Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ARMADO
Orientadoras:
Rio de Janeiro
Setembro de 2017
i
AVALIAÇÃO DA PUNÇÃO EM LAJES LISAS DE CONCRETO ARMADO
Examinado por:
__________________________________________
Flavia Moll de Souza Judice (Orientadora)
D. Sc, Prof. Associado – Poli/UFRJ
__________________________________________
Mayra Soares Pereira Lima Perlingeiro (Orientadora)
D. Sc, Prof. Adjunto – UFF
__________________________________________
Sergio Hampshire de Carvalho Santos
D. Sc, Prof. Titular - Poli/UFRJ
__________________________________________
Ricardo Valeriano Alves
D. Sc, Prof. Associado - Poli/UFRJ
ii
Werneck, Priscila Pinheiro de Toledo
Avaliação da Punção em Lajes Lisas de Concreto
Armado/ Priscila Pinheiro de Toledo Werneck . – Rio de
Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2017.
XI, 138 p.: il., 29,7cm.
Orientadoras : Flavia Moll de Souza Júdice e Mayra
Soares Pereira Lima Perlingeiro
Projeto de Graduação - UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso
de Engenharia Civil, 2017.
Referencias Biliográficas: p. 120 – 123.
1. Punção 2. Laje lisa 3. Concreto Armado 4.
Normatização. I. Júdice, Flávia Moll de Souza et all. II.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica,
Curso de Engenharia Civil. III. Título.
iii
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheira Civil
Setembro/2017
Orientadoras: Flavia Moll de Souza Júdice e Mayra Soares Pereira Lima Perlingeiro
Na última década, houve um aumento significativo na utilização de lajes lisas. Neste tipo de
estrutura, a laje se apoia diretamente sobre os pilares, sem o auxílio de vigas na transmissão do
carregamento. Porém, este sistema gera uma zona de fragilidade na ligação laje-pilar devido à
elevada tensão de cisalhamento que se concentra nesta região, podendo ocorrer o fenômeno da
punção. Este fenômeno é de suma importância, visto que afeta a integridade da estrutura,
podendo levar ao colapso total mediante acidentes catastróficos e sem sinais prévios. Realiza-
se, nesse contexto, um estudo sobre punção, avaliando-se fatores que afetam a resistência da
laje e o histórico dos estudos existentes até a data. Apresenta-se a metodologia de cálculo
segundo as normas brasileira, NBR6118:2014, americana, ACI318:2014 e européia,
EUROCODE2:2004, destacando suas semelhanças e diferenças. É realizado um estudo de caso
sobre o pavimento tipo de uma edificação real que faz uso de lajes lisas, analisando-se um pilar
interno e um de borda. Elabora-se um modelo computacional por meio do programa SAP2000
para obtenção dos esforços nos pilares estudados e realiza-se o dimensionamento da armadura
de punção segundo as normas apresentadas. Os resultados indicam maior conservadorismo da
norma americana, exigindo armadura maior para os mesmos esforços solicitantes, seguida da
norma europeia e da brasileira.
September/2017
Advisors: Flavia Moll de Souza Júdice e Mayra Soares Pereira Lima Perlingeiro
Over the last decade, there has been a significant increase in flat slabs usage. In this structure
the slabs are directly supported by columns, without the beams aid in the load transmission.
However, this system creates a fragility zone in the slab-column connection due to concentrated
shear stresses and punching shear may occur. The punching shear is a relevant effect because
it might affect the structural integrity, being able to lead to total collapse through catastrophic
accidents that don’t show previous signs. A study on punching shear is carried out, evaluating
factors that affect the slab punching shear resistance and the studies made to date. For punching
shear verification, this work stands to compare the calculation methods proposed by three
standarts: the Brazilian NBR6118:2014, the American ACI318:2014 and the European
EUROCODE2:2004. The differences and similarities on these codes are highlighted. A case
study is presented considering a real building flat slab. The analysis is made for an inner column
and an edge column. The computacional model is developed using SAP2000 software in order
to obtain the bending moments and vertical support reactions. The punching shear
reinforcement design is based on the standarts presented. The results indicates a greater
conservadorism of the American code as it requires the bigger reinforcement, followed by the
European and Brazilian standarts.
vi
3.4.3. Detalhamento....................................................................................................................... 62
vii
Lista de Figuras
ix
Figura 66 - Representação do carregamento de borda da laje. ............................................ 68
Figura 67 - Combinações de carregamentos de acordo com a NBR6118 (2014). .............. 68
Figura 68 - Esforços no topo do pilar P24. .......................................................................... 69
Figura 69 - Representação do momento no pilar P24. ........................................................ 69
Figura 70 - Força axial de cálculo no pilar P2P6. ............................................................... 70
Figura 71 – Momentos fletores no pilar P6. ........................................................................ 70
Figura 72 - Representação dos momentos do pilar P6. ....................................................... 70
Figura 73 - Momentos fletores de cálculo (kN.m/m) na direção horizontal (M11). ........... 72
Figura 74 – Momentos fletores de cálculo (kNm/m) na direção vertical (M22). ................ 73
Figura 75 - Detalhamento do pilar interno pela NBR6118:2014. ....................................... 84
Figura 76 - Detalhamento do pilar de borda pela NBR6118:2014. ..................................... 85
Figura 77 - Determinação de C1 e C2. ................................................................................ 88
Figura 78 - Detalhamento do pilar interno pelo EN2. ......................................................... 92
Figura 79 - Detalhamento do pilar de borda P6 pelo EN2. ................................................. 92
Figura 80 - Seção crítica do pilar de borda. ......................................................................... 96
Figura 81 - Detalhamento do pilar interno pelo ACI318:2014. ........................................ 100
Figura 82 - Detalhamento do pilar de borda pelo ACI318:2014. ...................................... 100
Figura 83 - Dados de entrada no programa DECON Studrail. .......................................... 102
Figura 84 - Vistas da armadura de punção calculada. ....................................................... 103
Figura 85 – Vista em perspectiva da armadura de punção no pilar P6. ............................ 103
Figura 86 - Corte da armadura de punção no pilar P6. ...................................................... 104
Figura 87 - Comparação dos perímetros de controle. ........................................................ 107
Figura 88 - Porcentagem de resistência mobilizada. ......................................................... 108
Figura 89 - Porcentagem de mobilização das resistências sem armadura de punção........ 110
Figura 90 - Comparação percentual das áreas de aço em relação à NBR6118:2014. ....... 111
Figura 91 - Comparação percentual da quantidade de contornos de armadura. ................ 113
Figura 92 - Detalhamento da armadura do pilar interno. .................................................. 113
Figura 93 - Detalhamento da armadura do pilar de borda. ................................................ 114
Figura 94 - Primeira seção crítica do pilar interno. ........................................................... 124
Figura 95 - Segunda seção crítica do pilar interno P24. .................................................... 125
Figura 96 - Primeira seção crítica do pilar de borda P6. ................................................... 126
Figura 97 - Segunda seção crítica do pilar de borda P6. ................................................... 127
Figura 98 - Segunda seção crítica do pilar de borda P6. ................................................... 129
x
Lista de Tabelas
Nas edificações de alto padrão, tanto residenciais quanto comerciais, as vantagens são
ainda maiores. A necessidade de ambientes de maiores dimensões aliadas à possibilidade de
aumento nos vãos livres da estrutura flexibiliza este arranjo arquitetônico. Pode-se citar ainda
a melhora na distribuição das instalações prediais, visto que há menos interferência da estrutura
nos seus traçados.
2
Após as inspeções, constatou-se que a laje do pavimento superior colapsou demonstrando um
caso clássico de punção, conforme mostra a Figura 3.
Figura 4 – Pilares intactos após colapso do Cassino Tropicana (CTL Group, 2003).
Tendo em vista a gravidade dos acidentes registrados e sua análoga importância, este
trabalho pretende apresentar a verificação do fenômeno de punção em lajes lisas por meio de
revisão bibliográfica, apresentando fundamentos, expressões e critérios normativos para o
dimensionamento adequado da estrutura de modo a resistir aos esforços de cisalhamento.
5
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As lajes lisas são estruturas laminares planas, horizontais, apoiadas diretamente sobre
pilares, sem o auxílio de vigas na transição dos carregamentos. A inexistência de vigamentos,
naturalmente, leva à menor rigidez da edificação pela ausência da formação dos pórticos viga-
pilar, acarretando, muitas vezes, em grandes deslocamentos transversais e problemas
relacionados à estabilidade global. Além disso, como não há uma estrutura que auxilie a
transição dos carregamentos da laje para os pilares, cria-se um ponto de concentração de
esforços na ligação laje-pilar, onde pode ocorrer o fenômeno de punção.
6
As deformações tangenciais inicialmente são maiores que as radiais, independente do
tipo de armadura. Devido a este fato, as fissuras radiais surgem primeiro e somente
carregamentos altíssimos ocasionam algumas fissuras circulares, conforme ilustra a Figura 6.
A ruptura por punção caracteriza um estado limite último (ELU), onde ocorre o
cisalhamento da ligação laje-pilar, isto é, no entorno da carga concentrada, antes da capacidade
resistente à flexão ser atingida. De acordo com Leonhardt (1977), este tipo de ruptura acontece
ao longo de uma superfície de ruptura cônica, com inclinação de 30 a 35 graus, conforme
ilustrado na Figura 7.
É possível, para aliviar este aumento do peso próprio, que se faça uso de capitéis. O
capitel é definido como um engrossamento da laje apenas na região da ligação com o pilar e,
8
deste modo, não causa um aumento exagerado do peso próprio da estrutura. Porém, esta solução
apresenta desvantagens arquitetônicas, como é possível observar na Figura 8.
Segundo Leonhardt (1977) as relações de rigidez entre os pilares e lajes podem ser
muito diferentes e o fato se torna ainda mais relevante para pilares de cantos e bordas. Os
momentos principais longitudinais e tranversais podem ser muito diferentes, sendo o momento
transversal dependente primordialmente da rigidez à flexão do pilar; este também decresce no
surgimento de fissuras de flexão na laje, caracterizando a entrada no estado de ruptura. Porém,
os momentos fletores longitudinais ao bordo da laje que são os determinantes para a punção,
geralmente. Assim, o dimensionamento à punção deve ser feito com os momentos fletores
máximos e em uma área de punção reduzida.
É intuitivo perceber que, no caso dos pilares de borda e de canto, não há superfície
suficiente para desenvolver completamente o cone de ruptura de punção, o que gera um
acréscimo de tensão na superfície de ruptura formada. Além disso, esta superfície possui um
comportamento diferenciado e mais complexo devido a presença de momentos torsores e
fletores na ligação. Na Figura 9, apresentam-se as superfícies de ruptura nas diferentes posições
relativas dos pilares na laje.
9
Figura 9 - Superfície de ruptura nos diferentes pilares (Ibracon, 2015).
Leonhardt (1977) sugere que, no projeto de estruturas, deve-se evitar locar os pilares
totalmente no bordo da laje, o que facilita a execução da armadura e diminui o risco de punção.
Quanto ao formato, Brastrup e Reagan (1985, apud MELGES 2001) demonstram que
pilares retangulares tendem a concentrar tensões nos cantos, de forma que possuem resistência
em torno de 15% menor em relação a pilares circulares de mesma área. Melges (2001) comenta,
ainda, que, para pilares retangulares em que o lado maior é em torno de duas vezes o lado
menor, a ruptura é mais abrupta do que pilares de seções quadradas, tendo em vista que o cone
de punção e a resistência da ligação são menores, já que há um acúmulo de tensões nos cantos
e nos lados de menor dimensão.
10
demonstrado na Figura 10. Para que este efeito ocorra é fundamental que a ancoragem da
armadura de flexão seja feita além da superfície de ruptura de punção. Além disso, Fusco
(1984) também registra que uma taxa de armadura maior gera uma menor incidência de fissuras.
Nas lajes que fazem uso da armadura de punção podem ocorrer três tipos de rupturas
diferentes. Idealmente, a ruptura ocorre na região da armadura, indicando que o aço foi
solicitado em sua capacidade máxima, atingindo assim o escoamento plástico, conforme Figura
11 a. O segundo ocorre devido aos esforços compressivos serem maiores que a capacidade
resistente da biela de compressão, rompendo antes no início da armadura, como representado
na Figura 11 b. Já o terceiro demonstra que a armadura não foi suficiente para combater aos
esforços de modo que a ruptura ocorre fora da zona de distribuição da armadura de
cisalhamento, precisando assim, aumentar o seu comprimento de distribuição.
11
Figura 11 – Tipos de ruptura em relação à armadura de cisalhamento (Ibracon, 2013).
Podem ser utilizados estribos ou conectores do tipo Stud, Figura 12, como armadura
de punção. A maioria dos pesquisadores e normas demonstram preferência pelo segundo tipo.
O IBRACON (2003) indica que os conectores tipo Stud são de facil manuseio, transporte e
montagem, o que facilita a utlização de armaduras de punção em lajes lisas de pequena
espessura. Além disso, estes conectores não interferem nas armaduras da laje.
A armadura adotada deve estar devidamente ancorada, pois, caso contrário, será
considerada nos cálculos uma resistência adicional na ligação, que, na prática, não existirá,
comprometendo o dimensionamento. No caso de estribos deve-se garantir o contato metálico
entre as barras longitudinais e os cantos dos estribos, sem folga, conforme a Figura 13 e no caso
de conectores tipo Stud, a extremidade mais alargada dos pinos deve ultrapassar a armadura de
flexão negativa e positiva, conforme é demonstrado na Figura 14, de modo a garantir a
acoragem adequada.
12
Figura 13 - Disposição dos estribos (Melges, 1995).
13
2.1.6. Colapso Progressivo
A pesquisa de Talbot (1913) foi a pioneira no estudo da punção, segundo Alves (2017).
Ele impôs a ruína a 197 sapatas, sendo 114 apoiadas em muros e 83 em pilares. Destas, 20
romperam por punção. A partir desta análise, Talbot (1913) criou a primeira metodologia de
cálculo para a resistência à punção, porém, esta considerava apenas a resistência à tração do
concreto.
Richart (1948) também realizando testes em sapatas percebeu que o aumento da taxa
da armadura de flexão estava diretamente relacionado ao aumento da resistência à punção. A
primeira proposta de cálculo que considerou esta descoberta foi elaborada por Elstner e
Hognestad (1956).
Moe, J (1961, apud Sacramento et al. 2012) propôs que a resistência à punção poderia
ser expressa com uma função proporcional à raiz quadrada da resistência à compressão do
15
concreto, proposição que até hoje é base da prescrição da norma americana ACI318. Porém,
em pesquisas recentes, foi identificado que essa relação não é válida para concretos de
resistências muito elevadas, pois superestima sua influência. Por esse motivo, a ACI limita o
uso da expressão para concretos de resistência de até 69MPa.
A divisão da ruína por punção foi dividida em três superfícies de ruptura, junto à face
do pilar, na região com armadura transversal e após a região armada, por Regan (1985). Neste
estudo, estimou-se que a superfície de ruptura formava um ângulo de 25° com o plano da laje,
com origem no pilar. Sugeriu-se, então, o uso de armadura de cisalhamento de modo que se
aumentasse o ângulo da superfície de ruptura, mobilizando uma resistência maior do concreto,
o que ocorre principalmente quando este ângulo passa de 45°.
Marzouk e Hussein (1991) analisaram estas lajes com concreto de altíssima resistência
e concluíram que a raíz cúbica da resistência de compressão do concreto traduz melhor a
tendência dos resultados experimentais, descoberta que é defendida por muitos outros
pesquisadores e é utilizada na norma europeia EUROCODE2. A Figura 19 mostra um gráfico
que avalia a influência do concreto na capacidade resistente ao cisalhamento comparando
resultados obtidos em ensaios realizados por uma série de pesquisadores à tendência obtida
utilizando uma função proporcional a raíz cúbica.
Figura 21 - Armadura do tipo Riss Star (Trautwein, 2006 apud Rabello 2010).
Cordovil e Fusco (1995) estudaram o uso de armadura do tipo pino com chapas de
ancoragem, conforme a Figura 22. Considerando-se carregamento simétrico, houve aumento
17
de 17% na resistência das placas com três camadas de armadura de cisalhamento distribuídas
em linhas duplas transversais quando comparado aos resultados obtidos sem o uso desta
armadura. Já considerando-se carregamento excêntrico, o aumento foi de 54%. Também
ressaltou-se a otimização da distribuição de armaduras, visto que os pinos não interferem na
armadura de flexão.
Hallgreen (1996 apud Barreto 2002) experimentou com concreto de alto desempenho
e armadura de cisalhamento feita de barras dobradas formando um ângulo de 33° com o plano
da laje conforme a Figura 23. Os resultados foram comparados a ensaios prévios com modelos
de concreto convencional, demonstrando que houve um aumento significativo na resistência ao
cisalhamento devido ao uso do concreto de alto desempenho e da armadura. Quando foi
utilizado apenas o concreto de alto desempenho, sem a armadura de cisalhamento, notou-se um
acréscimo de 20% no carregamento de ruptura e ao se utilizar este concreto e a armadura de
barras dobradas, percebeu-se um aumento de 50% do carregamento.
Em 1997, Zambrana Vargas publicou seu estudo sobre a influência de fibras de aço.
Foram realizados testes em modelos com e sem armadura de cisalhamento, assim como de
concreto de alta resistência e convencional. Os modelos que contavam com as fibras de aço,
18
armadura de cisalhamento e o concreto de alta resistência obtiveram resistências 68% maiores
quando comparados à modelos sem a utilização destes três componentes.
19
Musse pesquisou, em 2004, a adição de fibras de aço ao concreto de lajes com
armadura de punção do tipo stud. Pode-se obeservar que nos modelos com presença de fibra de
aço houve modificação no modo de ruptura da laje passando de ruptura na região externa à
armação para ruptura na região armada transversalmente. Concluiu-se que a utilização das
fibras gerou um aumento de até 75% na resistência da laje, quando comparada aos modelos sem
o uso destas.
Santos (2014) estudou sistema reforço à punção de lajes lisas com utilização de mantas
de polímero reforçados com fibra de carbono como armadura de cisalhamento. O trabalho
comparou a aplicação de normas consagradas no meio técnico com os resultados experimentais
obtidos de modelos de ligações laje-pilar internos e sem atuação de momentos fletores, apesar
destas normas não se destinarem especificamente à este tipo de reforço. A deformação obtida
mostrou-se adequada à três das quatro normas, ACI318, Eurocode2 e Model Code 2010. Porém,
a razão entre as cargas de ruína obtidas e as forças resistente calculadas foi menor que 1, o que
inviabilizou a aplicação imediata na NBR6118.
20
3. PRESCRIÇÕES NORMATIVAS
Na análise das lajes à punção, o método adotado pelas normas NBR6118 (2014),
ACI318 (2014) e EN2 (2004) tem como base para o dimensionamento as superfícies de
controle. O método compara tensões cisalhantes atuantes em uma superfície pré-determinada
com as tensões resistentes nessa mesma superfície. É garantido que a estrutura atende aos
requisitos de segurança quando é possível afirmar que estas tensões resistentes são
suficientemente maiores que as solicitantes.
22
situação, deve-se fazer verificações adicionais, considerando dois novos contornos críticos C1’
e C2’, conforme indica a NBR6118, representados na Figura 28.
Quando:
23
3.1.1. Pilar interno, com carregamento simétrico
𝐹𝑆𝑑 (3.2)
𝜏𝑆𝑑 =
𝑢 ∙ 𝑑
com:
𝑑𝑥 + 𝑑𝑦 (3.3)
𝑑=
2
onde:
É permitido pela NBR6118(2014) que haja redução da força de punção FSd devido ao
carregamento aplicado na face oposta da laje. Devem ser consideradas apenas as cargas que
agem fora do contorno considerado na verificação, C ou C’. Segundo LONGO (2017), essa
redução pode ser descrita pela Eq. (3.4).
24
3.1.2. Pilar interno, com efeito de momento
𝐶1
⁄𝐶 0,5 1,0 2,0 3,0 -
2
𝐶1 2⁄ 2 (3.6)
𝑊𝑃 = 2 + 𝐶1 ∙ 𝐶2 + 4 𝐶2 ∙ 𝑑 + 16 𝑑 + 2𝜋 ∙ 𝑑 ∙ 𝐶1
𝑊𝑝 = (𝐷 + 4𝑑)2 (3.7)
25
onde:
D é o diâmetro do pilar.
O módulo de resistência plástica, Wp, pode ainda ser calculado desprezando a curvatura
dos cantos do perímetro crítico e, neste caso, a expressão a ser utilizada é:
𝑢
(3.8)
𝑊𝑃 = ∫ |𝑒| 𝑑𝑙
0
onde:
e é a distância de dl ao eixo que passa pelo centro do pilar e sobre o qual atua o momento
fletor MSd.
26
O coeficiente K1 assume os valores de K dados na Tabela 1. A Figura 29 ilustra a
redução do perímetro u para o perímetro reduzido 𝑢∗ em pilares de borda.
WP2 é o módulo de resistência plástica na direção paralela à borda livre, calculado para o
perímetro u.
27
3.1.5. Pilares de canto
à borda considerada. Assim, a fração se inverte no cálculo das duas bordas livres.
O perímetro crítico reduzido u* deve ser considerado conforme indicado na Figura 30.
𝜏𝑆𝑑 é calculado como na Eq. (3.2), substituindo u por u0 (perímetro do contorno C).
A NBR6118 (2014) permite ainda que o valor resistente 𝜏𝑅𝑑2 seja ampliado em 20%
em pilares internos, quando os vãos que chegam a esse pilar não diferem mais de 50% e não
existem aberturas nas redondezas do pilar. Esta ampliação é possível devido ao estado múltiplo
de tensões.
1⁄ (3.13)
𝜏𝑆𝑑 ≤ 𝜏𝑅𝑑1 = 0,13 (1 + √20⁄𝑑 ) ∙ (100 𝜌 . 𝑓𝑐𝑘 ) 3 + 0,10 𝜎𝑐𝑝
(3.14)
𝜌 = √(𝜌𝑥 ∙ 𝜌𝑦 )
𝑑𝑥 + 𝑑𝑦 (3.15)
𝑑=
2
onde:
d é a altura útil da laje ao longo do contorno crítico C’ da área de aplicação da força (em
centímetros);
ρ é a taxa geométrica de armadura de flexão aderente (a armadura não aderente deve ser
desprezada);
Na existência de capitel, esta verificação deve ser realizada nos contornos críticos C1’
e C2’.
Nesse caso, a verificação na superfície crítica C’ deve ser feita da seguinte maneira:
onde:
sr é o espaçamento radial entre linhas de armadura de punção, não maior que 0,75d;
fywd é a resistência de cálculo da armadura de punção, não maior que 300 MPa para
conectores ou 250MPa para estribos de aço CA-50 ou CA-60.
A NBR6118 (2014) especifica que, no caso de lajes com espessura maior que 15cm,
os valores de fywd podem ser aumentados. Para lajes com espessura até 15cm, é considerado o
valor de 250 MPa e, para lajes com espessura maior que 35cm, é considerado o valor de
435MPa. Para quaisquer valores entre 15cm e 35cm, deve ser feita interpolação linear.
A armadura determinada deve conter três ou mais linhas de conectores tipo pino com
extremidade alargada, dispostas radialmente a partir do perímetro do pilar. Cada extremidade
deve estar ancorada fora do plano da armadura de flexão correspondente.
30
3.1.7. Definição da Superfície Crítica C”
Quando for necessária a utilização de armadura transversal de punção, esta deve ser
distribuída em contornos paralelos à superfície crítica C’ até que, em um contorno C” afastado
2d do último contorno de armadura, a armadura não seja mais necessária (𝜏𝑆𝑑 ≤ 𝜏𝑅𝑑1 ), sendo
𝜏𝑅𝑑1 obtido pela conforme Eq. (3.13). A norma sugere uma distribuição de armadura de punção
conforme mostra a Figura 31.
Para os pilares de borda e de canto, o Ibracon (2004 apud Longo, 2017) recomenda
distribuir os conectores além do perímetro crítico reduzido, embora essa área extra de aço não
possa ser considerada na verificação, como mostra a Figura 32.
32
Essa armadura deve estar suficientemente ancorada além do contorno C’ ou C’’, de
um comprimento de ancoragem lb, conforme mostra a Figura 34, e deve ser tal que:
As,ccp é o somatório de todas as áreas das barras inferiores que cruzam cada uma das
faces do pilar
Pilar interno:
Para pilares internos, os perímetros críticos podem ser definidos conforme apresenta a
Tabela 2.
33
Na expressão do perímetro crítico C’’, admite-se distribuição radial das armaduras de
punção em relação aos cantos do pilar, tal como mostra a , e p é a distância entre a face do pilar
e os conectores mais distantes da face.
Figura 35 - Distribuição radial das armaduras, para pilar interno (Ibracon, 2015).
Contorno crítico Wp
C Não se considera a influência do momento fletor neste perímetro
C’ 𝐶12
𝑊𝑝 = + 𝐶1 ∙ 𝐶2 + 4 ∙ 𝐶2 ∙ 𝑑 + 16𝑑 2 + 2𝜋 ∙ 𝑑 ∙ 𝐶1
2
C’’ 𝐶12
𝑊𝑝1 = 𝑊𝑝2 = + 𝐶1 ∙ 𝐶2 + 4 ∙ 𝐶2 ∙ 𝑑 + 16𝑑 2 + 2𝜋 ∙ 𝑑 ∙ 𝐶1
2
+ 2𝜋 ∙ 𝑑 ∙ 𝐶1 + 2 ∙ 𝐶2 ∙ 𝑝 + 16 ∙ 𝑑 ∙ 𝑝 + 4 ∙ 𝑝2 + 𝜋
∙ 𝐶1 ∙ 𝑝
Para a determinação do módulo de resistência plástico no perímetro C’’ também
considera-se distribuição radial de armaduras, conforme mostra a Figura 35.
Pilar de borda:
34
A Tabela 4 apresenta os perímetros críticos para pilares de borda.
Contorn 𝑒∗
o crítico
C Não se considera a influência do momento fletor neste perímetro
C’ 𝐶1 ∙ 𝑎 − 𝑎2 +
𝐶1 ∙ 𝐶2 2
∗
𝑒 = 2 + 2 ∙ 𝐶2 ∙ 𝑑 + 8𝑑 + 𝜋 ∙ 𝑑 ∙ 𝐶1
2 ∙ 𝑎 + 𝐶2 + 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑑
C’’ 𝑒∗
𝐶1 ∙ 𝐶2 𝜋. 𝑝. 𝐶1
𝐶1 ∙ 𝑎 − 𝑎2 + + 2 ∙ 𝐶2 ∙ 𝑑 + 8𝑑 2 + 𝜋 ∙ 𝑑 ∙ 𝐶1 + 𝐶2 . 𝑝 + 8. 𝑑. 𝑝 + + 2𝑝²
= 2 2
2 . 𝑎 + 𝐶2 + 2. 𝜋 . 𝑑 + 𝜋. 𝑝
Contorno crítico ec
C Não se considera a influência do momento fletor neste perímetro
C’ 𝐶12 + 𝐶1 ∙ 𝐶2 + 2 ∙ 𝑑 ∙ 𝐶2 + 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑑 ∙ 𝐶1 + 8 ∙ 𝑑²
𝑒𝑐′ =
2 ∙ 𝐶1 + 𝐶2 + 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑑
C’’ 2 ∙ (𝑝 + 2𝑑)
𝐶12 + 𝜋 ∙ (𝑝 + 2𝑑) ∙ [𝐶1 + ] + 𝐶2 ∙ (𝐶1 + 𝑝 + 2𝑑)
𝜋
𝑒𝑐′′ =
2 ∙ 𝐶1 + 𝐶2 + 𝜋 ∙ (𝑝 + 2𝑑)
35
Os módulos de resistência plástica na direção perpendicular à borda livre, Wp1, são
calculados como mostra a Tabela 7.
Contorno Wp1
crítico
C Não se considera a influência do momento fletor neste perímetro
C’ 2
Se 𝑒𝑐′ ≤ 𝐶1 , 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑊𝑝1 = 2 ∙ 𝑒𝑐′
Duas superfícies críticas devem ser verificadas, a primeira localizada a 𝑑⁄2 da face do
pilar, onde d é a altura útil da laje, conforme mostra a Figura 37. Esta região também pode ser
definida como a área de concentração de cargas e de variações de espessura da laje, como bordas
de capitéis. A segunda superfície de controle fica localizada a 𝑑⁄2 do último contorno de
armadura, quando esta é necessária.
37
Figura 38 – Perímetro reduzido 𝒃∗𝟎 (ACI, 2014 - modificado).
1 (3.19)
𝜈𝑐 = ( 2 + 4⁄𝛽 ) √𝑓′𝑐
12
1 𝛼𝑠 . 𝑑 (3.20)
𝜈𝑐 = ( + 2) √𝑓′𝑐
12 𝑏0
√𝑓′𝑐 (3.21)
𝜈𝑐 =
3
onde:
b0 é o perímetro crítico, em m;
Para pilares tipo L, β é a razão entre a maior distância existente dentro da área efetiva
carregada e o maior comprimento perpendicular, bn, a esta distância. A área efetiva carregada
é definida como a área que engloba toda a região carregada que resulte em um perímetro
mínimo, conforme ilustra a Figura 39.
𝜈𝑢 ≤ ∅ ∙ 𝜈𝑐 (3.22)
b) Tensão resistente no primeiro perímetro crítico, com armadura de punção
39
𝜈𝑛 = 𝜈𝑐 + 𝜈𝑠 ≤ 0,5 √𝑓′𝑐 (3.23)
A armadura de punção deve ser estendida em contornos paralelos ao pilar até que a
tensão de cisalhamento solicitante, νu, não exceda a tensão resistente do concreto, νc.
No item 22.6.8.3 da norma, exige-se, quando opta-se pelo uso de Studs, que a razão da
armadura pelo espaçamento cumpra um limite mínimo, como segue:
𝐴𝑣 𝑏0 (3.26)
≥ 0,17 ∙ √𝑓𝑐′ ∙
𝑠 𝑓𝑦𝑡
Obtida a tensão total resistente, 𝜈𝑐 , pode-se realizar a verificação da ligação, conforme
segue:
𝜈𝑢 ≤ ∅ . 𝜈𝑛 (3.27)
√𝑓𝑐′ (3.28)
𝜈𝑐 ≤
6
A verificação a ser realizada é conforme segue:
𝜈𝑢 ≤ ∅ ∙ 𝜈𝑐 (3.29)
40
3.2.2 Tensão solicitante no perímetro efetivo 𝑏0
A tensão cisalhante atuante nas seções críticas é definida pelo esforço cortante
transmitido diretamente pelo pilar ou carga concentrada à laje somado à parcela do momento
fletor transferido à ligação laje-pilar por cisalhamento. Esta tensão é suposta variando
linearmente, conforme mostra a Figura 40. Para o cálculo desta tensão, a ACI318:2014 define:
𝛾𝑣 ∙ 𝑀𝑢 ∙ 𝑐𝐴𝐵 (3.30)
𝜈𝑢 (𝐴𝐵) = 𝜈𝑢𝑔 +
𝐽𝑐
𝛾𝑣 ∙ 𝑀𝑢 ∙ 𝑐𝐶𝐷 (3.31)
𝜈𝑢 (𝐶𝐷) = 𝜈𝑢𝑔 +
𝐽𝑐
onde:
1 (3.32)
𝛾𝑣 = 1 −
2 𝑙
1+ 3 √ 𝑥
𝑙𝑦
onde:
Caso o pilar seja retângular e o momento aplicado seja em torno do eixo y, o fator 𝐽𝑐 pode
ser assumido como:
Pilares internos:
1 (3.35)
𝛾𝑣𝑥 = 1 −
2 𝑙𝑦
1+ 3 √
𝑙𝑥
42
1 (3.36)
𝛾𝑣𝑦 = 1 −
2 𝑙
1+ 3 √ 𝑥
𝑙𝑦
Pilares de borda:
1 (3.37)
𝛾𝑣𝑥 = 1 −
2 𝑙𝑦
1+ 3 √
𝑙𝑥
1 (3.38)
𝛾𝑣𝑦 = 1 −
2 𝑙
1 + 3 √ 𝑥 − 0,2
𝑙𝑦
𝑙 (3.39)
Se 𝑙𝑥 < 0,2, então 𝛾𝑣𝑦 = 0
𝑦
Pilares de canto:
𝑙 (3.42)
Se 𝑙𝑥 < 0,2, então 𝛾𝑣𝑦 = 0
𝑦
A ACI421 (2008) define ainda a metodologia de cálculo para área Ac e dos fatores Jx
e Jy, como segue:
𝐴𝑐 = 𝑑 . ∑ 𝑙 (3.43)
𝑙 (3.44)
𝐽𝑥 = 𝑑 ∙ ∑ [ ∙ (𝑦𝑖2 + 𝑦𝑖 ∙ 𝑦𝑗 + 𝑦𝑗2 )]
3
𝑙 (3.45)
𝐽𝑦 = 𝑑 ∙ ∑ [ ∙ (𝑥𝑖2 + 𝑥𝑖 ∙ 𝑥𝑗 + 𝑥𝑗2 )]
3
onde:
43
3.2.3 Detalhamento das Armaduras
a) Estribos
Espaçamento e
Direção da medida Descrição da medida
distâncias máx
Distância da face do pilar à
𝑑⁄
primeira linha de estribos 2
Perpendicular à face do pilar
Espaçamento entre estribos 𝑑⁄
2
Espaçamento entre pernas
Paralela à face do pilar 2𝑑
ou estribos verticais
44
Figura 42 - Detalhe de estribos em pilares de borda (ACI318, 2014 – modificado).
45
Tabela 10 - Comprimento do gancho (ACI318, 2014 – modificado)
Diâmetro Diâmetro
Tipo de Comprimento
da barra mínimo da Ilustração
gancho do gancho lext
(mm) barra interna
10 a 25 6db
90 graus 12db
32 a 40 8db
A norma permite o uso de conectores do tipo Stud, desde que estes sejam instalados
perpendicularmente ao plano da laje.
Os conectores são mais eficientes quando se ancoram, o mais próximo possível, das
faces superior e inferior da laje. Para tal, deve-se descontar os cobrimentos mínimos superior e
inferior e uma tolerância equivalente à metade do diâmetro da barra da armadura de flexão
superior, conforme ilustra a Figura 44. Caso esta altura não seja respeitada, pode ocorrer uma
fissura de cisalhamento devida à punção, sem passar por esta armadura.
A localização e o espaçamento dos conectores tipo Stud são dados na Tabela 11. Na Figura
45, encontram-se ilustrados os esquemas de distribuição dos conectores para pilares internos,
de borda e de canto. A Figura 46 apresenta a seção transversal desta ligação laje-pilar.
46
Figura 45 - Detalhamento dos conectores (ACI318, 2014 – modificado).
47
Tabela 11 – Distribuição de conectores tipo Stud.
Descrição da Espaçamento e
Direção da medida Condição
medida distância max
Dist. da face do pilar à
primeira linha de Todos 𝑑⁄
2
conectores
Perpendicular à face
Lajes lisas 𝜈𝑢 ≤ ∅6√𝑓′𝑐 3𝑑⁄
do pilar Espaçamento entre 4
linhas periféricas de Lajes lisas 𝜈𝑢 > ∅6√𝑓′𝑐 𝑑⁄
2
conectores Lajes protendidas 3𝑑⁄
4
Espaçamento entre
conectores adjacentes
Paralela à face do pilar Todos 2𝑑
na primeira linha
periférica
A norma europeia também faz uso das superfícies de controle, assim como as normas
brasileira e americana. O fenômeno da punção é devido à ação de carga concentrada ou à reação
de um carregamento imposto em uma superfície relativamente pequena, com uma área definida
como Aload., ilustrada na Figura 47. A primeira superfície de controle a ser verificada é a
superfície delimitada pelas faces do pilar, a segunda superfície de controle apresenta um
perímetro u1 e uma área de controle Acont, definida a uma distância 2d do pilar, onde d é a altura
útil da laje.
48
Se for necessário o reforço em relação à punção, é preciso, também, verificar o
perímetro além dos previamente definidos, denominado de uout,ef. Este perímetro delimita a área
da laje onde não é mais necessário utilizar a armadura de punção e é definido a uma distância
rcont do centro da área carregada.
A altura útil da laje, d, é calculada a partir das alturas úteis da seção, dx e dy, nas duas
direções ortogonais, conforme explicita a Eq. (3.40).
𝑑𝑥 + 𝑑𝑦 (3.46)
𝑑=
2
Em casos especiais, deve-se delimitar a superfície de controle a uma distância menor
que 2d, sempre que a carga concentrada for oposta por uma pressão alta, como, por exemplo, a
tensão do solo na base, ou quando os efeitos do carregamento, ou reação, encontrarem-se a uma
distância menor que 2d do contorno da área carregada.
49
Figura 49 - Perímetro de controle reduzido (Eurocode 2, 2004 – modificado).
Para áreas carregadas situadas próximo da borda ou do canto, a uma distância menor
que a altura útil da laje, d, deve-se adotar uma armadura de reforço na borda.
Na região da laje sobre capitéis circulares, onde a distância da face do pilar à face do
capitel, lH, seja inferior a duas vezes a altura do capitel, hH, deve-se verificar as tensões
cisalhantes na seção da superfície de controle, conforme ilustra a Figura 51. A distância do
centróide do pilar, até esta seção, é determinada por:
50
Para pilares retangulares com capitel de mesmo formato, cuja projeção horizontal, lH,
seja menor que duas vezes a sua altura, hH, e de dimensões l1 e l2 definidas conforme as Eq.
(3.48) e (3.49), rcont é a menor distância determinada pelas Eq. (3.50) e (3.51).
𝑙1 = 𝑐1 + 2𝑙𝐻1 (3.48)
𝑙2 = 𝑐2 + 2𝑙𝐻2 (3.49)
𝑟𝑐𝑜𝑛𝑡 = 2𝑑 + 0,56 √𝑙1 ∙ 𝑙2 (3.50)
Para capitéis em que a projeção horizontal seja maior que duas vezes sua altura, é
preciso analisar seções, tanto no interior do capitel, como na laje, conforme ilustrado na Figura
52. Ao se executar as verificações no interior do capitel, deve-se substituir a altura útil da laje,
d, pela altura útil do capitel, dH.
51
3.3.2 Tensão solicitante
𝑉𝐸𝑑 (3.54)
𝜈𝐸𝑑 = 𝛽
𝑢𝑖 ∙ 𝑑
onde:
𝑀𝐸𝑑 𝑢1 (3.55)
𝛽 =1+𝐾 ∙
𝑉𝐸𝑑 𝑊1
onde:
𝑢1
(3.56)
𝑊1 = ∫ |𝑒| 𝑑𝑙
0
onde:
Pilares retangulares
𝐶1 ⁄𝐶2 ≤ 0,5 1,0 2,0 ≥ 3,0
K 0,45 0,60 0,70 0,80
Para pilares circulares internos, 𝛽 pode ser definido de maneira simplificada pela Eq.
(3.58), onde D é o diâmetro do pilar, tal que:
𝑒 (3.58)
𝛽 = 1 + 0,6 𝜋
𝐷 + 4𝑑
Para pilares retangulares internos com carga excêntrica aos dois eixos do pilar, pode-
se utilizar a Eq. (3.59) aproximada para o cálculo de 𝛽.
2 (3.59)
𝑒𝑦 2 𝑒𝑧
𝛽 = 1 + 1,8 √( ) + ( )
𝑏𝑧 𝑏𝑦
onde:
𝑀𝐸𝑑
ey e ez são as excentricidades ⁄𝑉 nos eixos y e z, respectivamente. A excentricidade
𝐸𝑑
53
Em pilares de borda e de canto, com excentricidade da carga na direção perpendicular
à borda da laje (resultante de um momento em torno do eixo paralelo a esta borda), orientada
para o interior da laje e sem excentricidade paralela à borda, a Eq. (3.49) ainda é válida. A
tensão de cisalhamento pode ser considerada uniformemente distribuída ao longo do primeiro
perímetro de controle reduzido 𝑢1∗ .
𝑢1 𝑢1 (3.61)
𝛽= ∗+𝐾∙ ∙ 𝑒𝑝𝑎𝑟
𝑢1 𝑊1
onde:
𝐶1
K é o coeficiente obtido pela Tabela 12, substituindo-se a relação ⁄𝐶 pela relação
2
𝐶1
⁄2𝐶 ;
2
𝐶22 (3.62)
𝑊1 = + 𝐶1 ∙ 𝐶2 + 4𝐶1 ∙ 𝑑 + 8𝑑 2 + 𝜋 ∙ 𝑑 ∙ 𝐶2
4
54
Caso a excentricidade da carga na direção perpendicular ao bordo da laje não esteja
voltada para o seu interior, aplica-se a (Eq. 3.41) para o cálculo do parâmetro β.
Para os pilares de canto, quando a excentricidade não é voltada para o interior da laje,
pode-se assumir que a força de punção é uniformemente distribuída ao longo do perímetro de
controle reduzido 𝑢1∗ , mostrado na Figura 54(b). O fator 𝛽 pode ser definido de acordo com a
Eq. (3.56). Quando a excentricidade é voltada para o interior da laje, a Eq. (3.49) é válida.
𝑢1 (3.63)
𝛽=
𝑢1∗
Conforme o item 6.4.3 da norma, devem ser feitas verificações no contorno do pilar e
no perímetro de controle u1, descrito no item 3.3.1. Se houver armadura de reforço para resistir
à punção, deve-se ainda verificar uma terceira superfície, uout,ef, onde o reforço não é mais
necessário, conforme mostra a Figura 56.
55
Figura 56 – Perímetros uout, e uout,ef (Eurocode2, 2004 – modificado).
𝑓𝑐𝑘 (3.64)
𝜈𝐸𝑑 < 𝜈𝑅𝑑,𝑚á𝑥 = 0,5 ∙ [0,6 ∙ (1 − )] ∙ 𝑓𝑐𝑑
250
𝜈𝐸𝑑 < 𝜈𝑅𝑑,𝑐 (3.65)
3.3.4. Tensão resistente sem armadura de punção
A tensão cisalhante resistente, 𝜈𝑅𝑑,𝑐 , em lajes sem armadura de punção é expressa pela
Eq. (3.66), com fck em MPa. Esta tensão deve ser verificada na primeira superfície de controle
do pilar ou área carregada, tal que:
1⁄ (3.66)
𝜈𝑅𝑑,𝑐 = 𝐶𝑅𝑑,𝑐 ∙ 𝑘 (100 ∙ 𝜌1 ∙ 𝑓𝑐𝑘 ) 3 + 𝑘1 ∙ 𝜎𝑐𝑝 ≥ 𝜈𝑚𝑖𝑛 + 𝑘1 ∙ 𝜎𝑐𝑝
onde:
56
𝐶𝑅𝑑,𝑐 = 0,18⁄𝛾𝑐 (3.67)
𝑘1 = 0,1 (3.68)
3⁄ 1⁄ (3.69)
𝜈𝑚í𝑛 = 0,035 ∙ 𝑘 2 ∙ 𝑓𝑐𝑘 2 (fck em MPa)
Tem-se ainda:
(3.70)
200
𝑘 = 1+ √ ≤ 2,0 ; com 𝑑 em mm
𝑑
𝜌𝑙𝑦 𝑒 𝜌𝑙𝑧 referem-se às taxas de armaduras de tração, Asl,y e Asl,z, nas direções y e z,
respectivamente. Seus valores devem ser calculados como um valor médio, considerando à
largura da faixa da laje, bw, igual a largura do pilar adicionado de 3d para cada lado.
𝜎𝑐𝑦 𝑒 𝜎𝑐𝑧 são as tensões normais do concreto devidas à protensão, nas direções y e z, e
positivas se de compressão, dadas por:
𝑁𝐸𝑑,𝑦 (3.75)
𝜎𝑐𝑦 =
𝐴𝑐𝑦
𝑁𝐸𝑑,𝑧 (3.76)
𝜎𝑐𝑧 =
𝐴𝑐𝑧
onde:
𝑁𝐸𝑑,𝑦 𝑒 𝑁𝐸𝑑,𝑧 são os esforços longitudinais nas faixas de laje para pilares internos, e os
esforços normais longitudinais na seção crítica de controle, para pilares de borda, decorrentes
da protensão;
57
𝐴𝑐 é a área de concreto associada ao esforço NEd.
𝑑 1 (3.77)
𝜈𝑅𝑑,𝑐𝑠 = 0,75 𝑉𝑅𝑑,𝑐 + 1,5 ∙ 𝐴𝑠𝑤 ∙ 𝑓𝑦𝑤𝑑,𝑒𝑓 ∙ ∙ sen 𝛼
𝑠𝑟 𝑢1 ∙ 𝑑
onde:
fywd,ef é a resistência efetiva de projeto da armadura de punção e deve ser calculada por:
Caso seja utilizada pelo menos uma linha de barras dobradas, conforme ilustra a Figura
57, a razão 𝑑⁄𝑠𝑟 a ser utilizada na Eq. (3.58) pode-se assumir o valor de 0,67.
𝛽 ∙ 𝑉𝐸𝑑 (3.79)
𝜈𝐸𝑑 = ≤ 𝜈𝑅𝑑,𝑚𝑎𝑥 = 0,5 ∙ 𝜈 ∙ 𝑓𝑐𝑑
𝑢0 ∙ 𝑑
58
onde:
𝑓𝑐𝑘 (3.80)
𝜈 = 0,6 (1 − ), com fck em MPa.
250
onde:
𝛽 ∙ 𝑉𝐸𝑑 (3.81)
𝑢𝑜𝑢𝑡,𝑒𝑓 =
𝜈𝑅𝑑,𝑐 ∙ 𝑑
Conforme o item 9.4.3 da norma, caso se utilizem barras dobradas (Figura 58), um
perímetro de conectores pode ser considerado suficiente. O espaçamento dos estribos é indicado
na Figura 59.
59
Figura 58 - Espaçamento de estribos (Eurocode 2, 2004 - modificado).
onde:
60
3.4. Análise Comparativa das Normas
61
3.4.2. Superfícies Críticas
QUANT.
NORMA DE SEÇÃO 1 SEÇÃO 2 SEÇÃO 3
SEÇÕES
Caso haja armadura de
A uma distância 𝑑 ⁄2 da face
punção, a uma
ACI318 2 ou 3 - do pilar ou mudança de
distância 𝑑 ⁄2 desta
espessura da laje
armadura
Caso haja armadura de
No perímetro do A uma distância 2d da face da punção, a uma
NBR6118 2 ou 3
pilar área efetiva de carga distância 2d desta
armadura
Caso haja armadura de
No perímetro do A uma distância 2d da face da punção, a uma
EUROCODE2 2 ou 3
pilar área efetiva de carga distância kd desta
armadura
3.4.3. Detalhamento
63
4. ESTUDO DE CASO
64
modelo, as vigas e pilares são representados por elementos de barra e a laje é representada por
elementos de casca. Os apoios da estrutura impedem a translação em todas as direções. A
representação da continuidade da estrutura com o pavimento superior é feita por vínculos que
impedem os deslocamentos horizontais, porém permitem que a estrutura se movimente
verticalmente. O modelo discretizado é representado em perspectiva e em planta,
respectivamente, na Figura 61 e na Figura 62 e, em perspectiva extrudada, na Figura 63.
65
Figura 63 - Modelo computacional extrudado.
66
calculado automaticamente pelo programa a partir das propriedades definidas para cada seção.
Considerou-se, também, o peso dos elementos não estruturais, como paredes internas e
externas. Para tal, adicionou-se o carregamento distribuído de 2kN/m², correspondente à
alvenaria interna no pavimento, e o carregamento distribuído linear aplicado à borda da laje,
para representação da alvenaria externa e mureta das varandas, tal como apresentado a seguir:
67
Este carregamento é monstrado na Figura 66.
68
Após a avaliação do modelo computacional, foram escolhidos os seguintes elementos
para análise da punção, são eles: pilar interno P24 e pilar de borda P6 (Figura 60)
A obtenção dos esforços de projeto para a verificação da punção pode ser feita pelas
solicitações de cálculo na laje, que requer a determinação dos esforços nos elementos de casca,
à esquerda e à direita do pilar, ou pelas solicitações de projeto nos pilares, determinados
diretamente nos elementos de barra que representam o pilar. Isso se deve ao fato de o nó da
ligação laje-pilar se encontrar em equilíbrio estático.
A Figura 68 mostra os valores de cálculo da força axial (568 kN) e do momento fletor
na direção 2, equivalente à direção X vetorial global (125,9 kN.m), no topo do pilar P24, obtidos
do modelo computacional no programa SAP2000. O momento é representado na Figura 69.
69
A Figura 70 apresenta os valores de cálculo da força axial (368 kN) enquanto a Figura 71
apresenta os momentos fletores nas direções 2 (50,4 kN.m) e 3 (27,2 kN.m), correspondentes
às direções X e Y vetorial global, respectivamente, do pilar de borda P6. Estes momento são
representados na Figura 72.
70
Em resumo, as forças axiais e momentos fletores de projeto nos pilares estudados são
apresentados na Tabela 14.
A altura útil da laje pode ser estimada a partir das Eq. (4.3) a (4.5), admitindo-se o uso
de barras de flexão de 16mm de diâmetro, tal que:
h é a altura da laje;
c é o cobrimento estipulado;
71
4.4. Armadura de flexão
72
𝑀𝑑 (4.6)
𝑘𝑚𝑑 =
𝑏 . 𝑑 2 . 𝑓𝑐𝑑
2 𝑘𝑚𝑑 (4.7)
1 − √1 −
0,85
𝑘𝑥 =
0,8
𝑘𝑧 = 1 − 0,4 𝑘𝑥 (4.8)
𝑀𝑑 (4.9)
𝐴𝑠 =
𝑘𝑧 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑑
Nas expressões anteriores, Md é o momento de cálculo, fcd é a resistência à compressão
do concreto de cálculo, b é a largura da laje, d é a altura útil, kmd, kx e kz são parâmetros
adimensionais e As é a armadura de flexão calculada.
Região no Md(-) As
kmd kx kz
entorno do pilar (kN.m/m) (cm²/m)
Região no Md(-) As
kmd kx kz
entorno do pilar (kN.m/m) (cm²/m)
A partir das áreas de aço calculadas, podem-se definir as armaduras negativas da laje
nas regiões dos pilares estudados, nas direções horizontal e vertical, conforme mostra a Tabela
17.
Como a região dos pilares apresenta apenas momentos negativos, a armadura positiva
presente é calculada de acordo com o item 19.5.4 da NBR6118 (2014), que determina a
armadura de flexão inferior necessária para garantir a dutilidade local e a proteção contra o
colapso progressivo, visto que esta é maior que a armadura mínima positiva definida no item
17.3.5.2.1 da mesma norma.
A área de aço da armadura que atravessa as quatro faces da seção dos pilares, 𝐴𝑠,𝑐𝑐𝑝 ,
deve ser calculada conforme a Eq. (4.10), onde 𝐹𝑆𝑑 é a força axial de projeto atuante no pilar e
𝑓𝑦𝑑 é a resistência à tração de projeto do aço da armadura.
74
Considerando-se as forças axiais de projeto apresentadas na Tabela 14 e o aço CA-50,
cuja resistência à tração característica é igual a 500MPa, calcula-se 𝐴𝑠,𝑐𝑐𝑝 , conforme mostra a
Tabela 18.
A partir das áreas de aço necessárias e das dimensões dos pilares, determina-se a
armadura positiva na região dos pilares, como mostra a Tabela 19.
A taxa de armadura negativa de flexão nas direções ortogonais principais, ρx e ρy, são
calculadas para uma faixa de largura igual à dimensão do pilar acrescida de 3d para cada um
dos lados ou, no caso de proximidade da borda, prevalece a distância até a borda, quando menor
que 3d.
𝑙𝑥 = 25 + 2 ∙ 3 ∙ 18 = 133𝑐𝑚 (4.11)
𝑙𝑦 = 65 + 2 ∙ 3 ∙ 18 = 173𝑐𝑚 (4.12)
A quantidade de barras nas direções x e y é dada pela razão da largura da faixa pelo
espaçamento das barras. Em favor da segurança, deve-se obter a menor taxa de armadura de
75
flexão e, portanto, a quantidade de barras calculada é arredondada para baixo. Deste modo, a
contribuição da armadura de flexão é minorada, obtendo-se resultados mais conservadores no
cálculo da armadura de punção.
Logo:
173 (4.13)
𝑞𝑥 = = 13,8 ≅ 13 ∅ 16𝑚𝑚
12,5
133 (4.14)
𝑞𝑥 = = 13,3 ≅ 13 ∅ 16𝑚𝑚
10
As taxas de armadura nas duas direções ortogonais, 𝜌𝑥 𝑒 𝜌𝑦 , são obtidas conforme as
Eq. (4.15) e (4.16). As alturas úteis nas direções x e y são 19cm e 17cm, respectivamente.
13 ∙ 2,01 (4.15)
𝜌𝑥 = = 0,00795
19 ∙ 173
13 ∙ 2,01 (4.16)
𝜌𝑦 = = 0,01156
17 ∙ 133
A taxa geométrica de armadura de flexão é definida por:
Pilar de borda:
𝑙𝑥 = 25 + 2 ∙ 3 ∙ 18 = 133𝑐𝑚 (4.18)
𝑙𝑦 = 50 + 3 ∙ 18 = 104𝑐𝑚 (4.19)
A quantidade de barras nas direções horizontal e vertical é determinada conforme as
Eq. (4.20) e (4.21):
104 (4.20)
𝑞𝑥 = = 8,3 ≅ 8 ∅ 16𝑚𝑚
12,5
133 (4.21)
𝑞𝑦 = = 13,3 ≅ 13 ∅ 10𝑚𝑚
10
Calculam-se as taxas de armadura nas duas direções ortogonais, 𝜌𝑥 𝑒 𝜌𝑦, conforme as
Eq. (4.22) e (4.23), tal que:
76
8 . 2,01 (4.22)
𝜌𝑥 = = 0,00814
19 . 104
13 .0,79 (4.23)
𝜌𝑦 = = 0,00454
17 . 133
A taxa geométrica de armadura de flexão é definida pela Eq. (4.24).
A verificação do pilar interno P24 é feita nos contornos críticos C, C’ e C’’, conforme
as prescrições normativas apresentadas no item 3.1 desse trabalho.
Para este perímetro não se considera a influência do momento fletor, de modo que a
tensão é definida por:
77
568 (4.26)
𝜏𝑆𝑑 = = 1753𝑘𝑁/𝑚²
1,80 ∙ 0,18
O momento atuante no pilar, definido no item 4.2 desse trabalho, atua na direção eixo
x vetorial, sendo C1 e C2 as dimensões paralela e perpendicular à excentrcidade da força,
adotadas como 0,65 e 0,25, respectivamente.
0,65² (4.29)
𝑊𝑝 = + 0,25 ∙ 0,65 + 4 ∙ 0,25 ∙ 0,18 + 16 ∙ 0,182 + 2 ∙ 𝜋 ∙ 0,18 ∙ 0,65
2
= 1,807 𝑚²
35 35 (4.31)
𝜏𝑅𝑑2 = 0,27 ∙ (1 − )∙ = 5,81 MPa = 5805 𝑘𝑁/𝑚²
250 1,4
(4.32)
20 1 𝑘𝑁
𝜏𝑅𝑑1 = 0,13 (1 + √ ) (100 ∙ 0,00959 ∙ 35) ⁄3 = 0,861𝑀𝑃𝑎 = 861 2
18 𝑚
Verificação no contorno C:
78
kN 𝑘𝑁 (4.33)
𝜏𝑆𝑑 = 1753 2
< 𝜏𝑅𝑑2 = 5805 2
m 𝑚
kN 𝑘𝑁 (4.34)
𝜏𝑆𝑑 = 1071 > 𝜏 𝑅𝑑1 = 861
m2 𝑚2
Logo a tensão solicitante é maior que a tensão resistente da laje. Para aumentar a
resistência da laje, podem ser empregados conectores do tipo stud. O valor de fywd é limitado a
aproximadamente 300MPa, conforme item 19.5.3.3 da NBR6118 (2014).
Para fins de cálculo, admite-se que a primeira linha de conectores está distante 8cm
(< 0,5d) das faces do pilar e a distância entre as linhas de conectores é igual a 9cm (< 0,75d).
A partir da comparação com a tensão solicitante, é possível encontrar a área mínima de aço que,
ao ser implementada, eleva a tensão resistente da laje para o valor adequado, conforme mostra
a Eq. (4.35):
20 1⁄ 9 ∙ 406 (4.35)
𝐴𝑠𝑤 = [1,071 − 0,10 (1 + √ ) (100 ∙ 0,00959 ∙ 35) 3] . =
18 1,5 ∙ 300
3,32 cm²
(4.36)
20 1 3,32 ∙ 300 ∙ 1
𝜏𝑅𝑑3 = 0,10 (1 + √ ) (100 ∙ 0,00959 ∙ 35) ⁄3 + 1,5
18 9 ∙ 406
79
Tensão cisalhante no contorno C’’:
kN 𝑘𝑁 (4.41)
𝜏𝑆𝑑 = 802 ≤ 𝜏 𝑅𝑑1 = 861
m2 𝑚2
80
𝑒 (4.46)
0,25 ∙ 0,50
(0,50 ∙ 0,25 − 0,252 + + 2 ∙ 0,25 ∙ 0,18 + 8 ∙ 0,182 + 𝜋 ∙ 0,18 ∙ 0,50)
= 2
2 ∙ 0,25 + 0,25 + 2 ∙ 𝜋 ∙ 0,18
= 0,402𝑚
Logo, o momento de cálculo resultante é dado por:
4 ∙ 0,18 (4.49)
𝐶1 < 𝑒𝑐 ′ ≤ 0,50 + = 0,729𝑚
𝜋
0,50 (4.50)
𝑊𝑝1 = 2 ∙ 0,50 ∙ (0,542 − ) + 2𝜋 ∙ 0,18
2
4 ∙ 0,18
∙ (0,50 + − 0,542) + 0,25
𝜋
∙ (0,50 + 2 ∙ 0,18 − 0,542) = 0,583𝑚²
Define-se, ainda, o módulo de resistência plástico na direção paralela à borda livre,
Wp2, e os fatores K1 e K2, tal que:
0,252 (4.51)
𝑊𝑝2 = + 0,25 ∙ 0,50 + 4 ∙ 0,50 ∙ 0,18 + 8 ∙ 0,182 + 𝜋 ∙ 0,18 ∙ 0,25
4
= 0,901𝑚²
𝐶1 0,50 (4.52)
= = 2 → 𝐾1 = 0,70 (Tabela 1)
𝐶2 0,25
𝐶2 0,25 (4.53)
= = 0,25 → 𝐾2 = 0, 45 (Tabela 1)
2 ∙ 𝐶1 2 ∙ 0,50
A tensão cisalhante no contorno crítico C’ é dada conforme a Eq. (4.54).
81
368 0,70 ∙ 0 0,45 ∙ 27,2 (4.54)
𝜏𝑆𝑑 = + +
1,881 ∙ 0,18 0,583 ∙ 0,18 0,901 ∙ 0,18
= 1162 𝑘𝑁/𝑚²
Verificação no contorno C:
35 35 (4.55)
𝜏𝑅𝑑2 = 0,27 ∙ (1 − )∙ = 5,81 MPa = 5805 𝑘𝑁/𝑚²
250 1,4
kN 𝑘𝑁 (4.56)
𝜏𝑆𝑑 = 2726 2
< 𝜏𝑅𝑑2 = 5805 2
m 𝑚
(4.57)
20 1 𝑘𝑁
𝜏𝑅𝑑1 = 0,13 (1 + √ ) (100 ∙ 0,00608 ∙ 35) ⁄3 = 0,740𝑀𝑃𝑎 = 740 2
18 𝑚
kN 𝑘𝑁 (4.58)
𝜏𝑆𝑑 = 1162 2
> 𝜏𝑅𝑑1 = 740 2
m 𝑚
Sem armadura de punção, a tensão solicitante é maior que a tensão resistente da laje.
Opta-se por utilizar os mesmos conectores tipo stud definidos no item anterior, para o pilar
interno. A partir da comparação com a tensão solicitante, é possível encontrar a área mínima de
aço que, ao ser implementada, eleva a tensão resistente da laje para o valor adequado, dada por:
20 1⁄ 9 ∙ 188,1 (4.59)
𝐴𝑠𝑤 = [1,162 − 0,10 (1 + √18) (100 ∙ 0,00608 .∙ 35) 3] . 1,5 ∙ 300 =
2,23𝑐𝑚²
(4.60)
20 1 2,23 ∙ 300 ∙ 1
𝜏𝑅𝑑3 = 0,10 (1 + √ ) (100 ∙ 0,00608 ∙ 35) ⁄3 + 1,5 = 1,162𝑀𝑃𝑎
18 9 ∙ 188,1
= 1162 𝑘𝑁/𝑚²
82
Compara-se a tensão resistente com a solicitante, conforme a Eq. (4.61) e conclui-se
que a armadura definida é suficiente para garantir a segurança da estrutura.
kN 𝑘𝑁 (4.61)
𝜏𝑆𝑑 = 1162 2
= 𝜏𝑅𝑑1 = 1162 2
m 𝑚
Tem-se, então:
0,50 (4.67)
𝑊𝑝1 = 2 ∙ 0,50 ∙ (0,769 − ) + 𝜋 ∙ (0,35 + 2 ∙ 0,18)
2
2 ∙ (0,35 + 2 ∙ 0,18)
∙ (0,50 + − 0,769) + 0,25
𝜋
∙ (0,50 + 0,35 + 2 ∙ 0,18 − 0,769) = 1,037𝑚²
83
0,252 (4.68)
𝑊𝑝2 = + 0,25 ∙ 0,50 + 4 ∙ 0,50 ∙ 0,18 + 8 ∙ 0,182 + 𝜋 ∙ 0,18 ∙ 0,25 + 2 ∙ 0,50
4
∙ 0,35 + 8 ∙ 0,18 ∙ 0,35 + 0,5 ∙ 𝜋 ∙ 0,35 ∙ 0,25 + 2 ∙ 0,352 = 2,13𝑚²
Assim, calcula-se a tensão cisalhante no contorno C’’, tal que:
A armadura de punção no pilar interno P24 é adotada conforme a Figura 75, onde o
espaçamento entre conectores na mesma linha é igual a 20cm. O diâmetro dos conectores
adotados é de 6,3mm. A NBR 6118:2014 sugere que a armadura deva ser, preferencialmente,
constituída de três ou mais linhas de conectores, e, portanto, adiciona-se mais um contorno de
conectores à armadura predefinida.
84
No pilar de borda P6, adotam-se conectores de ∅6,3𝑚𝑚 e o espaçamento entre
conectores no mesmo contorno é definido como 15cm, como mostra a Figura 76. Conforme
apresentado na Figura 32, o Ibracon (2014, apud Longo, 2017) recomenda distribuir a armadura
além do perímetro de controle C’, porém, esta armadura não pode fazer parte da armadura
calculada.
Para o pilar P24, a definição das dimensões C1 e C2 é feita de acordo com a direção da
excentricidade da força atuante, de modo que a dimensão 0,65m é adotada como C1, paralela à
esta excentricidade e 0,25m como C2, perpendicular a essa.
85
𝛽 = 1 (𝑛ã𝑜 𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎 𝑎 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑓𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟
(4.71)
𝑛𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑝𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜)
568 (4.72)
𝜈𝐸𝑑 = 1,0 ∙ = 1753 𝑘𝑁/𝑚²
1,80 ∙ 0,18
Tensão atuante no primeiro perímetro de controle:
0,65² (4.74)
𝑊𝑝 = + 0,25 ∙ 0,65 + 4 ∙ 0,25 ∙ 0,18 + 16 ∙ 0,182 + 2 ∙ 𝜋
2
∙ 0,18 ∙ 0,65 = 1,807 𝑚²
𝐶1 0,65
= = 2,60 → 𝐾 = 0,760 (Tabela 12)
𝐶2 0,25
125,9 4,06 (4.75)
𝛽 = 1 + 0,76 ∙ ∙ = 1,379
568 1,807
568 (4.76)
𝜈𝐸𝑑 = 1,379 ∙ = 1071 𝑘𝑁/𝑚²
4,06 ∙ 0,18
Faz-se, então, as verificações nos perímetros indicados, calculando-se as tensões
resistentes nestes mesmos contornos.
No contorno do pilar, a tensão solicitante deve ser menor do que a tensão máxima de
punção, tal que:
35 35 (4.78)
𝜈𝑅𝑑,𝑚𝑎𝑥 = 0,5 ∙ 0,6 ∙ (1 − ) ∙ = 6,02 𝑀𝑃𝑎 = 6020 𝑘𝑁/𝑚²
250 1,5
Assim, a tensão solicitante é menor que a tensão resistente, confirmando que não há
ruptura devido à compressão diagonal do concreto conforme a Eq. (4.87).
86
𝑘𝑁 𝑘𝑁 (4.79)
𝜈𝐸𝑑 = 1753 2
< 𝜈𝑅𝑑,𝑚𝑎𝑥 = 6020 2
𝑚 𝑚
Verificação no primeiro perímetro de controle sem armadura de punção:
(4.80)
200
𝑘 = 1+ √ = 2,05 > 2,00 ∴ 𝑘 = 2
180
0,18 1 𝑘𝑁 (4.81)
𝜈𝑅𝑑,𝑐 = ∙ 2 ∙ (100 ∙ 0,00959 ∙ 35) ⁄3 = 0,774 𝑀𝑃𝑎 = 774 2
1,5 𝑚
Esta tensão resistente precisa ser maior que a tensão resistente mínima, dada por:
3⁄ 𝑘𝑁 (4.82)
𝜈𝑚𝑖𝑛 = 0,035 ∙ 2 2 ∙ √35 = 0,586 𝑀𝑃𝑎 = 586
𝑚2
Tem-se, então:
𝑘𝑁 𝑘𝑁
𝜈𝐸𝑑 = 992 2
> 𝜈𝑅𝑑,𝑐 = 774 2
𝑚 𝑚
Percebe-se que a tensão solicitante é maior que a tensão resistente, tornando-se
necessário reforçar a estrutura com o uso de armadura de punção.
𝑘𝑁 𝑘𝑁 (4.86)
𝜈𝐸𝑑 = 1071 2
= 𝜈𝑅𝑑,𝑐𝑠 = 1071 2
𝑚 𝑚
Determinação do perímetro uout,ef:
88
Tensão solicitante no contorno do pilar:
368,0 𝑘𝑁 (4.90)
𝜈𝐸𝑑 = 1,0 ∙ = 2588 2
0,79 ∙ 0,18 𝑚
Tensão solicitante no primeiro perímetro de controle:
0,252 (4.94)
𝑊1 = + 0,25 ∙ 0,50 + 4 ∙ 0,50 ∙ 0,18 + 8 ∙ 0,182 + 𝜋 ∙ 0,18 ∙ 0,25
4
= 0,901 𝑚²
𝑪𝟏 𝟎,𝟓𝟎 (4.95)
= = 𝟏, 𝟎 → 𝑲 = 𝟎, 𝟔𝟎 (Tabela 12)
𝟐∙𝑪𝟐 𝟐∙ 𝟎,𝟐𝟓
27,2 (4.96)
𝑒𝑝𝑎𝑟 =
= 0,0739
368
2,38 2,38 (4.97)
𝛽= + 0,60 ∙ ∙ 0,0734 = 1,382
1,881 0,901
368,0 𝑘𝑁 (4.98)
𝜈𝐸𝑑 = 1,382 ∙ = 1502 2
1,881 ∙ 0,18 𝑚
𝑘𝑁 (4.99)
𝜈𝑅𝑑,𝑚𝑎𝑥 = 6020
𝑚2
89
A tensão atuante no contorno do pilar de borda também é suficientemente menor que
a tensão resistente neste mesmo contorno, tal que:
𝑘𝑁 𝑘𝑁 (4.100)
𝜈𝐸𝑑 = 2588 2
< 𝜈𝑅𝑑,𝑚𝑎𝑥 = 6020 2
𝑚 𝑚
Verificação no primeiro perímetro de controle, sem armadura de punção:
0,18 1 (4.101)
𝜈𝑅𝑑,𝑐 = ∙ 2 ∙ (100 ∙ 0,00608 ∙ 35) ⁄3 = 0,665 𝑀𝑃𝑎
1,5
𝑘𝑁
= 665
𝑚2
3⁄ 𝑘𝑁 (4.102)
𝜈𝑚𝑖𝑛 = 0,035 ∙ 2 2 ∙ √35 = 0,586 𝑀𝑃𝑎 = 586
𝑚2
Pode-se então realizar a comparação com a carga atuante através da Eq. (4.103).
𝑘𝑁 𝑘𝑁 𝑘𝑁 (4.103)
𝜈𝐸𝑑 = 1502 2
> 𝜈𝑅𝑑,𝑐 = 665 2 > 𝜈𝑚𝑖𝑛 = 586 2
𝑚 𝑚 𝑚
Conclui-se que a ligação laje-pilar não resiste ao carregamento aplicado sem utilização
de reforço.
𝑘𝑁 (4.105)
𝜈𝑅𝑑,𝑐𝑠 = 1502
𝑚2
Comparando-se a tensão solicitante com a resistente calculada, tem-se:
90
𝑘𝑁 𝑘𝑁 (4.106)
𝜈𝐸𝑑 = 1502 = 𝜈𝑅𝑑,𝑐𝑠 = 1502
𝑚2 𝑚2
4.6.3. Detalhamento
No pilar interno P24, o espaçamento entre conectores na mesma linha foi adotado
como 20cm, como mostra a Figura 78. São necessárias três linhas de conectores de ∅6,3𝑚𝑚, a
fim de suprir a distância mínima entre a face do pilar e a última linha de conectores calculada
na verificação e de valor igual a 25cm. A distância efetiva torna-se 26cm.
91
Figura 78 - Detalhamento do pilar interno pelo EN2.
92
4.7. ACI318 (2014)
Desenvolve-se, nesse item, a verificação à punção dos pilares interno (P24) e de borda
(P6) segundo as prescrições da ACI318.
𝐽𝑥 = 0,0442𝑚³ (4.113)
1 (4.114)
𝛾𝑣𝑥 = 1 − = 0,481
2 0,65 + 0,18
1 + 3√
0,25 + 0,18
568 0,481 ∙ 125,9 ∙ 0,415 (4.115)
𝑣𝑢 = + = 1820 𝑘𝑁/𝑚²
0,454 0,0442
A tensão resistente sem armadura de punção, vc, é igual ao menor valor entre as
equações a seguir:
93
(4.116)
2
(1 + ) ∙ √33
0,65⁄
0,25
𝑣𝑐 = = 1,694 𝑀𝑃𝑎 = 1694 𝑘𝑁/𝑚²
6
40 . 0,18 (4.117)
( + 2) .∙ √33
2,52
𝑣𝑐 =. = 2,33 𝑀𝑃𝑎 = 2325𝑘𝑁/𝑚²
12
√33 (4.118)
𝑣𝑐 = = 1,915 𝑀𝑃𝑎 = 1915 𝑘𝑁/𝑚²
3
Assim, tem-se:
94
A armadura calculada para resistir ao esforço é maior que a armadura mínima, então
deve-se adotar 5,39cm² de armadura. A tensão solicitante na primeira superfície de controle
com armadura de punção, é dada por:
𝑏 = 5,39𝑚 (4.129)
𝐴𝑐 = 5,39 ∙ 0,18 = 0,971𝑚² (4.130)
𝑐𝐴𝐵 = 𝑐𝐶𝐷 = 0,53 + 0,5 ∙ 0,18 + 0,5 ∙ 0,65 = 0,945𝑚 (4.131)
𝐽 = 0,397𝑚³ (4.132)
1 (4.133)
𝛾𝑣 = 1 − = 0,429
2 0,65 + 0,18 + 2. 0,53
1 + 3√
0,25 + 0,18 + 2. 0,53
568 0,429 ∙ 125,9 ∙ 0,945 (4.134)
𝑣𝑢 = + = 714 𝑘𝑁/𝑚²
0,971 0,397
√33 (4.135)
∅𝑣𝑛 = 0,75 ∙ = 1077𝑘𝑁/𝑚2
4
𝑣𝑢 = 714𝑘𝑁/𝑚2 < ∅𝑣𝑛 = 1077𝑘𝑁/𝑚2 (4.136)
95
4.7.2. Pilar de Borda
A seção crítica do pilar de borda possui apenas um eixo de simetria, além de seu eixo
de gravidade ser não colinear com o eixo do pilar conforme mostra a Figura 80. Nesse caso, é
necessário considerar-se a excentricidade causada pela transferência de esforços do eixo do
pilar para o eixo da seção crítica, de valor igual a 0,124m.
1 (4.142)
𝛾𝑣𝑦 = 1 − = 0,327
2 0,43
1+ √ − 0,2
3 0,59
𝑀𝑢𝑥 = 27,2 + 368 . 0,124 = 72,8 𝑘𝑁𝑚 (4.143)
368 0,438 ∙ 72,8 ∙ 0,374 0,327 ∙ 50,4 ∙ 0,216 (4.144)
𝑣𝑢 = + + = 2674 𝑘𝑁/𝑚²
0,290 0,0110 0,0111
Verificação na primeira seção crítica sem armadura de punção:
A tensão resistente sem armadura de punção, vc, é igual ao menor valor entre as
equações a seguir:
96
(4.145)
2
(1 + ) ∙ √33
0,50⁄
0,25
𝑣𝑐 = = 1,915 𝑀𝑃𝑎 = 1915 𝑘𝑁/𝑚²
6
30 . 0,18 (4.146)
( 1,61 + 2) ∙ √33
𝑣𝑐 =. = 2,563 𝑀𝑃𝑎 = 2563𝑘𝑁/𝑚²
12
√33 (4.147)
𝑣𝑐 = = 1,915 𝑀𝑃𝑎 = 1915 𝑘𝑁/𝑚²
3
Assim, tem-se:
97
A armadura necessária para resistir à solicitação atuante é maior que a mínima. Pode-
se, então, verificar a primeira superfície de controle com armadura de punção.
𝑏 = 5,08𝑚 (4.158)
𝐴𝑐 = 5,08 ∙ 0,18 = 0,914𝑚¹ (4.159)
𝑐𝐴𝐵 = 1,307𝑚 𝑒 𝑐𝐶𝐷 = 0,803𝑚 (4.160)
𝐽𝑥 = 0,266𝑚3 𝑒 𝐽𝑦 = 0,948𝑚² (4.161)
1 (4.162)
𝛾𝑣𝑥 = 1 − = 0,457
2 0,25 + 0,18 + 2. 1,25
1 + 3√
0,50 + 0,5 ∙ 0,18 + 125
1 (4.163)
𝛾𝑣𝑥 = 1 − = 0,304
2 0,50 + 0,5 ∙ 0,18 + 1,25
1 + 3√ − 0,2
0,25 + 0,18 + 2. 1,25
√33 (4.165)
∅𝑣𝑛 = 0,75 ∙ = 718𝑘𝑁/𝑚2
6
𝑣𝑢 = 743𝑘𝑁/𝑚2 > ∅𝑣𝑛 = 718𝑘𝑁/𝑚2 (4.166)
98
Assumindo-se a distância p como 1,25m, a tensão solicitante tornou-se maior que a
tensão resistente. Repete-se o processo assumindo p como 1,34m.
𝑏 = 5,34𝑚 (4.167)
𝐴𝑐 = 5,34 ∙ 0,18 = 0,961𝑚¹ (4.168)
𝑐𝐴𝐵 = 1,082𝑚 𝑒 𝑐𝐶𝐷 = 0,848𝑚 (4.169)
𝐽𝑥 = 0,306𝑚3 𝑒 𝐽𝑦 = 0,986𝑚² (4.170)
1 (4.171)
𝛾𝑣𝑥 = 1 − = 0,458
2 0,25 + 0,18 + 2 ∙ 1,34
1 + 3√
0,50 + 0,5 ∙ 0,18 + 1,34
1 (4.172)
𝛾𝑣𝑥 = 1 − = 0,302
2 0,50 + 0,5 ∙ 0,18 + 1,34
1 + 3√ − 0,2
0,25 + 0,18 + 2 ∙ 134
√33 (4.174)
∅𝑣𝑛 = 0,75 ∙ = 718𝑘𝑁/𝑚2
6
𝑣𝑢 = 717𝑘𝑁/𝑚2 < ∅𝑣𝑛 = 718𝑘𝑁/𝑚2 (4.175)
4.7.3. Detalhamento
No pilar interno P24, o espaçamento entre conectores na mesma linha foi adotado como
53cm (ver Figura 81). De acordo com a armadura calculada, são necessárias seis linhas de
conectores de ∅10𝑚𝑚 com 7 conectores cada. Porém, para cumprir o espaçamento mínimo
99
determinado pela ACI318:2014, recomenda-se a adição de mais 3 conectores por linha,
conforme mostra a Figura 81.
100
4.7.4. Análise Computacional pelo DECON Studrail
101
Figura 83 - Dados de entrada no programa DECON Studrail.
Após a entrada dos dados, faz-se a verificação. Caso seja necessário o uso de armadura
de punção, é possível escolher o diâmetro do conector utilizado, assim como os espaçamentos.
102
Figura 84 - Vistas da armadura de punção calculada.
103
Figura 86 - Corte da armadura de punção no pilar P6.
104
Tabela 22 - Resultados no segundo perímetro de controle, no pilar P24.
106
5. ANÁLISE DE RESULTADOS
50% 47%
45% 43%
40%
35% 30% 29%
30%
25% NBR6118:2014
20% EN2:2004
15%
10%
5%
0%
P24 P6
Nas tensões resistentes, a discrepância entre valores ocorre nas formulações que,
embora muito semelhantes, apresentam coeficientes diferentes, tal como mostrado a seguir:
𝑓𝑐𝑘 (5.1)
𝑁𝐵𝑅6118: 𝜏𝑅𝑑2 = 0,27 ∙ (1 − ) ∙ 𝑓𝑐𝑑
250
𝑓𝑐𝑘 (5.2)
𝐸𝑁2: 𝜈𝑅𝑑,𝑚𝑎𝑥 = 0,3 ∙ (1 − ) ∙ 𝑓𝑐𝑑
250
Além disso, o fator minorador de resistência utilizado para o cálculo de 𝑓𝑐𝑑 é diferente
nas normas, sendo 1,4 para a NBR6118:2014 e 1,5 para o EN2:2004.
As três normas avaliadas tiveram tensões solicitantes (Tabela 26) maiores que as
tensões resistentes sem armadura de punção (Tabela 27). Assim, todas apontaram a necessidade
de armadura.
109
As normas brasileira e europeia apresentam formulações muito similares para esta
tensão resistente. A diferença nos valores é proveniente da limitação do fator k imposta pelo
EN2 e por uma pequena diferença no coefiente da formulação, como segue:
(5.3)
20 1
𝑁𝐵𝑅6118: 𝜏𝑅𝑑1 = 0,13 ∙ (1 + √ ) ∙ (100 ∙ 𝜌 ∙ 𝑓𝑐𝑘 ) ⁄3 (𝑑 𝑒𝑚 𝑐𝑚)
𝑑
(5.4)
0,18 1 200
𝐸𝑁2: 𝜈𝑅𝑑,𝑐 = ∙ 𝑘 ∙ (100 ∙ 𝜌 ∙ 𝑓𝑐𝑘 ) ⁄3 ∴ 𝑘 = 1 + √ ≤2 (𝑑 𝑒𝑚 𝑚𝑚)
1,5 𝑑
250% 226%
200%
157%
150% 138% 140%
124% NBR6118:2014
108%
EN2:2004
100%
ACI318:2014
50%
0%
P24 P6
110
Tabela 28 - Armaduras de punção.
250% 230%
200%
150%
EN2:2004
100% 62% 72%
ACI318:2014
50% 22%
0%
P24 P6
111
Tabela 29 - Tensões resistentes com armadura de punção.
112
Tabela 31 - Quantidade de contornos de armadura.
300% 275%
250% 200%
200%
150% 125% EN2:2004
100% 50% ACI318:2014
50%
0%
P24 P6
113
Ao se considerar a armadura recomendada pela NBR6118:2018, percebe-se que a
armadura determinada pelas normas brasileira e européia tornam-se iguais. Já a ACI318:2014
exige o uso de mais armadura.
114
Tabela 32 - Tensões no segundo perímetro de controle.
115
6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES
A ACI318:2014, por sua vez, trata do assunto da punção em muitos itens ao longo do
texto normativo, o que pode causar enganos por conta da dificuldade em localizar todas as
informações necessárias, tais como fórmulas, valores limites e métodos de cálculo.
Diferentemente, as normas brasileira e europeia apresentam o fenômeno em um capítulo
completo, facilitando o acesso a estas informações. Para melhor entendimento da norma
americana, foi necessário recorrer à norma ACI421:2008, que traz um guia para o
dimensionamento de armaduras de cisalhamento. Este guia apresenta, de maneira detalhada, as
formulações da ACI318. Dentre as dificuldades encontradas, podem-se citar a definição dos
parâmetros J (propriedade da seção crítica, análoga ao momento de inércia polar), que a
116
ACI318:2014 define apenas para uma situação específica de geometria e carregamento, assim
como o cálculo das tensões atuantes para o caso de momento em mais de uma direção.
117
Nas verificações no segundo perímetro de controle, determinou-se quantas linhas de
armadura são exigidas em cada norma. A norma americana apresentou o maior número, seguida
da norma europeia e da brasileira, assim como na comparação das áreas de aço necessárias.
118
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5. AZEVEDO, Aline Passos de. Resistência e ductilidade das ligações laje-pilar em lajes
de concreto de alta resistência armado com fibras de aço e armadura transversal
de pinos. 1999. Dissertação (Mestrado). USP. São Carlos, 1999.
6. AZEVEDO, Aline Passos de; HANAI, João Bento de. Resitência e ductilidade das
ligações laje-pilar em lajes-cogumelo de concreto de alta resistência armado com
fibras de aço e armadura tranversal de pinos. São Carlos: Editora da USP, 2003. 36
p.
119
9. CARVALHO, Julianne Santos. Lajes cogumelo de concreto armado reforçadas ao
puncionamento com parafusos de alta resistência. 2001. Dissertação (Mestrado).
UNB. Brasília, 2001.
11. CTP GROUP. Tropicana Reinforced Concrete Parking Garage Collapse Evaluation.
days [2003]. 1 fotografia, color. Disponível em:<
http://www.ctlgroup.com/projects/tropicana-reinforced-concrete-parking-garage-
collapse-evaluation/>. Acesso em: 12 Mai. 2017
15. HOLANDA, Kristiane M. A.. Análise dos mecanismos resistentes e das similaridades
de efeitos da adição de fibras de aõ na resitência e na ductilidade à punção de lajes-
cogumelo e ao cisalhamento de vigas de concreto. 2012. 302 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Engenharia Civil, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2002.
120
18. LEONHARDT, F.; MONNIG, E.. Construções de Concreto: Casos Especiais de
Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado. Rio de Janeiro: Interciência,
1977. 6 v.
21. MELGES, João Luiz Pinheiro. Punção em Lajes: Exemplos de Cálculo e Análise
Teórico-Experimental. 1994. 252 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de
Estruturas, Universidade de São Paulo, São Carlos, 1995.
22. MELGES, João Luiz Pinheiro. Análise experimental na punção em lajes de concreto
armado e protendido. São Carlos, 2001. 414 f. Tese (Doutourado) - Curso de
Engenharia de Estruturas, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2001.
25. MUSSE, Taís Helena. Punção em lajes cogumelo: fibras de aço e armadura de
cisalhamento. 2004. Dissertação (Mestrado). UFG. Goiânia, 2004.
121
27. PILAKOUTAS, K; LI, X. Shear band: novel punching shear reinforcement for flat
slabs. The Mouchel Centenary on Innovation on Civil and Structural Engineering. P.35-
45. England, 1997.
29. RABELO, Fernando Toppan. Análise comparativa de normas para a punção em lajes
de concreto armado. 2009. Dissertação (Mestrado), UFSC, 2010.
30. REGAN, P.E. Punching Tests of Concrete Slabs with Riss Star Shear
Reinforcement. School of Architecture e Engineering, University of Westminster.
London, 1993.
31. REGAN, P.E. Shear combs, reinforcement against punching. The Structural
Engineer. London, 1985.
32. RICHART, Frank. E.. Reinforced Concrete Wall and Column Footings. Urbana-
champaign: American Concrete Institute, 1948. 31 p.
122
35. SENA, Yala. Obra de shopping desaba e operário fica ferido em Teresina [2013]. 1
fotografia, color. Disponível em: < https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidades/pi-
obra-de-shopping-desaba-e-operario-fica-ferido-em teresina.html>. Acesso em: 13 abr.
2017.
36. SOUZA, R.A.; BITTENCOURT, T.N. Definição de expressões visando relacionar fc’
e fck. 2003. IV Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura, Maringá,
Novembro, Vol.1. 290p.
37. TALBOT, Arthur N.. Reinforced Concrete Wall Footings and Column Footings.
1912. 130 f. Tese (Doutorado) - Curso de Civil Engineering, University Of Illinois,
Urbana-champaign, 1913.
123
Apêndice I
O fator J para a primeira seção crítica do pilar interno P24 é definido aplicando-se a
equação apresentada na norma ACI421:2008, as medidas necessárias são demonstradas na
Figura 94.
𝑙 (I.1)
𝐽𝑥 = 𝑑 . ∑ . (𝑦𝑖2 + 𝑦𝑖 . 𝑦𝑗 + 𝑦𝑗2 )
3
0,43 (I.2)
1. . [ (0,415)2 + (0,415) . (0,415) + (0,415)²] = 0,0741
3
0,83 (I.3)
2. . [(0,415)2 + (0,415). (−0,415) + (0,415)2 ] = 0,0476
3
3. 0,0741 (I.4)
4. 0,0476 (I.5)
∑ = 0,243 (I.10)
O fator J para a segunda seção crítica do pilar interno P24 é definido a seguir. As
medidas necessárias foram obtidas a partir da modelagem da superfície de controle no programa
Auto CAD, como segue:
124
Figura 95 - Segunda seção crítica do pilar interno P24.
0,325 (I.12)
5. . [ (0,955)2 + (0,955) . (0,955) + (0,955)²] = 0,296
3
0,838 (I.13)
6. . [(0,955)2 + (0,955). (0,362) + (0,362)2 ] = 0,388
3
0,725 (I.14)
7. . [(0,362)2 + (0,362). (−0,362) + (−0,362)2 ] = 0,0317
3
8. 0,388 (I.15)
9. 0,296 (I.16)
10. 0,388 (I.17)
11. 0,0317 (I.18)
12. 0,388 (I.19)
∑ = 2,207 (I.20)
125
Apêndice II
𝑙 (II.1)
𝐽𝑦 = ∑ . (𝑥𝑖2 + 𝑥𝑖 . 𝑥𝑗 + 𝑥𝑗2 )
3
0,59 (II.2)
1. . [ (−0,215)2 + (−0,215) . (−0,215) + (0,215)²] = 0,0273
3
0,43 (II.3)
2. . [ (−0,215)2 + (−0,215) . (0,215) + (0,215)²] = 0,00663
3
3. 0,0273 (II.4)
∑ = 0,0612 (II.5)
𝑙 (II.7)
𝐽𝑥 = ∑ . (𝑦𝑖2 + 𝑦𝑖 . 𝑦𝑗 + 𝑦𝑗2 )
3
0,59 (II.8)
1. . [ (−0,216)2 + (−0,216) . (0,374) + (0,374)²] = 0,0208
3
0,43 (II.9)
2. . [ (−0,216)2 + (−0,216) . (−0,216) + (0,216)²] = 0,0201
3
3. 0,0208 (II.10)
∑ = 0,0617 (II.11)
126
Apêndice III
Os fatores Jx e Jy para a primeira seção crítica do pilar de borda P6, assumindo p igual
a 1,25m são definidos a seguir. As medidas necessárias foram obtidas a partir da modelagem
da superfície de controle no programa Auto CAD, como segue:
𝑙 (III.1)
𝐽𝑦 = ∑ . (𝑥𝑖2 + 𝑥𝑖 . 𝑥𝑗 + 𝑥𝑗2 )
3
0,537 (III.2)
1. . [ (−1,465)2 + (−1,465) . (−1,465) + (−1,465)²] = 1,153
3
1,84 (III.3)
2. . [ (−1,465)2 + (−1,465) . (−0,1623) + (−0,1623)²] = 1,478
3
0,325 (III.4)
3. . [ (−1,623)2 + (−1,623) . (0,1623) + (0,1623)²] = 0,00285
3
4. 1,478 (III.5)
5. 1,153 (III.6)
∑ = 5,26 (III.7)
𝑙 (III.9)
𝐽𝑥 = ∑ . (𝑦𝑖2 + 𝑦𝑖 . 𝑦𝑗 + 𝑦𝑗2 )
3
0,537 (III.10)
1. 3
. [ (1,037)2 + (1,037) . (0,500) + (0,500)²] = 0,330
127
1,84 (III.11)
2. . [ (0,500)2 + (0,500) . (−0,803) + (−0,803)²] = 0,303
3
0,325 (III.12)
3. . [ (−0,162)2 + (−0,162) . (0,162) + (0,162)²] = 0,0028
3
4. 0,303 (III.13)
5. 0,330 (III.14)
∑ = 1,476 (III.15)
128
Apêndice IV
𝑙 (IV.1)
𝐽𝑦 = ∑ . (𝑥𝑖2 + 𝑥𝑖 . 𝑥𝑗 + 𝑥𝑗2 )
3
0,537 (IV.2)
1. . [ (−1,555)2 + (−1,555) . (−1,555) + (−1,555)²] = 1,298
3
1,97 (IV.3)
2. . [ (−1,555)2 + (−1,555) . (−0,1623) + (−0,1623)²] = 1,771
3
0,325 (IV.4)
3. . [ (−1,623)2 + (−1,623) . (0,1623) + (0,1623)²] = 0,00285
3
4. 1,4771 (IV.5)
5. 1,298 (IV.6)
∑ = 6,14 (IV.7)
129
𝑙 (IV.9)
𝐽𝑥 = ∑ . (𝑦𝑖2 + 𝑦𝑖 . 𝑦𝑗 + 𝑦𝑗2 )
3
0,537 (IV.10)
1. . [ (1,082)2 + (1,082) . (0,545) + (0,545)²] = 0,368
3
2,11 (IV.11)
2. . [ (0,545)2 + (0,545) . (−0,848) + (−0,848)²] = 0,364
3
0,325 (IV.12)
3. . [ (−0,848)2 + (−0,848) . (−0,848) + (−0,848)²] = 0,234
3
4. 0,364 (IV.13)
5. 0,368 (IV.14)
∑ = 1,707 (IV.15)
130
Apêndice V
131
132
133
134
135
136
137
138