinguirá.
4. Calor

Calor é o elemento que provoca, nos combustíveis, a liberação de vapores que, em


contato com oxigênio, dá início ao fogo. Vale ressaltar, porém, que para o início da
combustão, além desses três elementos há a necessidade de que as condições em
que eles se apresentam sejam propícias para o início do fogo.

Condições propícias ou reação em cadeia - é o mais novo elemento essencial do


fogo considerados pelos estudiosos, que vem transformar o antigo princípio de
triângulo numa pirâmide, apresentando um conceito mais realístico da extinção de
incêndio.

O Tetraedro do Fogo - A pirâmide possui quatro


lados ou faces, uma para cada um dos elementos
essenciais ao fogo.

1 - Combustível
2 - Comburente ( oxigênio )
3 - Calor
4- Condições Propícias ou Reação em Cadeia

5. Características físicas e químicas dos elementos do fogo

Como você acabou de ver no exemplo anterior, dependendo da temperatura e do


tempo a que esteja submetido um material, ele liberará maior ou menor quantidade
de vapores que darão ou não, início ao fogo. Estudando esse fenômeno, a ciência
descobriu e estabeleceu três características essenciais ao fogo.
 Ponto de Fulgor;
 Ponto de Combustão;
 Ponto de Ignição.

5.1. Ponto de Fulgor - É a temperatura mínima na qual os materiais combustíveis


começam a desprender vapores que se incendeiam em contato com uma fonte
externa de calor. Entretanto, a chama não se mantém acesa, devido à insuficiência
de quantidade de vapores.

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RESGATE

Liberação de vapores Fonte externa de calor Vapores insuficientes

5.2. Ponto de Combustão - É a temperatura mínima na qual os gases desprendidos dos corpos
combustíveis, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, entram em
combustão e continuam a queimar.

Liberação de vapores Fonte externa de calor combustão

5.3. Ponto de Ignição - É a temperatura mínima na qual os gases desprendidos dos combustíveis,
entram em combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer
fonte de calor. Uma substância só queima quando atinge pelo menos o ponto de combustão.
Quando ela alcança o ponto de ignição a sua temperatura é bastante para que seus gases
entrem em contato com o oxigênio para pegar fogo, não havendo necessidade de chama ou
outra fonte de calor para provocar as chamas.

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RESGATE

Liberação de vapores – Ignição

6. Início ou Propagação de Incêndio

Para evitarmos o início ou propagação de incêndio é necessário que conheçamos


as formas pelas quais o calor passa de um corpo para outro, gerando,
consequentemente, combustão em cadeia. O calor em um incêndio propaga-se de
três formas:

 por condução
 por convecção
 por irradiação

Condução - É a transmissão de calor que se propaga


de um corpo para outro por contato direto ou através
de um meio condutor de calor.

Convecção - A convecção ocorre pela formação de


correntes de ar quente circulantes. Essa circulação da
massa gasosa deve-se ao fato de que o ar quente tem
uma menor densidade.

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Irradiação

É a transmissão de calor por meio


de ondas e raios, não
necessitando que a fonte de calor
e o corpo estejam juntos. Exemplo:
incêndio em florestas provocado
pelo calor do sol.

Classificação de Incêndio - É preciso conhecer e identificar bem o princípio de incêndio


que se vai combater. para escolher o equipamento correto. Um erro na escolha do
extintor pode tornar inútil o esforço de combater as chamas ou pode piorar a situação,
aumentando o fogo ou criando novas causas, como por exemplo: os curtos-circuitos.

7. Classes de incêndio

Os incêndios são classificados em cinco classes:

Classe A - São os incêndios em materiais fibrosos e


sólidos que deixam cinzas como resíduo. São os
incêndios mais comuns (madeiras, papel, estopas, lixo,
borracha, ).

Classe B - São incêndios com líquidos inflamáveis, que ao


queimarem não deixam resíduos e sua queima só ocorre na
superfície. Exemplo: gasolina, tinta, thiner e combustíveis.

ALCOO Classe C - São incêndios em equipamentos


L
elétricos energizados, tais como máquinas,
motores, painéis elétricos.

Classe D - São incêndios em metais pirofóricos, tais como


magnésio, potássio, alumínio, zircônio, titânio.

Classe E - São incêndios em usinas nucleares ( ainda em estudos para oficialização ) .

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Métodos de Extinção de Incêndio - como já foi visto, para haver fogo é preciso, no
mínimo, a união do combustível, comburente ( oxigênio ), calor e condições
propícias. A extinção de um incêndio se faz portanto, pela eliminação de um desses
elementos. Por isso, os processos de extinção baseiam-se em três métodos
básicos:

 Isolamento.
 Resfriamento.
 Abafamento.
 Interrupção da Reação em Cadeia.
C
O C
M O
B M
Isolamento - consiste em retirar o material que não está US B
TÍ U
queimando e isolá-lo até que o fogo seja extinto não permitindo VE RE
NT
sua expansão a outros corpos. L
E
CALOR

C
O C
M O Resfriamento - Consiste em retirar o calor do material que está
M
B
US B queimando. O agente mais comum para o resfriamento é a água.
TÍ U
VE RE
L NT
E
CALOR

C
O C
M O
M
Abafamento - consiste em diminuir ou eliminar o oxigênio que B
US B
alimenta o fogo. É o método de extinção, mais difícil, TÍ U
VE RE
pois somente os pequenos incêndios podem ser L NT
E
abafados. CALOR

Para incêndios de maiores proporções são necessários aparelhamentos e produtos


específicos para conseguir o abafamento. Os agentes mais comuns para esse tipo
de abafamento são: gás carbônico e a espuma. Estes elementos extinguem o fogo
através do abafamento se forem empregados como cobertura em cima da
superfície do material inflamado.
8. Equipamentos de Combate à
Incêndio

Para cada tipo de incêndio


existe um tipo de equipamento INCÊNDIO
adequado para seu combate. A
utilização inadequada do
agente extintor poderá agravar
o controle do incêndio,
colocando em perigo a vida de
quem esteja manuseando o
equipamento ou mesmo de
terceiros. HIDRANTE DE PAREDE HIDRANTE DE COLUNA

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Os equipamentos de combate à incêndio mais utilizados são:
 Rede de Hidrantes;
 Mangueiras;
 Esguichos;
 Extintores;
 Chuveiros Automáticos.

Rede de Hidrantes
É o conjunto de tubulações, bombas, válvulas e hidrantes, instalados em edifícios
residenciais, estabelecimentos comerciais e industriais, com a finalidade de conduzir
a água, sob pressão, de um reservatório às diversas dependências desses
estabelecimentos, para uso em caso de incêndio. Nos edifícios, em cada andar,
existe uma caixa de incêndio com um hidrante de parede. Nos estabelecimentos
comerciais, indústrias ou de prestação de serviços, além dos hidrantes de parede,
são instalados, nas áreas externas, hidrantes de coluna.

Mangueiras de incêndio
São condutos flexíveis usados para
transportar água sob pressão do
hidrante até o local onde deve ser
extinto o incêndio.

Esguicho
São aparelhos colocados nas extremidades da mangueira de incêndio, destinados a
dar diversas formas, direções e velocidade ao jato d'água. Existem vários tipos de
esguichos, citamos:
Esguicho Universal
É um aparelho composto de uma válvula interna comandada externamente por uma
alavanca que permite três posições distintas.

 Fechada;
 Jato Compacto;
 Neblina ou Alta Velocidade
Extintores
São equipamentos destinados ao combate imediato e rápido de
pequenos focos de incêndio. Por isso não devem ser considerados
como substitutos de sistemas de extinção mais complexos, mas sim
como equipamentos adicionais. Os extintores podem ser portáteis
ou sobre rodas. De modo geral, são denominados de acordo com o
agente extintor contido em seu interior.

Extintor de Água
O agente extintor é a água. Comercialmente esse extintor é
apresentado em dois tipos:
 Pressurizado ( pressão permanente );
 A pressurizar ( pressão injetada ).

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O tipo pressurizado contém água sob pressão. O gás que impulsiona a água
geralmente é gás carbônico ou nitrogênio. Existem alguns a ar. No tipo à pressurizar
a água é injetada por uma ampola de gás (externa) que é acionada no momento em
que se vai utilizar o extintor.

Extintor de Gás Carbônico ( CO2)


Esse tipo de extintor contém, no seu
interior, gás carbônico liqüefeito
pressurizado. Quando o extintor é
acionado, o gás carbônico forma uma
nuvem que abafa e resfria. Como ele é
mais pesado, empurra o ar e ocupa seu
lugar, reduzindo o índice de oxigênio da
combustão e, conseqüentemente, elimina
o fogo.
O extintor de gás carbônico é indicado
para extinção de incêndios de classe B
líquidos inflamáveis ) e C ( equipamentos elétricos ).
Não usar em partes expostas de pessoas, pois devido a sua baixa temperatura (- 70
ºC), causa lesões na pele. Retirar as pessoas de ambientes fechados antes de usar
esse tipo de extintor.
Obs.: Não usá-lo em instalações com tensão acima de 1 kV.
Extintor de Pó Químico Seco – BC
Neste tipo de equipamento o agente extintor pode ser Bicarbonato de Sódio,
Bicarbonato de Potássio ou Cloreto de Potássio, que recebem um tratamento para
torná-los não absorventes de unidade.
O agente propulsor nos extintores com
ampola externa é o Gás Carbônico, e
Nitrogênio para os tipos pressurizados
internamente e os sobre-rodas. Esse tipo de
extintor é indicado para extinção de
incêndios de classe B (líquidos inflamáveis)
e C (equipamentos elétricos energizados). O
Pó Químico não conduz eletricidade,
entretanto, não é recomendado o seu uso
onde haja circuitos com componentes eletrônicos, para não os danificar.
Extinção química
Os três processos de extinção até aqui vistos, bem como a representação simbólica
do fogo por triângulo equilátero, constituem a base fundamental para o estudo da
prevenção de incêndio. Todavia, estudos mais avançados concluíram que numa
combustão sempre ocorre a liberação de radicais livres cuja quantidade vai se
tornando cada vez maior, na medida em que ditos radicais propiciam a
transformação da energia química em energia calorífica, decompondo com isso as
moléculas ainda intactas e estabelecendo assim uma reação em cadeia, que
estimula a propagação do fogo. Ora no momento em que a cadeia de reação que se
forma durante a combustão é interrompida, certamente o fogo se extinguirá. A este

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RESGATEdenomina-se “extinção química”, o qual deu lugar a novas formas de
processo
representação simbólica do fogo além do tradicional triângulo equilátero, tendo em
vista o acréscimo de mais um elemento considerado essencial que é a “reação em
cadeia”.
Alguns técnicos fazem esta representação por um quadrado, outros por uma
pirâmide como a seguir se demonstra:

Reação em cadeia

Calor Oxigênio oxigênio calor

combustível
Combustível reação em cadeia

CLASSES E ELEMENTOS EXTINTORES

Classe Critério para classificação Exemplos Elemento Extintor

A Materiais que queimam em superfície e Couro, madeira, Água


profundidade, deixando apenas resíduos.
Pano, papel, (preferencialmente)
borracha, plástico,
Espuma
etc.

B Materiais como os líquidos inflamáveis que Tintas, vernizes, Espuma


queimam apenas na superfície e não deixam
Cera, solvente, Pó químico
resíduos.
gasolina, óleo,
Gás Carbônico (Co2)
querosene, etc.

C Equipamento elétricos energizados, os quais Geradores, Pó químico


Exigem um elemento extintor não condutor de Transformadores, Gás Carbônico (Co2)
eletricidade.
Máquinas,
Instalações, etc.

D Materiais que requer técnicas especiais para o seu Sódio, potássio, Grafite em pó,
combate a exemplo dos materiais pirofóricos. magnésio, cálcio,
Areia seca,
alumínio em pó, etc.
Limalha de ferro,
fundido

Bibliografia

 Iida,I. [1990]. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo, Edgard Blucher. 465p.

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 Grandjean,E. [1998]. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. 4.
RESGATE
Ed. Porto Alegre.Bookman.338p.
 Soares, M. M. e Martins, L. B. [2001] Metodologia do Trabalho Científico.
Apostilha do Curso de Especialização em Ergonomia. Recife, UFPE.
 Soares, M. M. [2001] Antropometria. Apostila do Curso de Especialização em
Ergonomia. Recife. UFPE.
 Os Perigos da Eletricidade. Aelfo Marques Luna. CHESF, Recife, 1990.
 NB 3 – Instalações Elétrica de Baixa Tensão. ABNT, Rio de Janeiro, 1990.
 NBR 5419 – Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas. ABNT, Rio
de Janeiro, 1993.

SUPORTE BÁSICO DE VIDA

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RESGATE
CONCEITO:

 São ações iniciais aplicadas a vítimas ou doenças, no local onde ocorreram ou se


manifestaram, que têm por finalidade manter a vida, reduzir e não provocar agravo das lesões
já existentes, até a chegada do pessoal especializado.

Introdução :

 Um número elevado de cidadãos falece nas vias públicas, residências e locais de


trabalho;
 Um número significativo destas vidas poderia ser salvo e suas seqüelas
amenizadas com a instituição rápida de Primeiros Socorros ( SBV);
 Desenvolver uma mentalidade voltada para educação da população em geral em
Prevenção de Acidentes e em Técnicas Modernas e atualizadas de Suporte Básico
de Vida é nosso objetivo;
 Seja bem-vindo.

Objetivo :
 Levar o aluno a prevenir acidentes e prestar cuidados de emergência;
 Reduzir o risco das causas mais comuns de lesões e morte;
 Desenvolver as habilidades para realizar as avaliações; primária e secundária e agir
conforme o novo protocolo (American Heart Association - AHA);
 Utilizar equipamentos para as emergências médicas, e o improvisando quando possível.

Regras Básicas do SBV :


 Conheça o Sistema de Atendimento Pré-Hospitalar responsável pela área de seu
trabalho e residência;
 Aprenda a reconhecer quando a emergência existe;
 Ao ter conhecimento de uma emergência, vá rapidamente ao local;
 Caso você seja o indivíduo com maior treinamento assuma a responsabilidade até a
chegada de equipe especializada ;
 Disponha de um Kit de Primeiros Socorros;
 Faça treinamentos regulares para aumentar seus conhecimentos e confiança. Renove
no mínimo a cada 2 anos.

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

 Avaliar consciência

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 Duração máxima de 10 S
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Caso inconsciente, solicite ajuda (192 ou 193)

 A Vias Aéreas
 B Boa respiração
 D Desfibrilação (DEA)

A - ABRIR VIAS AÉREAS :


 Verificar a Cavidade Oral
 Abertura das Vias Aéreas.

OBS : Em pacientes inconscientes, o comprometimento das vias aéreas se faz presente à custa de
queda
da língua, presença de corpos estranhos, restos alimentares, sangue, hematomas.

B – BOA RESPIRAÇÃO
 Ver, ouvir, sentir
 Ver – movimentos respiratórios
 Ouvir – a expiração
 Sentir – o ar sendo exalado

No máximo por 10 segundos


 2 insuflações de resgate (se Respiração ausente)

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
 Exame Físico
 Inspeção, palpação são realizadas cuidadosamente em cada segmento corporal.
 Inclui:
 Cabeça , Pescoço e Coluna Cervical
 Tórax e Abdômen
 6. Sistema Musculoesquelético
 7. Sistema Neurológico
 A – Alerta?
 V- Voz- Responde?
 D- Dor – Responde somente a dor
 I - Irresponsivo

HEMORRAGIAS
Conceito : É a perda de sangue provocada pelo rompimento de um ou mais vasos
sangüíneos.
A hemorragia pode ser externa, que se exteriorizam logo após a ocorrência e
internas, que não se exteriorizam.

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Tipos de Hemorragia:
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 1. Arterial- Ocasionada pela ruptura de uma artéria. O sangue é vermelho vivo
brilhante e sai em jato intermitente.
 2. Venosa - Ocasionada pela ruptura de uma veia. O sangue é vermelho escuro e
sai da ferida em fluxo contínuo, escorrendo.
 3. Capilar - Ocasionada pela ruptura de capilares e o sangue sai em fluxo suave.

Sinais e Sintomas: Pulso rápido e fraco, pele acizentada na face e esbranquiçada nas
extremidades, sudorese, queda de pressão arterial, perda gradual da consciência,
enchimento capilar lentificado,náuseas, vômitos e inquietação.
Suporte Básico de Vida : Avaliação Primária.
Hemorragia Externa: Hemostasia ou Estancamento
1. Compressão Direta
2. Elevar os membros
3. Curativo Compressivo
4. Ponto de Pressão
Hemorragia Interna: Primeiros Socorros para o estado de choque.

PRESSÃO DIRETA:
Pressão exercida com as mãos
(socorrista devidamente paramentado)
fazendo uso de gaze, compressa,
bandagens, sobre o local sangrante;

CURATIVO COMPRESSIVO:
Curativo realizado sobre o local o ferimento,
incorporando-se mais gazes quando as primeiras
camadas estiverem umedecidas de sangue,
utilizando ataduras de crepe que, sob tensão,
deverão manter compressão na lesão,
sem contudo comprometer a perfusão capilar periférica.

ELEVAÇÃO DO MEMBRO:
Auxilia o controle do sangramento no(s) membro(s)
superior(es) e/ou inferior(es), à medida que,

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sobRESGATE
a ação da gravidade, o sangue terá
dificuldade de se exteriorizar, diminuindo a hemorragia

PRESSÃO INDIRETA:
Também denominado de ponto de pressão,
visa reduzir a luz da artéria que nutre o ferimento,
sem contudo oclui-la, diminuindo o fluxo sangüíneo sem,
todavia, impedir suprimento de sangue à extremidade;

Femoral
TORNIQUETE:

O torniquete não é recomendado para uso em geral, somente em casos específicos


torna-se “aceitável”;
 Como exemplo pode-se citar ataques de tubarão: grandes hemorragias onde
as técnicas de curativo compressivo, elevação do membro e pressão
indireta, utilizadas ao mesmo tempo, não conseguirem reduzir
significativamente o sangramento incorrendo em risco de morte;

 O torniquete deve ser considerado o último recurso pois, causará sérios


danos à vítima;
 O torniquete quando aplicado impede perfusão tecidual periférica do
membro afetado, o que pode inviabilizar o re-implante do membro
amputado;

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
Parada cardíaca é a cessação súbita da atividade ventricular cardíaca e circulação sistêmica.
Antecedendo a PC ou imediatamente após sua ocorrência, interrompe-se a atividade
respiratória, definindo-se esta situação como parada cardiorrespiratória.

OBS : A ausência de pulso carotídeo palpável é indicativo de parada cardíaca nos adultos.

 A massagem cardíaca eficiente deve ser realizada com a vítima posicionada em


decúbito dorsal, sobre uma superfície plana e rígida.

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RESGATE
 Para produzir uma circulação artificial adequada realizam-se compressões e
descompressões ritmadas, no terço inferior do esterno, dois dedos acima do apêndice
xifóide.

 É bom lembrar que condutas isoladas não promovem perfusão encefálica eficaz,
portanto, para haja oxigenação cerebral adequada, deve ser realizada ventilação e
compressões cardíacas externas de maneira sincronizada

 Após ter efetuado 30 compressões efetuar 2 insuflações, cada uma com duração de 2
segundos e com 2 segundos de intervalo para a EXPIRAÇÃO PASSIVA , num total de 6
segundos.

OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS

Conceito: Obstrução mecânica das vias aéreas e conseqüente parada respiratória


Causas: Corpos estranhos, secreções, vômitos, queda da língua, traumatismos,
submersão, soterramento, choque elétrico, envenenamento
 Não tratáveis; reação alérgicas graves com edema de glote e infecções do trato
superior com edema
Sinais e Sintomas : Sinal Universal de Asfixia, agitação, cianose, inconsciência, parada
respiratória, parada cardíaca.
Suporte Básico de Vida : Avaliação Primária e Desobstrução das vias aéreas superiores

ASFIXIA

Se a vítima puder falar, respirar ou tossir, não interfira.


Estando a vítima sem fala, respiração ou tosse ineficaz,
realize a MANOBRA DE HEIMLICH.

 Repita a manobra até que as vias aéreas estejam


 desobstruídas ou o paciente perca a consciência.
 Caso a vítima torne-se inconsciente, coloque-a no chão e faça as compressões do
RCP, buscas as cegas com os dedos não devem ser realizadas.

FRATURAS

Conceito: Solução de Continuidade de um osso, com comprometimento dos tecidos


adjacentes.

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Classificação Geral
RESGATE
 Fechada: A pele sobre o osso está intacta
 Abertas: Há a solução de continuidade da pele, colocando superfícies fraturadas
em comunicação com o meio exterior.
Sinais e Sintomas: Dor, incapacidade funcional, deformação, crepitação e mobilidade
anormal.

Suporte Básico de Vida:


 Avaliação Primária ;
 Não permita que a vitima se movimente;
 Cobrir lesões abertas com pano limpo ou curativo estéril;
 Alinhar as extremidades na posição anatômica natural,
 caso não haja resistência;
 Imobilizar as articulações acima e abaixo da lesão;
 Não reduzir fraturas;
 Aplicar gelo.

LUXAÇÃO E DISTENSÃO

Conceito:
 Luxação;Separação das superfícies articulares entre dois ossos.
 Distensão; Lesões aos músculos e aos seus tendões, geralmente
causadas por hiperextensão ou contrações violentas
Sinais e Sintomas: Dor intensa, impotência funcional, deformidade, edema
progressivo.
Suporte Básico de Vida: Imobilização da parte afetada com material adequado.
Aplicação de bolsa de gelo imediatamente após a lesão é altamente recomendável.
Encaminhe a seguir para avaliação médica.

TRAUMA TORÁCICO

Conceito: lesões decorrentes de um agente traumático.


Podem ser penetrantes ou fechadas.
Sinais e Sintomas: Específicos; insuficiência respiratória,
deformidades, cianose, inquietação, pulso rápido e fraco,

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hipotensão, ferida aberta no tórax.
RESGATE
Suporte Básico de Vida: Avaliação Primária, controlar a hemorragia e o choque,
curativo de 3 pontas, não remova objetos, não de água.
Encaminhe para avaliação médica urgente.

TRAUMA ABDOMINAL

Conceito: São lesões abdominais resultantes da ação de um agente traumático.


Classificação : Abertos - Quando a lesão provoca solução de continuidade da pele e
outras estruturas da parede abdominal, com ou sem lesão visceral.
Tipos: Podem ser não penetrantes, quando o ferimento não atinge o peritônio e
penetrantes quando atinge a cavidade abdominal.
Sinais e Sintomas: Os Feridas abdominais não penetrantes apresentam sinais e
sintomas mais localizados. O quadro clínico de um ferimento perfurante varia de
acordo com a extensão e órgãos afetados.
Suporte Básico de Vida:
 Avaliação Primária
 Vítima deitada, pernas flexionadas
 Cobrir os órgãos expostos com compressas
 embebidas em soro fisiológico para impedir o ressecamento.
 Não reintroduzir órgãos
 Não remover objetos empalados
 Não fornecer líquidos ou alimentos
 Encaminhar para o Serviço de Atendimento Pré Hospitalar.

DOENÇAS CARDIOVASCULARES
As mortes por doenças cardiovasculares continuam sendo um problema de saúde
pública sem solução. Mais de 500.000 pessoas morrem no Brasil de doenças
cardiovasculares, vários fatores foram identificados como risco para doenças
cardiovasculares, e entre eles podemos citar : o stress, tabagismo, hipertensão,
sedentarismo, colesterol, alimentação, obesidade, diabetes.

ANGINA

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Conceito: Dor no tórax por oxigenação inadequada da musculatura cardíaca, causada
RESGATE
pelo estreitamento das artérias coronárias.

Sinais e Sintomas: Melhoram com repouso, sudorese, palidez ou cianose, dor aguda,
inquietação, tonteira, náuseas, vômitos.

Suporte Básico de Vida : Faça a avaliação primária. Repouso em posição semideitada,


afrouxar vestimentas, remoção ao serviço médico.

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

Conceito: Fornecimento de sangue ao coração é reduzido ou interrompido, devido a uma


obstrução nas coronárias.

Sinais e Sintomas: Dor severa semelhante a Angina,não melhora com repouso,sudorese


fria, náuseas e vômitos, ansiedade, dificuldades respiratórias.

Suporte Básico de Vida: Avaliação Primária. Transporte a vítima em posição meio


sentado imediatamente para atendimento médico de emergência. Oxigênio se disponível.
Esteja atento para PCR

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

Conceito: Interrupção do fluxo sanguíneo em determinada área cerebral levando a morte


de células por falta de oxigênio. Pode ser isquêmico ou hemorrágico

Sinais e Sintomas: Podem ocorrer isolados ou em conjunto: fraqueza na face, braço ou


perna de um lado do corpo; dificuldade para falar e respirar; dificuldade de compreensão,
baixo nível de consciência, ansiedade, pupilas desiguais em tamanho, pele fria e úmida ao
tato,diminuição ou perda da visão ; tonturas, dor de cabeça.

Suporte Básico de Vida: Avaliação Primária e se necessário Suporte Básico à Vida.


Transporte a vítima com a cabeça elevada para atendimento médico de emergência.

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RESGATE

DESMAIO

Conceito: Manifestação clínica que se caracteriza por perda de consciência temporária e


de curta duração.
Causas: Hipoglicemia, ambiente abafado, certas condições psicológicas, arritmias, entre
outros
Sinais e Sintomas: Perda da consciência, relaxamento muscular, pupilas dilatadas,
palidez, pulso fraco, respiração superficial.
Suporte Básico de Vida: Posicionar o paciente em decúbito dorsal e elevar as pernas,
posicionar o paciente em posição de recuperação, afrouxar as roupas.
Encaminhar para avaliação médica.

QUEIMADURAS
Quanto à Extensão
Pequena queimadura: área queimada menor ou igual a 10% da área corporal total.
Grande queimadura: área queimada maior que 10% da área corporal total.
Determina-se a extensão da superfície corpórea queimada através do emprego da regra
dos nove.

9%

18

1%
%
18%

QUEIMADURA DE 1º GRAU

É a queimadura mais comum, deixa a pele avermelhada e


provoca ardor e ressecamento da pele não ocorre

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o aparecimento de bolhas, nem sempre é grave. Porém,
RESGATE
se ela atingir mais da metade do corpo, pode vir a tornar-se até muito grave.

Queimadura de 1º grau não muito extensa, o que fazer ?


 Oferecer água, para hidratar a vítima;
 em seguida, tentar aliviar a dor, deixando que o local da queimadura
permaneça por algum tempo em água fria ( chuveiro, torneira ) ou
aplicando compressas de água fria;
 Levar a vítima para o serviço de saúde especializado (Hospital da
Restauração).

QUEIMADURAS DE 2O GRAU
São aquelas que atingem as camadas um pouco mais profundas da pele ,
Caracterizam-se geralmente pela formação de bolhas e
desprendimento das camadas de pele,provocam dor e
ardência local. Estas queimaduras são mais graves que as
de primeiro grau porque a perda de água que elas
podem provocar eventualmente leva à desidratação.
Nesses casos, dê líquidos por via oral,
aplique compressas frias no local e providencie assistência médica imediatamente.

COMO SOCORRER VÍTIMAS DE QUEIMADURAS?

 Para tratar de queimaduras, em geral, mantenha a vítima deitada. Lave bem as


mãos antes de tratar das queimaduras, para não provocar infecções.
 corte todas as roupas que estão perto das regiões queimadas
 Não desloque ou retire a roupa que ficou sobre as queimaduras, para não
aumentar as feridas.
 Cubra as feridas com gaze ou com um pano limpo, sem apertar, umedecendo
continuamente. Não use outro tipo de material, porque pode grudar e piorar
ainda mais o estado da vítima.
 Nunca fure as bolhas nem toque na parte queimada. Isto poderá causar uma
infeção e poderá piorar o estado da vítima.
 Se a vítima estiver consciente, dê-lhe de beber bastante água (de preferência
com sal) e providencie ajuda médica.

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OBS : NÃO APLICAR NENHUMA SUBSTÂNCIA SOBRE A QUEIMADURA (como óleo,
RESGATE
manteiga, pasta de dente ou qualquer outra produto.)

QUEIMADURAS POR SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS: (TINTAS, ÁCIDOS, ETC.)

Antes de cuidar dos ferimentos, é preciso molhar todas as peças de roupa que
estejam impregnadas pela substância para removê-las sem causar maiores danos.

OBS : IMPORTANTE: Não use água em sódio, lítio, potássio na forma seca.
Depois, devemos lavar o local queimado com água em abundância, durante 10 ou 15 minutos,
para que não reste qualquer resíduo da substância química e, em seguida, proteger as feridas
com gaze ou pano limpo.
A Queimadura no olhos é um caso muito especial. A ação deve ser rápida, para evitar a perda
parcial ou total da visão. Neste caso, devemos lavar o olho da vítima com bastante água.

ELETROCUSSÃO

Conceito: Corrente elétrica pelo corpo .


A severidade do trauma depende do tipo de corrente, energia aplicada, resistência, duração do
contato e caminho percorrido
Sinais e Sintomas: Queimaduras, fraturas, Feridas, parada respiratória , parada cardio
respiratória.
Você Sabia ? Que ...

Dos acidentes ocorridos com eletricidade no Brasil :


11% são fatais;
85 % das causas são classificadas como atos inseguros;
82 % dos acidentados não tinham conhecimento sobre eletricidade;
30 % dos acidentes ocorrem nas residências.

Atue sobre as causas, não sobre as conseqüências ... !


Conseqüências do Choque Elétrico :

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 Morte;
RESGATE
 Parada Respiratária;
 Fibrilação Ventricular do coração;
 Queimaduras;
 Convulsões;
 Problemas Mentais;
 Perda de Memória;
 Problemas Renais;
 Contrações Musculares e outros.

O que Fazer ?

 Desligue a energia responsável pelo choque elétrico;


 O Suporte Básico de Vida à vítima somente poderão ser realizados, após se ter certeza
de que a energia elétrica foi desligada;
 A vítima deverá ser examinada (avaliação primária), na ausência de pulsação e
respiração, deverão ser iniciados os procedimento de RCP;
 A vítima deve ser levada ou hospital, imediatamente( durante o trajeto deverão ser
mantidos os procedimentos de RCP;
 O hospital deverá ser informado sobre a ocorrência do choque elétrico, para que
possam ser providenciados os cuidados necessários ao atendimento à vítima
(desfribrilador ventricular –DEA, oxigênio, etc).

AFOGAMENTO
Conceito: Asfixia após imersão em meio liquido.

Classificação
 Grau I – Mínima quantidade de liquido aspirado, lúcido
 Grau II – Moderada quantidade de liquido aspirado, vômitos, pequena quantidade
de espuma na boca e nariz, cianose discreta.
 Grau III – FR elevada, tosse com espuma em grande quantidade, cianose importante.
 Grau IV- Semelhante ao grau anterior com pulso radial fraco ou ausente
 Grau V – Presença de parada respiratória
 Grau VI- Parada cárdio- respiratória
Suporte Básico de Vida::
 Remova do ambiente aquático;

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RESGATE  Avaliação Primaria;
 Iniciar RCP na ausência de pulso e respiração;
 Administrar oxigênio
 Aquecer a vitima;
 Transporte a serviço medico.

PICADAS DE COBRAS
Conceito: a fauna ofídia brasileira peçonhenta é representada por quatro gêneros: Bothrops,
Crotalus, Lachesis e Micrurus.
Noventa por cento dos acidentes ofídicos brasileiros são botrópicos (jararaca, caiçara,
jararacuçu, urutu e outros).
Sinais e Sintomas: As manifestações no local da picada são evidentes e caracterizam-se por dor
imediata, edema, calor e rubor de instalação precoce nas primeiras 6 horas, bolhas, equimose,
necrose e anúria, nas 12 horas subseqüentes.
Nove por cento dos acidentes ofídicos são crotálicos ( cascavel, maracabóia, maracá)
Sinais e Sintomas: Náuseas, mal estar geral, ptose palpebral bilateral, visão dupla, perda de
coordenação ocular, paralisias de membros, insuficiência respiratória.
São poucos os acidentes laquéticos 0,6% ( Surucucu, pico de jaca e outros)
Sinais e Sintomas: As manifestações são semelhantes às do envenenamento botrópico,acrescidas
de bradicardia, diarréia, hipotensão e choque.

Os acidentes elapídicos tem baixa incidência - menos que 0,5%. (corais)


Sinais e Sintomas - Surgimento da sintomatologia é muito rápido. Ptose palpebral, paralisia da
musculatura respiratória, paralisia dos membros.
Suporte básico de Vida para Acidentes Ofídicos: Manter o paciente em repouso, controlar sinais
vitais, limpeza cuidadosa do local da picada, transporte imediato para centro de tratamento no
menor tempo possível.

Referências Bibliográficas:

Apostilas
SUDS – SDP Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde – SP
Cartilha de Ofidismo
Cobral 1998
MAST – Manobras Avançadas de Suporte Trauma, 1999
Internacional Safety Council, 1992

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RESGATE
SOUZA, José Leonardo de Paiva e Atendimento pré-hospitalar: curso básico.
Recife: Projeto Paramedic Safety School, 1998.
LOMBA, Marcos Atendimento pré-hospitalar: Primeiros Socorros.
Universal Emergency Group
SARMENTO, Marta Duarte, Manual de Primeiros Socorros 2ª Edição Revisada, Ed. 2002 – CHESF
COTRIM, Ademaro, Introdução à Segurança com Eletricidade.
Internet (Pesquisas): www.butantan.com.br

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