Sobre o Plano de Metas, indique quais foram os objetivos, os instrumentos
utilizados e a estratégia adotada pelo Plano para a consecução de seus objetivos.
LAYRA YOHANA BORGES SILVA MELO
Elaborado no governo de Juscelino Kubitschek, o Plano de Metas foi
mais um programa pautado pelo ideal desenvolvimentista, prosseguindo com o processo de substituição de importações e teve como intuito trazer avanços na estrutura econômica brasileira, através da compatibilização de fenômenos antagônicos como crescimento acelerado e estabilidade social. Se apoiou em quatro fundamentais pilares como estratégia, sendo estes o (a) tratamento preferencial ao capital externo; (b) financiamento através da expansão da base monetária; (c) ampliação do setor público na formação de capital e (d) estímulo à iniciativa privada. O Plano de Metas foi formulado em torno de vastos objetivos setoriais, que deveriam ser atendidos em cinco anos. Um desses objetivos era a construção de uma infraestrutura industrial, estímulo ao aumento da produção de bens intermediários (aço, carvão, cimento, etc) e incentivos à introdução dos setores de consumo de bens duráveis e de capital, a fim de encadear os processos de desenvolvimento da indústria. As metas foram definidas baseadas nas projeções relativas de vários setores da economia feitas pelos relatórios da CMBEU e do CEPAL-BNDE, que diagnosticava quais seriam as áreas prioritárias de investimento e determinava quais eram os pontos de estrangulamento da economia. Assim, o grande objetivo do plano de metas era transformar esses pontos de estrangulamento em pontos de germinação. O plano abrangia os setores de energia, transportes, indústria de base, alimentação e educação, sendo esses últimos não prioritários. Em relação ao primeiro conjunto do plano de metas (energia e transporte), receberam maior atenção pois havia um desequilíbrio entre o parque industrial privado e o sistema de transporte, além que o setor de energia se mostrou defasado na expansão industrial (LESSA, 1981, p. 31). Já os investimentos na indústria de base encontravam apoio no próprio processo que já vinha acontecendo. Houve ainda uma meta autônoma: a construção de uma nova capital para o Brasil. A nova capital do País era a meta síntese do Plano de Metas, apesar desse plano não contemplar fontes de recursos para a sua construção. Os instrumentos utilizados para o alcance desses objetivos foi o aumento da participação do setor público na formação de capital através de investimentos nas empresas estatais, além de estímulos à iniciativa privada, concedendo créditos a baixo juros, como também imputando a lei do similar nacional e garantindo o câmbio para a importação de bens destinados aos setores prioritários. A utilização da instrução 113 da SUMOC também foi um importante instrumento.