Você está na página 1de 1

Nas noites frias, de corpo de fora

Aguardo o calor dos cães nojentos


Que trazem dinheiro no bolso
Gravata no pescoço
E o cérebro no meio das pernas.

Aguardo os cães no canto da porta


Com a vida esquecida
Com a moral escondida
Com a vergonha exposta.

Espero os cães de alma pobre


Que procuram nas mulheres da vida
Uma grande felicidade
Para suas vidas medíocres
E existências pequenas.

Nos espelhos dos bordeis me vejo


Uma mulher fácil de historia difícil.
Me vejo uma roupa velha
Que desbotada da vida
Sou usada e esquecida em um canto

E nos cantos do mundo, me escondo da luz


Procuro por cães que queiram minha carne
Que me comam com vontade
Pois vontades já não tenho
Nem comida, às vezes...

Na noite sinto na pele o mundo real


Na alma sinto o julgamento impuro
No corpo sinto toda a tua pobreza
Agora me deixe, que a noite é longa
E os cães estão chegando...

Você também pode gostar