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MANUAL

DE APOIO

Curso/Unidade: Formador/a:
Atividades recreativas e de lazer
com idosos
Código da Unidade (se aplicável): Carga horária:
8922 25h
Índice

Objectivos .................................................................................................................................................... 3

Conteúdos .................................................................................................................................................... 3

Metodologias de planificação de actividades ................................................................................................... 4

Nome da actividade .................................................................................................................................. 6

População-alvo ......................................................................................................................................... 6

Objectivos ................................................................................................................................................ 6

Materiais................................................................................................................................................... 6

Descrição da actividade ............................................................................................................................. 6

Duração ................................................................................................................................................... 6

Principais objectivos a trabalhar a nível relacional e socio-ocupacional com a população idosa .........................20

Acompanhamento do idoso nas actividades ocupacionais e de lazer................................................................24

Actividades recreativas e de lazer com idosos ................................................................................................35

Impacto nas dimensões do bem-estar humano e Benefícios ao nível da saúde..............................................35

As 5 componentes essenciais das actividades de recreação e lazer................................................................44

Jogos tradicionais .........................................................................................................................................46

Bibliografia ..................................................................................................................................................49

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Objectivos

✓ Preparar atividades recreativas e de lazer para idosos

✓ Desenvolver atividades recreativas e de lazer segundo as necessidades dos idosos, de acordo com as
orientações da equipa técnica.

Conteúdos

✓ Metodologias de planificação de actividades


➢ Nome da actividade
➢ População-alvo
➢ Objectivos
➢ Materiais
➢ Descrição da actividade
➢ Duração

✓ Principais objectivos a trabalhar a nível relacional e socio-ocupacional com a população idosa

✓ Acompanhamento do idoso nas actividades ocupacionais e de lazer

✓ Actividades recreativas e de lazer com idosos


➢ Impacto nas dimensões do bem-estar humano
➢ Benefícios ao nível da saúde
➢ As 5 componentes essenciais das actividades de recreação e lazer

✓ Jogos tradicionais

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Metodologias de planificação de actividades

Viver muito tempo era privilégio de um número relativamente restrito de pessoas, até aos
primeiros decénios do século XX.
Na actualidade, assistimos a um aumento significativo do envelhecimento demográfico, devido
ao avanço da medicina, com a cura para muitas doenças e tratamento para outras, devido a uma melhor
higiene sanitária.
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera o período de 1975 a 2025 como a "era do
envelhecimento".
O processo de envelhecimento está associado a alterações físicas, fisiológicas, psicológicas e
sociais, bem como ao aparecimento de doenças crónico-degenerativas advindas de hábitos de vida
inadequados (tabagismo, ingestão alimentar incorrecta, tipo de actividade laboral, ausência de actividade
física regular) que se reflectem na redução da capacidade para a realização das actividades diárias.

Para reflectir sobre as actividades recreativas e de lazer com idosos, devemos reflectir sobre a
necessidade da criação da disciplina da “Animação Sociocultural que, segundo a Unesco, é um conjunto
de práticas sociais que têm como finalidade estimular a iniciativa, bem como a participação, das
comunidades no processo do seu próprio desenvolvimento e na dinâmica global da vida sociopolítica
em que estão integrados”.

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A Animação Sociocultural (ASC) é um processo que visa à conscientização participante e
criadora das populações. Tem uma metodologia própria que, em termos gerais, possui as seguintes
linhas mestras:
É um processo deliberado e constante, destinado a estimular as pessoas e os grupos para
que se autodesenvolvam, mobilizando todas as suas faculdades, no sentido da resolução dos seus
problemas reais e coletivos.
É um despertar para a descoberta e o desenvolvimento das potencialidades e
capacidades de cada comunidade.
É a aquisição da competência necessária para que os grupos (as comunidades) sejam
agentes, e não meros espectadores passivos.

A animação pode contribuir para o cuidado do idoso e para a melhoria da sua qualidade de vida,
sendo um estímulo permanente da vida mental, física e afetiva da pessoa idosa.
A animação destinada a idosos deve ter como objetivo ajudar o idoso a encarar o seu
envelhecimento como um processo natural, de forma positiva e adequada, e a reconhecer a necessidade
da manutenção das atividades físicas e mentais após os 65 anos.
A animação cria acontecimentos, que alteram a rotina diária do idoso e, ao fazer as pessoas
conviverem umas com as outras, causa uma diminuição efectiva da conflitualidade.
A animação ligada às artes plásticas e à motricidade faz com que eles melhorem ou mantenham
a sua autonomia e capacidade de movimento.
Este papel é muito importante no sentido de proporcionar uma vivência digna e de qualidade a
todos os idosos.
Visto que eles dispõem de muito tempo livre é necessário pensar na ocupação dos mesmos,
para que deixem de existir tantos “tempos mortos”.
Assim a animação pode contribuir para uma acentuada melhoria do seu dia-a-dia. Ao longo dos
tempos surgiram vários conceitos de Animação, mas todos com alguns pontos em comum, tal como o
facto de ter uma função social, cultural ou de estimular à participação.
No campo das ciências da educação a gerontologia educativa surge assim como estratégia de
intervenção na prevenção e compensação de situações de deterioração do corpo pelo avanço da idade,
com o intuito de:
Promover situações de optimização e operacionalização do auxílio à pessoa idosa;
Programar a evolução natural do envelhecimento;
Promover novos interesses e novas actividades;

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Monitorizar a vitalidade física e mental do idoso;
Perspetivar a animação do tempo livre;
Fomentar a valorização pessoal;
Cultivar uma participação comprometida com o bem estar individual e coletivo
Aumentar a autoestima;

A animação sociocultural na terceira idade tem-se expandido e vindo a criar ramos


especializados como:
Animação estimulativa;
Animação ao domicílio;
Animação na instituição como Lares e Centros de Dia;
Animação turística para a terceira idade.

O Lazer, por sua vez, significa vagar, descanso, passatempo, no contexto da animação
podemos dizer que o lazer é a ocupação desses tempos de descanso através de estímulos agradáveis de
emoções combinados com um elevado grau de escolha individual.

Assim, para definir uma actividade recreativa ou de lazer, teremos, pois, de estabelecer:

- Nome da actividade
- População-alvo
- Objectivos
- Materiais
- Descrição da actividade
- Duração

Plano de actividades

Objetivo:
Estabelecer as regras gerais para a elaboração, validação, implementação, monitorização,
avaliação e revisão do plano de actividades socioculturais

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Campo de aplicação:
Aplica-se aos colaboradores e serviços responsáveis pela elaboração, validação, implementação,
monitorização, avaliação e revisão do plano de atividades socioculturais.

Indicadores do processo:
São ferramentas essenciais para medir o desempenho dos processos. A monitorização do
processo será realizada através do controlo dos indicadores que devem ser definidos pela
direção/coordenação do serviço, em função do modelo organizacional e dos objetivos estratégicos da
organização.

Modo operatório:
Levantamento das necessidades coletivas no âmbito das atividades socioculturais: após a
avaliação diagnóstica, na qual foram identificadas as necessidades socioculturais, os colaboradores e
equipa técnica definem a intervenção, para o conjunto do público-alvo a abranger, relativa a este tipo de
actividades, através de um plano – Plano de Actividades Socioculturais.

Elaboração do plano de actividades socioculturais:


Para a elaboração do plano de actividades socioculturais, são definidos os responsáveis pela sua
coordenação, elaboração, analise, implementação, monitorização avaliação e revisão.
Recorrer a entidades/colaboradores externos e aquisição de materiais, bens e/ou serviços: Para
dar resposta às necessidades específicas ou expectativas criadas, sempre que necessário, deve-se recorrer
aos parceiros externos, a eventuais parcerias, a empresas prestadoras de serviços nas áreas específicas
das necessidades existentes. No caso do estabelecimento de parcerias, deverá ser formalizado o
respetivo protocolo

Validação do plano de actividades socioculturais:


O plano é analisado pelos participantes, colaboradores internos e externos, voluntários e
restantes elementos envolvidos na sua implementação, com vista á sua aprovação.

Reformulação do plano:
As alterações ao plano, devem resultar da concordância dos participantes, do público-alvo a
quem se dirige e de todos os intervenientes. No entanto, quando tal não é possível, o

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gestor/responsável/coordenador, deve proceder às reformulações necessárias e assegurar que todos
têm conhecimento das mesmas e as aceitam, condição necessária à sua implementação.

Implementação do plano:
Com vista a otimizar e potenciar recursos, o gestor do processo deve articular o plano com os
demais serviços e “oferta” existentes, constituindo (se possível) uma resposta única ou uniformizada. É
da responsabilidade de cada pessoa a decisão de participar nas atividades planeadas/previstas. Quando
solicitado, deve haver a necessária flexibilidade de forma a proporcionar a participação de atividades
não previstas, desde que justificadas. Para cada atividade planeada, deve estar sempre prevista uma
atividade alternativa. Em cada atividade planeada, deve estar sempre previsto o modo de atuação em
situações de emergência.

Monitorização, avaliação e revisão do plano:


O plano é monitorizado e revisto, sempre que necessário, com todos os “atores” envolvidos.
A agente em geriatria/animador sociocultural é um técnico, possuidor de uma formação
adequada, capaz de elaborar e/ou executar um plano de intervenção, numa comunidade, instituição ou
organismo, utilizando técnicas culturais, sociais, educativas, desportivas, recreativas e lúdicas. O
animador assume a responsabilidade de um agente de desenvolvimento.

Para desempenhar corretamente as suas funções, o agente em geriatria/animador deve ter em


conta, três áreas indispensáveis:

➢ O ser, o saber e o saber-fazer.

✓ O ser, é constituído pela sua identidade pessoal;

✓ O saber, refere-se aos conhecimentos que deve possuir para


desempenhar convenientemente a sua tarefa formativa.

✓ O saber-fazer, reporta-se à metodologia que usa para dar vida ao grupo


com quem trabalha, o qual é sempre o reflexo do seu ser e do seu saber.

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O animador sociocultural é o agente que põe em funcionamento, que facilita e dá continuidade


à aplicação dos processos de animação. Este dinamizador da mobilidade social está ao serviço de uma
instituição pública ou privada de carácter administrativo ou associativo e de modo voluntário ou
profissional, promove a intervenção sócio – cultural na comunidade em que acuta. O seu trabalho
técnico apoia-se na relação pessoal com os destinatários, a sua integração no grupo e o de facilitar nele
os processos de coesão, vivências ou experiências e tomar posições ativas sobre o meio em que se
realiza a animação.”
Este técnico deve ser um líder democrático com uma visão de conjunto, com capacidade de
tomar decisões, mediar conflitos, promover o diálogo, com o intuito de “proporcionar assessoria
técnica para que o grupo ou o coletivo encontre resposta às suas necessidades e problemas, e se
capacite para organizar e conduzir as suas próprias atividades” (Ander-Egg, 1999) sempre com vista à
liberdade, autonomia e num contexto de reciprocidade.
Toda esta capacidade inerente ao processo interventivo exige formação ao longo da vida.
Porque não é fácil ser objetivo, compreender os outros e o seu mundo interior e conjugar interesses. É
importante a revisão de conhecimentos e aquisição de novas experiências como forma de estimular a

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sua criatividade. É fundamental a auto e heteroavaliação, para que o animador aprenda com os erros e
cresça pessoal e profissionalmente com as experiências positivas e negativas.

Nesta perspectiva, o Animador necessita de conhecimentos técnicos para:

➢ Articular solidariedade, compromisso, responsabilidade e participação democrática;


➢ Trabalhar em equipa, de forma democrática, em contextos informais;
➢ Mediar conflitos e interesses individuais e comunitários;
➢ Criar condições para o surgimento e renovação de grupos, através da superação das barreiras
criadas pela simbologia da linguagem, cultura, hábitos e costumes.

Existem diversas actividades que se podem realizar com os idosos, com origem em várias
temáticas designadamente:

➢ animação através da expressão plástica/artística;


➢ animação desportiva,
➢ passeios, festas internas, entre outras.

Todas estas actividades, dirigidas ao idoso, visam estimular de uma forma permanente a sua
vida mental, física e afectiva, tendo como objectivos:

➢ Valorizar as capacidades de criação;


➢ Aumentar a autoestima e confiança;
➢ Desenvolver a autonomia pessoal;
➢ Ocupar os tempos livres com atividades práticas e lúdicas;
➢ Permitir ao animador conhecer as dificuldades a ultrapassar, os gostos, as capacidades das
pessoas idosas;
➢ Permitir ao idoso e ao animador conhecer a instituição, como por exemplo os espaços
disponíveis para diferentes atividades

Tendo em conta os objectivos enumerados podemos concluir que todo o trabalho com idosos
requer uma adaptação no que diz respeito à velocidade, duração, aos locais, às referências culturais e
sociais.

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Processo de Planeamento e acompanhamento das actividades de animação

Entrada:
 Objectivos operacionais da área/sector
 Informações recolhidas, diagnóstico, entrevistas…
 Relatórios, avaliações e informações específicas
 Resultados monitorização e avaliações anteriores

Actividades:
 Planeamento,
 Monitorização,
 Avaliação e
 Revisão das actividades socioculturais

Saída:
 Plano de actividades socioculturais
 Novas actividades
 Novas ideias
 Novas respostas
Indicadores:
 N.º de actividades adequada face aos objectivos operacionais.
 N.º de revisões do Plano
 N.º de novas actividades não previstas e desencadeadas no decurso da implementação do
plano
 % de actividades realizadas que satisfazem as necessidades, interesses e expectativas do
público-alvo

Plano de actividades

O plano de acção/actividades podemos definir como o documento que especifica os


objectivos da organização, quais as actividades/acções a desenvolver, por quem e quando e os recursos
associados para atingir esses objectivos.

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Condições Gerais: Definir claramente actividades socioculturais, bem como as necessidades,
hábitos, interesses e expectativas do publico-alvo.

Princípios/regras a ter em atenção quando se cria um plano de actividades:

Respeitar as diferenças (religiosas, étnicas, culturais, etc) dos participantes/grupo;


Promover a autonomia e a qualidade de vida;
Respeitar cada pessoa, individualmente, tendo em conta as suas capacidades, potencialidades,
hábitos, valores e costumes, interesses e expectativas.
Promover a participação activa de todos nas diversas fases da planificação das actividades;
Promover a comunicação, a convivência e o diálogo no grupo (participantes)
Considerar que as actividades a propor dependem do projecto de vida de cada um, dos seus
hábitos e da sua motivação, bem como dos estímulos que lhe são oferecidos.

Dados de entrada do plano de actividades

O plano de atividades sociocultural deve ser elaborado com base nos seguintes elementos:
Objectivos operacionais da área/ sector;
Necessidades, interesses, hábitos, expectativas, competências e potencialidades dos elementos
do grupo (participantes)
Planos de forte componente Individual, de forma a rentabilizar as características de cada
elemento participante.
Recursos disponíveis na comunidade, próxima e alargada;
Recursos disponibilizados pelos parceiros, formais e informais;
Resultados de monitorizações e avaliações do plano de animação sociocultural.

Estrutura

O plano de animação tem início com o diagnóstico, deve sistematizar de forma simples, os
seguintes elementos:
Necessidades, expectativas e interesses do grupo (participantes);
Objectivos gerais e específicos de intervenção a alcançar nas actividades lúdicas, culturais e
outras;

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Resultados de monitorização e avaliação desenvolvidas em anos anteriores ou em iniciativas e
actividades outrora realizadas;
Recursos internos e externos identificados.

O plano de animação poderá conter um conjunto diversificado de actividades de tipo:

 Quotidiano
 Lúdico / Recreativo
 Cultural
 Desportivo
 Festivo
 Formação
 Espiritual
 Religioso

Para a globalidade, de cada actividade-tipo, são definidos, pelo menos, os seguintes itens:

Objectivos e indicadores
Calendarização Anual e “Produtos”
Descrição/Local de realização e N.º de vezes a realizar
Calendarização: Semanal/Mensal/Trimestral/Anual
Horários/períodos do dia que deverá ser realizado
Recursos financeiros, humanos, materiais e parcerias a afetar;
Tarefas (com respetiva calendarização e responsáveis internos e externos);
Responsáveis de execução e supervisão;
Capacidade de participantes a abranger;
Estimativa de custo

Os “produtos” podem e devem ser o mais variado possível e abranger múltiplas áreas:

Lúdico-recreativo-cultural
Desportivo

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Espiritual e/ou religioso
Intelectual / formativo
Quotidiano/Social

Um plano de animação poderá (e deverá, sempre que possível) incorporar um projecto de


animação sociocultural

Projecto de animação sociocultural:

 Denominação do projecto

 Natureza do projecto

 Descrição do projecto;

 Fundamentação ou justificação

 Finalidade do projecto / Metas / Objectivos

 Beneficiários/Público-alvo

 Produtos

 Localização física e cobertura espacial

 Especificação operacional das actividades e tarefas a realizar

 Métodos e técnicas a utilizar

 Determinação dos prazos e calendários de actividades

 Determinação dos recursos necessários (humanos, materiais, técnicos, financeiros, estrutura


financeira e calendário financeiro)

 Cálculo de custos de elaboração e execução do projecto

 Coordenação do projecto

 Indicadores de avaliação do projecto

 Factores externos e condicionantes ou pré-requisitos para o sucesso e impacto do projecto.

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Exemplo de uma planificação das actividades
Objectivos Actividades Tarefas Recursos
Gerais Específicos Materiais Humanos
Promover a Fortalecer as Realização do Divulgação do - Instalações - Utentes;
participação dos relações campeonato de campeonato; exteriores e - Funcionários;
utentes na interpessoais e cartas, dominó e Inscrições; interiores do Lar;
dinâmica da grupais; malha; Elaboração de - Baralho de
instituição e na Criação de Atribuição de cartaz com o cartas;
vida da grupos de troféus e nome dos - Dominó;
comunidade. interesse. diplomas aos participantes; - Damas;
participantes. Contacto com - Diplomas;
a C.M….; - Troféus; Utentes
Vigilância dos - Material de Maria…
jogos; escritório; ….
Promover a Motivar os Cultivo e Seleção de Sementes
participação dos utentes à preparação dos sementes Estrume
utentes na participação do terrenos. *** Compra de Alfaias agrícolas
dinâmica da cultivo da sua Plantação das semente
instituição horta sementes.
- Retardar o Sensibilizar para - Ginástica - Contratar o - Bolas; - Professor
processo de a importância da professor de - Balões - Funcionários
envelhecimento actividade física ginástica; - Arcos
- Preparar o - Colchões
espaço físico
- Natação Combinar o Fatos de banho Utentes
dia da ida à Toalhas Funcionário
piscina; Tocas Professor
Contactar o Chinelos
professor;
Organizar
grupos
Comprar fatos
de banho
***Metas: melhorar a autoestima do idoso; valorizar o próprio idoso e o seu trabalho; esquecimento
dos problemas; alteração da rotina do dia-a-dia.

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Elaborar um projeto de animação

O QUE Se quer fazer Natureza do projecto

PORQUÊ Se quer fazer Origem e fundamentação

PARA QUÊ Se quer fazer Objetivos e propósitos

QUANDO Se quer fazer Metas

ONDE Se quer fazer Localização física

COMO Se vai fazer Atividades/Metodologia

QUANDO Se vai fazer Calendarização

QUEM O que vai fazer Recursos Humanos

COM QUÊ Se vai fazer Recursos Humanos e


Financeiros

“Seis sábios me ensinaram tudo quanto sei e aprendi. Os seus nomes eram:
COMO, QUANDO, ONDE, O QUÊ, QUEM E PORQUÊ
E os seus ensinamentos, muito jeito me deram.”

Elaboração e desenho de um projeto de animação sociocultural

Entende-se por projeto o conjunto das atividades que se propõem realizar de uma maneira
articulada entre si, com o fim de produzir determinados bens e serviços capazes de satisfazer
necessidades ou resolver problemas, dentro de um tempo específico e de acordo com um plano de
atividades.
Este esquema aqui apresentado, deve ser utilizado e aplicado com flexibilidade e criatividade.
Deve ser adaptando-o e ajustado a cada realidade tendo em as especificidades próprias de cada caso.
Esta fórmula de elaboração de um projeto não é mais do que um conjunto de regras básicas que podem
servir de guia para a elaboração e desenho de projetos.

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Denominação do projecto

Título

De uma forma simples, sintética, mediante a atribuição de um título. Pretende-se não só criar
um elemento de identificação como uma forma de saber, em termos muitos regais do que trata o
projeto.
O objetivo principal da denominação é o de caracterizar, em poucas palavras o que se pretende
fazer com o projeto. Não confundir o título com a problemática nem com os objetivos e metas…

Natureza do projecto

Tipo de projecto que se deseja realizar:

O que se quer fazer?

Trata-se de uma descrição um pouco mais ampla do que se pretende realizar do que aquela
usada na denominação do projeto.

Porque se faz?

Na fundamentação do projeto, há que expressar o conjunto das razões que justifica a sua
realização. Fundamenta-se um projeto explicando porque se faz, indicando as necessidades
e problemas que estão na sua origem. As razões que dão lugar a um projeto podem ser de
diferentes origens:

 O serviço prestado não é suficiente, ou tem área que não cobre;


 Existe esta necessidade, mas não existe resposta dos serviços;
 Pretende melhorar-se a qualidade do serviço;
 Pretende-se criar novas respostas.

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Na fundamentação do projecto, não existem apenas razoes de ordem técnica, mas também
podem existir razões de ordem política.

 Razões de ordem política – quando concretizam ou realizam as orientações de um plano


geral.
 Razões de ordem técnica – são aquelas onde se expressam razões objetivas (necessidades e
problemas) que justificam a realização de um projeto. Neste ponto, devemos incluir todos os
dados do diagnóstico efetuado, que servem como fundamento e justificação.

Objectivos: Para que se faz?

Explicar os objectivos é responder á questão “Para que se faz?”, é dizer, indicar o destino do
projeto ou as finalidades que se pretendem alcançar com a sua realização. Nenhum projeto
produz ou adquire significado pleno, se não produz uma clara definição e explicitação dos
objetivos que se querem alcançar.
Uma boa explicação e formulação dos objetivos – do objetivo principal e dos objetivos
específicos, é uma garantia de que o projeto será bem elaborado pois será em torno deles que o
conjunto das atividades, estratégias, custos, tempo, etc., ganho e coerência.
Uma definição clara do que pretendemos fazer, representa uma clarificação e um guia nos
vários passos deste processo de realizar um projeto.

Metas
Até onde queremos ir?
Quanto queremos fazer?
Que serviços vamos prestar e ou Que necessidades se vão cobrir?

- De acordo com o princípio de que as metas operacionalizam os objectivos, este ponto


consiste em expressar os desejos específicos que se pretendem alcançar num futuro determinado e num
prazo previamente fixado.
Esta operacionalização, consiste em estabelecer QUANTO, QUANDO, E ONDE se
realizam os objectivos. Sem a formulação de metas, os objetivos expressam em termos gerais e vagos,
propósitos que se desejam alcançar, mas não indicam desejos e fins específicos que se esperam alcançar
com a realização do projeto, dentro do prazo pré-determinado.

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Determinação das actividades e tarefas a realizar

➢ Como?
O que concretiza a realização de um projeto é a sua execução sequencial e integrada de diversas
atividades. Isto implica em si mesmo a indicação concreta e precisa do conjunto das atividades que tem
de ser realizadas para alcançar os objetivos propostos. Deve constar, de uma forma clara e explícita,
como se organizam, sucedem e complementam e coordenam as diferentes tarefas, de um modo tal que
o seu encadeamento não sofra das que influenciem negativamente a realização dos projetos desvios ou
desajustamentos graves. A organização, ordenamento e coordenação no tempo e no espaço de todas as
tarefas que há que realizar para atingir os objetivos e metas do projeto, comportam os seguintes
aspectos:
• Especificação e inventário das atividades que se vão realizar;
• Distribuição de unidades periódicas de tempo, inseridas numa sequência
operativa, onde se assinala a data de início e de término de cada atividade.

Como?

Não basta enunciar uma relação das diferentes atividades e elaborar listagens sobrepostas no
tempo de iniciativas.
Não basta alinhar as propostas existentes. É necessária a sua ordenação e sincronização,
cronologicamente e de acordo com as necessidades de resposta.
Indicação dos recursos humanos envolvidos em cada operação, bem como referências aos
vários recursos por atividade.

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Principais objectivos a trabalhar a nível relacional e socio-
ocupacional com a população idosa

Actividade lúdica é todo e qualquer movimento que tem como objetivo produzir prazer quando
da sua execução, ou seja, divertir o praticante. A actividade lúdica também é conhecida como
brincadeira. Sumariamente, teríamos as seguintes caracteristicas:
brinquedos ou brincadeiras menos consistentes e mais livres de regras ou normas;
actividades que não visam a competição como objetivo principal, e mas a realização de
uma tarefa de forma prazerosa; - existe sempre a presença de motivação para atingir os
objetivos.

Desde os filósofos gregos que se utiliza esse expediente para ajudar os aprendizes. As
brincadeiras e jogos podem e devem ser utilizados como uma ferramenta importante de educação.
Frequentemente, as atividades lúdicas também ajudam a memorizar factos e favorecem em testes
cognitivos.
No contexto da Educação Física, as atividades lúdicas consistem em [exercícios] físicos sádios e
intensos. Os professores consideram que tais actividades propiciam alivio de dificuldades emocionais e
sentimentos agressivos, fortalecendo entre outras coisas a auto-estima e a segurança.

Técnicas de animação adequadas à especificidade de cada cliente/utilizador

A Animação Estimulativa

A designação “estimulativa” surge pelo facto de recorrer aos estímulos do meio e às capacidades
individuais para facilitar a readaptação à sua nova situação.
Também se pode definir como um conjunto de técnicas e metodologias que têm a finalidade de
potenciar os processos de normalização das actividades da vida quotidiana da pessoa, de provocar o
desenvolvimento das capacidades preservadas e ao mesmo tempo ajudar a recuperar as perdidas.”

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A animação estimulativa é um ramo da ASC (Animaçao Socio-Cultural) que visa:
A preservação das capacidades de interação;
A participação na vida comunitária;
A possibilidade de realização pessoal.
Surge como modelo educativo e modelo de intervenção assistencial para numa perspetiva
participativa, responder às necessidades físicas ou psíquicas que dificultam a (re) estruturação da vida
diária de muitos idosos e, conferir dignidade à pessoa para que possa participar, decidir e optar.

A animação ao domicílio

Este conceito surge associado à necessidade de serem conferidos ao idoso, sinais de afecto e de
solidariedade que passam, sobretudo, pelo estabelecimento de diálogo e da procura em manter e
reforçar os laços sociais com o meio que o rodeia.

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A animação ao domicílio procura desenvolver:

Preservação da identidade e da interação;


Autonomia;
Autoestima;
Reinserção social;
Participação na vida quotidiana

Animação Sociocultural na instituição – Lares e Centros de Dia

Os Lares e Centros de Dia devem promover ações e atividades de cariz cultural, recreativo,
social e educativo.
Independentemente de a nível jurídico, existir em Portugal legislação que salvaguarda estes
aspectos, a realidade por vezes é bem diferente. Muito frequentemente, estas estruturas de apoio à
terceira idade não passam de “autênticos depósitos de pessoas”, sem uma arquitectura concebida para o
efeito, onde reina a frieza e a apatia.

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Para inverter esta situação é fundamentalmente necessário promover programas de ASC de
resposta:
SOCIAL: Relações interpares e relações com o meio (combater a exclusão da terceira
idade).
CULTURAL: Estimular a memória viva dos idosos através de atividades de teatro, dança,
artesanato, histórias de tradição oral, jogos, partilha de saberes, entre outros.
EDUCATIVA: Estimular a criação e a respectiva participação por exemplo em
Universidades Sénior, através da partilha de conhecimentos.

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Acompanhamento do idoso nas actividades ocupacionais e de
lazer

No nosso país as políticas sociais para os idosos levam a um auto isolamento, uma vez que para
estes, apenas são construídos espaços habitacionais e não são concedidos equipamentos públicos para
atividades sociais.

Os idosos, dada a sua frágil condição social, requerem um futuro esperançoso, com expectativas
de vida, que possam ser vividas decentemente. No entanto, estes fatores não têm sido revelados nos
programas sociais adotados para os idosos.

Em suma, a animação turística revela-se como sendo um movimento carenciado de animação e


que apenas segue uma ideologia de acolhimento social de terceira idade.

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Como integrar a terceira idade?

De forma passiva e casual, mediante o turismo social


De forma ativa, através da animação turística

De forma activa, também a animação turística pretende que os indivíduos não só observem o
meio como também aprendam a interagir com o mesmo, uma vez que existem necessidades de
interação e de promoção de acções sociais, culturais e educativas, é necessário favorecer meios e formas
de promover e valorizar a convivência entre os indivíduos.

A terceira idade pode ter um papel de responsabilidade no contexto da Animação Sociocultural,


uma vez que os idosos podem ser:

Animadores voluntários em infantários e escolas, para transmitir aprendizagens às crianças e aos


mais jovens;

Contadores de história de tradição oral popular;

Pedagogos fomentadores de uma pedagogia ligada à gerontologia educativa.

O Animador Sociocultural é um técnico, possuidor de uma formação adequada, capaz de


elaborar e/ou executar um plano de intervenção, numa comunidade, instituição ou organismo,
utilizando técnicas culturais, sociais, educativas, desportivas, recreativas e lúdicas.
O animador assume a responsabilidade de um agente de desenvolvimento.

Para desempenhar correctamente as suas funções, o animador deve ter em conta três áreas
indispensáveis: O ser, o saber e o saber-fazer.
• O ser é constituído pela sua identidade pessoal;
• O saber refere-se aos conhecimentos que deve possuir para desempenhar
convenientemente a sua tarefa formativa.
• O saber-fazer reporta-se à metodologia que usa para dar vida ao grupo com quem
trabalha, o qual é sempre o reflexo do seu ser e do seu saber.

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“O animador sócio-cultural é o agente que põe em funcionamento, que facilita e dá
continuidade à aplicação dos processos de animação. Este dinamizador da mobilidade social está ao
serviço de uma instituição pública ou privada de carácter administrativo ou associativo e de modo
voluntário ou profissional, promove a intervenção sócio – cultural na comunidade em que actua. O seu
trabalho técnico apoia-se na relação pessoal com os destinatários, a sua integração no grupo e o de
facilitar nele os processos de coesão, vivências ou experiências e tomar posições activas sobre o meio
em que se realiza a animação.”
Esta definição evidencia algumas das caraterísticas/competências do animador sociocultural,
nomeadamente, ser um agente social de mudança que facilita a intervenção do grupo, partindo deste.
Actualmente, passou-se de destinatários ou grupo – alvo, a sujeitos de acção, pela condição
essencial de participação dos mesmos mas em parceria com os profissionais. Só demonstra que o
próprio perfil de competências tem-se alterado ao longo das últimas décadas, uma vez que, “o
animador é também um membro do grupo, e tem como função não só procurar a autonomia do
mesmo, como também fomentar o enriquecimento das actividades, tomando-as de qualidade e
enquadrando-as em função das necessidades e aspirações de todos, de modo a que o conjunto de
indivíduos envolvidos possa beneficiar da criatividade de cada um.” (TRACANA, 2006)
Este técnico deve ser um líder democrático com uma visão de conjunto, com capacidade de
tomar decisões, mediar conflitos, promover o diálogo, com o intuito de “proporcionar assessoria
técnica para que o grupo ou o colectivo encontre resposta às suas necessidades e problemas, e se
capacite para organizar e conduzir as suas próprias actividades” (Ander-Egg, 1999) sempre com vista à
liberdade, autonomia e num contexto de reciprocidade.
Toda esta capacidade inerente ao processo interventivo exige formação ao longo da vida.
Porque não é fácil ser objetivo, compreender os outros e o seu mundo interior e conjugar interesses. É
importante a revisão de conhecimentos e aquisição de novas experiências como forma de estimular a
sua criatividade. É fundamental a auto e heteroavaliação, para que o animador aprenda com os erros e
cresça pessoal e profissionalmente com as experiências positivas e negativas.
Como refere Ferreira (1999) "aprender a aprender não se circunscreve a uma etapa da vida, nem
se limita a um determinado conteúdo ou espaço. Aprendemos em todas as circunstâncias, em todas as
idades, em todos os locais e com todas as pessoas que tenham a capacidade de comunicar uma
mensagem ou de exercer alguma influência sobre nós: família, amigos, vizinhos, colegas… aprende-se,
vivendo e vive-se aprendendo.”

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No entanto, uma das melhores “armas” do animador é a capacidade de improvisação. O
facto de não desistir, lutar e procurar soluções para as adversidades quotidianas, cooptada ao
conhecimento técnico, é uma das formas mais eficazes de ultrapassar os problemas e ajudar os sujeitos.
Desde que as estratégias não ponham em causa os princípios éticos e estejam sempre associadas aos
valores humanos.
Nesta perspectiva, o animador necessita de conhecimentos técnicos para:
Articular solidariedade, compromisso, responsabilidade e participação democrática;
Trabalhar em equipa, de forma democrática, em contextos informais;
Mediar conflitos e interesses individuais e comunitários;
Criar condições para o surgimento e renovação de grupos, através da superação das
barreiras criadas pela simbologia da linguagem, cultura, hábitos e costumes.

Ser animador é ter um papel social a desempenhar, pois a sua função é estabilizar o
funcionamento das relações entre indivíduos, assim como entre os indivíduos e a sociedade, e ainda
procurar um acesso à cultura para os indivíduos que não têm por hábito comunicar com os objetos ou
coisas, trabalhando ao nível da criação e formação.
As principais funções do Animador Sociocultural são:
Função de sensibilização, socialização, adaptação e integração;
Função lúdica, recreativa com ocupação de tempos livres e lazer;
Função educativa e cultural através do desenvolvimento comunitário e cultural;
Função de regulação social através de reparação e conexão de disfunções socioculturais.

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O animador deve:

Ser mais facilitador do que orientador;


Evitar dar conselhos – ser informativo;
Ter um papel de catalisador;
Criar um clima de confiança;
Ser a consciência e memória do grupo;
Ser um agente de formação – ser modelo.
Ser sensível;
Ser humano;
Ter conhecimentos de geriatria;
Ter conhecimentos de gerontologia

As actividades e as animações devem ser adequadas, orientadas e vocacionadas à idade e


escalão etário a que se destinam. Surgem, assim, os seguintes tipos de animação:

Animação Infantil: é a animação destinada a bebés, crianças e pré-adolescentes. É concebida


tendo em conta as características, competências, capacidades e aptidões próprias destas idades.
É a animação que acontece em creches, jardim-de-infância e O.T.L’s.
Animação Juvenil: é a animação destinada a adolescentes e jovens. Temos como ex. as acções
realizadas pelo Instituto Português da Juventude. A animação é feita tendo em conta as
expectativas, os gostos, interesses e necessidades dos jovens.
Animação Infanto-Juvenil: é a junção entre a animação infantil e a juvenil. Há, por assim
dizer, um alargamento em termos de faixa etária.
Animação para Adultos: é uma animação destinada a adultos, mais generalizada e de maior
alcance em termos de difusão. Não implica cuidados especiais em termos de metodologias e de
aprendizagem porque é virada para o divertimento e ntretenimento.
Animação Sénior/Idosos: vocacionada para os mais idosos (pessoas que atingiram a terceira
idade e são reformadas. É uma animação especializada, pois tem de ir ao encontro das
possibilidades e disponibilidade dos idosos.
Animação para Todos: é uma animação que engloba todas as faixas etárias, como por
exemplo a animação feita numa festa de aniversário. Tem a vantagem de aproximar todas as
idades, promovendo o relacionamento e o convívio.

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As actividades de animação poderão permitir ao idoso a experimentação de uma série de
técnicas e de actividades lúdicas adequadas à sua faixa etária, ocupando o seu tempo livre, numa
etapa da vida em que saborear o tempo se torna imprescindível. Para que o tempo livre do idoso se
organize de forma eficaz, muito contribui o técnico responsável por esta dinamização, que deverá ter
em conta os gostos e preferências do seu público-alvo.

Este técnico deverá ter determinação suficiente para não desistir de trabalhar com ele. Desta
forma, estará facilitada uma nova aprendizagem para uma nova forma de vida.
Os processos de sensibilização da comunidade, segundo Pérez Serrano, dividem-se em três etapas: a
consciencialização, a informação/formação e a interpretação da história e da cultura.
A primeira etapa passa, essencialmente, pelo interesse das pessoas por algo significativo nas
suas vidas. Isto é importante para que todos os membros da comunidade conheçam o seu meio
envolvente.
A informação/formação tem como base conciliar todas as medidas necessárias para que seja
possível ao indivíduo conhecer o que o rodeia. A pessoa mais informada é aquela que na hora
de tomar decisões as toma mais conscientemente. Entende-se por formação toda a intervenção
que procura produzir mudanças no comportamento e nos conhecimentos.
Por último, a interpretação da história e da cultura pretende que cada membro se
identifique com a realidade presente na sua comunidade e que seja capaz de interpretar as
estruturas sociais, económicas, culturais, políticas, sanitárias e ambientais que a compõem.

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O idoso depois da reforma dispõe de mais tempo livre, tornando-se necessário a formação
para o usufruto do lazer, entendido na tripla perspetiva de tempo de descanso, de recreio, de
enriquecimento cultural, de criação artística, de envolvimento cívico.
Posto isto, deve ser intenção do animador, poder contribuir e intervir na qualidade de
vida dos idosos para que o atingir de equilíbrios prazerosos de um doce envelhecer não sejam
mais do que uma utopia.
No caso da terceira idade, é sempre complicado estimular a sua participação nas atividades,
devido às várias limitações em que se encontram, como pela idade, as condições de saúde muito
distintas, as condições de solidão e os modos de vida que adotaram a partir de certo momento da sua
vida. De acordo com tudo isto, os programas de Animação Sociocultural devem ser adequados a cada
tipo de grupo com que se trabalha estabelecendo-se alguns objetivos gerais, que de acordo com Jaume
Trilla (2004) passam por:
Possibilitar a esse colectivo a realização pessoal, a compreensão do meio circundante e a
participação na vida comunitária;
Conseguir uma maior integração na sociedade a fim de que se oiça e dê valor à sua voz e se
tenham em conta as suas opiniões;
Oferecer a possibilidade de desfrutar da cultura;
Propiciar e criar atitudes e meios para gozar a vida plenamente.

No fundo, a animação é um processo que visa a participação e que desenvolve a criatividade


das pessoas. Destina-se a estimular as pessoas e os grupos para que se autodesenvolvam, mobilizando
todas as suas faculdades, no sentido da resolução dos seus problemas reais e colectivos.O papel
desempenhado pela animação é extremamente importante porque, para além de entreter e animar a
pessoa, também lhe permite um despertar para a descoberta e desenvolvimento das suas potencialidade
e capacidades

Recomendações para a atuação de guias orientadores de passeios e excursões:

Saudar o grupo, a presentar-se e dar as boas-vindas, de forma informal;


Transmitir informação geral sobre a actividade a realizar: duração, grau de dificuldade,
recomendações de comportamento, de forma clara, segura e firme
Estabelecer comunicação e interagir com o grupo
Criar interesse sobre o tema,

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Participar activamente nas dinâmicas e actividades que se realizam durante a visita;
Preparar cuidadosamente a visita
O mais importante é a experiência. Quanto mais se interpreta, mais se aprende;
Nunca deixar de aprender sobre o recurso que queremos interpretar;
Conhecer o melhor possível a nossa audiência;
Determinar com maior exactidão a mensagem que queremos transmitir e o que queremos
alcançar com essa mensagem;
Jamais mentir ou enganar o visitante;
Preocupar-se com a comodidade e segurança do visitante;
Aproveitar as oportunidades que se apresentam no decorrer do evento;
Promover a participação dos visitantes, que expressem as suas opiniões e ideias;
Usar várias técnicas de interpretação ao mesmo tempo de forma a conseguir melhores
resultados;
Usar exemplos que estejam relacionados com a audiência;
Não usar nomes científicos e demasiado específicos, a menos que seja estritamente
necessário;
Fornecer a informação logística (duração do evento, necessidades, etc.) no princípio.

Guiar/orientar é sinónimo de comunicar:

Tratar de aclarar as ideias antes de comunicar


Examinar o verdadeiro propósito de cada acto de comunicação
Considerar o meio físico e humano em torno do qual se estabelece a comunicação
Consultar os outros, quando for conveniente, ao planificar o que se vai comunicar
Pensar muito bem no que vai dizer e concentra-se no conteúdo básico da mensagem
Quando surgir oportunidade, aproveitar para comunicar algo que seja de ajuda ou valor para o
receptor
Assegurar-se que as suas acções reflectem as suas comunicações
Procurar não só ser compreendido, mas também compreender: seja um bom ouvinte.

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Programação de actividades:

As actividades servem para atingir objectivos ou para satisfazer o grupo. Mas em


qualquer dos casos temos de ser coerentes com o objectivo da nossa actuação. Não organizaremos
actividades competitivas se um dos nossos propósitos for o de melhorar as atitudes de cooperação
entre os membros de um grupo.

A realização das actividades tem de ter em conta o ritmo de desenvolvimento do grupo. Um


grupo que não se conhece, ou que acaba de chegar a um sítio novo, não tem a mesma capacidade de
realizar actividades que requerem cooperação do que a de um grupo que já está instalado num local ou
que já funciona há algum tempo.

A programação proposta deve incluir elementos atractivos, inovadores e espectaculares. Uma


certa dose de originalidade e de espectacularidade na animação de actividades é importante. Mas sem
cair no permanente protagonismo e, ou, espectáculo da parte dos animadores, que convertem o grupo
em mero consumidor, de actuações, concursos e outras actividades do género.

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As actividades devem respeitar o ritmo de vida dos membros do grupo. O que obriga a
não programar, por exemplo, actividades que requeiram esforço físico depois de comer, ou um longo
período de actividades pouco movimentadas.

A programação de actividades deve ter sempre presente a segurança daqueles com que
trabalhamos. Por outro lado, os animadores, além de proporem uma programação inovadora, atractiva
e espectacular, devem conseguir que o grupo encontre e defina o tipo de actividades que realmente lhe
interessa, e que os membros do grupo façam também as suas propostas.

Condução e dinamização do grupo:

o Os animadores devem ajudar o grupo na preparação e realização de actividades.


As actividades são quase sempre preparadas pelos animadores, mas devemos tentar,
com firmeza e persistência, que o grupo assuma, também, a responsabilidade de
preparar e realizar actividades com o propósito de fomentar a sua autonomia e a coesão.

➢ Os animadores devem ser elementos potenciadores do desenvolvimento da criatividade


e imaginação dos membros do grupo. Isto significa que os animadores devem ser criativos.

➢ Mas, não significa que devam criar, muito menos durante as actividades, para que o grupo os
imite. Devem ser originais e imaginativos, mas sobretudo para saberem escolher elementos de
trabalho, transmitir sensações, oferecer elementos motivadores e que ajudem a desenvolver a
imaginação e a criar.

➢ A capacidade de adaptação e flexibilidade de atividades de animação depende não só de


um bom programa mas também da humildade e do engenho da equipa responsável para captar
as informações fornecidas pelas próprias actividades e participantes.

➢ Na fase de execução, o animador tem que ter consciência das suas potencialidades, para que o
entusiasmo e a excitação em torno dos jogos não passem os limites da segurança e do equilíbrio
existente entre todos os factores. Assim, é exigida uma constante atenção no desenrolar das
atividades e na percepção dos sintomas criados.

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Para um bom desenvolvimento da actividade é necessário:

Facilitar a explicação das regras;


Permitir a compreensão de todos os participantes através de demonstrações, se for necessário;
Favorecer o bom desenvolvimento e estimular a iniciativa por parte dos participantes;
Evitar protestos;
Se o jogo incluir pontos ou golos, deve facilitar-se a compreensão das regras sobre a marcação
ou obtenção dos mesmos.

A comunicação entre o animador e o grupo tem de ser directa, objectiva e interactiva. É


necessário focar os aspectos mais importantes e intervir de forma clara. A explicação ao grupo dos
objectivos pretendidos pode passar pela explicação oral ou por uma demonstração do movimento ou
da acção.

A boa comunicação pode evitar a confusão na perceção por parte dos participantes e
permitir que a actividade se realize sem grandes interrupções.

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Actividades recreativas e de lazer com idosos

Impacto nas dimensões do bem-estar humano e Benefícios ao nível da saúde

A terceira idade é momento mais alto da maturidade. Os idosos têm em seu poder um tesouro
de sabedoria e de experiência e, por isso, merecem respeito, devendo ser valorizados e não
marginalizados.
Segundo Geis (2003), “o idoso deve ter atitudes positivas na vida, e a primeira dessas atitudes
básicas é aprender a ser ele mesmo, aprender consigo mesmo, a conhecer-se de forma como é, com
suas dimensões reais, espaciais, temporais, corporais, espirituais.”
Conforme WAGORN (2002), uma das coisas mais maravilhosas deste mundo é ver pessoas
adultas, entre 80 ou 90 anos, envelhecerem saudavelmente, com autonomia e capacidade para
resolverem, sozinhas, as suas próprias coisas, para viverem de forma independente e ativa as suas vidas
sem se preocuparem com o envelhecimento e com o que este representa, sem deixar que este crie
obstáculos para o prosseguimento do ritmo natural da vida.
À medida que os anos passam, as alterações no organismo e condição física vão sendo
acentuadas. Diante de todas estas alterações, a atividade física age positivamente, seja como forma de
prevenção, seja como forma de manutenção. Cada pessoa deverá praticar o tipo de exercício físico que
mais lhe convenha e que se adapte melhor às suas necessidades, trabalhando conforme a intensidade e
o ritmo que lhe forem mais cómodos.

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Como escolher o tipo de atividade física adequada?

Para realizar o trabalho de forma mais adequada, é importante que cada um conheça o seu
corpo, as suas possibilidades de movimento, a sua capacidade de realizar um exercício de forma correta
sem chegar ao esgotamento físico, nem psíquico, que controle as suas necessidades e esteja consciente
do tipo de atividade que lhe é mais conveniente. Por exemplo, um idoso que se tenha e inscrito ou
procurado um programa específico de exercícios físicos com a finalidade de melhorar uma série de
alterações físicas, como dores musculares ou articulares, não realizará a mesma atividade que uma
pessoa cujo objetivo seja manter uma vida social, fazer parte de um grupo, ter com quem falar, fazer
amigos, já que esta pessoa necessitará de uma atividade mais lúdica, baseada em jogos, danças, e
atividades recreativas.
Os idosos que realizam um programa de actividades físicas, não só estão interessados no tema
como desejam integrar-se nesses programas. Percebe-se que as motivações são muitas e variadas, mas
que podem ser agrupadas sob quatro aspetos: prevenção, manutenção, reabilitação e recreação.

Quanto à teoria do exercício físico, o tema da terceira idade é desenvolvido a partir de


diferentes segmentos:
- em primeiro lugar é realizado um estudo de todos os aspetos físicos, psíquicos e socio-
afectivos que caraterizam as pessoas dessa faixa etária e as suas relações com a actividade física e a
saúde.
- em segundo, aborda-se temas referentes como a alimentação, visto que actividade física deve
estar relacionada com uma boa e adequada alimentação.

- e por último uma série de questões interessantes aos idosos que desejam iniciar uma atividade
física, focando temas como a necessidade da sua prática e desenvolvendo elementos motivadores que
impulsionam a realização de uma atividade.

O profissional deve estar actualizado, para que conheça todos os aspectos que caraterizam os
idosos e para que aprenda a forma de lidar positivamente com eles mediante uma prática de atividades
físicas adequadas ao grupo.

A actividade física é uma óptima alternativa a ter em conta, como meio de socialização e de
actividade, já que melhora a condição física e saúde e oferece momentos descontraídos e lúdicos com
o grupo.

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Os benefícios da actividade física são muitos e a variados níveis ou domínios:

Ajuda a regular os níveis de glucose;

Melhora o sono, tanto em qualidade como em quantidade;

Melhora a resistência cardiovascular/aeróbia;

Provoca aumentos de força;

Ajuda a preservar e a readquirir flexibilidade;

Melhora no equilíbrio e coordenação;

Melhor controlo sobre a velocidade de movimento;

Favorece o relaxamento;

Reduz ou evita o estado de depressão;

Melhora o estado de humor;

Melhora o bem-estar geral;

Melhora a saúde mental;

Melhora a função cognitiva;

Melhora o controlo motor;

Melhora a confiança e satisfação pela vida;

Proporciona novas aprendizagens.

Fomenta a integração social e cultural;

Fomenta a integração e participação na comunidade;

Fomenta novas amizades;

Fomenta as relações sociais e culturais;

Fomenta o desempenho de novos papéis sociais;

Fomenta aactividade entre diferentes gerações;

Melhora a qualidade de vida, integrando o indivíduo com a natureza; assim, sabemos que a
prática de exercício físico de forma regular, produz uma série de melhorias ao nível da
saúde, tanto na prevenção como no controlo de doenças, trazendo benefício à nossa saúde

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A terapia ocupacional é caraterizada como a profissão da área da saúde que promove o
desenvolvimento, tratamento e a reabilitação de indivíduos ou grupos que necessitem de
cuidados físicos, sensoriais, psicológicos e/ou sociais, de modo a ampliar o seu desempenho e
participação social, através de instrumentos que envolvam a atividade humana num processo dinâmico
relacional entre esta e a pessoa do paciente e a do terapeuta.
Para isto o terapeuta ocupacional lançará mão, em diferentes situações, do uso específico de
atividades expressivas, lúdicas, artesanais, da vida diária e de automanutenção,
psicopedagógicas, profissionalizantes, entre outras, previamente analisadas e avaliadas, sob os
aspetos anatomo-fisiológicos, cinesiológicos, psicológicos, sociais, culturais e económicos.

O terapeuta ocupacional, sempre que necessário, trabalha em estreita cooperação com outros
profissionais e atua ainda nas áreas de pesquisa científica, educacional e administrativa. Nesta última,
dirigindo, supervisionando e orientando serviços próprios em instituições públicas ou privadas,
educacionais e assistenciais.

Meios de expressão

A expressão plástica é um dos modos mais característicos que o idoso tem, não só de
observar e manipular a matéria, de forma criativa, como, também, de comunicar ao exterior a sua
particular visão do meio, sua aquisição permanente de noções e a necessidade de compartilhar com os
outros o seu estado emocional.
A criatividade, e a expressão na criança/jovem, implicam amadurecimento, capacidade de
comunicação, nível perceptivo e motor, grau de motivação e, desde logo, conhecimentos da

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aplicabilidade de certas técnicas no seu trabalho criativo. Também se revela importante para os grupos
de idosos porque através dela podem ser criativos e ajuda na coordenação fina.

Expressão Plástica

A expressão plástica é um dos modos mais caraterísticos que a criança tem, não só de
observar e manipular a matéria, de forma criativa, como, também, de comunicar ao exterior a sua
particular visão do meio, sua aquisição permanente de noções e a necessidade de compartilhar com
os outros o seu estado emocional.
A criatividade, implica amadurecimento, capacidade de comunicação, nível precetivo e motor,
grau de motivação e, desde logo, conhecimentos da aplicabilidade de certas técnicas no seu trabalho
criativo.

Expressão Plástica – unidades de trabalho

✓ Desenho;

✓ Pintura e estampagem;

✓ Colagem, mosaico e vitrais;

✓ Modelagem;

✓ Construções.

Desenho

O desenho permite:

Expressar livremente, através de imagem espontânea, as próprias vivências;

Adquirir hábitos de observação visual;

Criar imagens partindo das diferentes estimulações ambientais;

Alcançar uma progressiva habilidade e agilidade manual;

Conhecer e aplicar as possibilidades plásticas dos instrumentos.

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Arte dramática

A expressão mais primitiva começa no jogo livre e chega através de sucessivas etapas a um
jogo elaborado, imaginativo e criador que é o jogo dramático.

Nesta área de expressão integram-se todos os recursos expressivos do homem e, por isso, é
também o eixo de confluência de todas as áreas predominantemente expressivas.

Divide-se em expressão corporal, que demonstra na liberdade de movimentos corporais, e


expressão dramática, de representação, de expressividade e criatividade.

Expressão Dramática – unidades de trabalho

✓ Expressão corporal;

✓ Processo dramático;

✓ Modalidades de representação.

Expressão corporal

É a atitude especificamente humana que, partindo da vivencia do próprio corpo, permite ao


indivíduo conectar-se consigo próprio e, consequentemente, exprimir-se e comunicar com os outros.
É a linguagem que serve do gesto, do rosto e da posição do corpo e dos seus vários membros.

Processo Dramático

Processo estruturado ao longo do amadurecimento da criança/jovem, que permitirá pôr em


marcha todas as modalidades expressivas e que constitui um grau de desenvolvimento
intelectual.

Potencia a imaginação e a própria criatividade;

Aumentar a capacidade de vivenciar e assumir os principais papéis sociais.

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Modalidades de Representação

Constituem as diversas técnicas de representação dramática, seja de argumentos próprios


ou baseados em obras literárias, como podem ser o conto, a fábula, a poesia ou mesmo a peça de teatro
de crianças. Todas requerem:

Conteúdo: personagens e argumento.

Montagem: texto, decoração, efeitos especiais, construções, etc.

Técnica de representação aprendida por parte da criança/jovem.

Representação frente a um público espectador.

Entre estas modalidades representativas, as mais difundidas são:

Mímica- Representação que utiliza só o gesto corporal, nunca a palavra. Pode realizar-se
juntamente com outros recursos expressivos, como a música, os efeitos sonoros e a iluminação.

Fantoches e marionetas- São representações de bonecos ou de figurinhas, vestidas e


adornadas, que imitam a figura e os movimentos humanos; podem ser movidos usando uma ou
as duas mãos, varetas (marionetas), e inclusivamente a própria cabeça como suporte do corpo
do boneco.

Teatro de sombras- Representação com silhuetas de animais, de objetos ou humanas, que


fortemente iluminadas por detrás com um foco luminoso, são projectadas sobre a parede ou
sobre um ecrã.

Teatro infantil/juvenil/sénior- É a teatro planeado, organizado e interpretado pelas mesmas


crianças/jovens/adultos que ao mesmo tempo se tornam espectadores do seu próprio
espectáculo.

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Música e literatura

Expressão Psicomotora

A expressão psicomotora estabelece a influência que o movimento tem na organização


psicológica geral, já que assegura a passagem da vertente corporal à vertente cognitiva-afectiva.
Portanto, a actividade psicomotora, para que assim o seja, não pode ser um movimento reflexo
e espontâneo; deve levar associado uma vontade e uma intenção.

Esta expressão promove:

Reconhecimento do esquema corporal;

Desenvolvimento da capacidade, disponibilidade e utilização do próprio corpo

como elemento expressivo;

Orientação no espaço;

Aquisição das noções de equilíbrio, respiração adequada, ritmo, nível de tensão, velocidade, etc.

Expressão Psicomotora – unidades de trabalho

✓ Esquema corporal;

✓ Organização espacial;

✓ Organização temporal;

Esquema corporal

Desenvolver uma imagem ajustada e positiva de si próprio, progredindo no conhecimento do


próprio esquema corporal.

Descobrir e utilizar as próprias possibilidades motoras, sensitivas e expressivas.

Adquirir a coordenação e o controle dinâmico geral do próprio corpo para a execução de tarefas
da vida quotidiana e de actividades recreativas.

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Organização espacial

Iniciar e desenvolver a aquisição das destrezas próprias da organização espacial.

Progredir na segurança e precisão das deslocações através do espaço próprio.

Estruturar o espaço exterior e localizar nele o próprio corpo e os objectos.

Literatura

A literatura desenvolve a imaginação e a criatividade;

Desenvolve capacidades linguísticas;

Ajuda a criar valores e a ter atitudes positivas;

Literatura - Unidades de trabalho

✓ Histórias;

✓ Lengalengas;

✓ Poesia;

✓ Trava-línguas;

Sugestões de actividades, para trabalhar a literatura:

Audição de histórias, poesia, lengalengas, trava-línguas;

Histórias inacabadas

Leituras em grupo

Dramatização

Trabalhos manuais

Expressão corporal

Criar outros finais para a história

Criar novas histórias com os mesmos personagens

Criar novas ilustrações

Selecionar palavras da história e criar outras histórias

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As 5 componentes essenciais das actividades de recreação e lazer

Os benefícios das actividades físicas para a terceira idade são inúmeros e bem conhecidos:
incrementam a mobilidade, previnem doenças e aumentam a disposição. Mas não é apenas o físico que
deve se manter ativo. A recreação para idosos trabalha a capacidade cognitiva e deve ser incentivada
para uma vida mais longa e saudável.

Actividades como jogos de carta, bingo e dança exercitam o cérebro e ainda são ótimas
opções para a interação com outras pessoas - relações sociais e de afeto que muitas vezes fazem falta
nesse momento da vida.

Benefícios das actividades recreativas

Além de ser uma forma de lazer e passatempo, a recreação para idosos também
proporciona benefícios importantes para manter o corpo e a mente saudáveis na terceira idade.

A melhoria da coordenação motora, da concentração, da agilidade das capacidades cognitivas


em geral, são benefícios facilmente perceptíveis. Outros efeitos importantes são a interação social e
afetiva que as atividades proporcionam, essenciais principalmente para os idosos que moram sozinhos
ou ficam muito tempo sem companhia.

5 componente das atividades de recreação:

1 - Quebra-cabeças

Quem disse que quebra-cabeças é brincadeira apenas para as crianças? Também é uma
forma de recreação para idosos, que estimula a perceção, o raciocínio e a concentração. Outras opções
como jogo da memória e tabuleiro também não podem ficar de fora das atividades para passar o
tempo e exercitar a mente.

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2 - Bingo

O bingo já é um jogo clássico para idosos. Muito interativa, a atividade permite que os
amigos se reúnam e até mesmo façam novas amizades. O jogo proporciona diversão certa, enquanto
trabalha com a capacidade de perceção, agilidade e tempo de reação rápido.

3 - Artesanato

Outra dica de recreação para idosos que trabalha com as habilidades motoras e melhora a
coordenação é o artesanato. Seja com pintura, desenho, escultura ou decoração de objetos, como
molduras, canecas e guirlandas, a atividade permite ainda a expressão e o autoconhecimento, fatores
importantes para evitar a solidão e a depressão.

4 - Dança

Dançar é uma óptima forma de exercitar tanto o corpo quanto a mente, além de
promover a interação com muitas pessoas. Nesse tipo de actividade, geralmente formam-se grupos
de amigos, garantindo os benefícios das relações afectivas para os idosos.

5 - Jogos de cartas

É difícil encontrar idosos que não gostem de jogar cartas. Basta um baralho e um espaço na
mesa para começar a diversão, que incentiva a competição, o espírito de equipa e a superação de
desafios. A actividade exige agilidade mental, pois trabalha com o raciocínio lógico e rápido, além
de planejamento para jogadas estratégicas, mantendo a capacidade cognitiva em dia.

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Jogos tradicionais

Os jogos constituem um segmento importante das actividades lúdicas, essencialmente pelo


carácter pedagógico que encerram.
Analisemos de seguida alguns exemplos de jogos lúdicos de interior (Puertas, 2002).

Jogos de “Quebra-Gelo”

Os jogos de “quebra-gelo” são usados num primeiro momento quando os participantes ainda
não se conhecem, e procuram facilitar a comunicação e a vida social entre os mesmos. Estes jogos não
admitem participantes passivos, todas as pessoas têm que participar.

Jogos realizados à noite:

Jogos de integração;
jogos com música;
jogos concursos;
jogos dinamizadores.

Os jogos realizados à noite encontram-se divididos em quatro grupos, sendo que os três
primeiros têm um carácter competitivo, o que não acontece com os jogos dinamizadores.

Macro jogos: ´

Jogos de pista e rallies;


quermesses;
jogos de mesa ampliados.

Os macro jogos são jogos que se prolongam no tempo, não afectando negativamente o ritmo
nem o interesse dos participantes. São jogos que necessitam de locais muito amplos para poderem ser
realizados.

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Jogos culturais:

Jogos matemáticos e de dedução lógica;


jogos de mesa; quizz.

Os jogos culturais baseiam-se em conhecimentos adquiridos, na agilidade mental e inteligência


dos participantes, e podem ser simples provas ou acções realizadas no âmbito de um jogo maior.

Jogos de interior
Jogos de integração
Concursos
Jogos de tabuleiro
Jogos de dedução lógica
Jogos matemáticos
Bridge
Xadrez
Dominó
Damas
Cartas
Bilhar
Bingo
Puzzles

Para além destes jogos, destacam-se algumas actividades recreativas e festivas nocturnas:

Recepções de boas-vindas
Concursos de eleição
Concursos de talentos
Festas temáticas

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Os jogos exteriores são normalmente realizados em equipas e alguns jogos podem ser
praticados sem a utilização de qualquer material. Exemplos de jogos de exterior Tradicionais:

Jogo da Malha

Material: 4 malhas de madeira, ferro ou pedra (duas para cada equipa); 2 pinos (paus redondos
que se equilibrem na vertical).
Jogadores: 2 equipas de 2 elementos cada.
Jogo: Num terreno liso e plano, são colocados os pinos, na mesma direção, com cerca de 15/18
metros de distância entre eles. Cada equipa encontra-se atrás de um pino. Joga primeiro um
elemento de uma equipa e depois o da outra, tendo como objectivo derrubar ou colocar a
malha o mais perto do pino onde está a outra equipa, lançando-a com uma mão.
Pontuação: 6 pontos por cada derrube, 3 pontos para a malha que fique mais perto do pino.
Quando uma equipa atinge 30 pontos, ganha. Uma partida pode ser composta por três jogos,
uma equipa para vencer terá de ganhar dois.

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Bibliografia

✓ Chimenti, Sílvia & Tavares, Adriana (2007) Guia de Turismo: o profissional e a profissão,
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