Estratégia
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
ABSTRACT
This research is placed within the field of strategic management and aims to de-
scribe the dimen-sions of strategic performance expected as a result of the imple-
mentation of corporate education in one banking organization. Methodologically,
it is a qualitative investigation, based on documentary data of secondary nature.
The data were subjected to categorical content analysis, based on dimen-sions and
properties of a Multidimensional Analytical Model of the Performance Concept. As
a result of the study, we identified conceptual (semantic) and operational (formal)
characteristics of the strategic performance expected through the deployment of
Bradesco Corporate University (UniBrad).The study’s findings include: (i) the valua-
tion of the fulfillment of predetermined objec-tives in multiple areas and common
with organizational financial results; (ii) the valuation of internal processes as mech-
anisms to meet the general and specific objectives of the UniBrad; and (iii) the pre-
dominance of performance indicators for organizational level, quantitative, objective
and originating from primary sources.
KEYWORDS
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educação para as empresas do século XXI, de ção da educação corporativa pode auxiliar
Paulo Renato Souza. na compreensão da forma como o desem-
De acordo com Eboli (2004), o sistema penho estratégico tem sido conceituado e
de educação corporativa viabiliza uma atua- operacionalizado na prática organizacional,
ção profissional diferenciada, estimulando o além de indicar possibilidades teóricas de
colaborador a construir e, ou, modificar a ampliação da natureza do construto.
realidade organizacional por meio da refle- Em síntese, considerando-se (1) a com-
xão crítica. A educação corporativa, portan- plexidade teórica, empírica e prática re-
to, representa uma escolha estratégica das lacionada à natureza multidimensional do
organizações. Desse modo, para cumprir conceito desempenho, sob os pontos de
o seu papel, especialistas na área apontam vista organizacional e estratégico e (2) a
que a educação corporativa deve apresen- importância da compreensão a respeito
tar referenciais educacionais sólidos, apoia- da forma como o desempenho estratégi-
dos em metodologias adequadas e alinhados co tem sido conceituado e mensurado no
aos objetivos estratégicos do negócio. Em contexto da educação corporativa, pro-
outras palavras, os objetivos da educação pôs-se a presente investigação. O objetivo
corporativa devem ser considerados estra- geral foi investigar a abrangência semântica
tégicos, pois contribuem para atingir a van- (ou conceitual) e formal (ou operacional)
tagem competitiva empresarial e os objeti- do desempenho estratégico esperado com
vos globais de desempenho estratégico. a implantação da educação corporativa em
Com respeito às medidas ou indicadores uma organização do setor bancário. A or-
de desempenho estratégico, há um consen- ganização foi escolhida por conveniência,
so recente entre diversos autores, da área pois, durante o período de coleta de da-
de administração estratégica, a respeito da dos, se encontrava em fase de implantação
necessidade de ampliação de medidas tra- do processo de educação corporativa e
dicionais, em geral fortemente baseadas na aceitou disponibilizar as informações ne-
rentabilidade da empresa. Sob esse ponto cessárias para a realização da pesquisa.
de vista, são necessários múltiplos indica- Metodologicamente, trata-se de uma in-
dores de desempenho, capazes de avaliar, vestigação de natureza qualitativa. Os da-
de forma abrangente e multidimensional, dos documentais, de natureza secundária,
os efeitos ou resultados gerados pelas or- foram submetidos a uma análise de conte-
ganizações (MATITZ; BULGACOV, 2011). údo categorial, com base em dimensões e
Portanto, considerando-se a educação cor- propriedades de um modelo multidimen-
porativa como uma escolha estratégica, os sional de análise do conceito desempenho.
resultados provenientes de sua implanta-
ção devem ser incluídos na análise do de- O papel estratégico da Educação
sempenho multidimensional da empresa e Corporativa
podem contribuir para uma compreensão A educação corporativa surgiu nos EUA,
ampliada do conceito e da operacionaliza- a partir da década de 50, em um contexto
ção das medidas de desempenho estraté- de rápida mudança tecnológica. No decor-
gico. Em outras palavras, a compreensão rer das décadas de 50, 60 e 70, as univer-
dos resultados esperados com a implanta- sidades corporativas, também conhecidas
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quais foram desdobradas em proprieda- mente uma síntese das dimensões, das pro-
des e atributos. As propriedades foram priedades, e de seus respectivos atributos,
definidas como “conjuntos de atributos conforme propostos no modelo.
diretamente observáveis do construto” A respeito das utilidades do modelo, ci-
(MATITZ; BULGACOV, 2011, p. 585). Es- tem-se, entre outras: (a) a possibilidade de
sas propriedades, por sua vez, foram iden- compreensão abrangente sobre o conceito
tificadas e agrupadas conforme as suas desempenho, a partir da apresentação de
similaridades e diferenças, formando as elementos relacionados ao seu significado,
dimensões, as quais foram definidas como forma de apreensão e relação com outros
“resultado da agregação das proprieda- conceitos; (b) a possibilidade de descrição
des em conjuntos mais amplos, de acordo de um fenômeno complexo e multidimen-
com similaridades e diferenças entre suas sional, pela identificação, análise e síntese
características” (MATITZ; BULGACOV, de seus atributos, propriedades e dimen-
2011, p. 586). O Quadro 1, a seguir, apre- sões; (c) a diminuição da complexidade do
senta uma síntese das dimensões e pro- objeto pesquisado, possibilitando inferên-
priedades propostas no modelo: cias e comparações e facultando maior ní-
A Figura 1, a seguir, apresenta grafica- vel de conhecimento.
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Nota. *(1) Estática cumulativa não comparativa prospectiva; (2) Estática cumulativa não comparativa retrospectiva; (3) Estática
não cumulativa comparativa prospectiva; (4) Estática não cumulativa comparativa retrospectiva; (5) Estática não cumulativa não
comparativa prospectiva; (6) Estática não cumulativa não comparativa retrospectiva; (7) Estática não cumulativa não comparativa
atual; (8) Estática cumulativa comparativa prospectiva; (9) Estática cumulativa comparativa retrospectiva; (10) Dinâmica cumulativa
não comparativa prospectiva; (11) Dinâmica cumulativa não comparativa retrospectiva; (12) Dinâmica não cumulativa comparativa
prospectiva; (13) Dinâmica não cumulativa comparativa retrospectiva; (14) Dinâmica não cumulativa não comparativa perspectiva;
(15) Dinâmica não cumulativa não comparativa retrospectiva; (16) Dinâmica não cumulativa não comparativa atual; (17) Dinâmica
cumulativa comparativa perspectiva; (18) Dinâmica cumulativa comparativa retrospectiva; (19) Mista: utilização de múltiplas pers-
pectivas temporais.
Fonte: Matitz e Bulgacov (2011).
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(1) Subjetivos primários, quando denotam opinião e, ou, percepção individual e, ou, agregada e
TIPOS DE DA- são inéditos, ou seja, não estão disponíveis em outras fontes de consulta além da fonte utilizada
DOS: identifica pelos responsáveis pela coleta de dados.
a natureza dos
dados utilizados (2) Subjetivos secundários, quando denotam opinião e, ou, percepção individual e, ou, agregada e
para mensuração não são inéditos, ou seja, estão disponíveis em fontes de consulta não exclusivas ao acesso dos
do desempenho, responsáveis pela coleta de dados.
quanto ao grau de
dependência em (3) Objetivos primários, quando os dados são independentes de opinião e, ou, percepção individual
relação à fonte dos e, ou, agregada e são inéditos, ou seja, não estão disponíveis em outras fontes de consulta além
dados e ao grau de da fonte utilizada pelos responsáveis pela coleta de dados.
originalidade em (4) Objetivos secundários, quando os dados são independentes de opinião e, ou, percepção indi-
relação à disponibi- vidual e, ou, agregada e não são inéditos, ou seja, estão disponíveis em fontes de consulta não
lidade dos dados. exclusivas ao acesso dos responsáveis pela coleta de dados.
(5) Mistos, quando há presença simultânea de dados objetivos e subjetivos e, ou, primários e secundários.
(1) Individual, quando pretende inferir resultados agregados obtidos por indivíduos considerados
independentes entre si.
(2) Interindividual, quando pretende inferir resultados agregados obtidos por indivíduos considera-
dos interdependentes entre si.
(3) Projeto ou Programa, quando pretende inferir resultados obtidos por um subconjunto de ações
organizacionais espacialmente e temporalmente delimitadas, e cujas metas/objetivos são previa-
mente conhecidas.
(4) Processo ou relacionamento, quando pretende inferir resultados obtidos por um subconjunto de
NÍVEL DE ANÁLI- ações organizacionais espacialmente e temporalmente delimitadas, e cujas metas/objetivos não
SE: identifica nível são previamente conhecidas.
de generalização ou
inferência utilizado (5) Divisão ou Unidade de Negócios, quando pretende inferir resultados obtidos por uma área
para mensuração do organizacional não delimitada temporalmente e hierarquicamente subordinada à direção central da
conceito, quanto ao organização.
grau de interdepen- (6) Organizacional, quando pretende inferir resultados obtidos pelo conjunto das áreas organizacio-
dência entre seus nais não delimitadas temporalmente, cujas metas/objetivos são pretendidas e, ou, não pretendidas.
elementos.
(7) Interorganizacional, quando pretende inferir resultados obtidos por duas ou mais organizações
independentes entre si ou quando pretende inferir resultados obtidos a partir da interação entre
duas ou mais organizações.
(8) Indústria/ Setor, quando pretende inferir resultados obtidos por um conjunto delimitado de orga-
Abrangência formal: nizações, definido a partir de semelhanças entre objetivos e, ou, área de atuação.
conjunto de formas de
operacionalização ou (9) País/Região, quando pretende inferir resultados obtidos por um conjunto geograficamente e
mensuração do con�- politicamente delimitado de organizações.
ceito desempenho (10) Multinível, quando pretende inferir resultados agregados obtidos por dois ou mais níveis de análise.
(11) Misto, quando pretende inferir resultados desagregados obtidos por dois ou mais níveis de análise.
(1) Qualitativa: diz respeito à busca pela compreensão abrangente de um determinado fenômeno,
TIPO DE ANÁLISE a partir de múltiplas perspectivas e com base em um processo predominantemente indutivo de
DOS DADOS: construção de cenários, levantamento de problemas e construção de hipóteses de pesquisa.
verifica o resultado
agregado das esco-
lhas do pesquisador
em relação à natu-
reza da realidade,
ao papel da ciência (2) Quantitativa: diz respeito à busca pela verificação empírica de hipóteses a partir de problemas
na apreensão dos já identificados no contexto de uma teoria, com o propósito de desenvolver explicações generalizá-
fenômenos da rea- veis a partir do uso de técnicas de mensuração e análise estatística.
lidade, aos critérios
de legitimidade na
escolha dos pro-
blemas e soluções
a serem buscados
no campo científi-
co e aos critérios
para a escolha dos (3) Multimétodo: diz respeito à análise baseada ao mesmo tempo em pressupostos e inferências
métodos e técnicas de base qualitativa e quantitativa.
de pesquisa mais
adequadas a cada
caso.
(1) Estática cumulativa não comparativa prospectiva: mensuração atual cumulativa de medidas
retrospectivas com o objetivo de inferir o resultado potencial futuro.
(2) Estática cumulativa não comparativa retrospectiva: mensuração atual cumulativa de medidas
retrospectivas com o objetivo de inferir o resultado passado.
PERSPECTIVA
TEMPORAL DE (3) Estática não cumulativa comparativa prospectiva: mensuração atual não cumulativa comparati-
AVALIAÇÃO: verifi- va de medidas retrospectivas com o objetivo de inferir o resultado potencial futuro.
ca o corte temporal (4) Estática não cumulativa comparativa retrospectiva: mensuração atual não cumulativa compara-
utilizado no dese- tiva de medidas retrospectivas com o objetivo de inferir o resultado passado.
nho da pesquisa.
(5) Estática não cumulativa não comparativa prospectiva: mensuração atual não cumulativa e não
comparativa de medidas atuais com o objetivo de inferir o resultado potencial futuro
(6) Estática não cumulativa não comparativa retrospectiva: mensuração atual não cumulativa e não
comparativa de medidas atuais com o objetivo de inferir o resultado passado
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(7) Estática não cumulativa não comparativa atual: mensuração atual não cumulativa e não compa-
rativa de medidas atuais
(8) Estática cumulativa comparativa prospectiva: mensuração atual cumulativa e comparativa de
medidas de medidas retrospectivas com o objetivo de inferir o resultado potencial futuro.
(9) Estática cumulativa comparativa retrospectiva: mensuração atual cumulativa e comparativa de
medidas de medidas retrospectivas com o objetivo de inferir o resultado passado.
(10) Dinâmica cumulativa não comparativa prospectiva: mensuração atual cumulativa da evolução
de medidas retrospectivas com o objetivo de inferir o resultado potencial futuro.
(11) Dinâmica cumulativa não comparativa retrospectiva: mensuração atual cumulativa da evolução
de medidas retrospectivas com o objetivo de inferir o resultado passado.
(12) Dinâmica não cumulativa comparativa prospectiva: mensuração atual não cumulativa e
comparativa da evolução de medidas retrospectivas com o objetivo de inferir o resultado potencial
PERSPECTIVA futuro.
Abrangência formal: TEMPORAL DE
conjunto de formas de AVALIAÇÃO: verifi- (13) Dinâmica não cumulativa comparativa retrospectiva: mensuração atual não cumulativa e com-
operacionalização ou ca o corte temporal parativa da evolução de medidas retrospectivas com o objetivo de inferir o resultado passado.
mensuração do con�- utilizado no dese-
ceito desempenho (14) Dinâmica não cumulativa não comparativa prospectiva: mensuração atual não cumulativa e
nho da pesquisa.
não comparativa da evolução de medidas retrospectivas com o objetivo de inferir o resultado po-
tencial futuro.
(15) Dinâmica não cumulativa não comparativa retrospectiva: mensuração atual não cumulativa
e não comparativa da evolução de medidas retrospectivas com o objetivo de inferir o resultado
passado.
(16) Dinâmica não cumulativa não comparativa atual: mensuração atual não cumulativa e não
comparativa da evolução de medidas atuais.
(17) Dinâmica cumulativa comparativa prospectiva: mensuração atual cumulativa comparativa da
evolução de medidas retrospectivas com o objetivo de inferir o resultado potencial futuro.
(18) Dinâmica cumulativa comparativa retrospectiva: mensuração atual cumulativa comparativa da
evolução de medidas retrospectivas com o objetivo de inferir o resultado passado.
(19) Mista: utilização de múltiplas perspectivas temporais.
Fonte: Adaptado de Matitz e Bulgacov (2011).
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tos e serviços para clientes e não clientes volver competências alinhadas aos
(VIANA, 2012). objetivos empresariais. Criar ambien-
Atualmente, o Bradesco possui uma di- tes colaborativos e comunidades de
retoria responsável pelo processo de capa- aprendizagem que estimulem a cons-
citação do quadro de colaboradores, cujo trução coletiva do conhecimento.
propósito é democratizar o conhecimento, Aprimorar o relacionamento com o
por meio de soluções de aprendizagem ali- cliente como estratégia para atender
nhadas com a estratégia do negócio, utili- suas expectativas e necessidades, as-
zando diversas mídias e metodologias, além sociando crescimento orgânico, cum-
de parcerias com as melhores universida- primento de metas e compromisso
des do Brasil e do exterior, além de con- com a sociedade.
sultorias externas. No ano de 2012, com a A UniBrad está estruturada em nove Es-
consultoria da FIA – Fundação Instituto de colas: Relacionamento com o cliente, Cida-
Administração, foi iniciado o projeto de im- dania e Sustentabilidade, Gente, Identidade
plantação da universidade corporativa do Organizacional, Liderança, Segurança e Solu-
Bradesco. A nova estrutura de gestão do ção Operacional, Inteligência de Negócios,
conhecimento da Organização Bradesco Excelência Operacional e Negócios. Os da-
começou a vigorar internamente, a partir dos secundários, coletados a partir da aná-
de 02 de janeiro de 2013. A inauguração lise documental, estão baseados nas nove
oficial foi em março de 2013. Escolas criadas para a UniBrad, cada qual
Os objetivos, geral e específicos, das Es- com seus respectivos (i) objetivos gerais,
colas da UniBrad estão alinhados ao mapa (ii) competências responsáveis e colabora-
estratégico da organização, que se funda- doras, (iii) resultados organizacionais espe-
menta em três pilares – Pessoas, Sustenta- rados, (iv) objetivos específicos referentes a
bilidade e Tecnologia –, todos com foco no cada um desses resultados esperados e seus
retorno financeiro.A partir dessas diretrizes indicadores, todos alinhados com as diretri-
iniciais foram definidos missão, visão e valo- zes estratégicas da Organização, apoiadas
res da Universidade Corporativa Bradesco: nos três pilares citados anteriormente.
a) Missão: Educação para a excelência A Figura 2, a seguir, apresenta o resulta-
profissional e mobilidade social, visan- do agregado da análise de conteúdo cate-
do à perpetuidade dos negócios do gorial de grade fechada, de acordo com os
Bradesco. procedimentos detalhados na seção refe-
b) Visão: Tornar-se referência em for- rente à metodologia da pesquisa.
mação de competências e lideranças, Inicialmente, considerando-se os aspec-
fortalecendo o valor da marca e o tos semânticos, e conforme demonstra
compromisso social. a Figura 2, prevalece a classificação Mista
c) Valores: Ser um sistema educa- (46%) para a propriedade Áreas de Re-
cional dirigido aos profissionais da sultado – ou seja, para áreas potenciais de
organização, clientes, fornecedores, impacto e, ou, avaliação das ações organi-
parceiros e sociedade, promovendo zacionais – decorrentes da implantação da
um conjunto integrado e estratégico UniBrad. Dentre essas, prevaleceu a classi-
de soluções de aprendizagem. Desen- ficação simultânea de indicadores das áreas
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