UMA ESCOLA NA FLORESTA:

Educando para o Bem Comum

BELÉM - PARÁ

2020
 GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁ
Helder Zahluth Barbalho

SECRETÁRIO DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

José Mauro de Lima O’ de Almeida

SECRETÁRIO ADJUNTO DE GESTÃO E REGULARIDADE AMBIENTAL

Rodolpho Zahluth Bastos

DIRETORA DE ORDENAMENTO, EDUCAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DA

GESTÃO AMBIENTAL
Patrícia Miranda Menezes

COORDENADORA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Andreia Rodrigues Monteiro

GERENTE DE ARTICULAÇÃO E DIFUSÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Sheila Michella Albuquerque de Souza Bonifácio

GERENTE DE PROGRAMAS E PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Edira de Nazaré Ferreira Vidal

Travessa Lomas Valentinas, 2717 – Marco, Belém – PA, CEP: 66093-677

E-mail: ceam@semas.pa.gov.br

http://www.semas.pa.gov.br
 UMA ESCOLA NA FLORESTA

Equipe Técnica

Pesquisa e Elaboração:
Jeferson Miranda Costa – Dr./Prof. Biologia Vegetal – Instituto Federal do Pará – Campus
Abaetetuba
Joecy Regina Barbosa de Freitas – Pedagoga – Téc. Gestão Ambiental – SEMAS/PA
Mary Anne Monteiro da Gama – Bióloga – Téc. Gestão Ambiental – SEMAS/PA

Revisão 1ª Edição:
Ivonete do Socorro Ribeiro Costa – Letróloga – Téc. Gestão Ambiental – SEMAS/PA
João Marcelo Vieira de Lima – Letrólogo – Téc. Gestão Ambiental – SEMAS/PA

Desenhista:
Gilton da Rocha Moura – Psicólogo – Auxiliar Operacional – SEMAS/PA

Atualização 2ª Edição:
Ivonete do Socorro Ribeiro Costa – Letróloga – Téc. Gestão Ambiental – SEMAS/PA
Jozélia Paiva de Sousa Melo – Pedagoga – Assistente Administrativo – SEMAS/PA
Mary Anne Monteiro da Gama – Bióloga – Téc. Gestão Ambiental – SEMA/PA
Walter Soares Ferreira – Geógrafo – Téc. Gestão Ambiental – SEMAS/PA

Coordenação e Revisão Geral 1ª Edição

Ivonete do Socorro Ribeiro Costa – Letróloga – Téc. Gestão Ambiental – SEMAS/PA

Normalização:
Paulo Maia – Bibliotecário – Téc. Gestão Ambiental – SEMAS/PA
 1 Edição - 2017

2 Edição - 2020

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Biblioteca da SEMAS)

Pará. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade

Uma escola na floresta: educando para o bem comum. 2.ed.rev. e atual –
Belém : SEMAS, 2020.
32f.il.
1.Educação Ambiental. 2. Meio Ambiente. I. Secretaria de Estado de
Meio Ambiente e Sustentabilidade. II. Título.
CDD 22. ed. 372.357
 INTRODUÇÃO

As Reservas Extrativistas (RESEX) são áreas protegidas e voltadas

para a sustentabilidade da população local. Esses espaços são de domínio
público e de acordo com o Código Florestal Brasileiro, Lei nº 12.651, de 25 de
maio de 2012, o Estado tem a “obrigatoriedade de proteger e usar, de forma
sustentável, as florestas, consagrando o compromisso do país com a
compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da terra e a
preservação da água, do solo e da vegetação”.
As florestas são de enorme importância, não apenas por assegurar a
manutenção da vida dos seres vivos, mas também por contribuir para a
melhoria da qualidade do ar e do solo, bem como o fornecimento dos recursos
naturais. Sem esquecer que elas são também o suporte para a sustentação da
biodiversidade.
Nessa lógica, a Cartilha “Uma Escola na Floresta: educando para o
bem comum” foi elaborada e traz em seu conteúdo reflexões em relação a
destruição da cobertura vegetal de nosso espaço territorial devido ao avanço
da urbanização, a expansão das culturas agrícolas, e principalmente, ao
crescimento da agropecuária. Outras temáticas evidenciadas neste instrumento
são os desmatamentos e as queimadas que já destruíram inúmeras espécies
de nossa flora e fauna, levando muitas à extinção e ameaçando tantas outras.
O conteúdo também está alinhado aos princípios da Agenda 2030 para
o Desenvolvimento Sustentável, plano de ação que busca a prosperidade para
as pessoas e para o planeta, além de fortalecer a paz universal. A Agenda
2030 foi pactuada em 2015 por 193 Estados Membros da Organização das
Nações Unidas (ONU) – entre eles o Brasil – e é composta por 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), conforme figura 1. Esses objetivos
priorizam o bem-estar de todos e nortearão as ações dos países visando ao
bem comum da humanidade e do meio ambiente. Os ODS, distribuídos em 169
metas, são integrados e indivisíveis, e equilibram as três dimensões do
desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental.
Figura 1 – Objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS)

Fonte: https://nacoesunidas.org/pos2015/
 APRESENTAÇÃO

A Cartilha “Uma Escola na Floresta: educando para o bem comum”

traz como tema central, a preocupação em relação às questões ambientais,
nos fazendo refletir sobre ações que promovam a conservação e a preservação
do meio ambiente, além da sustentabilidade e da qualidade de vida das
pessoas.
A história se passa entre a professora, seus alunos e demais
habitantes da comunidade que vivem em uma área rural. Traz um diálogo
recheado de linguagem regionalista, mostrando uma realidade comum às
localidades ribeirinhas, que utilizam os recursos naturais, retirando da natureza
somente aquilo que será aproveitado, mas que também, em algum momento,
acabam sendo penalizados pelos erros de outras pessoas que não preservam
o meio ambiente.
Ao longo da história se percebe a preocupação dos alunos com os
problemas provocados pela falta de comprometimento e sensibilização em
relação à gestão e uso consciente dos recursos naturais.
A professora Rosa, juntamente com seus alunos, nos ensina a cuidar
melhor de nosso Planeta. Mostram-nos que há várias maneiras de lutarmos
contra a destruição da natureza, sendo que uma delas é praticarmos nossa
cidadania, tendo atitudes conscientes, respeitosas e principalmente que nos
levem a mudança de hábitos. Com certeza essa prática fará toda a diferença.
A leitura dessa cartilha nos aproximará da realidade vivenciada por
habitantes das zonas rurais e ribeirinhas, que assim como os habitantes das
zonas urbanas, também são afetados pelos impactos negativos da degradação
ambiental e das mudanças climáticas.
É preciso o comprometimento de todas as pessoas para alcançarmos
uma melhor qualidade de vida e o respeito ao meio ambiente.
Esta Cartilha nos liga a Agenda 2030, dos ODS 1, 2, 3, 4, 7, 11, 12, 13,
14 e 15 que vislumbram “concretizar os direitos humanos de todos e alcançar a
igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas. O que,
certamente, vai contribuir para libertar a raça humana da tirania da pobreza e
da penúria e a curar e proteger o nosso planeta, direcionando o mundo para
um caminho sustentável e resiliente”1.

1Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/2/

 Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) englobados nesta
cartilha, os quais serão apresentados ao longo da mesma, são: ODS 1 –
Erradicação da pobreza; ODS 2 – Fome zero e agricultura sustentável; ODS 3
– Saúde e Bem-estar. ODS 4 – Educação de qualidade; ODS 7 – Energia
acessível e limpa; ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis; ODS 12 –
Consumo e produção responsáveis; ODS 13 – Ação contra a mudança global
do clima; ODS 14 – Vida na água e ODS 15 – Vida terrestre.

Figura 2 – ODS Apresentados ao longo da cartilha

Fonte: https://nacoesunidas.org/pos2015/

Esta é a professora Rosa. Ela
trabalha em uma escola localizada
dentro de uma Reserva Extrativista
(RESEX) no estado do Pará.
Durante suas aulas ela procura
ensinar aos seus alunos a
importância da preservação e
conservação das florestas.
Prof.ª Rosa: Bom dia, alunos! Sejam
todos bem-vindos! Vocês verificaram
que nossa escola passou por uma
reforma durante essas férias e que
ocorreram várias mudanças nas
instalações?
Zezinho: Sim professora, achei que
ficou muito linda nossa escola! Tem
até uma rampa na entrada. Adorei
subir e descer aquela rampinha.
Clarinha: O nosso banheiro está
diferente com barras de aço, que
legal!
Prof.ª Rosa: Essas modificações
aconteceram para melhor atendermos
ao nosso novo aluno. Deem as boas-
vindas ao Paulo!
Zezinho: Seja bem-vindo Paulinho!
Sinta-se à vontade, você pode contar
comigo!
Clarinha: E comigo também!
Prof.ª Rosa: É isso mesmo alunos!
Assim vocês me deixam muito
orgulhosa! Devemos ter respeito e
consideração pelas pessoas com
deficiência. Continuando nossa aula...
Prof.ª Rosa: Vocês sabem qual a
diferença entre preservarmos e
conservarmos as nossas florestas,
meninos?
Clarinha: Professora, sei que para
conservarmos temos que explorar
com racionalidade. E como seria essa
preservação?
Prof.ª Rosa: A preservação é quando
protegemos a natureza da ação do
homem sem qualquer exploração
econômica.
Clarinha: Entendi professora.
Prof.ª Rosa: Agora pergunto a vocês
por que é importante preservarmos e
conservarmos as nossas florestas?
Zezinho: Porque se a gente tirar a
floresta, os bichos que vivem lá
acabam morrendo, professora.
Clarinha: E se acabar a floresta, de
onde mamãe vai tirar o açaí, o
cupuaçu, a castanha e outras frutas
pra gente comer?
Zezinho: Sem falar da andiroba e da
copaíba pra gente passar em cima
dos machucados.
Clarinha: E ainda tem a madeira, que
usamos pra fazer e reformar nossas
casas!
Prof.ª Rosa: Muito bem, crianças! E
tem mais, além de servir como abrigo
aos animais e fonte de recursos
naturais às populações, as florestas
servem para muitas outras coisas que
vocês precisam saber. Uma delas é o
equilíbrio climático do nosso planeta.

Prof.ª Rosa: Zezinho, você passou as
férias de julho na casa do seu tio em
Belém, não foi?
Zezinho: Sim, professora. Foi muito
legal, mas por que a senhora tá me
perguntando isso?
Prof.ª Rosa: Para explicar uma coisa
muito importante para vocês. As
chamadas “ilhas de calor” que podem
ocorrer nas grandes cidades, como
Belém.
Prof.ª Rosa: Zezinho, você sentiu
muito calor em Belém?
Zezinho: Realmente, professora,
senti muito mais calor lá em Belém do
que sinto aqui na reserva. Por que
isso acontece professora?
Prof.ª Rosa: Em nível local, as
cidades são verdadeiras “ilhas de
calor” com temperaturas maiores que
as áreas rurais.
Zezinho: Me explica mais, professora.
Prof.ª Rosa: As construções e a
substituição da vegetação por asfalto
e concreto reduzem a circulação dos
ventos e aumentam a absorção do
calor, o que tende a elevar a
temperatura nesses lugares.
Clarinha: Acho que deveria ter mais
árvores na cidade.
Prof.ª Rosa: Exatamente Clarinha! As
áreas verdes contribuem para
amenizar esse problema.
Prof.ª Rosa: Isso acontece porque o
desmatamento leva a uma mudança
no clima da área que foi devastada. E
quando esse desmatamento se
amplia a grandes extensões, essa
transformação pode afetar toda a
região e contribui em parte, para um
problema maior e mais sério: as
mudanças climáticas, ou seja, o
famoso aquecimento global.
Clarinha: Professora, eu ouvi falar
desse aquecimento global num
programa de televisão, mas não
entendi muito bem.
Zezinho: Ainda bem que aqui não
temos esse problema de aquecimento
global, não é isso, professora?
Prof.ª Rosa: Olha Zezinho, não é
bem assim. Como o nome diz,
“aquecimento global” é um problema
que afeta toda a humanidade. É o
nosso planeta que está ficando
quente.
Zezinho faz cara de assustado
Prof.ª Rosa: Vocês vivem em uma
Reserva Extrativista, ou seja, aqui os
pais de vocês retiram o sustento para
as suas famílias sem que isso cause
grandes impactos ambientais.
Nesse momento a Professora pôde
notar o sorriso de contentamento
de Zezinho, mas concluiu dizendo...
Prof.ª Rosa: No entanto, as pessoas
que vivem aqui provavelmente já
estão sendo afetadas pelas mudanças
climáticas globais devido aos
desmatamentos e as queimadas
existentes em outros lugares fora da
reserva.
 Prof.ª Rosa: Em parte sim, pois se
houvesse mais vontade política muito
mais coisas já teriam sido resolvidas.
Porém muito já foi feito, como por
exemplo, um acordo que proíbe o uso
de gases que destroem a camada de
ozônio, a criação do conceito de
Desenvolvimento Sustentável, a
Zezinho: Poxa, professora, mas isso assinatura da Agenda 21, o Protocolo
de Quioto e o Acordo de Paris, que
não é justo! visam combater o aquecimento global.
Por último agora foram elaborados os
Prof.ª Rosa: Você tem razão, Objetivos de Desenvolvimento
Zezinho. Realmente não é justo, mas Sustentável - ODS.
é pensando em resolver problemas
como esse, que representantes do Zezinho: Eu já ouvi falar desse tal
mundo todo tem feito reuniões para “Desenvolvimento Sustentável”.
debater sobre as mudanças
climáticas. São as famosas Clarinha: Eu vi uma propaganda na
conferências ambientais organizadas TV falando desses ODS.
pela ONU – Organização das Nações
Unidas. Prof.ª Rosa: Pois é, meus queridos,
como eu disse, muita coisa já foi feita,
mas há muito o que fazer. A maior
preocupação é com as mudanças
climáticas, pois com o aquecimento
global o nível dos oceanos pode subir
e muitas áreas costeiras podem ir
para o fundo do mar.
Zezinho: E eles já resolveram alguma

coisa nesses encontros?

Prof.ª Rosa: Esses encontros

ocorrem desde 1972, quando teve a
primeira Conferência em Estocolmo
na Suécia, e de lá para cá muita coisa
Zezinho faz cara de assustado
já foi decidida, muitos documentos
assinados, porém muita coisa ainda Zezinho: Professora! Explica mais pra
precisa ser feita. gente sobre o aquecimento global,
pois eu fiquei preocupado.
Zezinho: 1972? Caramba! Já faz
muito tempo que eles se reúnem, Prof.ª Rosa: Por enquanto não,
tentam resolver e parece que ainda Zezinho, queria primeiro explicar para
não resolveram nada! vocês sobre a importância da
conservação das florestas, pode ser?
Prof.ª Rosa: É Zezinho, pelo tempo
que já passou da primeira reunião, Zezinho: Tudo bem professora, pode
parece que o que foi feito até agora é
falar.
muito pouco.
Zezinho faz cara de convencido
Clarinha: Então o Zezinho está certo,
professora?
Prof.ª Rosa: Em primeiro lugar vocês
precisam saber que, através das
matas parte da água da chuva é
interceptada e evaporada para o ar.
Uma parte infiltra no solo e outra parte
é absorvida e depois devolvida
também para o ar por meio da
evapotranspiração.
Prof.ª Rosa: Além disso, sabe-se
que, apesar da exuberante floresta, a
maioria dos solos amazônicos são
pobres em nutrientes. Mas eles são
adubados pela própria floresta, que
deposita toneladas de folhas, flores,
galhos e frutos, formando uma
camada de húmus, que ajuda a
infiltrar a água no solo, adubá-lo e
mantê-lo por mais tempo úmido.
Prof.ª Rosa: Estão percebendo a
importância da floresta?
Os alunos concordam balançando
a cabeça e a professora continua.
Prof.ª Rosa: Além de contribuir com a
umidade do ar, adubar o solo e
contribuir com a infiltração, a floresta
ainda protege o solo do processo de
erosão e lixiviação.
Prof.ª Rosa: Não à toa o ODS 15 -
visa proteger, recuperar e promover o
uso sustentável dos ecossistemas
terrestres, o que inclui as florestas,
combater a desertificação, deter e
reverter a degradação da terra, e
deter a perda de biodiversidade, ou
seja, proteger as florestas.
Clarinha: Eu sei, professora, que
quando a mata é tirada da beira do
rio, a chuva vem e leva a terra da
margem pra dentro dele.
Prof.ª Rosa: Muito bem Clarinha!
Esse exemplo que você deu é sobre o
assoreamento dos rios. Esse
processo impacta tanto a qualidade
quanto a quantidade das águas,
provocando a degradação dos rios e
podendo intensificar os eventos de
cheias e secas.
Prof.ª Rosa: Sem a floresta, que
serve de cobertura para o solo, os
nutrientes da camada de húmus são
lixiviados, ou seja “lavados”, deixando
o solo empobrecido e a área é aos
poucos degradada, tornando-se
imprópria para o cultivo. Daí pra
manter a agricultura, as pessoas
começam a usar mais adubos
químicos que se não forem utilizados
corretamente causam danos para a
nossa saúde
e ao meio
ambiente.
Clarinha: Lá em
casa a
mamãe tem
uma roça, professora, e ela não usa
esse tipo de adubo.
Prof.ª Rosa: Eu sei, Clarinha, uma
vez estive lá com sua mãe e ela
produz adubo natural a partir da
realização da compostagem, que é
uma maneira de se cultivar sem afetar
o meio ambiente.
Prof.ª Rosa: Além de que, no ODS 4,
a meta 4.7 diz que devemos garantir
que todos os alunos adquiram
conhecimentos e Zezinho: De novo?
habilidades necessárias
para promover o Zé do Camarão: Tu reclamas de
desenvolvimento
sustentável e é isso que
estou passando pra vocês.
Nesse momento bate a campainha
para o término da aula.
Prof.ª Rosa: Por hoje, é só crianças!
Na próxima aula eu explico a
importância de conservarmos as
florestas para evitar o aquecimento
global. Agora prestem bastante
atenção: quero que vocês façam
alguns trabalhos em equipe para
aprofundarmos duas questões
importantes.
Alunos: Tudo bem, professora!
Prof.ª Rosa: Serão duas equipes. O
grupo do Zezinho fará um trabalho
sobre o Desenvolvimento Sustentável
e o grupo da Clarinha fará um
trabalho sobre os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável,
conhecidos pela sigla ODS. Vocês
precisam aprofundar cada vez mais
esses temas.
Já era final da tarde, quando a
professora se despediu dos alunos.
O pai de Zezinho, seu “Zé do
Camarão” estava à espera do filho.
Zé do Camarão é um ribeirinho que
mora próximo ao rio que circunda a
reserva.
Zé do Camarão: Então, meu filho,
gostou da aula de hoje?
Zezinho: Sim, foi muito boa!
Zé do Camarão: Falando em coisa
boa, filho, tua mãe fez peixe pro
jantar.
barriga cheia. Lembra do teu tio
Paulo? Ele passou maus bocados
com a seca em Santarém, que
rachou até o chão.
Zezinho: Eu sei. Ele ficou sem
comida, porque os peixes morreram e
as plantações secaram. Ele não sabia
que isso poderia acontecer.
Zé do Camarão: Pois é, filho. Ele
pensava que esse negócio de
mudança climática era invenção, mas
a seca mostrou pra ele que não. A
gente nem percebeu quando essa
mudança aconteceu. Sabia que antes
a gente combinava o que ia fazer a
tarde dizendo “antes ou depois da
chuva”? Porque ela caia todo dia
quase sempre no mesmo horário.
Agora a gente já não sabe mais
quando e que horas vai chover.
Zé do Camarão: Mas voltando ao
peixe, imagine quantas pessoas
gostariam de comer o peixe que tu
comes. Bem fresquinho, direto do rio
e depois assado na brasa. É muito
gostoso, por isso filho, seja
agradecido!
Zezinho: Tem toda razão, papai!
Toda razão!
No final de semana, a professora
Rosa foi à cidade para fazer umas
compras, realizar algumas
pesquisas na internet, além de se
comunicar com amigos e
familiares. Neste momento, ela
conversa pelas redes sociais com
uma colega de profissão que mora
em Porto Alegre.
Prof.ª Rosa: Olá Flávia! Como você
está, amiga?
Profª. Flávia: Estou bem, graças a
Deus! E aquele trabalho que você iria
propor aos seus alunos, como ficou?
Profª. Rosa: Eu dividi a turma em
duas equipes para falarem sobre o
Desenvolvimento Sustentável e seus
objetivos, os ODS. Estou ansiosa para
ver a apresentação deles na próxima
aula.
Profª. Flávia: Importante Rosa,
precisamos levar adiante as
informações da Agenda 2030.
Profª. Rosa: Isso, Flávia. No dia da
apresentação dos trabalhos vou
explicar a eles que numa reunião da
ONU, em 2015, foram concluídas as
negociações da Agenda 2030
culminando em um documento
ambicioso que propõe os 17
Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS). É um conjunto de
programas, ações e diretrizes que
orientam os trabalhos das ONU e de
seus países membros rumo ao
Desenvolvimento Sustentável.
Profª. Flávia: Muito bem amiga!
Assim eles vão saber por que, e para
que esses ODS foram criados e então
vão adotar práticas sustentáveis para
a conservação da natureza e a
melhoria da qualidade de vida de
todos.
Profª. Rosa: Exatamente Flávia!
Quando eles apresentarem o trabalho
lhe direi como eles se saíram nessa
atividade.
A professora Rosa voltou para a
reserva no domingo e seu Zé do
Camarão convidou Rosa e o seu
compadre Vicentino para jantarem
em sua casa. Era pouco mais de
quatro horas, mesmo assim o sol
se mantinha vigoroso. Zé nem
pensou duas vezes: conduziu os
convidados diretamente para seu
quintal. À sombra das árvores,
exclamou:
Zé do camarão: Meu Deus! Os dias
estão ficando cada vez mais quentes!
Profª. Rosa: E não é só aqui não, seu
Zé. Esse aumento de temperatura
vem ocorrendo em todo o planeta.
Trata-se do tão falado aquecimento
global.
Zé do Camarão: E o que vem
causando esse aumento exagerado
de temperatura?
Profª. Rosa: Bem... há um fenômeno
natural responsável por manter nosso
planeta aquecido chamado de efeito
estufa.
Seu Vicentino: Efeito estufa? Acho
que já ouvi falar dele na televisão,
mas por que tem esse nome?
Profª. Rosa: Porque a retenção de
calor em nosso planeta ocorre
semelhante às estufas construídas
nas regiões de clima frio, para alojar e
proteger as plantas tropicais, que
certamente não suportariam o
rigoroso inverno dessas regiões.
Zé do camarão: Ora, e como essas
estufas aprisionam o calor para
manter as plantas vivas?
Profª. Rosa: Bem... durante o dia, os
raios solares atravessam o vidro
transparente dessas estufas e ao
incidir sobre o solo, plantas e outras
superfícies, parte deles transforma-se
em calor...
Profª. Rosa: Só que este calor não
consegue escapar do interior da
estufa porque o vidro que a reveste
não permite. Assim, durante a noite,
as plantas se mantêm aquecidas e
protegidas do frio.
Seu Vicentino: Hum! E essa mesma
coisa ocorre em nosso planeta, né?
Profª. Rosa: Isso mesmo, Vicentino.
Assim como ocorre nas estufas de
plantas, partes dos raios solares que
entram na atmosfera do nosso planeta
também se transformam em calor. E
uma camada de gases presente na
atmosfera impede que uma parte
desse calor evapore para o espaço.
Zé do Camarão: Ah, tá! Agora
entendi. E essa camada de gases,
então, funciona como o vidro
daquelas estufas que você falou,
impedindo que o calor escape.
Profª. Rosa: Exatamente, seu Zé!
Seu Vicentino: Hum! Então é esse
efeito estufa que vem causando este
grande aumento de temperatura, o tal
de aquecimento global...
Profª. Rosa: Não é bem assim, seu
Vicentino. Na verdade, sem essa
camada de gases que causam o
efeito estufa a Terra seria um planeta
gelado, cerca de 30 graus mais frio.
Portanto, não é a simples existência
do efeito estufa que causa o
aquecimento global, mas sim a sua
intensificação.
Zé do Camarão: E do jeito como o
‘’bicho homem’’ vem tratando a
natureza, os causadores desse
problema só podemos ser nós
mesmos.
Profª. Rosa:
Acertou na
mosca, seu Zé.
Segundo os
cientistas são
nossas
atividades que
estão liberando grandes quantidades
de ‘’gases de efeito estufa’’ na
atmosfera intensificando-o e
causando o aquecimento global.
Seu Vicentino: Afinal, que ‘’gases de
efeito estufa’’ são esses?
Profª. Rosa: São os gases
responsáveis pelo efeito estufa como
o metano, o óxido nitroso e o principal
deles, que é o dióxido de carbono. E
são justamente eles que estamos
liberando em excesso para a
atmosfera, através de diferentes
formas, como por exemplo, por meio
das queimadas florestais, da queima
de combustíveis fósseis promovida
pela atividade industrial, pelos meios
de transporte, pela pecuária e
também pelos lixões.
Profª. Rosa: Vocês sabem quando
começou o acúmulo destes gases na
atmosfera?
Zezinho: Não, professora, conta pra
gente como foi.
Profª. Rosa: Foi com a chamada
Revolução Industrial. Nessa época o
homem passou a produzir em grande
quantidade os produtos que iria
utilizar, através do uso de grandes
máquinas... Para fazê-las funcionar
precisou consumir grande quantidade
de energia proveniente da queima de
carvão mineral. Essa queima, por sua
vez, libera gases de efeito estufa.
Profª. Rosa: A liberação desse gás
se intensificou, no século XIX, com a
moderna indústria petrolífera, quando
o petróleo passou a ser utilizado como
matéria-prima na fabricação de
produtos, como plásticos, gás de
cozinha, óleo diesel, gasolina, etc.
Profª. Rosa: Por isso, Seu Zé do
Camarão, precisamos tomar medidas
urgentes para combater a mudança
do clima e seus impactos, quem diz
isso é o ODS 13, preconizado pelas
Nações Unidas.
Zé do Camarão: Sempre achei que
toda essa poluição iria nos trazer
problemas. Toda vez que um rio é
poluído, os peixes morrem e lá se vai
nosso alimento, ou então, pegamos
doenças por meio da água
contaminada.
Seu Vicentino: O pior é que não
contente em sujar o ambiente, o
homem ainda destrói a floresta.
Mesmo criando uns boizinhos e
mantendo uma pequena roça deixei
uma grande área de mata em minha
propriedade.
Profª. Rosa: Muito bem, Vicentino.
Quando destruímos as matas,
eliminamos do ambiente os seres
capazes de absorver e estocar dióxido
de carbono, equilibrando sua
quantidade na atmosfera.
Zé do Camarão: Tão vendo? Além de
oferecer alimento, remédios e essa
sombra agradável, a mata ainda
corrige nossos erros.
Seu Vicentino: O homem tem que
tomar jeito, Zé, caso contrário nem
mesmo a natureza poderá nos ajudar.
Profª. Rosa: Olha Vicentino, ela ainda
pode e vai nos ajudar. Mas não da
noite para o dia.
Seu Vicentino: Como assim
Rosinha?
Profª. Rosa: É que a liberação de
‘’gases de efeito estufa’’ para o ar está
acontecendo numa velocidade maior
do que a capacidade que o ambiente
tem de absorvê-lo.
Seu Vicentino: Huumm! Aí esses
gases vão se acumulando,
engrossando a camada de “gases de
efeito estufa” e causando o tal do
aquecimento global.
Zezinho: Ora, então é só as pessoas
pararem de poluir o ar com esses
gases.
Zé do Camarão: Quem nos dera,
filho! Para fazerem os produtos que
nós usamos em casa e no trabalho,
as fábricas e indústrias sempre
liberam gases desse tipo.
Seu Vicentino: Além disso, os carros
que utilizamos também poluem o
ambiente com esses gases.
Profª Rosa: E ainda tem mais...
Mesmo que não fossem mais
liberados “gases de efeito estufa”, os
cientistas descobriram que eles
persistem por muitas décadas na
atmosfera mostrando que o Vou lá de novo nas próximas férias.
aquecimento global não é apenas
uma realidade. Ele veio para ficar. E
ficará até mudarmos nossas atitudes
em relação ao meio ambiente.
Zé do Camarão: E agora? O que a
gente deve fazer?
Profª Rosa: Para solucionar essa
situação de emergência climática,
onde são necessárias ações urgentes
com o objetivo de reduzir ou
interromper as mudanças climáticas e
evitar danos ambientais
potencialmente irreversíveis,
devemos, entre outras coisas, diminuir
a emissão dos gases de efeito estufa
e dar um tempo para a natureza agir.
Zezinho: Diminuir? Mas de que jeito,
professora?
Profª Rosa: Em primeiro lugar nada
de derrubar ou queimar a mata
criminosamente.
Zé do Camarão: Nem pensar nisso.
Sem as matas, os rios morrem. Além
disso, não precisamos derrubar a
mata para o nosso sustento. O que
ela não dá pra gente pode ser
plantado ou criado junto com ela.
Seu Vicentino: E além de não
destruir as matas, o que mais
podemos fazer?
Zezinho: Professora, e o pessoal da
cidade? O que eles devem fazer?
Posso falar pro meu tio lá de Belém.
Profª Rosa: Bem! O que eu vou dizer
vale para todos. Zezinho, você me
disse que seu tio tem um carro, certo?
Zezinho: Ele tem sim. Isso é ruim,
professora?
Profª Rosa: Não. Desde que seu tio
só o use quando for realmente
necessário.
Zezinho: Ele usa o carro mais pra ir
ao trabalho. Nos domingos, a gente ia
passear a pé ou de bicicleta.
Profª Rosa: Pois seu tio está de
parabéns! Se dá para ir a pé ou de
bicicleta a algum lugar, por que não?
É uma ótima atividade física e faz
bem a nossa saúde e a do planeta.

problema?
Zezinho: O tio dizia que só não
pegava ônibus porque ia ficar todo
suado, amarrotado e ainda poderia
chegar atrasado ao trabalho por
causa do engarrafamento.
Profª. Rosa: Ixi! Nem me lembre
disso, Zezinho. Como cidadãos,
devemos cobrar de nossos
governantes um melhor sistema de
transportes público e zelar por ele.
Profa Rosa: Por falar nisso, me
lembrei da segunda meta do ODS
11, que nos informa que até 2030, é
necessário proporcionar o acesso a
sistemas de transporte seguros,
acessíveis, sustentáveis e a preço
acessível para todos, melhorando a
segurança rodoviária por meio da
expansão dos transportes públicos,
com especial atenção para as
necessidades das pessoas em
situação de vulnerabilidade,
mulheres, crianças, pessoas com
deficiência e idosos.
Zé do Camarão: Já tá ficando
escuro, né? Vão desculpando por
ainda não ter ligado a luz. É que só
acendo quando já tá escuro mesmo.
Profª. Rosa: Não há o que se
desculpar seu Zé. O senhor está
certo em poupar energia elétrica.
Além de pagar menos, essa
atitude também combate o Profª. Rosa: E isso vale também
aquecimento global.
Zé do Camarão: Como poupar luz
pode ajudar a combater esse
Profª. Rosa: Para acendermos
essa lâmpada agora, uma grande
área de floresta foi inundada para
abastecer uma usina hidroelétrica,
que é de onde sai a energia.
Porém, se essa mata não foi
devidamente retirada antes do
alagamento, ela irá apodrecer no
fundo do lago emitindo metano,
que também é um “gás de efeito
estufa”. Portanto, diminuindo o
consumo, evitaremos que novas
usinas sejam construídas.
Zé do Camarão: Interessante
professora! Não sabia disso.
Profª. Rosa: Inclusive diversos
países seguem a meta de ODS 7,
aumentar substancialmente a
participação de energias
renováveis na matriz energética
global, como por exemplo, a
energia solar e a energia eólica.
Seu Vicentino: Ainda bem que lá
em casa trocamos todas as
lâmpadas incandescentes por
fluorescentes e algumas de LED
que gastam menos energia e
duram mais tempo.
para os aparelhos eletrônicos
antigos que não estejam
funcionando bem e não tenham
 mais conserto.
Zé do Camarão: Bem! Agora que
temos luz, comprei uma geladeira
com uma etiqueta dizendo que
ela gastava menos energia do que
as outras.
Profª. Rosa: Deve ser a etiqueta do
INMETRO, que revela a eficiência
energética dos aparelhos. Produtos
com etiquetas que destacam a letra
“A” são melhores nestes aspectos.
Seu Vicentino: A bomba d’água lá
de casa só tá me dando gasto.
Quando eu for comprar uma nova,
vou escolher a que tenha “etiqueta
letra A”.
Profª. Rosa: Bomba d’água... hum,
isso me fez lembrar do quanto é
importante evitar o desperdício de
água, pois para obtê-la normalmente
há gasto de energia elétrica. Tudo
isso foi ressaltado no planejamento
do ODS 12, o qual busca assegurar
padrões de produção e consumo
sustentáveis.
Zé do Camarão: Bem, a conversa tá
boa, mas saco vazio não dura em pé.
Tá na hora da gente tomar um
suquinho de cupuaçu com uns
biscoitos de Castanha d o P a r á .
N ã o f a ç a m cerimônia!
Seu Vicentino: Quem sou eu pra
fazer desfeita, homem? Toda vez que
venho prosear com o Zé saio
satisfeito.
Profª. Rosa: Nós e o planeta estamos
satisfeitos com esse lanche, seu
Vicentino. (ela ri)
Zezinho: E por que a senhora diz
isso, professora?
Profª. Rosa: Zezinho, se mudarmos
nossos hábitos alimentares comendo
menos carne de boi e preferindo
alimentos produzidos na região, já
será uma ação contra o aquecimento
global.
Zezinho: Como
assim?
Profª. Rosa: Porque ao comermos
apenas carne bovina incentivamos
mais e mais a substituição da
floresta por pastagens e quando
damos preferência por alimentos de
outras regiões, fortalecemos a
construção de mais estradas e
enfraquecemos a economia local.
Zé do Camarão: Ainda bem que aqui
em casa é só no peixe. Nada de
comida enlatada vinda de fora.
Zezinho: Lá em Belém, muitos
alimentos vêm em latas, vasilhas ou
dentro de embalagens. Isso acaba
produzindo muito resíduo sólido.
 parar nos lixões onde acabam
produzindo “gases de efeito
estufa”. Se red u zi rmo s a
Profª. Rosa: O problema do pro dução de resíduos,
resíduo sólido é sério, mas tem reutilizarmos ou reciclarmos
solução. Devemos evitar produtos que seriam
comprar produtos descartáveis descartados, estaremos
ou com excesso de combatendo o aquecimento
embalagens, e se comprar global.
fazer a reutilização delas.
Inclusive as empresas mais Profa Rosa: Uma das formas de
inteligentes já utilizam a técnica reduzir o volume de resíduo é a
do refil. Podemos, ainda, compostagem, ela recupera os
incentivar a reciclagem. nutrientes dos resíduos
orgânicos, promovendo o
Zé do Camarão: Reci- o quê? enriquecimento do solo para
agricultura ou jardinagem e
P r o fª . R osa : R e c i c l a g e m ! destina corretamente um resíduo
É o processamento de materiais que se acumularia nos lixões e
que se tornariam resíduos para a aterros causando mau-cheiro e a
produção de produtos novos. A liberação de gás metano (gás de
reciclagem, assim como a efeito estufa muito mais
redução e reutilização de destrutivo que o gás carbônico) e
materiais e produtos estão chorume (líquido que contamina
definidos na meta n° 5 do ODS o solo e as águas).
12 que visa, até 2030, reduzir
substancialmente a geração de Zezinho: Plantar árvores
resíduos por meio da prevenção, também ajuda. Né, professora?
redução, reciclagem e reuso.

VAMOS VAMOS
VAMOS VAMOS RECICLAR RECICLAR
RECICL RECICLA
AR R

Profª. Rosa: Ajuda sim, Zezinho!

Você sabe que tudo isso que
estamos falando é uma questão
de educação!

Zezinho: Professora Rosa, o que Seu Vicentino: Como assim

tudo isso tem a ver com o professora Rosa?
aquecimento global?
Profª. Rosa: A partir do
Profª. Rosa: Zezinho, a maior momento em que o homem
parte dos resíduos sólidos vai começar a interagir com o meio
 ambiente ao seu redor de modo
respeitável e sustentável e
ensinar seus filhos a agir da
mesma forma estará realizando
a Educação Ambiental. Na
interação com o meio
ambiente o homem percebe que
deve preservá-lo por uma
questão de sua própria
sobrevivência.
Zé do Camarão: Rosa, dá pra
senhora explicar melhor essa
Educação Ambiental?
Profª. Rosa: A Educação
Ambiental é fundamental para
vida de todos nós e está
presente na 8ª meta do ODS 12
garantir, até 2030, que as
pessoas, em todos os lugares,
tenham informação relevante e
conscientização para o O planeta necessita de pessoas que
desenvolvimento sustentável e
estilos de vida em harmonia com
a natureza.
Zé do Camarão: Entendi! Então
quando o tio do Zezinho separa
o resíduo colocando vidro para
um lado, garrafa pro outro ou
usando bicicletas ou outros
meios de transporte está
pondo em prática a Educação
Ambiental, é isso?
Profª. Rosa: É isso mesmo! Com a
participação de todas as pessoas,
incluindo a prática de Políticas
Públicas voltadas ao desenvolvimento
sustentável, será possível viver em
harmonia com o planeta preservando-
o para as futuras gerações.
Zezinho: Professora tem gente que
saiu da escola e não tem Educação
Ambiental, não é mesmo?
Profª. Rosa: É verdade, Zezinho, mas
saiba que a Educação Ambiental não
se faz apenas na escola, lá é o
ambiente da educação formal. Fora
da escola precisamos nos unir e
mostrar que cada um pode ser
educador ambiental no dia-a-dia.
Precisamos sensibilizar a todos que
enquanto cidadãos e cidadãs devem
ter consciência da importância do
meio ambiente, nesse caso, fora da
escola, estaremos praticando a
educação não formal.
Zezinho: É verdade professora, as
pessoas que
não vão pra
escola
precisam ajudar
também!
Profª Rosa:
tenham conhecimentos, atitudes e
motivações para trabalhar individual e
coletivamente em busca de soluções
e alternativas para resolver os
problemas ambientais atuais e
prevenir os futuros.
Zezinho: Só assim podemos
assegurar um belo futuro pra todos
nós, né professora?
Profª Rosa: Muito bem, Zezinho!
Parabéns a todos que desejam e
participam da construção de um
planeta mais saudável que dê
segurança e alegria à humanidade.
Zé do Camarão: Linda prosa,
professora Rosa, mas o jantar está
servido, tem peixe assado com açaí e
farinha de tapioca, tudo produto aqui
da nossa reserva. Então, vamos
aproveitar mais esse presente da mãe
natureza.
GLOSSÁRIO
ADUBOS QUÍMICOS: Fertilizantes
sintéticos, constituídos de nitrogênio,
fósforo e potássio, obtidos a partir de
processos industriais químicos.
AQUECIMENTO GLOBAL: É o
aumento da temperatura da terra
causado pela intensificação do efeito
estufa, ou seja, a liberação de gases
na atmosfera em quantidade maior do
que as florestas e oceanos podem
absorver.
ASSOREAMENTO: é o processo em
que se observa no leito dos rios
acúmulo de detritos, lixo, entulho ou
outros materiais.
BIODIESEL: Combustível renovável
feito a partir da reação química de
óleos vegetais e gordura animal com
álcool ou metanol.
CAMADA DE OZÔNIO: A camada de
ozônio é uma cobertura de gás ozônio
presente na estratosfera, entre 20 e
35 km de altitude. Sua importância
está no fato de ser o único gás que
filtra a radiação ultravioleta do tipo B
(UV-B), nociva aos seres vivos.
CARVÃO MINERAL: Amplamente
utilizado como combustível. O carvão
mineral é a forma pela qual o carbono
puro, ou quase puro, aparece na
natureza e resulta da decomposição
de grandes florestas tropicais e
subtropicais que existiram no período
Carbonífero.
CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL:
Garantia por escrito de que um
produto, processo ou serviço está em
conformidade com os requisitos
ambientais especificados, podendo
ser direcionada para a empresa ou
para o produto.
CLIMA: Conjunto das características
meteorológicas que prevalecem numa
determinada região e, portanto,
determinam o estado médio da
atmosfera e sua evolução nessa
região.
COLETA SELETIVA: Termo utilizado
para recolhimento dos materiais que
são possíveis de serem reciclados,
previamente separados na fonte
geradora.
COMBUSTÍVEL FÓSSIL: Combustível
originário de material fóssil (resultante
de milhares de anos de decomposição
de plantas e animais).
COMPOSTAGEM: Técnica que
permite a transformação de restos
orgânicos (sobras de alimentos em
geral, podas de jardim, trapos de
tecido, serragem, etc.) em adubo, por
meio de um processo biológico que
promove a decomposição do material
orgânico pela ação de
microrganismos (bactérias e fungos),
tendo como produto final o composto
orgânico.
CONSERVAÇÃO: É a utilização
racional de um recurso natural
qualquer, de modo a se obter um
rendimento considerado bom,
garantindo-se, entretanto, sua
renovação ou sua auto sustentação.
Difere de preservação, pois nesta não
é permitido o uso dos recursos e nem
o manejo da área.
CONVENÇÃO-QUADRO DAS
NAÇÕES UNIDAS SOBRE
MUDANÇA DO CLIMA: Acordo
internacional, estabelecido durante a
ECO-92, que objetiva o combate ao
aquecimento global.
DESMATAMENTO: Retirada da
cobertura florestal natural de uma
região pelo homem, para geração de
pasto, agricultura e outras formas de
uso do solo.
DIÓXIDO DE CARBONO: Molécula
formada por dois átomos de oxigênio
e um átomo de carbono (Co2).
ECO-92: Também denominada de em outras superfícies hídricas
Cúpula da Terra, é a denominação da naturais. 
Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento de EVAPOTRANSPIRAÇÃO: Termo
1992. empregado para exprimir a
transferência de vapor d’água para a
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Processo atmosfera proveniente dos vegetais e
em que se busca despertar a dos amimais.
preocupação dos indivíduos e
comunidades para as questões GASES DE EFEITO ESTUFA
ambientais, fornecendo informações e (Dióxido de Carbono - CO2 e Metano -
contribuindo para o desenvolvimento CH4): Parte da radiação
de uma consciência crítica. infravermelha, emitida principalmente
pela superfície terrestre, e dificultam
EFEITO ESTUFA: É o efeito do seu escape para o espaço.
aquecimento do Planeta decorrente
da retenção de calor causada pela HUMÚS: Massa escura e disforme de
concentração de gases presentes na matéria orgânica, parcialmente
atmosfera e o vapor d'água. decomposta, encontrada no solo. O
húmus é derivado da decomposição
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA: Ocorre biológica e química de materiais como
quando o rendimento de um aparelho folhas caídas, animais e plantas
elétrico é alto e o consumo de energia mortas, fezes, etc. Funciona como um
é baixo. adubo natural, capaz de fertilizar os
(Lei federal nº. 10.295 de 17 de solos das florestas.
outubro de 2001).
ILHAS DE CALOR: é o nome que se
EMPATES: São manifestações em dá a um fenômeno climático que
prol da preservação da floresta ocorre principalmente nas cidades
amazônica pelos seringueiros. com elevado grau de urbanização.
EROSÃO: É o desgaste do solo e das
rochas, em geral por causa do IMPACTO AMBIENTAL: Qualquer
intemperismo. A erosão destrói as alteração no ambiente causada por
estruturas (areias, argilas, óxidos e atividades antrópicas. Pode ser
húmus) que compõem o solo, levando negativo, quando destruidor ou
seus nutrientes e sais minerais degradador dos recursos naturais, ou
existentes para as partes baixas do positivo, quando regenerador de
relevo. áreas e/ou funções naturais
anteriormente destruídas.
ESTUFAS DE PLANTAS: É uma
estrutura, construída com materiais INMETRO: Instituto Nacional de
transparentes, que tem como objetivo Metrologia, Normalização e Qualidade
absorver o calor proveniente do Sol e, Industrial.
mantê-lo condicionado em seu
interior, mantém a temperatura interna LATIFUNDIÁRIOS: São donos de
controlada de acordo com a entrada extensas propriedades rurais,
de radiação solar. cultivadas ou não e exploradas com
tecnologia obsoleta, de baixa
EVAPORAÇÃO: designa a produtividade e com mão-de-obra de
transferência de água para a baixo custo.
atmosfera sobre a forma de vapor,
decorrente, tanto da evaporação que LICENCIAMENTO AMBIENTAL:
se verifica em solo úmido sem Procedimento administrativo pelo qual
vegetação, nos oceanos, lagos, rios e o órgão ambiental competente licencia
a localização, instalação, ampliação e
operação de empreendimentos e
atividades utilizadoras de recursos
ambientais consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras ou que
degradem o ambiente.
LIXIVIAÇÃO: Trata-se de um
processo físico provocado por fortes
chuvas e enxurradas ao decompor
rochas e solos, lavando-os e
carregando seus sedimentos e
nutrientes para outras áreas, o que
torna os solos mais pobres.
LIXÕES: Forma inadequada de
disposição final de resíduos sólidos,
que consiste na descarga do material
no solo sem qualquer técnica ou
medida de controle.
MANEJO FLORESTAL: Forma de
gestão (administração) utilizada para
controlar, ordenar e planejar a
exploração dos recursos florestais
disponíveis, de maneira sustentável, a
fim de obter os benefícios econômicos
e sociais que os bens florestais
podem proporcionar às pessoas e à
economia.
METANO: Sua fórmula química é
composta de um átomo de carbono e
quatro átomos de hidrogênios (CH4).
É responsável por 20% do incremento
do efeito estufa e, apesar de ocorrer
em menor concentração que o CO2,
retém 21 vezes mais calor.
MITIGAÇÃO: Limitação ou redução
dos impactos causados pelas
emissões de gases de efeito estufa.
MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL:
Mudança no clima que possa ser
direta ou indiretamente atribuída à
atividade humana que altere a
composição da atmosfera mundial e
que se some àquela provocada pela
variabilidade climática natural
observada ao longo de períodos
comparáveis.
ÓXIDOS NITROSOS: Família de
compostos químicos, simbolizada por
NOx, que representa os diversos
óxidos de nitrogênio (NO, NO2, etc.)
encontrados no ambiente.
PAÍSES DESENVOLVIDOS: Aqueles
que têm alto nível de desenvolvimento
econômico e social.
PESSOA COM DEFICIÊNCIA:
Considera-se pessoa com deficiência
aquela que tem impedimentos de
longo prazo, de natureza física,
mental ou sensorial que, em interação
com diversas barreiras, podem ter
restringida sua participação plena e
efetiva na escola e na sociedade.
PETRÓLEO: Combustível líquido
escuro, retirado de poços na terra e
no fundo do mar.
POLUIÇÃO: Degradação da
qualidade ambiental resultante da
adição de qualquer substância
estranha ao ar, à água ou ao solo em
quantidades superiores às
naturalmente encontradas, produzindo
efeitos ambientais prejudiciais aos
seres vivos.
POVOS TRADICIONAIS: Grupos
culturalmente diferenciados e que se
reconhecem como tais, que possuem
formas próprias de organização
social, que ocupam e usam territórios
e recursos naturais como condição
para sua reprodução cultural, social,
religiosa, ancestral e econômica,
utilizando conhecimentos, inovações e
práticas gerados e transmitidos pela
tradição.
QUEIMADA: Incêndio proposital de
uma área vegetada com o objetivo de
preparar o terreno para a agricultura
ou pasto. Em médio prazo, a
queimada prejudica o solo e é
proibida pelo Código Florestal (Lei Nº
4.771/65).
RECICLAGEM: Ato de tornar útil e
disponível novamente, eventualmente
através de um processo de
transformação físico-química, material
que já foi utilizado anteriormente
dentro de um sistema.
RECURSO NATURAL: Tudo que se
encontra na natureza que possamos
utilizar (por exemplo: alimento,
energia, matéria prima para
construção, etc.).
REFLORESTAMENTO: Replantio de
árvores.
RESEX - RESERVA EXTRATIVISTA:
É um tipo de Unidade de
Conservação (UC) de Uso
Sustentável em espaços destinados à
exploração autossustentável e à
conservação dos recursos naturais
renováveis por uma população com
tradição extrativista.
RESERVATÓRIO: Componente (s) do
sistema climático no qual fica
armazenado um gás de efeito estufa.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:
Consistiu em um conjunto de
mudanças tecnológicas com profundo
impacto no processo produtivo em
nível econômico e social. Iniciada na
Inglaterra em meados do século XVIII,
expandiu-se pelo mundo a partir do
século XIX.
SEQUESTRO DE CARBONO: É um
processo de remoção de gás
carbônico. Tal processo ocorre
principalmente em oceanos e florestas
que, por meio da fotossíntese,
capturam o carbono e lançam
oxigênio na atmosfera. É a captura e
estocagem segura de gás carbônico
(Co2), evitando-se assim sua emissão
e permanência na atmosfera terrestre.
SILVICULTURA: Ciência que estuda
métodos naturais e artificiais para
regenerar e melhorar os povoamentos
florestais, satisfazendo as
necessidades do mercado.
SISTEMA AGROFLORESTAL (SAF):
É uma forma de uso da terra na qual
se combinam espécies arbóreas
lenhosas, com cultivos agrícolas e/ou
animais, de forma simultânea ou em
sequência temporal e que interagem
econômica e ecologicamente.
SOCIOAMBIENTAL: Expressão
utilizada para manifestar o surgimento
de uma nova relação entre natureza e
cultura.
SUMIDOURO: Qualquer processo ou
mecanismo que remova um gás de
efeito estufa.
TRANSPIRAÇÃO: Perda de água em
forma de vapor por um organismo,
através de uma membrana ou dos
poros.
TRATADO DE KYOTO: Também
denominado de Protocolo de Quioto.
Constitui-se de um acordo
internacional com compromissos mais
rígidos para a redução da emissão
dos gases que agravam o efeito
estufa, considerados, de acordo com
a maioria das investigações
científicas, como causas
antropogênicas do aquecimento
global.
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DA
NATUREZA (UC): Área de domínio
público ou privado protegida por lei.
Tem por finalidade resguardar
espaços representativos dos recursos
naturais do país.
USINA HIDROELÉTRICA: Construção
que produz energia elétrica produzida
pela movimentação da água. São
formadas por barragens, sistemas de
captação e adução de água, de
retorno da água para o rio e casa de
força.
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