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AULA Digital
04 -
Morfossintaxe das
classes de palavra II
Gramática e Interpretação de
texto ITA 2020
Professora Celina Gil
Prof. Celina Gil
Aula 04 – Gramática e Interpretação de texto - ITA 2020
SUMÁRIO
Apresentação ............................................................................................................... 3
1 – Significado dos conectivos ...................................................................................... 3
1.1 – Significado das Preposições .......................................................................................... 3
1.2 – Significado das conjunções ........................................................................................... 7
2 – Regência Nominal e Verbal .................................................................................. 12
2.1- Regência Nominal .................................................................................................... 13
2.2 – Regência Verbal .......................................................................................................... 21
3 – Concordância Nominal e Verbal ........................................................................... 28
3.1 – Concordância Nominal ................................................................................................ 29
3.2 – Concordância Verbal ................................................................................................... 34
4 – Crase e demais formas combinadas ..................................................................... 38
4.1 – Crase ............................................................................................................................ 38
4.2 – Formas combinadas .................................................................................................... 45
5 – Colocação Pronominal.......................................................................................... 49
5.1 – Próclise ........................................................................................................................ 51
5.2 – Ênclise .......................................................................................................................... 53
5.3 – Mesóclise ..................................................................................................................... 54
6 – Questões .............................................................................................................. 56
6.1 – Lista de questões ......................................................................................................... 57
6.2 - Gabarito ....................................................................................................................... 91
6.3 – Questões comentadas .............................................................................................. 92
Considerações finais................................................................................................. 139
APRESENTAÇÃO
Caro aluno,
Na segunda aula de Morfossintaxe das classes de palavra, vamos nos dedicar a algumas
construções muito importantes para os vestibulares:
➢ Significado dos conectivos
➢ Regência nominal e verbal;
➢ Concordância nominal e verbal;
➢ Colocação pronominal; e
➢ Crase e demais formas combinadas.
São temas que envolvem entendimento dos significados, mas também uma boa dose de
memorização! Você vai precisar decorar alguns casos e usos.
Mas não precisa se assustar! Você pode consultar o material tantas vezes quanto precisar!
Sem dúvidas, o assunto mais importante da aula é o significado dos conectivos. Esse tem
sido o tema mais frequente em gramática dos vestibulares. No ITA, a grande maioria das questões
exige que você compreenda o valor dos conectivos mais do que sua classificação. Por isso, na
hora de estudar – e até revisar – para a prova, esse é o principal conteúdo!
Vamos lá?
DICA
Para entender qual a relação estabelecida, procure pistas no verbo. Um verbo como
“vender”, por exemplo, tem grandes chances de se relacionar a preço. Use seu vocabulário
a seu favor.
Preposição “a”
Destino: Vão a São Paulo.
Distância: Estava a um metro.
Finalidade: Tinha dois amigos a me aconselhar.
Instrumento: Escreveu à caneta.
Meio: Andei a cavalo.
Modo: Vive à sua própria vontade.
Movimento: Ela foi à feira.
Preço: Vendia uma peça a cem reais.
Proximidade: Postou-se à entrada da casa.
Tempo: Às manhãs de sábado, dormia mais.
Preposição “com”
Causa: Perderam tudo com as chuvas.
Companhia: Saiu com os amigos.
Instrumento: Destruiu com as mãos.
Oposição: Estão em guerra com a Espanha.
Preposição “contra”
Lugar: Segurava o papel contra o peito.
Oposição: Um lutou contra o outro.
Preposição “de”
Autoria: O livro de Machado de Assis.
Causa: Gritou de ódio.
Conteúdo: Um copo de suco.
Lugar: Veio de longe.
Matéria: Colar de prata.
Meio: Vivia do seu próprio trabalho.
Modo: Me encarou de frente.
Origem: Vim de família pobre.
Posse: A casa de minha família.
Tempo: De noite, chorava.
Preposição “em”
Estado ou mudança de estado: As árvores em flor / Tornou água em vinho.
Preposição “para”
Direção: Viajou para o norte.
Fim: Nascido para brilhar.
Lugar: Rumou para sua casa.
Preposição “por”
Causa: Veio por mim.
Finalidade: Viveu por ajudar os outros.
Lugar: Olhou por toda a sala.
Meio: É conhecido por seu trabalho.
Tempo: Andou por horas.
Preposição “sobre”
Assunto: Falaram sobre religião.
Posição: Estava sobre a mesa.
Considere o tipo de relação estabelecida pela preposição “para” nos seguintes trechos do
poema:
I. “ó inapto para as cavalhadas e os trabalhos brutais”.
II. “Ó tal como quiséramos para tristeza nossa e consumação das eras”.
III. “para o fim de tudo que foi grande”.
IV. “para melhor servir-nos”.
Conjunções coordenativas
Aditivas: Relacionam pensamentos similares.
Conjunções subordinativas
Causais: Exprimem causa.
Ela foi embora, porque estava muito triste.
Ex.: como, já que, pois, porque, que, uma vez que.
Ex.: antes que, apenas, assim que, até que, depois que, logo que, quando, tanto que.
Estas são algumas das principais possibilidades de significado e valores das conjunções:
Conjunção Valores
Comumente, a palavra regente vem em primeiro lugar na frase e a palavra regida vem em
segundo lugar. A regência pode se dar através:
➢ Posição das palavras na frase: palavra regente antes da regida;
➢ Preposição: a palavra regente e a regida se ligam pela presença de uma preposição entre
elas. Nesse caso, a regente aparece antes da preposição e a regida depois.
➢ Conjunção: quando uma oração se liga a outra através de uma conjunção que as divide e
explicita sua relação de sentido.
Nesse capítulo, vamos nos dedicar a entender os processos de Regência Nominal e Regência
Verbal.
Infelizmente, esse assunto exige que você decore alguns casos e informações. Parece um
assunto chato, mas ele vem sendo muito cobrado nos vestibulares.
Então, leia atentamente esse capítulo e, se for preciso, mantenha a lista das palavras mais
importantes perto de você sempre. Assim, você pode consultá-la quantas vezes for
necessário”
Regência Exemplo
Siga o modelo do quadro que fizemos acima e crie diferentes orações para um mesmo
substantivo. Em cada uma delas, utilize uma preposição diferente. Se você ficar com dúvidas, nos
envie no fórum para que possamos responder!
Acesso
Amor
Atenção
Dúvida
Respeito
Tendência
Com preposição “a”: Com preposição “de”: Com preposição Com preposição
Admiração Abuso “em”: “entre”:
Devoção Impossibilidade Bacharel Convênio
Horror Justificativa Doutor
Ida Obrigação Habilidade
Inclinação Teoria Harmonia
Tendência Interesse
Adjetivos
Regência Exemplo
Siga o modelo do quadro que fizemos acima e crie diferentes orações para um mesmo
adjetivo. Em cada uma delas, utilize uma preposição diferente. Se você ficar com dúvidas, nos envie
no fórum para que possamos responder!
Ansioso
Contente
Construído
Fácil
Junto
Satisfeito
Situado
Unido
Último
Com preposição Com preposição Com preposição Com a preposição Com preposição
“a”: “com”: “de”: “em”: “por”:
Adequado Aflito Certo Baseado Aflito
Análogo Coerente Consciente Entendido Fanático
Anterior Compatível Diferente Sábio Sedento
Avesso Condizente Livre
Contrário Contraditório Natural
Desatento Cuidadoso Sedento
Disposto Descontente Seguro
Equivalente Feliz Suspeito
Favorável Severo
Idêntico
Inacessível
Oposto
Prestes
Sensível
Superior
Único
Advérbios
Regência Exemplo
É mais difícil aparecer questões que envolvam apenas a regência nominal ou apenas a
verbal. Nesse exercício, duas alternativas são de regência verbal e outras duas de nominal.
É importante que você observe ambos os aspectos quando a questão falar sobre regência.
(UNIFESP – 2014)
A sensível
Foi então que ela atravessou uma crise que nada parecia ter a ver com sua vida: uma crise
de profunda piedade. A cabeça tão limitada, tão bem penteada, mal podia suportar perdoar
tanto. Não podia olhar o rosto de um tenor enquanto este cantava alegre – virava para o lado
o rosto magoado, insuportável, por piedade, não suportando a glória do cantor. Na rua de
repente comprimia o peito com as mãos enluvadas – assaltada de perdão. Sofria sem
recompensa, sem mesmo a simpatia por si própria.
Essa mesma senhora, que sofreu de sensibilidade como de doença, escolheu um domingo
em que o marido viajava para procurar a bordadeira. Era mais um passeio que uma
necessidade. Isso ela sempre soubera: passear. Como se ainda fosse a menina que passeia na
calçada. Sobretudo passeava muito quando “sentia” que o marido a enganava. Assim foi
procurar a bordadeira, no domingo de manhã. Desceu uma rua cheia de lama, de galinhas e
de crianças nuas – aonde fora se meter! A bordadeira, na casa cheia de filhos com cara de
fome, o marido tuberculoso – a bordadeira recusou-se a bordar a toalha porque não gostava
de fazer ponto de cruz! Saiu afrontada e perplexa. “Sentia-se” tão suja pelo calor da manhã, e
um de seus prazeres era pensar que sempre, desde pequena, fora muito limpa. Em casa
almoçou sozinha, deitou-se no quarto meio escurecido, cheia de sentimentos maduros e sem
amargura. Oh pelo menos uma vez não “sentia” nada. Senão talvez a perplexidade diante da
liberdade da bordadeira pobre. Senão talvez um sentimento de espera. A liberdade.
(Clarice Lispector. Os melhores contos de Clarice Lispector, 1996.)
e) A senhora gostava muito de passear, embora tivesse ainda a impressão que era menina
passeando pela calçada.
Comentários: A alternativa que não apresenta incorreções quanto à regência é a alternativa
D.
A alternativa A este incorreta, pois o verbo “esquecer”, nesse caso, exige a presença do
pronome reflexivo “-se”.
Portanto, a frase correta é “(...) mas achava melhor esquecer-se daquilo. Veremos melhor a
regência verbal a seguir.
A alternativa B este incorreta, pois “onde” não admite a contração com a preposição “a”
(aonde), nesse caso.
Portanto, a frase correta é “a senhora se perguntava onde é que estava”.
A alternativa C este incorreta, pois “comum” não admite preposição “de”.
Portanto, a frase correta é “Era comum que a senhora”
A alternativa E este incorreta, pois “ter a impressão” demanda preposição “de.
Portanto, a frase correta é “embora tivesse ainda a impressão de que era menina”.
Gabarito: D
A transitividade dos verbos não é fixa. Dependendo do contexto, alguns verbos podem ser
transitivos ou intransitivos.
Portanto, nem sempre decorar os verbos bastará pra responder à questão. É preciso
compreender a estrutura.
Ex.: O menino viajou. (VI)
O menino viajou para estudar. (VTI)
Isso posto, a regência verbal determina os casos em que se usa ou não preposição. Muitos
verbos admitem dupla regência, ou seja, podem vir ou não acompanhados de preposição. Isso
costuma ocorrer quando um mesmo verbo pode ser entendido com significados diferentes.
Vamos ver os principais verbos a lembrar da regência. Estarão indicados antes de cada caso a sigla
correspondente à transitividade assumida. As preposições estão em negrito e os complementos sem
preposição estão grifados.
Legenda:
VI – Verbo intransitivo
VTD – Verbo transitivo direto
VTI – Verbo transitivo indireto
VTDI – Verbo transitivo direto e indireto
Regência Exemplo
Preferir VTD – Quando há pluralidade de elementos não preferidos, portanto, não vale a
pena mencioná-los.
Ex.: Prefiro Paris.
Siga o modelo do quadro que fizemos acima e crie diferentes orações para um mesmo verbo.
Em cada uma delas, utilize-o com uma transitividade diferente. Se você ficar com dúvidas, nos envie
no fórum para que possamos responder!
Aspirar
Assistir
Atender
Chamar
Esquecer
Implicar
Lembrar
Obedecer (e
desobedecer)
Preferir
Querer
Responder
Visar
Com preposição
Com preposição “por”:
“para”: Com preposição
- ansiar por;
- convidar para; “sobre”:
- apaixonar-se por;
- convocar para; - alertar sobre;
- chorar por;
- desafiar para; - meditar sobre;
- interessar-se por;
- esforçar-se para; - prevalecer sobre;
- rogar por;
- habilitar para. - recair sobre.
- trocar por.
Procure fazer associações assim para facilitar seu estudo. Assim, você não precisa
decorar tantas palavras e suas regências.
Artigo
Pronome Adjetivo
Numeral
Algumas vezes, a concordância não será tão simples como a do exemplo que vimos
anteriormente. Mas e se ao invés de:
“Os dois meninos mais bonitos estudam juntos.”
... a construção fosse:
“O menino e a menina mais bonitos estudam juntos.”
Adjetivo posposto
➢ Mesmo gênero + singular = adjetivo no mesmo gênero plural OU concorda com mais
próximo.
Ex.: Estudo filosofia e sociologia alemãs.
“alemãs” é feminino plural.
OU
Estudo filosofia e sociologia alemã.
“alemã” é feminino singular, como “sociologia”.
OU
Eu comprei uma bolsa e um sapato lindo.
“lindo” é masculino singular, como “sapato”.
Anexo e incluso
➢ Concordam com o substantivo a que se referem, sem preposição.
Ex.: Os documentos estão anexos.
A sobremesa está inclusa.
É necessário
➢ Não varia, a menos que o substantivo tenha palavra determinante.
Ex.: Cautela é necessário.
A cautela é necessária.
Meio
➢ Quando tem valor de advérbio, é invariável.
Ex.: Ela estava meio nervosa.
Ele estava meio nervoso.
Muito e pouco
➢ Quando tem valor de advérbio, é invariável.
Ex.: Ela estava muito nervosa. / Ela estava pouco confortável.
Ele estava muito nervoso. / Ele estava pouco confortável.
Pronomes de tratamento
➢ Concordam sempre com a 3ª pessoa.
Ex.: Vossa Excelência cumpriu sua palavra.
ATENÇÃO: esse assunto será retomado a seguir, em concordância verbal.
Tal qual
➢ “Tal” concorda com o termo anteposto e “qual” com o termo posposto.
Ex.: A menina é bonita tal quais as avós.
Os pais eram loiros tais qual o filho.
Um e outro
➢ O substantivo fica no singular e o adjetivo no plural.
Ex.: Ela resolveu um e outro exercício fáceis.
Essa é a regra básica da concordância verbal. A partir dela, é preciso pensar em dois grandes campos:
quando há apenas um termo central e quando há mais de um termo central.
Um termo central
O verbo, nesse caso, concorda em pessoa e número com o termo central.
Ex.: A menina estudou ontem.
“estudou” está flexionado na 3ª pessoa do singular.
Há alguns casos específicos que costumam aparecer em provas ou que são frequentes nas
redações que vale a pena observar:
➢ Pronome relativo “que”: concorda com o termo antecedente, a que ele se refere.
➢ Pronome relativo “quem”: concorda com o termo antecedente, a que ele se refere
OU 3ª pessoa do singular.
Ex.: Fomos nós quem organizamos o evento.
OU
Fomos nós quem organizou o evento.
➢ Substantivos próprios plurais: com artigo, verbo no plural e sem artigo, verbo no
singular.
Ex.: Os Estados Unidos comemoraram o evento.
Minas Gerais é um estado grande.
Quando uma das pessoas verbais é da 1ª pessoa (tanto do plural quanto do singular), deve-
se utilizar o verbo na 1ª pessoa do plural.
Ex.: Meu namorado e eu iremos jantar fora.
“iremos” está flexionado na 1ª pessoa do plural.
Quando uma das pessoas verbais é da 2ª pessoa (tanto do plural quanto do singular), é preferível
conjugar na 3ª pessoa do plural.
Ex.: Tu e ele foram viajar?
Há alguns casos específicos que costumam aparecer em provas ou que são frequentes nas
redações que vale a pena observar:
➢ Conjunções “ou” e “nem”: com ideia de inclusão, verbo no plural e com ideia de
exclusão, verbo no singular.
Ex.: Frutas ou vegetais são ambos bons para a saúde. (inclusão)
Par ou ímpar será o modo de decisão. (exclusão)
Haja vista
Apesar de pouco usado, é possível flexionar “haja vista” de acordo com o número do
substantivo a que se refere.
Ex.: É preciso lutar, haja vista as dificuldades que estão por vir.
OU
É preciso lutar, haja vistas as dificuldades que estão por vir.
Verbo dar
Esse verbo causa dúvidas principalmente quando relacionado a horários. Quando a ênfase
está no substantivo, o verbo concorda com este último. Quando a ênfase é no numeral, concorda
com este. O mesmo ocorre para outros verbos relacionados a horas, como bater e soar.
Ex.: O relógio da cozinha deu nove horas (concorda com relógio).
Deram nove horas no relógio da cozinha (concorda com nove).
Verbos impessoais
São verbos impessoais aqueles que não tem sujeito, ou seja, em que não é possível atribuir a
ação a nenhum termo expresso na frase.
Nesses casos, a concordância verbal deve ser na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Faz cinco anos que nós namoramos.
Choveu ontem.
Para formar uma voz passiva pronominal, é preciso colocar o verbo na terceira pessoa do
singular. Ele não precisa concordar com os outros termos da oração, porém deve manter o
tempo verbal apresentado no enunciado.
Por isso, a alternativa A é a correta: “Adicionava-se o acetato de chumbo às bebidas como
adoçante”.
Gabarito: A
4.1 – CRASE
A crase é um dos assuntos mais pedidos dos vestibulares, mas é também um dos que
apresenta mais dificuldade aos alunos. Portanto, é preciso que você preste atenção aos seguinte
pontos:
➢ Como a crase se forma;
➢ As condições básicas para que haja crase;
➢ Casos essenciais em que ocorre crase;
➢ Casos em que o emprego da crase é facultativo;
➢ Casos em que não ocorre crase e que costumam ser redigidos erroneamente.
Formação
A crase é um processo fonético, que pode resultar da fusão da preposição “a” com:
➢ Artigo definido “a” ou “as”
Ex.: Ele foi à escola.
Ele foi a (preposição) + a (artigo) escola.
Ex.: Ele fez uma homenagem às vítimas.
(...) fez uma homenagem a (preposição) + as (artigo) vítimas.
ATENÇÃO: Se a oração fosse “Ele fez uma homenagem a vítimas”, esse “a” não é craseado.
Se a crase ocorre da formação entre preposição e artigo, então é preciso que haja
concordância de número entre o artigo e o substantivo que o segue.
Essa oração só teria crase se fosse escrita com “as” ao invés de “a”.
Condições básicas
Há, segundo Celso Cunha (2010), três condições básicas pra que a crase ocorra:
➢ Existência de palavra feminina;
A palavra posterior ao “a” craseado deve ser feminina. Não se usa crase antes de palavra
masculina.
Algumas vezes, a palavra feminina pode estar implícita na frase. Ainda assim, deve-se
usar a crase.
Ex.: As notas dela foram melhores em comparação às dele.
Há nessa oração, a palavra “notas” implícita após a crase. Ela não aparece expressa
textualmente, pois no português tende-se a evitar as repetições desnecessárias, porém,
ainda assim, deve-se usar crase nesse caso.
A oração sem redução seria “As notas dela foram melhores em comparação às notas
dele”.
Emprego obrigatório
Segundo Celso Cunha (2010), há alguns casos que você precisa decorar em que o uso da crase
é obrigatório.
➢ Indicação e horas ou parte do dia.
Ex.: À noite, vou encontrar minhas amigas.
Minha aula começa às sete horas.
ATENÇÃO: Se na oração houver outra preposição, não será necessário o uso de crase.
Ex.: A consulta foi marcada para as 10h.
Artigo
Preposição “para”.
Há alguns casos particulares, bastante pontuais, em que se usa crase. Não são tão
comuns nas provas de vestibular, mas caso queira se aprofundar no assunto, são esses os
casos:
- com a palavra “casa” quando seguida de complemento.
Ex.: Fui à casa de Maria.
- com a palavra “terra” quando seguida de especificação.
Ex.: Os colonizadores chegaram às terras brasileiras.
- com a palavra “distância” quando seguida de determinação.
Ex.: Estava à distância de dez metros.
Emprego facultativo
Há, segundo Celso Cunha (2010), alguns casos que você precisa decorar em que o uso da crase é
facultativo.
➢ Nomes próprios.
Ex.: Ele contou a Maria o que tinha acontecido.
OU
Ele contou à Maria o que tinha acontecido.
➢ Pronomes possessivos.
Ex.: Não vou mais a sua festa.
OU
Não vou mais à sua festa.
➢ Artigos indefinidos.
Ex.: Foi a uma entrevista em uma grande empresa.
➢ Verbos.
Ex.: Ela se pôs a falar sem parar.
➢ Pronomes indefinidos.
Ex.: Não cheguei a nenhuma conclusão.
Existência de palavra
Artigo definido A (s) feminina
Nomes próprios
Facultativa
Pronomes possessivos
O acento indicador de crase deve ser corretamente utilizado somente nas lacunas
a) 1, 3, 4.
b) 1, 2, 4, 6.
c) 2, 3, 5, 7.
d) 4, 5, 6.
e) 2 e 4.
Comentários: As lacunas devem ser preenchidas respectivamente:
1- “(...) nenhuma diferença fará à Fifa” (VTDI)
2- “Qualquer nome lhe servirá (...) à prova de prévio domínio alheio” (locução adverbial)
3- NADA
4- “(...) uma palavra que, artificial ou não, pertence à língua portuguesa” (VTI)
5- “ver seu bom nome ligado a uma daquelas (...)” (apenas preposição)
6- “Seria divertido assistir à Sociedade (...)” (VTI)
7- “acionando a Fifa por injúria” (VTD)
Gabarito: B
Uma das maiores dúvidas dos alunos é o uso de crase para nome de cidades. Há uma
dica simples para saber quando usar a crase nessas situações:
Troque o verbo por “voltar”. Se a construção for com “da”, usa-se crase.
Ex.: Vou a Brasília – Volto de Brasília.
Vou à China – Volto da China.
Combinação
Quando há a junção de dois termos sem que haja perda dos elementos fonéticos, ou seja,
sem que nenhum deles perca nenhuma parte do seu som, dizemos que ocorreu uma combinação.
Há poucos casos em que essencialmente diz-se que houve uma combinação da preposição A
+ palavra de outra classe. São eles:
- Preposição A + artigo definido:
- à (a + a)
- às (a + as)
- ao (a + o)
- a + os (aos)
- àquilo (a + aquilo)
Contração
Já na contração, na junção dos dois termos há perda de algum dos elementos fonéticos A crase é
uma formação por contração. A contração pode acontecer quando uma preposição com uma
palavra de outra classe.
- cum - comigo
(com + um) (com + mim)
- contigo
(com + ti)
- consigo
(com + si)
- conosco
(com + nós)
- convosco
(com + vós)
- donde *o mesmo
(de + onde) ocorre com esse
(a) e aquele (a).
Artigo Artigo
definido indefinido
- pro - prum
(para + o) (para + um)
- pra - pruns
(para + a) (para + uns)
- pros - pruma
(para + os) (para + uma)
- pras - prumas
(para + as) (de + umas)
Art. definido
- pelo
(por + o)
- pela
(por + a)
- pelos
(por + os)
- pelas
(por + as)
*o mesmo ocorre
com esse (a) e
aquele (a).
Preposição – pro prum – – –
PARA pra pruns
pros pruma
pras prumas
Preposição – pelo – – – –
POR pela
pelos
pelas
5 – COLOCAÇÃO PRONOMINAL
A colocação pronominal é um tema que costuma causar muitas dúvidas. Antes de entrar nos
usos em si, é importante ter em mente que esse tópico se refere à colocação dos pronomes átonos.
Pronomes átonos
1ª pessoa do singular – EU me
2ª pessoa do singular – TU te
3ª pessoa do singular – ELE / ELA se, o, a, lhe
Por vezes, os pronomes oblíquos o/a, os/as podem sofrer uma modificação em função do som:
- Quando precedidos de verbo terminado em r, s e z se tornam lo/la, los/las:
amar + o = amá-lo
vimos + as = vimo-las
fez + os = fê-los
- Quando precedidos de som nasal, se tornam no/na, nos/nas:
põe + os = põe-nos
viram + os = viram-no
Em relação ao verbo, o pronome pode estar antes dele, depois dele ou até mesmo no meio dele.
Cada um desses casos possui um nome:
Próclise
Ênclise
Mesóclise
Vamos ver agora as principais situações em que se usam esses casos. Você verá que muitas
dessas construções soam estranhas para nós, pois são pouco comuns na oralidade. Mesmo assim, é
preciso aprendê-las, pois a escrita não corresponde necessariamente à fala.
5.1 – PRÓCLISE
O principal a se lembrar quanto à próclise é que algumas palavras atraem o pronome átono.
Veja alguns casos mais comuns:
Palavra negativa
Ex.: Não o amo.
➢ Aqui é especialmente uma questão de som da palavra. Se o pronome não estivesse
antes do verbo, o som seria muito desagradável (Não amo ele).
Outros exemplos:
Nunca a vi.
Ninguém te podia explicar.
Pronome relativo
Ex.: Foi ele quem me disse.
➢ Pronomes em geral são palavras com muita força. Eles tendem a atrair os pronomes
átonos para perto de si.
Outros exemplos:
Era ele que te mandava as mensagens.
Não sei onde me esconder.
Pronome interrogativo
Ex.: Quem me chama a essa hora?
➢ Não se esqueça que pronomes interrogativos também aparecem em perguntas
indiretas (Ela perguntou quem a chamaria.)
➢ Mesmo em construções verbais com locução verbal, o pronome átono precede a
construção.
Outros exemplos:
Porque lhe trouxeram aqui?
Qual mal me poderia atingir?
Pronome indefinido
Ex.: Alguém lhe contou isso.
➢ Numerais com traço indefinido (como “ambos”) também se constroem com próclise.
Outros exemplos:
Palavra exclamativa
Ex.: Que Deus nos abençoe.
➢ Palavras exclamativas são aquelas que expressam desejos.
➢ Orações exclamativas também se constroem com próclise.
Outros exemplos:
Bons ventos o trazem aqui!
Espero que ele lhe diga a verdade.
Preposição em + gerúndio
Ex.: Ele é o especialista em se tratando de física.
➢ Os outros usos do gerúndio são construídos com ênclise (Atendendo-se as
expectativas, serei promovido).
Outros exemplos:
Ela tem muita dificuldade em se tratando de português.
Em se tratando de trabalho, estou sempre disposto.
Advérbio
Ex.: Talvez me chamem hoje para a entrevista.
➢ Lembre-se que advérbios podem ser palavras que denotam circunstâncias de
afirmação, dúvida, intensidade, lugar, modo, tempo, entre outros.
Outros exemplos:
Hoje lhe pedirei em namoro.
Ali se come bem.
Conjunção de subordinação
Ex.: Ele ficou feliz quando lhe contaram isso.
➢ Esse ponto ficará mais claro a partir da aula de análise sintática. Por ora, apenas se
lembre que uma relação de subordinação é uma relação de dependência, ou seja, uma
oração depende de outra para fazer sentido.
Outros exemplos:
Prefiro que me avise por e-mail.
5.2 – ÊNCLISE
Na norma culta, convencionou-se que não é possível iniciar períodos com pronome átono.
Portanto, em construções no começo do período, usa-se a ênclise.
Conjunção de coordenação
Ex.: Chegou em casa e contou-me sobre seu dia.
➢ Perceba que, assim como há palavras que atraem o pronome, outras repelem. Esse é
o caso das conjunções de coordenação.
Outros exemplos:
Disse que me ajudaria, mas abandonou-me.
Ora ficava quieto, ora falava-me absurdos.
Gerúndio
Ex.: Saiu esquecendo-se do livro.
➢ O único caso em que o gerúndio não se constrói com ênclise é o citado no item 4.1:
quando precedido de “em” (Em se tratando de português).
Outros exemplos:
Ele pediu desculpas ligando-me mais tarde.
Ele ia confundindo-me com as palavras.
Imperativo afirmativo
Ex.: João, sente-se imediatamente.
➢ É importante lembrar que não se inicia períodos com pronome átono (Se sente
imediatamente, João). Portanto, com ou sem algum termo anterior, a construção aqui é
sempre enclítica.
➢ Essa construção é específica do imperativo afirmativo, pois palavras negativas têm
mais força e, portanto, atraem o pronome (João, não se sente).
Outros exemplos:
Ligue-me assim que puder.
Dê-me o livro.
Infinitivo pessoal
Ex.: Ligaram-se ontem pela manhã.
➢ Não se esqueça que o infinitivo pessoal é aquele que permite flexão do verbo.
Outros exemplos:
Prometeram amarem-se para sempre.
Ele vivia a interromper-me.
5.3 – MESÓCLISE
A mesóclise só é utilizada para construções no futuro do presente ou futuro do pretérito,
ambos do indicativo.
Futuro do presente
Ex.: Amar-te-ei para sempre.
O verbo “amar” na primeira pessoa do futuro do presente se conjuga “amarei”
Futuro do pretérito
Ex.: Amar-te-ia para sempre.
O verbo “amar” na primeira pessoa do futuro do pretérito se conjuga “amaria”
- Lembre-se que palavras negativas atraem o pronome. Portanto, mesmo que os verbos
estejam no futuro do presente ou no futuro do pretérito, se forem acompanhados de
palavra negativa, serão escritos em próclise.
- Perceba que utilizamos exemplos tanto de verbos simples quanto de locuções verbais. Os
usos são semelhantes independente da construção.
Palavra Negativa
Pronome Relativo
Pronome
interrogativo
Palavra / oração
exclamativa
Advérbio
Conjunção de
Subordinação
Conjunção de
Colocação de Coordenação
Pronomes
Gerúndio
Ênclise
Imperativo
Afirmativo
Infinitivo pessoal
Futuro do presente
Mesóclise
Futuro do Pretérito
6 – QUESTÕES
Antes de começar as questões, alguns avisos:
➢ O significado dos conectivos é um dos assuntos mais importantes de gramática para o
vestibular do ITA. A maioria das questões de gramática envolvem saber o valor dos
conectivos, mais do que nomes técnicos. Por isso, se dedique MUITO a esse tópico. Você verá
que há muitos exercícios sobre isso nessa lista.
➢ Em contrapartida, a crase, um assunto tão temido pelos alunos há dez anos não cai no ITA!
Porque é importante fazer exercícios de crase então? Porque na redação é um tópico que
causa muitos problemas. A maioria das pessoas tem dificuldade no uso cotidiano da crase.
Por isso, pratique nos exercícios para que na hora da produção textual você não se confunda.
Vamos lá?
“Alguns anos de sombras não nos tornarão cegos.” Sempre apegado aos sonhos, picharia
também uma do Charles Chaplin: “Nunca abandone os seus sonhos, porque se um dia eles se
forem, você continuará vivendo, mas terá deixado de existir”.
Claro, eu poderia escrever essas frases num livro, num caderno ou no papel amassado que
embrulha o pão da manhã, mas o muro me cativa, porque está ao alcance das vistas de todos
e quero gritar para o mundo as frases que gosto; são tantas, até temo que me faltem os muros.
Poderia passar o dia todo pichando frases, as linhas vão se acabando e ainda tenho tanto a
pichar... “É preciso muito tempo para se tornar jovem”, de Picasso, “Há um certo prazer na
loucura que só um louco conhece”, de Neruda, “Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me
bem devagarzinho”, cravada por Mário Quintana...
Encerro com Nietzsche: “Isto é um sonho, bem sei, mas quero continuar a sonhar”, que
serve para exemplificar o que sinto neste momento, aqui na minha sala, escrevendo no
computador o que gostaria de jogar nos muros lá fora, a custo me mantendo calmo, um olho
na tela, outro voltado para o lado oposto da rua. Lá tem aquele muro enorme, branco e virgem,
clamando por frases. Não sei quanto tempo resistirei até puxar o gatilho do spray.
Adaptado de: ALVEZ, A. L. Um muro para pichar. Correio do Estado, fev 2018. Disponível em
Acesso em: ago. 2018.
Por ser uma crônica, o texto apresenta formas coloquiais, que por vezes distanciam o texto da
norma padrão da língua portuguesa. Assinale a alternativa em que ocorre desvio da norma
culta.
a) Fui tentar entender e não me faltaram explicações: é grafite, é tribal, coisas de difícil
compreensão.
b) O pequeno vândalo escondido dentro de mim busca frases na memória e, então, sinto até
o cheiro ........da lama de Woodstock [...]
c) Depois arriscaria uma frase que criei e gosto [...]
d) Desde os primórdios dos tempos, usamos a escrita como forma de expressão [...]
e) Poderia passar o dia todo pichando frases, as linhas vão se acabando e ainda tenho tanto a
........pichar...
2. (ITA - 2017)
http://2.bp.blogspot.com/_wBWh8NQAZ78/TBWEMQ8147I/
AAAAAAAAACE/zmfW9c8uAKk/s1600/Tirinha_Sensacionalismo.jpg.
(Acesso em 12/05/2016)
Os dois primeiros quadros da tirinha criam no leitor uma expectativa de desfecho que não se
concretiza, gerando daí o efeito de humor. Nesse contexto, a conjunção e estabelece a relação
de
a) conclusão.
b) explicação.
c) oposição.
d) consequência.
e) alternância.
No trecho “Até os bispos tinham suas pedras.”, a palavra sublinhada expressa ideia de
a) inclusão.
b) tempo.
c) modo.
d) quantidade.
e) qualidade.
4. (ITA – 2015)
Leia os dois excertos de entrevistas com dois africanos de Guiné-Bissau, que foram
universitários no Brasil nos anos 1980.
Excerto 1: Para muitas pessoas, mesmo professores universitários, a África era um país. “Ah,
você veio de onde? Da África?” “Sim, da Guiné-Bissau.” “Ah, Guiné-Bissau, região da África.”
Quer dizer, Guiné-Bissau pra eles é como Brasil, São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro.
Excerto 2: Porque a novela passa tudo de bom, o pobre vive bem, né? Mesmo dentro da favela,
você vê aquela casa bonitinha, tal. Então tinha uma ideia, eu, pelo menos, tinha uma ideia de
um Brasil... quer dizer, fantástico!
5. (ITA – 2013)
Nove em cada dez usuários de Internet recebem spams em seus e-mails corporativos,
segundo estudo realizado pela empresa alemã Antispameurope, especializada em lixo
eletrônico virtual. Cada trabalhador perde, em média, sete minutos por dia limpando a caixa
de mensagens, e essa quebra na produtividade custa € 828 – pouco mais de R$ 2,3 mil – anuais
às empresas.
Tomando-se como base os números apontados pela pesquisa, uma corporação de médio
porte, com mil funcionários, perde, portanto, € 828 mil por ano – ou R$ 2,3 milhões –com esta
prática que é considerada, apesar de simplória, uma verdadeira praga da modernidade.
O spam remete às mensagens não-solicitadas enviadas em massa, geralmente utilizadas
para fins comerciais, e pode de fato prejudicar consideravelmente a produtividade no
ambiente de trabalho.
Um relatório da Symantec, empresa de segurança virtual, mostra que o Brasil é o segundo
maior emissor de spam do mundo, com geração de 10% de todo o fluxo de mensagens
indesejadas na rede mundial de computadores. Os campeões são os norte-americanos, com
26%. [...]
(Rodrigo Capelo. http://www.vocecommaistempo.com.br.
Acesso em: 23/09/2012. Texto adaptado.)
A expressão “apesar de simplória” no segundo parágrafo pode ser substituída por
a) embora efêmera.
b) no entanto fácil.
c) não obstante comum.
d) ainda que pouco complexa.
e) todavia rápida.
6. (ITA – 2011)
Já em bairros nobres, como Moema, Itaim e Jardins, por exemplo, é fácil ver carrões que
saem das garagens para ir de uma esquina a outra e disputar improváveis vagas de
estacionamento. A ideia é manter-se fechado em shoppings, boutiques, clubes, academias de
ginástica, escolas, escritórios, porque o ambiente lá fora – o nosso meio ambiente urbano –
dizem que é muito perigoso.
(Amália Safatle. http://terramagazine.terra.com.br, 15/07/2009. Adaptado.)
Assinale a opção em que o termo grifado NÃO indica a circunstância mencionada entre
parênteses.
a) [...] pois até as vias alternativas que os taxistas conhecem estavam entupidas. (Causa)
b) Já foram inclusive objeto de teses acadêmicas. (Tempo)
c) [...] apesar de ser a saída mais utilizada pela população [...]. (Concessão)
d) Já em bairros nobres, como Moema, Itaim e Jardins, por exemplo, [...]. (Tempo)
e) [...] porque o ambiente lá fora – o nosso meio ambiente urbano – dizem que é muito
perigoso. (Causa)
a) Atenção: na minha coluna não usei “careta” como quadrado, estreito, alienado,
fiscalizador e moralista, mas humano, aberto, atento, cuidadoso.
b) Não apenas no sentido econômico, mas emocional e psíquico: os sem autoestima, sem
amor, sem sentido de vida, sem esperança e sem projetos.
c) Não solto, não desorientado e desamparado, mas amado com verdade e sensatez.
d) [...] (não me refiro a nomes importantes, mas a seres humanos confiáveis) [...].
e) Pois, na hora da angústia, não são os amiguinhos que vão orientá-los e ampará-los, mas o
pai e a mãe – se tiverem cacife.
8. (ITA - 2008)
Observe o emprego da partícula se, em destaque, nos excertos abaixo:
da jogada e decide deslocar-se nesta ou naquela direção, ou manter-se parado, certo de que
a bola chegará a seus pés. (linhas 10 a 13)
III. De fato, se o jogador não estiver psicologicamente preparado para vencer, não dará o
melhor de si. (linhas 50 e 51)
9. (ITA - 2008)
1
Com um pouco de exagero, costumo dizer que todo jogo é de azar. Falo assim referindo-
me ao futebol que, ao contrário da roleta ou da loteria, implica tática e estratégia, sem falar
no principal, que é o talento e a habilidade dos jogadores. Apesar disso, não consegue eliminar
o azar, isto é, o acaso.
5
E já que falamos em acaso, vale lembrar que, em francês, “acaso” escreve-se “hasard”,
como no célebre verso de Mallarmé, que diz: “um lance de dados jamais eliminará o acaso”.
Ele está, no fundo, referindo-se ao fazer do poema que, em que pese a mestria e lucidez do
poeta, está ainda assim sujeito ao azar, ou seja, ao acaso.
Se no poema é assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22 jogadores se
10
movendo num campo de amplas dimensões. Se é verdade que eles jogam conforme
esquemas de marcação e ataque, seguindo a orientação do técnico, deve-se no entanto levar
em conta que cada jogador tem sua percepção da jogada e decide deslocar-se nesta ou
naquela direção, ou manter-se parado, certo de que a bola chegará a seus pés. Nada disso se
pode prever, daí resultando um alto índice de probabilidades, ou seja, de ocorrências
15
imprevisíveis e que, portanto, escapam ao controle.
Tomemos, como exemplo, um lance que quase sempre implica perigo de gol: o tiro de
canto. Não é à toa que, quando se cria essa situação, os jogadores da defesa se afligem em
anular as possibilidades que têm os adversários de fazerem o gol. Sentem-se ao sabor do acaso,
da imprevisibilidade. O time adversário desloca para a área do que sofre 20o tiro de canto seus
jogadores mais altos e, por isso mesmo, treinados para cabecear para dentro do gol. Isto reduz
o grau de imprevisibilidade por aumentar as possibilidades do time atacante de aproveitar em
seu favor o tiro de canto e fazer o gol. Nessa mesma medida, crescem, para a defesa, as
dificuldades de evitar o pior. Mas nada disso consegue eliminar o acaso, uma vez que o batedor
do escanteio, por mais exímio que 25seja, não pode com precisão absoluta lançar a bola na
cabeça de determinado jogador. Além do mais, a inquietação ali na área é grande, todos os
jogadores se movimentam, uns tentando escapar à marcação, outros procurando marcá-los.
Essa movimentação, multiplicada pelo número de jogadores que se movem, aumenta
fantasticamente o grau de imprevisibilidade do que ocorrerá quando a bola for lançada. A que
altura chegará 30ali? Qual jogador estará, naquele instante, em posição propícia para cabeceá-
la, seja para dentro do gol, seja para longe dele? Não existe treinamento tático, posição
privilegiada, nada que torne previsível o desfecho do tiro de canto. A bola pode cair ao alcance
deste ou daquele jogador e, dependendo da sorte, será gol ou não.
Não quero dizer com isso que o resultado das partidas de futebol seja apenas fruto 35do
acaso, mas a verdade é que, sem um pouco de sorte, neste campo, como em outros, não se
vai muito longe; jogadores, técnicos e torcedores sabem disso, tanto que todos querem se
livrar do chamado “pé frio”. Como não pretendo passar por supersticioso, evito aderir
abertamente a essa tese, mas quando vejo, durante uma partida, meu time perder “gols
feitos”, nasce-me o desagradável temor de que aquele não é um bom dia 40para nós e de que
a derrota é certa.
Que eu, mero torcedor, pense assim, é compreensível, mas que dizer de técnicos de
futebol que vivem de terço na mão e medalhas de santos sob a camisa e que, em face de cada
lance decisivo, as puxam para fora, as beijam e murmuram orações? Isso para não falar nos
que consultam pais-de-santo e pagam promessas a Iemanjá. É como se dissessem: 45treino os
jogadores, traço o esquema de jogo, armo jogadas, mas, independentemente disso, existem
forças imponderáveis que só obedecem aos santos e pais-de-santo; são as forças do acaso.
Mas não se pode descartar o fator psicológico que, como se sabe, atua sobre os jogadores
de qualquer esporte; tanto isso é certo que, hoje, entre os preparadores 50das equipes há
sempre um psicólogo. De fato, se o jogador não estiver psicologicamente preparado para
vencer, não dará o melhor de si.
Exemplifico essa crença na psicologia com a história de um técnico inglês que, num jogo
decisivo da Copa da Europa, teve um de seus jogadores machucado. Não era um craque, mas
sua perda desfalcaria o time. O médico da equipe, depois de atender o 55jogador, disse ao
técnico: “Ele já voltou a si do desmaio, mas não sabe quem é”. E o técnico: “Ótimo! Diga que
ele é o Pelé e que volte para o campo imediatamente”.
(Ferreira Gullar. Jogos de azar. Em: Folha de S. Paulo, 24/06/2007.)
OBS: os números elevados ao longo do texto representam a numeração de linhas original da
prova.
No penúltimo parágrafo, a conjunção mas (linha 48) estabelece com os demais argumentos do
texto uma relação de
a) restrição.
b) adversidade.
c) atenuação.
d) adição.
e) retificação.
Há lugares que facilitam mais ____ pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro,
com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não
nascer em Minas!
Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível
evitar o excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E
só o amor faz o bobo.
LISPECTOR, Clarice. Das vantagens de ser bobo. Disponível em:
http://www.revistapazes.com/das-vantagens-de-ser-bobo/. Acesso em 10 de maio de 2017.
Originalmente publicado no Jornal do Brasil em 12 de setembro de 1970.
Relação de concessão: introduz uma ideia de quebra de uma expectativa em relação ao que
se espera.
d) “Ele mostrou que o conceito de éter era desnecessário, uma vez que se estava querendo
abandonar o de tempo absoluto”.
Ligação de alternância: introduz uma oração cujo conteúdo exclui o conteúdo da outra.
e) “Como não há força atuando sobre o corpo, a sua velocidade não aumenta, nem diminui,
nem muda de direção. Portanto o único movimento possível do corpo na ausência de qualquer
força atuando sobre ele é o movimento retilíneo uniforme”.
Ligação conclusiva: introduz uma conclusão relativamente ao enunciado anterior.
Indique o item que esclarece a intenção de cada trecho destacado nas frases I, II, III e IV,
respectivamente.
a) Contrariedade; simultaneidade; explicação; explicação.
b) Tempo; concessão; consequência; condição.
c) Explicação; tempo; tempo; explicação.
d) Contrariedade; concomitância; restrição; finalidade.
e) Contraste; comparação; explicação; finalidade.
c) O sisal (Agave sisalana) é a principal fonte de extração de fibras duras vegetais do mundo.
No Brasil, o seu cultivo ocupa uma extensa área de solos pobres na região semiárida dos
estados da Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte, ou seja, em regiões com escasses para
exploração de outras culturas.
d) O Brasil é o sexto maior produtor de leite do mundo e cresce a uma taxa anual de 4%,
superior à de todos os países que ocupam os primeiros lugares. Respondemos por 66% do
volume total de leite produzido nos países que compõem o Mercosul. Pelo faturamento de
alguns produtos da indústria brasileira de alimentos na última década, pode-se avaliar a
importância relativa do produto lácteo no contexto agrícola nacional, registrando 248% de
aumento contra 78% de todos os segmentos.
e) As técnicas a serem adotadas para a produção das mudas de eucalípto devem atender as
necessidades de cada produtor, em termos de disponibilidade, localização de área, grau de
tecnologia e dos recursos financeiros disponíveis.
histérica, desfeita em chilique e calundu. Esse mando de recato me asfixia, de noite corro as
ruas em busca de marido. De marido a quem servir o vatapá doirado e meu cobreado corpo
de gengibre e mel.
Chegou o vatapá ao ponto, vejam que beleza! Para servi-lo falta apenas derramar um
pouco de azeite-de-dendê por cima, azeite cru. Acompanhado de acaçá o sirvam, e noivos e
maridos lamberão os beiços.
AMADO, Jorge. Dona Flor e seus dois maridos.
Rio de Janeiro: Record, 1997. p. 231-233.
Observe as orações a seguir e independente de seu contexto original, marque a opção em que
a expressão destacada foi substituída corretamente pelo pronome oblíquo átono.
a) Mancha continua. / Só não desmancha prazer. (Texto II, linhas 17 e 18)
Mancha continua, / Só não a desmancha.
b) (...) foi descoberto que se poderia obter economia (...) (Texto I, linhas 2 e 3)
(...) foi descoberto que se poder-lhe-ia obter.
c) (...) é a que mais produz óleo por área plantada. (Texto I, linhas 13 e 14)
é a que mais produz-no por área plantada.
d) Tragam duas cabeças de garoupa fresca. (Texto III, linha 7)
Tragam-nas.
e) A seguir agreguem leite de coco (...) (Texto III, linha 23)
A seguir agreguem-o.
c) I e V.
d) I, II e VI.
SECCHIN, Antônio Carlos. Antologia temática da poesia brasileira. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras, UFRJ, 2004.
Observe o verso:
“Tinha um nome de que ninguém se lembra mais”. (1a estrofe) Assinale a opção que, após a
substituição do segundo verbo, possui incorreção na regência verbal.
a) Tinha um nome em que ninguém acredita mais.
b) Tinha um nome que ninguém ouve mais.
c) Tinha um nome de que ninguém fala mais.
d) Tinha um nome a que ninguém confia mais.
a) há - a - a - Aonde - Onde
b) há - há - à - Onde - Onde
c) há - a - a - Aonde - Aonde
d) a - a - à - Para onde - Por onde
e) a - há - há - Por onde – Aonde
Adaptado de: SCLIAR, M. O centauro no jardim. 9. ed. Porto Alegre: L&PM, 2001. UFRGS - CV
2018 - LP 09.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das linhas 6, 8 e 11, nessa ordem.
a) à - À - às
b) a - A - às
c) à - A - às
d) a - À - as
e) à - A – as
Assim, foi observado que a resposta da amídala, uma região do cérebro na qual se processam
as reações emocionais, era mais intensa na primeira vez que os participantes enganavam seus
companheiros.
Na verdade Almira parecia ter engordado mais nos últimos momentos, e com comida
ainda parada na boca.
Foi então que Almira começou a despertar. E, como se fosse uma magra, pegou o garfo e
enfiou-o no pescoço de Alice. O restaurante, ao que se disse no jornal, levantou-se como uma
só pessoa. Mas a gorda, mesmo depois de ter feito o gesto, continuou sentada olhando para o
chão, sem ao menos olhar o sangue da outra.
Alice foi ao pronto-socorro, de onde saiu com curativos e os olhos ainda regalados de
espanto. Almira foi presa em flagrante.
Na prisão, Almira comportou-se com delicadeza e alegria, talvez melancólica, mas alegria
mesmo. Fazia graças para as companheiras. Finalmente tinha companheiras. Ficou
encarregada da roupa suja, e dava-se muito bem com as guardiãs, que vez por outra lhe
arranjavam uma barra de chocolate.
(Clarice Lispector. A Legião Estrangeira, 1964. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a preposição “de” forma uma expressão indicativa de causa.
a) ... por que Alice viera atrasada e de olhos vermelhos.
b) ... e insistia com os olhos cheios de lágrimas.
c) – Sua gorda! disse Alice de repente, branca de raiva.
d) ... pegou o garfo e enfiou-o no pescoço de Alice.
e) Mas a gorda, mesmo depois de ter feito o gesto...
1
As famílias mais pobres do mundo estão mais propensas a terem telefones 2 celulares do
que banheiros ou água limpa.
3
Segundo relatório do Banco Mundial, intitulado ”Dividendos Digitais”, o número 4 de
usuários de internet mais que triplicou em uma década, para 3,2 bilhões no final 5 do ano
passado, representando mais de 40 por cento da população mundial.
6
Embora a expansão da internet e de outras tecnologias digitais tenha facilitado 7 a
comunicação e promovido um senso de comunidade global, ela não ofereceu o 8 enorme
aumento de produtividade que muitos esperavam, disse o Banco. Ela também 9 não melhorou
as oportunidades para as pessoas mais pobres do mundo, nem ajudou 10 a propagar a
“governança responsável”.
11
“Os benefícios totais da transformação da informação e comunicação somente se 12
tornarão realidade se os países continuarem a melhorar seu clima de negócios, 13 investirem
na educação e saúde de sua população e proverem a boa governança. Nos 14 países em que
esses fundamentos são fracos, as tecnologias digitais não impulsionam 15 a produtividade nem
reduzem a desigualdade”, afirmou o relatório.
16
A visão do Banco Mundial contrasta com o otimismo dos empreendedores da 17
tecnologia, como Mark Zuckerberg e Bill Gates, que têm argumentado que o acesso 18 universal
à internet é essencial para eliminar a pobreza extrema.
19
“Quando as pessoas têm acesso às ferramentas e ao conhecimento da internet, 20 elas
têm acesso a oportunidades que tornam a vida melhor para todos nós”, diz uma 21 declaração
do ano passado assinada, entre outros, por Zuckerberg e Gates.
22 23
Segundo o Banco Mundial, conectar o mundo “é essencial, mas está longe de ser
suficiente” para eliminar a pobreza.
http://exame.abril.com.br 14//01/2016. Adaptado.
No trecho “é essencial, mas está longe de ser suficiente” (Refs. 22-23), a palavra sublinhada
poderia ser corretamente substituída por
a) porquanto.
b) posto que.
c) conquanto.
d) não obstante.
e) por conseguinte.
Em relação ao jogo de ideias presente no par “bate à porta” e “bate a porta” nos versos acima,
é correto afirmar que o emprego do acento grave está associado a
a) fatores sintáticos que determinam diferentes significados.
b) opções estilísticas que conferem sonoridade e ritmo ao poema.
c) elementos morfológicos que acarretam mudança de classe gramatical.
d) mecanismos fonológicos que promovem a tonicidade das palavras.
e) recursos argumentativos que explicitam efeitos de subjetividade nos textos.
a) Coube à moeda alemã à garantia que o euro chegasse com segurança a países europeus.
b) Coube a moeda alemã à garantia de que o euro chegasse com segurança nos países
europeus.
c) Coube à moeda alemã a garantia de que o euro chegasse com segurança aos países
europeus.
d) Coube à moeda alemã a garantia que o euro chegasse com segurança à países europeus.
e) Coube a moeda alemã a garantia que o euro chegasse com segurança nos países europeus.
Nos trechos “asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade das contratações” (inciso II) e
“assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados” (inciso VII), a
análise das concordâncias dos adjetivos em destaque permite afirmar que
a) apenas a primeira ocorrência está correta.
b) apenas a segunda ocorrência está correta.
c) as duas ocorrências são aceitáveis, mas não corretas.
d) as duas ocorrências estão incorretas.
e) as duas ocorrências estão corretas
uma fronteira jurídica desguarnecida. Se os direitos pertencem à macaca, por que instrumento
legal ela os cedeu à enciclopédia?
Não são, entretanto, questiúnculas jurídicas que eu gostaria de discutir aqui, mas sim a
noção de autoria. Obviamente ela transcende à propriedade do equipamento. Se a foto não
tivesse sido tirada por uma macaca, mas por um outro fotógrafo com a máquina de Slater,
ninguém hesitaria em creditar a imagem a esse outro profissional. Só que não é tão simples.
Imaginemos agora que Slater está andando pela trilha e, sem querer, deixa seu aparelho cair
no chão, de modo que o disparador é acionado. Como que por milagre, a máquina registra
uma imagem maravilhosa, que ganha inúmeros prêmios. Neste caso, atribuir a foto a Slater
não viola nossa intuição de autoria, ainda que o episódio possa ser descrito como uma obra do
acaso e não o resultado de uma ação voluntária.
A questão prática aqui é saber se o "selfie" da macaca está mais para o caso do fotógrafo
que usa a máquina de outro profissional ou para o golpe de sorte. E é aqui que as coisas vão
ficando complicadas. Fazê-lo implica não só decidir quanta consciência devemos atribuir à
símia mas também até que ponto estamos dispostos a admitir que nossas vidas são
determinadas pelo aleatório. E humanos, por razões evolutivas, temos verdadeira alergia ao
fortuito. Não foi por outro motivo que inventamos tantos panteões de deuses.
(Hélio Schwartsman, Folha de S. Paulo, 09/08/2014)
a) Segundo a maioria dos cientistas, a agricultura e a própria segurança hídrica do Brasil serão
beneficiados, caso o país faça uma importante lição de casa: cuidar das nascentes e preservar
as florestas, pois elas têm papel essencial na conservação e na purificação das águas.
b) Segundo a maioria dos cientistas, a agricultura e a própria segurança hídrica do Brasil será
beneficiada, caso o país faça uma importante lição de casa: cuidar das nascentes e preservar
as florestas, pois elas tem papel essencial na conservação e na purificação das águas.
c) Segundo a maioria dos cientistas, a agricultura e a própria segurança hídrica do Brasil serão
beneficiadas, caso o país faça uma importante lição de casa: cuidar das nascentes e preservar
as florestas, pois elas têm papel essencial na conservação e na purificação das águas.
d) Segundo a maioria dos cientistas, a agricultura e a própria segurança hídrica do Brasil será
beneficiado, caso o país faça uma importante lição de casa: cuidar das nascentes e preservar
as florestas, pois elas tem papel essencial na conservação e na purificação das águas.
Sem que haja alteração de sentido do texto, assinale a alternativa correta quanto à regência
verbal.
a) Quando o Capitão Vitorino chegou na sua casa, Mestre José Amaro foi cumprimentar-lhe.
b) Mestre José Amaro lembrou-se que tinha desfeito a imagem de Vitorino como um bobo.
c) A forma solícita como Vitorino tratou a filha vinha de encontro à imagem dele como pobre
bobo.
d) Vitorino não se simpatizava de Quinca Napoleão e lhe desaprovava o que fizera a D. Inês.
e) Vitorino não era amigo de Quinca Napoleão, pensava de que ele vivia de roubar o povo.
a) à … à … a
b) a … a … à
c) a … à … à
d) à … a … a
– Eu não estava lá. Mas me disseram que botou o rifle em cima dela, para fazer medo, para ver
se D. Inês lhe dava a chave do cofre. Ela não deu. José Medeiros, que é homem, borrou-se todo
quando lhe entrou um cangaceiro no estabelecimento. Me disseram que o safado chorava
como bezerro desmamado. Este cachorro anda agora com o fogo da força da polícia fazendo
o diabo com o povo.
(José Lins do Rego, Fogo Morto)
Capitão Vitorino apareceu na casa do mestre José Amaro para falar-lhe do ataque ____ cidade
do Pilar. Disse ao compadre que D. Inês ficou cara ____ cara com Quinca Napoleão, que queria
saquear-lhe o cofre, mas ela não deu a chave ____ ele. O homem era uma ameaça ____
população.
e) o termo “de compromissos com valores do passado” exerce a função de adjunto adverbial
de “isenta”.
preferia continuar a nunca ser chamada em vez de ter um nome que ninguém tem mas parece
que deu certo – parou um instante retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e
com pudor – pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...
– Também no sertão da Paraíba promessa é questão de grande dívida de honra.
Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da vitrine de
uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas, parafusos grandes e
pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-
namorado:
– Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?
Da segunda vez em que se encontraram caía uma chuva fininha que ensopava os ossos. Sem
nem ao menos se darem as mãos caminhavam na chuva que na cara de Macabéa parecia
lágrimas escorrendo.
Clarice Lispector, A hora da estrela.
No trecho “mas minha mãe botou ele por promessa”, o pronome pessoal foi empregado em
registro coloquial. É o que também se verifica em:
a) “– E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?”
b) “– E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?”
c) “– Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?”
d) “– Me desculpe mas até parece doença, doença de pele.”
e) “– (...) pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...”
Qual alternativa apresenta um período – também retirado de Senhora – que pode ser
classificado a mesma maneira que o destacado no texto?
a) Aurélia não gostava de Byron, embora o admirasse.
b) A jovialidade do Seixas e o seu carinho, não só desvaneceram as queixas da Nicota, como
restabelecem a cordialidade entre duas meninas (...).
c) O ciúme é o zelo do senhor pela coisa que lhe pertence (...), seja essa animada ou inanimada.
d) A porta do gabinete estava fechada interiormente, e ele esquecera essa manhã de levar a
chave. Foi obrigado portanto a dar a volta pela saleta.
e) Aurélia deixou perceber ligeira comoção. Entretanto foi com a voz firme que respondeu.
III. A quantas léguas iria? Nem condor nem águia o _____ dizer.
que fosse dessa espécie de moças papilionáceas que se alimentam do pólen das flores, e para
quem o comer é um ato desgracioso e prosaico.
Bem ao contrário, ela sabia que a nutrição dá ___ seiva de beleza, sem a qual as cores
desmaiam nas faces e os sorrisos nos lábios, como as efêmeras e pálidas florações de uma
roseira ética.
Assim não tinha vergonha ___ comer; e sem vaidade acreditava que o esmalte de seus
dentes não era menos gracioso quando eles se triscavam como a crepitação de um colar de
pérolas, nem o matiz de seus lábios menos saboroso quando chupavam uma fruta, ou se
entreabriam para receber o alimento.
6.2 - GABARITO
1. C 18. D 35. B
2. C 19. A 36. C
3. A 20. E 37. B
4. B 21. A 38. D
5. D 22. C 39. E
6. D 23. D 40. D
7. B 24. A 41. A
8. C 25. C 42. C
9. D 26. E 43. D
10. C 27. D 44. D
11. C 28. C 45. E
12. D 29. C 46. A
13. A/E 30. E 47. B
14. A 31. D 48. C
15. D 32. A 49. E
16. D 33. B 50. A
17. C 34. C
1. (ITA – 2019)
Em frente da minha casa existe um muro enorme, todo branco. No Facebook, uma
postagem me chama atenção: é um muro virtual e a brincadeira é pichá-lo com qualquer frase
que vier à cabeça. Não quero pichar o mundo virtual, quero um muro de verdade, igual a este
de frente para a minha casa. Pelas ruas e avenidas, vou trombando nos muros espalhados pelos
quarteirões, repletos de frases tolas, xingamentos e erros de português. Eu bem poderia
modificar isso.
“O caminho se faz caminhando”, essa frase genial, tão forte e certeira do poeta espanhol
Antonio Machado, merece aparecer em diversos muros. Basta pensar um pouco e imaginar;
de fato, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar.
De repente, vejo um prédio inteiro marcado por riscos sem sentido e me calo. Fui tentar
entender e não me faltaram explicações: é grafite, é tribal, coisas de difícil compreensão. As
explicações prosseguem: grafite é arte, pichar é vandalismo. O pequeno vândalo escondido
dentro de mim busca frases na memória e, então, sinto até o cheiro da lama de Woodstock em
letras garrafais: “Não importam os motivos da guerra, a paz é muito mais importante”.
Feito uma folha deslizando pelas águas correntes do rio me surge a imagem de John
Lennon; junto dela, outra frase: “O sonho não acabou”, um tanto modificada pela minha mão,
tornando-se: o sonho nunca acaba. E minha cabeça já se transforma num muro todo branco.
Desde os primórdios dos tempos, usamos a escrita como forma de expressão, os homens
das cavernas deixaram pichados nas rochas diversos sinais. Num ato impulsivo, comprei uma
tinta spray, atravessei a rua chacoalhando a lata e assim prossegui até chegar à minha sala,
abraçado pela ansiedade aumentada a cada passo. Coloquei o dedo no gatilho do spray e fiquei
respirando fundo, juntando coragem e na mente desenhando a primeira frase para pichar, um
tipo de lema, aquela do Lô Borges: “Os sonhos não envelhecem” – percebo, num sorrir de
canto de boca, o quanto os sonhos marcam a minha existência.
Depois arriscaria uma frase que criei e gosto: “A lagarta nunca pensou em voar, mas daí,
no espanto da metamorfose, lhe nasceram asas...”. Ou outra, completamente tola, me ocorreu
depois de assistir a um documentário, convencido de que o panda é um bicho cativante, mas
vive distante daqui e sua agonia não é menor das dos nossos bichos. Assim pensando, as letras
duma nova pichação se formaram num estalo: “Esqueçam os pandas, salvem as jaguatiricas!”.
No muro do cemitério, escreveria outra frase que gosto: “Em longo prazo estaremos todos
mortos”, do John Keynes, que trago comigo desde os tempos da faculdade. Frases de túmulos
ganhariam os muros; no de Salvador Allende está consagrado, de autoria desconhecida:
“Alguns anos de sombras não nos tornarão cegos.” Sempre apegado aos sonhos, picharia
também uma do Charles Chaplin: “Nunca abandone os seus sonhos, porque se um dia eles se
forem, você continuará vivendo, mas terá deixado de existir”.
Claro, eu poderia escrever essas frases num livro, num caderno ou no papel amassado que
embrulha o pão da manhã, mas o muro me cativa, porque está ao alcance das vistas de todos
e quero gritar para o mundo as frases que gosto; são tantas, até temo que me faltem os muros.
Poderia passar o dia todo pichando frases, as linhas vão se acabando e ainda tenho tanto a
pichar... “É preciso muito tempo para se tornar jovem”, de Picasso, “Há um certo prazer na
loucura que só um louco conhece”, de Neruda, “Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me
bem devagarzinho”, cravada por Mário Quintana...
Encerro com Nietzsche: “Isto é um sonho, bem sei, mas quero continuar a sonhar”, que
serve para exemplificar o que sinto neste momento, aqui na minha sala, escrevendo no
computador o que gostaria de jogar nos muros lá fora, a custo me mantendo calmo, um olho
na tela, outro voltado para o lado oposto da rua. Lá tem aquele muro enorme, branco e virgem,
clamando por frases. Não sei quanto tempo resistirei até puxar o gatilho do spray.
Adaptado de: ALVEZ, A. L. Um muro para pichar. Correio do Estado, fev 2018. Disponível em
Acesso em: ago. 2018.
Por ser uma crônica, o texto apresenta formas coloquiais, que por vezes distanciam o texto da
norma padrão da língua portuguesa. Assinale a alternativa em que ocorre desvio da norma
culta.
a) Fui tentar entender e não me faltaram explicações: é grafite, é tribal, coisas de difícil
compreensão.
b) O pequeno vândalo escondido dentro de mim busca frases na memória e, então, sinto até
o cheiro ........da lama de Woodstock [...]
c) Depois arriscaria uma frase que criei e gosto [...]
d) Desde os primórdios dos tempos, usamos a escrita como forma de expressão [...]
e) Poderia passar o dia todo pichando frases, as linhas vão se acabando e ainda tenho tanto a
........pichar...
Comentários: A incorreção ligada ao uso de formas coloquiais se evidencia na alternativa C: os
verbos “criar” e gostar” possuem regência diferentes. Ao passo que “criar” pode atuar como verbo
transitivo, ou seja, dispensa o uso de preposições, “gostar” se comporta como verbo transitivo
indireto.
Por isso, para que essa oração estivesse alinhada à norma culta, seria preciso adicionar uma
preposição “de” na oração: “Depois arriscaria uma frase que criei e de que gosto (...)”.
Gabarito: C
2. (ITA - 2017)
http://2.bp.blogspot.com/_wBWh8NQAZ78/TBWEMQ8147I/
AAAAAAAAACE/zmfW9c8uAKk/s1600/Tirinha_Sensacionalismo.jpg.
(Acesso em 12/05/2016)
Os dois primeiros quadros da tirinha criam no leitor uma expectativa de desfecho que não se
concretiza, gerando daí o efeito de humor. Nesse contexto, a conjunção e estabelece a relação
de
a) conclusão.
b) explicação.
c) oposição.
d) consequência.
e) alternância.
Comentários: Neste caso, o “e” tem o mesmo valor que um “mas”, pois o período significa que
Calvin fala mal do programa, mas gosta dele, o que cria uma relação de oposição. Portanto, a correta
é a alternativa C
A alternativa A está incorreta, pois não há conclusão de nenhum dado, apenas oposição de sentido
(é ruim / eu gosto).
A alternativa B está incorreta, pois não explica nada, pelo contrário, opõe;
A alternativa D está incorreta, pois não há relação de consequência (não é porque é ruim que ele
gosta).
A alternativa E está incorreta, pois não há menção de alternância (ora gosto, ora não gosto / ora é
bom, ora é ruim)
Gabarito: C
No trecho “Até os bispos tinham suas pedras.”, a palavra sublinhada expressa ideia de
a) inclusão.
b) tempo.
c) modo.
d) quantidade.
e) qualidade.
Comentários: A alternativa A está correta, pois a ideia expressa aqui é que não só as profissões
diplomadas por uma universidade possuíam anéis: os padres, que também possuíam posição
respeitada na sociedade, eram dignos de usar essas joias. “Até” pode ser substituído por outro
advérbio de inclusão mais comum, como “também”, por exemplo (Os bispos também tinham suas
pedras).
A alternativa B está incorreta, pois apesar de “até” poder ser considerado preposição de tempo,
nesse caso não é este seu valor.
A alternativa C está incorreta, pois não há valor de modo implícito (não é como os padres possuíam
as pedras, mas sim que eles também possuíam).
A alternativa D está incorreta, pois não há valor de quantidade implícito (não é quantas pessoas
possuíam pedras).
A alternativa E está incorreta, pois não há valor de qualidade implícito (não há descrição de como
eram as pedras).
Gabarito: A
4. (ITA – 2015)
Leia os dois excertos de entrevistas com dois africanos de Guiné-Bissau, que foram
universitários no Brasil nos anos 1980.
Excerto 1: Para muitas pessoas, mesmo professores universitários, a África era um país. “Ah,
você veio de onde? Da África?” “Sim, da Guiné-Bissau.” “Ah, Guiné-Bissau, região da África.”
Quer dizer, Guiné-Bissau pra eles é como Brasil, São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro.
Excerto 2: Porque a novela passa tudo de bom, o pobre vive bem, né? Mesmo dentro da favela,
você vê aquela casa bonitinha, tal. Então tinha uma ideia, eu, pelo menos, tinha uma ideia de
um Brasil... quer dizer, fantástico!
(Extraídos do curta-metragem Identidades em trânsito, de
Daniele Ellery e Márcio Câmara. Disponível em: http://portacurtas.org.br)
C está incorreta, pois está trazendo um dado novo a partir da análise do que foi dito, não apenas
repetindo.
D está incorreta, pois não realiza uma listagem de informações.
E está incorreta, pois não está ocorrendo restrição de nenhuma informação ou dado.
Gabarito: B
5. (ITA – 2013)
Nove em cada dez usuários de Internet recebem spams em seus e-mails corporativos,
segundo estudo realizado pela empresa alemã Antispameurope, especializada em lixo
eletrônico virtual. Cada trabalhador perde, em média, sete minutos por dia limpando a caixa
de mensagens, e essa quebra na produtividade custa € 828 – pouco mais de R$ 2,3 mil – anuais
às empresas.
Tomando-se como base os números apontados pela pesquisa, uma corporação de médio
porte, com mil funcionários, perde, portanto, € 828 mil por ano – ou R$ 2,3 milhões –com esta
prática que é considerada, apesar de simplória, uma verdadeira praga da modernidade.
O spam remete às mensagens não-solicitadas enviadas em massa, geralmente utilizadas
para fins comerciais, e pode de fato prejudicar consideravelmente a produtividade no
ambiente de trabalho.
Um relatório da Symantec, empresa de segurança virtual, mostra que o Brasil é o segundo
maior emissor de spam do mundo, com geração de 10% de todo o fluxo de mensagens
indesejadas na rede mundial de computadores. Os campeões são os norte-americanos, com
26%. [...]
(Rodrigo Capelo. http://www.vocecommaistempo.com.br.
Acesso em: 23/09/2012. Texto adaptado.)
A expressão “apesar de simplória” no segundo parágrafo pode ser substituída por
a) embora efêmera.
b) no entanto fácil.
c) não obstante comum.
d) ainda que pouco complexa.
e) todavia rápida.
Comentário: A alternativa correta é D. “Apesar de” é uma conjunção concessiva. Pode ser
substituída por outras de igual valor como “embora”, ainda que”, “mesmo que”, “não obstante”,
entre outras.
“Simplória” é um adjetivo que significa ”tola”, “tonta”, “incauta” ou, neste caso, “pouco complexa”.
A alternativa A está incorreta, pois “efêmera” significa “passageira”, “breve”.
A alternativa B está incorreta, pois “fácil” significa “simples”, “descomplicado”.
A alternativa C está incorreta, pois “comum” significa “banal”, “trivial”.
6. (ITA – 2011)
Véspera de um dos muitos feriados em 2009 e a insana tarefa de mover-se de um bairro a
outro em São Paulo para uma reunião de trabalho. Claro que a cidade já tinha travado no meio
da tarde. De táxi, pagaria uma fortuna para ficar parada e chegar atrasada, pois até as vias
alternativas que os taxistas conhecem estavam entupidas. De ônibus, nem o corredor
funcionaria, tomado pela fila dos mastodônticos veículos. Uma dádiva: eu não estava de carro.
Com as pernas livres dos pedais do automóvel e um sapato baixo, nada como viver a liberdade
de andar a pé. Carro já foi sinônimo de liberdade, mas não contava com o congestionamento.
Liberdade de verdade é trafegar entre os carros, e mesmo sem apostar corrida, observar
que o automóvel na rua anda à mesma velocidade média que você na calçada. É quase como
flanar. Sei, como motorista, que o mais irritante do trânsito é quando o pedestre naturalmente
te ultrapassa. Enquanto você, no carro, gasta dinheiro para encher o ar de poluentes,
esquentar o planeta e chegar atrasado às reuniões. E ainda há quem pegue congestionamento
para andar de esteira na academia de ginástica.
Do Itaim ao Jardim Paulista, meia horinha de caminhada. Deu para ver que a Avenida Nove
de Julho está cheia de mudas crescidas de pau-brasil. E mais uma porção de cenas que só
andando a pé se pode observar. Até chegar ao compromisso pontualmente.
Claro que há pedras no meio do caminho dos pedestres, e muitas. Já foram inclusive objeto
de teses acadêmicas. Uma delas, Andar a pé: um modo de transporte para a cidade de São
Paulo, de Maria Ermelina Brosch Malatesta, sustenta que, apesar de ser a saída mais utilizada
pela população nas atuais condições de esgotamento dos sistemas de mobilidade, o modo de
transporte a pé é tratado de forma inadequada pelos responsáveis por administrar e planejar
o município.
As maiores reclamações de quem usa o mais simples e barato meio de locomoção são os
"obstáculos" que aparecem pelo caminho: bancas de camelôs, bancas de jornal, lixeira, postes.
Além das calçadas estreitas, com buracos, degraus, desníveis. E o estacionamento de veículos
nas calçadas, mais a entrada e a saída em guias rebaixadas, aponta o estudo.
Sem falar nas estatísticas: atropelamentos correspondem a 14% dos acidentes de trânsito.
Se o acidente envolve vítimas fatais, o percentual sobe para nada menos que 50% – o que
atesta a falta de investimento público no transporte a pé.
Na Região Metropolitana de São Paulo, as viagens a pé, com extensão mínima de 500
metros, correspondem a 34% do total de viagens. Percentual parecido com o de Londres, de
33%. Somadas aos 32% das viagens realizadas por transporte coletivo,que são iniciadas e
concluídas por uma viagem a pé, perfazem o total de 66% das viagens! Um número bem
desproporcional ao espaço destinado aos pedestres e ao investimento público destinado a
eles, especialmente em uma cidade como São Paulo, onde o transporte individual motorizado
tem a primazia.
A locomoção a pé acontece tanto nos locais de maior densidade –caso da área central,
com registro de dois milhões de viagens a pé por dia –, como nas regiões mais distantes, onde
são maiores as deficiências de transporte motorizado e o perfil de renda é menor. A maior
parte das pessoas que andam a pé tem poder aquisitivo mais baixo. Elas buscam alternativas
para enfrentar a condução cara, desconfortável ou lotada, o ponto de ônibus ou estação
distantes, a demora para a condução passar e a viagem demorada.
Já em bairros nobres, como Moema, Itaim e Jardins, por exemplo, é fácil ver carrões que
saem das garagens para ir de uma esquina a outra e disputar improváveis vagas de
estacionamento. A ideia é manter-se fechado em shoppings, boutiques, clubes, academias de
ginástica, escolas, escritórios, porque o ambiente lá fora – o nosso meio ambiente urbano –
dizem que é muito perigoso.
(Amália Safatle. http://terramagazine.terra.com.br, 15/07/2009. Adaptado.)
Assinale a opção em que o termo grifado NÃO indica a circunstância mencionada entre
parênteses.
a) [...] pois até as vias alternativas que os taxistas conhecem estavam entupidas. (Causa)
b) Já foram inclusive objeto de teses acadêmicas. (Tempo)
c) [...] apesar de ser a saída mais utilizada pela população [...]. (Concessão)
d) Já em bairros nobres, como Moema, Itaim e Jardins, por exemplo, [...]. (Tempo)
e) [...] porque o ambiente lá fora – o nosso meio ambiente urbano – dizem que é muito
perigoso. (Causa)
Comentários: Na alternativa D há um valor de oposição (algo ocorre algo nos bairros nobres, mas
nos bairros periféricos não).
A alternativa A apresenta o valor mais comum de “pois”: causal.
Na alternativa B, “Já” pode ter valor e tempo quando denotar momento de ação transcorrida
Na alternativa C, se apresenta o valor mais comum de “apesar de”: concessão.
A alternativa E apresenta o uso mais comum desse conectivo: Causal, assim como o pois.
Gabarito: D
a) Atenção: na minha coluna não usei “careta” como quadrado, estreito, alienado,
fiscalizador e moralista, mas humano, aberto, atento, cuidadoso.
b) Não apenas no sentido econômico, mas emocional e psíquico: os sem autoestima, sem
amor, sem sentido de vida, sem esperança e sem projetos.
c) Não solto, não desorientado e desamparado, mas amado com verdade e sensatez.
d) [...] (não me refiro a nomes importantes, mas a seres humanos confiáveis) [...].
e) Pois, na hora da angústia, não são os amiguinhos que vão orientá-los e ampará-los, mas o
pai e a mãe – se tiverem cacife.
Comentários: A alternativa B apresenta função aditiva. Em construções como “não apenas (...) mas”,
há um aspecto de adição. Nesse caso: “No sentido econômico e no emocional e psíquico.”
Na alternativa A, o “mas” tem valor adversativo (pode ser substituído por conjunções adversativas
como “porém”, “todavia”, “contudo”, etc.).
Na alternativa C, o “mas” tem valor adversativo.
Na alternativa D, o “mas” tem valor adversativo.
Na alternativa E, o “mas” tem valor adversativo.
Gabarito: B
8. (ITA - 2008)
Observe o emprego da partícula se, em destaque, nos excertos abaixo:
No Item III. o “se” expressa relação de condição e, portanto, de implicação (o jogador só dará o
melhor de si se estiver preparado psicologicamente).
Gabarito: C
9. (ITA - 2008)
1
Com um pouco de exagero, costumo dizer que todo jogo é de azar. Falo assim referindo-me
ao futebol que, ao contrário da roleta ou da loteria, implica tática e estratégia, sem falar no
principal, que é o talento e a habilidade dos jogadores. Apesar disso, não consegue eliminar o
azar, isto é, o acaso.
5
E já que falamos em acaso, vale lembrar que, em francês, “acaso” escreve-se “hasard”, como
no célebre verso de Mallarmé, que diz: “um lance de dados jamais eliminará o acaso”. Ele está,
no fundo, referindo-se ao fazer do poema que, em que pese a mestria e lucidez do poeta, está
ainda assim sujeito ao azar, ou seja, ao acaso.
Se no poema é assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22 jogadores se
10
movendo num campo de amplas dimensões. Se é verdade que eles jogam conforme
esquemas de marcação e ataque, seguindo a orientação do técnico, deve-se no entanto levar
em conta que cada jogador tem sua percepção da jogada e decide deslocar-se nesta ou naquela
direção, ou manter-se parado, certo de que a bola chegará a seus pés. Nada disso se pode
prever, daí resultando um alto índice de probabilidades, ou seja, de ocorrências 15imprevisíveis
e que, portanto, escapam ao controle.
Tomemos, como exemplo, um lance que quase sempre implica perigo de gol: o tiro de canto.
Não é à toa que, quando se cria essa situação, os jogadores da defesa se afligem em anular as
possibilidades que têm os adversários de fazerem o gol. Sentem-se ao sabor do acaso, da
imprevisibilidade. O time adversário desloca para a área do que sofre 20o tiro de canto seus
jogadores mais altos e, por isso mesmo, treinados para cabecear para dentro do gol. Isto reduz
o grau de imprevisibilidade por aumentar as possibilidades do time atacante de aproveitar em
seu favor o tiro de canto e fazer o gol. Nessa mesma medida, crescem, para a defesa, as
dificuldades de evitar o pior. Mas nada disso consegue eliminar o acaso, uma vez que o batedor
do escanteio, por mais exímio que 25seja, não pode com precisão absoluta lançar a bola na
cabeça de determinado jogador. Além do mais, a inquietação ali na área é grande, todos os
jogadores se movimentam, uns tentando escapar à marcação, outros procurando marcá-los.
Essa movimentação, multiplicada pelo número de jogadores que se movem, aumenta
fantasticamente o grau de imprevisibilidade do que ocorrerá quando a bola for lançada. A que
altura chegará 30ali? Qual jogador estará, naquele instante, em posição propícia para cabeceá-
la, seja para dentro do gol, seja para longe dele? Não existe treinamento tático, posição
privilegiada, nada que torne previsível o desfecho do tiro de canto. A bola pode cair ao alcance
deste ou daquele jogador e, dependendo da sorte, será gol ou não.
Não quero dizer com isso que o resultado das partidas de futebol seja apenas fruto 35do acaso,
mas a verdade é que, sem um pouco de sorte, neste campo, como em outros, não se vai muito
longe; jogadores, técnicos e torcedores sabem disso, tanto que todos querem se livrar do
chamado “pé frio”. Como não pretendo passar por supersticioso, evito aderir abertamente a
essa tese, mas quando vejo, durante uma partida, meu time perder “gols feitos”, nasce-me o
desagradável temor de que aquele não é um bom dia 40para nós e de que a derrota é certa.
Que eu, mero torcedor, pense assim, é compreensível, mas que dizer de técnicos de futebol
que vivem de terço na mão e medalhas de santos sob a camisa e que, em face de cada lance
decisivo, as puxam para fora, as beijam e murmuram orações? Isso para não falar nos que
consultam pais-de-santo e pagam promessas a Iemanjá. É como se dissessem: 45treino os
jogadores, traço o esquema de jogo, armo jogadas, mas, independentemente disso, existem
forças imponderáveis que só obedecem aos santos e pais-de-santo; são as forças do acaso.
Mas não se pode descartar o fator psicológico que, como se sabe, atua sobre os jogadores de
qualquer esporte; tanto isso é certo que, hoje, entre os preparadores 50das equipes há sempre
um psicólogo. De fato, se o jogador não estiver psicologicamente preparado para vencer, não
dará o melhor de si.
Exemplifico essa crença na psicologia com a história de um técnico inglês que, num jogo
decisivo da Copa da Europa, teve um de seus jogadores machucado. Não era um craque, mas
sua perda desfalcaria o time. O médico da equipe, depois de atender o 55jogador, disse ao
técnico: “Ele já voltou a si do desmaio, mas não sabe quem é”. E o técnico: “Ótimo! Diga que
ele é o Pelé e que volte para o campo imediatamente”.
(Ferreira Gullar. Jogos de azar. Em: Folha de S. Paulo, 24/06/2007.)
OBS: os números elevados ao longo do texto representam a numeração de linhas original da
prova.
No penúltimo parágrafo, a conjunção mas (linha 48) estabelece com os demais argumentos do
texto uma relação de
a) restrição.
b) adversidade.
c) atenuação.
d) adição.
e) retificação.
Comentários: A conjunção “mas” aparece mais comumente no valor adversativo. Neste caso,
porém, ela não está opondo nenhuma ideia, mas sim adicionando um novo dado. Ela faz um adendo,
trazendo um novo argumento. Por isso, a alternativa correta é a D. Isso prova que não adianta
decorar regras para a prova do ITA! Esta prova cobre o entendimento do contexto e do significado,
muito mais do que as regras.
A alternativa A está incorreta, pois não há valor restritivo (não se pode, por exemplo, substituir o
“mas” por “apenas” sem prejuízo de valor).
A alternativa B está incorreta, pois não há valor de oposição (embora seja o valor mais comum do
“mas”). Não há oposição entre o conteúdo anterior e o posterior à conjunção.
A alternativa C está incorreta, pois não há atenuação (não se pode, por exemplo, substituir o “mas”
por “embora” sem prejuízo de valor).
A alternativa E está incorreta, pois não há retificação, ou seja, a informação posterior não “corrige”
a anterior.
Gabarito: D
aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai
a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico,
a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo:
mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não
desconfiar, e portanto estar tranquilo, enquanto o esperto não dorme à noite com medo de
ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.
Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem
menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre
frase: "Até tu, Brutus?".
Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido
esperto não teria morrido na cruz.
O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é
uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem
passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida.
Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam
que saibam que eles sabem.
Há lugares que facilitam mais ____ pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com
tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não
nascer em Minas!
Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar
o excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o
amor faz o bobo.
LISPECTOR, Clarice. Das vantagens de ser bobo. Disponível em:
http://www.revistapazes.com/das-vantagens-de-ser-bobo/. Acesso em 10 de maio de 2017.
Originalmente publicado no Jornal do Brasil em 12 de setembro de 1970.
e) as – A – à – às
Comentários: As lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, por:
- Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias(...) – a palavra “atento” exige
preposição “a” nesse caso, que, aliado à palavra “espertezas”, forma crase.
- Há desvantagem, obviamente (...) – o verbo “haver” tem aqui sentido de “existir”.
- confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão (...)
– já há uma preposição ligando os termos (“para”). Como não se pode, nesse caso, encadear as duas
preposições, o “a” é apenas artigo que acompanha “compra”.
- Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (...). – o verbo “facilitar” é transitivo direto,
ou seja, não admite preposição. Além disso, “as pessoas” é o sujeito dessa oração, portanto, não é
passível de ser preposicionado.
Ligação de alternância: introduz uma oração cujo conteúdo exclui o conteúdo da outra.
e) “Como não há força atuando sobre o corpo, a sua velocidade não aumenta, nem diminui,
nem muda de direção. Portanto o único movimento possível do corpo na ausência de qualquer
força atuando sobre ele é o movimento retilíneo uniforme”.
Ligação conclusiva: introduz uma conclusão relativamente ao enunciado anterior.
Comentários: A alternativa D é a incorreta, pois “uma vez que” é uma conjunção que expressa valor
de causa, não alternância. O período significa que “ele mostrou que o conceito de éter era
desnecessário, já que se estava querendo abandonar o de tempo absoluto.
Substituindo-se os conectivos por outros mais comuns de cada tipo de relação, teríamos:
A alternativa A está correta, pois pode-se substituir o conectivo por “se”.
A alternativa B está correta, pois pode-se substituir o conectivo por “mas”.
A alternativa C está correta, pois pode-se substituir o conectivo por “embora”.
A alternativa E está correta, pois pode-se substituir o conectivo por “logo”.
Gabarito: D
Indique o item que esclarece a intenção de cada trecho destacado nas frases I, II, III e IV,
respectivamente.
a) Contrariedade; simultaneidade; explicação; explicação.
b) Tempo; concessão; consequência; condição.
c) Explicação; tempo; tempo; explicação.
d) Contrariedade; concomitância; restrição; finalidade.
e) Contraste; comparação; explicação; finalidade.
Comentários: Esta questão apresentou um problema de elaboração. Duas alternativas poderiam
responder à pergunta e, como os gabaritos de segunda fase do IME não estão disponíveis para essa
data, não é possível saber qual foi a decisão do gabarito oficial ou se houve anulação da questão. O
que se pode presumir analisando os itens é:
Em I. há valor de oposição/contrariedade e contraste em “apesar disso”.
Em II. há valor de tempo em “enquanto”, assumindo a ideia de simultaneidade. Porém, não se pode
excluir um valor de comparação entre os termos: “enquanto alguém fez X, outro alguém fez Y”.
Em III. há valor indiscutível de explicação, pois dá uma característica para como era a cidade na
época.
Em IV. há duas possibilidades:
- Explicação: se assumirmos que a explicação para a criação da lei é o potencial medo do príncipe,
então o porque tem valor de explicação.
- Finalidade: se assumirmos que a finalidade da determinação era que o príncipe não se assustasse,
então o porquê tem valor de finalidade.
De toda maneira, ainda que possa haver essa dúvida, a alternativa A parece a que melhor se
relaciona com o pedido. Como a questão dava margem a essa dúvida, optamos por deixar
demarcado as duas respostas. Caso se consiga a informação de qual foi o gabarito oficial, este
exercício será atualizado.
Gabarito: A/E
estados da Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte, ou seja, em regiões com escasses para
exploração de outras culturas.
d) O Brasil é o sexto maior produtor de leite do mundo e cresce a uma taxa anual de 4%,
superior à de todos os países que ocupam os primeiros lugares. Respondemos por 66% do
volume total de leite produzido nos países que compõem o Mercosul. Pelo faturamento de
alguns produtos da indústria brasileira de alimentos na última década, pode-se avaliar a
importância relativa do produto lácteo no contexto agrícola nacional, registrando 248% de
aumento contra 78% de todos os segmentos.
e) As técnicas a serem adotadas para a produção das mudas de eucalípto devem atender as
necessidades de cada produtor, em termos de disponibilidade, localização de área, grau de
tecnologia e dos recursos financeiros disponíveis.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não deveria haver uma vírgula entre “passam” e “a ter”. A vírgula
deveria estar antes de “passam”.
A alternativa B está incorreta, pois o “a” em “relativos a cadeia produtiva” deveria ser craseado, já
que “relativos” exige preposição “a”. A construção correta seria “relativos à cadeia produtiva”
A alternativa C está incorreta, pois a palavra “escasses” está grafada incorretamente. A grafia correta
é “escassez”.
A alternativa E está incorreta, pois a palavra “eucalípito” está grafada incorretamente (a grafia
correta é “eucalipto”) e o “as” em “as necessidades” deveria ser craseado (a construção correta seria
“atender às necessidades”).
Gabarito: D
....................................................................................................................................................
A seguir agreguem leite de coco, o grosso e puro, e finalmente o azeite-de-dendê, duas xícaras
bem medidas: flor de dendê, da cor de ouro velho, a cor do vatapá. Deixem cozinhar por longo
tempo em fogo baixo; com a colher de pau não parem de mexer, sempre para o mesmo lado: não
parem de mexer senão embola o vatapá. Mexam, remexam, vamos, sem parar; até chegar ao
ponto justo e exatamente.
Em fogo lento meus sonhos me consomem, não me cabe culpa, sou apenas uma viúva dividida
ao meio, de um lado viúva honesta e recatada, de outro viúva debochada, quase histérica,
desfeita em chilique e calundu. Esse mando de recato me asfixia, de noite corro as ruas em busca
de marido. De marido a quem servir o vatapá doirado e meu cobreado corpo de gengibre e mel.
Chegou o vatapá ao ponto, vejam que beleza! Para servi-lo falta apenas derramar um pouco de
azeite-de-dendê por cima, azeite cru. Acompanhado de acaçá o sirvam, e noivos e maridos
lamberão os beiços.
AMADO, Jorge. Dona Flor e seus dois maridos.
Rio de Janeiro: Record, 1997. p. 231-233.
Observe as orações a seguir e independente de seu contexto original, marque a opção em que a
expressão destacada foi substituída corretamente pelo pronome oblíquo átono.
a) Mancha continua. / Só não desmancha prazer. (Texto II, linhas 17 e 18)
Mancha continua, / Só não a desmancha.
b) (...) foi descoberto que se poderia obter economia (...) (Texto I, linhas 2 e 3)
(...) foi descoberto que se poder-lhe-ia obter.
c) (...) é a que mais produz óleo por área plantada. (Texto I, linhas 13 e 14)
é a que mais produz-no por área plantada.
d) Tragam duas cabeças de garoupa fresca. (Texto III, linha 7)
Tragam-nas.
e) A seguir agreguem leite de coco (...) (Texto III, linha 23)
A seguir agreguem-o.
Comentários: A alternativa em que ocorre substituição correta é o D. “Tragam”, por terminar em
som nasal “m”, exige que se adicione um “n” antes do pronome, para que a sonoridade não fique
prejudicada. Como “duas cabeças de garoupa fresca” é feminino plural, o pronome correspondente
é “as”.
A alternativa A está incorreta, pois para que houvesse correspondência, o pronome deveria se
referir a “prazer” que, como palavra masculina” seria representado pelo “o”.
A alternativa B está incorreta, pois caso fosse transformada em mesóclise, a estrutura seria “poder-
se-ia”. Lembre-se que a mesóclise é pouco usada e comumente prefere-se utilizar a próclise em seu
lugar. Portanto, neste caso, em que há uma oração com conectivo de subordinação “que”, ocorreria
uma mesóclise com “se” e não com “lhe”.
A alternativa C está incorreta, pois por terminar em “z”, “produz” exige que se adicione um “l” antes
do pronome. A forma correta, portanto, é “produ-lo”.
A alternativa E está incorreta, pois por terminar em som nasal “m”, “agreguem” exige que se
adicione um “n” antes do pronome. A forma correta, portanto é “agreguem-no”.
Gabarito: D
SECCHIN, Antônio Carlos. Antologia temática da poesia brasileira. Rio de Janeiro: Faculdade de
Letras, UFRJ, 2004.
Observe o verso:
“Tinha um nome de que ninguém se lembra mais”. (1a estrofe) Assinale a opção que, após a
substituição do segundo verbo, possui incorreção na regência verbal.
a) Tinha um nome em que ninguém acredita mais.
b) Tinha um nome que ninguém ouve mais.
c) Tinha um nome de que ninguém fala mais.
d) Tinha um nome a que ninguém confia mais.
Comentários: O verbo “confiar”, nesse caso, exige a preposição “em”, pois o verbo atua como VTI:
Ninguém confia mais em um nome. A preposição “a” é utilizada em “confiar” em construções em
que o verbo atua como VTDI: Ninguém confia algo a alguém.
A alternativa A não apresenta incorreções, pois, nesse caso, “acreditar” exige a preposição “em”.
A alternativa B não apresenta incorreções, pois, nesse caso, “ouvir” exige a preposição “de”.
A alternativa C não apresenta incorreções, pois, nesse caso, “falar” exige a preposição “de”.
Gabarito: D
a) há - a - a - Aonde - Onde
b) há - há - à - Onde - Onde
c) há - a - a - Aonde - Aonde
d) a - a - à - Para onde - Por onde
e) a - há - há - Por onde - Aonde
Comentários:
No item I., o primeiro espaço deve-se completar com “há”, pois tem sentido de “saíram daqui tem
pouco tempo”; o espaço deve-se completar com “a”, pois completa a expressão “daqui a pouco”; e
o terceiro espaço deve-se completar com “a”, pois o verbo “morar”, neste caso, pede uso de
preposição (sem crase, pois “quilômetros” é palavra masculina.
No item II, o primeiro espaço deve-se completar com “aonde”, pois tem sentido de “para onde
foram”; e o segundo espaço deve-se completar com “onde”, pois neste caso, denota adverbio de
lugar.
Gabarito: A
(____ essa altura eu tinha os olhos cheios de lágrimas. Meu pai pensava que a descrição das
maldades nazistas me deixava comovido.)
Em 1948 foi proclamado o Estado de Israel. Meu pai abriu uma garrafa de vinho - o melhor vinho
do armazém -, brindamos ao acontecimento. E não saíamos de perto do rádio, acompanhando
_____ notícias da guerra no Oriente Médio. Meu pai estava entusiasmado com o novo Estado:
em Israel, explicava, vivem judeus de todo o mundo, judeus brancos da Europa, judeus pretos da
África, judeus da Índia, isto sem falar nos beduínos com seus camelos: tipos muito esquisitos,
Guedali.
Tipos esquisitos - aquilo me dava ideias. Por que não ir para Israel? Num país de gente tão
estranha - e, ainda por cima, em guerra - eu certamente não chamaria a atenção. Ainda menos
como combatente, entre a poeira e a fumaça dos incêndios. Eu me via correndo pelas ruelas de
uma aldeia, empunhando um revólver trinta e oito, atirando sem cessar; eu me via caindo, varado
de balas. Aquela, sim, era a morte que eu almejava, morte heroica, esplêndida justificativa para
uma vida miserável, de monstro encurralado. E, caso não morresse, poderia viver depois num
kibutz. Eu, que conhecia tão bem a vida numa fazenda, teria muito a fazer ali. Trabalhador
dedicado, os membros do kibutz terminariam por me aceitar; numa nova sociedade há lugar para
todos, mesmo os de patas de cavalo.
Adaptado de: SCLIAR, M. O centauro no jardim. 9. ed. Porto Alegre: L&PM, 2001. UFRGS - CV
2018 - LP 09.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das linhas 6, 8 e 11, nessa ordem.
a) à - À - às
b) a - A - às
c) à - A - às
d) a - À - as
e) à - A – as
Comentários:
Na primeira lacuna, deve-se completar com “à”, pois o verbo “unir” é transitivo direto e indireto.
Portanto, a construção correta é “(...) uniam a metade superior de um homem à metade inferior de
uma mulher”
Na segunda lacuna, deve-se completar com a preposição “a”, sem acento grave, pois o termo
consequente (essa) não permite artigo. Portanto, a construção correta é “A essa altura eu tinha os
olhos cheios de lágrimas.”
NA terceira lacuna, deve-se completar com o artigo “as”, sem acento grave, pois o verbo
“acompanhar”, nesse caso, é transitivo direto. Portanto, a construção correta é “(...) acompanhando
as notícias da guerra no Oriente Médio”.
Gabarito: E
Assim, foi observado que a resposta da amídala, uma região do cérebro na qual se processam as
reações emocionais, era mais intensa na primeira vez que os participantes enganavam seus
companheiros.
Foi então que Almira começou a despertar. E, como se fosse uma magra, pegou o garfo e enfiou-
o no pescoço de Alice. O restaurante, ao que se disse no jornal, levantou-se como uma só pessoa.
Mas a gorda, mesmo depois de ter feito o gesto, continuou sentada olhando para o chão, sem ao
menos olhar o sangue da outra.
Alice foi ao pronto-socorro, de onde saiu com curativos e os olhos ainda regalados de espanto.
Almira foi presa em flagrante.
Na prisão, Almira comportou-se com delicadeza e alegria, talvez melancólica, mas alegria mesmo.
Fazia graças para as companheiras. Finalmente tinha companheiras. Ficou encarregada da roupa
suja, e dava-se muito bem com as guardiãs, que vez por outra lhe arranjavam uma barra de
chocolate.
(Clarice Lispector. A Legião Estrangeira, 1964. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a preposição “de” forma uma expressão indicativa de causa.
a) ... por que Alice viera atrasada e de olhos vermelhos.
b) ... e insistia com os olhos cheios de lágrimas.
c) – Sua gorda! disse Alice de repente, branca de raiva.
d) ... pegou o garfo e enfiou-o no pescoço de Alice.
e) Mas a gorda, mesmo depois de ter feito o gesto...
Comentários: O “de” expressa relação de causa na alternativa C: ela estava branca porque estava
com raiva (branca por causa da raiva).
A alternativa A está incorreta, pois “de olhos vermelhos” relata o estado em que Alice veio, mas não
indica causa.
A alternativa B está incorreta, pois “de lagrimas” identifica do que os olhos estavam cheios, não
porque estavam cheios.
A alternativa D está incorreta, pois “de Alice” indica de quem é o pescoço, portanto não há relação
de causa, mas pertencimento.
A alternativa E está incorreta, pois “depois de” indica posterioridade, não causa.
Gabarito: C
1
As famílias mais pobres do mundo estão mais propensas a terem telefones 2 celulares do que
banheiros ou água limpa.
3
Segundo relatório do Banco Mundial, intitulado ”Dividendos Digitais”, o número 4 de usuários
de internet mais que triplicou em uma década, para 3,2 bilhões no final 5 do ano passado,
representando mais de 40 por cento da população mundial.
6
Embora a expansão da internet e de outras tecnologias digitais tenha facilitado 7 a comunicação
e promovido um senso de comunidade global, ela não ofereceu o 8 enorme aumento de
produtividade que muitos esperavam, disse o Banco. Ela também 9 não melhorou as
oportunidades para as pessoas mais pobres do mundo, nem ajudou 10 a propagar a “governança
responsável”.
11
“Os benefícios totais da transformação da informação e comunicação somente se 12 tornarão
realidade se os países continuarem a melhorar seu clima de negócios, 13 investirem na educação
e saúde de sua população e proverem a boa governança. Nos 14 países em que esses fundamentos
são fracos, as tecnologias digitais não impulsionam 15 a produtividade nem reduzem a
desigualdade”, afirmou o relatório.
16
A visão do Banco Mundial contrasta com o otimismo dos empreendedores da 17 tecnologia,
como Mark Zuckerberg e Bill Gates, que têm argumentado que o acesso 18 universal à internet é
essencial para eliminar a pobreza extrema.
19
“Quando as pessoas têm acesso às ferramentas e ao conhecimento da internet, 20 elas têm
acesso a oportunidades que tornam a vida melhor para todos nós”, diz uma 21 declaração do ano
passado assinada, entre outros, por Zuckerberg e Gates.
22
Segundo o Banco Mundial, conectar o mundo “é essencial, mas está longe de ser 23 suficiente”
para eliminar a pobreza.
http://exame.abril.com.br 14//01/2016. Adaptado.
No trecho “é essencial, mas está longe de ser suficiente” (Refs. 22-23), a palavra sublinhada
poderia ser corretamente substituída por
a) porquanto.
b) posto que.
c) conquanto.
d) não obstante.
e) por conseguinte.
Comentários: Neste contexto, “mas” é uma conjunção que denota oposição. Portanto, deve ser
substituída por outra de igual valor. A alternativa D, não obstante, apresenta a melhor opção.
A alternativa A está incorreta, pois “porquanto” tem valor de consequência.
A alternativa B está incorreta, pois “posto que” tem valor de consequência.
A alternativa C está incorreta, pois “conquanto” tem valor de concessão.
A alternativa E está incorreta, pois “por conseguinte” tem valor de consequência.
Gabarito: D
Em relação ao jogo de ideias presente no par “bate à porta” e “bate a porta” nos versos acima, é
correto afirmar que o emprego do acento grave está associado a
Com os PIBs dos europobres caindo, a arrecadação deles diminuiu. Menos arrecadação, mais
problemas para pagar dívidas. Aí tome mais dinheiro emprestado para ir rolando a pendura, só
que agora a juros menos fofos.
(Superinteressante, agosto de 2015. Adaptado)
De acordo com a norma-padrão, assinale a alternativa correta quanto à regência e ao uso ou não
do acento indicativo da crase.
a) Coube à moeda alemã à garantia que o euro chegasse com segurança a países europeus.
b) Coube a moeda alemã à garantia de que o euro chegasse com segurança nos países
europeus.
c) Coube à moeda alemã a garantia de que o euro chegasse com segurança aos países
europeus.
d) Coube à moeda alemã a garantia que o euro chegasse com segurança à países europeus.
e) Coube a moeda alemã a garantia que o euro chegasse com segurança nos países europeus.
Comentários: Caber, no sentido de responsabilidade, exige a presença de preposição. Como
“moeda” é uma palavra feminina, a grafia correta é “coube à moeda alemã”.
“garantia de que o euro chegasse com segurança” é o complemento direto de “caber”, ou seja, sem
preposição. Portanto, a grafia correta é “a garantia de que (...)”, sem crase.
A regência de “chegar” neste caso é com a preposição “a”. Portanto, a grafia correta é “chegasse
com segurança aos países europeus”, já que “países europeus” é palavra masculina, precedida de
artigo “os”.
ATENÇÃO: apesar de comum na oralidade, não se usa a preposição “em” para denotar local em que
se chega.
Gabarito: C
Nos trechos “asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade das contratações” (inciso II) e
“assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados” (inciso VII), a análise
das concordâncias dos adjetivos em destaque permite afirmar que
a) apenas a primeira ocorrência está correta.
b) apenas a segunda ocorrência está correta.
c) as duas ocorrências são aceitáveis, mas não corretas.
d) as duas ocorrências estão incorretas.
e) as duas ocorrências estão corretas
Comentários: Para responder a essa questão, é preciso analisar os termos centrais da oração para
descobrir se há concordância entre o verbo e eles.
Em “asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade das contratações” há dois termos centrais:
“liberdade” e “igualdade”. Portanto, o verbo precisa estar no plural.
Já em “assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados”, o termo central
é “proteção”. Portanto, o verbo precisa estar no singular. Essa segunda oração pode causar dúvidas,
já que há referência a três elementos diferentes: proteção jurídica, proteção administrativa e
proteção técnica. Porém, a palavra “proteção”, que é a informação central, está no singular. Se a
construção fosse a partir de “as proteções jurídica, administrativa e técnica”, o verbo deveria vir no
plural.
Gabarito: E
a) Segundo a maioria dos cientistas, a agricultura e a própria segurança hídrica do Brasil serão
beneficiados, caso o país faça uma importante lição de casa: cuidar das nascentes e preservar as
florestas, pois elas têm papel essencial na conservação e na purificação das águas.
b) Segundo a maioria dos cientistas, a agricultura e a própria segurança hídrica do Brasil será
beneficiada, caso o país faça uma importante lição de casa: cuidar das nascentes e preservar as
florestas, pois elas tem papel essencial na conservação e na purificação das águas.
c) Segundo a maioria dos cientistas, a agricultura e a própria segurança hídrica do Brasil serão
beneficiadas, caso o país faça uma importante lição de casa: cuidar das nascentes e preservar as
florestas, pois elas têm papel essencial na conservação e na purificação das águas.
d) Segundo a maioria dos cientistas, a agricultura e a própria segurança hídrica do Brasil será
beneficiado, caso o país faça uma importante lição de casa: cuidar das nascentes e preservar as
florestas, pois elas tem papel essencial na conservação e na purificação das águas.
Comentários: Apesar de apresentar textos longos, o erro a ser encontrado na questão está na
oração “Segundo a maioria dos cientistas, a agricultura e a própria segurança hídrica do Brasil serão
beneficiadas, caso o país faça uma importante lição de casa (...)”.
A alternativa correta é a alternativa C, pois tanto a concordância verbal quanto a nominal estão
adequadas. Os termos centrais da oração são “agricultura” e “segurança”, portanto, o verbo deve
estar no plural. Para que não haja ambiguidade, o adjetivo está no plural. Assim fica claro que ele se
refere aos dois termos, e não apenas ao mais próximo a ele.
A alternativa A está incorreta, pois o adjetivo “beneficiados” está no masculino, o que é errado dado
que os dois termos centrais estão no feminino.
A alternativa B está incorreta, pois o verbo “será” está no singular, o que faz com que ele aparente
se referir apenas ao termo mais próximo.
A alternativa D está incorreta, pois o verbo “será” está no singular, o que faz com que ele aparente
se referir apenas ao termo mais próximo e o adjetivo “beneficiado” está no masculino singular, o
que é errado dado há dois termos centrais no feminino.
Gabarito: C
Sem que haja alteração de sentido do texto, assinale a alternativa correta quanto à regência
verbal.
a) Quando o Capitão Vitorino chegou na sua casa, Mestre José Amaro foi cumprimentar-lhe.
b) Mestre José Amaro lembrou-se que tinha desfeito a imagem de Vitorino como um bobo.
c) A forma solícita como Vitorino tratou a filha vinha de encontro à imagem dele como pobre
bobo.
d) Vitorino não se simpatizava de Quinca Napoleão e lhe desaprovava o que fizera a D. Inês.
e) Vitorino não era amigo de Quinca Napoleão, pensava de que ele vivia de roubar o povo.
Comentários: “vir de encontro” é uma expressão que significa “ser contrário”. É diferente da
expressão “vir ao encontro” que significa “ir em direção a algo”. Por isso, nesse caso, a regência está
correta, já que há uma quebra de expectativa: a ação de Vitorino foi contrária ao esperado. Por isso,
a alternativa correta é Alternativa C.
A alternativa A está incorreta, pois a regência do verbo “chegar” se faz com preposição “a” nesse
caso, não “em” (na = em + a)
A alternativa B está incorreta, pois a regência do verbo “lembrar” se faz com preposição “de” nesse
caso, e na oração está sem preposição alguma.
A alternativa D está incorreta, pois a regência do verbo “simpatizar” se faz sem preposição nesse
caso.
A alternativa E está incorreta, pois a regência do verbo “pensar” se faz sem preposição nesse caso.
Gabarito: C
a) à…à…a
b) a…a…à
c) a…à…à
d) à…a…a
A primeira lacuna deve ser preenchida com “à”, pois nesse caso, “submeter” precisa de um
acompanhamento para expressar a que se submeterá. Como “quimioterapia” é palavra feminina,
usa-se crase.
A segunda lacuna deve ser preenchida com “a”, pois “instituições” está no plural. Para que houvesse
crase, seria necessário que a grafia fosse “às instituições”.
A terceira lacuna deve ser preenchida com “a”, pois “todos” é palavra masculina e, portanto, não
admite crase.
Gabarito: D
Capitão Vitorino apareceu na casa do mestre José Amaro para falar-lhe do ataque ____ cidade do
Pilar. Disse ao compadre que D. Inês ficou cara ____ cara com Quinca Napoleão, que queria
saquear-lhe o cofre, mas ela não deu a chave ____ ele. O homem era uma ameaça ____
população.
Nesse excerto, ao mencionar o emprego do sinal grave no título da novela, o irreverente colunista
a) ridiculariza o emprego equivocado do sinal indicador de crase no título da novela.
b) deixa subentendido que a presença de crase no título da trama é surpreendente.
c) refere-se ao fato de o título da trama desconsiderar as regras do novo Acordo Ortográfico.
d) defende que o emprego do sinal grave indicador de crase seja uma opção estilística.
e) ironiza a controvérsia entre os gramáticos na discussão sobre a ocorrência de crase em
tramas populares.
Comentários: Por ser a crase um tema controverso, que costuma causar confusão quanto a seu uso,
causa surpresa no jornalista que se tenha feito a opção de usar um título que conte com ela. Por
isso, a alternativa correta é a alternativa B.
A alternativa A está incorreta, pois não há equívoco no uso da crase neste caso.
A alternativa C está incorreta, pois não houve mudança nesse sentido no acordo ortográfico.
A alternativa D está incorreta, pois a surpresa vem justamente do pouco uso segundo a norma culta
pela população em geral. O autor não defende que a crase não seja usada.
A alternativa E está incorreta, pois não há discussão entre os gramáticos quanto ao uso da crase.
Gabarito: B
Considere os enunciados.
• O acesso ao celular no Brasil é uma fotografia idêntica _____da renda. Quanto menor a
remuneração numa região, mais baixa é a penetração do telefone móvel.
• As trajetórias de Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil sem dúvida merecem
consideração. Gosto _____ parte, o valor artístico de suas obras – assim como as de Djavan,
Erasmo Carlos e Milton Nascimento – também é patente.
• No mês passado, atracou no porto de Roterdã, na Holanda, o primeiro navio cargueiro chinês
_____navegar até ____ Europa pelo Ártico.
Devido ___________ abordagem corporal, o hatha yoga ficou conhecido – de modo equivocado
– como uma categoria de ioga ___________ trabalha apenas as valências físicas (força,
flexibilidade, resistência, equilíbrio e outras), quase como ginástica oriental. Isso não é verdade.
(Ciência Hoje, julho de 2012. Adaptado.)
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas,
respectivamente, com
estabelecidos, que excluem a inútil e mesmo perturbadora intromissão do casal. Pai? Mito do
passado.
Aparentemente, tal projeto parece coincidir com a tendência, acentuada nos últimos anos, de
se contestar a figura tradicional do pai. Eliminando-se a presença incômoda, ter-se-ia realizado
o ideal de inúmeros jovens que se revoltam contra ela – o pai de família e o pai social, o
governo, a lei – e aspiram à vida isenta de compromissos com valores do passado.
Julgo ilusória esta interpretação. O projeto tecnológico de eliminação do pai vai longe demais
no caminho da quebra de padrões. A meu ver, a insubmissão dos filhos aos pais é fenômeno
que envolve novo conceito de relações, e não ruptura de relações.
(De notícias e não notícias faz-se a crônica, 1975.)
A alternativa B não apresenta incorreções, pois “quem” é palavra interrogativa, portanto, atrai o
pronome.
A alternativa C não apresenta incorreções, pois em orações com conjunção de subordinação, ocorre
próclise.
A alternativa D não apresenta incorreções, pois o tempo futuro do pretérito admite mesóclise.
Gabarito: E
No trecho “mas minha mãe botou ele por promessa”, o pronome pessoal foi empregado em
registro coloquial. É o que também se verifica em:
a) “– E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?”
b) “– E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?”
c) “– Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?”
O terceiro conectivo, “Como”, tem valor de causa. Pode ser substituído por “porque”, “pois” ou
“uma vez que”: “Cheguei cá, pois o passeio era agradável”.
Gabarito: A
Qual alternativa apresenta um período – também retirado de Senhora – que pode ser
classificado a mesma maneira que o destacado no texto?
a) Aurélia não gostava de Byron, embora o admirasse.
b) A jovialidade do Seixas e o seu carinho, não só desvaneceram as queixas da Nicota, como
restabelecem a cordialidade entre duas meninas (...).
c) O ciúme é o zelo do senhor pela coisa que lhe pertence (...), seja essa animada ou inanimada.
d) A porta do gabinete estava fechada interiormente, e ele esquecera essa manhã de levar a
chave. Foi obrigado portanto a dar a volta pela saleta.
e) Aurélia deixou perceber ligeira comoção. Entretanto foi com a voz firme que respondeu.
Comentários: A oração destacada no texto tem noção de alternativa, ou seja de alternância de
ideias: em alguns momentos dava a entender X, em outros momentos, dava a entender Y. Na
alternativa C, há a mesma relação na descrição de “coisa que lhe pertence”, podendo ser ou algo
animado, ou algo inanimado, demonstrando também alternância de ideias.
A alternativa A está incorreta, pois a relação presente no período é de concessão, a partir do
conectivo embora”.
A alternativa B está incorreta, pois a relação expressa é de adição, a partir da construção “não só” –
“como [também]”.
A alternativa D está incorreta, pois a relação expressa no período é de explicação, a partir do
conectivo “portanto”.
A alternativa E está incorreta, pois a relação presente no período é de oposição, a partir do conectivo
“entretanto”.
Gabarito: C
A alternativa D está incorreta, pois nesse caso, “apegada” deve vir acompanhado de “a”: “Maria é
apegada em filmes”.
A alternativa E está incorreta, pois “confiança”, nesse caso, deve vir acompanhado de “em”: “A
confiança em seu pai ficou abalada”.
Gabarito: A
II. Às vezes as ideias não vêm, ou vêm muito numerosas e a folha permanece ____ escrita,
como estava na véspera.
III. Os sinais, a idade, a cor, _____ confere.
Os termos que completam corretamente as lacunas no texto são, respectivamente:
a) é necessário; meia; tudo.
b) é necessária; meio; tudo.
c) é necessário; meio; tudo.
d) é necessária; meia; todos
e) é necessário; meio; todos
Comentários:
A primeira lacuna deve ser completada com “é necessário”, pois quando não há uma determinação
para a expressão, ela é invariável. Assim, a frase fica “Para proceder assim é necessário ter
independência.”
ATENÇÃO: Só concordaria se fosse “A independência é necessária para proceder assim”.
A segunda lacuna deve ser completada com “meio”, pois quando assume valor de advérbio, a
palavra é invariável. Assim, a frase fica “a folha permanece meio escrita”.
A terceira lacuna deve ser completada com “tudo”, pois é uma palavra que reúne todos os termos
anteriores. O verbo, nesse caso, está no singular, logo a frase deve ser “Os sinais, a idade, a cor,
tudo confere.”
Gabarito: C
Gabarito: E
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este material deve ser seu livro de cabeceira de gramática esse ano! Aqui está o assunto mais
importante de gramática que você encontrará: o valor dos conectivos. Estude muito esse assunto”
Como vimos, no vestibular do ITA importa mais entender os contextos e significados do que
decorar regras. Preste muita atenção, portanto, para o significado das palavras nos seus contextos.
Além disso, é importante treinar regência, crase, colocação pronominal e concordância para
não errar na redação! Lembre-se que o uso correto da norma culta vale 2 pontos na prova de
redação.
Na próxima aula, veremos a continuação desse assunto e estudaremos os processos de
organização da frase:
➢ Termos da Oração
➢ Orações Coordenadas
➢ Orações Subordinadas
➢ Reorganização de orações e períodos
Até lá, pratique bastante com os exercícios desta aula, para chegar sem dúvidas na próxima
aula! Qualquer dúvida estou à disposição no fórum, e-mail ou Instagram!