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CLÓVIS MOURA, NOVO OLHAR SOBRE A ESCRAVIDÃO

Aluno ouvinte- Joselino de Souza Silva

e-mail - joselino.silv@hotmail

REBELDIA COMO LUTA POLÍTICA

Estudar o pensamento social de Clóvis Moura, percebemos a contradição


escravista cuja função era garantir o lucro aos senhores. Todavia, o negro fora
elemento desestabilizador desse sistema escravista por meio da
quilombagem.

Destacamos a dimensão de totalidade acerca da compreensão da sociedade


escravista, a práxis negra que contribuiu para a desestruturação do modo de
produção escravista, a luta de classes e não as relações harmoniosas da casa
grande.

A obra mouriana é novo recorte epistemológico sobre escravidão cujo resultado


é sociedade desigual e racista sendo o modo de produção escravista
predominante e determina relações sociais pautadas na idéia de raças e o
conflito elemento central entre senhores e escravos, pois quando era
considerado insubordinado vinham os castigos, então os escravos se
rebelavam, fugiam e se organizavam em quilombos numa tentativa de
ganharem força e lutar contra a exploração.

Surge a quilombagem, manifestação e insurgência contra o sistema escravista


para negar as condições imposições. Logo, Moura sinaliza uma nova
epistemologia: torna o negro um sujeito da história e um ator político. Os
quilombos representaram a mais significativa resistência política, isto revela o
ponto de partida da derrocada do sistema escravista: os quilombolas,pois
Moura confere grande importância do quilombo à luta anti-escravista,

Em Rebeliões Da Senzala, há a contradição do trabalho rumo a rebeldia ,pois


os escravos não aceitavam regime, o que caracteriza assim a luta de classes
no período colonial e as revoltas desequilibravam toda economia escravocrata.

A escravidão era um processo estruturador da sociedade como o componente


do modo de produção . Os negros foram os primeiros proletários do Brasil. São
eles os principais responsáveis pela ascensão da economia ao trabalhar de
modo intenso no cultivo da cana de açúcar, café, mineração, no período
colonial.

Em Dialética Radical do Brasil Negro Clóvis Moura relata dois períodos do


escravismo brasileiro: pleno e tardio. A partir de 1850, a Lei Eusébio de
Queiroz proibiu a entrada de escravos, porém ocorre o tráfico interno. Moura
ainda outros elementos: a Lei de Terras, a Lei do Ventre Livre, a Lei dos
Sexagenários. Assim a legislação acima foram meios de controle sobre o
escravo e uma abolição por cima que visou manter terras e poderes aos
senhores.

Concluímos que a referida obra prove novos parâmetros de investigação: os


escravos foram atores políticos importantes na desestruturação do escravismo
dado que o conflito entre as duas classes referidas fora o motor desse período
e não as relações harmoniosas e consensuais, pois como destaca Moura
cumpre investigar o essencial e não o acessório. Os nossos parabéns a Clóvis
Moura por propor essa nova abordagem epistemológica . Aquilombemo—nos.

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