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CAPITULO 6

ESCOAMENTO
EM CONDUTOS.
CÁLCULO DA PERDA DE
CARGA.
6.1 – INTRODUÇÃO - Neste capítulo analisaremos alguns conceitos
básicos do escoamento permanente de fluído em condutos culminando com
a apreciação de métodos para a determinação da perda de carga em
escoamento completando a análise dos termos que compõem a equação da
energia.

6.2 – DEFINIÇÕES –

6.2 – 1 – CONDUTOS – Denomina-se conduto a qualquer estrutura sólida


destinada ao transporte de um fluido. Quanto ao comportamento do fluído
no seu interior os condutos classificam-se em condutos forçados e
condutos livres.
 No Conduto Forçado o fluido ocupa toda a “luz” do conduto, criando uma
pressão interna superior à atmosférica. São exemplos as tubulações de
vapor, gás, água, óleo, etc.
 No Conduto Livre o fluído, em movimento, apresenta uma superfície livre
e com pressão interna igual à atmosférica. São exemplos: canais de
esgoto ou de água
Esquematicamente temos:

“LUZ “ DO TUBO

TUBO FORÇADO TUBO LIVRE CANAL

As normas recomendam chamar de tubos para condução aqueles


destinados ao transporte de fluido e simplesmente tubos aqueles que
exercem outras funções como trocar calor, transmitir sinais, etc. Na prática é
costume chamar tubos ou canos os condutos rígidos e mangueiras ou
mangotes os condutos flexíveis.

A tubulação é o conjunto de tubos e acessórios. Nos Estados Unidos os


condutos de transporte são chamados de pipe ou piping e e os condutos
que exercem outras funções são chamados de tubes.
6.2- 2 – RAIO HIDRÁULICO - ( RH ) – é a razão entre a área transversal da
seção do escoamento ( A ) e o perímetro molhado (  ).
O perímetro molhado (  ) é o trecho do perímetro da seção transversal no
qual o fluido está em contato com a parede interna do tubo.
O DIÂMETRO HIDRÁULICO (DH ) é quatro vezes o raio hidráulico. Assim:

RH = A /  e DH = 4 RH
D
Para um conduto forçado de diâmetro D teremos :

RH = (  D² / 4 )   D= D / 4  DH = 4 x ( D / 4 ) 
O diâmetro hidráulico é o próprio diâmetro do tubo DH = D

Para um canal de altura a e largura b o resultado é diferente:

A=axb e  = 2ª + b  RH = ab / ( 2a + b ) 
a DH = 4ab / ( 2ª + b )
b
6.2 – 3 – CAMADA LIMITE – Consideremos uma placa plana de espessura
desprezível imersa em um fluido em movimento em regime permanente com
velocidade constante e uniforme Vo. A placa se encontra paralela à direção do
escoamento.
Devido ao principio da aderência as partículas fluídas próximas a placa sofrem
uma ação frenadora de modo que a velocidade do fluido decresce do seio do
fluído até anular-se junto à placa.
Vo
FLUIDO LIVRE

Vo B Vo
A
CAMADA LIMITE

O
(1) (2)
BORDO DE ATAQUE PLACA BORDO DE FUGA

A velocidade Vo se mantém constante até o ponto A ( situação 1 ) a partir do qual


diminui até anular-se junto a placa; na situação ( 2 ) o fenômeno se repete e assim
sucessivamente fazendo com que a linha tracejada OAB seja o lugar geométrico dos
pontos a partir dos quais a velocidade passa a ter valor constante Vo ao longo de
cada vertical.
Seja um tanque de grandes dimensões esgotado por um tubo onde a
camada limite se desenvolve nas paredes do tubo como se mostra na figura.

CAMADA LIMITE TURBULENTA


Vmáx

TANQUE

Vo

CAMADA LIMITE LAMINAR FILME LAMINAR


6.2 – 4 – PERDA DE CARGA – A perda de carga é a energia perdida
por unidade de peso de um fluido em escoamento. Existem dois tipos:
 PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA ( símbolo hf ) é a perda ao longo da
tubulação por atrito do fluido com as paredes .
 PERDA DE CARGA LOCALIZADA OU SINGULAR ( símbolo hs ) é a perda
de carga localizada por perturbações bruscas no escoamento ( válvulas,
curvas, etc. ) . Assim teremos : Hp = hf + hs
Um dos fatores que influem na perda de carga ( principalmente a perda
distribuída ) são as asperezas internas do tubo ou sua rugosidade. Vamos.
Inicialmente, supor que as asperezas tenham altura e distribuição uniformes
denominando-as de rugosidade uniforme (  ) . Define-se também a
rugosidade relativa (r ) como a razão r = DH /  .


DH
6.3 – PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA –
6.3-1 – CONCEITUAÇÃO – A perda de carga distribuída é ocasionada pelo
próprio movimento do fluido nos tubos pois a resistência ao escoamento,
devido ao atrito, ocasiona uma perda de carga.
Para o cálculo da perda de carga distribuída ( hf ) vamos adotar as seguintes
hipóteses:
( a ) fluido incompressível e regime permanente,
( b ) tubos longos – para que ocorra um regime dinamicamente estabelecido,
( c ) tubos de área constante,
( d ) rugosidade uniforme e
( e ) trecho sem máquinas.

Dentro dessas hipóteses a equação da energia e a equação da continuidade


continuam válidas e para um fluído em escoamento em um tubo podemos
estabelecer a representação que se segue onde denominamos:
 LE é a linha de energia
 LP é a linha piezométrica ( linha da carga de pressão + carga potencial )
 CP = carga piezométrica ( carga de pressão + carga potencial )
LE

LP *
hf12
*

P1 /  P2/
CP1

(2)
(1)
CP2
Z1 Z2 PHR

* = carga cinética = V² / 2g = constante  LE é paralela a LP . Valem também


LE = LP + V² / 2g e LP = P /  + Z e hf12 = CP1 – CP2 = H1 – H2

P
6.3-2 – FÓRMULA UNIVERSAL - Para o cálculo da perda de carga
distribuída adotaremos, dentre as inúmeras fórmulas que existem, a fórmula
universal construída por análise dimensional e obedecendo as hipóteses
feitas no item anterior:

hf = f [ ( L / DH ) x ( V² / 2g ) ]
 hf = perda de carga distribuída em metros.
 f = fator de perda de carga distribuída. É um fator adimensional.
 L = comprimento dos tubos em metros.
 DH = diâmetro hidráulico em metros.
 V = velocidade do fluído em m/s.
 g = aceleração da gravidade em m/s².
O fator f depende de dois números adimensionais: o número de Reynolds

( Re ) e da rugosidade relativa r ( r = DH /  ) e é obtido no diagrama de


Moody-Rouse a partir da experiência de Nikuradse.
6.3 – 3 – EXPERIÊNCIA DE NIKURADSE – Foi idealizada para estabelecer a
função entre o fator f, o número de Reynolds e a rugosidade relativa para
condutos com rugosidade uniforme.

NC P1 P2

V DH
;

 L AREIA VÁLVULA
Nikuradse colou areia de rugosidade uniforme nas paredes do tubo e fixou
as demais grandezas. Para uma velocidade constante ( abertura da válvula )
obtemos P1 e P2 e, consequentemente, hf = ( P1 – P2 ) /  . Lançando o valor
de hf na fórmula universal determinamos o valor do fator f. Assim podemos
obter a perda hf em função do número de Reynolds. Para diversos valores
de DH/  construímos o gráfico da função f =  ( Re ; r ) como se segue:
O
log f ( D H /  )1
V ( DH /  )2
( DH /  )n

IV
A
 B

  C

log Re
2000 2400
 REGIÃO  - Escoamento laminar onde as asperezas não afetam a camada
laminar. O fator f só depende do Re:
f = 64 / Re
 REGIÃO  - Zona de transição entre laminar e turbulento. A espessura 
do filme laminar depende do Re e determina se o fluxo é laminar (  >  )
ou turbulento (  <  ) .
 REGIÃO  - É o chamado Regime Hidraulicamente Liso onde o núcleo
do escoamento, em regime turbulento, desliza sobre um filme laminar que
cobre as asperezas (  >  ) .
 REGIÃO IV – É uma zona de transição entre o regime liso e o regime
hidraulicamente rugoso característico da região V. Nesta região o fator f é
função do Re e da razão DH /  , isto é, f =  ( Re ; DH /  ).

 REGIÃO V - É o chamado Regime Hidraulicamente Rugoso onde o fator f


não depende mais do Re e é função exclusiva do valor de DH /  pois para
altos valores do Re as forças viscosas pouco influem.
6.3 – 4 - CONDUTOS INDUSTRIAIS –

A experiência de Nikuradse adotou uma rugosidade uniforme artificial em


sua experiência. Ao repetir a experiência para tubos industriais ( comerciais
ou reais ) Colebrook verificou um comportamento análogo e criou o conceito
de Rugosidade Equivalente ( K ).
A rugosidade equivalente K é uma rugosidade fictícia que , substituindo a
rugosidade real não uniforme no tubo, causa o mesmo efeito.
Com base nestes conceitos, Moody e, posteriormente, Rouse criaram o
Diagrama de Moody – Rouse para condutos industriais ou reais.
Convém salientar que o diagrama de Moody-Rouse mostra a função do fator
f em função do número de Reynolds e da relação DH / K onde o emprego do
diâmetro hidráulico generaliza os conceitos vistos para qualquer seção
transversal.
No diagrama de Moody-Rouse o fator f dependerá do número de Reynolds e
da relação DH / K:

f =  ( Re ; DH / K )

O valor de K é fornecido pelo fabricante de tubo.


6.4 – PERDA DE CARGA LOCALIZADA OU SINGULAR

6.4 – 1 – CONCEITUAÇÃO – As perdas de carga localizadas ou singulares


( representadas por hs ) são ocasionadas por mudanças na seção de
escoamento e/ou mudanças de direção do fluxo. Estas mudanças
ocasionam turbilhonamento e parte da energia disponível se converte em
calor resultando perda de carga.
A perturbação no escoamento aparece nas singularidades que provocam
mudança de direção ( curvas, cotovelos, tees, registros, junções, etc. ) ou
mudança da seção de escoamento ( registros, válvulas, reduções, entradas
e saídas de tubulações, diafragmas, etc. ).

6.4 – 2 – COEFICIENTE DE PERDA SINGULAR ( ks ) – A perda de carga


singular ( hs ) é proporcional a carga cinética ( V² / 2g ) e o coeficiente de
perda de carga singular ( ks ) , que é determinado experimentalmente, leva
em conta as características de cada singularidade. A perda hs tem a fórmula:

hs = ks ( V² / 2g )
Vejamos alguns exemplos de valores do coeficiente ks:
 ALARGAMENTO / ESTREITAMENTO : onde a e A são as áreas transversais:
a A - Alargamento de ( 1 ) (2):

Ks = [ 1 – ( a / A ) ² ]
(1) (2) - Estreitamento de ( 2 ) (1);
Ks = ( 4 / 9 ) [ 1 – ( a / A ) ]

 ENTRADA DE TUBO : Ks = 0,5

 CURVAS – Para cada relação entre o raio R da curva e o diâmetro do tubo D existe um valor
de Ks conforme tabela: R/D Ks
1,0 0,48
1,5 0,36
R 2,0 0,27
D 4,0 0,21
6,0 0,27
 VÁLVULAS –
- válvula gaveta totalmente aberta: 0,2
- válvula globo totalmente aberta: 10,0
- Válvula de retenção aberta: 0,5

6.4 – 3 – COMPRIMENTO EQUIVALENTE ( Leq ) – Vamos considerar dois tubos: no


primeiro tubo da esquerda consideremos uma singularidade que acarreta uma perda
de carga singular hs e uma perda distribuída hf; no segundo tubo vamos substituir a
singularidade do primeiro por um tubo de mesmas características do original e de um
comprimento Leq determinado.
L + Leq

DH

L Leq

Hp = hs + hf Hp = hf
A condição para efetuar a substituição é que o tubo de comprimento Leq
gera uma perda de carga distribuída igual a perda de carga singular da
singularidade.
Devido a singularidade temos hs = ks ( V² ) / 2g e no tubo equivalente à

singularidade temos hf = f [ ( Leq / DH) x ( V² / 2g ) ] então podemos escrever:

ks ( V² ) / 2g = f [ ( Leq / DH) x ( V² / 2g ) ]  Leq = ks ( DH / f )

Alguns fabricantes de tubos fornecem o valor de Ks em seus catálogos e


outros fornecem o Leq . Antes de iniciar seu projeto é interessante saber os
catálogos que serão usados e verificar existem antes de efetuar as
transformações de Ks e Leq quantos valores de Ks e quantos de Leq
existirão.
A grande facilidade de usar só valores de Leq é que se pode usar a fórmula
abaixo para calcular a perda de carga total:

( L + Leq ) V²
Hp = hf + hs = f x
DH 2g
6.5 – INSTALAÇÕES DE RECALQUE - Uma instalação de recalque é um
conjunto de equipamentos que permite o transporte e o controle do
escoamento de um fluído. Compreende geralmente um reservatório de
tomada de fluído, um de descarga de fluído, tubos, máquina, controles e
singularidades.

fluxo reservatório de descarga

E S

máquina

reservatório de tomada

Denomina-se tubulação de sucção a tubulação que se extende desde o


reservatório de tomada até a entrada ( E ) da máquina e tubulação de
recalque ou descarga a tubulação desde a saída ( S ) da máquina até o
reservatório de descarga.
===#===
6.6 - EXERCÍCIOS

EX – 01 - Determinar a perda de carga por quilometro de comprimento de


uma tubulação de aço de seção circular de diâmetro 45 cm. O fluído é óleo
de viscosidade cinemática 1,06 x 10^-5 m²/s com uma vazão de 190 L / s. É
dada a rugosidade equivalente da tubulação k = 4,6 x 10^-6 m.

EX – 02 – Calcular a vazão de água ( 0,7 x 10^-6 m² / s e 1 000 kg / m³ ) no


tubo de seção circular de ferro fundido da figura. São dadas as pressões
P1 = 147 kPa e P2 = 142,1 kPa e a rugosidade equivalente do tubo igual a
k = 2,59 x 10^- 4 m.
P1 P2 D = 10,0 cm

ÁGUA

(1) 10,0 m (2)


EX – 03 – Calcular o diâmetro de um tubo de aço ( k 4,6 x 10^- 5 m ) que
transporta uma vazão de 190 L / s de querosene ( 3,0 x 10^- 6 m² / s ) a uma
distância de 600 m com uma perda de carga distribuída de 3,0 m.

EX – 04 - Em uma instalação de bombeamento uma bomba recalca água ( de


viscosidade 10^-6 m² /s e massa específica 1000 kg/m³ ) de um
reservatório R- 1 para um reservatório R – 2, ambos mantidos a nível
constante e abertos para a atmosfera. A diferença entre os níveis da água
nos reservatórios é de 10,0 m. A tubulação tem seção circular de 10,0 cm de
diâmetro, comprimento total de 50 m e rugosidade equivalente dos tubos é
k = 2,5 x 10^- 4 m . A perda de carga distribuída total no trecho considerado
vale 4,0 m e as perdas singulares são desprezíveis. Determinar a vazão de
água na tubulação e a potência da bomba supondo um rendimento de 73%.
EX – 05 - Na tubulação da figura, cuja seção ( 2 ) está aberta para a
atmosfera, o escoamento do fluído ( 900 kg / m³ e 0,5 x 10 ^-3 m²/s ) é
laminar. Determinar a perda de carga entre as seções ( 1 ) e ( 2 ) e a vazão
em volume.

D = 15,0 cm P1 = 3 350 kgf / m²

FLUÍDO

(1) 30,0 m (2)


EX – 06 - Água de viscosidade cinemática 10 ^- 6 m² / s escoa , em regime
laminar, em um conduto cilíndrico horizontal de diâmetro D = 1,0 cm da
figura. A linha de energia LE forma com a horizontal um ângulo  tal que
tg  = 0,0032. Considerando g = 10 m / s² , determinar a vazão de água no
tubo.
LE
D 

ÁGUA

L
(1) (2)

EX – 07 - Um tubo de L = 10,0 de comprimento e 2’’ (2 polegadas = 50,8 mm )


de diâmetro, possui um registro globo totalmente aberto na extremidade.
Dado o coeficiente de perda distribuída f = 0,02 e a velocidade de
escoamento V = 0,8 m/s, determinar a perda de carga total no tubo.
EX – 08 – Em uma tubulação de ferro fundido com comprimento L = 1000m e
diâmetro D = 0,30 m, escoa um vazão Q = 60,0 L/s de água de um reservatório R –
1 para um reservatório R – 2. São dados: fator de perda de carga distribuída f =
0,024 e os coeficientes de perda de carga singular da tabela. Determinar a perda
de carga total na tubulação.

SINGULARIDADE (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8)

COEFICIENTE Ks 1,0 0,2 0,4 0,4 0,4 0,4 0,2 1,1

R-1
R-2
(1) (2)
(3) (6) (7) (8)

(4) (5)
EX – 09 - Determinar a perda de carga do trecho entre as seções ( 1 ) e
( 5 ) da tubulação da figura de comprimento total L = 30 m e diâmetro
D = 2” ( 50, 8 mm ) . A tubulação transporta uma vazão de 2,0 L/s de água (

( 10^-6 m² / s ). Adotar o coeficiente de perda de carga distribuída como


f = 0,025 . São dadas as singularidades: ( 2 ) é uma válvula gaveta com
Leq2 = 0,4 m ; ( 3 ) é uma válvula globo com Leq3 = 17,6 m e ( 4 ) é um

cotovelo com Leq4 = 4,0 m. Adotar g = 10 m/s².


(5) água
(4)

(3)

(2)

(1)
EX – 10 - Determinar , na instalação da figura, a potência da bomba B
supondo um rendimento de 70%. A instalação recalca 40 L / s de água

( massa específica 1 000 kg / m³ e viscosidade cinemática de 10^-6 m² / s )


de um reservatório R – 1 aberto para a atmosfera até um reservatório R – 2
fechado e com ar atmosférico aprisionado no topo gerando uma pressão de
5,43 kgf / cm² no ponto ( 8 ). Ambos os reservatórios são considerados de
grandes dimensões. O diâmetro da tubulação de sução vale 15 cm e no
recalque vale 10 cm. Os tubos tem rugosidade equivalente k = 0,15 x 10^-3m
e apresentam as singularidades da tabela abaixo.

SINGULARIDADE (1) (2) = ( 6) (3) = (5) (4) (7) (8)

COEFICIENTE Ks 15,0 0,9 10,0 0,5 1,0 -----

Onde: ( 1 ) = válvula de pé com crivo ; ( 2 ) e ( 6 ) = cotovelos ; ( 3 ) e ( 5 ) =


Válvula globo ; ( 4 ) válvula de retenção e ( 7 ) = alargamento brusco.
A localização das singularidades e a medidas necessárias se encontram na
figura da instalação no próximo slide.
. 30 m
.
(6) (7) (8) 1,0 m

.
.
. (5)
6,0 m

(4)
10 m
.
. (3) (S)
. (2) BO
. (E) MB BOMBA
. 0,5 m A
. (0) 2,0 m
.
.
. (1)
.
.
.
6.7 – RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS -

EX – 01 - Vamos usar a fórmula : hf = f [ ( L / DH ) x ( V²/2g ) ] onde:


 L = 1 000 m
 DH = D = 0,45 m
 V = Q / A = 0,190 / [ ( /4 ) x ( 0,45 )² ] = 1,195 m / s
 g = 10 m/s².
 CÁLCULO DE f  para o cálculo do fator f necessitamos usar a função
f =  ( Re ; DH / k ) e o gráfico de Moody-Rouse. Assim:

- Re = V DH /  = ( 1,195 x 0,45 ) / 1,06 x 10^-5 ) = 50 731  Re = 50 000

- DH / k = 0,45 / 4,6 x 10^-5 = 9 783  DH / k = 10 000

Assim f =  ( 50 000 ; 10 000 ) e vamos aplicar no diagrama de Moody-


Rouse:
Assim f = 0,021 e portanto
Vem:

Hf = 0,021 [ ( 1000 / 0,45 ) x ( 1,195 )² / 2 x 10 ) ] = 3,332 m

Hf = 3,3 m

===#===
EX – 02 – Vamos empregar a fórmula da perda de carga distribuída
hf = f [ ( L / DH ) x ( V² / 2g ) ] onde:
 g = 9,8 m / s².
 L = 10 m.
 DH = 10 cm = 0,10 m
 hf = ?  H1 + HM = H2 + Hp  como V1 = V2 e Z1 = Z2 teremos:
Hp = hf = ( P1 – P2 ) /  = ( 147 000 – 142 100 ) / 9 800  hf = 0,5 m
 Fator f : para determinar o fator de perda distribuída necessitamos Re e
DH / k ; mas Re depende da velocidade V que não temos informação. Para
acharmos o fator f vamos usar a relação Re  f que vai permitir
calcular um valor independente da velocidade. Senão vejamos:

f = [ hf x 2g x DH / ( V² x L ) ]  f =  [ hf x 2g x DH / ( V² x L ) ] 

Re  f = ( VDH /  )  [ hf x 2g x DH / ( V² x L ) ]  Assim teremos:


Re  f = ( DH /  )  hf x 2g x DH / L

Assim temos uma expressão que não depende da velocidade. Colocando os


valores na expressão teremos:

Re  f = ( 0,10 / 0,7 x 10^-6 )  [ 0,5 x 2 x 10 x 0,10 / 10 ] = 45 175

Para entrarmos no diagrama de Moody-Rouse usaremos valores


compatíveis com a construção do gráfico:
 Re  f = 45 175  Re  f = 45 000 e f = 0,027
 DH / k = 0,10 / 2,59 x 10^-4 = 385  DH / k = 400

Assim de hf = f [ ( L / DH ) x ( V² / 2g ) ] 

V² = [ 0,5 x2 x 10 x 0,10 / 0,027 x 10 ]  V = 1, 92 m/s e


Q= V x a = ( 1,92 ) x { (  /4 ) ( 0,10 )² = 0,015072 m³ / s  Q = 15 L / s
EX – 03 – Não dá para calcular o diâmetro pois não temos o fator f que
depende do Re = VD /  pois nos faltam a velocidade e o diâmetro. Vamos
resolver por tentativas. Antes vamos deixar o diametro em função da vazão
e do fator f:
 hf = f [ ( L/DH ) x ( V² / 2g ) ]  façamos V = Q / A e tiremos o valor de DH:

DH = [ ( 8 f L Q² ) / ( hf ² g ) ] ^ ( 1/5 )  só não temos DH e f .

Vamos dotar um valor para f1 calcular o DH depois V e Re e um novo f2 ; se


f2 = f1 o diâmetro DH será a solução; se f2  f1 repetimos o raciocínio.
 1ª tentativa: da nossa “ vasta” experiência vamos adotar f 1 = 0,020 :

DH1 = [ ( 8 x 0,02 x 600 0,019² ) / ( 3 x 3,14² x 10 )] ^( 1/5 ) = 0,164 m 

 V1 = Q / ( / 4 ) DH1² = 0,0190 / ( / 4 ) ( 0,164 )² = 0,9 m/s 


 Re1 = VD/  = 0,9 x 0,164 / 3 x 10^-6 =50 000 e
DH/k = 0,164/ 4,6 x 10^-5 = 4 000  do gráfico vem f 2= 0,023

 2ª tentativa: façamos agora f2 = 0,023 


DH2 = [ ( 8 x 0,023 x 600 0,019² ) / ( 3 x 3,14² x 10 )] ^( 1/5 ) = 0,165 m 

Como o diâmetro DH2  DH1 o Re e o DH/k praticamente não se alteram e


portanto podemos finalizar as tentativa usando para diâmetro o valor:

DH = 0,165 m

===#===
EX – 04 - ( a ) Q = ?  Q = V A = V (  / 4 ) DH²  Vou calcular a velocidade
pela fórmula da perda de carga
(2) distribuída hf = f (L/DH ) ( V² /2g ) 
V² = ( hf . DH . 2g ) / ( f . L ) . Antes
vamos obter o fator f para quando
10 m não temos a velocidade ou seja :
Re f e DH / k :

(1) bomba PHR

Re  f = ( DH /  )  hf x 2g x DH / L = ( 0,10 / 10^-6 )  4 x 2x10 x 0,10 / 50 

Re f = 40 000 e DH / k = 0,10 / 2,5 x 10^-4 = 400  f = 0,0255 Assim


temos:

V² = [ ( 4,0 x 0,10 x 2 x 10 ) / ( 0,0255 x 50 ) ] = 6,27  V = 2,51 m / s

Q = V x A = 2,51 x (  / 4 ) ( 0,10 ) ² = 0,0197 m³ / s  Q = 20 L / s


( b ) NB = ?
H1 + HB = H2 + Hp12  Com PHR passando pela bomba considerando que
o fluído é água teremos  = 1:

 H1 = 0 + 0 + 0 = 0 m
 H2 = 10 + 0 + 0 = 10m
 Hp12 = 4 m
 0 + HB = 10 + 4  HB = 14 m

Assim teremos NB = (  Q HB ) / B 

NB = ( 1000 kgf/m³ ) x ( 20 / 1000 m³ / s ) ( 14 m ) / 0,73  NB = 384 kgf x m/s

NB = ( 384 kgfxm/s ) x 9,8 N/kgf = 3 763 W / 735 cv / W = 5,12 cv

NB = 3 763 W = 3,76 kW = 5,12 cv


EX – 05 - ( a ) A seção ( 2 ) está aberta para a atmosfera  P2 = 0 ; Z1 = Z2 ;
V1 = V2 e 1 = 2  hf = H1 – H2 = P1 /   hf = 3350 / 900 = 3,72

hf12 = 3,72 m

D = 15,0 cm P1 = 3 350 kgf / m²

FLUÍDO

(1) 30,0 m (2)

( b ) Q = ?  Q = V A  vamos calcular V usando a fórmula da perda de


carga distribuída e com o fator f = 64 / Re pois o regime é laminar. Assim;
f = 64 / Re = 64 / ( V DH /  ) 
f = 64 / Re = 64 / ( V DH /  )  hf = [ 64 / ( V DH /  ) ] [ ( L / DH ) x ( V² / 2g) ]

V = ( hf x DH² x 2g ) / ( 64 x  x L ) 

V = ( 3,72 x 0,15² x 2 x 10 ) / ( 64 x 0,5 . 10^-3 x 30 )  V = 1,74 m / s

Q = V x A = 1,74 m/s x [ (  / 4 ) x 0.15² = 0,0307 m³ / s 

Q = 30,7 L / s
EX – 06 - LE
hf

D
ÁGUA

L
(1) (2)

 Q = ?  Q = V A  vamos calcular a velocidade pela fórmula de perda de


carga distribuída com f = 64 / Re e tg  = 0,0032:

tg  = hf / L = ( f L V² / DH 2 g ) / L = ( f V² ) / ( DH 2g ) 

0,0032 = fV² / 0,01 x 2 x 10  0,0032 x ( 0,01 x 2 x 10 ) = fv² 

fV² = 0,00064  vamos substituir o fator f por 64 / Re


²
fV² = 0,00064  ( 64 / Re ) V² = 0,00064  [ ( 64 x  ) / V DH ) ] V = 0,00064

[ ( 64 x 10^-6 ) / 0,010 ) ] V = 0,00064  V = 0,10 m / s

Q = V x A = 0,10 x (  / 4 ) x 0,01² = 7,85 x 10^-6 m³ / s

Q = 0,00785 L / s = 7,85 mL / s
EX – 07 -
2”
Hp = hf + hs

10 m

 hf = f [ ( L/DH ) x ( v² / 2g )] 

hf = 0,02 [ ( 10 / 50,0 x 10^-3 ) x ( 0,8²/2 x 10 0 ] = 0,13 m

 hs = ks ( v² / 2g )  hs = ( 10 ) ( 0,8² / 2 x 10 ) = 0,32 m

Assim: Hp = hf § hs = 0,13 + 0,32 = 0,45 m

Hp = 0,45 m
EX – 08 - Hp = hf + hs onde V = Q / (  / 4 ) ( D² ) 

V = ( 0.060 m³ / s ) / (  / 4 ) ( 0,30² )  V = 0,85 m / s

 hf = f ( L/DH ) x ( V² / 2g ) = 0,024 [ ( 1000 / 0,30 ) x ( 0,85² / 2 x 10 ) ] 


hf = 2,89 m

 hs =  [ Ks ( v² / 2g ) ] = ( v² / 2g ) x Ks 

hs = ( 0,85² / 2 x 10 ) x ( 1,0 + 0,2 + 0,4 + 0,4 + 0,4 + 0,4 + 0,2 + 1,1 )

hs = ( 0,85² / 20 ) ( 4,1 ) = 0,15 m

Portanto Hp = 2,89 m + 0,15 m  Hp = 3,04 m


EX – 09 - Vamos empregar a fórmula de cálculo da perda de carga usando o
comprimento equivalente no lugar do fator Ks:

Hp = f { [ ( L +  Leq ) / DH ] x [ v² / 2g ] } onde:

 f= 0,025
 L = 30 m
  Leq = 0,4 + 17,6 + 4,0 = 22 m
 DH = 2” = 2 x 25,4 mm = 50,8mm = 0,0508 m

 V = Q / A = ( 0,002 ) m³ / s / ( / 4 ) x ( 0,0508² ) m² = 0,987 m / s

 g = 10 m/s².

Hp = 0,025 { [ ( 30 + 22 ) / 0,0508 ] x [ 0,987² / 2 x 10 ] }  Hp = 1,246 m

Hp = 1,25 m
EX – 10 -
30 m
.
(6) (7) (8) 1,0 m

.
.
. (5)
6,0 m

(4)
10 m
.
. (3) (S)
. (2) BO
. (E) MB BOMBA
. 0,5 m A
. (0) 2,0 m PHR
.
.
. (1)
.
.
.
EX – 10 – slide 2 / 5

Para calcular a potência da bomba usaremos NB = N / B onde a potência N


fornecida pela bomba para a água será N =  Q HB e onde HB será obtida da
equação da energia entre o ponto ( 0 ) e o ponto ( 8 ) ou seja da relação
Ho + HB = H8 + Hp1,8 . Vamos efetuar os cálculos na ordem inversa à descrita
adotando a gravidade normal ( 9,8 m / s² ) e  = 1 000 kgf /m³:

( a ) CÁLCULO DE HB : Ho + HB = H8 + Hp1,8 com PHR passando por (0):


 Ho = 0 + 0 + 0  Ho = 0

 H8 = Z8 + V²8 / 2g + P8 /  
H8 = 7,5 m + ( 0² / 2 . 9,8 ) + ( 5,43 kgf/ cm² / 1000 kgf / m³ ) 

H8 = 7,5 + 0 + ( 5,43 x 10^4 kgf/ m² / 1000 kgf / m³ )  H8 = 61,8 m


 Hp1,8 = ?  Como os diâmetros da sução e do recalque são diferentes
teremos velocidades diferentes e , portanto, necessitaremos calcular a
perda de carga separadamente para a sução e para o recalque.
EX-10 – slide 3 / 5 .

Assim teremos que Hp1,8 = Hp1,E + Hp S,8 onde cada Hp = hf + hs onde


E é a entrada da bomba e S sua saída.
Na sução teremos:

 hf1,E = ?
- V = Q /A = 40 L/s / ( / 4 ) x 15 ² cm²  V = 2,26 m / s
- Re = 2,26 x 0,15 / 10^-6 = 339 000  Re = 300 000 f = 0,021
- DH / K = 0,15 / 0,15 x 10^-3  Dh / k = 1000
hf1,E = 0,021 [ ( 12/ 0,15 ) x ( 2,26² / 2 . 9,8 ) ]  hf1,E = 0,43 m

 hs1,E = ? hs1,E = ( Ks ) ( V² / 2 . g ) = ( 15 + 0,9 + 10 ) x 2,26² / 2.9,8 = 6,75


hs1,E = 6,75 m

Portanto : Hp1,E = 0,43 m + 6,75 m = 7,18 m  Hp1,E = 7,18 m

Na descarga teremos:
EX-10 – slide 4 / 5 .

 hfS,8 = ?

- V = Q /A = 40 L/s / ( / 4 ) x 10 ² cm²  V = 5,10 m / s


- Re = 5,10 x 0,10 / 10^-6 = 510 000  Re = 500 000 f = 0,023
- DH / K = 0,10 / 0,15 x 10^-3  Dh / k = 600

hfS,8 = 0,023 [ ( 36 / 0,10 ) x ( 5,10² / 2 . 9,8 ) ]  hfs,8 = 11,0 m

 hsS,8 = ? hss,8 = ( Ks ) ( V² / 2 . g ) = ( 0,5 + 10 + 0,9 + 1 ) x 5,10² / 2.9,8 =


6,75
hss,8 = 16,5 m

Portanto : Hps,8 = 11,0 + 16,5 = 27,5  Hps,8 = 27,5 m

Assim Hp = 27,5 + 7,18 m = 34,68 m  Hp = 34,68 m


EX – 10 – slide 5/5

( b ) CÁLCULO DA POTÊNCIA DA BOMBA – NB = N / B 

NB =  Q HB / B  Ho + HB = H8 + Hp1,8  0 + HB = 61,8 + 34,68

HB = 96,48 m 

NB = [ 1 000 kgf / m³ x 40 x 10^-3 m³/s x 96,48 ] / 0,70 = 5 513 kgf x m/s

NB = 5 513 kgf x m/s x 9,8 N / kgf =54 029 N x m/s = 54 029 W 

NB = 54 029 W = 54 kW = 74 cv

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