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XVII Simpósio Integrado de Pesquisa

13 de novembro de 2019 – Itajaí/SC

O CURRÍCULO DE FORMAÇÃO DO CURSO DE MODA DA FURB (1997) E OS


CAMPOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL

Emanuella Scoz (FURB)


Márcia Regina Selpa Heinzle (FURB)
Gabriela Poltronieri Lenzi (USAL)

Resumo:
Os dados deste artigo são um recorte da pesquisa para o mestrado em Educação da
Universidade Regional de Blumenau (FURB). Aqui são apresentados dados sobre as
ênfases curriculares do primeiro curso de Moda da mesma instituição e o percurso
formativo dos egressos em seus campos de atuação tecendo reflexões com objetivo de
observar possíveis proximidades e distanciamentos do currículo de formação deste curso
nos campos de atuação dos egressos. Como 2º curso de Moda do Estado de Santa
Catarina e 1º curso que surge após a LDB/1996, o curso de Moda da FURB foi
determinante para a formação do profissional de Moda do Estado de Santa Catarina,
localizado, na época, em um polo fabril têxtil que atualmente compõe o cluster têxtil de SC.
Palavras-Chave: Campos de atuação de Moda; Currículo; Ensino superior.

Introdução

Lançado em um momento de profundas mudanças econômicas, o curso


proporcionou proximidades entre o profissional de Moda e os campos de atuação, como
distanciamentos em relação a outros campos de atuação da Moda.
O currículo construção do seu tempo, é, para Sacristán (2000, p. 107) não pode ser
compreendido “à margem do contexto no qual se configura e tampouco independente das
condições em que se desenvolve”, com isso pode ser reconhecido que no lançamento do
curso de Moda da FURB havia a necessidade econômica de ampliar a concorrência das
indústrias de Santa Catarina em nível global, em maior parte localizadas no polo têxtil que
compreende o Vale do Itajaí. Esta capacidade ocorreu pela inserção da Moda como agente
de concorrência, e foi necessária, visto a abertura de mercados do Brasil. A globalização
da década de 1990 repercutiu negativamente na economia brasileira, aumentando o
desemprego (SANTOS, 2002). A dificuldade de concorrência ocorreu pela defasagem
tecnológica das indústrias brasileiras. Santa Catarina, no entanto, como já vinha de uma
cultura industrializada desde a sua colonização detinha condições de manter-se no
mercado têxtil mundial.
O curso de Bacharel em Moda com habilitação em Estilismo Industrial da FURB
surge após a LDB/1996 e portanto levava em consideração as demandas do mercado local,
que necessitava de profissionais aptos às demandas industriais locais “como também para
todo o Estado de Santa Catarina e Sul do Brasil” (FURB, 1996, p. 18). Como ênfases do
projeto de viabilidade do curso constam o foco do curso no trinômio Moda/Vestuário/
Roupa, no desenvolvimento econômico e profissional das indústrias têxteis da região, e um
perfil de formação de um profissional com visão ampla do processo produtivo, comunicação
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e fluência verbal, trabalho em equipe, aptos a criação de estilo e pesquisa de tendências


sociais, adaptados as realidades de mercado regionais. Representando um currículo
formativo com maior proximidade das realidades econômicas e culturais de Santa Catarina
na época de lançamento do curso.
A partir da formação da primeira turma, em 2001, ocorrem mudanças estruturais no
ensino e conceito de Moda no Brasil a exemplo da CNE/CES n. 05, de 8 de março de 2004,
do Conselho Nacional de Educação (CNE), no MEC, estabeleceu que “os cursos de Moda
do Brasil deveriam obedecer às diretrizes curriculares do Design” (QUEIROZ, MORAES,
2015, p. 69), sem no entanto delimitar a diretriz curricular para os cursos de Moda no Brasil.
Esta e o interesse em regulamentar a profissão do designer no Brasil, somadas as
contínuas transformações econômicas e culturais advindas da globalização podem ter
influenciado na ação do currículo nos campos de atuação dos profissionais egressos.
Neste artigo constam reflexões sobre possíveis proximidades a distanciamentos
entre o currículo do curso de Moda da FURB e os campos de atuação dos egressos, a
partir da fala dos egressos, adquiridas por meio de questionário aplicado aos egressos da
primeira turma do curso de Moda da instituição. Dos 27 egressos foram encontrados 16, e
foram obtidas 8 respostas ao questionário. As respostas foram analisadas a partir da
análise de conteúdo de Bardin (2016), por meio da análise temática na busca por núcleos
de sentido na fala dos egressos. Os egressos reconheceram a importância dos
conhecimentos adquiridos com a formação em Bacharel de Moda da FURB em seu
percurso formativo.
Emerge da trajetória dos egressos em seus campos de atuação novos
conhecimentos. A partir dessa trajetória os egressos sugerem formatos de ensino
baseados em campos de atuação diversificados, como e-comerce e design para bolsas e
calçados. A globalização ampliou a necessidade de conhecimentos que ampliassem a
competitividade entre industrias primariamente mais desenvolvidas, ao mesmo em que em
Santa Catarina novos polos produtivos foram se formando, como de calçados e acessórios.
Ainda, na voz dos egressos foi possível perceber a interação criativa e produtiva em níveis
local, regional, nacional e global em seus campos de atuação após a formação inicial. É a
partir dessas sugestões são tecidas reflexões acerca das proximidades e distanciamentos
do currículo de formação do profissional de Moda de Santa Catarina em seus campos de
atuação. É esperado com essa reflexão aproximar o currículo do curso de Moda das
demandas profissionais que se formaram a partir da década de 1990 no Brasil, e assim
auxiliar as discussões já existentes sobre currículo de Moda no Brasil.

Proximidades e Distanciamento do Currículo de Formação do Profissional


de Moda de Santa Catarina e seus Campos de Atuação

Ao analisar os acontecimentos durante o início do século XXI foi possível perceber


que a cultura, a partir do movimento de hibridização cultural (SANTOS, 2002), tornou-se
fator de inovação e competitividade no mercado. No início da década de 2000, a Moda
passa a ser reconhecida como Cultura no Brasil, iniciando um processo de
desenvolvimento de políticas culturais com o “Programa Cultural para o Desenvolvimento
do Brasil” (BRASIL, 2006). Com ele surgiu o “Programa Cultura Viva”, entendendo a Moda
como cultura (BRASIL, 2006), e a cultura como patrimônio do povo, gerador econômico e
de identidades (CULTURA DIGITAL, 2014), bem como os colegiados setoriais de Moda
num movimento intenso de desenvolvimento econômico do país. Ao considerar que o
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produto principal da cultura passou a ser a identidade, há uma transformação nos âmbitos
dos conhecimentos empregados nos campos de atuação, que levou alguns egressos a
considerar novas formas de ensino para a Moda.
Versolato, pseudônimo que foi utilizado para nomear o respondente, comentou que
“Além de qualquer grade, acredito que o Curso deveria estar todo estruturado em projetos”
(VERSOLADO, 2019).
Segundo Sacristán (2000, p. 37), “no ensino universitário se destaca a adequação
dos currículos ao progresso da ciência, de diversos âmbitos do conhecimento e da cultura,
e à exigência do mundo profissional”. A nova morfologia do mundo do trabalho considera
a totalidade do trabalho social (ANTUNES, 1995), a precarização do trabalho com o
surgimento de novos arranjos produtivos e do trabalho em nível global, tornando complexa
a estruturação curricular e trazendo novos desafios aos métodos tradicionais de ensino.
Deste modo, a constituição do currículo em uma lógica de administração taylorista
foge à lógica do processo educacional que focaliza o aprendizado, e foca no modelo da
fábrica, que prima pelos “princípios de eficácia, controle, previsão, racionalidade e
economia na adequação dos meios a fins” (SACRISTÁN, 2000, p. 45). Outro egresso, de
codinome Coelho (2019), cita contribuições para o curso de Moda que vão além da soma
de disciplinas:
Penso que deveria ser feito um direcionamento/divisão por áreas de interesse de
atuação. Além das disciplinas básicas, comuns a todos os alunos, a partir do semestre X
ou Y, haver a opção/ênfase para determinada formação. Ex.: Modelagem: aulas mais
avançadas (molde no papel e sistema + Moulage). Produção de Moda: Mais aulas de foto,
vídeo, vitrinismo, personal Stylist e afins. Criação: foco na pesquisa e criação propriamente
dita, além do aprimoramento em desenho técnico (mais importante na indústria que o
desenho de croquis, por exemplo). Importante também o profundo conhecimento técnico
(pra ter noção de viabilidade na produção). (COLEHO, 2019).
O egresso traz para a discussão curricular uma forma de abranger os
conhecimentos de Moda dentro do curso a partir da escolha por parte do estudante em um
determinado momento do curso e por áreas específicas. Na sugestão de direcionamento
por áreas de interesse os campos de atuação citados consideram a atuação em campos
diversos. O que nos levou a crer que o egresso compreende a diversidade de atuações em
Moda. Os campos de atuação citados estão relacionados ao Estilismo industrial, criação e
viabilidade produtiva, e também a áreas relativas a comunicação, como a produção de
Moda, ainda com foco na indústria.
Os campos de atuação dos egressos logo após a formação inicial consta no gráfico
a seguir:
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Gráfico 1: Experiências profissionais declaradas e frequência de aparição


Estilista e
desenvolvimento de
produtos

Consultora de Moda
Designer
e estilo

Branding e
Modelagem
produção de eventos

Gestão de marca,
Margketin e vendas
equipes e produto

pesquisa acadêmica docência

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.

Pelo gráfico, podemos ver as áreas de atuação diversificadas, que foram citadas
pelos respondentes como áreas de atuação de seu percurso profissional. Destas áreas, foi
percebido que os respondentes, em maior número de vezes, relataram ter participado de
trabalhos como estilista e desenvolvimento de produtos, seguidos de marketing e gestão
de marcas, equipes e produtos. As áreas são próximas as áreas descritas no projeto de
viabilidade do curso, que tinha com foco de ensino a criação de estilo e pesquisa de
tendências sociais com visão do processo produtivo do vestuário, comunicação e a fluência
verbal.
O egresso cujo codinome foi Versolato, relatou que: “durante a graduação atuei
durante 7 edições da São Paulo Fashion Week na equipe da Gloria Kalil em diversas
funções. Naquele momento o conhecimento técnico me ajudou nas entrevistas e na troca
com os colegas, quase todos com formação em jornalismo e sem tanto conhecimento
técnico de tecidos, confecção”. (VERSOLATO, 2019)
Essa fala do egresso Versolato pode nos levar a entender que, considerando que
o seu conhecimento sobre tecidos e confecção foi o que mais o destacou em meio aos
demais, possivelmente, os conhecimentos sobre Moda enquanto fenômeno social
poderiam ser mais difundidos, conhecidos, mesmo que não em profundidade. Das
dificuldades encontradas para ingressar nos campos de atuação constam:
Para o egresso Lino, “não tive problemas assim que me formei e comecei a
trabalhar” e Denner diz “Não encontrei”. Já o egresso Coelho relata que houve dificuldade
na “colocação no mercado tendo pouca experiência prática, por isso a sugestão de Estágio
pertinente ao curso”, como forma de reconhecer e adentrar nos campos de atuação durante
a formação inicial.
O estágio supervisionado em Moda faz parte das exigências para a formação do
curso de Moda da FURB (1996), o que nos faz refletir sobre a prática de aplicação desse
estágio e o valor de aprendizado que ele oferece nos moldes tradicionais.
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Ao alinhar a demanda de formação às demandas de mercado, o curso de Moda da


FURB consolidou-se num já existente polo têxtil, contribuindo com a profissionalização do
setor e também para o aperfeiçoamento das capacidades competitivas das indústrias e
confecções regionais. Reitera-se este pioneirismo e ineditismo do curso de Moda da FURB
uma vez que ele certamente auxiliou na evolução de polo têxtil para o atual cluster têxtil
(MEYER- STAMER, 2000) da região.
Os egressos foram questionados se, na sua atividade profissional atual, ou na
atividade exercida por mais tempo na área, tinham estabelecido contatos relativos à
produção ou criação em nível local, regional, nacional ou internacional, foram obtidos os
seguintes resultados: Contato com produção em nível Local: 4, Regional: 2, Nacional: 3 e
Internacional: 1. Contato criativos em nível Local: 4, Regional: 2, Nacional: 3, e
Internacional: 3. Estes dados indicam que houve presença forte de empresas produtivas e
criativas locais no mercado global. O Plano Catarinense de Desenvolvimento (2006) já
indicava um contexto estadual com economia diversificada em arranjos e cadeias
produtivas, com alto grau de desenvolvimento tecnológico e com aumento das exportações
para Santa Catarina.
As indústrias da região do Vale do Itajaí mantinham contatos internacionais com
países europeus devido a colonização fabril, e, com a abertura dos mercados já detinham
um mercado com exigências de relações internacionais. Além das indústrias1 da região,
surgiram novos arranjos produtivos, como Micro e pequenas empresas (MPE) e Micro
empreendedor individual (MEI), que se beneficiaram das transformações nos meios de
comunicação. Buscou-se, então, compreender se essas empresas das quais os
respondentes faziam ou já fizeram parte eram indústrias, MPE ou MEI e foram obtidos os
seguintes resultados: 43% dos egressos confirmaram ter trabalhado em indústrias, e 43%
com serviços. Nenhum egresso participou de MPE e 14% confirmaram participar de MEI.
Foi possível perceber que os campos de atuação foram mais ativos em primeiro lugar na
indústria, seguidos do setor de serviços em que estão os consultores de Moda e estilo,
institutos de pesquisa e pesquisadores, sytlists e demais profissionais liberais, e em
terceiro lugar nos MEI.
Na trajetória desses egressos, as MPE não demonstram empregabilidade direta, no
entanto, compreendeu-se que os serviços podem incluir atendimento aos MPE. O fato de
a representatividade do segmento que foi polo têxtil desde a colonização e mantém
atualmente um cluster têxtil demonstra a fragmentação e segmentação do trabalho, a
diversificação dos arranjos produtivos e também as modificações estruturais no trabalho.
A precarização do trabalho relatada por Antunes (2015) se mostra realidade crescente no
Estado, e muitos mecanismos políticos foram feitos para evitar a precarização, como o
investimento em MEI (PCD, 2006), que pode ser visto no gráfico com 14% de acesso
profissional dos respondentes.
A trajetória dos egressos demonstrou ser variada em campos de atuação, os
mesmos necessitaram de formação constante para adequar-se as transformações no
mundo do trabalho. O egresso Dener buscou o curso pelo interesse em trabalhar com
Moda. Logo após a conclusão do curso de Moda da FURB, Dener ingressou em uma

1
Micro e pequenas empresas são as que possuem receita bruta anual igual ou inferior a R$ 360.000,00,
segundo SEBRAE, disponível em shorturl.at/qvFQ3. Acesso em 23.08.2019. As MPE, mesmo podendo utilizar
recursos e método produtivos industriais são diferenciadas do termo indústria pela capacidade produtiva e
receita anual inferior em relação as indústrias, que, comumente enquadram-se em empresas de pequeno
porte ou acima, com rendimentos igual ou superior a R$360.000,00.
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empresa da região de Blumenau com representatividade nacional (em vendas), como


estilista trainee. O egresso Dener relatou não ter tido empecilhos para acessar os campos
de atuação e depois desta experiência profissional, trabalhou em outra empresa com
marca própria, no setor de desenvolvimento, assumindo a coordenação. Em 2004, Dener
criou uma marca de biquínis e já prestava “assessoria para mais de 100 empresas no
segmento moda feminina, masculina, jeans, malha e plano”. Em 2007, fundou a “Libere
fashion school and companies”, da qual é diretora. Em 2018, assumiu a coordenação de
estilo da marca brasileira Triton, em paralelo às ações de “assessoria de moda empresarial,
marca própria e escola de moda”.
A sua trajetória nos permite perceber a variedade de campos de atuação da Moda
no ramo do vestuário, uma vez que atuou no desenvolvimento e na consultoria de estilo e
coleção para empresas que mantinham relacionamento regional, nacional e global, tanto
nas áreas produtivas, quanto nas criativas. Dener relacionou sua trajetória profissional às
áreas de “Cultura, produção cultural, indústria cultural” e de “Produção e Gestão”. A
trajetória de Dener ocorreu dentro de indústrias e empresas de confecção do vestuário e
mesmo nestas empresas que necessitam de profissionais técnicos, relatou a necessidade
de um currículo que abrangesse temas relacionados à gestão de equipes, semiótica e
comunicação da Moda, conhecimentos que buscou em formações complementares após
a sua formação inicial.
O egresso Palomino (2019) relatou seu interesse no curso de Moda da FURB por
“uma pré-disposição mental para trabalhar com arte - a moda me parecia um universo com
maior chance de eu conseguir rentabilizar arte com mais facilidade”. Este vínculo dado por
Palomino à Moda como uma forma de “rentabilizar a arte com mais facilidade” chamou
muito a atenção, pois, nesta fala, apontou a Moda como uma forma de transpor as
informações artísticas para produtos da utilidade cotidiana, assimilando as informações
culturais. Palomino ingressou em uma indústria de estamparia da região do Vale do Itajaí,
aprimorando-se por meio de formações complementares que, segundo o respondente foi
o que realmente contribuiu para sua formação. Nesta mesma empresa seguiu como
“Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento e Diretor de Criação e Inovação” e após 7 anos
de sua formação, empreendeu em um estúdio de desenvolvimento de artes para
estamparia, fornecendo, atualmente, “artes "tropicais" para estúdios italianos que atendem
Diesel, D&G, Moschino e outras marcas de menor renome”.
O egresso Kalil (2019), em seu relato informou que buscou o curso de Moda da
FURB porque já trabalhava na área de Moda, necessitava de um curso superior e por ser
o único curso da região a mostrar formação para um mercado “muito mais têxtil e
produtivo”, na época, “do que de Moda”. Kalil (2019) relaciona sua trajetória profissional
para a indústria da Moda e para as questões produtivas, tendo atuado, em maior parte, em
empresas de magazine com relações produtivas em nível local ou regional. Ainda no início
de sua formação Kalil relatou estar atuando na engenharia de produto da marca Colcci,
depois mudou para a Cia. Hering, em que desenvolvia coleções infantis. Sua formação
inicial demonstra ter uma relação muito próxima com seu campo de atuação, pois Kalil
(2019) relatou que estava desenvolvendo seu TCC sobre a campanha do câncer de mama
em Blumenau e por conta de sua pesquisa passou a desenvolver coleções com esta
temática, migrando para o setor de desenvolvimento feminino. Paralelo a sua trajetória
profissional, Kalil faz aulas de desenho e de Corel Draw como formação complementar.
Ainda na Cia. Hering, Kalil foi transferida para o escritório criativo em São Paulo, em que
passou a atuar com gestão de marcas e equipes. Retornou a Blumenau para ser gestora
de marcas da Malharia Cristina e saiu da empresa para empreender seu próprio negócio,
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como MEI, a saber, uma loja de produtos infantis, a Koisas de Mãe. Seu campo de atuação
na loja é o varejo de Moda.

Considerações Finais

Foi possível perceber a relação de proximidade entre os objetivos de formação do


curso para o perfil profissional do egresso e os campos de atuação acessados pelos
egressos respondentes. Ficou identificado, portanto, que o projeto do curso já
proporcionava uma grande área de atuação. No entanto, na amostragem estudada,
percebeu-se que foi necessária a constante formação complementar. Por meio do relato
dos egressos entendeu-se que estas formações complementares foram fundamentais.
Além disso, foi constatado que a formação inicial foi considerada básica e que pode ser
ampliada para as novas necessidades do mundo do trabalho da Moda, incorporando novos
conhecimentos e explorando mais o desenvolvimento de competências de atuação dos
egressos.

Referências

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ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a


centralidade do mundo do trabalho. 3ªed. São Paulo: Cortez, 1995.

BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. 3ª Reimpressão da 1ª ed. 2016. São Paulo:


Edições 70, 2016.

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http://rubi.casaruibarbosa.gov.br/bitstream/20.500.11997/6837/1/119.pdf>. Acesso em
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MEYER- STAMER, Jörg. Algumas Observações sobre Clusters em Santa Catarina.


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PCD. Secretaria do planejamento do Estado de Santa Catarina. Plano Catarinense de


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QUEIROZ, Cyntia Tavares Marques; MORAES, Silvia Elizabeth Miranda. A Transição do


Estilismo ao Design: percepções dos professores e estudantes da Universidade Federal
do Ceará. In: MATTOS, Maria de Fátima da Silva Costa Garcia. (Org.) Pesquisa e
formação em Moda. São Paulo: Estação das Cores e Letras, 2015. P.69-103.
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SACRISTÁN, José Gimeno. O currículo. Uma reflexão sobre a prática. Tradução de


Ernani F. da Fonseca Rosa. 3ªed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SANTOS, Boaventura de Souza (Org.). A Globalização e as Ciências Sociais. São


Paulo: Cortez, 2002.

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