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Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS

Capítulo 5 -
Relação entre
Estrutura e
Propriedades

Prof. C. P. Bergmann – DEMAT - EE – UFRGS - 2013


Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS

5. RELAÇÃO ENTRE ESTRUTURA E


PROPRIEDADES

5-1 INTRODUÇÃO

5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS

5-3 PROPRIEDADES ELÉTRTICAS

5-4 PROPRIEDADES TÉRMICAS

5-5 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS

5-6 PROPRIEDADES ÓTICAS


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5-1 INTRODUÇÃO
Os materiais apresentam aplicabilidade limitada devido seu
comportamento frente as propriedades de interesse

APLICAÇÃO COMPORTAMENTO
ESTRUTURAL mecânico: RM, E, y, ductilidade
TÉRMICA térmico: k, CP, CV, 
ELÉTRICA elétrico: R, , semi-condução, isolante,
ferroelétrico, piezoelétrico
ÓTICA ótico: transparente, opaco, translúcido
MAGNÉTICA magnético: r, m, diamagnético,
paramagnético, ferromagnético,
ferrimagnético, antiferromagnético

Propriedades de interesse na utilização de materiais


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5-1 INTRODUÇÃO
• OBJETIVO
 Compreender a Engenharia pela relação
FUNDIÇÃO
PROCESSO DE FABRICAÇÃO LAMINAÇÃO
EXTRUSÃO
METALURGIA DO PÓ
PRENSAGEM
COLAGEM

ESTRUTURA
- ATÔMICA
- CRISTALINA MECÂNICAS
- MICRO- ESTRUTURA PROPRIEDADES FÍSICAS
ESTRUTURA CIÊNCIA DOS MATERIAIS QUÍMICAS
- MACRO-
ESTRUTURA
 Apresentar as principais propriedades de materiais
 Relacionar propriedades com estrutura
Ciência dos Materiais
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.1 INTRODUÇÃO
5.2.2 DIAGRAMA TENSÃO X DEFORMAÇÃO
5.2.3 RELAÇÃO COM A ESTRUTURA
5.2.3.1 DUREZA

5.2.3.2 FADIGA
5.2.3.3 FLUÊNCIA
5.2.3.4 IMPACTO
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.1 Introdução
PROPRIEDADES MECÂNICAS: comportamento do material quando sujeito à esforços
mecânicos: capacidade de resistir a estes esforços sem romper e sem se deformar de
forma incontrolável estabelecidas por ensaios

 carga aplicada - tração


- compressão Diagrama  x 
- cisalhamento
 forma de aplicação variável com o tempo Fadiga
 tempo de aplicação - curto Impacto
- longo Fluência
 condições do meio - constante com o tempo Fluência
- temperatura Fadiga térmica
- umidade Fadiga estática
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.2 Diagrama tensão x deformação
RESISTÊNCIA À TRAÇÃO Medida submetendo-se o material à uma carga ou força de tração
crescente, que promove uma deformação progressiva de aumento de
comprimento do CP.

Máquina de ensaios

Diagrama tensão x deformação (típico em metais)

Cerâmicos Flexão
CURVAS  x  CARACTERÍSTICAS DE METAIS, POLÍMEROS E
CERÂMICOS
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.2 Diagrama tensão x deformação
Informações importantes a partir do diagrama  x 
Curva de engenharia e verdadeira
 Máxima
tensão=F/Ao
max

escoamento ruptura
Def. Elástica Def. Plástica
 Tensões > escoamento
 Precede à def.
 Irreversível (átomos deslocados
plástica
permanentemente de suas posições)
 É reversível:
 Não desaparece quando a tensão
desaparece quando a
é removida Ductilidade
tensão é removida
Elongação(%)= ((lf-lo)/lo) x 100

 É praticamente
proporcional à tensão
aplicada (lei de Hooke)
Resistência ao escoamento escoamento
Resiliência Tenacidade
 Capacidade de um material resistir à
Lei de Hooke:  = E 
Módulo de Energia deformação plástica
Escoamento

resiliência absorvida até a • Na curva “a”, não observa-se nitidamente o


Ur= y2/2E ruptura fenômeno de escoamento, a tensão de
escoamento corresponde à tensão necessária para
promover uma deformação permanente de 0,2% .
• Na curva “b”, o limite de escoamento é bem
definido (o material escoa- deforma-se
Não ocorre
plasticamente- sem praticamente aumento da
escoamento
tensão). O serrilhado ocorre devido à interação
entre átomos de soluto (no caso dos aços, C e N
principalmente) e as discordâncias, ainda em
pequeno número. Principalmente em metais
recozidos.
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.2 Diagrama tensão x deformação
5.2.2.1 Região elástica1a REGIÃO DO DIAGRAMA  x 
COEFICIENTE DE POISSON  = -x/z
 Qualquer elongação ou compressão de uma
estrutura cristalina em uma direção produz um
ajustamento nas dimensões perpendiculares à
direção da força. Depende da rigidez do material.

MÓDULO DE CISALHAMENTO E= 2 G (1 +  )
 Tensões de cisalhamento produzem deslocamento de um
plano de átomos em relação ao plano adjacente . Relação entre a
tensão de cisalhamento e a deformação elástica de
cisalhamento.

Deformação elástica
Módulo de elasticidade
Região elástica:
Coeficiente de Poisson
Módulo de Cisalhamento
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.2 Diagrama tensão x deformação
5.2.2.1 Região elástica Módulo de elasticidade E= /  (GPa)  Quanto maior o E, mais rígido é o material ou
menor é a sua def. elástica para uma dada tensão
 Energia de ligações Relação com níveis da estrutura  Microestrutura
-Atômica energia de ligação POROSIDADE
E=E0(1-1,9P+0,9P2)
-Cristalina densidade plana/linear
-Microestrutural homogeneidade
e imperfeições
 Estrutura cristalina
E (GPa) Cristais Iônicos
Máx Mín Aleatório
MgO CFC 341 249 315
REFORÇO POR FIBRAS Efibra = fibra
NaCl 33 44 37 Exemplos: Ematriz matriz
 whiskers em cerâmicos
areia no asfalto, fibra em polímero
segunda fase de grãos finos
E (GPa) Cristais Metálicos
metálicos em um uma matriz metálica
Máx Mín Aleatório
ISOTROPIA / ANISOTROPIA
Al CFC 75 60 70  E de alguns metais
[GPa]
Magnésio 45
Au CFC 110 40 80 AlumÍnio 69
Latão 97
CoHC 195 70 110 Titânio 107
Cobre 110
Níquel 207
FeCCC 280 125 205 Aço 207
Tungstênio 407
WCCC 345 345 345
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
Não modifica o E
 Polímeros RELAÇÃO DE E COM TEMPERATURA do material (apenas
(a) Aumento do comprimento das ligações METAIS
a ductilidade)
CERÂMICOS
E1 = E2 = E3 = E4 = ...E9
(b) Endireitamento das ligações

Fe
Cu
Al
Mg
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.2 Diagrama tensão x deformação
5.2.2.2 Região Plástica 2a REGIÃO DO DIAGRAMA  x 
 QUESTÃO FUNDAMENTAL: COMO OS MATERIAIS DEFORMAM (e ROMPEM)?
1a Hipótese: ruptura simultânea das ligações. A resistência mecânica seria
extremamente elevada comparada à obtida na prática (1000 x!).
2a Hipótese: deslizamento de planos até a ruptura.
metais podem ser solicitados por
tração, compressão ou cisalhamento,
que podem ser decompostas em tensões
de cisalhamento puras. Cristais
Deformação plástica apresentam menor resistência ao
Resistência máxima cisalhamento que à tração e
Região plástica:
Ductilidade compressão, logo esta é a solicitação
Ponto de ruptura responsável pela deformação destes
materiais.
CRISTAIS DEFORMAM-SE PELO DESLIZAMENTO DE PLANOS
CRISTALINOS EM RELAÇÃO AOS DEMAIS. Escala microscópica:
deformação plástica resulta do movimento dos átomos devido à tensão
aplicada. Durante este processo ligações são quebradas e outras refeitas.
Monocristal

O deslizamento ocorre mais facilmente ao longo de certas direções e planos


MAIS POVOADOS. O NÚMERO DE SISTEMAS (plano + direção) VARIA COM
A ESTRUTURA CRISTALINA

No entanto, a resistência mecânica ainda bastante elevada (E/20!). Metais


não são tão resistentes. Outro mecanismo!
3a Hipótese: O DESLIZAMENTO DE PLANOS CRISTALINOS é FACILITADO PELO
MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIAS: resistência mecânica da mesma ordem de
TENSÃO CRÍTICA DE CISALHAMENTO grandeza da prática!
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.2 Diagrama tensão x deformação
5.2.2.2 Região plástica
Deslizamento em monocristal
Exercício 1: Calcule a tensão tangencial resolvida no sistema de deslizamento (111)[011] de uma célula unitária de um monocristal CFC
de níquel, quando é aplicada uma tensão de 13,7 MPa segundo a direção [001] da célula unitária.
Solução:
Na figura:  = 45° Sistema cúbico: [hkl] direção  plano (hkl)  Direção normal ao plano (111), o plano de deslizamento é [111]

cos = a = 1 ou  = 54,74°
a 3½ 3½

r =  cos cos =
r = (13,7MPa) (cos45°) (cos 54,74°)
r = 5,6MPa

Célula unitária CFC onde está aplicada uma tensão de tração segundo a direção [001], que origina uma tensão tangencial
resolvida no sistema de deslizamento (111) [011]
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.2 Diagrama tensão x deformação
5.2.2.2 Região plástica Mecanismo de deslizamento associado a discordâncias
MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIA em cunha origina um degrau unitário de deslizamento. DENSIDADES DE DISCORDÂNCIAS TÍPICAS
Materiais solidificados lentamente = 103 discord./mm2
- Região onde encontra-se a
Materiais deformados= 109 -1010 discord./mm2
discordância deixa a rede
Materiais deformados e tratados termicamente= 105 - 106 discord./mm2
comprimida
- Região abaixo da discordância a IMPORTÂNCIA PARA AS PROPRIEDADES MECÂNICAS
rede fica tracionada  Nos metais deformados plasticamente cerca de 5% da energia é
retida internamente, o restante é dissipado na forma de calor. A maior
- Quando a tensão de parte desta energia armazenada está associada às tensões devido às
cisalhamento é aplicada, planos discordâncias. Presença de discordâncias promove uma distorção da
interatômicos são deslocados até rede cristalina: algumas regiões ficam compridas e outras
quebrar, forma-se um novo plano tracionadas.
atômico no cristal ATRAÇÃO

Mista

REPULSÃO
Cunha

Discordância mista em um
cristal. Discordância AB:
Campos de deformação em torno (a) de uma discordância em cunha (b) de uma
hélice quando entra no discordância em hélice
Hélice cristal, e cunha quando sai O deslizamento é facilitado pelo movimento de uma discordância. A
O serrilhado (ex.: metais recozidos) ocorre devido à interação entre ENERGIA (E) necessária depende:
átomos de soluto (no caso dos aços, C e N principalmente) e as - comprimento da discordância (l)
discordâncias. Quando a tensão atinge um nível suficiente para vencer
- módulo de cisalhamento (G) E lGb2
as barreiras (bandas de Lüders ou linhas de distensão) que retêm as
discordâncias, define-se o limite de escoamento superior. A tensão - quadrado do vetor de deslizamento(b2)
então cai até o limite de escoamento inferior. A faixa se propaga ao Discordâncias mais sujeitas à geração e expansão, para propiciar a
longo do corpo, causando alongamento durante o escoamento. Durante deformação plástica, estão associadas ao MENOR valor de b (MAIOR
esta propagação, outras barreiras aprisionam as discordâncias, exigindo que a tensão densidade linear) e MENOR valor de G (MAIOR densidade atômica planar).
novamente venha a subir e assim sucessivamente, gerando o serrilhado.
PLANOS MAIS COMPACTOS NAS DIREÇÕES MAIS COMPACTAS
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.2 Diagrama tensão x deformação
5.2.2.2 Região plástica
MACLAGEM OU MACLAÇÃO
 Outro mecanismo, menos comum: maclas. Deformação plástica em metais CFC, como o cobre, é comum ocorrer por maclação.
 Produção de maclas: uma força cisalhante age ao longo do contorno de grão,
causando o deslocamento de átomos para novas posições.
 Uma parte da rede atômica deforma-se originando a sua transformação à
imagem, num espelho plano, da parte não deformada da rede que lhe fica adjacente.
 PLANO DE MACLA: plano cristalográfico que separa as regiões deformada e não
deformada da rede.
 DIREÇÃO DE MACLAGEM: direção específica em que ocorre a maclagem.

 Átomos se movem em distâncias proporcionais às microestrutura


respectivas distâncias ao plano de macla

estrutura cristalina
deslizamento MACLAGEM

Diferença básica entre o efeito do deslizamento e da maclagem


na topografia da superfície de um material metálico deformado.  Contorno de maclas interfere no escorregamento e  RM
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.2 Diagrama tensão x deformação
5.2.2.2 Região plástica Deformação plástica em materiais cerâmicos
Cerâmicos cristalinos em elevadas temperaturas:
necessidade de cinco sistemas de deslizamento ativos
 Cerâmicos não-cristalinos (amorfos):
Ex. Al2O3 disponível a 1550°C -estrutura atômica não regular
-- deformam-se como um fluxo viscoso semelhante aos líquidos
Plano no NaCl onde os
íons estão alinhados
(pode ocorrer
deslizamento).

Dificuldade de
deslocamento em
cerâmicos com
caráter iônico
(repulsão).

Representação de um fluxo viscoso de um líquido ou fluido


vítreo em razão de uma força aplicada.

Plano no MgO mostrando a direção de cisalhamento


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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.2 Diagrama tensão x deformação
5.2.2.2 Região plástica Deformação plástica em materiais poliméricos
 A deformação plástica ocorre por deslizamento das cadeias moleculares umas
sobre as outras, quebrando e refazendo as forças de ligação secundárias
apolares.

REFORÇO POR LIGAÇÕES CRUZADAS REFORÇO POR AUMENTO DE


 Curvas de tensão x deformação do
 Curvas de tensão x deformação da borracha CRISTALINIDADE
polimetacrilato de metilo, obtidas em ensaio de
tração realizados a várias temperaturas . A transição natural vulcanizada e não-vulcanizada. A  Curvas de tensão x deformação do
dúctil/frágil ocorre entre 86 e 104°C. formação de ligações cruzadas entre as cadeias polietileno expandido de baixa e alta
poliméricas pelos átomos de enxofre aumenta a densidade. O polietileno de alta
resistência mecânica da borracha vulcanizada. densidade é mais resistente, porque
tem maior grau de cristalinidade.
Ausência de deformação
plástica

Deformação plástica
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.2 Diagrama tensão x deformação
5.2.2.2 Região plástica

EFEITO DA TEMPERATURA EFEITO DA POROSIDADE


Curva da resistência mecânica em função da temperatura
para diferentes materiais

Exemplo em cerâmicos: alumina


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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.2 Diagrama tensão x deformação
5.2.2.3 Ruptura3a REGIÃO DO DIAGRAMA  x 
OCORRE DE MANEIRA DÚCTIL OU FRÁGIL E DE FORMA DIFERENCIADA PARA CADA TIPO DE MATERIAL
METAIS: Ocorre, normalmente de maneira dúctil: há um aviso do
material antes do rompimento. Transgranular Intergranular
A fratura dúctil pode ser:
-transgranular (crescimento plástico fratura em taça ou cone)
-intergranular (presença de vazios nos contornos de grão)
-cisalhamento
-formação de um pescoço (deformação plástica)

A fratura frágil (geralmente T muito baixas):


-clivagem
-intergranular

CERÂMICOS: Tipicamente frágil

FRATURA DÚCTIL TRANSGRANULAR

Dúctil Frágil
Etapas da formação de uma fratura dúctil em taça e cone. Fissuração interna
na zona de estricção de um corpo policristalino de cobre de elevada pureza.
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.3 Controle Propriedades Mecânicas
Controle do deslizamento = controle de propriedades mecânicas

OBSTRUÇÃO DO DESLIZAMENTO por:

1. Solubilização de um segundo elemento na rede

2. Precipitação de uma segunda fase

3. Contorno de grão

4. Deformação plástica (excesso de discordâncias)


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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.3 Controle Propriedades Mecânicas
Controle do deslizamento = controle de propriedades mecânicas
1. Solubilização de um segundo elemento na rede
- movimento de discordâncias é dificultado
- segundo elemento é a barreira para tal movimento
- maior a quantidade, maior o efeito
- quanto maior a diferença de tamanho de átomos, mais
acentuado é o efeito

INTERAÇÃO DE DISCORDÂNCIAS EM SOLUÇÕES SÓLIDAS

Quando um átomo de uma impureza está presente, o movimento da discordância


fica restringido, ou seja, deve-se fornecer energia adicional para que continue
havendo escorregamento.

soluções sólidas de metais são sempre mais resistentes que metais


puros de seus constituintes
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.3 Controle Propriedades Mecânicas
Controle do deslizamento = controle de propriedades mecânicas
1. Solubilização de um segundo elemento na rede
- Presença de um ELEMENTO INTERSTICIAL /
SUBSTITUCIONAL reduz a mobilidade de movimento de
discordâncias aumenta a resistência mecânica
-Discordância: regiões comprimidas e regiões tracionadas
- Elemento intersticial compensa a região tracionada,
aumentando a resistência mecânica;

-Elemento substitucional maior


compensa a região tracionada,
aumentando a resistência mecânica;
- Elemento substitucional menor
compensa a região comprimida,
aumentando a resistência mecânica;

- Para deformar o material com o segundo elemento


necessita-se de maior energia. Levando ao aumento da
resistência ao escoamento
Resistência ao escoamento do metal puro

SOLUÇÕES SÓLIDAS SÃO MAIS RESISTENTES


QUE O METAL PURO
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.3 Controle Propriedades Mecânicas
Controle do deslizamento = controle de propriedades mecânicas
2. Precipitação de uma segunda fase
- movimento de discordâncias é dificultado
- segunda fase é a barreira para tal movimento
- maior a quantidade, maior o efeito
- comportamento similar a presença de um segundo elemento na rede
MICROESTRUTURAS POLIFÁSICAS SÃO
MAIS RESISTENTES QUE O METAL PURO
Aumento da resistência
ao escoamento do metal
devido à precipitação de
uma segunda fase 
Aumento da resistência
ao escoamento do metal
devido à formação de
uma solução sólida 

Resistência ao
escoamento do
metal puro

Efeito do conteúdo de silício e


modificação da tensão de tração e %
elongação para uma liga silício-
alumínio

Efeito da adição de P em uma liga Al-Si. (a) Si primário, grosseiro


e (b) Si primário refinado com fósforo.
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.3 Controle Propriedades Mecânicas
Controle do deslizamento = controle de propriedades mecânicas
3. Contorno de grão
O contorno de grão interfere no movimento das discordâncias. Devido às diferentes orientações cristalinas presentes,
resultantes do grande número de grãos, as direções de escorregamento das discordâncias variam de grão para grão.
grãos adjacentes tem diferentes orientações
cristalográficas

menor tamanho de grão, mais descontinuidades para


travar o movimento de discordâncias
EQUAÇÃO DE HALL PETCH
Aumento da resistência
ao escoamento do metal
devido à formação de
y= o + k . d-1/2
eutético k - constante do material
y - resistência ao escoamento
o - resistência inicial
y d - diâmetro médio do contorno de grão

o
-1/2
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5.2.3 Controle Propriedades Mecânicas
Controle do deslizamento = controle de propriedades mecânicas
4. Deformação plástica ENCRUAMENTO E MICROESTRUTURA
É o fenômeno no qual um material endurece devido à
deformação plástica (realizado pelo trabalho à frio) Depois da deformação
Esse endurecimento dá-se devido ao aumento de
discordâncias e imperfeições promovidas pela deformação, que
impedem o escorregamento dos planos atômicos
À medida que se aumenta o encruamento maior é a força
necessária para produzir uma maior deformação
O encruamento pode ser removido por tratamento térmico
(recristalização)
QUANTIFICAÇÃO DA DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
%CW = % de trabalho a frio
% CW = [(Ao - Af)/Ao]*100 Ao = área inicial
Af = área final
Antes da deformação
- movimentação de discordâncias aumenta a resistência à
deformação plástica
- durante a movimentação de discordâncias, ocorre a multiplicação
das discordâncias

-a existência de muitas discordâncias impede o movimento de outras


(encruamento)
-- pode-se ter tantas discordâncias que nenhuma se move e o
material rompe de forma frágil
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5.2.3 Controle Propriedades Mecânicas
Controle do deslizamento = controle de propriedades mecânicas
4. Deformação plástica

Deformação a frio em função da tensão de


Deformação a frio em função da tensão de ruptura e extensão até à fratura da liga 40%Cu
ruptura e extensão até a fratura do Cu. 30%Zn.
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5.2.3 Controle Propriedades Mecânicas
Controle do deslizamento = controle de propriedades mecânicas
4. Deformação plástica ENCRUAMENTO E MICROESTRUTURA
MECANISMO QUE OCORRE NO AQUECIMENTO DE UM MATERIAL ENCRUADO
ESTÁGIOS:
RECUPERAÇÃO
Há um alívio das tensões internas armazenadas durante a deformação devido ao
movimento das discordâncias resultante da difusão atômica. Redução do número de
discordâncias e seu rearranjo.
RECRISTALIZAÇÃO - (Processo de Recozimento para Recristalização)
 depois da recuperação, os grão ainda estão um pouco tensionados
diminuição da dureza. Cristais plasticamente deformados tem mais energia que os
não deformados, devido à presença de discordâncias e imperfeições
 átomos se reacomodam sob temperatura elevada, através de recozimento
 ocorre um rearranjo dos átomos em grãos menos deformados em temperaturas
elevadas, a recristalização, com o crescimento do grão
 o número de discordâncias reduz ainda mais e as propriedades mecânicas voltam
ao seu estado original
A temperatura de recristalização é dependente do tempo e está entre 1/2 e 1/3 da
temperatura absoluta de fusão TEMPERATURAS DE RECRISTALIZAÇÃO
Deformação a quente: quando a deformação mecânico é Chumbo - 4C
Estanho - 4C
realizado acima da temperatura de recristalização do Zinco 10C
material. Alumínio de alta pureza 80C
Cobre de alta pureza 120C
Deformação a frio: a baixo. Níquel 370C
Ferro 450C
CRESCIMENTO DE GRÃO Tungstênio 1200C
Depois da recristalização se o material permanecer por mais tempo em temperaturas
elevadas o grão continuará à crescer
Em geral, quanto maior o tamanho de grão mais mole é o material e menor é sua
resistência
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.4 Relação com a estrutura
5.2.4.1 Dureza
Medida da resistência à penetração (ou ao risco). Varia com o método empregado (propriedade empírica).
Metais: mede-se profundidade e largura da identação. Cerâmicos: mede-se microfissuras da identação.

Material Dureza Knoop


Diamante 7000
B4 C 2800
SiC 2500
WT 2100
Al2O3 2100
Quartzo (SiO2) 800
Vidro 550
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.4 Relação com a estrutura
5.2.4.2 Fadiga
Falha que ocorre em estruturas submetidas a tensões dinâmicas (cíclicas) e flutuantes (tração,
compressão, torção). Ocorre após determinado número de ciclos em tensões inferiores a
tensões estáticas suportáveis. Ocorrem em eixos, barras de ligação, engrenagens, etc. Variação
da tensão com o tempo: (a) tensões contrárias; (b) tensões repetidas; (c) tensões aleatórias.
ENSAIO PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À FADIGA

FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA À FADIGA


1. Concentração de tensão: a resistência à fadiga é reduzida por
concentradores de tensão como: entalhes; irregularidades; poros.

2. Ambiente: o ataque ou interações de natureza químico acelera a


velocidade com que a trinca de fadiga se propaga: UMIDADE para
cerâmicos
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.4 Relação com a estrutura
5.2.4.2 Fadiga
INÍCIO em pontos de concentração de tensão: inclusões, porosidade acentuada, defeitos de solidificação, como segregação,
concentração de defeitos na estrutura cristalina devido a processos de conformação e pontos de corrosão.
Elementos de
nucleação de trincas
em componentes
sujeitos a esforços
cíclicos e
concentradores de
tensão estão na parte
inferior

Cobre:: extrusões e intrusões na superfície

PROPAGAÇÃO FASE I: após aplicação de um determinado número


de ciclos de carregamento, formam-se extrusões e intrusões, onde é
intensa a concentração de tensões. Taxa de crescimento de trinca:
muito baixa (10-10 m/ciclo).
PROPAGAÇÃO FASE II: ocorre a propagação de uma trinca bem
definida com velocidade elevada (ordem de m), surgindo estrias
com o avanço da trinca. Taxa de crescimento de trinca: muito
elevada!
FRATURA FINAL (CATASTRÓFICA!): trinca percorreu uma área
suficiente e o material não consegue suportar a carga aplicada,
ocorre a fratura.
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.4 Relação com a estrutura
5.2.4.2 Fadiga Mecanismos de Reforço em Materiais Cerâmicos
MATERIAIS CERÂMICOS: não deformação plástica, não há
deslizamento de planos há baixas temperaturas. No entanto, devido
à baixa resistência a esforços trativos (concetradores de tensão) os
materiais cerâmico podem romper por esforpos cíclicos
(mecanismos?).

FADIGA TÉRMICA: corpo sólido aquecido e resfriado:  =  E T

Distribuição da temperatura e
tensão para uma amostra
submetida a fadiga térmica.

FADIGA ESTÁTICA: rompimento do material sob um estado de


tensões constante, durante um certo tempo em ambientes úmidos.
Visualização de um mecanismo alternativo para explicar a
influênciada umidade no crescimento subcrítico de trincas.
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.4 Relação com a estrutura
5.2.4.3 Fluência
FLUÊNCIA: Material submetido a uma carga ou tensão
constante pode sofrer uma deformação plástica ao longo do
tempo. Variação do comprimento do corpo-de-prova ao longo
do tempo em função do tempo.
Curva de FLUÊNCIA: 3 estágios
I - Alongamento inicial instantâneo do corpo-de-prova: taxa de fluência
diminui ao longo do tempo;
II – Inclinação da curva de fluência é a taxa de fluência, que é constante
nesta fase;
III – Taxa de fluência aumenta rapidamente com o tempo até a ruptura

DEFORMAÇÃO A ALTAS TEMPERATURAS: Acima de temperaturas


em que os átomos iniciam o movimento de difusão O contorno de
grão é uma ponte de fraqueza para o material.

 Tração numa direção, contração na outra. Átomos ao longo dos


contornos verticais são aglomerados; átomos ao longo dos contornos Fluência menos susceptível em
horizontais sofrem aumento no seu espaçamento. Ocorre a difusão dos uma palheta de turbina de um
contornos verticais para os horizontais e o efeito global é a mudança na
forma do metal. único cristal
 Grãos menores, maior área de contorno, fluência mais rápida: existem
mais “alçapões” para os átomos ao longo dos contornos horizontais e mais
“fontes” de átomos de contornos verticais
 Materiais de granulometria fina as distâncias de difusão são bem
menores.
 Este mecanismo não ocorre a baixas temperaturas, pois o movimento dos
átomos são desprezíveis
 Temperatura onde ocorre desses efeitos do tamanho de grão é função do
tempo, da resistência e de impurezas
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.4 Relação com a estrutura
5.2.4.3 Fluência

TEMPERATURAS DE RECRISTALIZAÇÃO
Chumbo - 4C
Estanho - 4C
Zinco 10C
Alumínio de alta pureza 80C
Cobre de alta pureza 120C
Níquel 370C
Ferro 450C
Tungstênio 1200C
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5-2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


5.2.4 Relação com a estrutura
5.2.4.4 Impacto
IMPACTO: Quantidade de energia (TENACIDADE) que o material absorve até a ruptura.
Influenciado pela presença de imperfeições superficiais (trincas, ENTALHES,
concentradores de tensões e pela temperatura (TEMPERATURA de TRANSIÇÃO).
TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO: Temperatura onde
ocorre a transição dúctil-frágil
 Baixas temperaturas: trinca se propaga mais
velozmente que os mecanismos de deformação
plástica: pouca energia é absorvida
 Temperaturas elevadas: fratura é precedida de uma
deformação que consome energia Causa: aumento da temperatura transição numa junta
 Mudança brusca no comportamento característico de solda devido ao crescimento de grão
de metais CCC

ENSAIO

Transição dúctil/frágil de um aço em


função do teor de C.

EFEITO DO ENTALHE
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


5.3.1 INTRODUÇÃO

5.3.2 MECANISMOS DE CONDUÇÃO E BANDAS DE ENERGIA

5.3.3 RESISTIVIDADE ELÉTRICA DOS METAIS E LIGAS

5.3.4 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DOS MATERIAIS IÔNICOS

5.3.5 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DOS MATERIAIS COVALENTES

5.3.6 SEMICONDUTORES

5.3.7 SUPERCONDUTIVIDADE

5.3.8 COMPORTAMENTO DIELÉTRICO


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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


1 Introdução
As propriedades elétricas servem para distinguir os materiais:
- geral: metal / não-metal
- específico: supercondutor ou não

Compreender as propriedades elétricas


Classificação
METAIS geral dos
materiais
TEORIA DE BANDAS CONDUTORES
segundo suas
SEMICONDUTORES propriedades
ISOLANTES elétricas
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


1 Introdução
Conceitos:
Para o conhecimento da teoria de bandas alguns conceitos devem estar presentes:

Condutividade elétrica: É o movimento de


cargas elétricas (elétrons ou íons) de uma 
1
 n.q.

posição para outra.
1
  n.q.

= condutividade elétrica (ohm-1.cm-1)
l
= resistividade elétrica (ohm.cm) R  .
A
n= número de portadores de carga por cm3
Resistência elétrica (R) de
q= carga carregada pelo portador (coulombs) [q um fluxo de corrente é
do elétron= 1,6x10-19 coulombs] determinada pelas
= mobilidade dos portadores de carga (cm2/V.s) dimensões do material e por
sua resistividade.
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


1 Introdução
Resistividades elétricas e condutividades elétricas de alguns materiais

RESUMINDO
Metais:  > 104 -1m-1
O diagrama mostra o range de
Semicondutores:  10-3 a 104 -1m-1
condutividade elétrica para alguns
Isolantes:  <10-3 -1m-1 materiais, bem como sua classificação.
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


2 Mecanismos de condução e bandas de energia

A condutividade elétrica  do material depende:


- n° de condutores ou transportadores de cargas por unidade de
volume (n)
- da carga de cada condutor (q)   n.q.
- da mobilidade do condutor (m)
 n e m dependem da temperatura
 condutores podem ser: ânions
cátions
elétrons
holes
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


2 Mecanismos de condução e bandas de energia
LÍQUIDOS condutividade iônica
SÓLIDOS principais transportadores de carga são os elétrons
átomo isolado e- em níveis e subníveis de energia
cristal níveis de energia se superpõem BANDAS

A banda de energia corresponde a um


nível de energia de um átomo isolado
- As bandas de energia nem
sempre se sobrepõem

- As bandas de energia podem


comportar no máximo dois
elétrons

Origem das bandas de energia devido a aproximação dos átomos.


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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


2 Mecanismos de condução e bandas de energia

 Bandas de energia:
banda de valência
banda proibida Eg: energia do gap
- É o espaço entre as bandas de energia
- É o que distingue um semicondutor de um condutor ou
isolante

banda de condução
Eelétron
 Nível de Fermi (EF): É definido como o Banda de
EF
nível de energia abaixo do qual todos os valência

estados de energia estão ocupados a 0K. 0,0 Probabilidade 1,0


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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


2 Mecanismos de condução e bandas de energia
Tipos característicos de estruturas de bandas de energia em sólidos

Metal monovalente Metal bivalente

Condutor Condutor Isolante


metálico metálico Semicondutor
Banda de Superposição da Apresentam banda proibida
condução banda de valência
parcialmente com a banda de Eg isolante > Eg semicondutor
ocupada condução vazia
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


2 Mecanismos de condução e bandas de energia

METAIS
- elétrons não preenchem todos os estados possíveis da banda de valência e Banda de
a condução ocorre na banda de valência alta condutividade elétrica bandas valência
energia parcialmente preenchidas incompleta
- vazios entre os estados ocupados campo acelera e- e produz
elétrico corrente elétrica
- passagem de e- da banda de valência para de condução é fácil
- dificultar o movimento de e- significa reduzir a
condutividade elétrica. Nível de fermi
Ex.: - vibração térmica
- solutos
- defeitos cristalinos
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


2 Mecanismos de condução e bandas de energia

SEMICONDUTORES
- banda de valência preenchida e banda de condução vazia
- largura da banda proibida é pequena e pode ser suplantada facilmente levando e- à
banda de condução ativação térmica
dopantes BANDA
DE
CONDUÇÃO
- exemplos de largura de diamante - 6eV
banda proibida: SiC - 3eV Nível de fermi
silício - 1,1eV GAP DE ENERGIA
germânio - 0,7ev
InSb - 0,18eV
BANDA
estanho cinzento - 0,08eV
DE
VALÊNCIA
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


2 Mecanismos de condução e bandas de energia

ISOLANTES
BANDA
- polímeros DE
- cerâmicos CONDUÇÃO

- banda proibida é muito larga Nível de fermi


GAP DE ENERGIA
e difícil de ser suplantada
BANDA
DE
CONDUTIVIDADE ELÉTRICA VALÊNCIA
MUITO BAIXA
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


2 Mecanismos de condução e bandas de energia

EFEITO DA TEMPERATURA
- metais: diminui a condutividade elétrica a agitação térmica reduz o livre percurso
médio dos elétrons, a mobilidade dos mesmos
e como conseqüência a condutividade.

- semicondutores  T aumenta a O aumento da temperatura fornece energia que


liberta transportadores de cargas adicionais.
- isolantes condutividade
elétrica

Efeito da condutividade
elétrica em vários
materiais
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


3 Resistividade elétrica de metais e ligas

- alta condutividade elétrica grande n° de e- livres podem ser


promovidos acima de EF
- rede cristalina sem defeitos e vibrações (0 K)  é nula
- resistência elétrica resulta do espalhamento de e- devido:
vibrações da rede
átomos de impureza
defeitos cristalinos
- resistividade elétrica de um material monofásico (Matthiessen)
t vibrações térmicas
 = t + i +d i impurezas
d deformação
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


3 Resistividade elétrica de metais e ligas
EFEITO DA TEMPERATURA E DA ESTRUTURA NA RESISTIVIDADE DO
MATERIAL

Variação da resistividade elétrica com a


temperatura para o Cu puro e três soluções sólidas
Cu-Ni. O efeito da deformação na resistividade da
liga Cu 1,2Ni também é apresentado.
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


3 Resistividade elétrica de metais e ligas
EFEITO DA TEMPERATURA E DA ESTRUTURA NA RESISTIVIDADE DO MATERIAL
- contribuição dos átomos de soluto em solução sólida é descrita por Nordheim

i = Aci (1-ci)
A - constante
ci - fração atômica de soluto
Obs.:Em ligas bifásicas
 é uma propriedade
aditiva
Variação da resistividade elétrica
com a composição para o sistema
Ag-Au, para três diferentes
temperaturas.
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


3 Resistividade elétrica de metais e ligas
EFEITO DA TEMPERATURA E DA ESTRUTURA DO MATERIAL NA
RESISTIVIDADE

ESTRUTURA PERFEITA A MOVIMENTO DOS ELÉTRONS A MAIS


BAIXA TEMPERATURA ALTA TEMPERATURA

MOVIMENTO DOS ELÉTRONS


EM UMA ESTRUTURA COM IMPUREZAS
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


4 Condutividade elétrica dos materiais iônicos

- resultado das contribuições eletrônica e iônica

- importância de cada contribuição pureza e temperatura

- modelo de bandas é válido, porém o n° de e- na banda de


condução é muito baixo portanto predomina a iônica

- difusão dos íons depende da presença de defeitos pontuais

- condutividade elétrica de sólidos iônicos  temperatura


 abruptamente na
fusão
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


4 Condutividade elétrica dos materiais iônicos
Condutividade iônica: i

i = Ne2D/kT = (Ne2/kT) D0exp(-Q/kT)

N - n°de posições iônicas de um mesmo sinal por unidade de volume


e - carga do elétron
D - difusividade
k - constante de Boltzman
T - temperatura em K
Q - energia de ativação para a difusão
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


5 Condutividade elétrica dos materiais covalentes

- estrutura em bandas de polímeros é típica dos isolantes


 - 10-10 a 10-17 -1m-1
- polímeros de alta pureza a condução é eletrônica
- condução iônica pode ser ativada pela presença de impurezas
restos de monômeros
catalisadores
aumento da temperatura
- aditivos condutores podem aumentar  entre 1 e 50 -1m-1 como
em borrachas de silicones
- exemplos de polímeros condutores: poliacetileno e polianilina
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


5 Condutividade elétrica dos materiais covalentes

 GRAFITA: comportamento elétrico diferenciado

- plano basal (0001)   de condutores metálicos

- na direção c  (0001)  é 105 vezes menor

- condução eletrônica origem na


mobilidade eletrônica da cada anel hexagonal de
átomos de C, ao longo de cada camada

- introdução de átomos estranhos entre as camadas


aumenta o número de transportadores de carga e a
condutividade elétrica
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


6 Semicondutores – Condutividade eletrônica
PROPRIEDADES: Tem resistividade entre metais e isolantes

10-6-10-4 .cm 1010-1020 .cm


- A condutividade aumenta com o aumento de temperatura (ao contrário dos
metais)
- A condutividade aumenta com a adição de certas dopantes (impurezas)
- A condutividade diminui com a presença de imperfeições nos cristais.

EXEMPLOS DE SEMICONDUTORES
- silício, germânio (Grupo IV da Tabela Periódica)
- GaAs, GaN, InP, InSb, etc. (Grupo III-V da Tabela Periódica)
- PbS, CdTe, galena, (Grupo II-VI da Tabela Periódica)
Observe: 95% dos dispositivos eletrônicos são fabricados com silício
65% dos dispositivos de semicondutores do grupo III-V são para uso militar
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


6 Semicondutores – Condutividade eletrônica
 Num semicondutor, os elétrons podem ser excitados para a banda de condução por
energia elétrica, térmica ou óptica (fotocondução)

 e- excitado vai para banda de condução


buraco ou uma vacância na banda de valência
deixa
contribui para a corrente

 Dois tipos de condução


condução intrínseca semicondutor intrínseco
condução extrínseca semicondutor extrínseco

UTILIZAÇÃO: FABRICAÇÃO DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS E


OPTOELETRÔNICOS
- Transistor
- LEDS
- Células solares
- Diodos
-Circuito integrado
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


6 Semicondutores – Condutividade eletrônica
CONDUÇÃO INTRÍNSECA (SEMICONDUTOR
INTRÍNSECO)
 Condução resultante dos movimentos eletrônicos nos materiais puros
 Um semicondutor pode ser tipo "p" ( condução devido aos buracos)
tipo "n" (condução devidos aos elétrons)

Este tipo de condução se origina devido à presença de uma imperfeição


eletrônica ou devido à presença de impurezas residuais intrínsecas.

CONDUÇÃO INTRÍNSECA
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


6 Semicondutores – Condutividade eletrônica
CONDUÇÃO EXTRÍNSECA (SEMICONDUTOR
EXTRÍNSECO)

 Quando adiciona-se intencionalmente uma impureza dopante para


proporcionar elétrons ou buracos extras.
 Os semicondutores extrínsecos podem ser:
Tipo p: com impurezas que proporcionam buracos extras
Tipo n: com impurezas que proporcionam elétrons extras

Os processos utilizados para dopagem são: difusão


implantação iônica
Deve-se considerar:
 Os elétrons tem maior mobilidade que os buracos
 A presença de impurezas pode alterar o tamanho do gap de energia do
semicondutor
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


6 Semicondutores – Condutividade eletrônica
SEMICONDUTOR EXTRÍNSECO TIPO P

 Quando adiciona-se intencionalmente uma impureza dopante


buracos extras
Impurezas tipo "p" ou aceitadores  proporcionam buracos extra

Exemplo: Dopagem do Si (valência 4) com boro (valência 3)


BORO É UM DOPANTE TIPO P PARA
O SILÍCIO PORQUE PROPORCIONA
NIVEL DE FERMI
BURACOS EXTRA

Nível aceitador
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


6 Semicondutores – Condutividade eletrônica
SEMICONDUTOR EXTRÍNSECO TIPO N

 Quando adiciona-se intencionalmente uma impureza dopante


Impurezas tipo ”n" ou doadores  proporcionam elétrons extra

Exemplo: Dopagem do Si (valência 4) com fósforo (valência 5)

FÓSFORO É UM DOPANTE TIPO N


PARA O SILÍCIO PORQUE
NIVEL DE FERMI
PROPORCIONA ELÉTRONS EXTRA

Elétrons doadores
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


6 Semicondutores – Condutividade eletrônica
CONDUÇÃO EXTRÍNSECA (SEMICONDUTOR EXTRÍNSECO)

Tipo n
TiO2 Nb2O5 CdS Cs2Se BaTiO3 Hg2S

V2O5 MnO2 CdSe BaO PbCrO4 ZnF2

 Exemplos de materiais cerâmicos U3O8 CdO SnO2 Ta2O5 Fe3O4


semicondutoresextrínsecos tipo n, p e
anfóteros. ZnO Ag2S Cs2S WO3

Tipo p

Ag2O CoO Cu2O SnS Bi2Te3 MoO2

Cr2O3 SnO Cu2S Sb2S3 Te Hg2O

MnO NiO Pr2O3 CuI Se

Anfótero

Al2O3 SiC PbTe Si Ti2S

Mn3O4 PbS UO2 Ge

Co3O4 PbSe IrO2 Sn


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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


6 Semicondutores – Condutividade eletrônica
APLICAÇÃO
 Dispositivos eletrônicos como
transistores, circuitos integrados, chips,
usam a combinação de semicondutores
extrínsecos tipo “p” e tipo “n”
 DIODO  é um dispositivo que permite a
corrente fluir em um sentido e não em outro.
É construído juntando um semicondutor tipo
“n” e tipo “p”.

JUNÇÃO P-N
- Quando uma voltagem é aplicada como no
esquema (b), os dois tipos de cargas se moverão em
direção à junção onde se recombinarão. A corrente
elétrica irá fluir.
- No esquema (c), a voltagem causará o movimento
de cargas para longe da junção. A corrente não irá
fluir no dispositivo.
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


7 Supercondutividade elétrica
- ocorre quando a resistividade do material for nula
- temperatura crítica (Tc) resistividade torna-se bruscamente nula
- até 1986 melhores supercondutores Tc < 23 K material
deveria ser resfriado em hélio líquido para tornar-se supercondutor
- mais tarde: supercondutores cerâmicos com Tc mais altas:
Y1Ba2Cu3O7-x Tc  100K
nitrogênio líquido é suficiente para resfriar
- supercondutividade desaparece: acima da Tc
campo magnético
corrente elétrica
PARÂMETROS QUE DEFINEM
UM SUPERCONDUTOR
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


8 Comportamento dielétrico
- MATERIAL DIELÉTRICO: material isolante

- RIGIDEZ DIELÉTRICA: tensão máxima que o material pode suportar antes de perder as
características de ser isolante para vidros, polímeros e cerâmicos  10 a 40 V/mm

Propriedades Básicas dos Materiais Dielétricos


Constante dielétrica:
Capacitor  constituído de duas placas metálicas paralelas separadas por uma distância
"d" e de área "A".
capacitância medida da habilidade de armazenar uma carga elétrica.
 adição de um dielétrico aumenta a capacitância por um
fator , proporcionalmente.

C=kA : constante dielétrica


d e: permeabilidade do meio
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


8 Comportamento dielétrico
FERROELÉTRICOS
- não têm um centro de simetria  formam um momento dipolar
- polarização permanente  propriedades PIEZOÉLETRICAS

Estrutura do BaTiO3. (a) Acima de 120ºC é cúbica. (b) Abaixo de 120ºC é levemente tetragonal,
apresentando um momento dipolar elétrico.
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5-3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS


8 Comportamento dielétrico
PIEZOELÉTRICOS
- materiais dielétricos onde a polarização pode ser induzida pela aplicação de
forças (b)

(a) (c)

Esquema dos dipolos elétricos em um material piezoelétrico.


(a) Material em condições normais. (b) Tensão compressiva causa uma ddp.
(c) A aplicação de uma voltagem causa uma diferença dimensional.
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
1 INTRODUÇÃO

2 CONCEITOS BÁSICOS

3 COMPORTAMENTO MAGNÉTICO DOS MATERIAIS

4 DIAMAGNETISMO

5 PARAMAGNETISMO

6 FERROMAGNETISMO

7 FERRIMAGNETISMO

8 ANTIFERROMAGNETISMO

9 MATERIAIS MAGNÉTICOS MOLES E DUROS


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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
1 Introdução
 Materiais magnéticos apresentam grande uso no cotidiano:
- cartão magnético
- componentes de computadores
- geradores e transformadores de eletricidade
- motores elétricos
 Vantagem deste tipo de material: armazenam muita informação em pouco espaço
 Propriedades magnéticas estão relacionadas com a mobilidade dos elétrons, por isso propriedades elétricas
e magnéticas são relacionadas. Efeitos magnéticos são originados em correntes elétricas associadas a elétrons
em órbitas atômicas ou a spins de elétrons.

 Propriedades magnéticas são determinadas pela estrutura: eletrônica


cristalina
microestrutura
 Átomos podem ou não apresentar momento magnético
 Classificação quanto à resposta do material a um campo magnético:
Diamagnéticos
Paramagnéticos
Ferromagnéticos
Ferrimagnéticos
Antiferromagnético
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
1 Introdução
- Relações entre o campo magnético aplicado (H) e a intensidade do campo magnético
induzido (B)
Em (a) H é gerado pela passagem de uma corrente i por uma espira
cilíndrica de comprimento l e contendo N voltas, B é medido em termos
de fluxo magnético no vácuo B0 (Wb/m2): B0 = 0 H
0 - permeabilidade magnética no vácuo (4 10-7 H/m)
B - dado em Tesla (T)
Em (b) a densidade de fluxo magnético b dentro do sólido é: B =  H

Permeabilidade Magnética ()


- é a intensidade de magnetização
- varia em função da intensidade do
campo
- é característica do material
= tg  B/H
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
1 Introdução
- As propriedades magnéticas de um material podem ser medidas por diferentes
parâmetros
Ex.: permeabilidade magnética relativa
 e r medem a facilidade com que um
r =  campo magnético B pode ser introduzido
0 em um material sob a ação de um campo
externo H
Ex.: suscetibilidade magnética relativa (m)
m = r- 1
- Permeabilidade magnética relativa (r) de alguns materiais
Fe “puro” (0,1% impurezas) 0,5 . 103
Aço silício (4,25% Si) 1,5 . 103
Aço silício (3,25% Si) com grão orientados (textura) 2,0 . 103
“Supermalloy” (79%Ni; 16%Fe; 5%Mo) 1,0 . 104
Ferrita cerâmica (Mn, Zn)Fe2O4 1,5 . 103
Ferrita cerâmica (Ni, Zn)Fe2O4 0,3 . 103
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
2 Diamagnetismo
-Comportamento diamagnético ocorre quando o átomo (sem um momento magnético) aceita um
alinhamento no campo magnético, sendo a magnitude muito pequena e de direção oposta ao do
campo aplicado

Configuração de dipolos de um material


diamagnéticos. (a) na ausência de um campo
externo. (b) na presença de um campo externo.

-Forma muito fraca de magnetismo: persiste enquanto um campo magnético externo for aplicado:
ausência de campo externo momento magnético nulo
-Todos materiais são diamagnéticos muito fracos: observa-se quando não há outro tipo de
magnetismo.
-Susceptibilidade de materiais diamagnéticos(m): -10-6 a -10-5 (não varia com a T)

Al2O3 -1,81 10-5


Cobre -0,96 10-5 - Susceptibilidade magnética (m) de diamagnéticos é negativa
Ouro -3,44 10-5 - Diamagnéticos não apresentam Tc
Silício -0,41 10-5 - Supercondutores tem comportamento diamagnético
NaCl -1,41 10-5
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS Representação


3 Paramagnetismo esquemática dos
momentos
- Átomos individuais possuem momentos magnéticos: magnéticos de um
orientações ao acaso magnetização nula para material
um grupo de átomos paramagnético.

Configuração de dipolos em
um material paramagnético: Dipolos podem
a) na ausência de campo ser alinhados
externo; b) com campo na direção do
externo aplicado campo aplicado

- Paramagnetismo: forma muito fraca de magnetismo sem aplicação prática


- Paramagnetismo é observado: metais (ex.: Cr, Mn), gases diatômicos (O2 e NO), íons de metais
de transição, terras raras, seus sais e óxidos. Alumínio 2,07 10-5
- Susceptibilidade magnética: 10-5 a 10-3 Cromo 3,13 10-4
(positiva e diminui com a temperatura) Cloreto de cromo 1,51 10-3
- Paramagnéticos não apresentam Tc Sulfato de Mn 3,70 10-3
Molibdênio 1,19 10-4

m = K K= constante
Sódio 8,48 10-6
Titânio 1,81 10-4
T T = temperatura Zircônio 1,09 10-4
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
4 Ferromagnetismo
- Materiais metálicos com momento magnético na ausência de campo externo
- Exemplos: Fe(CCC), cobalto, níquel, gadolíneo, ligas de manganês como MnBi e Cu2MnAl
- Susceptibilidade magnética (m) alta de  106
- Temperatura crítica temperatura de Currie (c), acima desta perdem o
ferromagnetismo e tornam-se paramagnéticos
- c varia conforme o material: Fe (770°C), Ni (358°C), Co (1130°C), Gd (20°C), SmCo5 (720°C) e
Nd2Fe14B (312°C).
- Susceptibilidade magnética (m) diminui com o aumento da temperatura

C = constante
m = C T = temperatura
T-   aproximadamente igual a c

(a) Configuração de dipolos de um material


ferromagnéticos na ausência de um campo
externo. (b) Configuração de dipolos no ferro .
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
5 Ferrimagnetismo Ex: Fe, Ni, Mn, Co, Cu, e Mg
NiFe2O4, (Mn, Mg)Fe2O4

Ferrimagnetismo ocorre em alguns materiais cerâmicos que apresentam forte magnetização


permanente ferritas (fórmula geral: MFe2O4, e M é um elemento metálico)
MAGNETITA cátion Fe++ interstícios octaédricos
• Protótipo das ferritas: Fe3O4 = Fe O (Fe )2(O )3
++ - - +++ - -
cátion Fe+++ interstícios tetraédricos
ânion O- - magneticamente neutro
- Momentos
magnéticos dos 2 Configuração
tipos de íons não se dos momentos
cancelam totalmente e magnéticos na
o material apresenta ferrita
magnetismo
permanente
- Temperatura crítica
- Susceptibilidade magnética (m) K = constante
diminui com o aumento da m  K T = temperatura
temperatura (T) T±   é diferente de c
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
6 Antiferromagnetismo
- Protótipo deste caso é o MnO material cerâmico, com caráter iônico e
estrutura cristalina CFC tipo NaCl
- momento magnético O- - é zero
- momento magnético M++ é permanente num arranjo
que forma momentos opostos ou antiparalelo
Diagrama esquemático mostrando a
configuração de momentos magnéticos no MnO

- O material como todo não apresenta momento magnético


- Alguns compostos de metais de transição apresentam este comportamento: MnO, CoO,
NiO, Cr2O3, MnS, MnSe e CuCl2
- Temperatura crítica temperatura de Néel (n)
- Susceptibilidade magnética (m) da ordem dos C = constante
m  C T = temperatura
materiais paramagnéticos e diminui com o aumento T±   é diferente de n
da temperatura (T)
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
7 Comparação

(metais)
(cerâmicos)

(cerâmicos)
(cerâmicos)
(metais)

a b c

Dependência da temperatura na susceptibilidade magnética (a) paramagnético, (b)


ferromagnético (mostrando a transição para paramagnético), (c) antiferromagnético
(mostrando a transição para paramagnético).
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
8 Magnéticos moles e duros
CURVA DE MAGNETIZAÇÃO OU DE HISTERESE
• Indução residual (Br) - é a indução
magnética que se conserva no corpo
magnetizado, depois de anulada a
intensidade do campo. (Gauss)

• Força coercitiva (Hc)- é a intensidade de


campo que tem de ser aplicado para
desmagnetizar. (Oersted)

• Material com elevado Hc: consome


energia para alinhar os domínios
magnéticos, de uma direção para outra. A
quantidade de energia necessária para
magnetizar é proporcional a área do ciclo
de histerese.
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
8 Magnéticos moles e duros
CURVA HISTERÉTICA PARA LIGAS MAGÉTICAS DURAS E MACIAS

- Ligas magnéticas macias significa


que é fácil de ser magnetizado e
desmagnetizado

- Ligas magnéticas duras significa


que ele permanece magnético ou é
MAGNÉTICOS DUROS MAGNÉTICOS MACIOS
um magneto permanente
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
8 Magnéticos moles e duros
MATERIAL MAGNETO MOLE: Apresentam Hc de baixo valor e pequenas perdas de
histerese e baixo Br. A área do ciclo de histerese e a perda de energia por ciclo são pequenas.
Opera na presença de um campo magnético.
- São ligas organizadas. Geralmente metais puros com boa qualidade estrutural.
- São empregadas como ligas a serem submetidas à magnetização alternada (núcleos de
transformadores) Ex.: geradores, motores elétricos e transformadores (para estas aplicações é
necessário materiais magnéticos moles, de baixa remanência, como: Fe puro, aço ao silício,
supermalloy e ferritas cúbicas do tipo espinélio).
EFEITO DA TEMPERATURA:
As características de um ferromagnético (material
magnético mole) variam com a T
T energia térmica  mobilidade das paredes
de Bloch dos domínios
magnéticos
Paredes de Bloch: fronteira entre domínios vizinhos, região de transição, espessura
 100 nm, onde a direção de magnetização muda gradualmente, é um defeito bidimensional
Efeitos da T (a) ciclo de histerese, (b)
MAGNETIZAÇÃO E DESMAGNETIZAÇÃO: São facilitadas: T > C magnetização de saturação.
comportamento ferromagnético desaparece
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
8 Magnéticos moles e duros
MATERIAL MAGNETO MOLE: Apresentam Hc de baixo valor e pequenas perdas de
histerese e baixo Br. A área do ciclo de histerese e a perda de energia por ciclo são pequenas.
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
8 Magnéticos moles e duros

MATERIAL MAGNETO DURO:


é magnetizado durante a fabricação e deve reter o magnetismo
após a retirada do campo magnético.
 Se caracterizam pelo grande valor de Hc e alto Br
 Importante: resistência a desmagnetização (área BH é
maximizada)
 Apresenta um ciclo de histerese grande.
 São ligas endurecidas com estruturas
desequilibradas, dispersas
 São utilizadas na fabricação de imãs permanentes
 Aplicações: refrigeradores e fones de ouvido,
utilizando- se: ferritas cerâmicas, SmCo5, Sm2Co17 e Aumento da eficiência (energia
NdFeB magnética máxima) dos
magnetos permanentes no
 Magnetos duros são constituídos de ferromagnéticos, século XX.
e algumas ferritas hexagonais
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
8 Magnéticos moles e duros
MATERIAL MAGNETO DURO:
é magnetizado durante a fabricação e deve reter o magnetismo após a retirada do campo magnético.
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PROPRIEDADES MAGNÉTICAS
8 Magnéticos moles e duros
EFEITO DOS ELEMENTOS LIGA

 Aumentam a força coercitiva ou “dureza” magnética

 Diminuem o tamanho de grão

 A formação de uma segunda fase, pela adição de elementos de liga (acima


do limite de solubilidade),contribui para o aumento do Hc. Quanto mais elevada a
dispersão da segunda fase maior o Hc.

 O endurecimento causado pela transformações de fase ou pela diminuição


do tamanho de grão aumentam o Hc, porque evitam a redistribuição ao acaso
dos domínios magnéticos.
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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS

5.5.1 INTRODUÇÃO

5.5.2 CAPACIDADE TÉRMICA

5.5.3 EXPANSÃO TÉRMICA

5.5.4 CONDUTIVIDADE TÉRMICA


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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.1 Introdução

 Propriedades térmicas resposta ou reação de um material à


aplicação do calor

 Sólido absorve calor sua temperatura aumenta


sua energia interna aumenta

 Dois principais tipos de energia térmica em um sólido:


energia vibracional dos átomos ao redor de suas
posições de equilíbrio

energia cinética dos elétrons livres


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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.2 Capacidade térmica
 Propriedade que indica a aptidão do material em absorver calor do meio externo
 Representa a quantidade de energia necessária para aumentar a temperatura de um corpo em uma unidade.
Matematicamente:
C = capacidade térmica (J/molK, cal/molK)
C = dQ
dT dQ = energia necessária para produzir uma mudança dT de temperatura

 Calor específico representa a capacidade térmica por unidade de massa. Pode ser determinado mantendo-se
o volume do material constante (cv), ou mantendo-se a pressão externa constante (cp).

CV = ( dS/dT)V e CP = (dH/dT)P E é a energia interna


H é a entalpia
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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.2 Capacidade térmica

 Energia interna x Entalpia


H = S + PV
C P > CV para os sólidos a entalpia e a energia interna são
muito similares

 Sólidos: assimilação de energia aumento da energia


vibracional dos átomos

átomos em sólidos acima de 0K estão sempre


vibrando com altas frequências e baixas amplitudes

átomos + vizinhos ondas que atravessam ondas sonoras ou


vibram o material elásticas

alta frequência e velocidade do som


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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.2 Capacidade térmica

 Energia térmica vibracional conjunto de ondas elásticas


em uma faixa de frequências

a energia é quantizada

FÔNON

 Contribuição eletrônica é significativa em materiais


com elétrons livres como ocorre:

absorção de energia pelos e- aumentando Ecinética

Condutores: e- com energia  nível de Fermi podem ser excitados


e superá-lo.
Isolantes: contribuição eletrônica muito pequena ausência de e- livres
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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.2 Capacidade térmica
 Capacidade térmica depende da temperatura?

Experimentos de Einstein e Debye:


O calor específico aumenta até uma certa temperatura
(temperatura de Debye =D) e após torna-se  constante. Variação da capacidade térmica com a
3R  6cal/molK temperatura para vários materiais
cerâmicos policristalinos.

 Não há correlação entre D e o PF dos materiais

 Capacidade térmica depende pouco da estrutura e da microestrutura do


material
Porosidade influência prática
Material poroso exige uma menor quantidade de calor para atingir uma
determinada temperatura, que uma cerâmica isenta de poros.
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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.3 Expansão térmica

 Sólidos: aumento de dimensões durante o aquecimento e


contração no resfriamento, se não ocorrer transformações de fases

 Coeficiente de dilatação térmica linear


li = comprimento inicial
 L = lf - li lf = comprimento final
Ti = temperatura inicial MATERIAIS
li (Tf-Ti) Tf = temperatura final ISOTRÓPICOS:
 Coeficiente de dilatação térmica volumétrica V3L
Vi = volume inicial
V = Vf - Vi Vf = volume final
Ti = temperatura inicial
Vi (Tf-Ti) Tf = temperatura final
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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.3 Expansão térmica Variação da expansão térmica com o
aumento da temperatura de alguns
Porosidade não influencia na expansão materiais.
térmica (o poro dilata como se fosse
o próprio material que o contém)
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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.3 Expansão térmica
 Correlação entre  e a energia de ligação (EL)
Materiais com ligações químicas fortes apresentam  
Ex.: cerâmicos e metais com elevado PF (Mo, W)
 Muitos materiais cristalinos apresentam
anisotropia quanto a dilatação térmica, como
alumina, titânia, quartzo.
Exemplo extremo: grafita  é 27 vezes mais
baixo no plano basal que na direção ╨ a ele
 Dilatação térmica dos sólidos tem origem na
variação assimétrica da EL ou FL com a distância
interatômica.

Correlação entre  e o PF de alguns materiais

Aquecimento: átomos aumentam a frequência e


amplitude de vibração, e como Fr > Fa, a
distância média entre os átomos aumenta
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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.3 Expansão térmica
 Correlação entre  e a energia de ligação (EL)

(a) EL x a: aumento na separação interatômica com o aumento da temperatura. Com o


aquecimento, a separação interatômica aumenta de r0 para r1, para r2.
(b) Para uma curva hipotética de EL x a: simetria.
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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.4 Condutividade térmica
 Condutividade térmica é a habilidade de um material para
transferir calor. Para um fluxo estacionário de calor:
 Calor é transportado nos sólidos de
duas maneiras: por fônons e pela
q= dQ = k A dT movimentação de e- livres
dt dx
Q kTOTAL = kf +ke
k  x
T  Analogia: elétrons ou fônons livres
x como partículas de um gás. A
condutividade térmica é diretamente
proporcional ao número de elétrons
livres ou de fônons (n); velocidade
onde: média das partículas (v); ao calor
q: fluxo de calor (W) Q: calor transmitido (J)
t: tempo de transmissão de calor (s) específico (cv) e à distância média entre
k: condutividade térmica (W/mK) colisões ():
A: área perpendicular ao fluxo (m2)
T: temperatura (K) x: comprimento na direção do fluxo (m)
k ∞ n . v . Cv . 
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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.4 Condutividade térmica
 METAIS
ke >> kf pois os e- tem maior velocidade e
não são espalhados facilmente
pelos defeitos como os fônons

Nestes materiais pode-se relacionar condução térmica e elétrica


Lei de Wiedemann-Franz:
L teórico = 2,44 x 10-8 W/K2
L= k k = condutividade térmica
T  = condutividade elétrica
T = temperatura
se a condução térmica ocorresse apenas por e- livres L seria igual
para todos os metais. Valor real entre 2 e 3 x 10-8 W/K2
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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.4 Condutividade térmica
 METAIS
 Elementos liga e impurezas diminuem a condutividade térmica
funcionam como pontos de espalhamento, piorando a
eficiência do transporte eletrônico

Efeito do zinco em solução


sólida na condutividade
térmica do cobre
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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.4 Condutividade térmica
 CERÂMICOS
ke << kf fônons são facilmente espalhados
pelos defeitos cristalinos, o
transporte de calor é menos
eficiente que nos metais

Alguns cristais não metálicos puros e de baixa densidade


apresentam em algumas faixas de temperatura k  metais:

Diamante melhor condutor que Ag de Tamb a 30K


Safira condutor térmico entre 90 a 25K
Compostos cerâmicos:
(BeO, SiC, B4C) pesos atômicos semelhantes k relativamente alto
(UO2, ThO2) pesos atômicos diferentes k cerca de 10x menor
(menor interferência na propagação quando átomos com semelhantes pesos atômicos)
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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.4 Condutividade térmica
 CERÂMICOS  Íons em solução sólida
diminuem acentuadamente k
- composição; Fases amorfas são piores
 Efeito da microestrutura - condições de queima;
condutoras que cristalinas de
- quantidade e tipo de porosidade; igual composição química
- quantidade e tipo de fases;
Poros diminuem a
- forma e orientação de grãos;
condutividade térmica de
cerâmicos

kP = k 1-P
1/k=v1/k1+v2/k2+... k= 1+2P(1-Q/2Q+1) 1 - 0,5P
ks 1-P(1-Q/2Q+1)
onde: kP = condutividade térmica do
K=v1k1+v2k2+... material com poros
k: condutividade térmica
v: volume da fase P = fração volumétrica de poros
Q: kc/kp
P: quantidade de poros
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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.4 Condutividade térmica
 POLÍMEROS

ke << kf além disso são parcialmente ou


totalmente amorfos, não tendo e-
livres e são piores condutores que
os materiais cerâmicos.

Poros em espumas poliméricas diminuem ainda mais k


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5-5 PROPRIEDADES TÉRMICAS


5.5.4 Condutividade térmica
 EFEITO DA TEMPERATURA

 Diferenças de condutividade térmica com a


temperatura não são tão acentuadas quanto na
condutividade elétrica.
 Materiais cerâmicos densos sem poros
k ↓ com ↑ T
Ex.: BeO, MgO e Al2O3
Explicação: k ∞ n . v . Cv . 
 Outros cerâmicos como: ZrO2 estabilizada e
densa, sílica fundida e materiais refratários com
poros k ↑ com ↑ T
Explicação: k ∞ n . v . Cv . 
Efeito da temperatura na condutividade térmica
de vários materiais
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5-6 PROPRIEDADES ÓTICAS

5.6.1 INTRODUÇÃO

5.6.2 CONCEITOS BÁSICOS

5.6.3 PROPRIEDADES ÓTICAS DOS MATERIAIS METÁLICOS

5.6.4 PROPRIEDADES ÓTICAS DOS MATERIAIS NÃO METÁLICOS


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5-6 PROPRIEDADES ÓTICAS


5.6.1 Introdução
 Propriedades óticas resposta ou reação de um material à incidência de
radiação eletromagnética, e em particular a luz visível
 Formas de radiação eletromagnética: luz,
 Luz fenômeno ondulatório calor, ondas de radar, ondas de rádio e raios X
evidência: ocorrência de difração

 Trabalho experimental a luz é uma onda


eletromagnética

 Einstein feixe de luz consiste em pequenos


pacotes de energia
quanta de luz: FÓTON

 Fóton incidindo na superfície de um metal


transfere energia para o elétron,
que pode escapar do material
 Radiação eletromagnética
mecânica clássica ondas
mecânica quântica fótons
Espectro de radiações eletromagnéticas
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5-6 PROPRIEDADES ÓTICAS


5.6.2 Conceitos básicos
 Todos os corpos emitem radiação eletrromagnética movimento térmico de átomos e
moléculas

radiação térmica visível depende de T


Ex.: 300°C radiação infravermelha
800°C radiação visível
 Luz visível espectro de radiações pequeno 0,4m  0,7m CORES
 Radiação eletromagnética atravessa o vácuo com a 0,40 a 0,45 µm – violeta
c= 1 velocidade da luz 0,45 a 0,50 µm – azul
c = velocidade da luz 3x108 m/s 0,50 a 0,55 µm – verde
(00)½  = permissividade elétrica no vácuo
0
0 = permeabilidade magnética no vácuo
0,55 a 0,60 µm – amarelo
0,60 a 0,65 µm – laranja
 Feixe de luz incide no sólido com intensidade I0 0,65 a 0,70 µm – vermelho
parte é transmitida It
I0 = It + Ia + Ir (em W/m2)
parte é absorvida Ia relacionadas por: Se: T >> A+R: materiais transparentes
ou
parte é refletida Ir T << A+R: materiais opacos
T = transmitância (It/I0) T + A + R = 1
A = absorbância (Ia/I0) T pequeno: materiais translúcidos
R = refletância (Ir/I0)
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5-6 PROPRIEDADES ÓTICAS


5.6.4 Propriedades óticas dos materiais metálicos
 Radiação incidente com visível absorvida por e-
parte da radiação absorvida reemitida na superfície

luz visível de =  incidente


POR QUÊ?
e- que foram promovidos acima do nível de Fermi pela
absorção de fótons de luz, decaem para níveis menores de
energia e emitem luz.

 Refletância dos metais entre 0,90 e 0,95 dissipação do calor


 Metais são opacos a radiações eletromagnéticas de  
ondas de rádio, TV, microondas, infravermelho, luz visível
 Metais são transparentes a radiações eletromagnéticas de  
raios X e raios 
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5-6 PROPRIEDADES ÓTICAS


5.6.4 Propriedades óticas dos materiais metálicos
 Cor do metal: distribuição dos comprimentos de onda refletidos

Ex.: o ouro reflete quase que completamente


a luz vermelha e a amarela e absorve
parcialmente  mais curtos. A prata reflete
eficientemente quase todos os  do espectro
visível, por isso sua cor esbranquiçada.
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5-6 PROPRIEDADES ÓTICAS


5.6.5 Propriedades óticas dos materiais não-
metálicos
 Cerâmicos e polímeros não apresentam e- livres (que absorvem fótons de luz) e podem ser
transparentes à luz visível
Fenômenos importantes: Refração, Transmissão, Reflexão e Absorção

REFRAÇÃO (n) E REFLEXÃO (R)


 Velocidade de propagação da luz no sólido transparente () é menor que no ar
feixe de luz muda de direção na interface ar/sólido
 Índice de refração: n = c = ()½  = permissividade elétrica do material
 = permeabilidade magnética do material
 (00)½
Material Índice de refração
Índice de refração de alguns materiais cerâmicos
Vidro de sílica 1,458
R
Vidro pyrex 1,47
Quanto maior n do
Vidro óptico “flint” 1,65
material, maior R
Al2O3 – α 1,76
MgO (periclásio) 1,74
Quartzo 1,55
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5-6 PROPRIEDADES ÓTICAS


5.6.5 Propriedades óticas dos materiais não-
metálicos
REFRAÇÃO (n) E REFLEXÃO(R)

 Cerâmicos cristalinos Cúbicos e vidros índices de


refração isotrópicos
Cristais não cúbicos índices de refração
maior em direções mais densas
 Luz passa de um meio n1 para outro n2 Se um dos meios for o ar n1 = 1
parte da luz é refletida na interface dos meios R = n2 - n1 ½
n2+n1 R = n2 - 1 ½
n2+1
 Como o n depende de λ da luz incidente, R também depende de λ

Variação das frações da luz


incidente que são
transmitida, absorvida e
refletida por um determinado
vidro em função do
comprimento de onda
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5-6 PROPRIEDADES ÓTICAS


5.6.5 Propriedades óticas dos materiais não-
metálicos
ABSORÇÃO(A) E TRANSMISSÃO (T)
 Maioria dos materiais transparentes são coloridos
a cor dos materiais transparentes é uma combinação dos comprimentos transmitidos
Comprimentos de onda absorvidos (nm) e cores complementares  Absorção de fótons por e- da banda de
valência promovendo-os à banda de condução
em não-metais também é possível, desde que os
e-- superem a banda proibida.
 Energia associada com  (E = hc/)
determina-se  e E máximos e mínimos cedidos
aos e- pela luz visível

Conclusão: i) a luz pode ser absorvida por materiais com banda proibida min = 0,4 m  Emax = 3,1eV
menor que 1,8 eV (SEMICONDUTORES) estes materiais são max = 0,7m  Emin= 1,8eV
opacos ex.:Si, Ge, AsGa
ii) materiais com banda proibida entre 1,8 e 3,1 eV absorvem
apenas alguns comprimentos de ondas estes materiais são
coloridos ex.:GaP, CdS
iii) a luz visível não pode ser absorvida por este mecanismo em
materiais com banda proibida maior que 3,1 eV
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5-6 PROPRIEDADES ÓTICAS


5.6.5 Propriedades óticas dos materiais não-
metálicos
ABSORÇÃO(A) E TRANSMISSÃO (T)
 Impurezas podem contribuir para que alguns comprimentos de onda sejam absorvidos
Ex.: safira e rubi
Cor dos vidros de sílica, cal, soda e chumbo pode ser
Safira: cristal puro de Al2O3, isolante, modificada pela adição de óxidos de elementos de
transparente transição
Rubi: safira onde uma pequena quantidade
Ex.: adição de 0,01 a 0,03% de CoO - coloração azulada
de íons Cr+3 substitui o Al+3, causa
adição de 0,2% de NiO - coloração púrpura
absorção na região de luz azul do espectro
adição de 1,0% de FeO - amarelo esverdeada
visível. Cristal resultante: vermelho
Cor pode ser resultado do desvio da estequiometria
ou da presença de defeitos cristalinos
Ex.: cristais puros de NaCl, KBr e KCl são incolores se
forem recozidos em atmosfera de metais alcalinos ou
irradiados com raios X ou neutrôns
coloração: NaCl amarelo Criou-se defeitos:
KBr azul centro de cor
KCl magenta
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5-6 PROPRIEDADES ÓTICAS


5.6.5 Propriedades óticas dos materiais não-
metálicos
ABSORÇÃO (A) E TRANSMISSÃO (T)
R, A e T dependem do material, do caminho ótico,  incidente

Alumina convencional (opaca) Alumina translúcida

porosidade: 3% porosidade: 0,3


Variação da transmitância com  incidente para diversos materiais.

 Defeitos no material espalham a luz e podem torná-lo


transparente, translúcido ou opaco
Ex.: monocristal de safira (Al2O3) transparente
policristal de safira sem poros translúcido
policristal de safira com 5% poros opaco Exemplo: lâmpada de sódio
(1000oC) com tubo de alumina
(100 lúmens/W convencional 15
lúmens/W)
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5-7 EXERCÍCIOS
1 Elementos de liga influem pouco no módulo de elasticidade. Entretanto, as resistências mecânicas são
significativamente afetadas. Porquê?
2 Porque as ligas de metais têm maior resistência mecânica do que os metais puros?
3 Qual a dificuldade de se empregar deformação plástica para obter-se um aumento de resistência mecânica para
metais como chumbo, zinco e estanho?
4 Qual o efeito da temperatura sobre o módulo de elasticidade e sobre a resistência mecânica de um metal?
5 Qual a diferença entre tensão de cisalhamento crítica e tensão de cisalhamento efetiva?
6 Porque metais com tamanho de grão pequeno possuem a temperatura ambiente maior resistência mecânica do
que se possuíssem grãos maiores?
7 Porque metais com tamanho de grão grande possuem a elevadas temperaturas maior resistência mecânica do
que se possuíssem grãos pequenos?
8 Os grãos aumentam seu tamanho médio a altas temperaturas? Porque não diminuem a baixas temperaturas?
9 Explique como um átomo de um elemento liga bloqueia uma discordância em movimento.
10 Explique os diferentes estágios de fluência.
11 O que é recuperação, rescristalização e crescimento de grão? Descreva esses fenômenos.
12 Qual a distinção entre trabalho a frio e trabalho a quente para um metal. Para o tungstênio, por exemplo, qual
seria a temperatura limite entre um e outro?
13 Descreva a fratura dúctil e a fratura frágil.
14 Qual a importância da temperatura de transição. Que estruturas estão mais susceptíveis à transformação dúctil-
frágil?
15 Explique porquê um metal monocristalino é mais macio e dúctil que um metal policristalino?
16 Qual a possível relação entre resistência mecânica à tração de um metal e o resultado de dureza Brinell?
Porquê?
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5-7 EXERCÍCIOS
17 Qual a possível relação entre resistência mecânica e limite à fadiga de um metal? Porquê?
18 Em que etapas pode-se dividir o processo de fadiga de um material metálico?
19 A presença de discordância contribui positivamente ou negativamente para a deformação plástica de um metal?
20 Explique a Figura 1 abaixo.
21 Relacione a estrutura e as propriedades mecânicas apresentadas na Figura 2.

FIGURA 1 FIGURA 2
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5-7 EXERCÍCIOS
22 O cloreto de sódio é isolante no estado sólido. Entretanto no estado líquido, ele é um bom condutor. Justifique.
23 As condutividades elétricas da maioria dos metais decrescem gradualmente com a temperatura, mas a
condutividade intrínseca dos esemicondutores sempre cresce rapidamente com a temperatura. Justifique a
diferença.
24 Por que o efeito da temperatura na condutividade elétrica é, em geral, mais acentuado em um semicondutor do
que em um isolante?
25 A adição de pequenas quantidades (menos de um ppm) de arsênio no germânio aumenta drasticamente sua
condutividade elétrica (semicondutor do tipo n), enquanto que a adição de pequenas quantidades (menos de um
ppm) de gálio no germânio também aumenta drasticamente sua condutividade elétrica (semicondutor do tipo p).
Explique estes dois comportamentos.
26 Por que a deformação plástica de um metal ou liga aumenta sua resistividade elétrica e o posterior recozimento
a diminui?
27 Por que pequenas adições de soluto aumentam a condutividade elétrica do germânio e diminuem a do cobre?
28 Pode um condutor metálico apresentar os fenômenos de ferroeletrecidade e/ou piezoeletrecidade?
29 Qual a diferença entre condução eletrônica e condução iônica?
30 Em termos de bandas de energia eletrônica, discuta a razão para a diferença na condutividade elétrica entre
metais, semicondutores e isolantes.
31 Quais são as principais diferenças e similaridades entre um material (a) diamagnético e paramagnético e (b)
ferromagnético e ferrimagnético?
32 O que é material magnético mole?
33 O que é magnético duro?
34 Desenhe um ciclo de histerese para um material magnético mole (por exemplo, ferro) recozido. Como a
deformação plástica a frio altera o ciclo de histerese deste material?
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5-7 EXERCÍCIOS
35 Explique porquê materiais ferromagnético podem ser permanentemente magnetizados, enquanto materiais
paramagnéticos não podem.
36 Qual é a diferença entre a estrutura cristalina espinélio e espinélio inverso?
37 Explique brevemente porquê a magnitude de saturação de magnetização diminui com o aumento da
temperatura para um material ferromagnético e porque o comportamento ferromagnético cessa acima da
temperatura de Curie.
38 Em um dia frio, as partes metálicas de um carro causam maior sensação de frio que as partes de plástico,
mesmo estando na mesma temperatura. Justifique.
39 Justifique as afirmativas a seguir (a) a condutividade térmica de um policristal é ligeiramente menor que a de
um monocristal (do mesmo material). (b) uma cerâmica cristalina é geralmente melhor condutora térmica que uma
cerâmica amorfa.
40 Defina nível de Fermi.
41 A condutividade elétrica do alumínio é cerca de 20 ordens de grandeza maior que a da alumina. Por outro lado,
a condutividade térmica do alumínio é apenas 8 vezes maior que a da alumina. Justifique.
42 A condutividade térmica da alumina é maior que a condutividade térmica de um aço inoxidável austenítico do
tipo 316 (Fe-19%Cr-11%Ni-2,5%Mo). Como você justifica o fato de um material cerâmico ser melhor condutor de
calor que um material metálico?
43 Explique brevemente a expansão térmica usando a curva do potencial de energia versus a distância
interatômica.
44 Compare o efeito da temperatura sobre a condutividade térmica e elétrica para materiais cerâmicos e
metálioco.
45 Para cada um dos pares de material apresentado decida qual deles tem a maior condutividade térmica.
Justifique sua resposta. (a) prata pura; prata esterlina (92,5 Ag e 7,5 Cu % em peso); (b) sílica fundida; sílica
policristalina.
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5-7 EXERCÍCIOS
46 A pele humana é relativamente insensível à luz visível, mas a radiação ultravioleta pode ser-lhe bastante
destrutiva. Isto tem alguma relação com a energia do fóton? Justifique.
47 Quais as principais diferenças e similaridades entre um fóton e um fônon?
48 Quando um corpo é aquecido a uma temperatura muito alta ele se torna luminoso. A medida que a temperatura
aumenta, a sua cor aparente muda de vermelho para amarelo e finalmente para azul. Explique.
49 O silício não é transparente à luz visível mas é transparente à radiação infravermelha. Justifique
50 Um cristal de KCl é irradiado com raios  e adquire a cor púrpura. O cristal é colocado em um dessecador na
temperatura ambiente. Com o passar do tempo, o cristal vai perdendo a cor. Justifique este comportamento.
51 Por que alguns materiais transparentes são incolores e outros são coloridos? Por que a adição de zinco muda a
cor do cobre?

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