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TOMOGRAFI
A
COMPUTAD
ORIZADA
Profº. Esp.: Antônio de Pádua Fontinele Rêgo Júnior
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SUMÁRIO

I UNIDADE - INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA


1. O QUE É A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA? 2
2. HISTÓRIA DA TOMOGRAFIA 2
3. CONHECENDO O TOMOGRAFO 4
4. EVOLUÇÃO TOMOGRAFICA 7
4.1 - PRIMEIRA GERAÇÃO 8
4.2 – SEGUNDA GERAÇÃO 9
4.3 – TERCEIRA GERAÇÃO 10
4.4 – QUARTA GERAÇÃO 11
4.5 - QUINTA GERAÇÃO (Espiral/Helicoidal) 11
4.6 - SEXTA GERAÇÃO (MULTSLICE) 12
REFERENCIAS 14
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I UNIDADE
INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

1 – O QUE É A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA?


A tomografia computadorizada (TC) é um exame não invasivo de diagnóstico
que, com imagens geradas via radiação e produzidas por computador, permite a
visualização de órgãos, estruturas e tecidos de forma muito mais detalhada que uma
radiografia comum. É basicamente a junção do equipamento do Raio-X com
computadores programados capazes de produzir imagens de altíssima qualidade
dos órgãos internos, de maneira bem simplista, uma espécie de raio-x que enxerga
em 360 graus.
A partir da palavra “tomografia”, que tem origem grega nos termos: “tomos”
que significa “corte” e “grafia” que significa “imagem”, podemos intuir que tomografia
é a técnica de obtenção de imagens de cortes ou fatias do objeto estudado.
A TC é muito útil no diagnóstico de doenças, como: acidentes vasculares
cerebrais (AVC), embolia pulmonar, pneumonia, aneurismas, edema cerebral,
derrame pleural, fraturas, hemorragias e entre outros. Devido ao grande poder de
detalhamento, são capazes de detectar nódulos ainda pequenos que, mais tarde,
podem se tornar tumores.
A tomografia não chega a ser considerada um exame de rotina. Ela é
solicitada caso a caso, conforme o histórico e as necessidades de cada paciente, se
o médico identificar sinais de alguma patologia que pode ser detectada através
desse exame. Com esse exame é capaz de focalizar especificamente a parte do
corpo que precisa ser investigada, como cérebro, ossos, fígado, pâncreas, rins,
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útero, ovários, vias biliares, pulmões e pleura (membrana que recobre os pulmões),
seu preparo varia de acordo com o tipo e a região que será examinada.
Na TC a dose de radiação é um pouco maior que a utilizada em aparelhos de
raios x convencional, portanto, é contraindicada para gestantes. Nos casos em que
se usa contraste (substância que pode ser necessária para permitir uma visão mais
nítida dos tecidos), também é contraindicada para pessoas que têm alergia a iodo.

2 – HISTÓRIA DA TOMOGRAFIA
Desde a sua descoberta, no final do século passado, os raios X têm sido
utilizados como método de diagnóstico em medicina, através da radiografia e da
radioscopia. Quando se falar de tomografia computadorizada lembra-se diretamente
de Willian Conrad Rontgen, o descobridor dos raios x, seus trabalhos e suas
dificuldades inerentes ao exame do corpo humano. Ver por dentro sempre foi o
grande objetivo, isto é, sem abrir o paciente.
Com o passar dos anos, o diagnóstico radiológico passou por significativo
avanço tecnológico, pela produção de aparelhos de maior potência e qualidade,
resultando em melhor aproveitamento da radiação.
No final dos anos 50, já estavam
disponíveis para médicos e engenheiros os
componentes para a construção de um
Tomógrafo Computadorizado. Entretanto,
somente em 1967, o processo tomográfico
como um todo foi apresentado pelo
engenheiro britânico Godfrey Hounsfield.
Outro personagem importante no
desenvolvimento da tomografia computadorizada foi o sul-africano Allan M.
Cormack, responsável pela criação da matemática necessária para a reconstrução
das imagens tomográficas.
Em 1972, Ambrose e Hounsfield, apresentaram um novo método de utilização
da radiação para medir descontinuidade de densidades, obtendo imagens,
inicialmente do cérebro, com finalidades diagnósticas. Neste método, cujo
desenvolvimento transcorria há 10 anos, seriam feitas diversas medidas de
transmissão dos fótons de raio X, em múltiplos ângulos e, a partir desses valores os
coeficientes da absorção pelos diversos tecidos seriam calculados pelo computador
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e apresentados em uma tela como pontos luminosos, variando do branco ao preto,


com tonalidades intermediárias de cinza. Os pontos formariam uma imagem
correspondente a uma seção axial do cérebro, que poderia ser estudada ou
fotografada, para avaliação posterior.
Após várias imagens experimentais com peças e animais, foi feita a primeira
imagem diagnóstica, em uma paciente, selecionada pelo Drº Ambrose, com suspeita
de tumor, no lobo frontal esquerdo, ainda não confirmado, a imagem obtida,
mostrando a lesão causou euforia em Hounsfield e na equipe. Essas primeiras
imagens foram mostradas no Congresso Anual do British Institute of Radiology, em
20 de abril de 1972. As reações foram de empolgação. Na imagem abaixo é possível
ver o primeiro protótipo e o desenho de Hounsfield para o primeiro tomógrafo a ser
produzido.

O primeiro tomógrafo do Brasil foi instalado em São Paulo, no Hospital da


Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficiência, em 1977. Logo depois,
o primeiro aparelho do Rio de Janeiro iniciou funcionamento, em 28 de julho de
1977, na Santa Casa da Misericórdia. A tecnologia não parou de evoluir, criando os
aparelhos chamados de segunda, terceira e quarta gerações, os modelos
helicoidais, cada vez mais rápidos, com imagem mais refinada, tempo de realização
do exame mais curto e custo de produção menor, reduzindo acentuadamente os
preços dos equipamentos e dos exames.

3 – CONHECENDO O TOMOGRAFO
A evolução dos equipamentos de TC proporcionou dentro do estudo
radiográfico e da medicina um grande avanço para diagnosticar várias patologias
que até poucos anos havia a necessidade de procedimentos evasivos para poder
dar o diagnostico do usuário.
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Independente da geração do aparelho de tomografia computadorizada há


componentes-padrão, que serão descritos:
GANTRY: também chamado de pórtico ou portal, é considerado o maior
componente de um aparelho de tomografia computadorizada. É o aparato que
permite a passagem do paciente posicionado sobre a mesa de exame. é constituído
por um anel que representa o local onde estão os sensores ou detectores, e o
gerador de feixes, também chamado de ampola de feixes, por onde os feixes de
raios X são emitidos.
Todos os comandos básicos que controlam
o gantry se encontram em um painel na parte
frontal do próprio gantry. Esses comandos
controlam diversas opções como: altura e
movimentação da mesa, angulação do gantry e a
ativação dos eixos que promovem a centralização
dos feixes na área examinada no paciente. Ao lado
temos a imagem de um Gantry da marga GE e
seus controladores, lembrando que os botões de comando se localizam em ambos
os lados do gantry, afim de facilitar na hora de preparo para o exame.
MESA: A mesa de exames de um tomógrafo é o local onde há o
posicionamento do paciente de maneira correta para
garantir uma captação de dados eficiente em relação
à área desejada. Deve ser constituída de material
resistente e rígido. A resistência está relacionada à
capacidade em suportar o peso do paciente. Os
modelos mais modernos apresentam uma tolerância
de até 200kg. Esse limite deve sempre ser
respeitado a fim de evitar a ocorrência de acidentes. Já a rigidez está relacionada ao
fato da mesa apresentar a capacidade de não flexionar com a movimentação no
gantry. Outra característica que o material da mesa deve ter é a baixa capacidade
de atenuar o feixe de raios x. Dessa forma, não haverá distorção na reconstrução da
imagem.
A mesa tem a capacidade de movimentação em relação ao gantry, ou seja, é
um dispositivo regulável tanto em altura quanto em profundidade e sua
movimentação é controlada pelo comando na parte frontal do gantry.
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A mesa não é escaneada em toda a sua extensão. Diante disso, o paciente


deve ser posicionado de forma a facilitar a análise da região do corpo desejada. Por
exemplo, caso o paciente necessita de uma tomografia nas regiões superiores do
corpo, ele deve ser posicionado com a cabeça voltada para o gantry, caso seja uma
tomografia das regiões inferiores, o posicionamento deve ser inverso.
GERADOR DE RAIOS X: Um aparelho de raios X deve possuir os seguintes
componentes: Gerador de Raios X; Tubo de raios X; O filtro do feixe de raios X; Os
detectores e os colimadores.
Os geradores de raios X dos tomógrafos mais modernos são caracterizados
por apresentar alta frequência e funcionamento contínuo muito superior aos
geradores convencionais. Os geradores de raios X de alta frequência possuem
vários componentes, como:
 TRANSFORMADORES DE FREQUÊNCIA: são os responsáveis por
transformar a baixa frequência (60 Hz - Hertz) em alta frequência (500 a 25.000
Hz).
 TRANSFORMADORES DE TENSÃO: são os responsáveis por transformar a
baixa tensão em alta tensão (80 a 140 kV -kilovolts).
 TRANSFORMADORES DE CORRENTE: são os responsáveis por transformar
a corrente alternada em corrente contínua, dada em mA (miliamperes).
Esses componentes garantem que haja estabilidade na emissão de fótons do
feixe em todo o processo de irradiação. Outro componente do sistema de raios X é o
tubo de raios X que em tomógrafos modernos é capaz de sustentar potências
extremamente elevadas e um alto grau de calor, o que exige, um sistema de
refrigeração eficiente. A diferença em relação aos tubos de raios X convencionais é
que, no tomógrafo, ele trabalha em movimento, o que permite a realização de
exames com alto parâmetro de qualidade.
O tubo de raios X de um tomógrafo é constituído dos seguintes componentes:
 CÁPSULA OU ENVOLTÓRIO: é um dispositivo composto de metal duplo, com
revestimento de chumbo, que envolve o tubo de raios X com o auxílio de um
óleo de isolamento e refrigeração. A cápsula tem como função promover a
proteção elétrica e mecânica do tubo, além de promover também a dissipação
de calor
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 CATÓDIO: é um aparato composto por filamentos de tunsgtênio, localizados no


interior do coletor eletrônico. A função primordial do cátodo é a liberação de
elétrons.
 ANÓDIO ROTATÓRIO: Após liberados pelo catódio, os elétrons atingem o
anódio, formando os raios X, liberando, dessa forma, muito calor. O anódio
rotatório permite parâmetros técnicos superiores quando comparados com o
anódio fixo. Dessa forma, as imagens produzidas são mais fidedignas com a
realidade. Os raios X são formados pelo contato dos elétrons liberados do
catódio com o anódio. Porém, apenas 1% da energia dos elétrons é
transformada em raios X, o restante gerado é calor.
 DETECTORES: são dispositivos responsáveis em captar a radiação e
transformar os dados obtidos em sinais elétricos analógicos. Devem apresentar
as seguintes características: Alta eficiência na transformação do sinal, dessa
forma, será necessária uma dose baixa de irradiação incidindo no paciente
para garantir a reconstrução da imagem desejada; Alta estabilidade; Baixa
sensibilidade a variações de temperatura.
 SISTEMA COMPUTACIONAL: Depois de transformados em sinais elétricos
pelos detectores, os sinais são digitalizados e processados pelo sistema
computacional, por meio de um software específico. É composto por: monitor e
CPU (computador) e o painel de comando. A imagem obtida pelo processo de
digitalização é armazenada em um banco de dados para posterior
manipulação. Todo o sistema computacional fica localizado em uma sala
específica, separada da sala de exames, onde os profissionais mantêm contato
com o paciente durante todo o processo do exame, por meio de um sistema de
microfones que são instalados no gantry.
Na imagem abaixo é possível ver um Gantry desmontado e todos os seus
componentes já citados e a mesa de comando, também conhecida como
workstation.
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4 – EVOLUÇÃO TOMOGRAFICA
A subdivisão das diferentes tecnologias de equipamentos de tomografia
computadorizada introduzidas no mercado costuma ser numerada através de
gerações de equipamentos. A evolução dessas gerações busca, em geral, a
redução dos tempos de exames e a coleta de dados para a formação das imagens,
com o objetivo de viabilizar a reconstrução de imagens de boa qualidade mesmo
com a presença de movimentos involuntários dos órgãos em estudo.
A maioria dos autores assume que existem quatro ou cinco gerações de
tomógrafos até os dias atuais, sendo algumas delas variações da terceira geração.
Iremos a seguir mostrar a diferença entre essas gerações.

4.1 – PRIMEIRA GERAÇÃO

Movimento do conjunto fonte-detector: Translação e rotação (1º de cada vez)


Geometria do feixe: Muito colimado (feixe “lápis”)
Detector: Um ou dois detectores
Tempo de aquisição: 5 minutos (em
média)
Nos equipamentos de primeira
geração, o método de aquisição de dados
é baseado no princípio de translação e
rotação, onde um único feixe de raios-X e
um detector realizam um movimento de
translação ao longo de linhas paralelas e
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lados opostos coletando dados. Então o conjunto roda em torno da estrutura


anatômica em incrementos de 1º grau e outra translação ou “passagem de
escaneamento” é realizada desta vez em direção oposta.
Esta operação translação – parada – rotação – translação – parada – rotação
é repetida até alcançar 180º de rotação em torno da cabeça do paciente. Para
produzir um corte completo do objeto requer aproximadamente de 4 até 6 minutos.
Abaixo temos a imagem que mostra como era o primeiro equipamento de
tomografia computadorizada e a qualidade da imagem obtida pelo mesmo.
Equipamentos dessa geração só eram utilizados em tomografias de crânio.

4.2 – SEGUNDA GERAÇÃO

Movimento do conjunto fonte-detector: Translação e rotação (6º de cada vez)


Geometria do feixe: Divergente (formato de leque)
Detector: 30 unidades
Tempo de aquisição: 30 segundos (em média)
Assim como os tomógrafos de primeira geração, os equipamentos de
segunda geração estão baseados no princípio de translação e rotação. Em contraste
com o equipamento de primeira geração, os tomógrafos de segunda geração
forneciam um feixe de raios X em forma de leque, com até 30 detectores ou mais
para a aquisição de dados.
Este novo desenvolvimento permite que os dados sejam adquiridos de mais
de um ângulo durante uma translação. As vantagens dos equipamentos de segunda
geração são óbvias. Tempo total de aquisição reduzido, borramento e artefatos de
movimento respiratório são reduzidos, entretanto, a densidade e a resolução
espacial ainda não apresenta grandes diferenças.
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Após uma varredura, o tubo e o conjunto de detectores realizavam um


movimento de rotação (6º a cada giro), completando um ciclo. Este processo era
repetido até circunscrever 180º em torno do paciente.

4.3 – TERCEIRA GERAÇÃO

Movimento do conjunto fonte-detector: Rotação-rotação (giro completo – 360º)


Geometria do feixe: Divergente (formato de leque)
Detector: Formato de arco de 30º a 40º
Tempo de aquisição: Menor que 1 segundo (em média)
Limitações: Cabos de alta tensão (slip ring)
Artefatos: Formato de anel (detector descalibrado ou com defeito)
Equipamentos desta geração realizavam uma coleta completa dos perfis das
projeções em rotação de 360º do conjunto fonte-detector. A geometria do feixe ainda
possui formato de leque e atingia o conjunto de detectores posicionados em arcos
de 30º a 40º. As limitações de aquisição estavam no sistema gerador, pois o tubo de
raios X era alimentado por cabos de alta tensão, que ficavam torcidos ao final de
cada giro do gantry, era necessário então rotacionar no sentido contrário para
“desenrolar” os cabos e assim possibilitar uma nova aquisição. Assim, sequências
axiais, com incremento da mesa eram realizadas em diversos exames.
Esses equipamentos realizavam a varredura em tempos menores que 1
segundo o que resultou na diminuição da quantidade de artefatos gerados devido
aos movimentos do paciente.
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4.4 – QUARTA GERAÇÃO

Movimento do conjunto fonte-detector: Rotação-estacionário (giro completo –


360º)
Geometria do feixe: Divergente (formato de leque)
Detector: Arco de 360º, composto por 4000 unidades detectoras
Tempo de aquisição: Menor que 1 segundo (em média)
O projeto dos tomógrafos de 4ª geração consistia de um conjunto de detectores composto
por um arco de 360º (contendo 4000 unidades, em média) que se mantinha estacionário, enquanto
o tubo de raios X rotacionava ao redor do paciente.
Uma vantagem dos equipamentos desta geração foi o
fato de obter-se uma alta amostragem das projeções, pois a
mesma área do detector era atingida por uma grande
quantidade de fótons de raios X, o que minimizou os artefatos
de descontinuidade. Era possível também, calibrar e equalizar
o sinal em cada detector, isto evitou artefatos do tipo anel,
nesta geração de equipamentos. Porém, como cada detector
era atingido por fótons provenientes de feixes muito largos,
isto produzia muita radiação espalhada.
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A desvantagem estava associada ao custo de um equipamento deste tipo, pois eram


necessários cerca de 4000 elementos detectores distribuídos em uma grande circunferência ao
redor do paciente. Tal número era devido a uma abertura de suficiente do gantry para caber um
paciente e também para manter o tubo de raios X a uma distância aceitável até o paciente.

4.5 – QUINTA GERAÇÃO (Espiral/Helicoidal)

Movimento do conjunto fonte-detector: rotação continua + movimento de


translação da mesa.
Geometria do feixe: Feixe de elétrons – tubo com apenas 1 foco
Detector: uma fileira de detectores
Tempo de aquisição: Menor que 1 segundo (em média)
Aplicação: Diversas Regiões Anatômicas
Durante os primeiros anos da década de 1990, um novo tipo de scanner foi
desenvolvido, chamado scanner de TC por volume (helicoidal/espiral). Com esse
sistema, o paciente é movido de forma contínua e lenta através da abertura durante
o movimento circular de 360º do tubo de raios X e dos detectores, criando um tipo de
obtenção de dados helicoidal ou “em mola”.
Dessa forma, um volume de tecido é examinado, e dados são coletados, em
vez de cortes individuais como em outros sistemas. Os sistemas de TC por volume
utilizam arranjos de detectores do tipo de terceira ou quarta geração, dependendo
do fabricante específico. O desenvolvimento de anéis de deslizamento para
substituir os cabos de raios X de alta tensão permite rotação contínua do tubo,
necessária para varredura do tipo
helicoidal. Anteriormente o movimento do
tubo de raios X era restrito por cabos de
alta tensão fixados, e limitado a uma
rotação de 360º em uma direção
compreendendo um corte, seguida por
outra rotação de 360º na direção oposta,
criando um segundo corte com o
paciente movendo um incremento entre
os cortes.
O desenvolvimento de tecnologia de engenharia de anéis de deslizamento
permite rotações contínuas do tubo, que, quando combinadas com o movimento do
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paciente cria dados de varredura do tipo helicoidal com tempos totais de varredura
que são a metade ou menos daqueles de outros scanners de terceira ou quarta
geração.

4.6 – SEXTA GERAÇÃO (MULTSLICE)

Movimento do conjunto fonte-detector: Rotação-rotação


Geometria do feixe: Feixe cônico
Detector: Múltiplos–aquisição simultânea
Tempo de aquisição: Frações de segundos
Aplicação Diversas regiões anatômicas e específicas
Apesar dos grandes avanços obtidos com a tomografia helicoidal, algumas
aplicações clínicas, como a angiografia por tomografia exigia cobertura de volumes
maiores, porém os equipamentos helicoidais contendo uma fileira para aquisição
não eram rápidos o suficiente para obterem imagens de boa qualidade.
No final de 1998, quatro fabricantes de TC anunciaram novos scanners
multicorte, todos capazes de obter imagens de quatro cortes simultaneamente.
Esses são scanners de sexta geração com capacidades helicoidais e com quatro
bancos paralelos de detectores, capazes de obter quatro cortes de TC em uma
rotação do tubo de raios X.
Uma das vantagens desse método é a velocidade de obtenção de imagens.
Outra vantagem relacionada à velocidade de obtenção de imagens é a capacidade
de adquirir um grande número de cortes
finos rapidamente. Essa velocidade, por
exemplo, torna possível a angiografia
por TC com doses menores do contraste
exigido; ou um exame de abdome
completo por TC é possível com cortes
muito finos, de 2 a 3 mm, em um tempo
de exame razoavelmente curto.
Na tomografia de uma única fileira
detectora (single slice), a espessura de corte era determinada pela abertura do
colimador, o que era bom para aumentar a quantidade de fótons de raios X que
atingia o paciente, Porém, a resolução espacial piorava, pois a quantidade de
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radiação espalhada aumentava no paciente e, consequentemente, esta atingia os


detectores elevando o ruído.
Atualmente, encontram-se equipamentos com 4, 8, 16, 32, 40, 64, 128 e 320
fileiras detectores, também conhecidas por canais. Apenas como um exemplo: um
equipamento de 16 fileiras possui, em média, 750 detectores por fileira, chegando a
um total de 12 mil detectores individuais.

REFERÊNCIAS

NERSISSIAN, Denise Y., Tomografia Computadorizada Tecnologia e


Funcionamento dos Equipamentos, 2000.

SILVA, Sinara M.T., TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA: Uma Proposta para a


Aplicação da Matemática no Ensino Médio, Rio Grande do Sul, 2018.

Dicas da Radiologia, disponível em: http://dicasderadiologia.com.br/?p=42

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