Você está na página 1de 15

DETERMINAÇÃO DA

CAPACIDADE DE ROTAÇÃO
PLÁSTICA PARA CONCRETOS C20
A C90 E AÇOS CA-50 E CA-60

ENECE 2012
Roberto Buchaim
UEL Departamento de Estruturas
1. Objetivo: Atualizar a capacidade de rotação
plástica incluindo concretos de alto desempenho,
e aços CA-50 e CA-60 cf. a NBR 7480:2007
• 2. Bases de cálculo
(a) Define-se a viga equivalente de vão 𝑙 = 6𝑑 e
extensão plastificada 2𝑎𝑦 = 1,2ℎ.
(b) Seção retangular em flexão simples, com
armadura simples 𝑑 = 0,9ℎ.
(c) Bloco Retangular de tensões, com resistências
características 𝑓𝑐𝑘 e 𝑓𝑦𝑘 , 𝑓𝑡𝑘 dos materiais na
determinação da capacidade de rotação plástica,
𝑓𝑐𝑘
e resistências de cálculo 𝑓𝑐𝑑1 = 0,85 ,
𝛾𝑐
𝑓𝑦𝑘
𝛾𝑐 = 1,4, e 𝑓𝑦𝑑 = , 𝛾𝑠 = 1,15 para a LN no
𝛾𝑠
ELU-flexão.
(c) Deformações limites do concreto
𝜀𝑐𝑢2 = 3,5‰ 𝑠𝑒 𝑓𝑐𝑘 ≤ 50 𝑀𝑃𝑎, e
(90 − 𝑓𝑐𝑘 ) 4
𝜀𝑐𝑢2 ‰ = 2,6 + 35[ ] 𝑠𝑒 50 𝑀𝑃𝑎 < 𝑓𝑐𝑘
100
≤ 90 𝑀𝑃𝑎.

(d) Alongamentos limites do aço


CA-50: 𝜀𝑦𝑘 = 2,5‰, 𝜀𝑢𝑑 = 0,9𝜀𝑢𝑘 = 0,9 × 80‰ =
72‰, 𝑓𝑡𝑘 = 1,1 × 500 = 550 𝑀𝑃𝑎

CA-60: com 𝜀𝑦𝑘 = 3‰, 𝜀𝑢𝑑 = 0,9𝜀𝑢𝑘 = 0,9 ×


50‰ = 45‰ e 𝑓𝑡𝑘 = 1,05 × 600 = 630 𝑀𝑃𝑎.
(a) Seção e propriedades dos materiais
≤ 2 = = 1

≤ ≤ = 0,9 ≤ ≤ ( ) =

(a) seção (b) deformações para 𝜃𝑝𝑙 (c) tensões para 𝜃𝑝𝑙 (d) tensões para o ELU

Figura 1: (a) Seção retangular, (b) e (c) deformações e tensões nos materiais para o cálculo da
rotação plástica, (d) tensões para o cálculo no ELU
1
=

=( )
1

1 2 ,
, (‰)

Figura 2: Lei tensão-deformação média do aço, associada à sua deformação na fissura


= 0,6ℎ = 0,6ℎ

= =

= = 2

1
( )
1 1
1 = = [( ) −( ) ]
( )

0,5 = 3 0,5 = 3

Figura 3: Viga equivalente: zona plastificada, momentos fletores e curvaturas


Rotação plástica:
• Ramo ascendente: • Ramo descendente:
• 103 𝜃𝑝𝑙 = • 103 𝜃𝑝𝑙
𝑎𝑦 𝜀𝑠𝑚,𝑢𝑑 𝜀𝑠𝑚,𝑦 𝑎𝑦 𝜀𝑐𝑢2 𝜀𝑠𝑚,𝑦
− = −
𝑑 1−𝜉𝑢 1−𝜉𝑦 𝑑 𝜉𝑢 1−𝜉𝑦

• Ponto de máximo: igualam-se estas equações.


𝜀𝑐𝑢2
• LN conhecida 𝜉𝑏𝑎𝑙,𝑢 =
𝜀𝑐𝑢2 +𝜀𝑠𝑚,𝑢𝑑
• Incógnita: taxa geométrica da armadura, obtida
iterativamente.
• Conhecido este ponto, varia-se a LN do ELU até 0,5
(domínios 2 e 3).
• Em cada ponto da curva, dada a LN do ELU, obtém-se a
taxa geométrica de Rc=Rs, e com ela a LN para a rotação
plástica.
Aço CA-50
35,00
CA-50 ftk/fyk=1,1 Epsuk=0,080
fck=50MPa Epscu=0,0035
30,00
CA 50 ftk/fyk=1,1 Epsuk=0,080
fck= 50 MPa
fck=90 Mpa Epscu=0,0026
Ѳpl 25,00
Curva 2 NBR 6118
(mrad)
20,00

15,00 Curva 2 NBR 6118

10,00
fck= 90 MPa
5,00

0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50
( x/d )ELU
Figura 4: Capacidade de rotação plástica para concretos C50 e C90, aço CA-50, bloco
retangular de tensões para 𝜃𝑝𝑙 (𝑓𝑐𝑘 , 𝑓𝑦𝑘 /𝑓𝑡𝑘 = 50 𝑒 90; 500/550 𝑀𝑃𝑎) e para ELU 𝑓𝑐𝑑 1 =
𝑓 𝑐𝑘
0,85 1,4 , 𝑓𝑦𝑑 = 435 𝑀𝑃𝑎 , 𝑎𝑦 = 0,6ℎ, 𝑒 𝑑 = 0,9ℎ. Deformações limites: concreto: 3,5‰ e
2,6‰; aço: 𝜀𝑠𝑢𝑑 = 0,9 × 80 = 72‰.
Aço CA-60
25,00
CA-60 ftk/fyk=1,05 Epsuk=0,050
fck=50 Mpa Epscu=0,0035
20,00
CA-60 ftk/fyk=1,05 EPsuk=0,050
Ѳ 15,00
fc=50 MPa Epscu=0,0026
(mrad)
fck= 50 MPa
Curva 1 NBR 6118
10,00

5,00
fck= 90 MPa

0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50

( x/d )ELU
Figura 5: Capacidade de rotação plástica para concretos C50 e C90, aço CA-60, bloco
retangular de tensões para 𝜃𝑝𝑙 (𝑓𝑐𝑘 , 𝑓𝑦𝑘 / 𝑓𝑡𝑘 = 50 𝑒 90; 600/630 𝑀𝑃𝑎) e para ELU 𝑓𝑐𝑑 1 =
𝑓𝑐𝑘
0,85 1,4 , 𝑓𝑦𝑑 = 522 𝑀𝑃𝑎 , 𝑎𝑦 = 0,6ℎ, 𝑒 𝑑 = 0,9ℎ. Deformações limites: concreto: 3,5‰ e
2,6‰; aço: 𝜀𝑠𝑢𝑑 = 0,9 × 50 = 45‰.
Exemplo: Laje contínua L=72m, n=9 vãos, carga uniforme
𝑘𝑁
𝑞𝑑 = 12,712 2 , 𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎, 𝐶𝐴 − 50, 𝑑 ′ = 25 𝑚
𝑚

• (a) Os coeficientes de redistribuição: no primeiro apoio


54,33 54,33
𝛿= = 0,72 e nos apoios seguintes = ≅ 0,75.
75,8 72,7
𝑦
• Escolhe-se (𝒙 𝒅)𝑬𝑳𝑼 = 𝟎, 𝟏𝟐𝟓, donde = 0,8 × 0,125 = 0,10. O
𝑓𝑐𝑘𝑑
momento relativo, com 𝑓𝑐𝑑1 = 0,85 = 18,214 𝑀𝑃𝑎, vale
𝛾𝑐
𝜇𝑑 = 𝑚𝑑,𝑟 ( 𝑑 2 𝑓𝑐𝑑1 ) = 0,10 × 1 − 0,5 × 0,10 = 0,095.
54,33×103
• A menor altura útil resulta igual a 𝑑 = = 177 𝑚𝑚,
0,095×18,214
donde a altura total: 𝒉 = 𝟏𝟕𝟕 + 𝟐𝟓 ≅ 𝟐𝟎𝟎 𝒎𝒎. A área da
18,214 𝑚𝑚2
armadura vem a ser 𝑎𝑠 = 0,1 × 177 × = 0,74 =
434,8 𝑚𝑚
𝒎𝒎𝟐
740 .
𝒎
𝟏𝟐𝟓 𝒎𝒎𝟐
• Adota-se 𝟏∅𝟏𝟐, 𝟓, 𝒔 ≅ 𝟏𝟓 𝒄𝒎, 𝒂𝒔 = = 𝟖𝟑𝟑, 𝟑 .
𝟎,𝟏𝟓 𝒎
, ( ) 0,5 = 36

, ( )

Figura 6: Laje contínua, armada só na direção 𝑥, momentos elásticos (𝑚𝑑 ,𝑒 ) e redistribuídos


(𝑚𝑑,𝑟 )
(b) Cálculo da rotação plástica solicitante
𝐸𝑠 200 0,8333
• Estádio II, 𝛼𝑠 = = = 6,67, 𝜌𝑠 = =
𝐸𝑐𝑠 30 177
0,471%, 𝛼𝑠 𝜌𝑠 = 0,0314, LN 𝑥 = 0,2211 × 177 =
39,1 𝑚𝑚.
• A rigidez à flexão no Estádio II é igual a 𝐸𝑐𝑠 𝐼𝐼𝐼 =
𝑥
𝐸𝑠 𝑎𝑠 𝑑 − 𝑥 𝑑 − = 3,77 × 109 𝑁𝑚𝑚.
3
• Aumento da rigidez pelo efeito do enrijecimento da
armadura do banzo tracionado dado pelo fator
𝜀𝑦𝑘
= 1,13,
𝜀𝑠𝑚
𝜀𝑦𝑘
• (𝐸𝐼)𝐼𝐼 = 𝐸𝑐𝑠 𝐼𝐼𝐼 = 3,77 × 1,13 × 109 = 4,27 ×
𝜀𝑠𝑚
109 𝑁𝑚𝑚.
Rotação plástica no primeiro apoio interno
103 𝑞𝑑 𝑙1 𝑙2
3
• 10 𝜃𝑝𝑙,𝑆 = 𝑙13 + 𝑙23 − 𝑚𝑑 +
(𝐸𝐼)𝐼𝐼 24 3 2
= 31,2 𝑚𝑟𝑎𝑑
• Capacidade de rotação plástica (Fig, 4): CA-50,
(𝑥 𝑑)𝐸𝐿𝑈 = 0,125 e 𝑓𝑐𝑘 = 50 𝑀𝑃𝑎, 103 𝜃𝑝𝑙
≅ 23,9 𝑚𝑟𝑎𝑑.
𝑀𝑆𝑑 5,84
• Correção 𝜆 = = 5,84, 𝑘𝜆 = = 1,39
𝑉𝑆𝑑 𝑑 3

• 103 𝜃𝑝𝑙 𝑘𝜆 = 33,3 𝑚𝑟𝑎𝑑 > 103 𝜃𝑝𝑙,𝑆 = 31,2 𝑚𝑟𝑎𝑑.


OK, nenhuma deformação limite foi atingida
Observações finais:
• Estimativa simplificada da capacidade de rotação, com
base nas hipóteses do EC-2: 2004 e do MC-2010.
• Há no problema dois níveis de tensão, um para a
deformabilidade da seção, outro para o ELU.
• Bloco retangular de tensões nos dois níveis é simples e
preciso. Ramo ascendente do aço plastificado só para a
deformabilidade da seção.
• Efeito de tamanho não considerado.
• Aços com deformações limites cf. NBR 7480: 2007.
Aço CA-60 só fios e barras.
• Coeficiente de redistribuição está associado à
capacidade de rotação plástica. Idem, na análise
plástica, através da LN do ELU. Objetivo último:
garantir a ductilidade da estrutura, através das vigas e
lajes.
Agradecimentos:
• À Comissão organizadora do ENECE 2012 pela
oportunidade de apresentação deste trabalho.
• E a todos presentes meu Muito Obrigado.

Você também pode gostar