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Capítulo 5
Rochas Metamórficas
1. Introdução
Rocha metamórfica é, pois, aquela que sofreu mudanças na sua constituição mineral e na textura,
em conseqüência de importantes transformações nos ambientes físico e químico do interior da
crosta.
Altas temperaturas
Grandes pressões
Ambientes químicos reinantes no interior da crosta terrestre.
Os processos metamórficos, agindo sobre as rochas originais, podem produzir alterações em maior ou menor
grau:
Metamorfismo de baixo grau - Muitas das estruturas originais continuam visíveis, como por exemplo, a
estratificação.
Metamorfismo de alto grau - A rocha original é completamente transformada e recristalizada sem ter
sofrido fusão.
A temperatura constitui, provavelmente, um dos fatores mais importantes nos processos metamórficos:
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Efeito da pressão no metamorfismo das rochas. (A) Aumento da pressão litostática, ou seja, aumento de peso
devido ao depósito de novos sedimentos, (B) Aumento da pressão tectônica aumentando o estado de tensões em
uma determinada direção metamorfizando as rochas e promovendo o seu dobramento.
Texturas
Assim como as rochas ígneas e sedimentares as rochas metamórficas podem apresentar diversas texturas e
estruturas, classificadas de diferentes formas por vários autores.
Diz respeito aos aspectos relacionados com os grãos, sendo observadas em amostras de mão.
As texturas das rochas metamórficas dependem da forma, do modo de crescimento e das relações entre os
minerais. Algumas destas texturas estão apresentadas abaixo:
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Estruturas
Estrutura granulosa – Deve-se a predominância de minerais equidimensionais que não favorecem a xistosidade
de forma que a rocha exibe aspecto compacto, maciço.
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Estrutura xistosa
O bandeamento também se constitui em um plano de fraqueza da rocha por onde tenderá a romper. Quanto a
forma o bandeamento pode ser:
Bandeamento lenticular
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3. Formas de metamorfismo
De acordo com o ambiente e a predominância deste ou daquele agente de metamorfismo, podemos ter as
seguintes formas:
metamorfismo de contacto;
metamorfismo dinâmico;
metamorfismo regional.
Metamorfismo de contato
Constitui o metamorfismo que ocorre nas adjacências das grandes massas ígneas.
Ele é mais intenso na zona de contacto entre o magma e a rocha encaixante.
A ação metamórfica diminui com a distância do corpo ígneo.
Ao redor do contacto desenvolve-se uma auréola de metamorfismo cujas dimensões dependem do
tamanho da intrusão e da natureza da rocha encaixante.
As grandes intrusões podem apresentar auréolas com mais de 1 km de espessura, enquanto que os
pequenos diques não afetam mais do que poucos centímetros além do contacto.
Metamorfismo dinâmico
Em ambiente de profundidade moderada, sob condições de alta pressão e baixa temperatura, onde as
rochas sofrem deslocamentos devidos aos poderosos movimentos da crosta, tem lugar o metamorfismo
dinâmico.
As tensões devidas às pressões direcionais constituem os principais fatores que causam o fraturamento e
a fragmentação mecânica das rochas (cataclase), reduzindo-as, freqüentemente, a pó (milonito).
Geralmente, no metamorfismo dinâmico ou cataclástico, não se formam novos minerais, exceto ao longo
dos planos de intenso cisalhamento, onde o atrito gera calor suficiente para produzir transformações
minerais de maior ou menor intensidade.
Metamorfismo regional
Está relacionada ao metamorfismo atuando sobre argilito, siltito e folhelho que se caracterizam pela presença de
argila e silte, estratificação e textura muito fina.
O metamorfismo sobre estas rochas as transformará em ardósia, filito, xisto e gnaisse.
Ardósia
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Ardósia
Filito
Os filitos formam-se sob condições de baixo grau de metamorfismo, porém mais intensas do que aquelas
que dão origem às ardósias.
Possuem granulação fina ou média e coloração geralmente acinzentada ou esverdeada, com lustro
prateado.
São compostos essencialmente de clorita e/ou moscovita).
Os minerais micáceos são de pequeno tamanho e emprestam a rocha um brilho sedoso.
A xistosidade encontra-se bem desenvolvida devido à orientação paralela das pequenas placas minerais.
Freqüentemente ocorrem pequenas dobras ou corrugações.
Amostra de filito, exibindo granulação fina e foliação Filito da parte intermediária da formação na
crenulada. confluência entre os rios Água Preta e Pardo. Estrada
entre Camacã e o rio Pardo/RS.
Xisto
Os xistos resultam de um grau pouco mais elevado de metamorfismo do que o dos filitos sendo formados
a maiores temperaturas
Caracterizam-se pelo arranjo paralelo dos constituintes minerais e pela esfoliação pronunciada.
Diferenciam-se dos filitos pela textura mais grosseira e pela tendência a apresentar clivagem ondulada.
As placas dos minerais micáceos mostram nítido alinhamento ao longo da superfície de xistosidade.
Os xistos das regiões intensamente deformadas apresentam várias direções de xistosidade.
Eles indicam condições de baixo grau de metamorfismo. Representam os membros finais de algumas
séries de rochas metamórficas.
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Xisto/MG
Gnaisses
Os gnaisses formam-se sob condições de temperaturas e pressões bastante elevadas. Originam-se nas
regiões mais quentes do metamorfismo regional.
Trata-se de rochas de granulação variando de média a grosseira, de aspecto listrado, com os componentes
minerais segregados em faixas escuras e claras.
Os gnaisses assemelham-se muito aos granitos, exceto pela textura e/ou estrutura que é denominada de
gnáissica (alternância de níveis com composição mineralógica e/ou texturas diferentes).
Possuem cor cinza, desde claro até quase preto, e também rosa.
São originados em zonas muito profundas da crosta terrestre, e suas idades são, em geral, muito antigas.
No Brasil, estas rochas são muito comuns e constituem parte dos terrenos Pré-Cambrianos. São utilizados
como material ornamental ou de revestimento.
Gnaisse
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Migmatito
São rochas mistas constituídas por um componente antigo (hospedeiro), geralmente xisto ou gnaisse e um
componente granítico. Este forma camadas, bolsões ou veios.
Se a granitização, processo de transformação da rocha preexistente em uma rocha semelhante ao granito,
for muito intensa, a rocha pode assemelhar-se a um granito em sua composição, porem as estruturas
originais, como camadas podem ainda serem percebidas.
O componente xistoso ou gnáissico dos migmatitos possui colorações cura, enquanto que a parte granítica
é de cor esbranquiçada, rosada ou cinzenta.
Os migmatitos originam-se na parte interna das auréolas metamórficas de grandes intrusões graníticas
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Esta seqüência é formada por rochas derivadas de arenito com mais de 80 % de quartzo.
Dependendo do arenito que lhe deu origem, se maciço ou estratificado, o quartzito poderá se maciço ou
bandeado.
No caso do arenito não ser puro e apresentar cimento argiloso o quartzo pode se recristalizar e a argila se
transformar em mica. Ex.: Pedra de São Tomé- apresenta larga utilização na engenharia como
revestimento de paredes e pisos.
Quartzito
Os arenitos transformam-se em quartzitos tanto pelo metamorfismo de contacto como pelo regional.
A granulação varia de fina a grosseira.
De um modo geral, apresentam-se maciços.
Durante o metamorfismo, certas estruturas sedimentares primárias, como estratificação ou camadas
gradacionais, podem ser preservadas.
Os quartzitos compõem-se essencialmente de grãos de quartzo intercrescidos.
Pequenas quantidades de feldspato ou mica são evidentes.
Distinguem-se facilmente dos arenitos porque, quando estes últimos se partem, a fratura dá-se pelo
cimento, ficando os grãos do quartzo salientes, enquanto nos quartzitos a fratura corta toda a massa da
rocha
Quartzito
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Mármore
Mármore bruto
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