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ÍNDICE .......................................................................................................................... 1
ENQUADRAMENTO ................................................................................................... 2
CONCLUSÕES ........................................................................................................... 71
ANEXO........................................................................................................................ 74
-1-
ENQUADRAMENTO
(d) estudo para avaliação das condições de segurança do edifício da Av. Duque de
Loulé nº 39 (reforço estrutural);
-2-
(e) campanha de inspecções efectuada no âmbito das obras de reconversão e
ampliação da estação do Metropolitano de Roma (inspecções a estruturas
várias);
Este documento pretende dar uma ideia dos projectos e acções em que o estagiário
esteve envolvido, destacando os aspectos mais relevantes de cada um e as tarefas que
couberam ao estagiário. Não se pretendeu um documento exaustivo e, portanto, não se
apresentam os cálculos justificativos dos projectos trabalhados. Apresentam-se sim os
aspectos que o próprio entendeu como interessantes e importantes para a sua
formação profissional e pessoal.
Não posso deixar de me lembrar da minha querida família e dos meus bons amigos
porque, apesar de não estarem presentes no palco diário das atribulações, me deram,
de longe, um apoio perene e sólido.
-3-
DESCRIÇÃO DO PROJECTO SPIDER
Síntese do Projecto
-4-
5. Análise Numérica de Estruturas;
Descrição geral
-5-
facilitar a instalação e a manutenção (Figura 3). O traçado dos cabos é optimizado em
função da rigidez do edifício e a sua arquitectura.
-6-
Identificação das tipologias estruturais abrangidas
O sistema DCS pode ser utilizado em (a) novas estruturas ou em (b) reabilitação e
reforço de estruturas já construídas.
A experiência obtida dos efeitos dos últimos sismos mostrou também os grandes
custos de reparação, sobretudo em elementos não estruturais, devidos a deslocamentos
do edifício que podem ser identificados como deslocamentos entre pisos. O sistema
proposto, através dos efeitos do pré-esforço e dos amortecedores, aumenta a rigidez
da estrutura e diminui a sua excitação, reduzindo assim os deslocamentos entre pisos.
3. Estruturas com muito diferente rigidez para duas direcções ortogonais - para
compensar a diferente rigidez.
-7-
recentemente usam acções sísmicas de cálculo mais severas para o dimensionamento
estrutural.
-8-
protecção do sistema DCS a fornece protecção térmica ao edifício. Por outro lado, a
estrutura metálica que suportaria os painéis poderia ser usada com estrutura de
reacção às forças estáticas associadas ao pré-esforço dos cabos.
Modelação Matemática
-9-
correntes, é muito importante e possibilitará o uso alargado aos projectistas tornando
esta tecnologia acessível em termos de cálculo.
Testes Experimentais
Testes em Protótipos
Antes de proceder ao ensaio geral num edifício de testes construído para o efeito
("mock-up"), executaram-se ensaios em dois protótipos para averiguar o
comportamento de todos os elementos constituintes do sistema DCS: amortecedor,
cabos de pré-esforço, ligação entre amortecedor e cabo, desviador (Figuras 6 e 7).
Foi feita a caracterização dinâmica dos dois sistemas utilizando diferentes pares
frequência/deslocamento imposto. Estes testes serviram também para verificar os
resultados calculados analiticamente para o efeito e concluiu-se que os resultados
reais correspondiam a estes.
- 10 -
Figuras 6 e 7 - Configurações recta e não recta dos protótipos
ensaiados
Testes no "mock-up"
- 11 -
Figura 9 - Vista da estrutura metálica de reforço das vigas do
"mock-up"
Após ter sido equipado com o sistema DCS, o "mock-up" foi sujeito à acção de uma
força sinusoidal aplicada no topo por um excitador que permitia a variação de
intensidade (até o valor máximo de 70kN) e frequência (entre 1Hz e 20Hz) desta força
(Figura 10). Estes testes foram realizados para diferentes configurações do sistema
DCS (diferentes valores dos parâmetros) e para a ausência deste.
- 12 -
Figura 10 - Excitador utilizado para a aplicação de um regime
dinâmico de forças
O objectivo principal desta sua tarefa foi realizar a análise numérica de edifícios
(virtuais e reais) com o sistema DCS sujeitos à acção sísmica num programa
comercial de cálculo automático de estruturas. Esta tarefa revelou-se bastante
complexa uma vez que abrangia muitos conceitos, agrupáveis em duas grandes
questões:
- 13 -
2. Análise não linear, no tempo, com recurso a elementos numéricos não
lineares: uma das vantagens do sistema DCS na análise numérica é a
concentração da não linearidade física principalmente num único elemento, o
amortecedor visco-elástico do sistema DCS. Uma das grandes questões
referentes à implementação numérica do sistema DCS é, precisamente, a
modelação do comportamento não linear deste amortecedor visco-elástico que
entra na sua constituição. A modelação deste aparelho correspondeu ao maior
desafio desta tarefa. No entanto, a descoberta de uma forma de, com os
elementos numéricos simples de que o programa de cálculo automático
- 14 -
aparelho possui consoante a força que actua sobre ele seja superior ou inferior
à força de accionamento (Figura 12), levando à conclusão de que, com o
programa de cálculo comercial utilizado, não é possível a correcta modelação
de uma estrutura com o sistema DCS sujeita à acção sísmica.
Força
Força de
Accionamento
Deslocamento
O projecto SPIDER, bem como outro projecto em que o estagiário colaborou e que é
mencionado mais à frente, obrigaram o estagiário a consolidar os seus conhecimentos
na área da engenharia sísmica e, assim, permitiram a este ganhar à-vontade neste
campo.
- 15 -
DESCRIÇÃO DOS OUTROS PROJECTOS
Síntese do projecto
Trata-se de um projecto, coordenado pelo Eng. Júlio Appleton, de quatro lotes (lotes
A, B, C e D) de edifícios de habitação e comércio no Parque das Nações (Figuras 13 e
14). Os outros engenheiros envolvidos neste projecto são: Eng. José Delgado (lote A),
Eng.ª Cristina Martins (lote C, fundações e estrutura "vertical" do lote B) e Engª
Margarida Oom (lote D). O estagiário colaborou activamente no projecto do lote B
ficando directamente a seu cargo o projecto das lajes, vigas e pré-esforço de lajes.
- 16 -
Figura 14 - Planta de implantação do conjunto de lotes
- 17 -
Figura 15 - Planta do 1º piso do lote B
A solução estrutural delineada para o jardim suspenso acessível com 70cm de terra é
uma laje com 0.45m de espessura, fungiforme, aligeirada por blocos de betão leve
vibrado não visíveis e com pré-esforço nas bandas maciças entre pilares (Desenho em
Anexo). Devido a condicionantes de arquitectura, existe nesse jardim um vão de
10.5m entre pilares que foi vencido por uma banda maciça com 0.70m de espessura
(invertida) com 22 monocordões pré-esforçados agrupados em pares (Figura 16).
- 18 -
Figura 16 - Corte transversal da banda maciça mais espessa
O estagiário optou por modelar o efeito dos pilares no comportamento das lajes
através de apoios simples caracterizados pela restrição dos deslocamentos do nó. Esta
opção revela-se conservativa na estimativa de deslocamentos verticais da laje uma vez
que não contabiliza o efeito favorável da rigidez dos pilares.
Nos pisos enterrados, o apoio contínuo conferido pelas paredes moldadas foi simulado
por apoios simples localizados em todos os nós extremos dos elementos de laje de
bordo. O estagiário considera esta aproximação válida visto que um grande número de
apoios pontuais deste tipo acaba por traduzir o apoio contínuo que as paredes
conferem satisfazendo também as restrições de rotações que estas impõem; dado o
método construtivo das ligações entre as paredes moldadas e as lajes, considera-se que
estas acabam por permitir rotações segundo o eixo do seu desenvolvimento.
O pré-esforço em lajes foi simulado por forças pontuais actuantes nos pontos de
mudança de direcção do traçado de cálculo dos cabos (Figura 17). Relembre-se que
dada a esbelteza do elemento estrutural laje, o traçado real dos cabos de pré-esforço
pode ser aproximado por troços rectilíneos.
- 19 -
tg α P tg α P
P tg α P tg α P P
L/4 L/4
- 20 -
realidade concretiza-se na pormenorização. Por outro lado, uma boa pormenorização
pode efectivamente diminuir o problema da fendilhação.
- 21 -
LISBOA LOFT - PROJECTO DE ESTRUTURAS E FUNDAÇÕES
(ALTERAÇÃO)
Síntese do projecto
- 22 -
Figura 18 - Representação da secção transversal dos pilares
existentes
A estrutura dos pisos é constituída por lajes compostas por perfis INP140 afastados de
cerca de 0.75m, separados por abobadilhas de tijolo cerâmico em um dos corpos e por
betão simples nos restantes dois corpos do edifício. As vigas destas lajes são perfis
INP maiores que os anteriores (INP300) e que se apoiam nos pilares (Figura 19) e nas
paredes mestras mediante capitéis metálicos.
- 23 -
Com o início do processo de execução das obras de conversão, constatou-se que a
estrutura existente apresentava um conjunto de deficiências que podem ser divididas
em quatro categorias:
(b) introdução, ao nível dos pisos, das alterações justificadas pela solução
arquitectónica proposta;
- 24 -
(c) introdução de novos pisos e de coberturas.
A solução estrutural para o problema em questão foi pensada de acordo com uma
perspectiva unificante dos diferentes materiais existentes e a empregar e é sintetizada
nos sete pontos seguintes.
1. Fundações
As fundações existentes são, no caso dos pilares, semi-directas constituídas por blocos
prismáticos (em dois dos corpos) e tronco-piramidais (no corpo restante) de betão
simples, atingindo profundidades que asseguram o atravessamento dos aterros e o
apoio no firme. No caso das paredes, as fundações são constituídas pelo
prolongamento das próprias paredes até se atingirem os extractos mecanicamente
adequados.
Optou-se assim, e de acordo com o primeiro projecto de estruturas, por reforços das
fundações dos pilares interiores e das paredes constituídos por grupos de micro-
estacas encabeçadas por maciços de betão armado (Figura 21) para fazer face a
acréscimos de esforços, como os devidos à construção de andares adicionais.
- 25 -
2. Estrutura vertical existente
As paredes de alvenaria foram reforçadas por uma lâmina de betão projectado com
70mm de espessura armado com uma rede de aço distendido. Estas lâminas foram
executadas pelo interior dos edifícios, o que significa que as paredes exteriores foram
reforçadas apenas pelo interior enquanto que as paredes interiores (como são as de
separação de blocos e as das caixas de escadas) foram reforçadas com duas lâminas
interligadas por grampos atravessantes.
Os pilares foram todos reforçados, desde a base até ao seu topo, através de um
encamisamento com cantoneiras e chapas de aço, colocadas em posição tal que ficasse
assegurada a verticalidade dos pilares após o seu reforço e que fossem reduzidas as
excentricidades que se registavam originalmente. Realizado este encamisamento,
prescreveu-se o preenchimento dos espaços remanescentes entre os pilares e os
encamisamentos metálicos com microbetão.
3. Pavimentos existentes
- 26 -
PORMENOR DO REFORÇO DAS LAJES EXISTENTES
2' CORTE 1-1
CORTE 2-2
1 1
Estima-se que este acréscimo de resistência assim conseguido tenha sido muito
superior à quebra de resistência devida à corrosão dos elementos metálicos, devendo
assinalar-se ainda que, com esta solução de reforço, se ganhou também em termos de
segurança ao fogo, e em relação à segurança sísmica por se aumentar a capacidade de
redistribuição de esforços.
Com a solução preconizada assegurou-se ainda que todas as zonas de apoio das vigas
fossem inspeccionadas, garantindo-se desse modo que todas as deficiências tenham
sido reparadas.
- 27 -
já existente de forma natural: novas paredes estruturais executadas sobre as paredes
estruturais de alvenaria já existentes e novos pilares executados como prolongamento
dos pilares existentes.
As novas paredes resistentes são constituídas por um pano de tijolo maciço revestido,
em ambas as faces, com lâminas de betão projectado armado. Pretendeu-se que estas
lâminas de betão estabelecessem continuidade com o reforço das paredes existentes
(referido anteriormente).
5. Novos pavimentos
Para o piso 1, optou-se por uma laje fungiforme de betão armado apoiada na estrutura
vertical existente mediante um sistema misto. Este sistema misto é constituído por
cantoneiras com conectores chumbadas às paredes de alvenaria existentes e fichas de
betão armado escavadas nessas mesmas paredes - caso dos apoios nas paredes
estruturais de alvenaria já reforçadas (Figura 24) - e por capitéis metálicos no caso dos
pilares existentes já reforçados.
- 28 -
LIGAÇÃO LAJE-PAREDE DE ALVENARIA SEM FICHA
- 29 -
Para os restantes novos pavimentos, a solução idealizada e executada é de uma
estrutura mista de laje de betão armado (12cm de espessura) com cofragem metálica
perdida e colaborante, apoiadas em vigas mistas aço-betão. Estas apoiam-se em
capitéis de aço executados nos pilares, e nas paredes estruturais, nestas últimas através
de varões roscados chumbados (Figuras 25 a 28).
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PORMENOR DA LIGAÇÃO DOS HEB240 ÀS PAREDES ESTRUTURAIS
DE ALVERARIA REFORÇADA
6. Novas coberturas
As novas coberturas têm duas soluções estruturais. Em parte do perfil transversal dos
edifícios são caracterizadas por uma solução mista aço-betão em tudo semelhante à
maioria dos novos pavimentos e, na parte remanescente, e onde a execução de tal
solução seria difícil, são constituídas por uma laje de betão armado. A solução de laje
de betão armado foi adoptada para os extremos do perfil transversal onde se
- 31 -
aproveitou a maleabilidade que tal solução oferece para executar as abóbodas e o
óculo central da cobertura (Figura 29).
7. Outras estruturas
Os novos núcleos dos elevadores e as novas escadas de serviço são de betão armado
enquanto que todas as restantes escadas são de aço (Figura 30). Saliente-se que as
estruturas das escadas não se apoiam nas paredes por encastramento mas através de
cantoneiras de aço chumbadas à alvenaria já reforçada.
- 32 -
Figura 30- Escada metálica da entrada posterior do Lisboa Loft
- 33 -
Figura 31 - Modelo da laje de betão armado do piso 1 com esforços
representados
- 34 -
REABILITAÇÃO DO VIADUTO DE ALHANDRA
Síntese do projecto
- 35 -
A forma mais económica de resolver o problema da deficiente resistência para a acção
sísmica longitudinal consistia em modificar o comportamento da estrutura por forma a
baixar o valor da acção.
Com este sistema foi possível reduzir o coeficiente sísmico de 0.32, verificado na
situação existente, para um valor da ordem de 0.05.
CORTE LONGITUDINAL
S 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 N
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Figura 34 - Vista do desenvolvimento longitudinal do viaduto
As vigas longitudinais são interligadas por carlingas com 0.20m x 1.00m sobre os
alinhamentos dos apoios, a meio vão e a quartos de vão. As carlingas estão ligadas às
vigas unicamente por pré-esforço transversal.
CORTE TRANSVERSAL
- 37 -
Na direcção longitudinal os pilares são articulados na base e na direcção transversal os
pilares são articulados no topo.
- 38 -
1. Deterioração do betão armado por corrosão de armaduras (Figura 38)
- 39 -
Figura 39 - Vista das infiltrações de água no tabuleiro
- 40 -
Figura 40 - Vista de roturas nas bainhas dos mono-cordãos do
sistema de pré-esforço exterior
- 41 -
(b) Reparação das zonas deterioradas por corrosão de armaduras;
- 42 -
chumbadouros que efectuam a ligação entre as carlingas e as travessas dos pilares e o
cálculo dos tirantes para o travamento transversal do tabuleiro nos alinhamentos onde
se efectuou o corte dos chumbadouros que antes existiam.
Na direcção longitudinal efectuou-se uma análise dinâmica não linear e no tempo para
dimensionamento dos amortecedores viscosos, sua estrutura de apoio e estrutura de
ligação ao tabuleiro e dimensionamento dos dispositivos de ligação longitudinal dos
tramos do tabuleiro. O estagiário participou activamente nesta última análise,
concretamente no dimensionamento dos amortecedores viscosos, descrevendo com
algum pormenor as condições do problema e a metodologia utilizada.
Introdução
Para efeito de controlo da acção sísmica deveriam ser introduzidos quatro dispositivos
(dois em cada meio tabuleiro) constituídos por amortecedores viscosos e respectivas
estruturas de apoio e de ligação ao tabuleiro.
k u = 1.7 × 10 4 kN/m
k w = 8.1 × 10 4 kN/m
- 43 -
Método de Análise
Para poder realizar a análise sísmica foi necessária a caracterização dos parâmetros
técnicos que definem a resposta do aparelho dissipador. O aparelho dissipador -
amortecedor viscoso - pode ser, em termos reológicos, traduzido por um amortecedor
não linear, com expoente da velocidade α não unitário (Figura 42).
C, α
Famort. = C ⋅ x& α
- 44 -
M/4
HEB340
K tab
0.8*0.5m2
Ku Ku
Kw Kw
z
Para este efeito, foi necessário que se introduzissem acelerogramas, funções que dão a
aceleração do solo ao longo do tempo. Devido à inexistência de dados estatísticos
históricos, recorreu-se a acelerogramas artificiais.
- 45 -
modelada por um processo estocástico gaussiano estacionário. Para cada tipo de
sismo, foram introduzidos dez acelerogramas considerados válidos.
Acelerogramas Considerados
- 46 -
Comparação entre os Espectros de Resposta Regulamentar e Artificial Médio
(sismo 1, terreno II)
5.0
4.5
4.0
3.5
3.0
a (m/s2)
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
0 5 10 15 20 25
f (Hz)
3.0
2.5
2.0
a (m/s2)
1.5
1.0
0.5
0.0
0 5 10 15 20 25
f (Hz)
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Esta verificação de influência foi realizada a partir dos resultados calculados para um
acelerograma artificial de cada uma das acções sísmicas tipo 1 e 2.
Uma vez que existiam incertezas acerca da rigidez real do tabuleiro, testou-se ainda o
comportamento de um sistema de controlo sísmico constituído por um amortecedor
viscoso definido por um valor fixo do factor de amortecimento C para valores de
rigidez do tabuleiro dez vezes inferior e dez vezes superior à rigidez esperada.
Verificou-se que a variação do deslocamento da estrutura de suporte era muito
pequena enquanto que sucedia o inverso para o deslocamento da superestrutura; a
variação deste atingia 34% do valor esperado para a menor rigidez. Considerou-se, no
entanto, esse valor aceitável (Figura 46).
120
100
80
UX (m)
60
40
20
0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Ktab (kN/m)
SUPORTE TABULEIRO
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Estimados os valores máximos da força aplicada pelos amortecedores para a acção
sísmica, procedeu-se ao dimensionamento da estrutura de suporte, tendo-se prescrito
perfis HEB340 (Figura 47).
CORTE LONGITUDINAL
HEB340
HEA300
ESTACAS Ø50
ESTACAS Ø50
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AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA DO EDIFÍCIO
DA AV. DUQUE DE LOULÉ Nº 39
Síntese do estudo
O objectivo deste estudo coordenado pelo Eng. Júlio Appleton consistiu em avaliar as
condições de segurança do edifício da Av. Duque de Loulé nº 39, onde funcionam
diversos serviços da Polícia Judiciária. Pretendeu-se, em particular, avaliar as
condições de segurança das lajes, as quais se apresentavam anormalmente
deformadas, e as condições de segurança do edifício associadas à acção sísmica.
As fundações do edifício serão constituídas, de acordo com o projecto, por uma rede
de sapatas ligadas entre si por lintéis, sendo todos estes elementos de betão armado.
Saliente-se que o projecto estrutural do edifícío foi feito numa altura em que ainda
não era exigida a verificação da segurança estrutural face aos sismos.
- 50 -
Figura 48 - Planta original do edifício
Procedeu-se no local à medição da flecha da laje (na face superior, Figura 49) e ao
levantamento de armaduras por processos não destrutivo, fazendo recurso a um
detector electromagnético (Figura 50).
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Figura 49 - Medição da flecha da laje
flecha 1
Constatou-se que a deformação permanente era da ordem dos 5cm ≈ ,
vão 100
valor muito elevado e superior ao que usualmente se considera admissível
flecha 1
= , ou seja, nestas lajes 1.4cm a 1.8cm.
1
vão 300 400
a
- 52 -
Verificou-se igualmente que as armaduras detectadas não correspondiam às do
projecto, sendo inferiores a essas.
Para avaliar a capacidade resistente das lajes utilizou-se o método das bandas que, de
acordo com o teorema estático da análise limite, fornece minorantes da carga última,
valores que estarão assim do lado da segurança.
- 53 -
Comportamento em Serviço das Lajes
- 54 -
Após a sistematização dos resultados para os diferentes painéis de laje, foram
seleccionados aqueles que deveriam ser reforçados e fez-se advertência para a
limitação de uso de outros painéis.
Procedeu-se à proposta da solução para reforço das lajes. Tal solução deveria visar 3
objectivos:
3. não aumentar o peso próprio tanto mais que as lajes estão apoiadas no interior
em paredes de alvenaria, as quais poderiam sofrer danos nesse caso.
Estudaram-se algumas soluções (demolição e reconstrução das lajes, reforço das lajes
com perfis metálicos, reforço da laje apenas na face superior com aumento de
espessura) mas, pesados os prós e os contras, optou-se por prescrever a solução que a
seguir se descreve:
ᔣ a laje deverá ser reforçada na face inferior com laminados de fibra de carbono.
Tratar-se-iam de placas de 100mm a 120mm de largura e 1.2mm a 1.4mm de
espessura de um material leve e com uma resistência de ≈ 3000MPa (compare-se
este valor com o da tensão de cedência de cálculo do A235 das lajes existentes).
Estas placas são flexíveis e de fácil colocação por colagem com resina epoxy;
ᔣ a laje deverá ser reforçada na face superior com umas nervuras em betão armado.
Para executar essas nervuras o revestimento de tacos será removido (podendo ser
reaproveitado) assim como a betonilha de assentamento. Essas nervuras teriam,
para além da espessura da laje, cerca de 5cm nos apoios e cerca de 10cm no vão.
O espaço entre essas nervuras ficaria vazio ou seria preenchido com barrotes de
madeira para assentamento do revestimento do piso e poderia ser aproveitado para
- 55 -
colocar instalações eléctricas e de comunicações. Com excepção de um painel de
laje, estas nervuras seriam executadas apenas na direcção do menor vão das lajes.
Estimou-se que a rigidez da laje sofreria um aumento de cerca de 40% com tal
solução (Figura 52).
O edifício é constituído por 5 andares elevados, R/C (piso de entrada), cave (garagem)
e sub-cave (fundações e numa pequena área para arrecadação).
Como se referiu antes, a estrutura dos pisos elevados é constituída por lajes de betão
armado com 10cm de espessura apoiadas numa estrutura mista de alvenaria e betão
- 56 -
armado. A estrutura das fachadas principal e posterior é constituída por pilares e
lintéis de betão armado preenchida com painéis de alvenaria. As paredes interiores são
em alvenaria, de tijolo furado a ½ vez nos 3º e 4º andares e de tijolo maciço a ½ vez
nos 1º e 2º andares. Nas paredes das caixas de escada e divisórias de inquilinos as
paredes são de alvenaria a uma vez, de tijolo furado.
Sob o ponto de vista de concepção os aspectos que mereciam revisão eram a ligação
das lajes às paredes e, em especial, o comportamento das paredes de alvenaria quando
sujeitas a acções horizontais (em particular as paredes de alvenaria de tijolo furado).
- 57 -
globalidade e que são mais importantes algumas contas (bem) feitas manualmente
mas que resultam de uma escolha criteriosa ponderando os factores relevantes do que
uma porção de cálculos automáticos muito complexos mas onde não prevalece o
sentido crítico do engenheiro que oriente a linha de cálculo.
A ponderação das soluções de reforço das lajes e a escolha da solução aconselhada foi
uma experiência muito enriquecedora e útil uma vez que se trata de um assunto cada
vez mais importante para a idade actual da construção em betão armado (e alvenaria)
e com um crescente importância no mercado mas que, infelizmente, não é abordado
com profundidade no curso de licenciatura.
- 58 -
INSPECÇÕES - METRO ROMA
Cliente: ZAGOPE
Com esta campanha pretendeu-se averiguar acerca das tipologias construtivas bem
como do estado de conservação do edificado que se situa na área de influência
daquela obra, ou seja, os edifícios que se encontram sobre o traçado da futura linha,
bem como na sua periferia.
A análise de cada um dos edifícios foi feita em duas fases distintas, à partida:
- 59 -
construção, ao mesmo tempo que se executa um registo videográfico e escrito
destas características;
Caracterização do Edificado
- 60 -
estrutura interior são substituídas por um reticulado de vigas e pilares de betão
armado.
- 61 -
(b) alguma fendilhação, sendo particularmente evidente e frequente a que afecta
os tectos (face inferior das lajes) (Figuras 56 e 57);
(c) existência de fracturas nas pedras junto à ligação das guardas metálicas das
varandas (Figura 58);
(d) corrosão das armaduras em alguns elementos de betão armado, sendo este
fenómeno particularmente evidente nas lajes das varandas (Figura 59).
- 62 -
Figura 59 - Armaduras com sinais de corrosão avançada
- 63 -
VISITAS AO VIADUTO SOBRE A CALÇADA DE CARRICHE DO
METROPOLITANO DE LISBOA
Síntese do projecto
ALÇADO LONGITUDINAL
A secção transversal tipo em recta apresenta uma plataforma com 8.04m, com uma
entrevia de 3.20m e uma distância até à caleira de cabos de 1.415m. A bitola é de
1.435m. Lateralmente dispõe-se de guarda de protecção com uma altura de 2.20m
acima do topo dos carris.
- 64 -
Para a secção transversal tipo em curva, a plataforma mantém a largura de 8.04m
medida na direcção paralela à linha que une os topos dos carris. A entrevia é variável.
O projecto do Viaduto de Odivelas foi coordenado pelo Eng. Júlio Appleton tendo
participado no seu cálculo o Eng. Nuno Travassos e o Eng. João Pedro Nunes da
Silva.
No que se refere à escolha dos vãos entre pilares a concepção adoptada teve em conta
o processo construtivo que se pretendeu adoptar, os condicionamentos rodoviários e
as condições geotécnicas para a execução das fundações.
O facto de o viaduto se desenvolver sobre uma via com tráfego rodoviário muito
intenso sem possibilidade de interrupções ou novos constrangimentos motivados pela
obra em períodos extensos de tempo conduziu à concepção adoptada de um viaduto
composto por dois tramos pré-fabricados. Deste modo é minimizada a perturbação
introduzida pela obra e, sendo esta de duração muito limitada, pode ser remetida para
períodos de menor tráfego (Figura 61).
- 65 -
assim pensada revelou que esta concepção é adequada para o problema sísmico
produzindo uma reduzida deformação. A transferência dos esforços devidos à acção
sísmica é assegurada por dispositivos independentes dos que recebem as cargas
permanentes e sobrecargas conforme prescrito pelo Metropolitano de Lisboa.
FASE 1
EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES, PILAR E ENCONTROS
H A B F G
C D E
FASE 2
EXECUÇÃO DE APOIOS PROVISÓRIOS E COLOCAÇÃO EM OBRA DAS VIGAS PRÉ-FABRICADAS
H A B F G
C D E
FASE 3
COLOCAÇÃO DAS PRÉ-LAJES
H A B F G
C D E
FASE 4
BETONAGEM DAS CARLINGAS, DA LAJE E APLICAÇÃO DO PRÉ-ESFORÇO DE CONTINUIDADE
H A B F G
C D E
- 66 -
uma camada de aterro superficial na zona do pilar, com uma espessura da ordem dos
3.00m, sem condições para fundação. Abaixo desta camada surge uma formação de
argilas siltosas, algo margosas, denominada “Formação de Benfica” que apresenta
boas condições de resistência e valores de NSPT superior a 60 pancadas. Concluiu-se
portanto que o pilar teria de ser fundado sobre estacas que deveriam encastrar cerca de
3 a 4 diâmetros na “Formação de Benfica”, resultando assim um comprimento total de
8m.
O tabuleiro tem uma secção transversal com 8.04m de largura total e é constituído por
uma laje com duas nervuras em caixão. A altura total das nervuras é constante e igual
a 2.05m. A largura inferior da nervura é constante e igual a 1.80m, sendo a face
inferior da nervura paralela à laje. Duas das nervuras são perpendiculares ao plano da
laje, sendo as restantes duas oblíquas (figura 62).
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CONFIGURAÇÃO FINAL DO TABULEIRO
O tabuleiro apoia no topo do pilar e nos encontros através de aparelhos de apoio (um
por nervura), conforme descrito.
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Refira-se que os materiais estruturais são: betão armado da classe C35/45 (B40) para a
estrutura e da classe C25/30 (B30) para as estacas, aço A500 NR para as armaduras
ordinárias, aço A830/1030 para pré-esforço e aço da classe S235 para perfis das
guardas, escadas interiores, portas de acesso e estrutura de suporte das redes contra
intrusão.
A primeira das visitas mencionadas foi relevante sobretudo para aprender um pouco
sobre o transporte de peças de betão armado de grandes dimensões e sua colocação.
Estas duas fases também inseridas no processo construtivo tiveram de ser
contempladas no projecto. A acção do peso próprio introduziu nestas peças esforços
em função das condições de apoio no transporte e na colocação.
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Figuras 64 e 65 - Colocação de uma viga pré-fabricada
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CONCLUSÕES
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PARECER DO A2P CONSULT, LDA
Para os devidos efeitos declara-se que o licenciado Marco Filipe Rodrigues da Cruz
Figueiredo realizou o estágio no A2P Consult, Lda no período de 15 de Março de
2002 a 31 de Outubro de 2002.
(João Appleton)
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PARECER DO PATRONO
Para os devidos efeitos declaro que o licenciado Marco Filipe Rodrigues da Cruz
Figueiredo realizou o estágio formal no A2P Consult, Lda no período de 15 de Março
de 2002 a 31 de Outubro de 2002 sob a minha orientação tendo demonstrado
excelentes qualidades para o exercício da profissão e dado uma colaboração muito
valiosa nos vários projectos em que participou, como fica patente no relatório de
estágio.
(Júlio Appleton)
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ANEXO
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO
ESTÁGIO FORMAL REALIZADO NO A2P CONSULT, LDA
MEMBRO-ESTAGIÁRIO Nº 8854