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LITERATURA
SÉRIE: 3º ALUNO(A)______________________________________
ENSINO MÉDIO PROFº.: Júlio Flávio Ferreira DATA:___ /___ / 2018
#OENEMEHNOSSO #LITERATURADOAMOR
BARROCO NO BRASIL
A primeira grande era, a ERA COLONIAL, tem início com a vinda dos primeiros portugueses, em
1500, e se estende até 1808 com a chegada da família real ao Rio de Janeiro. A ERA NACIONAL tem início
em 1836, com o Romantismo e se estende até os dias de hoje. O período entre 1808 a 1836 é conhecido como
Período de Transição e envolve todo o processo de independência política.
Essas eras também apresentam subdivisões. Vejamos como está dividida a era colonial.
Os primeiros textos produzidos em solo brasileiro não são considerados como exemplos de
manifestações literárias, caracterizamse mais como textos históricos. Eram textos informativos voltados para a
conquista material, para as descobertas da nova terra, ou textos escritos pelos jesuítas, voltados para a
catequese. Esses textos fazem parte do chamado Quinhentismo brasileiro.
Não há um consenso quanto à primeira manifestação de uma literatura realmente brasileira. Alguns
consideram o Barroco essa primeira manifestação de uma literatura realmente brasileira. Outros estudiosos
preferem falar em literatura brasileira somente a partir do Romantismo, ou seja, a partir do século XVIII. Mas
num aspecto todos concordam, é no Barroco que encontramos não só um o primeiro, mas um dos mais
talentosos poetas brasileiros – Gregório de Matos.
O movimento Barroco compreende um longo período que se estende de 1601, com a publicação do
poema Prosopopéia, de Bento Teixeira até meados do século XVIII (1768), com a fundação da Arcádia
Ultramarina, em Vila Rica, Minas Gerais e a publicação do livro Obras Poéticas de Cláudio Manuel da Costa.
O termo Barroco no Brasil compreende duas grandes manifestações: o Barroco Literário e
Arquitetônico do século XVII, principalmente na Bahia, e o Barroco mineiro do século XVIII, conhecido
como Barroco tardio, contemporâneo do Arcadismo.
O que nos interessa é esse Barroco Literário. Vejamos esta imagem:
Casa de Engenho, Frans Post (1612-1680)
2. GREGÓRIO DE MATOS
Gregório de Matos, filho de uma família abastada nasceu na Bahia, mas foi para Portugal, onde se
diplomou em Direito. De volta ao Brasil firma-se como o primeiro poeta brasileiro. Assim como outros
poetas, também teve uma vida atribulada e polêmica, sempre metido em desavenças com pessoas poderosas e
influentes.
Graças às suas sátiras, marcadas pela linguagem maliciosa, direta e muitas vezes ferina, recebeu o
apelido de Boca do Inferno.
Existem muitas dúvidas quanto à autenticidade de sua obra, isto porque Gregório de Matos não
publicou nada em vida, não deixou nenhum texto autografado ou produzido de próprio punho. Sua obra
permaneceu praticamente inédita até o início do século XX quando a Academia Brasileira de Letras publicou
seis volumes com sua produção.
A diversidade e o antagonismo do espírito Barroco também estão presentes em Gregório de Matos.
Vejamos as principais características de sua obra.
DUALISMO = Refletindo o dualismo barroco oscilou entre o sagrado e o profano. Ora demonstrava
aversão pelo sagrado, pelo religioso, escrevendo textos sensuais e pornográficos, ora seus poemas
apresentavam uma profunda devoção a Deus e aos santos.
INSATISFAÇÃO = Vários textos mostram sua insatisfação com a vida na colônia e sua inadaptação
ao ambiente baiano, freqüentemente criticado.
FUGACIDADE = Gregório de Matos deixou claro sua consciência sobre a transitoriedade da vida.
Seus textos mostram freqüentemente as vaidades humanas como insignificantes e passageiras.
OUSADIA = Ao contrário do Padre Antônio Vieira que apresentava um caráter mais conservador,
com uma visão européia, Gregório de Matos é considerado um poeta inovador e irreverente. Mesmo adepto do
cultismo, também cultivou o jogo de idéias presente no conceptismo.
Embora conhecido como poeta satírico, criticando não só as pessoas, mas também as instituições da
época, Gregório de Matos apresenta uma obra vasta:
POESIA SACRA = Ou religiosa é marcada pelo conflito gerado entre a vida mundana e o a vida
espiritual. Entre a consciência do pecado e o desejo de salvação. Vejamos um fragmento de sua poesia
religiosa:
“ ... Esta razão me obriga a confiar,
Que, por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar.”
POESIA AMOROSA = Na poesia amorosa, também encontramos a dualidade barroca oscilando entre o
amor elevado, espiritual e o sensualismo e o erotismo do amor carnal. Vejamos dois fragmentos de sua poesia
amorosa, em que o autor define o amor:
------XXXXXX------
“O Amor é finalmente
um embaraço de pernas,
uma união de barrigas,
um breve tremor de artérias.
Exercícios
01. (UNIV. CAXIAS DO SUL) Escolha a alternativa que completa de forma correta a frase abaixo:
A linguagem ______, o paradoxo, ________ e o registro das impressões sensoriais são recursos
lingüísticos presentes na poesia ________.
a) simples; a antítese; parnasiana.
b) rebuscada; a antítese; barroca.
c) objetiva; a metáfora; simbolista.
d) subjetiva; o verso livre; romântica.
e) detalhada; o subjetivismo; simbolista.
02. (MACKENZIE-SP) Assinale a alternativa incorreta:
a) Na obra de José de Anchieta, encontram-se poesias que seguem a tradição medieval e textos
para teatro com clara intenção catequista.
b) A literatura informativa do Quinhentismo brasileiro empenha-se em fazer um levantamento da
terra, daí ser predominantemente descritiva.
c) A literatura seiscentista reflete um dualismo:o ser humano dividido entre a matéria e o espírito, o
pecado e o perdão.
d) O Barroco apresenta estados de alma expressos através de antíteses, paradoxos,
interrogações.
e) O conceptismo caracteriza-se pela linguagem rebuscada, culta, extravagante, enquanto o
cultismo é marcado pelo jogo de idéias, seguindo um raciocínio lógico, racionalista.
03. Com referência ao Barroco, todas as alternativas são corretas, exceto:
a) O Barroco estabelece contradições entre espírito e carne, alma e corpo, morte e vida.
b) O homem centra suas preocupações em seu próprio ser, tendo em mira seu aprimoramento,
com base na cultura greco-latina.
c) O Barroco apresenta, como característica marcante, o espírito de tensão, conflito entre
tendências opostas: de um lado, o teocentrismo medieval e, de outro, o antropocentrismo
renascentista.
d) A arte barroca é vinculada à Contra-Reforma.
e) O barroco caracteriza-se pela sintaxe obscura, uso de hipérbole e de metáforas.
04. (VUNESP)
Ardor em firme coração nascido;
pranto por belos olhos derramado;
incêndio em mares de água disfarçado;
rio de neve em fogo convertido:
tu, que em um peito abrasas escondido;
tu, que em um rosto corres desatado;
quando fogo, em cristais aprisionado;
quando crista, em chamas derretido.
Se és fogo, como passas brandamente,
se és fogo, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
Pois para temperar a tirania,
como quis que aqui fosse a neve ardente,
permitiu parecesse a chama fria.
O texto pertencente a Gregório de Matos e apresenta todas seguintes características:
a) Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a dualidade temática da sensualidade e do
refreamento, antíteses claras dispostas em ordem direta.
b) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o autor buscava imitar, predomínio das
metáforas e das antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida.
c) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento, construção sintática por simétrica por
simetrias sucessivas, predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que tendem para o
paradoxo.
d) Temática naturalista, assimetria total de construção, ordem direta predominando sobre a ordem
inversa, imagens que prenunciam o Romantismo.
e) Verificação clássica, temática neoclássica, sintaxe preciosista evidente no uso das síntese, dos
anacolutos e das alegorias, construção assimétrica.
05. A respeito de Gregório de Matos, assinale a alternativa, incorreta:
a) Alguns de seus sonetos sacros e líricos transpõem, com brilho, esquemas de Gôngora e de
Quevedo.
b) Alma maligna, caráter rancoroso,relaxado por temperamento e costumes, verte fel em todas as
suas sátiras.
c) Na poesia sacra, o homem não busca o perdão de Deus; não existe o sentimento de culpa,
ignorando-se a busca do perdão divino.
d) As suas farpas dirigiam-se de preferência contra os fidalgos caramurus.
e) A melhor produção literária do autor é constituída de poesias líricas, em que desenvolve temas
constantes da estática barroca, como a transitoriedade da vida e das coisas.
Texto para as questões 06 a 08
À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
(Enem)Questão 111
Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.
Páscoa de flores, dia de alegria
Àquele povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.
Pois mandado pela Alta Majestade
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.
Quem pode ser senão um verdadeiro
Deus, que veio estirpar desta cidade
o Faraó do povo brasileiro.
(DAMASCENO, D. Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: 2006)
Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apresentam princípios
barrocos, o soneto de Gregório de Matos apresenta temática expressa por
(A) visão cética sobre as relações sociais.
(B) preocupação com a identidade brasileira.
(C) crítica velada à forma de governo vigente.
(D) reflexão sobre dogmas do Cristianismo.
(E) questionamento das práticas pagãs na Bahia
12-(VUNESP)
Ardor em firme coração nascido;
pranto por belos olhos derramado;
incêndio em mares de água disfarçado;
rio de neve em fogo convertido:
tu, que em um peito abrasas escondido;
tu, que em um rosto corres desatado;
quando fogo, em cristais aprisionado;
quando crista, em chamas derretido.
Se és fogo, como passas brandamente,
se és fogo, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
Pois para temperar a tirania,
como quis que aqui fosse a neve ardente,
permitiu parecesse a chama fria.
O texto pertencente a Gregório de Matos e apresenta todas seguintes características:
(A) Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a dualidade temática da sensualidade e
do refreamento, antíteses claras dispostas em ordem direta.
(B) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o autor buscava imitar, predomínio das
metáforas e das antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida.
(C) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento, construção sintática por simétrica por
simetrias sucessivas, predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que tendem para o
paradoxo.
(D) Temática naturalista, assimetria total de construção, ordem direta predominando sobre a ordem
inversa, imagens que prenunciam o Romantismo.
(E) Verificação clássica, temática neoclássica, sintaxe preciosista evidente no uso das síntese, dos
anacolutos e das alegorias, construção assimétrica
PROSA BARROCA
( ) A obra poética de Gregório de Matos oscila entre os valores transcendentais e os valores
mundanos, exemplificando as tensões do seu tempo.
( ) O sermões do Padre Vieira caracterizam-se por uma construção de imagens dobradas em
numerosos exemplos que visam a enfatizar o conteúdo da pregação.
( ) Gregório de Matos e o Padre Vieira, em seus poemas e sermões, mostram exacerbados
sentimentos patrióticos expressos em linguagem barroca.
( ) A produção satírica de Gregório de Matos e o tom dos sermões do Padre Vieira representam
duas faces da alma barroca no Brasil.
( ) O poeta e o pregador alertam os contemporâneos para o desvio operado pela retórica
retumbante e vazia.
Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos um estilo tão empeçado, um estilo
tão dificultoso, um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado a toda parte e a toda a natureza? O
estilo há de ser muito fácil e muito natural. Compara Cristo o pregar e o semear, porque o semear
é uma parte que tem mais de natureza que de arte.
O objetivo do autor é
a) destacar que a naturalidade - propriedade da natureza - pode tornar mais claro o estilo das
pregações religiosas.
b) salientar que o estilo usado na igreja, naquela época, não era afetado em dificultoso.
c) argumentar que o estilo usado na igreja, naquela época, não era afetado nem dificultoso.
d) argumentar que a lição de Cristo é desnecessária para os objetivos da pregação religiosa.
e) mostrar que, segundo o exemplo de Cristo, pregar e semear afetam o estilo, porque são prática
inconciliáveis.
3- (PEIES-2002) "Os dolorosos são os que vos pertencem a vós, como os gozosos aos que
devendo-vos tratar como irmãos, se chamam vossos senhores. Eles andam, e vós servis; eles
dormem, e vós velais; eles descansam, e vós trabalhais; eles gozam o fruto de vossos trabalhos, e
o que vós colheis deles é um trabalho sobre outro."
VIEIRA, Pe. A. Sermões. Porto: Lello, 1959. p. 135
4- (UFSM 2006) Leia o seguinte fragmento extraído do Sermão de Santo Antônio, de Pe. Vieira.
"(...) o pão é comer de todos dos dias, que sempre e continuamente se come: isto é o
que padecem os pequenos. São o pão cotidiano dos grandes; e assim como o pão se come com
tudo, assim com tudo e tudo são comidos os miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício
em que os não carreguem, em que os não multem, em que os não defraudem, em que os não
comam, traguem e devorem (...)"
Por isto são maus ouvintes os de entendimentos agudos. Mas os de vontades
endurecidas ainda são piores, porque um entendimento agudo pode-se ferir pelos mesmos fios e
vencer-se uma agudeza com outra maior; mas contra vontades endurecidas nenhuma
coisa aproveita a agudeza, antes dana mais, porque quando as setas são mais agudas, tanto mais
facilmente se despontam na pedra. Oh! Deus nos livre de vontades endurecidas, que ainda são
piores que as pedras.
(Sermão da Sexagésima, de Pe. Antônio Vieira.)
6- (UNIFRA 2007)
... os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis
encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades,
os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. — Os outros ladrões roubam
um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem
temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam.
Sobre esse fragmento do Sermão do bom ladrão, de Padre Antônio Vieira, pode-se reconhecer
É verdade que Portugal era um cantinho, ou um canteirinho da Europa, mas neste cantinho de
terra pura e mimosa de Deus: Fide purum, et pietate dilectum, nesse cantinho quis o céu depositar
a fé que dali se havia de derivar a todas estas vastíssimas terras, introduzida com tanto valor,
cultivada com tanto trabalho, regada com tanto sangue, recolhida com tantos suores, e metida
finalmente nos seleiros da Igreja, debaixo das chaves de Pedro, com tanta glória. Medindo-se
Portugal consigo mesmo, e, reconhecendo-se tão pequeno à vista de uma empresa tão imensa,
poderá dizer o que disse Jeremias, quando Deus o escolheu para profeta das gentes: Et
prophetam in gentibus dedi te. E que disse Jeremias? Et dixit: A, A, A, Domine Deus, quia puer ego
sum (Jer. 1,6): Ah! Ah! Ah! Deus meu, onde me mandais, que sou muito pequeno para tamanha
empresa. — O mesmo pudera dizer Portugal. Mas tirando-lhe Deus da boca estes três AAA, ao
primeiro A, escreveu África, ao segundo A escreveu Ásia, ao terceiro A escreveu América,
sujeitando todas três a seu império, como Senhor, e à sua doutrina, como luz: Vos estis lux mundi.
I - Ao referir-se a elementos como "cantinho de terra pura e mimosa de Deus" e "celeiros da Igreja",
Vieira celebra a capacidade de Portugal de suprir a carência europeia de alimentos.
II - Jeremias, por sentir-se frágil, questiona sua capacidade de empreender com sucesso a ação
profética.
III - A intenção do sermão é exaltar a conquista de três continentes por um reino tão pequeno como
o português.
9- O sermão de Santo Antônio ou dos Peixes é um dois mais significativos da arte oratória do
Padre Antônio Vieira. O pregador em São Luís do Maranhão, no ano de 1654. Com relação a esse
sermão, analise as afirmativas abaixo:
I. O pregador o fez com o objetivo de encontrar solução para o problema dos índios, barbaramente
escravizados pelos colonos;
II. O jesuíta finge dirigir-se aos peixes e não aos homens para recriminar a má vida dos
espectadores, que se recusavam ao seguir os ensinamentos cristãos;
III. O orador critica os pregadores que distorcem a palavra de Deus, utilizando-a com o simples
propósito de agradar aos ouvintes do sermão.
a) II e III
b) I e III
c) Todas
d) I e II
e) I
10- (UFBA)
“Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os Pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da
terra, porque quer que façam na terra, o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção, mas
quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela,
que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não
salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os Pregadores não
pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo
verdadeira a doutrina, que lhes dão, a não querem receber; ou é porque
o sal não salga, e os Pregadores dizem uma cousa, e fazem outra, ou porque a terra se não deixa
salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem: ou é porque o
sal não salga, e os Pregadores se pregam a si, e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa
salgar, e os ouvintes em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade?
Ainda mal.”
GABARITO
Quinhentismo
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir Ayala] Rio de Janeiro:
Ediouro[s.d.]p. 110)
Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios em
procissão:
a) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais visível, como produto
final de todo um empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa
Portuguesa e a Companhia de Jesus.
b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou
chamar de literatura informativa.
c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as
magias praticadas pelos pajés.
d) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os requintes da
dramaturgia renascentista.
e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem
querem libertar-se tão logo seja possível.
A famosa “Carta de achamento do Brasil”, mais conhecida como “A carta de Pero Vaz de Caminha”,
foi o primeiro manuscrito que teve como objeto a terra recém-descoberta. Nela encontramos o
primeiro registro de nosso país, feito pelo escrivão do rei de Portugal, Pero Vaz de Caminha.
Podemos inferir, então, a seguinte intenção dos portugueses: