Entrar nesses universos sem esse preparo mental e físico é o que leva
às famosas “bad trips” ou “peias”. A vida normalmente nos dá o que
precisamos, e não o que queremos, e neste caso precisamos estar
preparados para o valor educacional da sensação, seja ela boa ou ruim.
Don Juan diz no livro “A erva do diabo”, que as plantas não são nossas
escravas. Elas são aliadas que nos ajudam a enxergar nosso Eu
primordial.
De um modo geral, podemos dizer que a experiência psicodélica é um
tipo de intoxicação que traz uma sensação de quase morte, e assim
como pessoas que tem experiências de quase morte por acidentes,
somos levados para o estado de Bardo, que é o intervalo entre a vida e
a morte.
Poder visitar esse lugar, esse “mundo dos mortos” e voltar para o
mundo dos vivos com algum fragmento de conhecimento, traz uma
sensação de conforto e reforça nossa fé de que existe algo além da vida
comum.
Os vultos Nuit, que chamo assim por sua semelhança com a deusa Nuit
egípcia, são silhuetas humanas sozinhas ou em grupo, feitas de
contornos branco azulados, e eu creio serem ou meus antepassados,
ou criaturas preocupadas com meu bem estar e evolução. São
normalmente calmas e acolhedoras.