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EXELENTISSIMO JUIZO DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE SERRA

TALHADA – PE

ANA MARIA DOS SANTOS DA SILVA, nacionalidade, casada, professora,


devidamente inscrita no RG nº ... e no CPF sob o nº ..., residente e domiciliada no
endereço ...., na cidade de Serra Talhada – PE, CEP nº ..., email ... Vem
respeitosamente perante Vossa Excelência por meio de sues advogados, com o fulcro
no artigo 226 , § 6 da CF/88, Emenda Constitucional nº 66/10 e Lei 6.515/77 e demais
dispositivos, apresentar:

AÇÃO DE DIVÓCIO C/C GUARDA C/C PENSÃO ALIMENTÍCIA C/C PARTILHA DE


BENS

Em face de SERGIO LUIZ DA SILVA, nacionalidade, casado, oficial de justiça,


devidamente inscrito no RG nº ... e no CPF sob o nº ..., residente e domiciliado no
endereço ..., na cidade de Serra Talhada – PE, CEP nº ..., email.

I. DOS FATOS
Ana Maria dos Santos da Silva casou-se com Sérgio Luiz da Silva em 25/05/2005.
Dessa união, nasceram Mariana e Ana Luiza, hoje com 10 e 8 anos, respectivamente.
Adquiriram nesse período uma casa no valor de 300 mil reais, uma sala comercial de
80 mil reais e um carro de 50 mil reais.
Ocorre que a relação entre ambos restou insustentável, a ponto de Sérgio já ter saído
de casa e está se relacionando com outra pessoa. Ademais, desde que saiu de casa,
ou seja, há 6 meses, Sérgio não tem contribuído com o sustento das filhas.
II. DO DIREITO

1.1 AO DIVÓRCIO
Conforme o art. 226 da Constituição Federal no seu § 6 em vigor:
Art. 226 “A família, base da sociedade, tem especial proteção do
Estado.

§ 6 O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.

Dessa forma o Código Civil também reafirma no seu art. 1.571 que;
Art. A sociedade conjugal termina:
IV – Pelo divórcio.

Diante desses dispositivos podemos garantir a Ana Maria o direito de divórcio, sendo
que o Sr. Sérgio Luiz já possui outro relacionamento, ou seja, a união de ambos não
existe mais. Vale ressaltar também a Lei 6.515 de 1977 o seu art. 5 onde ele nos diz:
Art. 5º. A separação judicial pode ser pedida por um só cônjuges
quando

Imputar ao outro conduta desonrosa ou qualquer ato que importe grave

violação dos deveres do casamento e tornem insuportável a vida em


comum.

É notório no decorrer dos fatos que o Sr. Sérgio Luiz não se separou de fato de Ana
Maria e começou-se um novo relacionamento com outra pessoa há 6 meses, sendo
assim, causando conduta desonrosa com a parte autora, pois ambos ainda
continuaram casados. A mesma pode pedir essa separação judicial, também o
divórcio, pois já não existe interesse na vida comum, dessa forma não sendo obrigada
a dar continuidade nessa relação, ficando livre dos deveres do matrimonio.
1.2 DA GUARDA
Quanto a guarda dos menores Mariana e Ana Luiza. O artigo 1.583 e o inciso I do
artigo 1.584 do Código Civil prevê a possibilidade da guarda unilateral pela requerente.
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.

Arr. 1.584, I – Requerida, por consenso, pelo pai e pela


mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de
separação, de divórcio, de dissolução de união estável
ou em medida cautelar.

Essa guarda será atribuída ao genitor que possui melhores condições para resguarda
o filho, inclusive a relação de afeto no grupo familiar, saúde, segurança e educação. A
parte autora atende perfeitamente essas questões, tendo em vista que há 6 meses, já
realiza essa função sozinha pois a parte ré já havia saído da casa onde ambos
moravam, sem prestar suas obrigações em relação ao sustento do lar.
1.3 PENSÃO ALIMENTÍCIA
É necessário extrair da Constituição Federal de 1988 dois artigos importantíssimos em
relação a alimentos dos filhos, que são o artigo 227 e 229 da Lei Maior.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além
de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar


os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de
ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade.
Decorre desses dois o artigo 1.634, I do Código Civil quando a criação e educação dos
filhos menores.

Art. 1.634 Compete a ambos os pais, qualquer que


seja sua situação conjugal, o pleno exercício do poder
familiar, que consiste em, quanto aos filhos:

I – dirigir-lhes a criação e a educação.

E o artigo 22 da Lei 8.069 de 1990 Estatuto da Criança e do Adolescente, relativo ao


dever de sustento, criação e educação:
Art. 22. Aos pais imbumbe o dever de sustento, guarda
e educação dos filhos menores, ainda, no interesse
destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
determinações judiciais.

Desta forma a parte ré tem o dever ao sustento das filhas, pois trata de necessidade
vitais de quem não consegue provê-las por si. Como as menores não possuem
qualquer condição de auto sustento e a requerente não consegue suprir o sustento de
forma integral.
Sendo assim, cabe a parte ré pagar, a titulo de pensão alimentícia, o equivalente a
20% (vinte por cento) do seu salário mínimo que equivale a 12.000 (doze mil) reais,
que será descontado e depositado na conta corrente ou poupança de titularidade da
requente.
1.4 DOS BENS
Pelo o fato de Ana Maria e Sérgio Luiz serem casados pelo o regime de comunhão
universal de bens, devemos analisar o artigo 1.667 do Código Civil:
Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a
comunicação de todos os bens presentes e futuros dos
cônjuges e suas dividas passivas, com as exceções do
artigo seguinte.

Imóvel localizado no endereço ..., em Serra Talhada – PE, CEP nº ...; Avaliado na
empresa corretora de imóveis no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais). Tendo
nesta uma sala comercial também avaliada no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil
reais).
Um automóvel, cor ..., ano ..., modelo ..., placa ...; Com o valor de R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais)
Diante disso a parte autora tem direito a 50% (cinquenta por cento) do valor do bens
na partilha, na importância de R$ 215.000,00 (duzentos e quinze mil reais)
1.5 DA RETIRADA DO NOME
Tomamos como fundamento a Lei 6.515 de 1997, o seu artigo 17 onde nos diz:
Art. 17. Vencida na ação de separação judicial (art. 5º,
caput), voltará a mulher a usar o nome de solteira.

Desta forma, a requerente pleiteia a mudança de nome para ANA MARIA DOS
SANTOS , retirando do mesmo o sobrenome do seu ex cônjuge.
Com relação a esta inicial trago algumas jurisprudência que tratam do mesmo fato.
Civil - Ação de dívórcio c/c alimentos e partilha-
Sentença que declara o divórcio, mas remete a
partilha de bens para depois em ação própria e
não fala sobre os alimentos nem a guarda do filho-
Decisão citra petita - Acolhimento- Recurso
conhecido. I- Da análise perfunctória da sentença
guerreada, verifica-se que a Magistrada de
primeiro grau deixou de se pronunciar sobre o
pedido de fixação da guarda do filho menor para a
apelante, alimentos (para o filho e para o autor) e o
direito de visita do apelado, súplica esta requerida
expressamente pelo apelante em sua peça de
defesa, bem como repetida em sede de apelação;
II- Forçoso é, pois, concluir que o julgado afigura-
se inquinado do vício do julgamento citra petita,
eis que, refrise-se, a Julgadora não analisou, como
deveria, três dos pontos levantados na
contestação infringindo, com isso, o artigo 93,
inciso IX, da CF, e artigos 128 e 458, inciso II, do
CPC, bem como houveram questões
controvertidas que não foram apreciadas,
circunstância a acarretar a nulidade do decisório,
na esteira da uníssona e abalizada construção
jurisprudencial; III- Ora, a função do magistrado é
compor a lide, tal como foi posta em juízo,
devendo para tanto, não só considerar o pedido
inicial, mas também as matérias deduzidas em
defesa, nos seus exatos termos, sob pena de
negar ao autor ou ao réu, a prestação jurisdicional
almejada; IV- Sobreleva notar que, não se cuida de
exame incompleto ou imperfeito da matéria
agitada, quando, por força do efeito devolutivo da
apelação estaria o Tribunal autorizado a completá-
lo, mas sim de total ausência de apreciação, onde
tal providência implicaria em violação ao princípio
do duplo grau de jurisdição, configurando a
supressão de instância; V- Frente a esse contexto,
forçoso é concluir que a decisão afigura-se
inquinada do vício do julgamento 'citra petita', fato
este que conduz à inexorável nulidade do
julgamento; VI- Recurso conhecido e provido.
(Apelação Cível nº 201200224503 nº único0001025-
48.2011.8.25.0048 - 2ª CÂMARA CÍVEL, Tribunal de
Justiça de Sergipe - Relator (a): Marilza Maynard
Salgado de Carvalho - Julgado em 19/02/2013)

(TJ-SE - AC: 00010254820118250048, Relator:


Marilza Maynard Salgado de Carvalho, Data de
Julgamento: 19/02/2013, 2ª CÂMARA CÍVEL)

III. DOS PEDIDOS


Em face do exposto, requer:
a) Julgar procedente o presente pedido, para extinguir definitivamente o vínculo
conjugal mediante sentença que decrete divórcio.
b) Designação de audiência de conciliação, nos termos do art. 319 do NCPC.
c) Citação do réu acima descrito, para que compareça na audiência a ser
designada por Vossa Excelência, sob pena de confissão quanto a matéria de
fato, podendo este contestar dentro do prazo legal sob pena de sujeitar-se aos
efeitos de revelia, nos moldes do art. 344 do NCPC.
d) A intimação do representante do Ministério Publico para intervir no pleito.
e) A procedência da presente ação, condenando a parte ré a prestação de
alimentos, na proporção de R$ 2.400 (dois mil e quatrocentos), equivalentes a
20% do seu salário mensal, a ser depositado na conta da parte autora, que é
responsável pela as menores.
f) Seja deferida a guarda das menores á requerente, guarda esta é que unilateral.
g) Requer a Vossa Excelência que seja requerido a meação da proporção de 50%
(cinquenta por cento) referente aos bens conquistados ao longo da vida em
comum, seja no valor de R$ 215.000,00 (duzentos e quinze mil reais)
h) A mudança de nome da requerente do nome de ANA MARIA DOS SANTOS
SILVA, para ANA MARIA DOS SANTOS nome de solteira.
i) O réu seja condenado ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios, nos moldes do art. 546 do NCPC.

Atribui-se á causa o valor de R$ 243.800,00


Neste termos, pede deferimento.

Serra Talhada – PE
14 de novembro de 2019

Nome do advogado
OAB

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