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A arte de ter razão (Artur Schopenhauer)

Estratagema 1, 2 e 3 – Sempre generalizar a afirmação de seu concorrente, fazendo com que o


leque de argumentos contrários aumente e confunda o opositor, ficando automaticamente
com a razão por falta de argumento contrario às suas palavras.

Estratagema 4 – Deve-se falar sempre demonstrando total certeza no que se diz. Mesmo que
se vá fazer uma dedução, não se pode deixar notar, para que o opositor não questione suas
afirmações.

Estratagema 5 – Pode-se utilizar de premissas falsas, mesmo rebatendo premissas falsas do


seu opositor. É necessário também focar-se nos interesses do opositor, visto que é com ele
que estamos lidando e precisamos utilizar sua maneira de pensar.

Estratagema 6 – Devem-se usar sinônimos para a palavra que se discute, assim abrimos um
leque de argumentações maiores. Pode-se usar isso para comprovar um fenômeno universal
ou desmascarar uma certeza já argumentada.

Estratagema 7 e 10 – Para se fazer claro, quando a argumentação é irrefutável, deve-se


comprová-la através de perguntas ao adversário. Devem-se fazer várias perguntas de uma só
vez e contrárias para que o adversário não saiba o que você pretende ver admitido ou negado,
assim você o confunde e os mais lentos de raciocínio da platéia não acompanharão possíveis
falhas no processo.

Estratagema 8 – Provocar raiva no oponente, assim ele não poderá raciocinar adequadamente
e não perceberá sua vantagem.

Estratagema 9 – As perguntas não podem seguir uma ordem certa para se chegar à conclusão,
pois se isso ocorrer o adversário pode se precaver e negar vários pontos que seriam
interessantes serem afirmados.

Estratagema 11 e 20 – Não se deve perguntar durante o debate se o adversário concorda com


suas argumentações e sim afirmar isto. Muitas vezes essa afirmação fará com que o próprio
oponente acredite que concorda e os ouvintes também, ao lembrar-se de alguns pontos em
que o adversário respondeu às suas perguntas afirmativamente.

Estratagema 12 – Deve-se usar denominações que nos favoreça. Caso o conceito que
debatamos não tenha um nome próprio ou então não seja apropriado para nossos interesses,
isto deve ser mudado e o conceito determinado de forma sutil para que, sem perceber, o
adversário também use o termo contando pontos para você. Ex. Fervor religioso -> fanatismo.

Estratagema 13 – Deve-se usar a mesma argumentação para casos contrários durante o


debate, fazendo assim com que o adversário dê respostas diferentes para não cair em
contradição e então utilizar a resposta mais interessante para nós a nosso favor.

Estratagema 14 e 15 – Se mesmo que o adversário não responda às suas perguntas de modo a


fazer com que você faça uma conclusão, deve-se impô-la do mesmo jeito, como se as
perguntas o tivessem feito concluir o citado
Estratagema 16 – Em toda a frase dita pelo adversário, deve-se observar se há ou não uma
contradição. Essa contradição pode ser com alguma outra frase dita pelo mesmo ou pode ser
contra algum conceito de uma seita que ele segue. Caso seja identificada a contradição, segue
como eliminação do argumento proposto pelo oponente.

Estratagema 17 e 18 – Se o adversário estiver a ponto de nos derrotar em certa argumentação,


devemos afastar a discussão de tal assunto e conduzi-la a outro ponto.

Estratagema 19 – Caso o adversário insista para que nós digamos algo que desminta sua
afirmação e não há o que dizer no caso, devemos tratar o assunto de forma genérica e assim
rebater, mesmo que não inteiramente, o ponto citado.

Estratagema 21 – Quando o adversário apresenta um argumento falso é mais recomendado


rebater com outro argumento falso do que desmascará-lo já que o que nos interessa não é a
verdade e sim a vitória.

Estratagema 22 – Não se deve nunca admitir algo que resultaria na conclusão do argumento
do oponente, deve-se, portanto desviar o assunto para outro ponto.

Estratagema 23 – Devemos sempre incitar o adversário a cometer erros graves na


argumentação como, por exemplo, contradições ou exageros que nos façam torná-la falsa e
anulá-la do debate. Deve-se, portanto manter o foco sempre especifico quando somos nós que
apresentamos uma argumentação a fim de evitar que esse estratagema seja aplicado a nós
mesmos.

Estratagema 24 – Fabricação de conseqüências. Deve-se inventá-las a partir de uma


intensificação do argumento usado pelo adversário não sendo, necessariamente, uma ação
resultada dele ou de alguma opinião do oponente e sim um meio para se ganhar o debate. O
ponto mais importante é fazer, se possível, a outra pessoa entrar em contradição o que nos
remete ao estratagema 23.

Estratagema 25 – Quando nos é apresentado alguma história ou argumento deve-se observar


todas as possibilidades para desmascará-lo como: a veracidade da história ou fato
apresentado, seu fundamento científico ou qualquer coisa que possa ser usado a nosso favor.
Mas devemos ficar atento, pois há casos em que uma só refutação não é suficiente para
destruir o argumento.

Estratagema 26 – O melhor do debate ocorre quando o argumento do adversário pode ser


usado a nosso favor de uma forma mais clara do que contra nós.

Estratagema 27 – Quando o adversário se zanga com algum argumento nosso, devemos


insistir naquele ponto, não só porque nos é interessante causar-lhe a ira, mas também porque
a raiva significa que tocamos em algum ponto fraco de seu raciocínio, podendo começar a
vitoria do debate por esse ponto.

Estratagema 28 – Esse estratagema é utilizado com o intuito de enganar uma platéia


ignorante, passando a impressão de que o nosso adversário foi vencido por nós. Para tanto se
devem usar argumentos ridículos que atraia para nós a simpatia da platéia. Com isso você
desmoralizará o concorrente e causara a ira ao mesmo o que te dará tempo para organizar as
idéia e voltar ao debate com argumentos sérios.

Estratagema 29 – Quando se perceber que a argumentação que devia ser a nosso favor pode
ser usada contra nós deve-se desviar rapidamente do assunto, embora de forma discreta,
levando o adversário a outro ponto de discordância entre vocês e arrancando-lhe das mãos a
vitória.

Estratagema 30 - É aconselhável que se faça o uso de citações de autoridades para comprovar


o assunto citado. Quando mais ignorante no assunto o seu adversário for, mais abrangente se
torna seu leque de opções quanto às autoridades que nesse caso podem ser inventadas já que
o adversário não tem conhecimento nenhum sobre o assunto e não saberia desmascará-lo.
Outra coisa que funciona muito bem é a utilização de conhecimentos universais, idéias que são
aceitas por todo mundo independente de sua veracidade.

Estratagema 31 – Quando nossas defesas a respeito de certo argumento já foram esgotadas,


podemos utilizar da ironia se gozarmos de um prestigio com a platéia mais alto que o
adversário. Na ironia afirmamos que o adversário está repleto de razão e que nossa vã filosofia
é atrasada demais para acompanhar isto, o que causará risos na platéia e raiva no adversário
que se desestruturará psicologicamente.

Estratagema 32 – Para colocar sob suspeita uma afirmação do seu oponente, bata classificá-la
em um termo odiado mundialmente. Ex. Isso é arianismo, isso é preconceito.

Estratagema 33 – Deve-se usar da frase: “Isso é correto na teoria, mas seria impossível na
prática” o que já desmonta o argumento do adversário alegando que as possíveis
conseqüências da ação na prática não são reais. Caso isso seja utilizado contra nós, pode-se
rebater dizendo que toda teoria pode ser aplicada e se é impossível na prática significa que a
teoria não está correta e sim com algumas falhas.

Estratagema 34 – Quando o adversário utiliza em nós os estratagemas 17, 18 ou 29 significa


que o tingimos em seu ponto fraco, então devemos mantê-lo no assunto a ponto de
desmascará-lo.

Estratagema 35 – O melhor a fazer é convencer o adversário a abandonar o próprio


argumento. Isso pode ser alcançado quando mostramos as conseqüências negativas que a
prática da teoria tanto defendia pelo oponente traria para ele mesmo. Ao perceber que se for
considerado correto o maior prejudicado na historia seria ele, nosso adversário abandonaria o
argumento e deixaria o caminho livre para nós.

Estratagema 36 e 37 – Pode-se tentar utilizar o truque das palavras sem sentido, na qual o
interlocutor faz um monologo extenso com a expressão séria e com palavras que não fazem o
menor sentido, mas que dão um ar de razão à trama. Se o ouvinte for do tipo acostumado a
concordar com tudo o que ouve, você ganha vantagem na disputa.

Estratagema 38 – Por fim, quando não há mais nada a fazer e a disputa está quase perdida,
deve-se confundir o assunto defendido com o seu defensor e misturar características pessoais
do seu oponente ao assunto abordado para que o atinjamos em eu ponto fraco.
Por fim, deve-se escolher bem com quem se disputa, não aceitando pessoas estúpidas que não
tenham nenhum conhecimento do assunto e muito menos as que não saibam assumir
derrotas e mudanças de opinião que na verdade é o ponto mais importante da disputa.

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