4 Técnicas de transmissão
4.1 Conceitos
Para a transferência da informação, em qualquer dos modos de transferência descritos
no Capítulo 2, necessitamos de facilidades de transporte, dimensionadas para o fluxo
máximo de informação, entre um usuário e um nó de rede ou entre os nós de rede.
Essas facilidades de transporte empregam uma variedade do que tradicionalmente
chamamos de técnicas de transmissão.
A técnica original foi otimizada para transportar a voz na sua forma analógica básica.
Hoje, entretanto, o desenvolvimento está se movendo na direção de sistemas de
transporte inteiramente digitais, capaz de satisfazer os diferentes requisitos impostos
por voz, dados e vídeo.
A Figura A.4.2 ilustra a mudança da carga de transporte, de analógica para digital.
· conceitos;
· diferentes meios para a transferência de informação;
· parâmetros que definem qualidade;
· métodos para tornar confiável e segura a transferência de informação; e
· métodos para tornar eficiente a transferência de informação.
Largura de faixa
A faixa de freqüências utilizável em uma conexão é chamada de largura de faixa.
Para a telefonia, a ITU-T recomenda conexões que possam tratar as freqüências entre
300 e 3.400 Hz, isto é, uma largura de faixa de 3,1 kHz. Normalmente, o ouvido
detecta sons com as freqüências no intervalo de 15 até (aproximadamente) 15.000
Por essa razão, o microfone do nosso telefone deve reagir a freqüências na faixa de
300 3.400 Hz e transformá-las em tensões elétricas com uma amplitude aceitável
(potência) em toda a faixa de freqüências. Os mesmos requisitos de largura de faixa
se aplicam ao alto-falante do nosso telefone. Veja a Figura A.4.4.
Essa largura de faixa analógica, pode-se dizer (um tanto incongruentemente), tem
uma largura de faixa digital correspondente:
analógica digital
Meios de transmissão
Para a transmissão, são usados diferentes meios. Os três mais importantes são:
· cobre, usado em dois tipos principais de cabos: cabo de pares e cabo coaxial;
· fibra de vidro, usado em cabo de fibra óptica; e
· ondas de rádio, usadas em sistemas ponto a ponto terrestre, ou em sistemas de
cobertura de área (tais como telefonia móvel) e para a comunicação ponto a ponto
ou de cobertura de área via satélite.
Portadoras
As portadoras são exclusivamente analógicas por natureza, isto é, transportam ondas
de mesmo tipo: ondas de luz ou ondas eletromagnéticas. Num sentido puramente
físico, a luz também é feita de ondas eletromagnéticas, mas devido às características
especiais da luz vemos fibras ópticas como portadoras de seu próprio tipo de sinal.
Por outro lado, a informação a ser transportada, em muitos casos, é digital, pelo menos
o sinal de saída de codificadores de voz, de codificadores de vídeo e de computadores.
O sistema GSM22 é representativo da combinação da informação digital sobre uma
portadora analógica (rádio), na medida em que a codificação de voz está situada no
telefone móvel. (Na telefonia fixa usual, o codificador de voz é normalmente localizado
na central local, ou no nó de acesso.)
22
NR - GSM (Global System for Mobile Communications), um dos padrões para telefonia móvel
celular digital.
Amplificação regeneração
Outros termos no emaranhado de conceitos se aplicam à qualidade de transmissão.
Devido ao fenômeno da atenuação, devem ser usados equipamentos especiais entre
os nós, quando a distância exceder certos valores (que são diferentes para a transmissão
baseada no cobre, no sistema de fibra óptica e no sistema de enlace de rádio). Os
pontos em que encontramos tais equipamentos são chamados de repetidores
Codificação de linha
A fim de regenerar os sinais digitais, o regenerador deve receber a informação de uma
referência de tempo, para que os sinais de entrada possam ser lidos nos intervalos
corretos. Por essa razão, são usados codificadores especiais de linha que evitam as
longas seqüências de zeros (com nenhuma informação de tempo).
Multiplexação
A implementação e manutenção de enlaces de transmissão, em redes de
telecomunicações, é um empreendimento dispendioso para as operadoras de rede.
Muito pode ser ganho, transmitindo várias chamadas na mesma conexão física (tal
como num par de fios). A técnica usada para os sistemas de canais múltiplos, tanto
em redes analógicas quanto em redes digitais, é chamada de multiplexação. Pode ser
dividida em três grupos:
Uma vez que a multiplexação de comprimento de onda é usada para transmissão por
fibra óptica, ela será tratada na Subseção 4.2.3.
Os três canais são multiplexados por tempo, permitindo o transporte pelo mesmo
enlace de transmissão. Os retângulos na figura representam ou bits ou octetos. Um
octeto, também referido como um byte, é um grupo de oito bits. Cada retângulo sobre
o enlace comum só pode usar um terço do tempo do retângulo T original.
Conseqüentemente, o número de bits por segundo (a capacidade) do enlace
compartilhado é três vezes o de cada canal original.
A multiplexação é também chamada de intercalação. Essa expressão é usada para
denotar a multiplexação por bit e por octeto intercalação de bits e intercalação de
octetos respectivamente.
Prosseguindo com esse princípio, podemos criar uma velocidade de bits seis vezes
maior do que a original, multiplexando dois enlaces TDM do nosso exemplo. Isto é
chamado de multiplexação para uma ordem superior.
A hierarquia digital plesiócrona (PDH) e a hierarquia digital síncrona (SDH) são duas
hierarquias de multiplexação padronizadas, baseadas no princípio da TDM. A PDH é
intercalada por bits e a SDH é intercalada por octetos. PDH e SDH são tratadas com
maiores detalhes na Subseção 4.4.2.
Resumo
Anteriormente, descrevemos alguns conceitos e métodos principais usados na
transmissão. A Figura A.4.10 ilustra os conceitos e os métodos mais importantes na
seqüência em que normalmente são usados.
Todos os métodos, necessariamente, não são para todos os tipos de comunicação. Por
exemplo, em termos de transmissão, uma chamada telefônica local pode ser ilustrada
como mostrada na Figura A.4.11.
· cobre;
· ondas de rádio; e
· fibra óptica.
4.2.1 Cobre
Os cabos metálicos (na maioria dos casos cobre) constituem ainda uma grande parte
da rede de telecomunicações, especificamente, nas partes da rede que conectam os
assinantes. Existem dois tipos principais de cabos metálicos: cabo de pares e cabo
coaxial. Além do mais, fio nu (fio de metal sem isolamento) também é usado em
áreas rurais. O cabo de pares e o cabo coaxial são usados tanto para transmissão
analógica, quanto para transmissão digital; o fio nu, como regra geral, é usado somente
para conexões analógicas de 3,1 kHz.
Cabo de pares
A forma mais simples de cabo de pares é encontrada em nossas residências. Esse
cabo possui somente dois condutores que conectam o telefone à tomada na parede.
As operadoras, entretanto, têm outros cabos a escolher em seus armazéns: cabos de 2,
10, 50, 100 e 500 pares, só para mencionar alguns exemplos. O cabo de pares é usado
principalmente na rede de acesso entre os assinantes e a central, e até certo ponto
na rede de troncos entre as centrais.
O cabo de pares foi desenvolvido originalmente para conexões analógicas. Uma grande
parte da rede de cabos existente ainda consiste em cabos com isolamento de papel. O
plástico é melhor material isolante porque é insensível à umidade e possui menor
atenuação nas freqüências mais altas, razão pela qual os cabos de pares fabricados
mais recentemente são isolados com plástico. A maior parte da rede de cabo de pares
é enterrada no solo.
O núcleo do cabo é muitas vezes coberto com uma ou mais camadas de fita de papel
ou de plástico, a fim de manter juntos os pares do cabo e protegê-lo. A capa externa
do cabo pode ser feita de plástico ou de metal (chumbo ou alumínio) ou de uma
combinação de plástico e lâmina metálica. Com uma escolha adequada de material, o
revestimento também pode servir como uma blindagem contra as interferências
elétricas e magnéticas. Para proteger o cabo, ainda mais contra danos mecânicos, o
revestimento é armado com fios de aço ou com uma fita ao redor do revestimento.
Cabo coaxial
O cabo coaxial é usado em sistemas de canais múltiplos analógicos (FDM) e digitais
(TDM) nas redes locais de dados, nas redes de TV a cabo e como um alimentador
para antenas de rádio. O cabo consiste em um ou mais tubos coaxiais, cada qual
possuindo um condutor interno central, envolvido por um condutor externo em forma
de tubo. O tubo coaxial possui uma capacidade de transmissão muito alta (10.800
canais de voz, em sistemas de canais múltiplos analógicos). Na rede de troncos, os
tubos são usados em pares, um em cada direção de transmissão. Hoje, o cabo coaxial
não é mais instalado na parte de troncos da rede de telecomunicações. Ele está sendo
substituído por cabo de fibra óptica. Não obstante à parte de estar sendo usado para
a TV a cabo o cabo coaxial poderá vir a ser usado na parte de acesso em futuras
redes de faixa larga. Veja o Capítulo 5, Seção 5.14.
Algumas aplicações requerem um cabo coaxial flexível. Esse cabo possui um condutor
interno de fios múltiplos e um condutor externo de fios múltiplos trançados.
Normalmente o isolamento é de plástico.
O espectro do rádio
O espectro do rádio, de 3 kHz até 300 GHz, é uma faixa do espectro eletromagnético
(infravermelho, luz visível e ultravioleta e as freqüências do raio X são de outras
faixas). O espectro do rádio está dividido em oito faixas de freqüência, como mostrado
pela Figura A.4.16, das VLF (freqüências muito baixas) até as EHF (freqüências
extremamente altas).
Enlace de rádio
Nas conexões de enlace de rádio, a transmissão é efetuada via uma cadeia de
transmissores e de receptores de rádio. O enlace de rádio é usado para a transmissão
analógica, assim como a digital.
23
NR - estação repetidora.
Satélite
Os sistemas de satélite são bem similares aos sistemas de enlace de rádio; a única
diferença real é que a estação de enlace intermediária está em órbita ao redor da Terra,
em vez de instalada no solo. Veja a Figura A.4.18. Os satélites descrevem uma órbita
polar ou uma órbita geoestacionária. Os satélites com uma órbita polar passam sobre
os pólos a uma altitude de cerca de 1.000 km e são usados com propósitos
meteorológicos ou militares24 .
24
NR - incluem-se nas órbitas polares as constelações de satélites de comunicações (ex-Iridium,
Globalstar, etc.)
As vantagens dos sistemas de fibra óptica podem ser resumidas nos pontos seguintes:
Cabo óptico
Um cabo óptico consiste em uma quantidade de finas fibras de vidro. Veja a Figura
A.4.20. O vidro é tão puro que se você pudesse olhar para dentro da fibra, seria capaz
de enxergar centenas de quilômetros por meio dela. Na prática, a luz infravermelha
invisível é enviada pela fibra. A fibra de plástico é uma alternativa à fibra de vidro,
para curtas distâncias de transmissão, aproximadamente 100 m. A fibra de plástico é
mais barata, mas tem uma atenuação mais elevada.
As propriedades da luz
A luz é um movimento de ondas, cujos comprimentos são parte do espectro
eletromagnético. A luz que usamos nas aplicações de fibra óptica está na faixa de
comprimento de onda de 800 1600 nm. Veja a Figura A.4.22.
O termo índice de refração pode ser explicado como segue. Um raio de luz propagado
através de dois materiais com diferentes índices de refração, refrata (muda seu ângulo)
na interface entre esses materiais. A relação entre o ângulo de incidência a e o ângulo
de refração b é dada pela lei de refração de Snell:
n1·sena = n2·senb,
Propriedades de transmissão
Apesar de todas as boas propriedades, a fibra óptica não é perfeita. Pequenos defeitos
de fabricação, tais como: impurezas (íons de metal e de hidróxido) e as variações
muito pequenas no índice de refração, ocasionam que parte da luz é absorvida ou
refletida para fora. A atenuação, que depende do comprimento de onda, possui três
mínimas, também chamadas de primeira, segunda e terceira janelas do comprimento
de onda.
Os sistemas da primeira geração usaram a luz com um comprimento de onda de cerca
de 850 nm, principalmente porque o equipamento para a conversão dos sinais elétricos
e ópticos somente era disponível para esse comprimento de onda. Hoje, existem
sistemas de segunda e terceira gerações com comprimentos de onda de 1.310 e 1.550
nm respectivamente. Veja a Figura A.4.25
Tipos de fibra
A fibra de índice de degrau possui uma largura de faixa de 10 50 MHz x km. O
núcleo, com uma espessura de cerca de 70 µm, tem um índice de refração e a cobertura
em volta dele tem outro índice. Um melhor resultado é obtido com a fibra de índice
gradual cuja largura de faixa é entre 300 e 500 MHz x km. O índice de refração desse
tipo de fibra decresce gradualmente do centro do núcleo até a camada externa da capa.
A fibra de índice de degrau e a fibra de índice gradual são multimodo, isto é, possuem
muitas vias de propagação da luz.
O núcleo da fibra monomodo é tão fino (3 10 µm) que todas as ondas de luz percorrem
a mesma distância. A largura de faixa é quase ilimitada. Veja a Figura A.4.26.
Figura A.4.27 Multiplexação por divisão de comprimento de onda, com três com-
primentos de onda
Largura de faixa
Os requisitos de largura de faixa para equipamentos de transmissão analógica nas
redes de acesso e entre centrais variam, dependendo da utilização do enlace de
transmissão. No caso das conexões de canais analógicos únicos, exige-se uma largura
de faixa de 3,1 kHz (faixa de freqüências de 300 3.400 kHz). Outros requisitos se
aplicam às conexões de canais analógicos múltiplos. Uma conexão FDM multiplexada
por freqüência, com 2.700 canais, requer uma largura de faixa de 12 MHz e uma
conexão com 10.800 canais requer 60 MHz. Portanto, o número possível de canais é
proporcional à largura de faixa da conexão.
As conexões de canais analógicos múltiplos estão sendo gradualmente substituídas
por conexões digitais.
Atenuação
A atenuação manifesta-se como uma redução da amplitude do sinal no receptor. De
preferência, a redução da amplitude entre dois assinantes deve ser igual,
independentemente da distância entre eles. A atenuação entre dois assinantes é quase
inteiramente atribuível à rede de acesso (a rede que conecta os assinantes aos seus nós
locais) e onde são usados cabos com dois fios metálicos. Na rede de troncos (a rede
entre os nós), a atenuação é compensada por amplificadores e regeneradores.
A atenuação, assim como sua oposta, a amplificação, é medida em decibéis (dB).
Medindo a potência transmitida P1 e a potência recebida P2, pode ser calculada a
atenuação A. A fórmula é:
Desvanecimento
O desvanecimento, um fenômeno que surge quando os sinais de rádio são refletidos
contra as diferentes camadas da atmosfera e a Terra, é um dos problemas mais difíceis
de dominar na comunicação de rádio. O efeito do desvanecimento, que é dependente do
tempo e da freqüência, manifesta-se como variações na amplitude e na fase do sinal.
25
NR - o mesmo que fading.
Distorção de amplitude
Como mencionado anteriormente, a atenuação é dependente da freqüência. Essa
característica à parte da redução do nível do sinal também causa o que se denomina
distorção de amplitude: a altura de tom da voz que você está ouvindo parece que está
mudando. A Figura A.4.31 mostra o que a ITU-T especifica ser a distorção de
amplitude máxima permissível para os circuitos de voz, em função da freqüência.
Ruído
Ruído é gerado em todos os tipos de circuitos eletrônicos. Nenhum sistema pode ser
produzido inteiramente livre de ruídos o melhor que podemos fazer é fixar os limites
de quanto ruído estamos dispostos a permitir. Valores limites foram recomendados
pela ITU-T.
O nível absoluto do ruído não é o fenômeno mais interessante; o que determina a
audibilidade é a relação entre o nível do sinal transmitido e o ruído. Esta é a razão por
que usamos o termo relação sinal ruído. Quando a atenuação na linha torna necessário
usar amplificadores, a relação sinal para ruído decrescerá, porque o ruído de entrada
será amplificado tanto quanto o sinal. No final, o nível do ruído pode estar tão alto
que teremos que selecionar um nível de sinal mais baixo (menos amplificadores) para
manter aceitável uma relação sinal ruído.
Interferência externa
Nos sistemas metálicos, a interferência externa causada por linhas de força e
transmissores de rádio pode conduzir a uma degradação perceptível da qualidade de
transmissão. A interferência pode também ser devido aos relâmpagos na vizinhança
de um cabo metálico. Caso isso ocorra, um impulso rico em energia irá se propagar
ao longo da linha. No pior cenário caso não sejam providenciados pára-raios
adequados esse impulso poderá destruir os cabos e o equipamento eletrônico.
Diafonia
O fenômeno de uma conexão ser perturbada por uma conversação em uma outra
linha é chamado de diafonia. O problema é particularmente perceptível em conexões
com transmissão por cabos de pares. No caso do cabo coaxial, a diafonia deve ser
considerada em freqüências abaixo de 60 kHz. Acima de 60 kHz, a diafonia decresce
com a freqüência (ao contrário da diafonia em cabos de pares) e é dificilmente
mensurável em 500 kHz.
No que se refere à telefonia, distinguimos dois tipos de diafonia:
Desses dois, a diafonia inteligível é mais severa, uma vez que ela põe em risco a
integridade. A ITU-T recomenda uma diferença de nível de pelo menos 52 dB entre o
nível do tom de teste recebido e o nível de diafonia.
Efeito local
Quando falamos ao telefone, somos inclinados a ouvir nossa própria voz no receptor.
Isto é chamado de efeito local. O nível do efeito local não deve ser muito alto nem
muito baixo.
Os aparelhos telefônicos modernos contêm funções que contrabalançam a influência
do efeito local demasiado, levando em conta a impediência da linha. Por esta razão,
os aparelhos telefônicos mais antigos devem ser trocados por novos, sempre que a
rede estiver sendo modernizada. Entretanto, é importante também haver um casamento
correto entre o equipamento da central e a linha do assinante. As recomendações da
ITU-T especificam os dados e as instruções para esse casamento em centrais digitais.
O efeito local também ocorre na transição de uma conexão a dois fios para uma
conexão a quatro fios.
Eco
Já que é mais fácil amplificar uma conexão unidirecional (simplex) do que uma conexão
bidirecional (duplex), são usadas conexões duplo-simplex na rede de tronco. Não
obstante, por razões econômicas, a rede de acesso PSTN usa duplex nas conexões a
dois fios. Uma híbrida converte os sinais bidirecionais de voz das linhas a dois fios
em sinais unidirecionais nas linhas a quatro fios.
As imperfeições na híbrida podem deixar a energia da fala vazar de volta para o
orador, que percebe o fenômeno como um eco. O eco é importuno se o tempo de
propagação for mais longo do que 15 ms. Permita-nos distinguir entre dois tipos de
eco: o eco de ouvinte e o eco de locutor. A Figura A.4.32 ilustra esses dois fenômenos.
'LVWRUomRGHDWUDVRGHJUXSRSHUPLWLGR
&RQH[mR
Limite de freqüência baixa Limite de freqüência alta
Parte internacional 20 ms 10 ms
Cada parte nacional 20 ms 10 ms
Total 60 ms 30ms
Largura de faixa
Quando a informação é transmitida sob forma digital, a largura de faixa ou capacidade
de transmissão é especificada em bits por segundo, bit/s. Nota: aqui não nos referimos
à velocidade de propagação da informação (bits) (que resulte em um atraso de ms),
mas ao montante de informação por unidade de tempo.
Na transmissão digital (na forma de pulsos elétricos) em linhas de cobre, existe uma
relação direta com a largura de faixa analógica. A freqüência associada com os
flancos do pulso, perfeitamente perpendiculares, é infinitamente alta, e a freqüência
dos platôs do pulso é zero, significando que necessitaríamos de um sistema de
transmissão com uma largura de faixa infinita, a fim de reproduzir, na saída, a
Distorção de quantização
Antes que as redes estejam inteiramente digitalizadas, elas irão consistir em uma
mistura de equipamentos analógicos e digitais. Cada transição de um equipamento
analógico para um digital envolve conversor A/D, que também implica em
quantização. A quantização produz uma certa distorção da curva de voz, uma vez que
somente se usa uma quantidade limitada de intervalos de quantização para descrever
a informação.
Uma vez que a distorção de quantização é cumulativa, existe o perigo da qualidade da
transmissão se degradar bastante, caso sejam feitas várias conversões A/D.
Ruído
O ruído nas conexões digitais é o fenômeno causado por erros de bits. A Figura
A.4.35 mostra exemplos de como o distúrbio sob a forma de ruído pode causar erros
ocasionais de bits. O sinal transmitido de dados adiciona-se ao ruído, e o sinal resultante
será então mal interpretado pelo receptor.
O ruído tem muitas causas e age de diversas maneiras. Por meio do espectro da
freqüência do ruído, podemos distinguir entre dois tipos principais de ruído: ruído
branco e ruído 1/f. O ruído branco é caracterizado pela potência média, sendo do
mesmo tamanho para todas as freqüências. Ao contrário, para o ruído 1/f a potência é
maior nas freqüências baixas e decresce com o aumento da freqüência. Veja a Figura
A.4.36. Os exemplos do ruído branco incluem ruído térmico, ruído de disparo e ruído
de partição. O ruído de oscilação é um exemplo de ruído 1/f.
Diafonia
Eco
O eco ocorre na transmissão digital, assim como na transmissão analógica. De fato, o
eco causado por longos atrasos nos sistemas digitais modernos pode ser muito
perturbador.
Jitter
Os sistemas de transmissão podem causar constantes mudanças de fase chamadas de
Jitter.
O Jitter é especificado como a parte do desvio de fase do tempo do ciclo (graus ou
intervalos de uma unidade, UI) e como freqüência (Hz) ou o número de períodos de
mudança de fase por segundo. O Jitter é medido por meio de um sinal de teste enviado
através da conexão, a fim de investigar as mudanças de fase na extremidade recebedora.
As conexões de dados que usam a modulação por deslocamento de fase são
particularmente sensíveis ao Jitter. Veja a Figura A.4.38.
O Jitter ocorre tanto em sistemas analógicos quanto digitais. Pode surgir quando os
bits de justificação são removidos na transição de uma velocidade binária, multiplexada
alta, para uma velocidade binária mais baixa. Os bits removidos criam aleatoriamente
espaços vazios, que devem ser nivelados para evitar essa causa do Jitter.
A distorção modal é causada pelo projeto da fibra. Se a luz possui diferentes vias de
propagação (como nos sistemas multimodo), essas vias irão variar de comprimento e
resultarão em diferentes momentos de chegada ao receptor.
Plano de transmissão
Como mencionado anteriormente, o plano de transmissão constitui a base para o
planejamento da rede de transmissão em termos de qualidade. (Veja também o Capítulo
10, Subseção 10.8.5, em que o plano de transmissão é tratado mais detalhadamente.)
Codificação de linha
Introdução
A codificação é um método para tornar a regeneração mais confiável. Usando esse
método de forma eficiente, o planejador de rede pode estender as distâncias entre os
pontos de regeneração. Ao explicar a técnica de codificação de linha, permita-nos
iniciar com um sinal digital de faixa básica não codificado. Veja a Figura A.4.41.
Como podemos ver, o sinal contém mais zeros do que uns. Assumindo que o nível
alto represente um e o nível baixo represente zero, estabelecemos que o nível médio
não esteja centrado, mas deslocado para o nível zero. Esse deslocamento é chamado
de componente direto do sinal. Em muitos casos, os receptores de sinais de linha
usam o nível médio do sinal como uma referência, quando precisam distinguir entre
uns e zeros. Consequentemente, o componente direto, como o do exemplo acima,
reduz a capacidade do receptor de interpretar o sinal corretamente. Colocando de
outra forma, os sinais sem um componente direto têm melhor chance de ser
interpretados corretamente.
Codificação alternada
Se invertermos um bit sim e um bit não no fluxo do sinal, converteremos as seqüências
longas de uns e zeros (por exemplo, o silêncio durante uma conversação telefônica) em
sucessões de pulsos com uns e zeros alternados. Esse método, chamado de inversão
alternada de dígitos (ADI), é o primeiro passo para uma codificação completa de linha.
Entretanto, o que acontecerá se o sinal original já for uma sucessão de pulsos desse
tipo? Geraremos então o que esperávamos evitar: seqüências de uns ou zeros.
Suplementando ADI com retorno a zero (RZ), isto é, dividindo a duração do pulso
por dois, evitaremos o problema do nível alto consecutivo. Figura A.4.42.
Se estendermos o ADI RZ com a inversão de polaridade de cada segundo pulso (um),
obteremos um sinal de linha bipolar com nível zero e duas polaridades, +1 e 1 (veja
a Figura A.4.42). Essa codificação, chamada de inversão de marca alternada (AMI),
tem a vantagem de produzir um valor médio zero durante um período de tempo mais
longo; em outras palavras, o sinal de linha não tem componente direto. Uma outra
vantagem da AMI é que o requisito de largura de faixa decresce, comparada com a
ADI RZ. O método de codificação AMI é usado nas conexões PCM de 1,5 Mbit/s
norte-americanas.
O código AMI não provê qualquer garantia contra cadeias mais longas sem pulsos.
Mas o código de linha HDB3 (código bipolar de alta densidade com um máximo de
três zeros consecutivos) garante um sinal de entrada que não contenha mais do que
três zeros consecutivos. O HDB3 funciona como a AMI com algumas adições:
Se três zeros forem seguidos por um quarto zero, este será substituído por um pulso
de violação com a mesma polaridade que o pulso transmitido mais recentemente.
Veja a Figura A.4.43. Se o receptor receber dois pulsos com a mesma polaridade,
então o segundo pulso será substituído por um zero.
Para que o valor médio do sinal de linha permaneça zero, cada segundo pulso de
violação deve ser positivo, e o outro pulso de violação deve ser negativo. Porém, essa
regra pode entrar em conflito com a regra que diz que o pulso de violação deve ter a
mesma polaridade do pulso precedente (independentemente do tipo de pulso). Caso
ocorra tal conflito, o primeiro zero será substituído por um um com a mesma
polaridade que o pulso de violação. Uma vez que esse um extra possui a mesma
polaridade que o antepenúltimo pulso, ele pode ser detectado e removido pelo receptor
no processo de decodificação. A codificação HDB3 é usada nas conexões PCM de 2
Mbit/s. Veja a Figura A.4.44.
Codificação de blocos
A codificação de blocos significa que os blocos inteiros de n bits são substituídos por
outros blocos de m bits e, como regra, m é maior do que n. Os códigos são usualmente
chamados de mBnB.
3$/$95$'( 3$/$95$'(6$Ë'$
(175$'$ 02'2326,7,92
00000 101011
00001 101010
00010 101001
00011 111000
11100 010011
11101 010111
11110 011011
11111 011100
Tomemos 5B6B como um exemplo. A informação de que seis bits devem substituir
uma combinação específica de cinco bits é encontrada em tabelas que especificam o
procedimento de codificação. Veja a Figura A.4.45. Uma vez que existem duas vezes
mais combinações de 6 bits (26 = 64) do que combinações de 5 bits (25 = 32), foram
selecionadas somente as combinações que dão um fluxo variado de uns e zeros.
5B6B é usado nas conexões PDH de fibra óptica de 34 Mbit/s. Outros exemplos de
código de blocos são 4B5B e 8B10B. A desvantagem da codificação de blocos (se m
for maior do que n) é que o sinal de linha codificado requer uma largura de faixa
maior do que o sinal original. A redundância adicionada pela codificação na forma
de combinações extras pode, até certo ponto, ser usada para informações de
supervisão, tais como sincronização ou informações de gerência.
Embaralhamento
O embaralhamento significa mudar o sinal bit por bit de acordo com uma seqüência
repetitiva e separada. Veja a Figura A.4.46. Os passos na seqüência fornecem a
informação de como tratar os bits do sinal que estão sendo codificados. Cada passo é
um zero que significa mantenha o valor, ou um um que significa inverta o
valor.
Tratando a dispersão
Uma fibra especial pode ser usada para enfrentar a dispersão. A fibra com dispersão
deslocada (fibra DS) é monomodo modificada e melhorada. A dispersão possui um
mínimo que foi deslocado do comprimento de onda de 1.300 nm para 1.550 nm.
26
NR - clipping circuit.
4.4.1 Multiplexação
A multiplexação é usada para reduzir os custos de transmissão vários canais ao
longo da mesma rota compartilham o mesmo meio de transmissão, tal como a fibra
óptica. Agora nos familiarizaremos com três hierarquias padronizadas de
multiplexação, cada uma baseada na multiplexação por divisão de tempo:
· PDH, hierarquia digital plesiócrona;
· SDH, hierarquia digital síncrona; e
· SONET, rede óptica síncrona.
27
NR - também no resto do mundo, excetuados EUA, Canadá e Japão.
Existe uma hierarquia adicional para a transmissão transatlântica uma híbrida entre
as hierarquias americana e européia. A hierarquia européia é usada quase em toda
parte do mundo, exceto na América do Norte e no Japão.
Tributários plesiócronos
Cada multiplexador (transmissor) e o correspondente demultiplexador (receptor)
devem ser sincronizados funcionar no mesmo passo para que o receptor não
ignore qualquer bit, ou leia qualquer bit duas vezes. Quando essas unidades de
transmissão digital foram inicialmente introduzidas, formaram junto com os sistemas
digitais ilhas digitais numa rede que era analógica, sob outros aspectos. O requisito
por exatidão de freqüência era certamente moderado. Em vez disso, foram criados
métodos para tratar as várias freqüências dos tributários, durante a multiplexação.
Todos os tributários do mesmo nível têm a mesma velocidade binária nominal, mas
com um desvio permitido e especificado. Por exemplo, a um tributário de 2.048 kbit/
s é permitido desviar ±100 bit/s. Os tributários são plesiócronos, isto é, possuem
quase a mesma velocidade binária. A fim de permitir a multiplexação de tributários
plesiócronos, usam-se bits extras chamados bits de justificação e bits de controle
no fluxo multiplexado. Veja a Figura A.4.54.
Um tributário com uma velocidade binária um pouco maior (tal como 2.048 kbit/s)
usa os bits de justificação mais freqüentemente do que um tributário mais lento (tal
como 2.047,95 kbit/s). O bit de controle é usado para informar ao receptor se o bit de
justificação correspondente é usado ou não (é parte do tributário). Via de regra, cada
bit de justificação possui vários bits de controle, a partir dos quais é alcançada uma
decisão majoritária. Isso melhora as oportunidades para manter a freqüência do
tributário, caso ocorra um erro de bit, uma vez que mais do que um bit de controle
deva estar errado, antes que a freqüência seja perturbada.
Aspectos de rede
Uma rede PDH consiste em várias conexões ponto a ponto que, usualmente, terminam
num equipamento de multiplexação. A qualidade é medida enlace a enlace, tornando
mais difícil a medição de uma conexão de 2 Mbit/s de uma cidade para outra, uma vez
que normalmente a conexão consiste em vários enlaces.
O cabo coaxial, o cabo de fibra óptica e os enlaces de rádio são usados como meio de
transmissão para sistemas PDH acima de 2 Mbit/s. Desde o início dos anos 80, a fibra
assumiu gradualmente o papel do cabo coaxial, como o meio físico na rede de troncos.
A PDH não está totalmente padronizada. Por exemplo, a forma física do sinal de
linha e a utilização dos campos dos bits de operação e manutenção podem variar entre
diferentes fornecedores de equipamento.
Os módulos de ordem superior (tais como o STM-4 e o STM-16) têm campos SOH
maiores, e suas cargas úteis consistem em AU-4s intercaladas por octetos.
Ponteiro
O ponteiro AU possibilita flexibilizar a posição de um VC de ordem superior em
relação ao quadro do módulo de transporte. A posição do ponteiro, ao contrário, é
sempre fixa. A posição de cada octeto no STM possui um número, e o ponteiro AU
contém o número do octeto, em que o VC se inicia.
Similarmente, um VC de ordem inferior incluído como parte de um VC de ordem
superior, tal como um VC-12 em um VC-4, tem uma posição fixa ou flexível. Os
ponteiros tornam possível a posição flexível.
Quando os ponteiros são usados em dois níveis, podemos compensar as diferenças de
fase, ou de freqüência, entre diferentes VCs no mesmo STM, e entre VC e STM. Os
ponteiros no STM cumprem a mesma função que os bits de justificação na PDH.
Apesar de uma rede SDH, inteiramente síncrona, não requerer uma justificação de
ponteiro, as variações da temperatura e dos diferentes comprimentos de cabo sempre
causam diferenças que devem ser compensadas.
Gerenciamento
A rede SDH física está dividida em seções repetidoras (RS) e seções multiplexadoras
(MS), enquanto a rede SDH lógica está dividida em vias de ordem inferior e superior.
Uma via representa a distância entre os pontos onde um VC é formado e onde termina.
Uma seção é a distância entre dois elementos de rede. Veja a Figura A.4.59.
Uma via de ordem superior corresponde a um VC, formado por uma quantidade de
VCs de ordem inferior. Por exemplo, um VC-4 composto por sessenta e três VC-12s
pertence a uma via de ordem superior. Porém, um VC-4 que transporta diretamente
um fluxo PDH de 140 Mbit/s pertence a uma via de ordem inferior e, nesse caso,
nenhuma via de ordem superior será usada. A informação específica de gerenciamento
está associada a cada subseção. Essa informação é chamada overhead. Veja a Figura
A.4.56:
A MSOH contém:
· bits de paridade;
· canais de comunicação; e
· informações para a comutação de proteção automática.
A POH contém:
Elementos de rede
Os elementos de rede na SDH podem ser divididos em:
Uma interpretação mais recente de m é que ele indica o nível mais alto de interconexão,
permitindo-nos manter o conceito familiar 4/1, mesmo quando o equipamento estiver
provido com entradas de STM-4, ou superior.
O desenvolvimento está se movendo na direção de elementos de rede que contêm
funções tanto de ADM quanto de interconexão.
SONET
A SONET é um padrão americano para multiplexação síncrona. Veja a Figura A.4.62.
O padrão foi produzido principalmente para criar uma interface óptica independente
de fornecedor e, com isso, promover a competição. Os esforços para padronizar a
SONET foram bem aproveitados, posteriormente, quando a ITU-T padronizou a SDH.
Em princípio, a SDH é uma extensão internacional da SONET.
4.4.2 Modulação
A modulação é a técnica que permite à informação ser transferida como alterações
em um sinal de transporte de informação. A modulação é usada tanto para a informação
analógica como para a digital; no caso da informação analógica, ela é efetuada
continuamente (transição suave). No caso da informação digital, ela é efetuada passo
a passo (alterações de estado). A unidade que realiza a modulação e a correspondente
demodulação é chamada modem. Na transmissão analógica da informação, são usadas
modulações de amplitude e modulações de freqüência. Veja a Figura A.4.63.
A modulação de amplitude é usada para transmitir voz analógica (300 3.400 Hz)
modulada nas freqüências de rádio, em torno de 450 MHz no sistema nórdico de
rádio móvel NMT 450, e para transmitir imagens de TV nas redes de TV a cabo. A
modulação de freqüência é usada para a radiodifusão na banda de FM (por isso o
termo FM), para o canal de som de TV e para certos sistemas de comunicação móvel.
Em muitos casos, o propósito da modulação é introduzir tantos bits por hertz quanto
possível; por exemplo, em uma linha telefônica com filtro passa faixa (300 3.400
Hz) ou em uma faixa limitada de freqüência de rádio.
A Figura A.4.64 mostra como a mudança de amplitude, de freqüência ou de fase
transporta informação digital.
Figura A.4.66 Um sinal modulado por mudança de fase com quatro estados
Uma vez que cada estado representa dois bits, o valor do baud é a metade do valor de
bit/s; portanto, 1.200 baud é igual à velocidade binária de 2.400 bit/s. Nos modems
para 2.400 bit/s, são usados quatro estados diferentes de mudança de fase. A freqüência
portadora é de 1.800 Hz.
Conseqüentemente, 16 estados diferentes de modulação, ou quatro bits por estado, à
mesma velocidade binária de 2.400 bit/s, dará a taxa de modulação de 600 baud.
Combinações de modulação
Em muitos casos são combinados os métodos básicos de modulação por mudança de
amplitude, de fase e de freqüência. O sistema de telefonia móvel GSM, para dar um
exemplo, usa uma mistura de mudança de fase e mudança de freqüência.
A combinação da modulação por mudança de amplitude com a modulação por mudança
de fase é chamada de modulação de amplitude de quadratura (QAM). Essa combinação
permite mais bits por hertz do que os métodos são capazes de transmitir separadamente.
A Figura A.4.67 mostra a QAM com 16 estados de modulação, que são combinações
de oito alterações de fase e oito alterações de amplitude.
Os modems QAM são usados tanto para conexões de rádio enlace como para linhas
telefônicas analógicas. Nos modems de 19,2 kbit/s usa-se a QAM com 256 estados de
modulação, o que dá 19.200/8 = 2.400 baud e a densidade de informação de 19.200/
(3.400-300) = 6,2 bit/Hz.
HDSL
A HDSL (linha de assinante digital com alta velocidade binária) é uma técnica nova e
eficiente para a implementação de sistemas PCM de 2 Mbit/s na rede de acesso. A principal
vantagem da HDSL é o maior alcance de cerca de 1,5 km, usando o PCM tradicional de
2 Mbit/s, para cerca de 4 km, usando a HDSL (em linhas de cobre com um diâmetro de fio
de 0,5 mm). A capacidade de 2.048 kbit/s é a mesma em ambos os sistemas. O maior
alcance de transmissão reduz de maneira considerável a necessidade de regeneradores na
rede de acesso, reduzindo investimentos e custos de operação e manutenção.
O alcance é determinado principalmente por dois parâmetros de transmissão
atenuação e diafonia e ambos aumentam com a freqüência. A HDSL é baseada em
dois métodos diferentes de redução da largura de faixa do sinal de transmissão:
dividindo a transmissão entre diferentes pares de fios, com dúplex pleno (transmissão
bidirecional) em cada par, e usando um código de linha (2B1Q) que desloca a
distribuição espectral do sinal de informação em direção às freqüências mais baixas.
Dois sistemas HDSL foram propostos pelo ETSI: a capacidade é compartilhada por
dois ou três pares de fios. Veja a Figura A.4.68. Os três pares de fios oferecem maior
alcance, mas requerem um par de fios a mais do que o sistema PCM tradicional.
ADSL
Uma conexão simétrica possui a mesma capacidade de transmissão em ambas as
direções; por exemplo, 2 Mbit/s de A para B e 2 Mbit/s de B para A. As conexões
PCM e as conexões HDSL são simétricas.
A ADSL (linha de assinante digital assimétrica) é uma técnica de transmissão que
permite a transmissão de vídeo em linhas telefônicas tradicionais de assinante com
apenas dois fios. A transmissão da informação é assimétrica, o que significa que a
capacidade de transmissão em uma direção é maior do que na outra direção. Graças à
transmissão assimétrica, as conexões com uma largura de faixa limitada podem ser
usadas de modo eficiente para os serviços interativos que não requerem a mesma
capacidade em ambas as direções. Veja a Figura A.4.69.
Com a ADSL, o vídeo pode ser transmitido de uma central local para um usuário,
enquanto as informações de controle de 16 ou de 64 kbit/s podem ser transmitidos na
outra direção, sem que influenciem a disponibilidade de um canal bidirecional para a
telefonia ou de um acesso básico de ISDN (2B+D).
A Figura A.4.70 mostra um exemplo de técnica ADSL que emprega a faixa de
freqüências não usada acima da faixa de freqüências de voz.
O sistema ADSL está disponível em diferentes velocidades binárias, em que o alcance
é determinado pela capacidade desejada. Em uma boa rede de cobre, o alcance
aproximado da ADSL é de 4,5 5 km para 2 Mbit/s, 2,5 3 km para 6 Mbit/s e 5,5
km para 1,5 Mbit/s. Essa técnica está sendo desenvolvida para proporcionar velocidades
binárias ainda maiores.
Figura A.4.70 Espectro de freqüências para a ADSL de 1.5 Mbit/s sobre dois fios