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ANEXO 4

RECOMENDAÇÕES PARA O DIMENSIONAMENTO


DAS VIGAS

SUMÁRIO

A4.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 1


A4.2 VERIFICAÇÃO E DEFINIÇÃO DAS SEÇÕES ....................................................................................... 1
A4.3 CÁLCULO DA ARMADURA PARA MOMENTOS FLETORES ............................................................. 3
A4.4 CÁLCULO DA ARMADURA PARA FORÇA CORTANTE .................................................................... 3
A4.5 DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS ........................................................................................................... 5
REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA .................................................................................... 5
Anexo 4 Recomendações para o dimensionamento das vigas 1

A4.1 INTRODUÇÃO

O presente anexo fornece indicações para o dimensionamento e detalhamento das vigas


principais de pontes de viga T. Em princípio, o dimensionamento e verificação devem atender o
prescrito no capítulo 17 da NBR6118, ao passo que o detalhamento deve atender ao capítulo 18, da
mesma norma.
Este assunto está aqui limitado para concreto armado, pois é direcionado ao trabalho prático
desenvolvido na disciplina. Considera-se que os fundamentos deste tema já são de conhecimento
dos alunos, tanto a parte de concreto estrutural apresentado em outras disciplinas, como a parte de
fadiga tratada no Anexo 3. Justifica-se a apresentação deste anexo em função das particularidades
das vigas de pontes (dimensões, arranjos de armadura e necessidade de verificação da fadiga).
Para um aprofundamento no assunto, incluindo o concreto protendido, as lajes e outros tipos
de seção, recomenda-se o livro do LEONHARDT (1979)

A4.2 VERIFICAÇÃO E DEFINIÇÃO DAS SEÇÕES

Antes de iniciar o cálculo das armaduras é aconselhável fazer a verificação das seções
transversais adotadas.
Em geral, o mais importante é fazer a verificação se largura da viga tem condições de
fornecer a resistência à força cortante, tendo em vista o esmagamento da diagonal de compressão no
concreto.
Conforme a NBR6118, esta verificação é feita com as expressões fornecidas na seção
17.4.2.2, para o Modelo de cálculo I, e na seção 17.4.2.3, para o Modelo de cálculo II.
Como normalmente a armadura longitudinal necessária resulta em um número considerável
de camadas de barras, recomenda-se adotar a altura útil d=0,9h para os cálculos de
dimensionamento das vigas de pontes de concreto armado.
Caso seja necessário aumentar a largura da viga, pode-se fazer uma mísula horizontal
conforme se segue: a) determina-se a largura necessária nos apoios, a partir da expressões da
NBR6118, com o Modelos de cálculo I ou II, conforme o caso, para a máxima força cortante em
módulo e b) determina-se a extensão da mísula horizontal, calculando a força resistente com as
mesmas expressões, fixando a largura inicial e levando esta força no diagrama de envoltória de
força, pode-se obter as distâncias, tanto à esquerda como à direta do apoio, conforme mostrado na
Fig. A4.1.
Quando aos momentos fletores, recomenda-se um verificação dos momentos máximos para
que a seja necessário utilizar armadura dupla e no caso de momento positivo, o bloco de
compressão não ultrapasse a espessura da laje.
A largura colaborante, que representa a parte da laje que pode ser considerada na seção
resistente da viga, pode ser calculada com a seção 14.6.2.2 da NBR6118.
A Fig. A4.2 mostra o esquema das resultantes das tensões para momentos positivos e
negativos.
2 Anexo 4 Recomendações para o dimensionamento das vigas

Vd ,máx
Vd ,máx

VRd2

VRd2

Vd ,mín
Vd ,mín

a) Diagrama de Vd
variação da largura

bnec

mísula mísula b) Planta de fôrma junto ao apoio


horizontal horizontal
transversina de apoio

Fig. A4.1 Esquema da mísula horizontal

bf
Rc
hf y
M
d a) Momento positivo

Rt

bw

hf Rt

b) Momento negativo
d
M
y
Rc
bw

Fig. A4.2 Esquema das resultantes das tensões para momentos positivos e negativos
Anexo 4 Recomendações para o dimensionamento das vigas 3

A4.3 CÁLCULO DA ARMADURA PARA MOMENTOS FLETORES

O cálculo das armadura para os momentos fletores é feita com as hipóteses da seção 17.2 da
NBR6118. Naturalmente, para este cálculo recorre-se a tabelas ou programas de computador.
Tendo em vista as dimensões das vigas de pontes, recomenda-se que seja feito o cálculo da
armadura em todas as seções utilizadas no cálculo dos esforços solicitantes. Em função disto, este
cálculo deve ser apresentados em forma de tabela. Numa parte da tabela coloca-se os momentos
positivos e na outra parte os momentos negativos, lembrando que para momentos positivos tem-se a
largura colaborante e para momentos negativos a parte comprimida é a base da viga. Como a
armadura para os momentos negativos está concentrada mais próximo da extremidade da seção
transversal, pode-se utilizar uma altura útil maior que para os momentos positivos.
O passo seguinte é a verificação da fadiga. Devem ser calculados os momentos fletores para a
combinação freqüente de fadiga, cujo coeficiente de redução é fornecido no Anexo 2. Como no
cálculo da armadura, a verificação da fadiga deve ser feita para cada uma das seções e ser
apresentada em forma de tabelas, uma para armadura inferior e outra para armadura superior.
Nesta fase deve-se fazer a escolha da bitola e, portanto, o número de barras. Como as áreas
das armaduras são elevadas, resulta barras de elevados diâmetros.
Nesta parte já pode-se fazer um esboço da distribuição da armaduras na seção transversal para
os máximos momentos positivo e negativo.
Para o momento positivo, recomenda-se que a armadura deva ser disposta em camadas até a
distância 02,h da borda inferior. Para o momento negativo, recomenda-se que 40% a 60% da
armadura seja disposta na alma e o restante em 0, 25 da largura colaborante, nos dois lados,
conforme a seção 9.5.1 da NBR7197. Devem ser atendidos os seguintes quesitos: a) cobrimento
nominal, b) espaçamentos mínimos das barras (ver seção A4.5), c) espaço para entrada de vibrador.
O diâmetro dos estribos pode ser estimado em 10mm. A Fig. A4.3 mostra os casos em questão.
O próximo passo é fazer a verificação da fissuração. Como geralmente as barras são de
grandes bitolas, muitas vezes é necessário fazer ajustes na armadura para o atendimento do estado
limite de abertura de fissuras.
Esta verificação é feita a combinação freqüente de ações de serviço, conforme Anexo 2, e
com as condições da NBR6118, seção 17.3.3. Recomenda-se que seja feita a verificação como a
limitação da abertura estimada da fissura, seção 17.3.3.2 da NBR6118.

A4.4 CÁLCULO DA ARMADURA PARA FORÇA CORTANTE

Conforme já adiantado, no cálculo da armadura para a força cortante pode-se um dos dois
modelo de cálculo fornecidos pela NBR6118. O modelo de cálculo I é apresentado na seção
17.4.2.2 e o modelo de cálculo II na seção 17.4.2.3.
Impondo a condição da força resistente igual a da força solicitante, pode-se obter o valor de
Asw/s (área da armadura transversal/espaçamento dos estribos).
Como no caso de momento fletor, a armadura para combater a força cortante deve ser feita
para as seções que foram feitos os cálculos das solicitações. Recomenda-se os cálculos sejam
apresentados na forma de tabela.
4 Anexo 4 Recomendações para o dimensionamento das vigas

> 50mm
h

< 0,2 h

bw
t av

c
ah

bf

0,25 bf 0,25 bf

hf

20 a 30% 20 a 30%
de As 2 de As2

bw

Fig. A4.3 Esquemas da armadura para momento positivo e para momento negativo

Em seguida deve ser feita a verificação da fadiga. As forças cortantes devem ser calculadas
com a combinação freqüente de fadiga, cujo coeficiente de redução é fornecido no Anexo 2. A
verificação da fadiga deve ser feita para cada uma das seções e ser apresentada em forma de tabelas,
sendo que a última coluna deve conter o numero de ramos, a bitola e o espaçamento dos estribos.
Como as áreas de armadura podem ser muito elevadas junto aos apoios, podem ser necessários
Anexo 4 Recomendações para o dimensionamento das vigas 5

estribos de 4 ou 6 nestas regiões. Deve-se procurar limitar a bitola dos estribos em 10mm. Quando
as largura for grande pode-se chegar a 12,5mm.

A4.5 DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS

No detalhamento das armaduras devem ser respeitadas ainda as disposições construtivas da


NBR6118 e da seção 9 da NBR7187, no que couber. Algumas particularmente importantes para as
vigas das pontes estão relacionadas a seguir:

a) Cobrimento das armaduras – capítulo 7


b) Emenda de barras (necessária na maioria das vezes) –seção 9.5
c) Armaduras longitudinais máximas e mínimas – seção 17.3.5
d) Armadura mínima para força cortante – seção 17.4.1.1.1
e) Armadura de pele – seção 17.3.5.2.3 e seção 18.3.5
f) Distribuição transversal das barras (espaçamentos mínimos entre as barras) seção 18.3.2.2
g) Espaçamento dos estribos –seção 18.3.3.2
h) Armadura de ligação mesa-alma ou talão –alma – seção 18.3.7

Em relação ao espaçamento dos estribos vale ainda registrar a recomendação do


LEONHARDT (1979):

s = 8 a 15 cm para altos valores de tensão de cisalhamento


s = 20 a 30 cm para valores moderados de tensão de cisalhamento

REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

ABNT. NBR 7187 - Projeto e execução de pontes de concreto armado e protendido. Rio de Janeiro,
2003.
ABNT. NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto. Rio de Janeiro, 2003.
LEONHARDT, F. Construções de concreto: princípios básicos da construção de pontes de
concreto, vol. 6, Rio de Janeiro, Editora Interciencia, 1979

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