lubrificantes
Enviado por Luís Sucupira
No Minha Vida Numa Moto desta edição vamos falar sobre óleos lubrificantes.
O que são? Para que servem? Qual óleo escolher? Quais são os mitos e
lendas sobre lubrificantes? O que significa a sopa de letrinhas e todos os
números de especificações?
Para escrever esta coluna eu contei com a ajuda de material fornecido pela
Petrobrás e com a consultoria técnica de Celso Cavallini, coordenador de
relações com fabricantes da Mobil. Meu objetivo é que esta coluna possa ser
de grande ajuda no quesito lubrificação para que a sua vida numa moto seja
mais tranquila e duradoura.
Ligando os motores... primeira marcha
engrenada...e começa a viagem pelo mundo da
lubrificação
Um lubrificante é composto por um óleo base, que pode ser mineral, sintético
ou ainda semi-sintético. A estes são adicionados aditivos que são compostos
químicos que melhoram as propriedades do óleo lubrificante, como a proteção
contra o desgaste, proteção contra ferrugem e corrosão, resistência à
oxidação, entre outras.
O filtro de óleo
A troca do óleo
O filtro de óleo tem fundamental importância para manter o óleo limpo e impedir
que resíduos da contaminação (sujeira do ambiente, partículas de desgaste de
componentes) passem para o motor e venham a causar danos. Ao comprar um
filtro de óleo é importante seguir as instruções dos fabricantes de motocicletas,
observando inclusive o período de substituição deste. As impurezas existentes
no ar como areias e poeiras, acompanham o ar aspirado e chegam ao motor se
não mantivermos o filtro limpo. Quando essas impurezas, juntamente com os
gases, entram no cárter e passam a circular no óleo, provocam rapidamente o
aumento do desgaste de várias peças do motor.
A troca de óleo
As recomendações dos fabricantes em relação aos intervalos para mudar o
óleo baseiam-se em condições extremas de condução. Estas correspondem
nem sempre a viagens longas em autoestrada. Quanto mais curtas forem as
viagens menor deve ser o tempo entre cada troca de óleo. Viagens curtas
(inferiores a 15 Km), conduzir em estradas com muita areia ou poeiras, ar frio
que impeça o motor aquecer totalmente até alcançar uma temperatura normal
de funcionamento, ou se o motor trabalhar em condições severas, são fatores
que provocam a degradação do óleo. Estes fatos são levados em conta por
todos os fabricantes de motos. Estatísticas mostram que a maioria dos
motociclistas conduz nessas condições.
Sintético x Mineral
A principal diferença entre os dois está na manutenção da estabilidade da
viscosidade do produto. O sintético mantém a estabilidade por mais tempo do
que o mineral, mas há outros fatores relacionados que costumam influir nessa
teoria, como a gasolina, por exemplo.
Por não ser puro (pois a gasolina leva na mistura álcool), o combustível
provoca o aparecimento de substâncias que fazem com que a estabilidade
obtida pelo óleo sintético não seja tão efetiva, diminuindo a capacidade de
lubrificação, o que é grave em motores de alto desempenho. O que você não
sabe é que os fluidos sintéticos têm determinadas características lubrificantes
que podem ser prejudiciais a determinados motores de motos, reduzindo a vida
útil do sistema de embreagem.
O óleo semi-sintético foi criado para ser um meio termo entre o mineral e o
sintético. Nesses casos basta seguir a orientação das empresas fabricantes de
motocicletas constantes nos manuais que vem junto com a moto.
Dicas importantes
Procure optar por um tipo de óleo (mineral ou sintético) e nunca mude. Caso
seja uma moto usada, tente manter a característica adotada pelo antigo dono.
Uma pesquisa na internet ajuda a descobrir qual o recomendado.
Se a sua opção de troca for por intervalos curtos (antes do previsto pela
fabricante), o ideal é fazer a mudança do filtro de óleo a cada duas trocas. Mas
lembre-se: isso é por sua conta e risco. O ideal é casar sempre óleo e filtro.
Precaução e caldo de galinha não fazem mal nem a diabético.
Na troca do óleo não tenha pressa! Deixe o óleo escorrer o maior tempo
possível e certifique-se de que ele desceu todo. Coloque a moto na posição
vertical ou abaixe e levante a traseira para escorrer o que pode ter sobrado.
Outro mito derrubado é quanto a quantidade de óleo: NUNCA exagere na
quantidade. Mantenha o nível apenas no máximo da marcação. Óleo em
excesso prejudica várias coisas no motor, como, por exemplo, a vida dos
retentores.
Mitos derrubados
Mito derrubado: "O óleo de motor deve ser claro". Os óleos lubrificantes são
formulados misturando-se básicos e aditivos e a sua cor final dependerá da cor
do básico e do aditivo que forem empregados na sua formulação. Além disso, a
cor não tem nenhuma influência no desempenho do óleo. O óleo mais escuro
não é também mais grosso. Este é outro mito derrubado. O óleo mais claro
pode ser mais viscoso (grosso) do que um óleo escuro e vice-versa.
É importante que se espere pelo menos 5 minutos após o motor ter sido
desligado para se medir o nível do óleo. Isto porque, neste tempo, o óleo
vem descendo das partes mais altas do motor para o cárter e assim podemos
ter a medida real do volume de óleo.
Motos antigas não podem usar um óleo de última geração e nem melhoram
o desempenho por isso. Se o veículo usa óleo mineral por muito tempo e passa
a usar óleo de base sintética ou sintético, a limpeza dos resíduos deixados pelo
mineral será muito rápida e mesmo trocando o filtro em períodos reduzidos
pode ser que tenha a vazão prejudicada, e poderá ocorrer o entupimento da
bomba de óleo e outras partes internas do motor, ocasionando problemas no
mesmo.
A borra em motores
Viu borra no motor? Veja aqui o que pode estar acontecendo.
Bom, agora que você sabe tudo sobre óleos lubrificantes, o motor da sua moto
vai respirar saúde e falar alto sem aquele barulhinho de ferro batendo com
ferro. Lembre-se que de uma boa lubrificação depende o desempenho e o bom
retorno na venda de sua moto.