De que forma, considerando as negociações com as instituições que programam dança
contemporânea, a consciência do artista frente à disputa pela produção de sentido da obra, interfere em sua produção artística? Esta questão parte de uma quase ausência de discussões e estudos relacionando Crítica Institucional, Práticas Instituintes e Dança Contemporânea. Neste artigo, desejo explorar esse campo de problemas pouco abordado na Dança, pensando de que forma os artistas reconhecem as possíveis fricções, negociações e embates junto aos contextos de apresentação de seus trabalhos e que potência crítica e política a Dança Contemporânea pode ainda resguardar diante dos mecanismos de captura das instituições que tendem a amenizar e equiparar certas obras a eventos de entretenimento. Para iluminar estas reflexões, baseio-me, sobretudo, nas discussões de Gerald Raunig, Marcelo Expósito e Simon Sheikh examinando a atualização da Crítica Institucional e a potência das Práticas Instituintes ao longo do projeto Transform, realizado pelo European Institute for Progressive Cultural Policies entre 2005 e 2008.
Artista com projetos desenvolvidos em dança, performance, vídeo e instalação.
Investiga as poéticas e políticas do encontro, os modos de visibilidade da dança contemporânea e as relações entre arte e cotidiano. Mestre em Artes pela UERJ (2012). Professora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).