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Prática de Orquestra

Conservatório W.Mozart- Prof Ramon N Mundin- 08-04

Barroco- ‘’Resumo da ópera’’


Artigo desenvolvido para facilitar a compreensão dos principais conceitos do Barroco.

-Contexto
Os anos compreendidos entre 1600 a 1750 são marcados pela
colonização das Américas e os governos absolutistas na Europa.
Muitas cortes europeias foram importantes centros da cultura
musical.

-Barroco em música.
Termo que designa um período da história da música que vai dos
finais do século XVI até cerca de 1750. Tal como para outras
épocas, as datas limites são apenas aproximativas, dado que
muitas características desse período se evidenciaram antes de
1600 e muitas já estavam em declínio na década de 1730. Mas é
prático tomar essas datas pelo fato, que, apesar de uma
diversidade muito rica de estilos e composições o período é
marcado por uma determinada forma de expressão musical e a
certos métodos de composição, que mais se assemelham do que
contrastam.

-Barroco nas regiões.


As concepções italianas dominaram o pensamento musical deste
período. De meados do século XVI a meados do século XVIII foi a
Itália a nação mais influente de toda Europa no domínio musical.
Veneza foi ao longo de todo século XVII, apesar de sua
impotência política, um grande centro musical, o mesmo pode se
dizer de Nápoles, Roma exerceu uma constante influência sobre
a música sacra e durante algum tempo, foi importante centro da
ópera e da cantata, Florença conheceu também um período de
esplendor no começo do século XVII.

A Alemanha estava com uma cultura debilitada e viu-se


submetida pela calamidade da guerra dos 30 anos, mas apesar
da desunião política, houve na geração seguinte um vigoroso
ressurgimento, que, teve na Música de Johann Sebastian Bach o
seu expoente máximo.

A França começou em 1630 desenvolver um estilo musical


nacional que resistiu as influências italianas. A Inglaterra sofreu
com a guerra civil de Commonwealth, mas teve um breve
ressurgimento nos finais do século XVII e seguiu-se quase que
totalmente ao estilo italiano.
No final do período barroco, com efeito, a música da Europa
tinha-se convertido numa linguagem internacional com raízes
italianas.

No Brasil o período barroco chegou mais tarde em meados do


fim do século XVII e começo de 1700, quase que, unindo dois
estilos da história da música: Barroco e Galante, do qual o
último podemos também chamar no que viria ser o classicismo.
O Barroco embarca no Brasil pelas mãos Portuguesas com o
intuito de colonizar e cristianizar por muitas faces e uma delas a
música. Do ponto de vista musical os portugueses seguiam a
escola italiana de Napóles. Vale a pena destacar o
desenvolvimento musical na região de Minas Gerais, por ser um
grande polo comercial dos metais preciosos e ali residirem os
principais grupos econômicos do pais.

-Principais compositores e principais países


Italianos
- Claudio Monteverdi(1567-1643)
- Arcangelo Corelli (1653-1713)
- Alessandro Scarlatti (1660-1713)
- Antonio Vivaldi(1678-1741)
-Domenico Scarlatti(1685-1757)

Alemães
- Schüetz (1585-1672)
-Telemann(1681-1767)
-Bach(1685-1750) -Händel( 1685-1759)

- Franceses
- Lully (1632-1687)
-Couperin(1688-1759)
-Rameau (1683-1764)
-Barroco Brasileiro.
- Manoel Dias de Oliveira (1738-1813)
- Lobo de Mesquita (1746-1805)
-Padre José Mauricio Nunes Garcia(1767-1830)

- Barroco na Inglaterra.
-Henry Purcell (1659-1695)

-Conceitos, formas e reflexões importantes do período


Em 1605, Monteverdi, estabelecia uma distinção entre duas
práticas de realização musical, chamadas: Prima Prattica e
Seconda Prattica, pela primeira se entedia o estilo de polifonia
vocal, remetendo ao renascimento e pela segunda se entedia
pelo estilo dos modernos italianos. Ou seja, na primeira prática a
música dominava o texto e na segunda o texto dominava a
música. Existem outras nomenclaturas para esses estilos como:
stille antico, stille moderno, estilo severo e estilo ornamental.
Mais importante que o conceito o que nos vale é saber que na
segunda prática as dissonâncias podiam ser mais livremente
usadas para adequar na música a expressão dos sentimentos do
texto.
Com o passar do século surgiu uma nova tripartição nos estilos:
Ecclesiasticus(sacro) , cubicularis (de câmara ou concerto) e
theatralis ou scenicus(teatral ou cênico).

A tendência ideológica da época era sempre, de que, cada estilo


desempenhasse uma função social e tivesse suas técnicas
próprias para composição e realização.
Houve então uma verdadeira cisma no que tangia a música nos
moldes instrumental e vocal, acabando por tornar-se tão
distintos no espirito dos compositores que esses poderiam
utilizar conscientemente recursos vocais na escrita instrumental
e vice-versa.
Outro importante e fundamental conceito é dos afetos que
surgem no esforço do compositor de exprimir, ou melhor,
representar uma vasta gama de ideias e sentimentos com a
máxima vivacidade e veemência.
Para comunicação desses estados de espirito foi surgindo pouco
a pouco um vocabulário de recursos e figuras musicais.
A tessitura típica do Renascimento foi a polifonia de vozes
independentes, a tessitura típica do Barroco foi um baixo firme
e uma voz agudar ornamentada, sendo a coesão entre ambas
assegurada por uma harmonia discreta.
Uma melodia acompanhada não foi novidade, o que realmente é
novo é a ênfase na linha do BAIXO e o isolamento do baixo e do
soprano como linhas fundamentais na textura musical, além da
indiferença às partes internas enquanto linhas melódicas.
Essa indiferença traduz-se no sistema de notação denominado
como basso continuo(italiano) ou baixo contínuo.
Funcionava da seguinte forma: o compositor escrevia a melodia
e o baixo; o baixo era tocado em um ou mais instrumentos de
continuo(cravo, órgão, alaúde) geralmente reforçado por
instrumentos de apoio como viola da gamba baixo, violoncelo ou
fagote e acima do executante do baixo um instrumento de tecla
ou o alaudista colocava acordes convenientes, cujas notas não
estavam escritas.
O baixo continuo teve uma grande importância na evolução
teórica, pois sublinhava a sucessão de acordes, isolando-os, por
assim dizer, esse foi o caminho pelo qual a música transitou do
contraponto para homofonia, de uma estrutura linear e melódica
para uma estrutura cordal e harmônica.
“A melodia é agora alimentada por um baixo contínuo, com o qual os acordes formam
corpo. Melodia e harmonia são agora dois corpos distintos: um horizontal, outro
vertical, se reunindo num todo eurrítmico indissolúvel.” (Andrade, Mario)
“ O baixo contem em potencia e melodia e está em mesmo par de importância, o baixo
forma com a melodia uma união vegetal de que ele é a raiz, e ela a flor” (Pannaim)

Do estilo mais simples com objetivo de expressar com maior


nitidez as emoções e os estados da alma, surge pela Camerata
Fiorentina, grupo que deu início à ópera, o conceito de monodia,
uma única linha vocal sustentada por uma linha de baixo
instrumental, sobre a qual os acordes eram construídos, essa
linha de baixo conhecida anteriormente como baixo continuo.
Monodia é a base do que chamamos de recitativo, que é uma
linha melódica ondulada de acordo com o significado do texto e
emoções do personagem, transitando em um estilo meio
cantado e meio recitado.
(Ex- 28- Amarilli mia bella )
Em 1597, essas novas ideias foram aplicadas a todo um drama
musical que poderíamos chamar de a primeira ópera. Era Dafne
de Jacopo Peri, que, como muitas óperas que iriam surgir nos
dois séculos seguintes se baseava na antiguidade grega.
Infelizmente essa partitura se perdeu, a primeira nos chegar na
integra foi Euridice composta por Peri e Caccini. Outras óperas
foram aparecendo, e a ideia se tornou cada vez mais popular.
As primeiras incluíam pequenos coros, danças, e peças
instrumentais, com uma textura de acordes simples, a cargo de
uma “orquestra” não muito grande, formada por instrumentos
reunidos mais o menos ao acaso.
Os longos trechos de recitativos, entretanto, tendiam a soar
monótonos. Para a ópera sobreviver, seria preciso um gênio que
viesse trazer um sopro de emoção e vida ao estilo.
E este foi Claudio Monteverdi, que com L’Orfeo, inaugurou o
estilo como a primeira grande ópera com uma música realmente
que acentua o impacto dramático da história. Usando intervalos
cromáticos e espaçados na parte do canto, enquanto o
acompanhamento fornece inesperadas harmonias, incluindo
frequentes dissonâncias.
Monteverdi nas partes recitativas, faz vir à tona todo um plano
de fortes emoções. Em sua ópera, existem coros pequenos mas
dramáticos, e corajosamente novas combinações de timbres. Sua
orquestra compunha-se de uns 40 instrumentos, amplamente
variados. (ex 29- Qual onor- Monteverdi- tocata e
l’incoronazione di Poppea)
Mais tarde, os compositores do século XVII continuaram a usar o
recitativo como forma de apressar o relato da história, embora
dando maior importância às arias que mostrassem os
pensamentos e as emoções dos personagens, na medida em que
esses iam sendo afetados pelo desenrolar dos acontecimentos.
Havia duas espécies de recitativos: o Secco, quando a fala era
sustentada apenas por acordes simples no continuo; e o
stromentato ou accompagnato, usado quando o compositor
sentia a natureza dramática das palavras e exigia o reforço de um
acompanhamento orquestral simples.
A orquestra também tinha suas próprias peças para tocar e
algumas óperas contavam com a presença de coros. Enquanto o
recitativo tirava seus ritmos do discurso, as árias e coros
frequentemente usavam o da dança.

O mais popular dos compositores italianos da ópera, ao final do


século XVII, era Alessandro Scarlatti. Suas óperas muitas vezes se
iniciavam com uma abertura dividida em três partes: rápida-
lenta-rápida. Esse esquema tornou-se conhecido como abertura
italiana, e sua importância reside no fato de que a partir dele se
desenvolveria a sinfonia clássica.
Escutar: Alessandro Scarlatti - Sinfonia avanti l'Opera Griselda

Scarlatti planejava suas árias segundo a forma da capo, vale


dizer, uma forma ternária (ABA), mas na qual só escrevia as duas
primeiras seções. Ao final da seção B, o compositor escrevia da
capo e ai se repetia a seção A, contando com a improvisação do
cantor(a) introduzindo ornamentos vocais que se convencionou
como ária da capo.
Na França os principais compositores eram Lully e Rameau. Lully
tornou-se músico da corte de Luis XIV, o “REI SOL”. Suas óperas
iniciavam-se com a abertura francesa: um inicio lento e
majestoso, de ritmo incisivo e pontuado, levando a uma seção
mais rápida, com emprego da imitação. A isso se seguia uma ou
mais danças, ou talvez uma repetição da seção lenta inicial.
As óperas francesas geralmente incluíam Ballet: uma espetacular
sequência de danças com ricas fantasias e magníficos cenários,
dos quais, muitas vezes, o rei próprio fazia parte.
A Inglaterra mostrou-se lenta na adoção do gênero. A única
ópera inglesa do século XVII é Dido and Aeneas, de Henry
Purcell, por sinal, uma pequena obra prima. A parte mais celebre
desta partitura é o comovedor e profundo Lamento de Dido
(When I am laid in the Earth). Quando Händel chegou à
Inglaterra, em 1710, o público inglês já havia tomado gosto pela
ópera italiana, e ele imediatamente passou a tirar partido desse
fato, compondo, nos anos que se seguiram, cerca de 30 ou mais
óperas alla Italiana. Algumas árias celebres são Lascia ch’io
pianga da ópera Rinaldo, Piangero, de Giulio Cesare, ou Dove sei,
de Rodelinda.
Nascido mais o menos na mesma época que a ópera, o oratório
é outra importante forma de música vocal. Muito parecido com a
ópera em estrutura: coros, solistas, arias e recitativos e
apresentavam cenários e fantasias. A principal diferença é que os
oratórios se baseavam em histórias sacras geralmente tiradas da
bíblia. Com decorrer dos anos, porém, os oratórios, deixaram de
ser representados e passaram a constituírem apenas
apresentações musicais, geralmente em igrejas ou salas de
concerto.
Os principais compositores de oratórios foram Carissimi, Schütz e
Händel, o mais famoso O messias de Händel. Bach também
compôs o oratório de natal, e também três versões da paixão,
forma muito especial que conta a história da crucificação de
Cristo. Nessas obras, além de recitativo, árias e coros, Bach
incluiu Corais (hinos alemães) , que usou em pontos-chave para
intensificar os momentos mais solenes e comovedores da
história. Bach também compôs mais de 200 Cantatas que são
obras para solistas e coro, acompanhada por orquestra e
continuo, lembrando um oratório em miniatura.
Frequentemente as cantatas começam com um coro pesado,
prosseguem com recitativos, árias e duetos para os solista e
terminam com um coral luterano. A cantata 140 é um perfeito
exemplo, baseada no coral Wachet auf (acordai sonolentos).
Durante o período barroco, a música instrumental passa a ter
pela primeira vez, a mesma importância que a vocal. Os
compositores ainda usavam formas popularizadas na
renascença, como a canzona, o ricercar, a tocata, a fantasia entre
outras. A estas vieram somar-se importantes características,
formas e concepções, novas importante, como a Fuga, o prelúdio
coral, a suíte, a sonata e o concerto.
(RECAPITULANDO: Essas formas renascentistas citadas a cima são uma música de dança
escrita em ritmos bem marcados e frases bem delineadas que geralmente se repetiam de
modo a proporcionar vários passos de dança, a tendência dos compositores era tomar como
modelo peças de canto e tratar os instrumentos como se fossem vozes)

A fuga é uma peça contrapontística que se fundamenta


essencialmente na técnica da imitação. Geralmente é escrita pra
três ou quatro partes, chamadas vozes (não importando o fato
da peça ser instrumental ou vocal) as vozes são referidas como
soprano, alto, tenor e baixo. Em linhas gerais a ideia da fuga é a
seguinte: toda peça se desenvolve a partir de uma melodia
razoavelmente curta, mas de acentuado caráter musical. A essa
melodia se dá o nome tema (no sentido de tema de uma
discussão). Este aparece pela primeira vez em uma só voz.
Depois é imitado pela outras vozes cada qual de uma vez e em
sua altura adequada, bom exemplo é a Fuga em Dó
menor(Numero 2 de O cravo bem temperado) de Bach; He
trusted in God( ele confiou em Deus) do Messias de Händel.
Um tipo de peça para órgão muito apreciado, sobretudo na
Alemanha, foi o prelúdio coral, baseado como indica o nome,
numa melodia coral, mas, que disponha de variações nos temas
nas linhas melódicas.
Um bom exemplo para escuta é Wachtet auf, de Bach, que seria
um arranjo para um dos movimentos de sua cantata que leva o
mesmo nome.
Os compositores barrocos ampliaram a concepção que já existia
no Renascimento de ligar uma dança a outra e chegaram ao que
conhecemos como suíte: um grupo de peças para um ou mais
instrumentos. Houve muitas suítes escritas para cravo, e o
esquema mais comum abrangendo uma série de quatro danças
em diferentes países:
- allemande, compasso quaternário e andamento moderato;
- courante francesa, compasso 6)2 OU 3)2 moderadamente
rápida;
- corrente italiana, em compasso 3(4 ou 3)8, bem mais rápida;
-sarabanda espanhola, em vagaroso compasso ternário, quase
sempre com os segundos tempos acentuados;
- giga, geralmente em tempos compostos, por exemplo 6)8.

Entretanto, antes ou depois da giga, o compositor podia


introduzir uma ou mais danças, como o minueto, a bourrée, a
gavota ou passe-pied. E algumas vezes a suíte começava por um
preludio ou peça de abertura.
Todas as peças de uma suíte guardam a mesma tonalidade e
estão na forma binária A e B, normalmente repetindo-se. No
entanto, compositores franceses, como Couperin, gostavam de
incluir em suas suítes peças na forma Rondó, em que um tema
principal se alterna com episódios contrastantes (A,B,A, C,A). As
vezes as suítes levam outras denominações, como Bach chamou
de Partita, Purcell de lições e Couperin de ordem.
Escuta: Partita 1 de Bach, Suite XI para Cravo de Händel.
Outro gênero da música instrumental foram as sonatas barrocas,
a palavra sonata vem do latim sonare, que significa tocar, é uma
peça para ser tocada em oposição a cantata, obviamente musica
para ser cantada. Boa parcela das sonatas barrocas foi composta
por dois violinos e contínuo (um cello, um cravo, por exemplo).
Os compositores chamavam de trio sonatas, referindo-se as três
linhas de música realmente impressas, embora, de fato fossem
necessários quatro executantes, por vezes dois violinos, ou
ambos, eram substituídos por uma flauta ou oboé e também
algumas sonatas escritas apenas para um instrumento solista e o
continuo.
A sonata barroca podia ser de duas espécies: a Sonata da
camera( de câmara), destinada a pequenas salas, e a da
chiesa(de igreja), na qual os instrumentos contínuos
provavelmente eram órgão e, talvez, o fagote. Os dois tipos
normalmente consistiam em quatro movimentos, quase sempre
na mesma tonalidade, mas com andamentos contrastes(lento:
rápido, lento e rápido). Em geral, os movimentos tinham a forma
binária. A sonata da câmara era praticamente uma suíte, como
tal, incluía danças. Já a de igreja tinha caáter mais sério, com os
movimentos mais rápidos muitas vezes escritos em estilo de
fuga. Os principais compositores barrocos de sonata incluem
Purcell, Corelli, couperin, Bach e Händel. Outro tipo de sonata
diferente que vale ressaltar é de Domenico Scarlatti, filho de
Alessandro Scarlatti. Scarlatti compôs cerca de 550 sonatas para
cravo, de um só movimento, são peças especificas para teclado,
onde não faltam trinados, intervalos espaçados, notas repetidas
e frequentemente passagens traiçoeiras com cruzamento de
mãos.
Uma das formas mais interessantes da música barroca é o
concerto, palavra que tanto pode ter vindo do italiano, no
sentido de consonância, como também ter guardado seu
significado original latino, isto é, “disputa”. A ideia do concerto
remonta à Renascença, sua semente está na peças policorais
escritas por compositores como Giovanni Gabrieli.
As ideias de oposição e constate acentuado levaram à
concepção do concerto grosso barroco com compositores do
porte de Corelli, Händel e sobretudo Bach em seus concertos de
Brandeburgo, números II,IV,V, opunham dois grupos de
instrumentos: um pequeno grupo chamado concertino (em
geral, constituído por dois violinos e um cello) contra uma
orquestra de cordas conhecida por ripieno(pleno) ou tutti (todos
os instrumentos juntos).

O cravo ou órgão continuo era também usado para enriquecer a


textura do ripieno, além de fornecer ainda as harmonias de
apoio para os instrumentos do concertino que executavam as
suas partes.
Do concerto grosso nasceu o concerto solo, no qual um único
instrumento é lançado contra toda massa de uma orquestra de
cordas. Essa ideia de oposição com o decorrer dos anos,
fortaleceu, ainda mais, e o compositor frequentemente fornecia
ao solista algumas passagens difíceis e expressivas. Quase
sempre, os concertos solos eram compostos três movimentos-
rápido-lentro-rápido. Os dois movimentos apresentavam-se na
forma de ritornello , palavra que quer dizer retorno e, no caso,
refere-se ao tema principal.
Esse tema era tocado pela orquestra no princípio do movimento,
voltando depois, mais ou menos completo, após as partes do
solo, executadas com um pequeno apoio orquestral. Os
compositores marcavam a seções de ritornello com a palavra
tutti(todos) de modo que o esquema básico na forma de
ritornello é tutti 1: Solo 1; tutti 2: solo 2: tutti 3: solo 3.
Intercalando e assim por diante.
Foi durante o período barroco que a orquestra começou a tomar
forma. No princípio, o termo orquestra era usado para designar
um conjunto, formado ao acaso, com quaisquer instrumentos
disponíveis. Mas, à medida que avança o século XVII, o
aperfeiçoamento dos instrumentos de corda( em particular, o
violino), por esplendidos artesãos, como as famílias Amati,
Guarnieri e Stradivari, fez com que a seção de cordas se tornasse
uma unidade independente. Essa passou a constituir a base da
orquestra- um núcleo central ao qual os compositores
acrescentavam os outros instrumentos, individualmente ou em
dupla, de acordo com as circunstâncias: flautas, oboés, fagotes,
por vezes trompas, trompetes e tímpanos.
Um traço constante nas orquestras barrocas, porém, era a
presença do órgão ou o cravo contínuo, preenchendo a
harmonia, enriquecendo a textura e, de fato mantendo a
unidade da orquestra.

De início, a retomada de texturas mais leves e homofônicas, com


a melodia apoiada em acordes simples. As texturas polifônicas,
entretanto logo retornam.
O baixo continuo ou baixo cifrado torna-se a base de quase toda
a música barroca, fornecendo uma decidida linha de baixo que
impulsiona a música para frente, do começo ao fim.
Um direcionamento que impulsiona do princípio ao fim toda
uma peça.
A família das violas é gradualmente substituída pela dos violinos.
A seção das cordas transforma-se no núcleo da orquestra
barroca, mas conservando um teclado continuo (cravo ou órgão)
de modo a preencher as harmonias sobre a linha do baixo
cifrado a enriquecer as texturas.
No fim do século XVII, ocorre a substituição do sistema de
modos pelo sistema (maior-menor)
Principais formas empregadas: binária, ternária(ária da capo),
rondó, variações(incluindo o baixo ostinato, a chacona e a
passacaglia) ritornelo e fuga. Principais tipos de música: coral,
recitativo e ária, ópera, oratório, cantata, abertura italiana,
abertura francesa, tocata, prelúdio coral, suíte de danças,
prelúdio coral, suíte de danças, sonata da câmera, sonata da
chiesa, concerto grosso e concertos solo.
Frequentemente a música é exuberante: ritmos enérgicos a
impulsionam para frente, as melodias são tecidas em linhas
extensas e fluentes com muitos ornamentos(trinados por
exemplo). Contrastes de timbre instrumentais de poucos
instrumentos contra muitos, e de sonoridades fortes com
suaves( a dinâmica de patamares por vezes efeitos de ECO).

Fontes: Grout e Palisca- História da música ocidental, Pequena


história da música- Mario de Andrade, Uma breve história da
música- Roy Bennet, Acervo pessoal- Unicamp.

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