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As Glândulas Endócrinas

Introdução as Sete Glândulas Endócrinas

Funções do Sistema Hormonal

A função central do Sistema Hormonal é regular e controlar o emprego dos alimentos,


inclusive a digestão de alimentos sólidos, a ingestão e uso de Oxigênio e o metabolismo
e equilíbrio dos carbohidratos, gorduras, proteínas , sais minerais e água. Estas funções
resultam no desenvolvimento do corpo, manutenção da vitalidade e capacidade de
reprodução e manutenção da espécie.

Os sistemas de comunicação hormonais ampliam os sistemas de comunicação nervosos


dentro do organismo.

Os Hormônios
Os hormônios são moléculas químicas (peptídeos, proteínas ou esteróides) produzidas
em uma parte do corpo que então viajam para fazer efeito em outra parte. Deste modo
uma célula pode afetar outras células distantes. O sistema endócrino é um sistema
refinado de verificações e equilíbrios em forma de circuitos realimentados que facilitam
o funcionamento normal de todos os sistemas do organismo. Os hormônios podem ser
produzidos e ter uma ação local, ou podem ser produzidos em uma glândula endócrina e
ter efeito em um local distante.

As Glândulas

As glândulas são unidades funcionais formadas de células que segregam hormônios,


localizadas em várias regiões do corpo e que compõem o sistema endócrino. Cada
glândula tem funções específicas que ajudam a manter o organismo interno em
condições normais e a promover a sobrevivência do organismo.

Convém esclarecer ao praticante de Revitalização Integral, que a intenção primordial


deste caderno é dar um panorama geral da atuação das Glândulas e os hormônios
secretados por elas, para que em última análise constate os benefícios decorrentes de um
Sistema Hormonal regulado e sadio. Para isso, achamos conveniente abordar
sucintamente em cada glândula algumas patologias, baseados em literatura médica.

Além disso, adicionamos uma tabela completa sobre os Hormônios secretados pelas
glândulas, assim como sua estrutura química, efeitos e estímulos no organismo.

Glândula Hormônio Estrutura Principais Regulação


Química Efeitos
Hipófise Oxitocina Peptídeo Estimula a Sistema nervoso
(Lobo contração das
posterior) musculaturas do
útero e das
glândulas
mamárias
Lobo Antidiurético Peptídeo Promove a Osmolaridade do
posterior reabsorção de sangue
água pelos rins
Lobo Somatotrofina Proteína Estimula o Hormônios do
anterior crescimento Hipotálamo
geral do corpo;
afeta o
metabolismo das
células
Lobo Prolactina Proteína Estimula a Hormônios do
anterior produção e a Hipotálamo
secreção do leite
Lobo Folículo estimulante Proteína Estimula os Estrógenos no
anterior folículos sangue; hormônios
ovarianos nas do hipotálamo
fêmeas e a
espermatogênese
nos machos
Lobo Luteinizante Proteína Estimula o corpo Progesterona ou
anterior amarelo e a testosterona;
ovulação nas hormônios do
fêmeas e as hipotálamo
células
intersticiais nos
machos
Lobo Tireotrofina Proteína Estimula a Tiroxina; hormônios
anterior tireóide a do hipotálamo
secretar seus
hormônios
Lobo Adrenocorticotrófic Proteína Estimula a Cortisol; hormônios
anterior o secreção de do hipotálamo
glicocorticóides
pelas glândulas
adrenais
Tireóide Triiodotironina Aminoácidos Estimula e Tireotrofina
mantém os
processos
metabólicos
Tireóide Calcitonina Peptídeo Baixa o nível de Concentração de
cálcio no sangue cálcio no sangue
e inibe a
liberação de
cálcio dos ossos
Paratireóides Paratormônio Peptídeo Eleva o nível de Concentração de
cálcio no sangue cálcio no sangue
e estimula a
liberação de
cálcio dos ossos
Pâncreas Insulina Proteína Baixa sua taxa Concentração de
no sangue; glicose no sangue;
estimula o somatostatina
armazenamento
de glicose pelo
fígado; estimula
a síntese de
proteínas
Pâncreas Glucagon Proteína Estimula a Concentração de
quebra de glicose e
glicogênio no aminoácidos no
fígado sangue
Pâncreas Somatostatina Peptídeo Suprime a Controle nervoso
liberação de
insulina e
glucagon
Adrenal Epinefrina Catecolamin Aumenta o Controle nervoso
(medula) a açúcar no
sangue; causa
vasoconstrição
na pele, mucosas
e rins
Adrenal Norepinefrina Catecolamin Acelera os Controle nervoso
(medula) a batimentos
cardíacos; causa
vasoconstrição
generalizada no
corpo
córtex Glicocorticóides Esteróides Afeta o Adrenocorticotrófic
metabolismo de o
carboidratos;
aumenta o açúcar
no sangue
córtex Mineralocorticóides Esteróides Promove a Nível de potássio no
reabsorção de sangue
sódio e a
excreção de
potássio pelos
rins
Testículos Andrógenos Esteróides Estimula a Hormônio folículo
espermatogênese estimulante;
; desenvolve e hormônio
mantém os luteinizante
caracteres
sexuais
secundários
masculinos
Ovários Estrógenos Esteróides Estimula o Hormônio folículo
(folículo) crescimento da estimulante;
mucosa uterina; hormônio
desenvolve e luteinizante
mantém os
caracteres
sexuais
secundários
femininos
Corpo Progesterona e Esteróides Promove a Hormônio folículo
amarelo estrógenos continuação de estimulante;
crescimento da hormônio
mucosa uterina luteinizante
Pineal Melatonina Catecolamin Está envolvida Ciclo dia / noite
a no ritmo
circadiano

Veja também:

A Glândula Hipófise ou Pituitária

2. A GLÂNDULA HIPÓFISE OU PITUITÁRIA [OU CASA DA


INTELIGÊNCIA]

A hipófise, também chamada de glândula “mestra” do organismo, é um órgão


pequeno, tendo no homem o volume de uma pequena noz, pesando por volta de 0,6g.
Situa-se no interior da caixa craniana, numa depressão óssea chamada sela túrcica.
Ela coordena o funcionamento das demais glândulas, porém não é independente,
obedece a estímulos do hipotálamo. A hipófise é formada de três partes: A hipófise
anterior ou adeno-hipófise, hipófise intermediaria e hipófise posterior.
A atividade das células hipofisárias e a emissão de seus hormônios no sangue estão
sob o controle de centros nervosos situados na base do cérebro, na região denominada
hipotálamo. As relações entre as duas estruturas se faz por intermédio de substâncias
químicas: os fatores de liberação, ou “releasing factors”, secretados por alongamentos
de células especializadas do hipotálamo.
Dos sete hormônios produzidos pela adeno-hipófise, quatro exercem sua ação por
intermédio de uma outra glândula endócrina.

2.1 A ADENO-HIPÓFISE OU HIPÓFISE ANTERIOR

A adeno-hipófise produz hormônios essenciais ao crescimento, ao metabolismo geral e


à reprodução, garantindo a sobrevivência da espécie. Ela produz pelo menos seis
hormônios. Três deles, as gonadotrofinas, são sexuais.
2.2 OS HORMÔNIOS SEXUAIS - AS GONADOTROFINAS

Estas substâncias estimulam as gônadas [testículos e ovários] a produzirem células


reprodutoras.

2.3 O HORMÔNIO TIREOTRÓFICO

O hormônio tireotrófico [TSH] estimula a glândula tireóide e participa no metabolismo


orgânico, no aproveitamento da água, do iodo, do cálcio, do fósforo, dos açúcares, das
gorduras, das proteínas e das vitaminas.

2.4 O HORMÔNIO ADRENOCORTICOTRÓFICO

O hormônio adrenocorticotrófico [ACTH] é o ativador da parte externa da glândula


supra-renal, vital no controle da água, sais e outros elementos.

2.5 O HORMÔNIO SOMATOTRÓFICO

O sexto hormônio, o somatotrófico, ou hormônio do crescimento, estimula o


crescimento de todos os tecidos do corpo e também tem grande importância no
aparecimento do diabetes.

2.6 A HIPÓFISE INTERMEDIÁRIA E O HORMÔNIO MELANOTRÓFICO

A parte intermediária da hipófise secreta o hormônio melanotrófico ou melatrofina que


em peixes e anfíbios induz à dispersão dos grânulos de melanina dos melanócitos,
levando ao escurecimento da pele. Esse processo é de fundamental importância para a
proteção desses animais diante da ação dos predadores.

2.7 A HIPÓFISE POSTERIOR E A VASOPRESSINA, O HORMÔNIO


ANTIDIURÉTICO E A
OXITOCINA

A hipófise posterior ou neuro-hipófise, localiza-se no lobo posterior, sendo constituída


por fibras nervosas desprovidas de mielina (desmielinizadas) e por células da
neurologia. Os hormônios neuro-hipofisários são: a vasopressina ou hormônio
antidiurético (ADH), ambos produzidos no hipotálamo e armazenados no lobo
posterior da hipófise, que controla o equilíbrio hídrico do organismo.
A oxitocina age na musculatura lisa da parede do útero, facilitando a expulsão do feto
e da placenta.
Uma característica peculiar da neuro-hipófise é a sua circulação, curiosamente feita
quase que totalmente de sangue venoso, isto é, carregado de gás carbônico e com
baixas taxas de oxigênio.
As secreções da “glândula mestra” obedecem a um conjunto de estímulos de ordem
hormonal e nervosa. Assim, pode-se concluir que exista uma relação direta entre
estado psíquico e hormônios.

2.8 CENTROS DE REGULAÇÃO DO COMPORTAMENTO E DA EMOÇÃO


Durante muito tempo acreditou-se que a regulação do comportamento e em especial o
comportamento emocional estaria na dependência de todo o cérebro. Coube
principalmente a Hess, demonstrar a existência de centros de regulação do
comportamento. Sabe-se que as áreas relacionadas com o comportamento emocional
ocupam territórios bastante grandes.
Por exemplo, no tronco encefálico estão localizados vários núcleos de nervos
cranianos, viscerais e somáticos. Ativando-se essas estruturas ocorrem estados
emocionais, resultando diversas manifestações como: o choro, alterações fisionômicas,
sudorese, salivação, aumento do ritmo cardíaco.
Além de sua participação nos fenômenos emocionais, estas áreas relacionam-se
também com comportamentos ligados às necessidades básicas do organismo tais
como a sede, a fome e o sexo, importantes para a preservação do indivíduo e da
espécie. O fato de que as áreas encefálicas que regulam o comportamento emocional
também regulam o sistema nervoso autônomo torna-se mais significativo se
considerarmos que as emoções se expressam através de manifestações viscerais
[choro, aumento de salivação, eriçar de pelos em um gato com raiva] e são
acompanhadas de alterações da pressão arterial, do ritmo cardíaco e respiratório.
Torna-se claro também que muitos distúrbios emocionais graves resultam de afecções
viscerais, sendo um exemplo clássico o caso das úlceras gástricas e duodenais.

OBSERVAÇÕES

A hipófise é muitas vezes marcada nas tradições como o “Terceiro Olho”.


Inúmeras obras de arte sacra e crenças místicas indígenas representam essa marca
entre as sobrancelhas, na testa, assim como todas as religiões reconhecem sua
importância espiritual.
Esta nobre glândula governa também a memória, a sabedoria, a inteligência e o
pensamento. Ela ainda regula a produção de hormônios de outras glândulas, como a
tireóide.

EXERCÍCIOS ESPECÍFICOS PARA A GLÂNDULA HIPÓFISE OU


PITUITÁRIA

De preferência, faça esta série de exercícios sentado e com os olhos fechados.

EXERCÍCIO 1 [Ressoar o Tambor Celeste]


♦ Una os dedos médio e indicador [ver fig.], colocando o
dedo médio em cima do indicador.
♦ Com os dedos unidos, coloque as palmas das mãos em
forma de concha no ouvido [ver fig.].
♦ A seguir, desloque o dedo médio pressionando-o sobre o
dedo indicador até que se separem. Através do impulso,
o dedo médio “baterá” na depressão, na base do crânio.

Isto provoca uma ressonância, uma vibração, que vai


atingir a hipófise. Coloque sua atenção na sensação
produzida e também no som que ressoa na caixa
craniana.

O som produzido é o “OM” primordial [AUM]. Essa vibração monossilábica é o som


primordial inaudível, o som criador, a imagem do Verbo a partir do qual se desenvolve
a
manifestação.

EXERCÍCIO 2 [Tamborilar com os dedos a região entre as sobrancelhas e fazer


movimentos circulares]

♦ Coloque os dedos médio e indicador


das duas mãos na região entre as
sobrancelhas e os olhos. Com a polpa
dos dedos dê suaves “batidinhas”,
como se tamborilasse a região.
♦ Em seguida, faça uma massagem com
movimentos circulares entre as sobrancelhas e
na nuca [com os dedos médio e indicador].
Coloque os dedos na região entre as sobrancelhas
e com a outra mão toque o ponto abaixo do
crânio, na nuca, onde há uma depressão ou
reentrância [ver fig.].

♦ Comece a massagear simultaneamente os dois pontos, no sentido que lhe aprouver.


Faça como achar mais confortável. Quando sentir que deve parar, passe para o outro
exercício.

EXERCÍCIO 3 [Aquecer a região das têmporas]

♦ Friccione as mãos e coloque-as sobre as têmporas.


♦ Massageie as têmporas fazendo pequenos círculos.

EXERCÍCIO 4 [Tamborilar a região acima das orelhas]


♦ Coloque os dedos das duas mãos na região acima das
orelhas. Com a polpa dos dedos dê suaves
“batidinhas”, como se tamborilasse a região.

EXERCÍCIO 5 [Movimento em cruz sobre o osso do nariz e acima das


sobrancelhas]

♦ Coloque os dedos médio e indicador de


ambas as mãos sobre o início do nariz,
na altura dos olhos, e suba até o meio
da testa, desenhando uma reta.
♦ A seguir, mova-os (sem tirá-los do
rosto) e percorra horizontalmente a
região das sobrancelhas, vá até o final
delas.
♦ Volte os dedos para o nariz e suba até a
testa novamente e depois para as
sobrancelhas.
Repita este movimento em forma de cruz algumas vezes.

EXERCÍCIO 6 [Aquecer a região entre as sobrancelhas e a base do crânio]


♦ Aqueça as mãos friccionando a parte mais
próxima dos punhos. Coloque uma mão
sobre a região do “terceiro olho” e a outra na
base do crânio.
♦ Repita, aquecendo novamente as mãos e
fazendo o mesmo gesto.
♦ Faça 3 vezes.

EXERCÍCIO 7 [Aquecer o pavilhão dos ouvidos]

♦ Friccione as palmas das mãos até aquecê-las


bem, a seguir coloque-as sobre as orelhas.
Sinta o calor invadindo a parte interna dos
ouvidos e adjacências.

EXERCÍCIO 8 [Aquecer as cavidades oculares]


♦ Aqueça as mãos novamente e coloque-as sobre os
olhos. Você pode permanecer de olhos abertos.
♦ Faça 8 vezes. Este exercício beneficia a visão e
relaxa os músculos oculares.

A repetição diária permitirá que as situações da vida se tornem mais claras, que as
soluções cheguem de maneira mais rápida e com inteligência lúcida. Restabelecerá a
paz interior e a qualidade do sono se tornará melhor.
Este exercício tem um efeito imediato, pois os olhos fazem parte do cérebro. Ao fazer
contato com as células cerebrais, os nervos ópticos serão privilegiados com um
profundo relaxamento. Lembramos que estes órgãos maravilhosos são muito exigidos
e forçados a trabalhar sem descanso. Faça este gesto várias vezes ao dia sempre que
sentir a vista cansada ou a cabeça atordoada pelas exigências da vida.

A Glândula Pineal ou Epífise

1. A GLÂNDULA PINEAL [CASA DO ESPÍRITO]


Também chamada de corpo pineal ou epífise, é uma glândula cônica e achatada,
localizada
acima do teto do diencéfalo, ao qual se une por um pedúnculo. No homem adulto, mede
aproximadamente 5 por 8 mm. A glândula pineal fica localizada no centro do cérebro,
sendo
conectada com os olhos através de nervos.
As pesquisas recentes sobre as funções da glândula pineal e de seu principal produto, o
hormônio melatonina, despertaram um grande interesse público nesta última década em
função da descoberta do papel da melatonina na regulação do sono e do ritmo biológico
[ritmo
circadiano] em humanos.

1.1 A MELATONINA E O RITMO CIRCADIANO

A melatonina é uma substância natural semelhante a um hormônio e é produzida na


glândula pineal. A produção de melatonina pela glândula pineal é cíclica, obedecendo
um
ritmo diário de luz e escuridão, chamado ritmo circadiano. Nos seres humanos, a
produção de
melatonina ocorre durante a noite, com quantidades máximas entre 2 e 3 horas da
manhã, e
mínimas ao amanhecer do dia.
Tanto a luz como a escuridão transmitem o sinal dos olhos para a glândula pineal,
determinando a hora de iniciar e parar a síntese da melatonina.
A produção noturna de melatonina levou à rápida descoberta do seu papel como indutor
do
sono em humanos, e como restauradora dos distúrbios decorrentes de mudanças de
fusohorário
(jet-lag), no início dos anos 90.

1.2 A MELATONINA E A REGULAÇÃO DO SONO

Além da regulação do sono, a melatonina controla o ritmo de vários outros processos


fisiológicos durante a noite: a digestão torna-se mais lenta, a temperatura corporal cai, o
ritmo cardíaco e a pressão sangüínea diminuem e o sistema imunológico é estimulado.
Costuma-se dizer, por isso, que a melatonina é a molécula chave que controla o relógio
biológico dos animais e humanos.
Do ponto de vista experimental, a melatonina modifica a imunidade, a resposta ao
estresse e
algumas características do processo de envelhecimento. No contexto clínico, tem sido
utilizada nos distúrbios do ritmo biológico, alterações relacionadas ao sono e o câncer.
Ela
possui vários e significativos efeitos biológicos.

1.3 A MELATONINA E SEUS EFEITOS NO EQUILÍBRIO DO ORGANISMO

Os pesquisadores estudaram os efeitos anti-câncer da melatonina, que parece funcionar


em
conjunto com a vitamina B6 e o Zinco, opondo-se à degradação do sistema imunológico
proporcionada pelo envelhecimento.
A melatonina também pareceu promissora no tratamento de problemas femininos, como
a
osteoporose, a síndrome pré-menstrual, e até mesmo o controle da natalidade. Por se
tratar de
um dos principais hormônios anti-estresse, participa ainda das funções adaptativas e
estimulantes.
Portanto, a melatonina estabiliza e sincroniza a atividade elétrica do sistema nervoso
central.
Muitos defendem que a pineal, atuando não apenas através da melatonina, é uma
“estrutura
tranqüilizadora que suporta o equilíbrio do organismo”, agindo como um órgão
sincronizador,
estabilizador e moderador. Isso sugere que a melatonina pode ter muitas aplicações em
condições onde é importante estabilizar e harmonizar a atividade cerebral.
Um dado importante é o fato de que a glândula pineal afeta diretamente as outras
glândulas
por meio de suas secreções. (Arendt J.,1995. In Melatonin and the Mammalian Pineal
Gland,
Chapman & Hall, London, pp. 4.)

1.4 A MELATONINA E SEU PAPEL NA REPRODUÇÃO

Foram caracterizados sítios de ligação para melatonina nas gônadas [glândulas


sexuais], no epidídimo, no ducto deferente e na glândula mamária, sugerindo vários
locais de ação.
O papel da melatonina no desenvolvimento sexual e na reprodução humana ainda
está sendo investigado. Em mulheres, foi demonstrado que as concentrações de
melatonina e de progesterona variam com as estações do ano, e que há uma
correlação negativa entre melatonina e a produção de estrógeno. A melatonina em
humanos possui importante ação antigonadotrófica, visto que inibe a produção de
hormônio liberador do hormônio de crescimento (GnRH), que é essencial para o
desenvolvimento das gônadas na fase de puberdade. (Vanecek, 1998).

1.5 A MELATONINA E O MAL DE ALZHEIMER

Diagnosticado por Alois Alzheimer em 1906, o mal de Alzheimer é uma doença


degenerativa que destrói as células do cérebro, lenta e progressivamente, afetando o
funcionamento mental (pensamento, fala, memória, etc.). Com o avanço da moléstia, o
paciente começa a perder hábitos, como o da higiene pessoal, e a manifestar
alterações de comportamento, como ansiedade, agressividade, etc. Caracterizado como
uma forma de demência, o mal de Alzheimer atinge cerca de 1% da população na faixa
dos 65 anos de idade. Seu primeiro sintoma é, via de regra, a perda da memória
recente, sendo indicado, neste caso, consultar um médico neurologista.
Em pacientes com Alzheimer, os receptores no hipocampo, responsáveis pelo controle
da tensão vascular, tem seu número significativamente aumentado em relação a
pessoas normais da mesma idade, provavelmente devido a uma "up regulation" em
resposta à diminuição da melatonina circulante. O pico noturno de melatonina não
ocorre, ou é muito reduzido em idosos normais. A melatonina apresenta uma redução
na formação da proteína B amilóide que é a responsável pelo mal, tendo, portanto, um
efeito que permitiria supor uma ação anti-Alzheimer.
1.6 A MELATONINA E A MEMÓRIA

A melatonina também tem um efeito sobre a retenção de memória, tendo sido efetiva
na reversão da perda de memória em animais velhos e em modelos de Alzheimer.

1.7 A PINEAL E O CEREBELO

Na parte posterior do crânio está localizado o cerebelo, cuja função é a manutenção do


equilíbrio, tônus muscular e da postura, bem como da coordenação dos movimentos.
Se houver qualquer tensão ou lesão no cerebelo, esta repercutirá no funcionamento da
pineal e suas preciosas secreções serão prejudicadas. O cerebelo é comparado a um
computador muito elaborado. Ele não somente recebe impulsos proprioceptivos, os
quais informam sobre a posição de nosso corpo ou de suas partes, como também
chegam impulsos visuais, táteis e auditivos que podem ser utilizados pelo cerebelo.
Não se sabe exatamente como ele executa esta tarefa.

1.8 O ALIMENTO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

O sistema nervoso central é um todo, sua divisão em partes é exclusivamente didática.


Essa
divisão, em relação a um critério anatômico, reconhece que ele se localiza dentro do
esqueleto
axial, isto é, cavidade craniana e canal vertebral. O encéfalo é a parte do sistema
nervoso
central situado dentro do crânio neural. A medula se localiza dentro do canal vertebral.
Encéfalo e medula constituem o neuro-eixo.
No encéfalo, temos o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico. No homem, a relação
entre
tronco encefálico e o cérebro pode ser grosseiramente comparada à que existe entre o
tronco e
a copa de uma árvore.
O sistema nervoso é formado por estruturas nobres e altamente especializadas, que
exigem
para seu metabolismo um suprimento permanente e elevado de glicose e oxigênio.
Assim, o
consumo de oxigênio e glicose pelo encéfalo é muito elevado e requer um fluxo
circulante
intenso. Quedas na concentração desses elementos ou a suspensão do afluxo sanguíneo
ao
encéfalo não são toleradas além de um período muito curto.
A parada da circulação cerebral por mais de 7 segundos leva o indivíduo à perda da
consciência. Após cerca de 5 minutos começam a aparecer lesões que são irreversíveis.
Contudo, áreas diferentes do sistema nervoso central são lesadas em tempos diferentes,
sendo as áreas filogeneticamente mais recentes as que primeiro se alteram. A área
lesada que
resiste por mais tempo é o centro respiratório situado no bulbo.
Os processos patológicos que acometem os vasos cerebrais tais como tromboses,
embolias e
hemorragias ocorrem com uma freqüência cada vez maior com o aumento da vida
média do
homem moderno. Cumpre lembrar que no sistema nervoso central, ao que parece, não
existe
circulação linfática, por outro lado, existe circulação liquórica.

EXERCÍCIOS ESPECÍFICOS PARA A GLÂNDULA PINEAL

É indicado ao praticante fazer estes exercícios sentado e com os olhos fechados.


Observe a localização da glândula pineal no topo do crânio [figura 1].
Faça os exercícios procurando sentir a localização da pineal. Coloque também sua
atenção na
respiração, lembrando do alimento necessário ao Sistema Nervoso Central.

EXERCÍCIO 1 [Massagear o alto do crânio]

♦ Faça um movimento circular com a polpa dos


dedos das duas mãos sobre o couro cabeludo, no
alto da caixa craniana. Investigue vagarosamente
até encontrar uma reentrância. Sinta-a com os
dedos. Esse ponto corresponde à “moleira” dos
recém-nascidos.
♦ Massageie esse ponto usando os dedos indicador e
médio. Procure perceber qual o sentido mais
confortável [sentido horário ou anti-horário].
♦ Massageie lentamente o ponto sem provocar atrito com a pele. Perceba que o
couro cabeludo, muito colado no início, se desprende melhor depois de um certo
tempo.
♦ Faça essa massagem sem pressa, no seu ritmo e no seu tempo.
É importante salientar que este ponto é o local de união de todos os meridianos. A
prática é ótima antes de dormir, pois a glândula pineal é a rainha do sono profundo.

EXERCÍCIO 2 [Massagear para frente e para trás o couro cabeludo com os dedos]
♦ Outra forma indicada e confortável é
puxar o couro cabeludo para frente e
para trás sempre a partir desse ponto
[no alto da caixa craniana].

EXERCÍCIO 3 [Tamborilar o alto do crânio com os dedos]

♦ A seguir você vai “tamborilar” com os dedos médios o


ponto no alto da caixa craniana, onde se localiza a
glândula pineal. A ação do toque deve ser amorosa, não
use força.
♦ Perceba o que está sentindo. Você poderá sentir calor,
salivação, enjôo, um mental tranqüilo.

EXERCÍCIO 4 [Massagear a fronte na linha do início do couro cabeludo e a


“coroinha”]
♦ Coloque o dedo médio e indicador da mão direita na
fronte, precisamente no início do couro cabeludo,
alinhados com o nariz. Massageie este ponto com os
dois dedos. Escolha a direção que for mais confortável
e agradável.
♦ Faça as massagens nos pontos cranianos sempre
vagarosamente e observando seu próprio ritmo e
tempo.
♦ Continue massageando esse ponto e com os dedos da outra mão encontre uma
reentrância na parte posterior do crânio (um pouco mais atrás do topo da cabeça),
acima do cerebelo. Esta reentrância ou depressão corresponde ao lugar chamado
de “coroinha”. Os religiosos costumam marcar bem essa região, usualmente
rasurando os cabelos num formato circular.
♦ Coloque o dedo médio e indicador sobre esse ponto e massageie no sentido que
achar mais confortável.
Perceba as sensações (dor, calor, lágrimas, relaxamento nos nervos oculares, sensação
de estímulo da tiróide, sensação do palato, sensação de sair do tempo].

FINALIZAÇÃO [Irradiando calor com as mãos]

♦ Em seguida, aqueça as mãos friccionando-as e colocando-as no topo da cabeça.


Deixe que as mãos escolham qual deve ficar em cima e qual deve ficar embaixo.
♦ Perceba o calor que a fricção das mãos provoca. Sinta o calor irradiando para a
pineal e a resposta receptiva dessa glândula ao calor.
Faça contato com a glândula pineal, enviando-lhe afeto, reconhecendo todo o complexo
trabalho que faz no seu organismo. Reconheça sua importância no equilíbrio geral do
organismo e no retardamento do envelhecimento. Ao fazer isto, a glândula recebe calor
e magnetismo.

OBSERVAÇÕES

As tradições respeitavam a glândula pineal e a consideravam alinhada ao mais elevado


centro espiritual. Os hindus entendiam que dentro do Lótus de Mil Folhas ou Chakra
da Coroa, encontrava-se o verdadeiro centro do coração.
Na tradição judaica usa-se até hoje o kipá [usado no topo da cabeça]. É usado para
lembrar o usuário de sua reverência diante de Deus.
Na mitologia grega, Hermes [Mercúrio] era representado com um capacete alado,
símbolo de invulnerabilidade e de potência. Hades [Plutão] possuía um barrete que
adornava sua cabeça e o tornava invisível.
Os católicos representam os santos com auréolas ou halos dourados. Desta forma, a
“coroa” no alto da cabeça tem um significado que não poderíamos omitir. Sua forma
circular indica a participação da natureza celeste, um “Dom” vindo de cima, um poder,
o acesso a um nível e a forças superiores.

As Glândulas Tiróide e Paratiróides

3. A GLÂNDULA TIREÓIDE [CASA DO CRESCIMENTO]

A glândula tireóide localiza-se na base do pescoço, frente à traquéia, e abaixo do pomo


de
Adão. Tem forma de borboleta. Cada asa corresponde ao lobo da tireóide presente em
ambos os lados da traquéia.

3.1 OS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS – T3 E T4

A função desta glândula é produzir, armazenar e liberar hormônios tireoidianos na


corrente
sangüínea. Estes hormônios, também conhecidos com T3 e T4, agem em quase todas as
células do corpo. A produção da quantidade de hormônios tireoidianos é controlada por
outra glândula chamada pituitária ou hipófise. Outra parte do cérebro, o hipotálamo,
ajuda
a hipófise enviando informações e esta, por sua vez, controla a tireóide, formando assim
uma rede de informações ininterrupta. A tireóide, a hipófise e o hipotálamo trabalham
juntos no controle da quantidade de hormônios tireoidianos. Estes órgãos trabalham de
forma similar ao termostato, que controla a temperatura de uma casa. Se não há
quantidade suficiente, a hipófise libera mais hormônio estimulante da tireóide (TSH),
que
indica à tireóide que deve produzir mais hormônio. Se os níveis de hormônio estão
dentro
dos valores normais, a hipófise diminui a produção de TSH a seus valores normais.

3.2 A TIROXINA

A tireóide segrega o hormônio tiroxina. A tiroxina contém iodo e regula o metabolismo


basal
ou o índice de oxidação celular, em outras palavras, o metabolismo do oxigênio.
A hiposecressão da tiroxina pode resultar em:
a- Bócio simples [dilatação da tireóide, resultante da carência de iodo na dieta]. Sais
minerais de iodo são encontrados naturalmente em certos alimentos, como couve,
agrião,
etc. Quando a alimentação é deficiente em sais de iodo, a tireóide cresce
exageradamente.
b- Mixedema na fase adulta e cretinismo na infância. Ambos têm sintomas como
retardamento físico e mental e metabolismo anormal.
A hipersecressão da tiroxina pode causar o bócio exoftálmico ou bócio tóxico [inchaço
da
garganta, elevação da taxa de metabolismo e glóbulos oculares proeminentes]. O bócio
tóxico resulta de um tumor na tireóide e seus sintomas são os mesmos do exoftálmico,
com
exceção dos glóbulos oculares protuberantes.

3.3 AS GLÂNDULAS PARATIREÓIDES

São quatro pequenas glândulas do tamanho de uma ervilha, localizadas no lado interno
da
tireóide. Segregam o paratormônio, que controla o metabolismo de minerais como o
cálcio e
o fósforo.
O hormônio das paratireóides regula a assimilação de cálcio e fósforo pelo organismo.
A
insuficiência desse hormônio causa contrações musculares. O excesso pode provocar
descalcificação acentuada nos dentes e ossos.

3.4 HIPOSECREÇÃO E HIPERSECREÇÃO DO PARATORMÔNIO

A hiposecressão de paratormônio resulta na queda do índice de concentração do cálcio


no
sangue. Este estado é conhecido como tetania e causa cãibras e espasmos musculares.
A hipersecreção de paratormônio faz com que o cálcio seja extraído dos ossos e lançado
na
corrente sangüínea. Este estado, conhecido por osteíte fibrosa, pode levar a profundas
alterações na estrutura óssea, deformidade do esqueleto e depósito de cálcio nos rins.

EXERCÍCIOS ESPECÍFICOS PARA A TIREÓIDE E PARATIREÓIDE


EXERCÍCIO 1 [Movimento do Pescoço da Tartaruga]

♦ Em pé, tronco ereto, projete a cabeça para baixo, esticando o queixo ao máximo e
mantendo-o esticado. Depois, leve a cabeça para cima e para trás. Ensaie algumas
vezes até aperfeiçoar o movimento.
♦ Procure fazer um movimento circular, primeiro para frente algumas vezes e, depois,
no
sentido contrário.
♦ Apóie o queixo no peito, projetando o queixo para baixo. Em seguida, vá projetando a
cabeça para a frente.
♦ A seguir, levante a cabeça devagar, sempre projetando o queixo para frente e continue
o movimento circular levando vagarosamente a cabeça para trás. Ao apertar o queixo
contra o pescoço e projetar o queixo para a frente, você estará produzindo uma
excelente massagem na tireóide.
♦ Faça o mesmo movimento circular, partindo do queixo projetado para cima, com a
cabeça erguida, e vá lentamente abaixando-a, até encostar o queixo no peito. Prossiga
erguendo a cabeça e retome o movimento.

EXERCÍCIO 2 [Massagem direta com os dedos]

♦ Com os dedos, localize o início do osso da


clavícula, logo abaixo do pescoço.
♦ Coloque seus dedos polegar, indicador e médio
logo acima deste ponto localizado (início do osso
da clavícula), de modo que a tireóide fique entre
os dedos e massageie ao redor da glândula com
suaves movimentos circulares [ver fig.].
♦ Faça a massagem em 3 pontos: 1- bem embaixo, próximo às clavículas, 2- dois
dedos mais acima e 3- próximo ao Pomo de Adão.

EXERCÍCIO 3 [Mãos apoiadas nas coxas inclinando a cabeça para trás]


♦ Pernas separadas na largura de seus ombros
(mais ou menos) e flexionadas. Apóie suas mãos
nas coxas, abaixando o tronco e procure não
empinar o quadril.
♦ Inicie um movimento suave com a cabeça,
inclinando-a para trás e para cima e depois
volte com a cabeça para o centro.
♦ Faça na medida do seu conforto.

EXERCÍCIO 4 [Movimento circular com atenção na Tireóide]

♦ Em pé, tronco ereto, inicie um pequeno


movimento circular com a cabeça. Faça o
movimento circular iniciando à direita e
depois inverta o movimento iniciando à
esquerda.
♦ A seguir, repita o movimento concentrando a
atenção na tireóide, como se a movesse
através da atenção.

FINALIZAÇÃO [Visualize as 3 glândulas e incline o tronco]


♦ Visualize os pontos onde estão localizadas as 3
glândulas – pineal, hipófise e tireóide.
♦ Incline o tronco para frente e para baixo procurando
sentir estes 3 pontos. Coloque sua atenção simultânea
nas 3 glândulas.
♦ Abaixe o tronco vagarosamente começando pela cabeça –
relaxe, tire a tensão das pernas e fique assim por algum
tempo. Depois, suba lentamente, primeiro o tronco e por
último o pescoço.
Esta glândula é muito delicada e pode se mostrar arredia ao
toque no início, mas corresponde ao toque feito com
suavidade e afeto.

A Glândula Timo
4. A GLÂNDULA TIMO

Do grego, Thymus, significa energia vital. O timo situa-se na porção superior do


mediastino
anterior. Limita-se, superiormente, com a traquéia, a veia jugular interna e a artéria
carótida
comum. Lateralmente, com os pulmões, e inferior e posteriormente com o coração. Sua
cor é
variável. Vermelha no feto, branco-acinzentada nos primeiros anos de vida e, depois,
amarelada. O timo, plenamente desenvolvido, é de formato piramidal, encapsulado e
formado
por dois lobos fundidos.
Por ocasião do nascimento pesa de 10 a 35g e continua crescendo de tamanho até a
puberdade, 15 anos, quando alcança um peso máximo de 20 a 50g. Daí por diante sofre
atrofia progressiva e passa a pesar pouco mais de 5 a 15g no idoso. O ritmo de
crescimento
tímico na criança e de involução no adulto é extremamente variável e, portanto, difícil
determinar o peso apropriado para a idade. Contudo, o timo continua a exercer sua
função
protetora, com a produção complementar de anticorpos, mesmo que nesse período seu
desempenho já não seja vital, pois há uma compensação pela proteção imunológica
conferida
pelo baço e nodos linfáticos, ainda imaturos nos recém-nascidos.

4.1 O TIMO E OS LINFÓCITOS T

Externamente, o timo é revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo, de onde partem
septos que dividem o órgão em numerosos lóbulos. Cada lóbulo apresenta uma capa, o
córtex, que é mais escura, e uma polpa interior, a medula, que é mais clara. Tanto a zona
cortical quanto a medular apresentam células de estrutura epitelial misturadas com um
grande número de linfócitos T e, ocasionalmente, células B e macrófagos.
Em termos fisiológicos, o timo elabora uma substância, a timosina, que mantém e
promove a
maturação de linfócitos e órgãos linfóides como o baço e os linfonodos. Reconhece-se,
ainda, a
existência de uma ou outra substância, como a timina, que exerce função na placa
mioneural
(junção de nervos com músculos) e, portanto, nos estímulos neurais e periféricos, sendo
responsável por doenças musculares.

4.2 OS LINFÓCITOS B [O EXÉRCITO COMBATENTE]

As células do sistema imunológico formam um forte exército, cujos principais


elementos são
linfócitos. Os linfócitos B ou células B são células que produzem anticorpos circulantes.
Os
anticorpos são pequenas proteínas, membros da família das imunoglobulinas, que
atacam
bactérias, vírus e outros invasores externos (antígenos).
Os anticorpos se "encaixam" às moléculas de antígeno que atacam como uma chave que
se
ajusta à fechadura. Cada anticorpo ataca apenas um tipo de antígeno. Por exemplo, um
vai
atacar o vírus do resfriado, enquanto o outro ataca uma bactéria, e cada linfócito B
produz
apenas um tipo de anticorpo para cada epítopo ( epítopo = parte do antígeno que é capaz
de
estimular a produção de anticorpos específicos contra ele).

4.3 AS CÉLULAS T [PATRULHEIRAS - “NATURAL KILLERS”]

Os linfócitos T ou células T não produzem anticorpos. Essas células atacam o invasores


externos ou trabalham junto com outras células que o fazem ("T "vem do Timo, onde
essas
células se desenvolvem).
Os vários grupos de células T possuem diferentes funções : as células T citotóxicas,
junto com
outras células sangüíneas citotóxicas naturais [NK - natural Killer) patrulham
constantemente o organismo em busca de células perigosas. Quando encontram essas
células
T "associam-se" às células invasoras e liberam substâncias químicas microscópicas que
as
destroem. Cada célula T citotóxica, assim como cada anticorpo, ataca apenas um alvo
muito
específico. Alguns atacam células que foram infectadas por vírus, outros atacam células
cancerosas e alguns atacam tecidos e órgãos transplantados.
Cada célula citotóxica natural (NK), por sua vez, tem uma ampla gama de alvos e pode
atacar
tanto células tumorais quanto uma variedade de micróbios infecciosos. Dois outros tipos
de
células T, chamada de células T "auxiliar ou LT-helper" e "supressores" são
especialmente
importantes devido aos seus efeitos regulatórios sobre o sistema imunológico.
As células T auxiliares ajudam os linfócitos B a produzir anticorpos, enquanto as células
T
supressores desativam a ação das células T auxiliares quando o número de anticorpos
produzidos é suficiente. Essas células comunicam-se entre si produzindo interferons,
interleucinas e outros mensageiros químicos que governam a atividade das células do
sistema
imunológico. A proporção entre células auxiliares/supressores deve ser equilibrada para
a
saúde do organismo.

4.4 MENTE X SISTEMA IMUNOLÓGICO

Os linfócitos T e B têm receptores na superfície de suas células que podem acionar,


dirigir e
modificar suas funções imunológicas. Esses receptores são a base molecular da
influência da
mente nos linfócitos. Os receptores são como fechaduras que podem ser abertas para
acionar
as atividades de cada célula. As chaves que abrem essas fechaduras são as moléculas
mensageiras da mente-corpo: os neurotransmissores do sistema-nervoso autônomo, os
hormônios do sistema endócrino e os imunotransmissores do sistema imunológico.
4.5 A TIMOSINA
A timosina pode servir como imunotransmissor, modulando os eixos hipotalâmicos
hipofisário-suprarrenal e das gônadas. O sistema nervoso seria capaz de alterar o curso
da
imunidade via caminhos autônomo e neuroendócrino.
Alguns trabalhos concluem que os humanos podem treinar a si mesmos para facilitar
seus
processos de cura interna mente-corpo.

4.6 ESTRESSE E DIMINUIÇÃO DA VIGILÂNCIA IMUNOLÓGICA DO


ORGANISMO

Qualquer forma de estresse resultante de uma significativa mudança de vida (ex: a


morte de
um membro da família, mudança de emprego, mudança de família, etc.) pode ativar o
eixo
cortical-hipotalâmico-suprarrenal para produzir os corticoesteróides que suprimem o
sistema
de vigilância imunológica (lembrando que os corticóides atuam no núcleo das células
retardando a multiplicação celular e isso impede a expansão clonal leucocitária).
Em resposta à mudança estressante de vida observa-se uma diminuição na atividade das
células NK (Natural Killer), exterminadoras naturais. A boa habilidade em lidar com
desafios
(poucos sintomas diante de um considerável estresse) está associada com uma alta
atividade
celular NK exterminadora natural.

EXERCÍCIOS ESPECÍFICOS PARA O TIMO

EXERCÍCIO 1 [Estimulação do Timo]

♦ Fazer pequenas “batidinhas’ com a polpa dos dedos no


esterno (localizado
aproximadamente a 2 dedos abaixo da clavícula)
Faça estas “batidinhas” ao redor desta região, explorando e
sentindo estas vibrações. Sinta o aquecimento produzido nesta
região.

EXERCÍCIO 2 [Abraçar o ombro]

♦ Em pé, tronco ereto, com o braço direito “abrace” o ombro


esquerdo [ver fig.].
♦ Coloque a mão um pouco abaixo do ombro esquerdo e vá
“caminhando” com os dedos em direção à escápula esquerda
o máximo que puder. Faça o mesmo com o braço esquerdo.
Sinta a presença do Timo.

EXERCÍCIO 3 [Contraindo e expandindo o Timo]


♦ De pé, braços soltos ao longo do corpo, volte as palmas das
mãos para fora e girando os braços, una o dorso das mãos em
frente ao abdômen e expire todo o ar dos pulmões.
♦ A seguir, desfaça a posição e abrindo os braços leve-os para
trás, abrindo o peito e inspirando. Abra os braços até que as
palmas das mãos se encontrem atrás [nas costas], e se unam
na altura do osso sacro.
Faça algumas vezes este movimento.

EXERCÍCIO 4 [Mãos na nuca e cotovelos abertos]

♦ Erga os braços e coloque as mãos entrelaçadas sobre a


nuca, os cotovelos abertos. Abra o peito inspirando e levando
os cotovelos para trás, sem tirar as mãos da nuca.
♦ Sinta a expansão produzida por este movimento simples,
permita-se saborear a sensação de espaço, liberdade,
desobstrução.
♦ Ao expirar, junte os cotovelos à frente suavemente. Coloque
sua atenção no timo. Faça algumas vezes.
Quando perceber que alguém próximo a você se encontra acabrunhado,
comprimido por problemas, aconselhe este movimento.

FINALIZAÇÃO [Garras de urso e movimento da gangorra]


♦ Enganche suas mãos [como garras de urso] em frente ao peito. Abra bem os braços
deixando-os paralelos ao peito
♦ Inicie um movimento com os cotovelos, levando um em direção ao “Céu” (pra cima)
e outro
em direção à “Terra” (pra baixo). Eleve primeiro o cotovelo direito (o esquerdo desce
em
direção à Terra), depois suba o esquerdo (lembra uma gangorra) e o direito desce em
direção à Terra.
♦ Faça com os músculos das costas relaxados, não aplique força. Não permita nenhuma
tensão muscular.
Estimule o timo o máximo que puder, faça amizade com esta glândula. Ela produz
alegria e
dependemos dela para equilibrar o sistema imunológico.

Pâncreas
 

5. A GLÂNDULA PÂNCREAS

O pâncreas é uma glândula em forma de folha, com aproximadamente 12,5 centímetros


de
comprimento. Ele é circundado pela borda inferior do estômago e pela parede do
duodeno (a
primeira porção do intestino delgado que se conecta ao estômago). Possui duas funções
principais: a secreção de um líquido que contém enzimas digestivas para o interior do
duodeno e a secreção dos hormônios insulina e glucagon, os quais são necessários para
metabolizar o açúcar para a corrente sangüínea.
Esse órgão também secreta grandes quantidades de bicarbonato de sódio para o
duodeno, o
qual neutraliza o ácido proveniente do estômago. Essa secreção de bicarbonato de sódio
flui
através de um ducto coletor que avança ao longo do centro do pâncreas [ducto
pancreático).
Em seguida, esse ducto une-se ao ducto biliar comum [proveniente da vesícula biliar e
do
fígado) para formar a ampola de Vater, a qual desemboca no duodeno.
Do grego, págkreas, todo carnoso, produz 2 hormônios: insulina e glucagon.
Eles diminuem e aumentam respectivamente o nível de glicose no sangue para mantê-lo
dentro dos limites normais. Quando há deficiência de insulina, a glicose é eliminada
pelos
rins sem aproveitamento, ocasionando o diabetes.
O glucagon provoca hiperglicemia [aumento de glicose no sangue), diminui a
motilidade
intestinal e a secreção gástrica, aumentando a excreção renal.
Esta glândula pode ser atingida por inflamação (pancreatite), por tumores, cálculos,
cistos e
pseudocistos (bolsas líquidas, geralmente conseqüentes a traumatismo). Algumas dessas
alterações desempenham importante papel na gênese do diabetes.

5.1 PÂNCREAS E DIABETES

A deficiência de produção e/ou da ação da insulina provoca uma doença chamada


Diabetes
Mellitus. Esse distúrbio envolve o metabolismo da glicose, das gorduras e das proteínas
e tem
graves conseqüências, tanto quando surge rapidamente, como quando se instala
lentamente.
O Diabetes Mellitus (DM) apresenta duas formas clínicas:
1 - Diabetes Mellitus tipo I - Ocasionado pela destruição das células beta do pâncreas,
produtoras de insulina. Em geral, ocorre em função de um processo auto-imune,
levando a
deficiência absoluta de insulina. Aparece na infância e adolescência.
2 - Diabetes Mellitus tipo II - Provocado predominantemente por um estado de
resistência à
ação da insulina, associado a uma relativa deficiência de sua secreção. É mais freqüente
surgir depois dos 40 anos de idade.
Infelizmente, nada se sabe ainda sobre a causa da DM do tipo II, que representa 90%
dos
casos da doença. Entretanto, parece que as pessoas com predisposição genética, os
obesos e
aquelas que levam vida sedentária e estressada são as mais suscetíveis.
A incidência de diabetes no mundo todo vem aumentando. Estima-se que o número de
pessoas atingidas passe de 90 milhões, constatados em 1994, para 210 milhões até 2010.
Evidentemente, um dos motivos para esse aumento é o próprio aumento da expectativa
de
vida. Mas, outra causa que tem merecido destaque entre os pesquisadores é a mudança
no
estilo de vida. Se a pessoa faz poucos exercícios físicos, leva uma vida sedentária,
estressante
e consome alimentação gordurosa, rica em açúcar, refrigerantes, aumentando assim a
obesidade, ela apresenta maior risco de incidência de diabetes.

Embora as causas da DM sejam obscuras, o que se sabe, com certeza, é o fato de


existirem
alguns "gatilhos" que desencadeiam as crises. O principal desses gatilhos é o estresse
contínuo, estado em que as glândulas supra-renais liberam superdoses de adrenalina.
Este
hormônio, além de acelerar o coração, tem a capacidade de liberar no sangue a glicose
estocada no fígado e nos músculos. Esse processo se chama gliconeogênese.
Para compensar a liberação aumentada de glicose produzida pela gliconeogênese, o
pâncreas
se esforça em produzir quantidades extras de insulina. Se esse esforço pancreático não
for
suficiente para reduzir ao normal os níveis aumentados de glicose pelo estresse ou, pior,
se o
pâncreas chegar a se esgotar, o resultado é o surgimento ou agravamento do diabetes.
É também algo mais ou menos semelhante o que ocorre na obesidade. Quanto mais
obesa e
pesada a pessoa for, maior é a quantidade de insulina necessária, levando o pâncreas à
fadiga. Certas infecções também funcionam como gatilho para o diabetes, assim como
alguns
casos de mulheres grávidas.

5.2 DISTÚRBIOS DO PÂNCREAS - PANCREATITE AGUDA

A pancreatite aguda é uma inflamação aguda do pâncreas que pode ser leve ou letal.
Normalmente, o pâncreas secreta suco pancreático através do ducto pancreático ao
duodeno.
Esse suco contém enzimas digestivas em uma forma inativa e um inibidor que atua
sobre
qualquer enzima que é ativada no seu percurso até o duodeno. A obstrução do ducto
pancreático (ex: por um cálculo biliar) interrompe o fluxo do suco pancreático.
Geralmente, a
obstrução é temporária e causa um dano limitado, o qual é logo reparado. Entretanto,
quando
a obstrução persiste, ocorre um acúmulo de enzimas ativadas no pâncreas, as quais
suplantam a capacidade do inibidor e começam a digerir as células do pâncreas,
causando
uma grave inflamação.
O consumo diário de mais de 120 ml de álcool durante vários anos pode provocar a
obstrução
do ducto pancreático, desencadeando finalmente a pancreatite aguda. Uma crise de
pancreatite pode ser desencadeada por um consumo excessivo de álcool ou por uma
refeição
copiosa. Existem muitos outros distúrbios que podem causar uma pancreatite aguda.

5.3 SINTOMAS

Quase todos os indivíduos com pancreatite aguda apresentam uma dor abdominal
intensa,

5.4 PANCREATITE CRÔNICA

A pancreatite crônica é uma inflamação do pâncreas de longa duração. Nos Estados


Unidos e
no Brasil, a causa mais comum da pancreatite crônica é o alcoolismo. Outras causas
incluem
uma predisposição hereditária e a obstrução do ducto pancreático resultante da estenose
do
ducto ou de um câncer pancreático. Em muitos casos, a causa da pancreatite é
desconhecida.
Nos países tropicais (ex: Índia, Indonésia e Nigéria), a pancreatite crônica de causa
desconhecida em crianças e adultos jovens pode dar origem ao diabetes e a depósitos de
cálcio no pâncreas. Os sintomas iniciais são decorrentes do diabetes.

5.5 SINTOMAS

Os sintomas da pancreatite crônica geralmente se enquadram em dois padrões. Em um


deles,
o indivíduo apresenta uma dor na região média do abdômen de intensidade variável. No
outro, o indivíduo apresenta episódios intermitentes de pancreatite com sintomas
semelhantes aos de uma pancreatite aguda leve a moderada. Algumas vezes, a dor é
intensa e
dura de muitas horas a vários dias. Em ambos os padrões, à medida que a pancreatite
crônica evolui, as células que secretam enzimas digestivas são lentamente destruídas e,
finalmente, a dor desaparece.

5.6 ADENOCARCINOMA DO PÂNCREAS

O adenocarcinoma do pâncreas é um tumor canceroso que se origina nas células que


revestem o ducto pancreático. Aproximadamente 95% dos tumores cancerosos do
pâncreas
são adenocarcinomas. Esses tumores afetam os homens quase duas vezes mais do que as
mulheres e são discretamente mais comuns entre os indivíduos da raça negra. O
adenocarcinoma do pâncreas é duas a três vezes mais comum em tabagistas inveterados.
Os
indivíduos com pancreatite crônica apresentam um maior risco de apresentá-lo.
Existe uma variabilidade mundial de incidência de câncer de pâncreas. Os dados
indicam 9
em cada 100.000 indivíduos nos Estados Unidos, enquanto que no Brasil os dados
publicados pelo Ministério da Saúde, em 1991, registraram índices de 7.3 homens e de
4.6
mulheres em 100.000 indivíduos no estado de São Paulo. A doença vem se tornando
mais
comum nos Estados Unidos com o aumento da expectativa de vida. Raramente o
adenocarcinoma do pâncreas ocorre antes dos cinqüenta anos de idade. A média de
idade no
momento do diagnóstico é de 55 anos. Pouco se sabe sobre a sua causa.

5.7 SINTOMAS

O adenocarcinoma do pâncreas comumente é assintomático até o tumor tornar-se


volumoso.
Por essa razão, no momento do diagnóstico e em 80% dos casos, o tumor já produziu
metástases extrapancreáticas, afetando linfonodos próximos, o fígado ou os pulmões.

5.8 GLUCAGONOMA
O glucagonoma é um tumor que produz o hormônio glucagon, o qual eleva o nível de
glicose
no sangue e produz uma erupção cutânea característica.

EXERCÍCIOS ESPECÍFICOS PARA O PÂNCREAS

EXERCÍCIO 1 [Estimular o Pâncreas]

♦ Estimular essa glândula dando “batidinhas” na


região do pâncreas (está localizada a mais ou
menos 7 dedos acima do umbigo). É comum sentir
um pouco de dor nesta região ao fazer este
contato.

EXERCÍCIO 2 [Movimento horizontal sobre o Pâncreas]

♦ Coloque as mãos na região do pâncreas e faça


um leve movimento de “ninar”, um movimento
horizontal para o lado esquerdo e direito
sucessivamente. Os braços ficam dobrados em
frente ao pâncreas e as mãos colocadas uma
sobre a outra.
♦ Focalize a atenção na glândula e observe as
sensações.

EXERCÍCIO 3 [Movimento circular sobre o Pâncreas]

♦ A seguir, faça com as mãos, uma sobre a outra, um movimento circular nesta região.
Sinta
qual é o movimento que provoca desconforto e qual é mais confortável.
EXERCÍCIO 4 [Movimento para cima e para baixo sobre o Pâncreas]

♦ Sempre com as duas mãos, uma sobre a outra, faça agora um movimento vertical
visando
estimular essa região.

EXERCÍCIO 5 [Mãos sobre o umbigo e movimento circular]

♦ Pressione as duas mãos, uma sobre a outra, na região do umbigo aplicando um


movimento circular.
♦ Coloque as duas mãos sobre o umbigo, escolha qual delas fica embaixo.
♦ Faça um movimento circular nesta região. Relaxe seu abdômen e coloque sua atenção
no
pâncreas.
♦ Faça com carinho, com amor. Feche os olhos e fique com a sensação criada a partir
destes
toques.

EXERCÍCIO 6 [Inclinar o corpo para baixo até tocar os dedos do pé]

♦ Com a mão esquerda na cintura vá abaixando


gradualmente o tronco até tocar o pé direito com a mão
direita. O pé tocado está ligeiramente levantado.
Mantenha o calcanhar no chão.
♦ Faça o mesmo invertendo a posição do pé e das de mãos.

EXERCÍCIO 7 [Giro com o tronco]

♦ Mantenha os pés unidos e comece um pequeno giro circular com o tronco. Faça para o
lado que tiver mais prazer. Procure sentir esta região. Coloque sua atenção no
movimento.
♦ Perceba o que ocorre com seu organismo. Mantenha um ritmo na sua respiração.

As Glândulas Supra-Renais
 

6. AS GLÂNDULAS SUPRA-RENAIS

As glândulas supra-renais têm este nome devido ao fato de se situarem sobre os rins,
apesar
de terem pouca relação com estes em termos de função. As supra-renais são glândulas
vitais
para o ser humano, já que possuem funções muito importantes, como regular o
metabolismo
do sódio, do potássio e da água, regular o metabolismo dos carboidratos e regular as
reações
do corpo humano ao stress.

6.1 A ALDOSTERONA, A ADRENALINA E A NORADRENALINA

Estas glândulas endócrinas têm forma de lua achatada, situadas uma sobre cada rim e
secretam vários hormônios, entre os quais destacam-se a aldosterona, a adrenalina (ou
epinefrina) e a noradrenalina (ou norepinefrina).
Sua função básica está relacionada à manutenção do equilíbrio do meio interno, isto é,
da
homeostase do organismo, frente a situações diversas de modificação desse equilíbrio
(tensão
emocional, jejum, variação de temperatura, infecções, administração de drogas diversas,
exercício muscular, hemorragias, etc].
Possuem íntima conexão com o sistema nervoso. Embriologicamente, cada supra-renal
é
formada por dois tecidos embrionários diferentes, dos quais resultam as duas camadas
da
supra-renal: a mesoderme origina o córtex e a neuroectoderme a medula da glândula.
Muitos
autores consideram córtex e medula da supra-renal como sendo dois órgãos distintos.

6.2 CÓRTEX DA SUPRA-RENAL

O córtex, camada externa da glândula, é amarelado e compõe-se de três camadas


concêntricas de células. A camada externa, abaixo da cápsula, é chamada zona
glomerulosa
do córtex supra-renal. Funcionalmente, a camada glomerular produz e secreta
aldosterona,
enquanto que as outras duas camadas produzem glicocorticóides (cortisol e
corticosterona) e
hormônios sexuais.

6.3 A ALDOSTERONA

A principal ação da aldosterona é a retenção de sódio. Onde há sódio, estão associados


íons e
água. Portanto, a aldosterona age profundamente no equilíbrio dos líquidos, afetando o
volume intracelular e extracelular dos mesmos. Glândulas salivares e sudoríparas
também
são influenciadas pela aldosterona para reter sódio. O intestino aumenta a absorção de
sódio
como reação à aldosterona.

6.4 O ESTRESSE E O CORTISOL

O estresse ainda é um tema que suscita muitas controvérsias, desde a sua definição até
as
suas implicações com as doenças. Por vezes, o estresse é definido como um estímulo,
sendo
por outras considerado como resposta desenvolvida por esse estímulo. Na realidade, a
palavra
estresse, em si, quer dizer “pressão”, “insistência” e estar estressado quer dizer “estar
sob
pressão” ou “estar sob a ação de estímulo insistente”. Significa também tensão. É uma
palavra amplamente usada no âmbito da Física como sendo a tensão gerada em um
corpo
pela ação de forças sobre o mesmo. Neste caso, o estresse assume o significado de
“reação” do
corpo à ação das forças que configuram o estressor.
De fato, estressor é qualquer estímulo capaz de provocar o aparecimento de um
conjunto de
respostas orgânicas e/ou comportamentais, relacionadas com mudanças fisiológicas
estereotípicas de padrões, que incluem a hiperfunção da supra-renal, ou adrenal. O
estresse é
um processo reativo, que tem como objetivo diminuir os efeitos negativos causados pelo
estressor e favorecer a adaptação a este ou às mudanças advindas da sua presença.
Assim, o estado de estresse é exatamente aquele relacionado com a fase de adaptação,
sendo
o seu estabelecimento compatível com a liberação de cortisol (hormônio secretado pela
suprarenal),
que torna o organismo hábil para responder às exigências adaptativas.

6.5 A Adrenalina e a Noradrenalina

Existem, na medula adrenal, dois tipos de células: umas secretam adrenalina, as outras
noradrenalina. Tais hormônios são secretados em resposta à estimulação simpática e são
considerados como hormônios gerais. Liberados em grandes quantidades depois de
fortes
reações emocionais como, por exemplo, susto ou medo, estes hormônios são
transportados
pelo sangue para todas as partes do corpo, onde provocam reações diversas,
principalmente
constrição dos vasos, elevação da pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos,
etc.
Tais reações resultam, entre outras coisas, no aumento do suprimento de oxigênio às
células.
Além disso, a adrenalina, que aumenta a glicogenólise hepática e muscular e a liberação
de
glicose para o sangue, eleva o metabolismo celular. A combinação dessas reações
possibilita,
por exemplo, reações rápidas de fuga ou de luta frente a diferentes situações
ameaçadoras. Ao
contrário do córtex supra-renal, que lança seus produtos continuamente na circulação, a
medula acumula os hormônios produzidos.
Existem doenças que se caracterizam pelo excesso de produção dos hormônios das
supra-renais. As principais são a Síndrome de Cushing e o Feocromocitoma.

6.6 A SÍNDROME DE CUSHING

Caracteriza-se por deposição de gordura no abdômen, fraqueza muscular, estrias


avermelhadas, aumento de pêlos, surgimento espontâneo de hematomas, aumento de
gordura
na face e no pescoço. O quadro clínico é semelhante ao provocado pelo uso constante de
medicamentos à base de corticóides.

6.7 O FEOCROMOCITOMA
É uma doença na qual ocorrem crises de hipertensão arterial podendo ou não estar
acompanhada de dor de cabeça, sudorese e palpitações. Qualquer paciente jovem que
apresente hipertensão arterial merece uma investigação médica visando excluir a
possibilidade de feocromocitoma.

6.8 DOENÇA DE ADDISON

Além das doenças acima (que se caracterizam por excesso de hormônios das supra-
renais)
existe uma outra que se caracteriza pela falta dos hormônios das supra-renais. É a
Doença de
Addison, que se caracteriza por fraqueza, perda de peso, dores abdominais discretas e
escurecimento de algumas áreas da pele e das mucosas.

EXERCÍCIOS ESPECÍFICOS PARA AS SUPRA-RENAIS

EXERCÍCIO 1 [Massagem circular com os punhos nas Supra-Renais]

♦ Em pé, tronco ereto, encostar o dorso dos punhos


nas supra-renais, um pouco acima da cintura.
♦ Inicie uma massagem circular. Faça essa
massagem por algum tempo.

EXERCÍCIO 2 [Massagem para cima e para baixo]

♦ Massageie com o dorso dos punhos em sentido vertical, para cima e para baixo.
Perceba uma sensação prazerosa de calor inundando a região e o corpo.

EXERCÍCIO 3 [Massagem cruzada]


♦ Em seguida, faça uma massagem cruzada com o
dorso dos punhos. Enquanto um punho desliza
para baixo e para a esquerda o outro desliza para
cima e para a direita (ver fig.).

EXERCÍCIO 4 [Massagem circular no Portão da Vida]

♦ Coloque os polegares na cintura. Os outros 4 dedos das


mãos devem tocar lateralmente a coluna na região do
Portão da Vida (oposto ao umbigo).
♦ Massageie circularmente esta região deslocando um
pouco a pele.

EXERCÍCIO 5 [Estimulação com pancadinhas]

♦ Dê suaves “pancadinhas” com as duas mãos fechadas na


região das supra renais, sobre os rins. Faça
delicadamente.

EXERCÍCIO 6 [Massagem com a polpa dos dedos]

♦ Apalpe com a polpa dos dedos polegares a região das


glândulas supra-renais na parte acima dos rins.
♦ Com a polpa dos polegares inicie uma massagem
circular suave nesse ponto.

EXERCÍCIO 7 [Descrever um círculo girando o períneo]

♦ Com os pés unidos, inicie um pequeno giro tendo como ponto de referência o períneo
(o
ponto localizado entre os órgãos genitais e o ânus). Tente descrever um círculo com o
períneo, começando pelo lado que lhe aprouver.
♦ Enquanto faz o giro coloque sua atenção nas supra-renais. Não mova a parte superior
do
corpo. O giro é feito apenas com a bacia e a pelve.
Sinta o resultado destas massagens, a energia que circula no corpo inteiro e o calor que
invade o peito trazendo alegria e conforto.

As Glândulas Sexuais ou Gônadas

7. AS GLÂNDULAS SEXUAIS OU GÔNADAS MASCULINAS


7.1 AS GÔNADAS MASCULINAS - OS TESTÍCULOS

O testículo é composto por até 900 túbulos seminíferos enovelados, cada um tendo em
média
mais de 0,5m de comprimento, nos quais são formados os espermatozóides. O
espermatozóide
maduro é formado por uma cabeça, um corpo intermédio e uma cauda.
Os espermatozóides podem chegar a viver três dias no interior do aparelho genital
feminino.
Os testículos começam a fabricar os espermatozóides e este processo continua ao longo
da
vida. Os espermatozóides são lançados no epidídimo, outro tubo enovelado de cerca de
6 m de
comprimento. A hipófíse é a glândula que controla e regula o funcionamento dos
testículos.

7.2 OS ANDROGÊNIOS

Os testículos secretam vários hormônios sexuais masculinos que são coletivamente


chamados
de androgênios, compreendendo a testosterona, diidrotestosterona e androstenodiona.
Todavia, a testosterona é muito mais abundante que os demais hormônios, a ponto de
poder
ser considerada o hormônio testicular fundamental.

7.3 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO

Puberdade: os testículos da criança permanecem inativos até que são estimulados entre
10 e
14 anos pelos hormônios gonadotróficos da glândula hipófise (pituitária).
O hipotálamo secreta fatores liberadores dos hormônios gonadotróficos que fazem a
hipófise
liberar FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante). O FSH
estimula a
espermatogênese pelas células dos túbulos seminíferos. Já o LH estimula a produção de
testosterona pelas células intersticiais dos testículos e estabelece características sexuais
secundárias e elevação do desejo sexual.

7.4 A TESTOSTERONA E OS CARACTERES SEXUAIS MASCULINOS

A testosterona faz com que os testículos cresçam. Ela deve estar presente, também,
junto com
o folículo estimulante, antes que a espermatogênese se complete.
Após poucas semanas de vida do feto no útero materno, inicia-se a secreção de
testosterona.
Essa testosterona auxilia o feto a desenvolver órgãos sexuais masculinos e
características
secundárias masculinas. Isto é, acelera a formação do pênis, da bolsa escrotal, da
próstata,
das vesículas seminais, dos ductos deferentes e dos outros órgãos sexuais masculinos.
Além
disso, a testosterona faz com que os testículos desçam da cavidade abdominal para a
bolsa
escrotal. Se a produção de testosterona pelo feto é insuficiente, os testículos não
conseguem
descer e permanecem na cavidade abdominal.
A secreção da testosterona pelos testículos fetais é estimulada por um hormônio
chamado
gonadotrofina coriônica, formado na placenta durante a gravidez. Imediatamente após o
nascimento da criança, a perda de conexão com a placenta remove esse feito
estimulador, de
modo que os testículos deixam de secretar testosterona. Em conseqüência, as
características
sexuais interrompem seu desenvolvimento desde o nascimento até à puberdade. Na
puberdade, o reaparecimento da secreção de testosterona induz os órgãos sexuais
masculinos
a retomar o crescimento. Os testículos, a bolsa escrotal e o pênis crescem, então,
aproximadamente 10 vezes.

7.5 CARACTERES SEXUAIS SECUNDÁRIOS

Além dos efeitos sobre os órgãos genitais, a testosterona exerce outros efeitos gerais por
todo
o organismo para dar ao homem adulto suas características distintivas. Faz com que os
pêlos
cresçam na face, ao longo da linha média do abdome, no púbis e no tórax. Origina,
porém, a
calvície nos homens que tenham predisposição hereditária para ela. Estimula o
crescimento
da laringe, de maneira que o homem, após a puberdade, fica com a voz mais grave.
Estimula, ainda, um aumento na deposição de proteínas nos músculos, pele, ossos e em
outras partes do corpo, de maneira que o adolescente do sexo masculino se torna
geralmente
maior e mais musculoso do que a mulher. Algumas vezes, a testosterona também
promove
uma secreção anormal das glândulas sebáceas da pele, fazendo com que se desenvolva a
acne
pós-puberdade na face.
Na ausência de testosterona, as características sexuais secundárias não se desenvolvem e
o
indivíduo mantém um aspecto sexualmente infantil.

Hormônios Sexuais Masculinos

Glândula - Hormônio - Órgão-alvo - Principais ações


Hipófise FSH e LH testículos estimulam a produção de testosterona pelas células de
Leydig (intersticiais) e controlam a produção de espermatozóides.
Testículos Testosterona diversos estimula o aparecimento dos caracteres sexuais
secundários.
Sistema Reprodutor induz o amadurecimento dos órgãos genitais, promove o impulso
sexual e controla a produção de espermatozóides

7.6 A VIDA SEXUAL ADULTA E O CLIMATÉRIO MASCULINO

Após a puberdade, os hormônios gonadotrópicos são produzidos pela glândula hipófise


masculina pelo resto da vida. A maioria dos homens, entretanto, começa a exibir um
declínio
lento das funções sexuais ao final da década dos 40 ou dos 50 anos. Um estudo mostrou
que
a média da idade para o término das relações intersexuais era aos 68 anos, apesar da
grande
variação. Este declínio da função sexual está relacionado com o declínio da secreção de
testosterona. A diminuição da função sexual masculina é chamada de climatério
masculino.

7.7 ANORMALIDADES DA FUNÇÃO SEXUAL MASCULINA

A próstata permanece relativamente pequena durante a infância e começa a crescer na


puberdade, sob o estímulo da testosterona. A glândula atinge tamanho quase
estacionário por
volta dos 20 anos, e não se altera até a idade aproximada dos 50 anos. Nesta época, em
alguns homens, começa a involuir, justamente com a produção diminuída de
testosterona
pelos testículos.
Um fibroadenoma benigno prostático freqüentemente se desenvolve na próstata de
muitos
homens mais velhos, podendo causar obstrução urinária. Esta hipertrofia não é causada
pela
testosterona.
O câncer da glândula prostática é uma causa comum de morte, resultando em cerca de 2
a
3% de todas as mortes masculinas.

7.8 ORQUITE GRANULOMATOSA (AUTO-IMUNE)

A orquite granulomatosa não tuberculosa é uma causa rara de aumento unilateral do


testículo entre os homens de meia idade. Com freqüência, este aumento de tamanho do
testículo desenvolve-se alguns meses após traumatismo. Histologicamente, esta orquite
é
caracterizada por granulomas, que são encontrados tanto nos túbulos seminíferos como
no
tecido conjuntivo intertubular.

7.9 SÍFILIS

O testículo e o epidídimo são lesados tanto na sífilis congênita como na adquirida, mas,
quase
invariavelmente, o testículo é o primeiro a ser lesado. Às vezes pode haver orquite sem
epididimite concomitante.
Microscopicamente, há dois tipos de reação: a produção de gomas ou uma inflamação
intersticial difusa, esta caracterizada por edema, infiltração de linfócitos e plasmócitos.
Nos
casos incipientes, as gomas podem produzir um aumento nodular e os focos de necrose
branco-amarelados característicos. A reação difusa causa edema e endurecimento.
Na evolução, seja a reação inicial gomosa ou difusa, segue-se uma cicatrização fibrótica
progressiva, a qual, por sua vez, conduz a uma atrofia tubular considerável e, em alguns
casos, à esterilidade. Geralmente o testículo diminui de tamanho, torna-se pálido e
fibrótico.
As células intersticiais de Leydig são poupadas e a potência não está alterada.
Entretanto,
quando o processo é muito extenso, as células de Leydig podem ser destruídas,
produzindo-se
perda de libido. A esterilidade ocorre menos freqüentemente quando a lesão é gomosa e
não
difusa.

7.10 CÂNCER DE PRÓSTATA

Não é nosso objetivo neste caderno abordar o tema com profundidade. A idéia é dar
uma visão
geral para que nosso praticante possa tomar as providências necessárias assim que tiver
um
sintoma inquietante.
O câncer de próstata (câncer prostático) é o segundo tipo de câncer mais comum entre
os
homens, depois do câncer de pele, e a segunda causa principal de morte por câncer nos
homens, depois do câncer de pulmão.
A próstata é uma das glândulas sexuais masculinas. É uma glândula pequena (do
tamanho
de uma noz) e produz uma substância que, juntamente com a secreção da vesícula
seminal e
os espermatozóides produzidos pelos testículos, formam o esperma (sêmen). Está
localizada
em cima do reto e embaixo da bexiga. A próstata rodeia a uretra (tubo que leva a urina
desde
a bexiga até o pênis). Com o crescimento da próstata aparecem dificuldades em urinar e
em
manter relações sexuais. Só os homens possuem próstata e seu desenvolvimento é
estimulado
pela testosterona, o hormônio masculino.
O câncer de próstata se dá com maior freqüência em homens adultos. A próstata segue
crescendo durante toda vida de um homem, e muitos deles, com idades próximas a 60
anos,
apresentam uma condição chamada hipertrofia prostática benigna (HPB), muito mais
comum
que o câncer de próstata. Muitos dos sintomas do HPB são os mesmos do câncer de
próstata.
Como ocorre em muitos tipos de câncer, a detecção e o tratamento antecipados
aumentam a
perspectiva de cura. Além do mais, o câncer de próstata é um tipo de câncer que cresce
lentamente.

7.11 SINTOMAS DO CÂNCER DE PRÓSTATA

No seu estágio mais inicial, o câncer de próstata pode não produzir sintomas. Com o
crescimento do tumor, nota-se certos sintomas como:
• Dificuldades em começar e terminar de urinar.
• Reduzido jato da urina.
• Gotejo no final da urinação.
• Micção dolorosa.
• Urinar pouca quantidade de cada vez e freqüentemente, especialmente à noite.
• Ejaculação dolorosa.
• Sangue na urina.
• Incapacidade de urinar.
• Dores contínuas.

8. AS GLÂNDULAS SEXUAIS OU GÔNADAS FEMININAS

8.1 OS OVÁRIOS

Os ovários são os centros endócrinos e germinativos da mulher, e a caracterizam como


tal. O caráter cíclico da natureza e da fisiologia feminina é típico. Todas as ações
cíclicas
estrogênicas e/ou estrogênico-progesterônicas geram inúmeras transformações também
cíclicas nos órgãos sexuais da mulher [genitália e mamas), em sua fisiologia e em outros
setores do seu corpo.
O funcionamento das gônadas femininas está sob o controle do sistema
hipotálamohipofisário
(com o qual elas interagem em regime de “feedback”) e também de fatores
intraovarianos
específicos. Estes últimos, entre outras ações, modulam a capacidade de
resposta dos ovários às gonadotrofinas hipofisárias, que são o FSH [hormônio folículo
estimulante) e o LH [ hormônio luteinizante).
Resumidamente, podemos dizer que a fisiologia das gônadas femininas depende das
ações
das gonadotrofinas hipofisárias, dos próprios hormônios sexuais por elas produzidos e
de
fatores reguladores intra-ovarianos ainda mal conhecidos.

8.2 O ESTROGÊNIO E A PROGESTERONA

A trajetória biológica de tudo o que no corpo da mulher é caracteristicamente feminino


é
determinada pela trajetória biológica dos ovários ao longo da vida, uma vez que eles são
a
fonte básica dos estrogênios - os principais hormônios da feminilidade ao nível
somático.
Assim, é inegável que, durante a maior parte da vida da mulher, as suas gônadas são
muito
mais importantes como produtoras de estrogênios (e também de progesterona) do que de
óvulos.
A maior parte do volume dos ovários se deve à camada cortical, que é a camada
funcional
propriamente dita. É nela que, em meio a um estroma conjuntivo também dotado de
certa
capacidade endócrina, se encontram os folículos ovarianos, que são as unidades
funcionais
básicas das gônadas femininas. Após a ovulação, também em decorrência do pico
ovulatório
de LH, as células granulosas e tecais passam por acentuadas modificações morfológicas
e
funcionais, dando origem ao corpo lúteo.

Pouquíssimos são os folículos que atingem o pleno desenvolvimento, conseguindo


produzir
altos níveis de estrogênios, ovular e luteinizar-se. A imensa maioria deles está
condenada à
regressão e ao desaparecimento através do processo da atresia* ou morte folicular antes
mesmo de completarem os primeiros estágios do seu crescimento. Como a formação de
novos
folículos é impossível ao longo da vida da mulher, o fenômeno da atresia folicular vai
gradualmente levando ao esgotamento das gônadas femininas - esgotamento este que se
completa em torno dos 50 anos, culminando com a menopausa.
Assim, os órgãos que são os centros endócrinos e germinativos da mulher estão
paradoxalmente condenados ao esgotamento e envelhecimento precoce. Em decorrência
da
privação estrogênica pós-menopáusica, todos os órgãos e tecidos estrogênio-
dependentes do
corpo da mulher entram em atrofia.
Os estrogênios podem ser vistos como a principal manifestação endócrina do lado
afrodisíaco
da mulher, uma vez que são eles os responsáveis pela maturação sexual da mesma e
pelo
trofismo e boa forma de tudo o que no seu corpo é tipicamente feminino. A
progesterona, à
parte a sua fundamental importância na fisiologia ginecológica e no equilíbrio
endócrino
feminino, de certa forma pode ser vista como mais relacionada ao lado maternal da
mulher.
Já os androgênios, precursores bioquímicos dos estrogênios, podem ser relacionados ao
obscuro componente masculino da mulher.
*Atresia folicular - processo fisiológico através do qual a maioria dos folículos
ovarianos
entram em regressão, morrem e desaparecem ao longo dos vários estágios do seu
crescimento.

8.3 HORMÔNIOS SEXUAIS FEMININOS


Os dois hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, são responsáveis pelo
desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo menstrual. Esses hormônios, como os
hormônios adrenocorticais e o hormônio masculino testosterona, são ambos compostos
esteróides, formados, principalmente, de um lipídio, o colesterol. Os estrogênios são,
realmente, vários hormônios diferentes chamados estradiol, estriol e estrona, mas que
têm
funções idênticas e estruturas químicas muito semelhantes. Por esse motivo, são
considerados juntos, como um único hormônio.

8.4 FUNÇÕES DO ESTROGÊNIO

O estrogênio induz as células de muitos locais do organismo a proliferar, isto é, a


aumentar
em número. Por exemplo, a musculatura lisa do útero aumenta tanto que o órgão, após a
puberdade, chega a duplicar ou mesmo a triplicar de tamanho. O estrogênio também
provoca
o aumento da vagina e o desenvolvimento dos lábios que a circundam, faz o púbis se
cobrir de
pêlos, os quadris se alargarem e o estreito pélvico assumir a forma ovóide, em vez de
afunilada como no homem. Provoca também o desenvolvimento das mamas e a
proliferação
dos seus elementos glandulares, e, finalmente, leva o tecido adiposo a concentrar-se, na
mulher, em áreas como os quadris e coxas, dando-lhes o arredondamento típico do sexo.
Em resumo, todas as características que distinguem a mulher do homem ocorrem em
função
do estrogênio e a razão básica para o desenvolvimento dessas características é o
estímulo à
proliferação dos elementos celulares em certas regiões do corpo. O estrogênio também
estimula o crescimento de todos os ossos logo após a puberdade, mas promove rápida
calcificação óssea, fazendo com que as partes dos ossos que crescem se “extingam”
dentro de
poucos anos, de forma que o crescimento, então, pára. A mulher, nessa fase, cresce mais
rapidamente que o homem, mas pára após os primeiros anos da puberdade. Já o homem
tem
32
um crescimento menos rápido, porém mais prolongado, de modo que ele assume uma
estatura maior que a da mulher, e, nesse ponto, também se diferenciam os dois sexos.
O estrogênio tem efeitos muito importantes no revestimento interno do útero, o
endométrio, e
no ciclo menstrual.

8.5 FUNÇÕES DA PROGESTERONA

A progesterona tem pouco a ver com o desenvolvimento dos caracteres sexuais


femininos.
Está principalmente relacionada com a preparação do útero para a aceitação do embrião

preparação das mamas para a secreção láctea.
Em geral, a progesterona aumenta o grau da atividade secretória das glândulas
mamárias e,
também, das células que revestem a parede uterina, acentuando o espessamento do
endométrio e fazendo com que ele seja intensamente invadido por vasos sangüíneos.
Determina, ainda, o surgimento de numerosas glândulas produtoras de glicogênio.
Finalmente, a progesterona inibe as contrações do útero e impede a expulsão do embrião
implantado ou do feto em desenvolvimento.

8.6 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

A hipófise anterior das meninas, como a dos meninos, não secreta praticamente nenhum
hormônio gonadotrópico até à idade de 10 a 14 anos. Entretanto, por essa época,
começa a
secretar dois hormônios gonadotrópicos.
No inicio, secreta principalmente o hormônio folículo-estimulante (FSH), que inicia a
vida
sexual na menina em crescimento. Mais tarde, secreta o hormônio luteinizante (LH),
que
auxilia no controle do ciclo menstrual.

8.7 O HORMÔNIO FOLÍCULO-ESTIMULANTE

Causa a proliferação das células foliculares ovarianas e estimula a secreção de


estrógeno,
levando as cavidades foliculares a desenvolverem-se e a crescer.

8.8 O HORMÔNIO LUTEINIZANTE

Aumenta ainda mais a secreção das células foliculares, estimulando a ovulação.

8.9 CICLO MENSTRUAL

O ciclo menstrual na mulher é causado pela secreção alternada dos hormônios


folículoestimulante
e luteinizante pela hipófise anterior (adenohipófise), e a secreção dos estrogênios
e progesterona pelos ovários. O ciclo de fenômenos que induzem essa alternância tem a
seguinte explicação:
1- No começo do ciclo menstrual, isto é, quando a menstruação se inicia, a hipófise
anterior
secreta maiores quantidades de hormônio folículo-estimulante juntamente com
pequenas
quantidades de hormônio luteinizante. Juntos, esses hormônios promovem o
crescimento de
diversos folículos nos ovários e acarretam uma secreção considerável de estrogênio
(estrógeno).
2- Acredita-se que o estrogênio tenha, então, dois efeitos seqüenciais sobre a secreção
da
hipófise anterior. Primeiro, inibiria a secreção dos hormônios folículo-estimulante e
luteinizante, fazendo com que suas taxas declinassem a um mínimo por volta do décimo
dia
do ciclo. Depois, subitamente, a hipófise anterior começaria a secretar quantidades
muito
elevadas de ambos os hormônios, mas principalmente do hormônio luteinizante. É essa
fase
de aumento súbito da secreção que provoca o rápido desenvolvimento final de um dos
folículos ovarianos e a sua ruptura dentro de cerca de dois dias.
3- O processo de ovulação, que ocorre por volta do décimo quarto dia de um ciclo
normal de
28 dias, conduz ao desenvolvimento do corpo lúteo ou corpo amarelo, que secreta
quantidades elevadas de progesterona e quantidades consideráveis de estrogênio.
4- O estrogênio e a progesterona secretados pelo corpo lúteo inibem novamente a
hipófise
anterior, diminuindo a taxa de secreção dos hormônios folículo-estimulante e
luteinizante.
Sem esses hormônios para estimulá-lo, o corpo lúteo involui, de modo que a secreção de
estrogênio e progesterona cai para níveis muito baixos. É nesse momento que a
menstruação
se inicia, provocada por esse súbito declínio na secreção de ambos os hormônios.
5- Nessa ocasião, a hipófise anterior, que estava inibida pelo estrogênio e pela
progesterona,
começa a secretar outra vez grandes quantidades de hormônio folículo-estimulante,
iniciando
um novo ciclo. Esse processo continua durante toda a vida reprodutiva da mulher.

8.10 MENOPAUSA

Na maioria das mulheres, esse período de declínio estrogênico é acompanhado por


reações vaso-motoras, alterações de temperamento e mudanças na composição da
pele e do corpo. 0corre também aumento da gordura corporal e diminuição da massa
muscular. A queda nos níveis de estrogênio é seguida por uma alta incidência de
doenças cardiovasculares, perda de massa óssea e falhas no sistema cognitivo.
A Terapia de Reposição Hormonal (TRP) mostrou-se dúbia. Foram registrados riscos
com reposição efetuada com estrógenos sintéticos e progestinas. No entanto, há
grande aceitação médica com a progesterona natural em forma de creme transdérmico
para tratar dos males decorrentes do desequilíbrio hormonal. A progesterona natural
via transdérmica não apresenta efeitos colaterais quando usada em doses fisiológicas.

Mais informações:
Livros – What your doctor may not tell you about menopause – DR. John R. Lee.
Wsarner Books, 1996.
Internet: www.johnleemd.com – Site do Dr. John Lee, em inglês.
www.novatrh.cjb.net

EXERCÍCIOS ESPECÍFICOS PARA AS GÔNADAS

EXERCÍCIO 1 [Massagem circular sobre o osso do púbis]


♦ Inicie uma massagem circular com os dedos. No homem,
o ponto está localizado logo abaixo do osso púbico, na raiz do
pênis. Na mulher, a localização é sobre o Monte de Vênus, no
osso pubiano.
♦ Coloque os dedos de ambas as mãos no ponto indicado e
comece a massageá-lo.

EXERCÍCIO 2 [Massagem circular no cóccix]

♦ A seguir, localize com as mãos o ponto correspondente ao


cóccix, no fim da coluna vertebral. (Não localize muito abaixo,
pode ser dolorido).
♦ Comece uma massagem neste ponto com as mãos, uma
sobre a outra [ver fig.], exercendo uma pressão circular sobre
o ponto.
♦ Em seguida, faça um movimento horizontal, para cima e
para baixo.
Observe as sensações que surgem quando estes pontos
são tocados.

EXERCÍCIO 3 [Palmadas nos glúteos]


♦ Com as pernas separadas, leve as mãos até os glúteos e
dê palmadas vigorosas na região do meio de cada glúteo.
Comece com as mãos espalmadas.
♦ Depois, dê as palmadas com o dorso das mãos. Continue
o movimento alternando as palmadas com as mãos
espalmadas e dorso das mãos.
♦ Permaneça sensível à vibração das palmadas e não
contraia os glúteos.

Sinta a vibração na região do períneo (entre os genitais e o


ânus). As mulheres devem procurar sentir os ovários e útero
e os homens, os testículos. A cada massagem procure
aprimorar a sensação das glândulas sexuais, sua localização
e tamanho.

EXERCÍCIO 4 [Batidinhas no baixo ventre]


♦ Com as mãos em punho, aplique “soquinhos”
na região do baixo ventre.

EXERCÍCIO 5 [Movimento horizontal e circular com as mãos sobre a pelve]

♦ Faça movimentos circulares com as palmas das mãos sobre a


região pélvica e depois continue fazendo movimentos
horizontais.
♦ Este exercício produz disposição, energia e brilho da pele.

EXERCÍCIO 6 [Giro do tronco]

♦ Com os pés unidos, comece a girar o tronco circularmente. Leve a


atenção ao períneo, sinta-o e imagine que está traçando um círculo
com esta região (entre os genitais e o ânus).

AS 4 POSIÇÕES FINAIS
POSIÇÃO 1

♦ Posicione o tronco, de forma que fique ereto. Solte bem os braços e comece
lentamente a
abaixar o tronco em direção ao solo. Deixe a cabeça pendente, solta; completamente
solta.
Quando as mãos tocarem os tornozelos, faça um esforço de visualização e sensação,
realizando um percurso mental e visualizando uma onda de energia saindo da região do
períneo, dirigindo-se em direção às glândulas sexuais (ovários, útero, testículos),
passando
pelas supra-renais, pâncreas, timo, tireóide, hipófise, até chegar na glândula pineal.
Esta prática tem um efeito meditativo e de desligamento do mundano.

♦ Neste trajeto, o calor vai passando de uma glândula para outra. As glândulas
sexuais são a “mãe” do sistema hormonal, executando o seu papel de alimentar todas as
outras. Todas as glândulas estão sendo irrigadas pela consciência e pela energia vital.
♦ Uma vez que esta energia vinda do períneo visite todas as glândulas até a pineal,
permita
que ela mude de direção. Recomece descendo, mudando o itinerário: partindo da pineal
até chegar ao períneo.
♦ Permaneça um tempo nesta posição, imaginando e sentindo esta energia como um rio
caudaloso e circular.
♦ Após um tempo, desfaça a posição subindo o tronco aos poucos, bem devagar. Por
último,
erga a cabeça.

POSIÇÃO 2 [Pêndulo]

1234
♦ Em pé, com as pernas separadas e
joelhos flexionados, impulsione o tronco
inclinando-o moderadamente à frente e
bata as mãos levemente nos joelhos,
imitando um pêndulo.
♦ A seguir, impulsione o
tronco para trás, levando
os braços naturalmente
para trás e batendo as
mãos na parte posterior
dos joelhos.

5678
♦ Faça de forma solta e relaxada, procure evitar
movimentos de sobe e desce com as pernas, elas
permanecem flexionadas. Só o tronco e os braços se
movimentam.

9 10 11
Assim que dominar este movimento de pêndulo, comece visualizar as glândulas, a
senti-las e localizá-las. A partir disto, inicie a visualização da onda de energia potente
que se desloca do períneo e glândulas sexuais para as supra-renais, inundando de
energia as supra-renais, envolvendo o pâncreas, invadindo o timo, penetrando na
tireóide, tomando a hipófise e acumulando-se na pineal.

POSIÇÃO 3 [Movimento da Tartaruga]

♦ Este é um movimento muito sofisticado. A imagens da seqüência completa


encontram-se
na página seguinte. Recomendamos que você faça uma leitura atenta da descrição do
movimento e em seguida confira a seqüência das fotos em todos os seus detalhes.
♦ Em pé, pernas ligeiramente separadas, gire o tronco para a direita e dê um passo à
frente
com a perna direita, esta ficará flexionada sem ultrapassar a linha do joelho.
Observe a posição dos pés nas figuras.

♦ A perna esquerda acompanha o movimento, posicionando-se esticada para manter o


equilíbrio do corpo. O peso do corpo incide sobre a perna direita.
Observe o pé esquerdo, não permita que este se “abra” demais, os calcanhares não
devem
sair do chão.
♦ Faça agora exatamente o mesmo movimento, girando o tronco para a esquerda. A
intenção
é treinar a movimentação lateral. Procure um ritmo natural.
♦ Colocação dos braços
Ao girar o tronco para a direita posicione as mãos em cruz, a mão direita por baixo e a
esquerda por cima. Desloque o braço direito à frente mantendo a palma da mão direita
voltada para cima, como oferecendo algo, enquanto o braço esquerdo acompanha
naturalmente o movimento.

♦ Acompanhe as mãos com o olhar ao estender o tronco para frente e para a direita.
Assim que os braços se estenderem de forma justa, vire as palmas das mãos para cima e
inicie um movimento lento para cima, descrevendo uma figura circular em frente ao
tronco
como se trouxesse a energia para si. O tronco se projeta para cima e para trás,
moderadamente, para descrever o círculo. Mantenha as plantas dos pés no chão.

♦ Ao chegar com o tronco para trás e com as mãos próximas à altura da fronte, inicie
um
movimento circular de descida dos braços e tronco. Prolongue o movimento circular até
chegar com as mãos novamente à altura da fronte. Em seguida vire a palma das mãos
para frente com os dedos bem relaxados, e imediatamente volte a descer o tronco,
sempre
descrevendo um movimento circular.

Deixe os braços e mãos bem relaxados, nada se contrai, todos os músculos ficam
descontraídos. O movimento deve ser ininterrupto e fluído.
♦ Quando o tronco chegar novamente à frente na linha do joelho flexionado, comece a
virar

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