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SUMÁRIO
A4.1 INTRODUÇÃO
Antes de iniciar o cálculo das armaduras é aconselhável fazer a verificação das seções
transversais adotadas.
Em geral, o mais importante é fazer a verificação se largura da viga tem condições de
fornecer a resistência à força cortante, tendo em vista o esmagamento da diagonal de compressão no
concreto.
Conforme a NBR6118, esta verificação é feita com as expressões fornecidas na seção
17.4.2.2, para o Modelo de cálculo I, e na seção 17.4.2.3, para o Modelo de cálculo II.
Como normalmente a armadura longitudinal necessária resulta em um número considerável
de camadas de barras, recomenda-se adotar a altura útil d=0,9h para os cálculos de
dimensionamento das vigas de pontes de concreto armado.
Caso seja necessário aumentar a largura da viga, pode-se fazer uma mísula horizontal
conforme se segue: a) determina-se a largura necessária nos apoios, a partir da expressões da
NBR6118, com o Modelos de cálculo I ou II, conforme o caso, para a máxima força cortante em
módulo e b) determina-se a extensão da mísula horizontal, calculando a força resistente com as
mesmas expressões, fixando a largura inicial e levando esta força no diagrama de envoltória de
força, pode-se obter as distâncias, tanto à esquerda como à direta do apoio, conforme mostrado na
Fig. A4.1.
Quando aos momentos fletores, recomenda-se um verificação dos momentos máximos para
que a seja necessário utilizar armadura dupla e no caso de momento positivo, o bloco de
compressão não ultrapasse a espessura da laje.
A largura colaborante, que representa a parte da laje que pode ser considerada na seção
resistente da viga, pode ser calculada com a seção 14.6.2.2 da NBR6118.
A Fig. A4.2 mostra o esquema das resultantes das tensões para momentos positivos e
negativos.
2 Anexo 4 Recomendações para o dimensionamento das vigas
Vd ,máx
Vd ,máx
VRd2
VRd2
Vd ,mín
Vd ,mín
a) Diagrama de Vd
variação da largura
bnec
bf
Rc
hf y
M
d a) Momento positivo
Rt
bw
hf Rt
b) Momento negativo
d
M
y
Rc
bw
Fig. A4.2 Esquema das resultantes das tensões para momentos positivos e negativos
Anexo 4 Recomendações para o dimensionamento das vigas 3
O cálculo das armadura para os momentos fletores é feita com as hipóteses da seção 17.2 da
NBR6118. Naturalmente, para este cálculo recorre-se a tabelas ou programas de computador.
Tendo em vista as dimensões das vigas de pontes, recomenda-se que seja feito o cálculo da
armadura em todas as seções utilizadas no cálculo dos esforços solicitantes. Em função disto, este
cálculo deve ser apresentados em forma de tabela. Numa parte da tabela coloca-se os momentos
positivos e na outra parte os momentos negativos, lembrando que para momentos positivos tem-se a
largura colaborante e para momentos negativos a parte comprimida é a base da viga. Como a
armadura para os momentos negativos está concentrada mais próximo da extremidade da seção
transversal, pode-se utilizar uma altura útil maior que para os momentos positivos.
O passo seguinte é a verificação da fadiga. Devem ser calculados os momentos fletores para a
combinação freqüente de fadiga, cujo coeficiente de redução é fornecido no Anexo 2. Como no
cálculo da armadura, a verificação da fadiga deve ser feita para cada uma das seções e ser
apresentada em forma de tabelas, uma para armadura inferior e outra para armadura superior.
Nesta fase deve-se fazer a escolha da bitola e, portanto, o número de barras. Como as áreas
das armaduras são elevadas, resulta barras de elevados diâmetros.
Nesta parte já pode-se fazer um esboço da distribuição da armaduras na seção transversal para
os máximos momentos positivo e negativo.
Para o momento positivo, recomenda-se que a armadura deva ser disposta em camadas até a
distância 02,h da borda inferior. Para o momento negativo, recomenda-se que 40% a 60% da
armadura seja disposta na alma e o restante em 0, 25 da largura colaborante, nos dois lados,
conforme a seção 9.5.1 da NBR7197. Devem ser atendidos os seguintes quesitos: a) cobrimento
nominal, b) espaçamentos mínimos das barras (ver seção A4.5), c) espaço para entrada de vibrador.
O diâmetro dos estribos pode ser estimado em 10mm. A Fig. A4.3 mostra os casos em questão.
O próximo passo é fazer a verificação da fissuração. Como geralmente as barras são de
grandes bitolas, muitas vezes é necessário fazer ajustes na armadura para o atendimento do estado
limite de abertura de fissuras.
Esta verificação é feita a combinação freqüente de ações de serviço, conforme Anexo 2, e
com as condições da NBR6118, seção 17.3.3. Recomenda-se que seja feita a verificação como a
limitação da abertura estimada da fissura, seção 17.3.3.2 da NBR6118.
Conforme já adiantado, no cálculo da armadura para a força cortante pode-se um dos dois
modelo de cálculo fornecidos pela NBR6118. O modelo de cálculo I é apresentado na seção
17.4.2.2 e o modelo de cálculo II na seção 17.4.2.3.
Impondo a condição da força resistente igual a da força solicitante, pode-se obter o valor de
Asw/s (área da armadura transversal/espaçamento dos estribos).
Como no caso de momento fletor, a armadura para combater a força cortante deve ser feita
para as seções que foram feitos os cálculos das solicitações. Recomenda-se os cálculos sejam
apresentados na forma de tabela.
4 Anexo 4 Recomendações para o dimensionamento das vigas
> 50mm
h
< 0,2 h
bw
t av
c
ah
bf
0,25 bf 0,25 bf
hf
20 a 30% 20 a 30%
de As 2 de As2
bw
Fig. A4.3 Esquemas da armadura para momento positivo e para momento negativo
Em seguida deve ser feita a verificação da fadiga. As forças cortantes devem ser calculadas
com a combinação freqüente de fadiga, cujo coeficiente de redução é fornecido no Anexo 2. A
verificação da fadiga deve ser feita para cada uma das seções e ser apresentada em forma de tabelas,
sendo que a última coluna deve conter o numero de ramos, a bitola e o espaçamento dos estribos.
Como as áreas de armadura podem ser muito elevadas junto aos apoios, podem ser necessários
Anexo 4 Recomendações para o dimensionamento das vigas 5
estribos de 4 ou 6 nestas regiões. Deve-se procurar limitar a bitola dos estribos em 10mm. Quando
as largura for grande pode-se chegar a 12,5mm.
ABNT. NBR 7187 - Projeto e execução de pontes de concreto armado e protendido. Rio de Janeiro,
2003.
ABNT. NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto. Rio de Janeiro, 2003.
LEONHARDT, F. Construções de concreto: princípios básicos da construção de pontes de
concreto, vol. 6, Rio de Janeiro, Editora Interciencia, 1979