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Fascismo

O Fascismo foi um sistema político nacionalista e antissocialista surgido na


Itália no fim da Primeira Guerra Mundial.
Liderado por Benito Mussolini conquistou vários países da Europa como a
Alemanha e a Espanha no período entre guerras.

Significado
A palavra fascismo vem do latim fascio (feixe), pois um dos primeiros símbolos
fascistas foi o fascio littorio.

Este consistia num machado envolvido num feixe de varas e era utilizado nas
cerimônias do Império Romano como um símbolo de união.

Após os estragos causados por essa ideologia na Segunda Guerra Mundial, a


palavra fascismo foi ganhando novos significados. Agora, nas primeiras
décadas do século XXI, é comum denominarmos "fascismo" ou "fascista" um
indivíduo ou movimento que defende a repressão violenta para resolver
problemas da sociedade.

No entanto, essa definição não tem relação com o que era o fascismo na Itália,
na década de 20 e 30. Para eles, o a violência era um meio para alcançar o
poder e não um fim.

Ainda que tenham usado de métodos violentos em manifestações, não foram


diferentes de outros grupos que usaram das mesmas táticas na época.

Características do Fascismo
O fascismo se caracterizava por ser um sistema político imperialista,
antiburguês, autoritário, antiliberal e nacionalista.

Abaixo vamos explicar cada uma dessas características.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, o sistema liberal e democrático foi


seriamente questionado. Assim surgem propostas políticas de esquerda como
socialismo que assustavam a burguesia e cidadãos mais conservadores.
Benito Mussolini saudando a multidão em Roma
O fascismo se caracteriza por defender:

 Estado Totalitário: o Estado controlava todas as manifestações da vida


individual e nacional.
 Autoritarismo: a autoridade do líder era indiscutível, pois ele era o mais
preparado e sabia exatamente o que a população necessitava.
 Nacionalismo: a nação é um bem supremo, e em nome dela qualquer
sacrifício deve ser exigido e feito pelos indivíduos.
 Anti-liberalismo: o fascismo defendia algumas ideias capitalistas como
a propriedade privada e a livre iniciativa das pequenas e médias empresas.
Por outro lado, defendia a intervenção estatal na economia, o protecionismo e
algumas correntes fascistas, a nacionalização de grandes empresas.
 Expansionismo: visto como uma necessidade básica da nação donde
as fronteiras devem ser alargadas, pois é preciso conquistar o "espaço vital"
para que ela se desenvolva.
 Militarismo: a salvação nacional vem por meio da organização militar,
da luta, da guerra e do expansionismo.
 Anti-comunismo: os fascistas rejeitavam a ideia da abolição da
propriedade, da igualdade social absoluta, da luta de classes.
 Corporativismo: ao invés de defender o conceito de "um homem, um
voto", os fascistas acreditavam que as corporações profissionais deviam
eleger os representantes políticos. Também sustentavam que somente a
cooperação entre classes garantia a estabilidade da sociedade.
 Hierarquização da sociedade: o fascismo preconiza uma visão do
mundo segundo a qual cabem aos mais fortes, em nome da "vontade
nacional", conduzir o povo à segurança e prosperidade.
O fascismo prometia restaurar aquelas sociedades destruídas pela guerra
prometendo riqueza, uma Nação forte e sem partidos políticos que
alimentassem visões antagônicas.

Fascismo na Itália
Um profundo sentimento de frustração dominou a Itália após a Primeira Guerra
Mundial (1914-1918). O país saiu decepcionado por não ter suas
reivindicações atendidas no Tratado de Versalhes e a situação econômica era
mais difícil que antes da guerra.

Assim, a crise social ganhava aspectos revolucionários com o crescimento da


esquerda e dos movimentos de direita.

Em março de 1919, em Milão, o jornalista Benito Mussolini cria os "Fasci di


Combatimento" e os "Squadri" (grupos de combate e esquadrão
respectivamente). Estes tinham como objetivo combater por meios violentos os
adversários políticos, em especial os comunistas.

O Partido Nacional Fascista, fundado oficialmente em novembro de 1921,


cresceu rapidamente: o número de filiados passou de 200 mil em 1919 para
300 mil em 1921. O movimento agrupava pessoas com tendências políticas e
origens variadas: nacionalistas, anti-esquerdistas, contrarrevolucionários, ex-
combatentes e desempregados.

Em 1919, um milhão de trabalhadores entraram em greve. No ano seguinte, os


grevistas somaram 2 milhões. Mais de 600 mil metalúrgicos do norte ocuparam
fábricas e tentaram dirigi-las seguindo o exemplo socialista.

Por seu lado, o governo parlamentar, composto pelo partido socialista e pelo
partido popular, não chegava a um acordo nas grandes questões políticas. Isto
facilitaria a chegada dos fascistas ao poder.

Marcha sobre Roma


Em outubro de 1922, durante o congresso do partido fascista realizado em
Nápoles, Mussolini anunciou a Marcha sobre Roma, onde, cinquenta mil
camisas negras - o uniforme fascista - dirigiram-se para a capital. Impotente, o
rei Vitor-Emanuel III convidou o líder dos fascistas, Benito Mussolini, para
formar o Ministério.

Nas eleições fraudulentas de 1924, os fascistas obtiveram 65% dos votos e em


1925, Mussolini torna-se o Duce ("líder", em italiano).

Mussolini começou a implantar seu programa: acabou com as liberdades


individuais, fechou e censurou jornais, anulou o poder do Senado e a Câmara
dos Deputados, criou uma polícia política, responsável pela repressão, etc.

Aos poucos foi instalando o regime ditatorial. O governo manteve as


aparências de monarquia parlamentarista, mas Mussolini detinha plenos
poderes.

Após garantir para si grande autoridade política e se cercar das elites


dominantes, Mussolini buscou o desenvolvimento econômico do país. No
entanto, esse período de crescimento foi duramente afetado pela crise de
1929.

Totalitarismo e Fascismo
O Totalitarismo representa um sistema político autoritário e repressivo, onde o
Estado controla todos os cidadãos, os quais não possuem liberdade de
expressão bem como participação política.

O período entre guerras foi uma época de radicalização política. Foi assim que
os regimes totalitários se instalaram em vários países europeus, como a Itália a
partir de 1922, e o nazismo, na Alemanha, em 1933.

A expansão dos regimes totalitários estava relacionada aos problemas


econômicos e sociais pelos quais passou a Europa depois da Primeira Guerra
Mundial. Também existia o temor de que o socialismo, implantado na Rússia,
viesse a se expandir.

Para muitos países, uma ditadura totalitarista parecia solução, pois prometia
uma reação forte, próspera e sem agitações sociais. Além da Itália e da
Alemanha, países como a Polônia e a Iugoslávia foram dominados por regimes
totalitaristas.

O fascismo se adaptava à cultura política dos países onde era adaptado. Assim
ganhou o nome de "Franquismo" na Espanha e "Salazarismo", em Portugal.

Fascismo e Nazismo

Benito Mussolini é recebido por Hitler na Alemanha


É muito comum haver confusão entre os termos “fascismo” e “nazismo”. Afinal,
ambos são regimes políticos de cunho totalitários e nacionalistas que se
desenvolveram na Europa no século XX.
Entretanto, o fascismo foi implementado na Itália por Benito Mussolini durante o
período entre guerras. Já o nazismo foi um movimento de inspiração fascista
que ocorreu na Alemanha, liderado por Adolf Hitler e que se baseava,
principalmente, no antissemitismo.

Símbolos do Fascismo

O machado envolto em feixes


era o símbolo máximo do fascismo
Na Itália, os símbolos do fascismo eram:

 Machado e feixe com varas: o símbolo que deu origem ao vocábulo


aparecia em vários monumentos, selos e documentos oficiais.
 Camisa Negra. faziam parte do uniforme dos fascistas e por isso, seus
membros eram chamados "camisas-negras".
 Saudação: com o braço direito levantado
 Lema: "Crer, Obedecer, Combater" era dito em discursos políticos e
estava presente em medalhas, quadros, etc.
Fascismo no Brasil
Plínio Salgado discursa acompanhado de militantes integralistas
O fascismo no Brasil teve como representante Plínio Salgado (1895-1975)
fundador da Ação Integralista Brasileira, em 1932. Salgado adotou um lema em
tupi-guarani "Anauê", a letra grega "sigma" como símbolo e vestiu seus
simpatizantes de camisas-verdes.

Defendia um Estado forte, mas rejeitou o racismo publicamente, por ser esta
doutrina incompatível com a realidade brasileira. Anticomunista, se aproximou
e apoiou Getúlio Vargas até o golpe de 1937, quando a AIB foi fechada, assim
como os demais partidos brasileiros.

Desta maneira, alguns militantes integralistas promoveram o Levante


Integralista de 1938, mas que foi rapidamente sufocado pela polícia. Plínio
Salgado foi conduzido ao exílio em Portugal e muitos de seus companheiros,
presos.

Estado Novo
O governo de Getúlio Vargas durante o Estado Novo (1937-1945) teve
características fascistas como a censura, o unipartidarismo, a existência de
uma polícia política e a perseguição aos comunistas.

No entanto, não foi expansionista e nem escolheu nenhum outro povo para ser
alvo de ataques. Assim, podemos afirmar que o Estado Novo foi nacionalista e
não fascista.

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