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Índice
Introdução 1
Conclusão 11
Referências Bibliográficas 12
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O Braille como meio de acesso à Informação e à Cultura
Introdução
De acordo com Martin & Bueno, o défice visual traduz-se numa redução da
quantidade de informação que o indivíduo recebe do meio ambiente, restringindo a
grande quantidade de informação que este oferece e que é de tanta importância para a
construcção do conhecimento sobre o mundo exterior. Consequentemente, o deficiente
visual, pode apresentar (dependendo da gravidade do défice) um conhecimento restrito
do que o rodeia.
Deste modo, a leitura e a escrita a que estamos habituados, não é viável para o
invisual. Foi a pensar nisso que foi criado o Sistema Braille, com o objectivo de permitir
aos cegos a leitura e escrita.
Com esta invenção foram abertas as portas da cultura aos cegos, abrindo-lhes
novos horizontes de ordem social, moral e espiritual.
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O Braille como meio de acesso à Informação e à Cultura
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O Braille como meio de acesso à Informação e à Cultura
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O Braille como meio de acesso à Informação e à Cultura
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O Braille como meio de acesso à Informação e à Cultura
Guerreiro (2000) acrescenta que as pessoas cegas não são em nada diferentes das
normovisuais, no que concerne à propensão para este ou para aquele domínio do
conhecimento. Todos temos necessidades e preferências culturais mais ou menos
definidas, todos precisamos de informação e de cultura para que legitimemos o nosso
sentido de vida na nossa comunidade de inserção ou de reinserção.
O autor, refere nomes como Suyin, Herskovits e Jacob para uma definição de
cultura: uma perspectiva de futuro e como factor essencial de diferenciação e
identificação na sociedade e no mundo. Todo o ser humano se realiza numa dimensão
histórica, recebendo-a de braços abertos, repensando-a ou modificando-a de acordo com
as normas do contexto social em que está inserido.
As interacções humanas, nas suas condições e consequências, são, segundo
Guerreiro (2000), geradoras de conduta humana da formação da personalidade
individual pelo que se assume numa forma embrionária (de aprendizagem) e num ajuste
individual (comportamento do indivíduo ao longo da sua existência).
A história de vida é muito importante para a formação, tendo em conta a família,
o círculo de amigos, os mass média, professores, escola, etc.
Assim, o autor refere que, a cultura é o que o indivíduo adquire ao longo do
tempo, em contacto com o meio social, e que transmite às gerações sucessivas
constituindo um elemento precioso, que permite ampliar os recursos com que a natureza
o dotou.
Outros autores como Rodrigues (1987), Eliot (1996), Bragança de Miranda
(1998), Albuquerque e Castro citados por Guerreiro (2000) também integram esta forma
de pensamento.
Para os autores supracitados, a cultura, em todas as circunstâncias e processos
comunicacionais, ajuda-nos a crescer e prepara-nos para a assimilação dos conceitos.
Promove a incursão e automatização nas nossas mentes de valores intelectuais,
comportamentos e regras de conduta cívica, social e moral, que disciplinam a nossa
interdependência e inter-relação na sociedade. Permite ainda, a afirmação da nossa
personalidade com a necessária capacidade de tolerância e de determinação no
estabelecimento de equilíbrios sócio-intelectuais e culturais, na sociedade.
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O Braille como meio de acesso à Informação e à Cultura
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O Braille como meio de acesso à Informação e à Cultura
De acordo com Maia (1996), vivemos num mundo que não foi nem está
organizado em função dos que não vêem e que para se manterem a par desse mesmo
mundo o enfrentam comunicando com quatro sentidos apenas, sabendo-se que aquele
que lhes falta é o de maior peso e impacto social na comunicação interpessoal.
Mas cultura não é somente ler livros e frequentar a escola com boas notas.
Cultura é, também, o gosto pelo desporto, a música, o teatro, pelos passeios e pelas
obras de arte que pelo seu valor são pertença da Humanidade inteira.
Maia (1996) refere que, o desporto é hoje em dia perfeitamente praticado pelos
deficientes visuais; assim como a música é uma expressão artística plenamente ao
alcance dos cegos. Quanto aos passeios, ao teatro e às obras de arte necessitam de uma
diferente forma de conhecimento, que é a descrição oral feita por pessoas de visão
normal que têm a disponibilidade interior de descreverem com detalhe, precisão e
agrado, aquilo que vêem para que o cego saiba o que o rodeia. Apreciar um lugar
agradável não é privilégio unicamente dos que têm olhos. A temperatura, o som, o
espaço, a exuberância da natureza são aspectos agradáveis que podem ser apreciados
pelos restantes sentidos que não a visão.
A grande predominância do sentido da visão, nas nossas sociedades é, sem
dúvida, a grande responsável pela desvalorização das formas de conhecimento que os
outros sentidos proporcionam (Maia, 1996).
Nos últimos anos, segundo Ruivo (1997), têm sido desenvolvidas, no âmbito das
novas tecnologias, extraordinárias hipóteses para os utilizadores de Braille. É hoje
possível ler textos por “scanner” e transformá-los em Braille, ou ler com voz sintética o
écran do computador, se se dispuser dos periféricos adequados. Os novos meios e redes
de informação e de comunicação estão a permitir, às pessoas cegas, novas, aliciantes e
incomensuráveis hipóteses de acesso à cultura.
De acordo com a Organização Lions Clube International (2006), na década de
80, foi desenvolvido um software de computador para Braille. Recursos adicionais
incluem software de reconhecimento de voz, teclados especiais para computador e
scanners ópticos. Esses dispositivos são capazes de processar e traduzir documentos de,
e para Braille. De um modo geral, cada página de material impresso rende 2 ou 3
páginas em Braille. Os programas de Braille mais recentes conseguem produzir páginas
em frente e verso.
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O Braille como meio de acesso à Informação e à Cultura
Certo está, que muito se tem feito para permitir o acesso à cultura e informação,
no entanto, este não é um processo de baixos custo e que portanto, pode não estar
acessível a todas as pessoas.
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Conclusão
“Não se pode educar as crianças sem livros….”, dizia Louis Braille a seu pai.
Hoje, também devemos repetir esta afirmação tanto às crianças cegas como aos
professores em geral e, fazer com que as crianças cegas percebam que não existe uma
única forma de “ver”, de “escrever” ou de “ler”; devemos fazer compreender que a
comunicação pode-se revestir de muitas e variadas formas.
Segundo Baptista (2000), “a capacidade para intelectualizar os dados captados
pelo cérebro através dos sentidos, eleva o ser humano acima da simples animalidade,
fazendo dele um animal racional. Portanto, o papel desempenhado pelos sentidos
constitui condição essencial para o desenvolvimento das potencialidades humanas no
relacionamento com o meio físico e social e para a afirmação das capacidades
superiores da espécie. Mas os sentidos não concorrem para este fim, todos na mesma
medida. Uns captam maior quantidade e maior variedade de dados do que outros.”
Alguns especialistas dizem que cerca de 80% da informação que chega ao
cérebro é veiculada através do sentido da vista; outros limitam-se a afirmar que através
deste sentido passa mais informação do que por todos os outros sentidos juntos. De
qualquer forma, ninguém duvida de que, dos cinco sentidos, o da vista desempenha um
papel fundamental no desenvolvimento equilibrado do indivíduo, permitindo-lhe
socializar-se através da imitação.
A falta ou diminuição do sentido da vista acarreta, deste modo, um enorme
défice de informação, o que gera um grande número de situações de deficiência, desde
as que apresentam apenas efeitos sociais ligeiros, até às que podem sub-humanizar o
indivíduo, se não se adoptarem procedimentos adequados.
A visão, como sentido unificador de toda a actividade sensorial, contribui
predominantemente para a informação e formação dos indivíduos, o que ocasiona
sérias desvantagens para os deficientes visuais. Contudo, o grau desta desvantagem
pode ser consideravelmente atenuada se, na educação, na reabilitação e na informação
profissional, forem aplicadas técnicas adequadas, se forem convenientemente
explorados e implementados os recursos tecnológicos apropriados; e se forem adoptadas
medidas sociais justas para compensação da deficiência.
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Referências Bibliográficas
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